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ENTRE

DE SAUDE PUBLICB DO REINO NO DIITRICTO DO FUOJCKAL

X1OPt

Cílsur Aiglrsto fizi~*iáo Pitta

dr. em medicina.

U&&@Q&&
~ v ~ @ ! ~ DA
~ &F&Dgi
~ ~@J5),jffiGyt%vTfi
i
Adquirida pela Camara em leilão
judicial do espolio do Dr. Cesar A.
Mourão Pitta
Veja-se acta de I d'Agosto de 1907.
O GOVERNO CIVIL E R DELEGllÇfi0 00 CONSELHO

C~sirrAt~yusio Illozlriio I1itta

dr, em medicina.
AO

COiISELHO DE SAUDE PUBLICA DO REINO

Em testimunho de respeito e apreco pela


firmeza e energia com que sustentou, em quan-
to pode, as disposicùes da lei, c na conformida-
de d'ellas defendeu as attribuicões das auctori-
dades sanitarias.
AO LEITOR

(.i assumpto que fórma este folheto foi


tratado em diversos artigos escriptos por alguns
amigos do snr. dr. A. L. Pitta e publicados no
pcriodico - Flor do Ocenno.
Tomei a maior c mais decidida parte n'es-
tcs trabalhos, que agora aqui reuno, publican-
do-os e assumindo d'ellcs toda a responsabili-
dade. Cumpro n'içto um dever grato ao meu co-
iacao; faco a apologia do procedimento de um
Iiomcm, a quem sobejava razão, e julgo-me feliz
dc assim a fazer valer perante o publico.
i
ENTRE 0 GOVERNO CIVIL E d OELEGfiÇLE: i35
CQMSELHO DE SRUDE P ~ B L I EDO~ EISTRICTO DO Friiwcnab

E' incrlvel quão profuinda infiriencia exer-


cem no modo de rer E serihir das pessoas, os lo-
gares que estas habitam, as aceideiries e antigas
tradições anaexas a eei,es logaies I
O palacio de S. Lourm~oera n'ouiro tem-
po a rnagestatica residencia do ~ O S C ~ ~ S C Le~ GU-
O~.
pituo general, -oritidade. poliiica obsoleta, qiie
sob o antigo regimen representara,' na governair-
ça d'esia iiha, a pessoa d'Iii-Rei.
r-
lremenda re~:oiucáo social tem, desde :4820,
1)rofundamenti: ~erneehicloe aiteiado as relocóes
das pessoas c das cousas na ordem polirica.
Mas, apezar d'eEla; o palaeio d: S. Louaenco "Em
:c~iiiinuaiia :iscr quasi o mrsmo : n2.a (~:IRVtran-
sigir com a i.croiuyFio; ail:c!a bebe cku lro i ~ i ede
JoE, Di:iiz (a) ; aii:d;a conserva o çiilisiro condão
de corromper; o qnasi quc denega o abrigo dc
seu tecto c o remanso de suas saias, 3 todo o ma-
gistrado que não consinta em se ir surdamente
coneertei!do em ym?ei.::írdc~r e capitno y~zeral.
Qireui acta!rnuniu . - iiahiia este palacio, C
o scr. Jaci:iio hn:oi,:o ;+rc:i:;ro. F se bem T e
este cavalbeiio não tenha motivo aigam plausi-
vei a pre!cn$Oes nriç!.oeraiicr;s, o certo é que
rpem o tivesse e ~ n h i e i d oem Bejja, ora redigin-
do proa(~riis, ora *.-! iO'>,-, c ;>. ; : ~:li.Ggos
c r ~ ;. ~ d gazeta,
mal poderá rcconbecd-o ?gera, no topo da sala
Eilada de S. Eagreíljo i,:)], + u s ~ o i i a d m o e s p a l -
'

dar do Eslcdo, ~ ~ x í i ? j n n dpor o riem passa-icrn-


po o bustág i: go?xrwad3, e cq13:an yeneriil.
Seja rr1aicfie:a isi-iieiicia da c;s:i, do bns-
tão ou do espaldar, o i1lrasii.r rrdactor do Be-
jcnse, que otitr'ora tmt3 se e:lfi~rxi:s c eshrave-
java co:~tril. os ~!e~;I.!:~smoç dos p:.e.rn:*il?~sd a
(a) Pvr 'saia!! $0 palacio de S. Lour-ligo n a n a m
copiosas b i l l e ~ ,tinia idas ~ U B P Stoa?, 0 nome 6e Jniio
Di:r:z. como os goverfialiorea e cai:iiEcs .$e::,eras;, cuji,
governo-eni regra --era fsiennal, B p?iriiipio cura-
vain com dcivsi!~dcs iiiteresses da coioriia, mas !icpois
iam progrc~sivamentrdescainóo iia i n u c ~ á : ~iieiieiao , e
dcspotisr:~, a ooy/ra :pp::lar a::riix>i:i esta iíiudaafa i
ii~flucociadrlereria d:: zgrin da ,Fo~!zte Ú's Js60 3Zxi2,
( b l Era a sala do paluilo de S. Loarenço , onde
estava de'oaixc d'uin docal o retrato d'ei-rei, e onda,
ncs dias de bija-;,':O. ~ e c e h i aO g o . i i i í . u L ~ i O capit50
gcireral o cortejo das nnetoii<lad~se corpos udrciriistra-
tivos e d;; govcrning! da colo~ia.

