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A Economia e as Eleições: Os Ciclos Políticos em Timor-Leste no mandato de

UNTAET e depois da Restauração da Independência 2002

pelo:
Manuel C. C. Bucar C. Real

Introdução

Depois da consulta popular (referendum) no dia 30 de Agosto de 1999, a maioria das


populações timorenses escolheram o caminho da independência. No mês de Outubro de
1999, legalmente estabelecido a Administração Transitória das Nações Unidas em
Timor-Leste (the United Nations Transitional Administration in East-Timor -
UNTAET) até o dia da restauração de independência de Timor-Leste em 20 de Maio de
2002.

Como uma nação mais nova no terceiro milénio, precisa de uma constituição, assim
foram realizadas eleições nacionais para uma Assembleia Constituinte que previsto no
dia 30 de Agosto de 2001.

Durante os meses seguintes, foram transferidos os poderes de decisão pela UNTAET


aos membros legislativos e órgãos executivos Timorenses. Os passos finais da
constituição da RDTL em 2002 foram aprovados pela Assembleia Constituinte. A
legislatura nacional de Timor-Leste entrou em vigor com a Assembleia Constituinte.
Esta passou uma resolução habilitando-a ao primeiro Parlamento Nacional.

O Parlamento Nacional actual consiste em 88 membros que foram eleitos no dia 30 de


Agosto de 2001 da Assembleia Constituinte. Com a transformação do primeiro
Parlamento Nacional em 2002 o mandato passou a ser de cinco anos.

Depois da maioria dos timorenses escolherem o caminho da independência, pela


primeira vez, Timor-Leste como nação independente democraticamente, participaram
nas duas eleições de 2001 e 2007. A primeira eleição foi realizada pelo UNTAET e a
segunda eleição realizada directamente pelo STAE e supervisiona pelo CNE.

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1. Analisas Empírica: Ciclos Políticos e Economia

A literatura sobre ciclo político-económico desenvolveu-se tende como principal


objecto de estudo o comportamento dos governos de estados nacionais. No entanto, no
inicio da década de 90, Rogoff (1990) já advertia sobre a necessidade de trabalhos
empíricos que analisassem governos sub nacionais e locais para a melhor compreensão
do fenómeno, com a vantagem da existência de número maior de observações para a
analise empírica. Existem duas premissas básicas na teoria dos ciclos político-
económicos: (a) a opinião dos eleitores sobre o governo varia de acordo com o
desempenho da economia e o voto pode alterar esta situação a partir da troca de
governos. Os elementos centrais desta avaliação são: o nível de emprego, a taxa de
inflação, o custo de vida, a carga tributária e o crescimento económico. Vai ser a partir
da avaliação do desempenho do governo que os eleitores decidirão penalizá-los ou não
nas próximas eleições; e (b) os governos sabem qual a avaliação que realizam os
eleitores das condições macroeconómicas do país, e que esta, sendo negativa, obriga os
administradores públicos a conduzir o estado actual da economia para um ponto mais
próximo possível do ideal esperado pelo eleitorado.

A análise do comportamento dos governos, quanto a relação entre economia e votantes,


a teoria dos ciclos político-económicos, produziu quarto modelos empíricos centrais.
Eles percorrem duas dimensões básicas: se o comportamento do governo é oportunista
ou ideológico, e se o comportamento dos eleitores é expectativas adaptivas ou racional.

Os modelos da teoria que assumem ser o comportamento do eleitor irracional, partem


do princípio de que a formação das expectativas dos votantes ocorre de forma
adaptativa. Os eleitores levam em conta, apenas o passado recente. Contrariamente, os
modelos racionais defendem que os votantes agem racionalmente de forma estratégica,
desta forma, não avaliam apenas o passado recente, mais avaliam também as
repercussões futuras de sua escolha.

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De acordo com Nordhaus (1975), o ciclo económico de curto prazo em uma economia
pode ser caracterizada como uma curva de Phillips normal, acrescentando-se às
expectativas dos eleitores quanto a sua evolução. O comportamento endógeno dos
políticos é sempre buscar-se manter no poder. O dilema económico desta forma, pode
ser representado como uma escolha pública entre o trade-off desemprego e inflação. Os
políticos no governo são sempre tentados a fazer a escolha que maximize a busca de
votos, como reduzir o desemprego, se estiverem próximos da eleição e em uma situação
de desvantagem junto ao eleitorado. Caso o governo resolva intervir na economia, ele
tornará a curva de Phillips de curto prazo mais favorável, contudo, esperasse que a
longo prazo torne se mais desfavorável. Os eleitores não têm informação sobre a
natureza do trade-off entre estas variáveis macroeconómicas fundamentais.

