Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
1970
1973
1976
1979
1982
1985
1988
1991
1994
1997
2000
2003
2006
Reino Unido 64,9 53,2 34,0 42,1 41,0 43,3 48,5 Alemanha referem-se
tremendamente nas últimas décadas? à Alemanha
Suécia 27,0 40,3 42,3 55,3 50,0 41,9 41,1 Ocidental.
Por que razão observamos défices elevados nuns países e noutros 28,0Comissão
Fonte:
Estados Unidos 26,4 Europeia
44,2 (2003),
40,1* European
36,60 Economy.
36,8 38,00 Fonte: Comissão Europeia (2003), European Economy; OECE Economic Outlook, Junho de 2007
não? 31,3 37,3 57,5Universidade
60,6 do 56,5
4 Média simples Minho 51,2 54,9 5 6
Desvio Padrão 18,7 19,5 29,5 28,2 26,3 27,3 27,1
Universidade do Minho
O modelo de estabilização da carga O modelo de estabilização da carga O modelo de estabilização da carga
fiscal como ponto de referência fiscal como ponto de referência fiscal como ponto de referência
Os défices/excedentes orçamentais devem ser utilizados para suavizar choques Este modelo por si só não é capaz de responder às questões acima
De acordo com o modelo de estabilização da carga fiscal (“tax-smothing model) temporários nos gastos e nas receitas públicas. colocadas.
proposto por Barro (1979) e Lucas e Stokey (1983) a minimização das Dois exemplos:
distorções causadas pelos impostos requer estabilidade nas taxas de imposto. Há que recorrer a aspectos políticos e institucionais para explicar os
Guerra Ciclos económicos
As distorções marginais são crescentes com a taxa de imposto. factos.
G, T
G, T
P Grupos de modelos que procuram explicar os desvios face à política
T
Carga excedentária do imposto = (1/2)tΔX. G
G orçamental óptima sugerida pelo modelo de estabilização da carga fiscal:
T
Elasticidade preço da procura: η = (ΔX/X)/(t/p) Ù modelos baseados na ideia de ilusão fiscal;
A C ΔX = ηtX/p Tempo
Tempo
Carga excedentária = (1//2)t2η(X/p)
B B modelos de gestão estratégica da dívida;
t
B G modelos de redistribuição intergeracional;
modelos de conflito de distribuição;
Tempo Tempo modelos de interesses geográficos dispersos;
Q
7 8
modelos de instituições orçamentais. 9
Universidade do Minho
Modelos de redistribuição
Modelos de conflito de distribuição Modelos de conflito de distribuição
intergeracional
Salientam os conflitos entre decisores/partidos com influência simultânea na
política orçamental.
Velasco (1995) atribui a maior tendência para o défice em governos de
Modelo de “guerra de atrito” de Alesina e Drazen (1991).
coligação ao facto dos ministros não internalizarem a restrição orçamental.
Um choque orçamental exógeno permanente cria um défice orçamental.
Dimensão do executivo
Um planeador social reagiria de imediato aumentando os impostos para
equilibrar o saldo orçamental. Poder do ministro das finanças
No caso de um governo de coligação composto por dois partidos:
A evidência empírica é bastante favorável a estes modelos.
Os dois grupos devem decidir a forma de partilhar o custo de estabilizar a dívida.
É racional atrasar a estabilização se: esta originar custos maiores para um dos
partidos, ou os dois partidos desconhecerem os custos para o oponente que
derivam de adiar a estabilização.
Os custos de adiar a estabilização incluem as acções políticas necessárias para
evitar que o oponente desenvolva um plano de estabilização que o favoreça.
Quanto maior a demora maior o custo da estabilização porque a dívida cresce.
Fonte: Anuário Estatístico de Portugal 2006 – Edição 2008. 13 14 15
Limitações face às questões colocadas: médios, assim como a rapidez da resposta a choques adversos. para um dado nível de despesa, mais ou menos eficiente?
São estáticos. B. Procedimentos de votação na preparação e implementação do (2) Qual a influência dos procedimentos de votação na distribuição final
O tipo de despesas discricionárias que este modelos realçam não cresceu orçamento; dos benefícios líquidos entre as regiões de um país.
rapidamente nas últimas duas décadas.
