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FALSUM COMMITTIT, QUI VERUM TACET

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Escrevinhação n.º 748


O HOMEM RELIGIOSO
Redigido em 10 de março de 2009, segunda Semana da
Quaresma, dia de Santo Macário e dos quarenta santos
mártires de Sebaste.

Por Dartagnan da Silva Zanela

"Se os homens são tão maus com


religião, como seriam sem ela?"
(Benjamim Franklin)

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Sempre que nos é solicitado para que

apresentemos uma característica eminentemente humana, mais

do que depressa é dito que esta seria a razão, não é mesmo?

Pois bem, como já é costume deste cabeça-dura inveterado,

ouso discordar da multidão adestrada por manuais didáticos

e por livretos pretensamente esclarecedores em seu intento

de ilustrar-nos com suas opacas luzes.

Se esta pergunta fosse-me dirigida, afirmaria

categoricamente que a característica humana basilar é a sua

tendência natural à transcendência, ou seja, o fato de ele

ter em seu horizonte as linhas de uma tradição religiosa.

Já a muito nos dizia o escritor romano Plutarco que ele

conhecera povos que desconheciam o dinheiro, outros que não

dispunham de exércitos e outros tantos que nem possuíam um

governante, porém, ele desconhecia a existência de uma

sociedade humana que não praticasse uma religião.

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Se existe um elemento que é universal em meio a

diversidade cultural humana é a tendência a transcender o

mundo aparente. A própria palavra religião, como todos

sabem, tem sua origem na palavra latina RE LIGARE, que

simplesmente quer dizer religar. O RE LIGARE muito bem

retrata essa tendência onde nós, seres humanos,

manifestamos nossa clara compreensão de que a realidade não

é apenas aquilo que nossos olhos captam imediatamente ou o

que nossos desejos gritam e nossos sentidos anunciam.

As tradições religiosas (não as seitas e cultos

ocultistas) situam o ser humano, de modo claro, no ponto

que Santo Tomás de Aquino nos chama a atenção no início de

sua Suma Teológica. Sendo o Doutor Angélico, o fato de não

sermos capazes de compreender um assunto ou de uma

determinada questão não significa que ela inexista, mas

sim, que nós não formos (ou não somos) capazes, que não

estamos aptos a compreendê-la.

Agir de modo contrário a isso seria algo

similar àquela historia do sapo que vivia em um poço e

quando lhe perguntaram o que é o céu este respondeu: “é um

buraquinho no teto de minha casa”. Da mesma forma que o céu

é mais que um buraquinho no teto da casa do sapo, a

realidade é muito mais ampla do que os buraquinhos de

nossas vistas são capazes de captar.

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Ora, um ser humano normal não porta-se como um

batráquio. Porém, tal impostura tornou-se algo cada vez

mais freqüente, corriqueiro e aceitável. Algo até mesmo

digno de louvor em muitos círculos. Todavia, desde quando a

redução da percepção da realidade é algo digno de respeito?

Desde quando a negação da vitalidade do fenômeno religioso

é algo que, em si, eleva o ser humano e sua condição

existencial?

Todas as grandes tradições religiosas sempre

procuraram de modo sereno responder as três questões

basilares da existência humana: (i) de onde viemos? (ii)

para onde vamos? (iii) qual o sentido da existência humana

e do universo? Atualmente, boa parte da sociedade desdenha

todo este conhecimento construído por almas iluminadas,

únicas, que através dos séculos contribuíram na edificação

deste tesouro espiritual. Nos dias hodiernos, troca-se tudo

esse tesouro por qualquer explicaçãozinha chinfrim do tipo

livro de auto-ajuda, ideologias políticas que se propõem a

transformar a terra em um paraíso ou então, nos casos mais

patéticos, pelo conteúdo ralo e insosso de uma telenovela.

Isso, meus caros, é o retrato caricato do homem

moderno. Tipo humano este que desdenha com ares Olímpicos

as tradições religiosas, as Sagradas Escrituras destas e os

escritos de seus grandes Santos, Místicos e Mártires sem ao

menos conhecer o conteúdo que está presente em suas laudas,

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pois, estes indivíduos crêem que pelo simples fato de terem

sido paridos neste recorte temporal, neste começo do

terceiro milênio da Era de Nosso Senhor, já seria o

suficiente para caracterizá-lo como membro de uma espécie

de seres superiores a todo restante da humanidade e assim,

sentirem-se autorizados a abominar aquilo que eles

desconhecem totalmente ou que apenas conhecem através da

imagem distorcida que os seus contemporâneos edificaram

delas.

O que é mais esquisito é que esses mesmos

indivíduos que detém apenas alguns rudimentares

conhecimentos históricos (quando o possuem) e doutrinais

vêm até você com toda aquela pompa e querem te passar um

pito, lhe dar uma lição sobre o que é a Igreja Católica e o

que são as religiões, confundido o que elas são com toda

ordem de seitas e cultos ocultistas, como se tudo isso

fosse, necessariamente, a mesma coisa.

Por fim, já que o assunto são as manifestações

do Sagrado, pergunto aos sabidos e entendidos em assuntos

desta seara o seguinte: já que vocês conhecem tão bem o que

desdenham e criticam, me digam uma coisa: (i) Qual foi o

critério escolhido pela Santa Madre Igreja para escolha dos

Evangelhos Canônicos? (ii) O que é a doutrina de Castas

Hindus? (iii) Quais são os critérios que determinam a casta

de cada indivíduo? (iv) Por que permanece junto a Caaba um

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ícone da Santíssima Virgem e outro do Profeta Abraão sendo

que O Profeta Mohammad (que a Paz e a Bênção de Deus

estejam sobre ele) destruiu todas as imagens? (v) Qual a

razão de O Profeta não ter destruído esses dois ícones?

(vi) O que é o caminho óctuplo budista? Chega. Não, mais

uma pergunta: (vii) apresente duas referencias

bibliográficas para cada uma das respostas que você

apresentou para si neste exame maiêutico.

Quer dizer, se você realmente está disposto a

admitir para si mesmo neste experimento que o grande

progresso da modernidade resume-se simplesmente no acumulo

e na reprodução de informações estocadas em arquivos,

bibliotecas e bancos de dados ao mesmo tempo em que se

multiplica a presunção da nossa ignorância e nosso esmero

em macaquear uma pseudo-superioridade moral e sapiencial em

relação a todo o restante da humanidade que nos antecedeu.

PAX ET BONUM
http://professordartagnan.tk

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