Após as eleições, o governo tem que adoptar uma política económica mais restritiva. O
aumento de taxa da inflação, derivada do desequilíbrio provocado, tende a produzir
perdas futuras no bem-estar da sociedade.

Flutuações nos ciclos económicos produzidas pela interferência política tendem a se


repetir nas próximas eleições. Como os eleitores são míopes, eles tendem a esquecer as
recessões pós-eleitorais, prendendo-se às condições económicas presentes. Assim
sendo, caso os políticos do governo se sintam ameaçados quanto ao resultado eleitoral,
tendem a estimular indevidamente o crescimento económico antes das eleições, para
depois adoptarem novamente políticas restritivas.

Foram realizadas várias críticas ao modelo de Nordhaus (1975). Uma crítica mais
empírica centra-se na capacidade real dos governos de interferir na economia. Nos casos
de países onde a política monetária é gerida por bancos centrais independentes, ela é
bastante restrita. Mas, a crítica mais séria refere-se ao comportamento irracional dos
votantes.

Com o desenvolvimento da teoria das expectativas racionais, o modelo de Nordhaus


(1975) demonstrou suas limitações. Surgiram trabalhos que buscavam conciliar a
hipótese de ciclos económicos induzidos politicamente com a ideia de que, os votantes
podem antecipar racionalmente as consequências das mudanças nas políticas
económicas.

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Hibbs (1997) promove a primeira revisão do modelo de Nordhaus, suas critica centram-
se especialmente em duas premissas básicas do Modelo Oportunista Adaptivas, de que
os eleitores têm idênticas preferências e que o comportamento dos governos é sempre
oportunista. Seu modelo adopta a seguinte premissa: os políticos são motivados por
ideologias diferentes, e procuram ganhar eleições para adoptar um programa de governo
partidário.

Segundo Hibbs (1977), numa economia existem diferentes combinações de desemprego


e inflação, e em face disto, os eleitores possuem preferências heterogéneas de política
económica, pois cada uma destas gera diferentes efeitos distributivos. Uma política mais
restritiva, que cause mais desemprego, afecta mais intensamente as classes
trabalhadoras, enquanto uma política mais expansionista, afecta as classes mais ricas.
Este pesquisador fundamenta suas hipóteses sob várias pesquisas feitas nos EUA e
Inglaterra. O resultado destas, é que a população de baixa renda preocupa-se mais com
desemprego e os mais favorecidos com a taxa da inflação, estas diferentes preferências
estão cristalizadas no continuem ideológico esquerda-centro-direita.

O resultado das eleições vai depender das condições económicas existentes e da


distribuição de preferências dos votantes. As classes trabalhadoras são mais sensíveis ao
problema do desemprego, por isto tendem a votar em partidos de esquerda (socialistas e
trabalhistas), mesmo assumindo a existência de uma inflação mais alta. A base eleitoral
dos partidos conservadores é a classe mais abastada da sociedade, (como os sectores
financeiro e industrial), que possuem forte aversão ao risco de aumento de taxa da
inflação.

Imaginemos que a economia encontra uma situação de equilíbrio económico, e que um


partido conservador (de direita) vença o pleito eleitoral. O partido vence a eleição,
prometendo reduzir a inflação, então ao assumir o governo procura mover a economia.
Como os resultados da nova política económica são bastante desfasados em relação à
decisão do partido do governo de mover a economia ao longo da Curva de Phllips,
Hibbs (1977) defende que, a movimentação de curto prazo da curva tem pouco impacto
sobre o ajustamento de expectativas, o comportamento dos atores é relativamente
estável e os erros de previsão do passado têm pouco impacto na formação futura das
expectativas.

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Caso a vitória seja de um partido de esquerda, para Hibbs vai ocorrer uma mudança na
política económica. O novo governo adoptará medidas expansionistas até atingir o
ponto de baixo desemprego e inflação acima do ponto de equilíbrio.

Esta estrutura bipolar (directa e esquerda) é enganosa, haja vista que nas democracias
raramente posições ideológicas extremas têm ampla base no eleitorado. Na maioria das
vezes partidos e votantes de centro decidem a eleição. Outro fato importante a ser
observado, é que as políticas económicas não são adoptadas apenas em função do
resultado da escolha do eleitorado. Alternância democrática não significa mudanças
económicas radicais.