C. Transparência no processo orçamental.
16 17 18
Universidade do Minho
Modelos de instituições orçamentais Modelos de instituições orçamentais Modelos de instituições orçamentais
2- As regras referentes a possíveis alterações ao orçamento. C. Transparência no processo orçamental
B. Procedimentos de votação na preparação e implementação do
Distinção entre regras fechadas e regras abertas (a proposta
orçamento; A falta de transparência aumenta a capacidade dos governantes para iludir o
apresentada pode ser alterada antes de ser votada).
Dois aspectos têm sido enfatizados: eleitorado.
As regras abertas criam atrasos na aprovação das propostas.
1- O timing das votações Os trabalhos empíricos nesta matéria
As regras fechadas (1) levam à adopção de orçamentos mais
Do ponto de vista da disciplina orçamental é importante determinar se ineficientes; (2) fazem com que os benefícios recaiam utilizam índices de transparência nos procedimentos orçamentais;
primeiro vai ser votada a dimensão agregada do orçamento ou se fundamentalmente na maioria mínima necessária para que a
concluem que a transparência tem efeitos positivos na disciplina
cada programa de despesa vai ser votado individualmente. aprovação da proposta; (3) tornam os procedimentos de votação mais
hierárquicos . orçamental.
A evidência empírica sugere que votar primeiro na dimensão
Uma limitação frequente às alterações orçamentais consiste em não
agregada e depois na composição favorece a disciplina fiscal. As instituições orçamentais variam muito de país para país e podem
permitir aumentos do alvo para o défice. É frequente a possibilidade de
2- As regras referentes a possíveis alterações ao orçamento. reafectação de dinheiros públicos entre projectos. explicar a dispersão nos comportamentos.
19 20 21
Análise realizada por Alesina, Análise realizada por Alesina, Análise realizada por Alesina,
Cohen e Roubini Cohen e Roubini Cohen e Roubini
Dados para os últimos 30 anos dos países da OCDE. Principais resultados:
Principais resultados:
Modelo testado: Variáveis políticas:
Variáveis económicas:
Δdivit = δ0 + δ1Δdivit-1 + δ2ΔUit + δ3Δyit + δ4divit-1Δ(r-y)it + δ5ELEit + δ6ESQit+ δ7POLit + υit δ5 > 0: os défices aumentam antes das eleições
i = país; t = ano; 0 < δ1<1: persistência nos défices e ajustamentos lentos δ6 > 0 mas não é significativa: os modelos partidários são ambíguos
Δdivit = défice anual medido como a variação do peso da dívida pública no PIB; quanto ao impacto da ideologia dos partidos no défice.
δ2 > 0: aumentos no desemprego diminuem as receitas de impostos
Δdivit-1 = valores desfasados da variável dependente; δ7 > 0: maior fragmentação dá origem a maiores défices
e aumentam os gastos
ΔUit = variação na taxa de desemprego; A inclusão desta variável não altera as conclusões quando aos
Δyit = variação na taxa de crescimento do produto; δ3 < 0: aumentos na taxa de crescimento do produto aumentam as CPE.
Divit-1Δ(r-y) it = o valor desfasado do peso da dívida no produto multiplicado pela receitas de impostos e diminuem os gastos
variação na taxa de juro real menos a taxa de crescimento do produto; Outros resultados de R&S:
ELEit = variável muda para o ano da eleição; δ4 > 0: aumentos na taxa de juro real aumentam directamente o Os efeitos da fragmentação nos défices ocorreram sobretudo após o
ESQit = variável muda que identifica os governos de esquerda; défice primeiro choque petrolífero.
POLit capta o grau de fragmentação do governo; A fragmentação não cria os défices, mas atrasa o ajustamento
υit = termo de erro. orçamental a choques externos.
22 23 24
Universidade do Minho
(Des)vantagens da existência de regras (Des)vantagens da existência de regras
Considerações de ordem normativa orçamentais numa união monetária orçamentais numa união monetária
A constatação de que factores políticos distorcem a política
Argumentos a favor da imposição de regras à 1º Assume que os países podem aumentar os défices de
orçamental levou à sugestão, de ordem normativa, de que esta
forma a absorver choques negativos sem criarem problemas
deve ser conduzida com base em regras que restrinjam o condução da PO:
de sustentabilidade da dívida.
crescimento do Estado e dos défices.
1º Assume que os países podem aumentar os défices de forma a Principais determinantes do peso da dívida no PIB:
Na Europa, o tratado de Maastricht e actualmente o PEC foram absorver choques negativos sem criarem problemas de O peso do défice primário no PIB contribui para o
elaborados com base nessa ideia. sustentabilidade da dívida. agravamento do rácio;
A evidência empírica de que as regras de orçamento equilibrado A situação inicial do peso da dívida pública no PIB
2º Países com dívidas excessivamente elevadas geram
restringem, de forma eficaz, os estados americanos de terem externalidades negativas aos demais países da união O crescimento da economia facilita a diminuição do rácio.
défices elevados aumentou o número de defensores das mesmas, monetária porque pressionam para a alta as taxas de juro na Uma elevada taxa de juro dificulta a sua redução.
como forma de aumentar a disciplina orçamental. união monetária.
25
Universidade do Minho
(Des)vantagens da existência de regras
orçamentais numa união monetária O caso concreto da União Europeia O caso concreto da União Europeia
Argumentos contra a imposição de regras à Longo caminho de integração percorrido pelos Estados Tratado de Maastricht (Tratado da União Europeia)
condução da política orçamental: Europeus Aprovado em 1991 e ratificado em 1993, após a aprovação
Tratado de Roma em 1957 instituiu a Comunidade Económica pelos Parlamentos de todos os países.
A primeira externalidade negativa mencionada no segundo Europeia (CEE). Definiu os critérios de convergência que os países devem
argumento não se verifica se os mercados de capitais forem
A terceira e última fase da União Económica e Monetária (UEM) cumprir para passarem à 3ª fase da UEM.
eficientes.
teve início em 1/1/1999. Os países participantes foram seleccionados em Maio de
Neste caso, o aumento da dívida de um país para valores 1998, com base nos resultados económicos de 1997.
A fixação das taxas de conversão entre as moedas
insustentáveis apenas aumenta o prémio de risco nacionais dos países participantes e o euro. 11 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia,
associado à dívida pública desse país. Uma moeda única - o euro França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos e Portugal.
Não é fácil fazer cumprir as regras estabelecidas. A condução de uma política monetária única. Dinamarca, Inglaterra e Suécia optaram por ficar de fora.
As taxas de juro no mercado monetário na área do euro Os outros países poderão juntar-se-lhe mais tarde, quando
passaram a ser sensivelmente as mesmas.
cumprirem os critérios de convergência.
O caso concreto da União Europeia O caso concreto da União Europeia O caso concreto da União Europeia
Critérios de convergência: Critérios de convergência: Euro
A taxa de inflação não poderia superar em mais de 1.5 A taxa de juro nacional de longo prazo não poderia 1 de Janeiro de 1999
pontos percentuais a média das três taxas de inflação mais superar em mais de 2 pontos percentuais a média das Introduzido nas operações realizadas nos mercados
baixas. taxas observadas nos três países com menor inflação. monetários, cambiais e financeiros
Objectivo: estabilidade de preços. Objectivo: evitar grandes diferenciais nas taxas de
1 de Janeiro de 2002
A moeda nacional teria que ter pertencido ao Mecanismo juro, que levariam os capitais a fluírem para o país
com taxa de juro mais elevada. Introdução física de moedas e notas em euro
de Taxas de Câmbio do Sistema Monetário Europeu na
banda normal de flutuação durante os dois últimos anos e Critérios ao nível da política orçamental:
não ter sido desvalorizada durante este período. Peso da dívida pública no PIB inferior a 60%
Objectivo: evitar desvalorizações de última hora. Peso do défice inferior a 3%.
Universidade do Minho
O caso concreto da União Europeia O caso concreto da União Europeia O caso concreto da União Europeia
Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) Dívida Pública (% do PIB)
O Conselho Europeu de Dublin (1996) procurou 160
assegurar condições de estabilidade para além do início Entrou em funcionamento com o início da UEM (1/1/1999). 140
da terceira e última fase da UEM através do: Impõe regras à condução da política orçamental na UEM. 120
Tanto o tratado de Maastricht como o PEC parecem ter 100
Pacto de Estabilidade e de Crescimento sido elaborados mais de acordo com a visão de que a Bélgica
80
Destinado a garantir uma gestão sã e duradoura das política orçamental deve ser conduzida com regras numa Holanda
finanças públicas nacionais dos países participantes no UM do que com a ideia de flexibilidade das políticas 60 Itália
euro. orçamentais. 40 Portugal
70
72
74
76
78
80
82
84
86
88
90
92
94
96
98
00
02
04
06
08
entre o euro e as moedas dos países não participantes.
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
20
20
20
20
20
Procedimento do Défices Excessivos foram alargados.