A partir dos anos 80, novos modelos de ciclos político-económicos surgem no


desenvolvimento da teoria, incorporando a perspectiva dos eleitores como atores
racionais. Rogoff (1988) e Persson e Tabelini (1990), assumem esta posição, elaborando
um modelo oportunista racional que incorpora à Curva de Phillips clássica (inflação
versus desemprego) um termo que mede a competência governamental. Esta
competência pode ser definida como a capacidade do governo de resolver problemas no
momento que surgem, e gerenciar o funcionamento da economia de forma mais
eficiente possível.

2. Eleições e Perspectiva Macroeconómica

A primeira eleição livre de Timor Leste foi realizada em 30 de Agosto de 2001. A sua
organização pertence ao UNTAET que tiveram de realizar os recenseamentos da
população e o eleitoral e o registo dos partidos políticos e dos candidatos. Mais difícil é
assegurar a paz a uma população que tem a recordação viva da destruição que se seguiu
aos resultados da consulta popular organizada pelas ONU em 1999. O Conselho
Nacional da Resistência Timorense (CNRT), liderado pelo Xanana Gusmão, coligação
de forças que conduziu o território até as portas da independência, auto dissolveu-se,
deixando o terreno livre aos partidos políticos. O CNRT pediu aos partidos para assinar
um pacto pelo qual renunciariam à violência que marcou os últimos 25 anos e
prometeriam aceitar o resultado da eleição: 14 dos 16 partidos legalizados aceitaram
assina-lo. É a primeira vez que os partidos timorenses vão disputar uma eleição. O
resultado é por isso imprevisível. Poderá estar mais virado para passado, exprimindo o
reconhecimento a posteriori para os que lutaram pela independência, a pensarem no

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futuro. A eleição destina-se a escolher os 88 membros da Assembleia Constituinte mas
o seu resultado, que deve ser conhecido em 10 de Setembro de 2001, servirá também
para o Administrador das ONU designar os membros do Governo de Transição que
levará o país até a independência - a Assembleia Constituinte poderá transformar-se na
primeira Assembleia Legislativa do novo Estado.

A eleição surgia como um grande sucesso da implementação de democracia para um


novo pais (apesar o pais pobre e rico em recursos naturais). Foram registados 384.249
eleitores e participaram 363,502 eleitores ou 94.6 % (veja tabela 2 em anexo). O partido
mais votado nesta eleição era FRETILIN (esquerda moderado) com 55 assentos.

Durante a administração de UNTAET o apoio externo e a restauração da lei e da ordem


ajudaram a estimular a recuperação económica. O esforço de reconstrução foi
particularmente intenso em 2000/01 e 2001/02 e o investimento total está projectado
para ser em média cerca de 50% do PIB durante estes anos. O crescimento foi de 15%
em 2000 (World Bank; 2001) e 6.4 % em 2001 (veja tabela 3 em anexo). O crescimento
previsto para 2001/2002 é igualmente forte, de 6.4%, apesar de ser bastante inferior a
partir daí.

Apesar de ter havido uma recuperação em muitos sectores, a maior onda de crescimento
deu-se em Díli (Capital), principalmente na construção, reconstrução e expansão de
serviços de apoio aos funcionários internacionais. Mas, este é apenas um impulso
temporário e transformar-se-á num refluxo com a retirada gradual do pessoal das
Nações Unidas durante o ano de 2002. Na altura da conclusão do mandato da UNTAET,
cerca de 75% do staff internacional terá já sido retirado. Díli sofrerá o embate deste
refluxo particularmente nos hotéis, restaurantes e serviços domésticos, bem como nos
rendimentos provenientes das rendas das casas. Espera-se, no entanto, que esta
inevitável contracção seja compensada por melhorias noutras áreas, como a agricultura
8.7% (2001) e 6% (2002). Para 2002 o crescimento global PIB seja -6.5% (veja tabela 3
em anexo). A partir daí uma forma de desenvolvimento mais equilibrada e sustentável
poderá lançar o país numa senda de crescimento mais estável.

A restauração da independência em 20 de Maio de 2002, entrou numa fase com grande


desafios, onde todos os líderes do partido vencedor, tinham, directamente, todos os
poderes e responsabilidade no funcionamento de um estado de direito democrático de
nome Primeiro Governo Constitucional liderado pelo Mari Alkatiri como Primeiro-

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ministro com mandato de cinco anos. Durante quatro anos do mandato, surgiram muitos
problemas em diversas áreas. Um dos problemas era o desemprego, um factor
importante que contribui à instabilidade política. O desemprego total em Díli foi
estimado em 2005 para ser 27 por cento, com o desemprego de juventude (idades 15-
24) estimado em 40 por cento de acordo com o IMF em 2004. Outro, era incapacidade
de gerir/minimizar o problema social e a segurança, que afecta as FALITIL–Forcas
Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) - conhecida por movimentos dos Peticionários 2006.
Era o inicio da crise política até hoje em dia (2008). O Primeiro Governo Constitucional
caiu nos anos 2006. Foram governados por Segundo Governo Constitucional, liderado
por Dr. Ramos Horta (2006) e a seguir pelo Terceiro Governo Constitucional, por Eng.
Estanislau da Silva (2007).