Fonte: European Comission, European Economy – Public Finances, vários anos
O caso concreto da União Europeia O caso concreto da União Europeia O caso concreto da União Europeia
140
Dívida Pública (% do PIB) O PEC tem duas componentes principais: Componente preventiva:
120
Componente preventiva: Cada Estado-membro deve apresentar à Comissão,
100
Objectivo orçamental a médio prazo Anualmente, um Programa de Estabilidade e
Cada Estado-membro deve assegurar situações próximas do Crescimento para os próximos 4 anos
80
Portugal equilíbrio ou excedentárias.
Semestralmente (Março e Setembro), o Reporte dos
60
Espanha Na definição de objectivos é tida em consideração a situação défices excessivo.
40 específica da economia de cada país:
Irlanda
Necessidades de investimento público, rácio da dívida pública A Comissão faz recomendações sobre cada programa
20
no produto e crescimento potencial actual.
Servem de base aos pareceres do ECOFIN (após
0
Trajectória de ajustamento para o objectivo de médio prazo: consulta do Comité Económico e Financeiro).
70
72
74
76
78
80
82
84
86
88
90
92
94
96
98
00
02
04
06
08
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
20
20
20
20
20
Universidade do Minho
O caso concreto da União Europeia O caso concreto da União Europeia O caso concreto da União Europeia
Procedimento dos Défices Excessivos (PDE) Procedimento dos Défices Excessivos (PDE) Este depósito será convertido em multa se o défice
excessivo se mantiver.
Dívidas públicas superiores a 60% e défices superiores A Comissão analisa o respeito da disciplina orçamental
Em regra, o prazo para a correcção de um défice
a 3% são considerados excessivos a menos que: com base tanto no critério do défice como no da dívida.
excessivo é de um ano;
Decorram de uma circunstância excepcional não Um país cujo défice/dívida seja considerado excessivo será Anualmente, o esforço orçamental mínimo de
controlável pelo Estado-membro e que tenha um sujeito a uma recomendação do ECOFIN redução do défice deverá ser de 0,5% do PIB, em
impacto significativo na situação das finanças públicas. Que deve ser implementada num prazo de 6 meses. termos corrigidos de variações cíclicas e líquidos
de medidas pontuais, e o prazo inicial para a
Resultem de uma recessão económica grave. Caso não o faça, podem ser aplicadas sanções 16
correcção do défice excessivo deve ser fixado
meses após a verificação do défice excessivo:
São tidos em conta outros factores pertinentes e os tendo em conta esse esforço orçamental mínimo.
efeitos de reformas estruturais que impliquem uma Depósito não remunerado de 0,2% do PIB e mais
0,1% por cada ponto acima dos 3% até ao limite O Conselho ECOFIN pode também decidir aplicar
deterioração da situação orçamental no curto prazo
global de 0,5%; sanções não monetárias.
Universidade do Minho
O défice excessivo O défice As medidas não são O défice
INTERDEPENDÊNCIA
mantém-se: o excessivo é aplicadas: o Conselho excessivo é
Fase 8 Conselho ECOFIN corrigido: o ECOFIN notifica o corrigido: o ORÇAMENTAL NA UE
aplica sanções ao procedimento Estado-membro procedimento
Estado-membro é encerrado. participante para que é encerrado.
Bibliografia:
participante. tome medidas. Programas de estabilidade e crescimento.
Resolução do Conselho Europeu de Amesterdão de 17 de Junho
de 1997, relativo ao Pacto de Estabilidade e Crescimento.
As medidas são aplicadas: o procedimento é suspenso. Regulamento (CE) 1466/97 do Conselho de 7 de Julho de 1997,
Fase 9 A Comissão Europeia e o Conselho ECOFIN continuam relativo ao reforço da supervisão das situações orçamentais e
a acompanhar a sua aplicação coordenação de políticas económicas
Regulamento (CE) 1467/97 do Conselho de 7 de Julho de 1997,
relativo à aceleração e clarificação da aplicação do procedimento
As medidas mostram-se inadequadas: O défice excessivo relativo aos défices excessivos
o défice excessivo mantém-se. é corrigido: Regulamento (CE) 1055/2005 do Conselho de 27 de Julho de
Fase 10 2005, altera o Regulamento (CE) 1466/97
O Conselho ECOFIN aplica sanções o procedimento é
ao Estado-membro participante. encerrado. Regulamento (CE) 1056/2005 do Conselho de 27 de Julho de
2005, altera o Regulamento (CE) 1467/97
Fonte: Boletim Mensal do BCE – Maio de 1999, pág. 58
Universidade do Minho