A segunda eleição de parlamentar em 2007 foi realizada por STAE com o controlo de
CNE, com participação máximo de todos os eleitores, que eram 415,605 ou 97.5% (veja
tabela 2 em anexo). Conforme prevista na constituição RDTL, artigo 106 ponto 1, "O
Primeiro-Ministro é indigitado pelo partido mais votado ou pela aliança de partidos com
maioria parlamentar e nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos
políticos representados no Parlamento Nacional". Para formar um Governo
Constitucional é preciso uma maioria absoluta de 50% + 1, para o preenchimento de 65
lugares no Parlamento Nacional (Constituição RDTL, artigo 93, ponto 2). O resultado
da distribuição dos mandatos por esses lugares foi a seguinte: FRETILIN 21; CNRT 18;
C-ASDT/PSD 11; PD 8; PUN 3; C-KOTA/PPT 2; UNDERTIM 2 (veja tabela 1 em
anexo).

A Fretilin venceu as eleições de 30 de Junho sem maioria absoluta. A Aliança para


Maioria Parlamentar (AMP), que agrupa o CNRT, a C-ASDT/PSD e o PD, conseguiu a
maioria dos deputados e disputam o direito de serem chamadas a formar governo, cujo
mandato é de cinco anos. O 4º Governo Constitucional foi liderado pelo Xanana
Gusmão como Primeiro-ministro.

Conclusões

Timor-Leste depois da Restauração de Independência no dia 20 de Maio de 2002, a


Fretilin tomou toda a responsabilidade para gerir uma nação com pouca experiência de
governante. O partido vencedor era a Fretilin com maioria absoluta de 55 assentos num
total de 88 assentos parlamentares. A ideologia de Fretilin onde foi fundada em 1974,

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era socialista pura. Depois do mandato UNTAET tornou-se como partido esquerda
moderada.

A economia Timor-Leste sofreu muito em 1999 por causa da destruição total dos
imoveis fisicos pelas milicias pro-Jacarta (Indonésia). Foi recuperada no ano 2000 e
2001, com o crescimento económico de 15% e 6.4%. Diminuiu para -6.5% (2002) e -
4.4% (2003) por causa do mandato de UNTAET, cerca de 75% do staff internacional
terá já sido retirado. Díli sofrerá o embate deste refluxo particularmente nos hotéis,
restaurantes e serviços domésticos, bem como nos rendimentos provenientes das rendas
das casas.

O partido Fretilin com ideologia esquerda, ganhou a eleição de 2001. Não conseguia
resolver muitos dos problemas. Depois do ano de 2006 surgiu a crise nacional que dava
impacto negativo à economia. Depois do segundo mandato que foi liderado pela AMP,
estava-se acelerar os esforços para resolver a crise.

Esperamos poder melhorar para o bem da nação.

Referência Bibliográfica

 ALESINA, Alberto e ROSENTHAL, H. Partisan Politics, Devided Government


and Economy. Cambridge, Cambridge University Press, 1985.
 ALESINA, Alberto. Macroeconomic Policy in a two-party system as a repeated
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 DRAZEN, Alan. Political Economy in MacroEconomics. New Jersey,
Princenton Univerity Press, 2000.
 HIBBS, Douglas. Political Parties and Macroeconomic policy. American
Polítical Review, v. 71, nº 04, p.1467-87, 1977.
 MAINWARING, Scott P. Rethinking Party Systems in The Third Wave of
Democratization. Stanford, Stanford University Press, 1999.
NORDHAUS, William. The political business cycle. Review of Economic
Studies, v. 42, p.169-90, 1975.
 PERSSON, Torsten. e TABELINI, Guido. Macroeconomic Policy, Credibility
and Politics. Chur: Harwood Academic Publishers. 1990.

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 ROGOFF, Kenneth, e SIBERT, Anne. Elections and Macroeconomic Policy
Cycles. Review of Economic Studies, nº 55, 1988, p.1-16.

Anexos:

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