,-,
sua terra, em chegando a ser çaicriio ii'csle
disiricto , ío:nonac ii'cm d'ci!cs.
Em ioi-no do ccnflicio qce s. ex." acaba de
levantar conka a ùe1og;i~;Zo do coriseibo de sau-
de pthlica do reino, o;: -mais i;io;;ria~uente-
contra o mesmo eoriruiiio, agrupáo-se uns pou-
cos dz $ctos; cuja a i ~ a l j s s !e:.;iri ás i~liirnus
raias da euidençia s q ü e o sr. PerdigBo, corn o
nom8 de gover;lailor aI,di, p:.eicnric ser neste
dislricto o gwientcidor e cilpiicis p , q i ' ~ l do ari-
trgo rcguilen.

A ç s i s t i ~ o ç , .jIiimanier,!e; 30 C Ç ~ C C ~ ~ CdeU I O
um co!:ilicto .de. s aaeioridade , iei,an!o,do pelo sr.
smovernador v r v i i , que iiiegal e vioie!~iarncntefoi
ingerir-sc no go;ei.no iiu cinja ii:pailiç5~piihlica,
qGe lhe na0 6 si-!!ordintidn, mas no consslho de
sauze pblkic;, do rei-u9 e ~~~eieciial~ic esle ao go-
verno de .S. ?$;i;;eslacie.
s aq" o o,.s,,,do
-7.
-:.' d n q;;.?si;?.
v,ws.atLiirc,
- 1 ,..~:.- o derre;o <jG 2% c* ::?;:c;rci i,~ l i., j i j c r ,
, * > . .
quweg3jo3 0 c e i i i ç ~d i s q::z:.~:~laii;i~,» SC-

carta de szude, a J para sei. ccmsiucr:*oíL


., .
regiil~r.,cieceri sr: piss.ada, ci;n:o:~n:i: o modi:io
oficiai , pelo conçu1 y ' I i ; g ; x s da" pioceiiei~cia,
com os ?,i~ii;~ dos consc!:s poririg!?czc.s dos por-
tos de sua escala o~ ;irrib:xia. 8
.;:1
L
.,,7
fr!:;i <i: c,::$,>: poi'lUgyiy ,, poderá a
ea,.ia r':e a. , . ~ s[,r -..;<.c., ;.:, C 0s J I ~ S ~ G rcfcreri-
0 S
dados peios ionsirle; <Ir k2eei;ai.iia, c nr, falta
d>~si,:s por aivi.:? 0:". :!rç&s qae e5its~eiemein
seia)áo du anrizaLie o con!me?cio com Porto,nal.n
-.
s çarias, qac na3 iroa:aerc;ni re[ei.endcc
consitin:,, não ieráo credií,o nem validade alguma..
Era :,porias publicado o reguIamcnEo, de
piomp!i? rx~sliou a expciiei~ciaque a riçcrosa e
absoiilii, oI~s?iliai:cia . ci esta U;Liina urovrsao
7, 11,. . - po-
&ria, si11 aignns sas:):., scrvir de 'is;!Priilho e
enii;;~;?:ço inuiii ao vorr?rnurcio Cesia iiUa; e por
isso s reçpeviira associa;ão ~ ~ o n m c i e i aforie i , eorn
o :pio das Eavorarcjs i!ifoiinzçi:as dos snr."elc-
> .
p u a do ~3i!sciiro e g m i d u mbr da s31ids, ira-
c[o3 c!c,-o. iL!!o,sYn:ar
..n q :%r vi2 do sco piesidente, ao
coose!iio
.., sa:.& p i I i c a 8 3 reijjo, pedindo
i?jndirj-:,$o $;:,;:ia ~jrcjiril:c~o ao rc~aia:acnlo.
.-
9 i i ciixrilo 3 r:pi'eiie!!i~y23 seguia para o
?
.
se-; bcii:no, o sl?r.,
,
do en:-~su\h~,so\\í-
i,

c,ito ein concilia;. c o n ~ os devercs dc scu cargo


os icsi:imoç iillrrsrii; d!j ~oii.t~er:in, ?ornava
>..
$33 s:.? ;.*~í!oi?s;:~~!id:id:: O zi:~iirio de a:lc!uri-
sar o snr., grartS3 !nó:. a, ncl>~il:ii. a iirrc práti-
ca as eínj2-ca(.~co .
d
, qsc, arrii:::aas e viridas de
poiio iim;:o, iri~ixessenr cirta de saud:: limpa,
posto. i,l:i~ seca ?,c,c';.2!;:-' ca:zsz::'ur, e szlisr":zts-
..
sem a i c d s as ouiras e o r 2 i ~ ~ , :esigídas s iio re-
1 0 , em qiianio o csmputeni,e tribunal su-
perior náo to:ilasse co::!hceir::cnto do negocio e o
o resolressc ( i ) .
Dentro 921 pouco, i, rcpresenta~5oda asso*
~ e

çiac;:o cC:PnO-.,
I i i ~ ~'. a o n d eou ccnsellio de sau-
.,--r

de, e:iaru.ido e?:; 3fGcio de t, dc jiili~o Ultimo


a segcir;lc ~IBCIU;;~~ :
c
.
Goc
* -
na çoniorinidade das disposiçoes do
ariico':
ia."
n
do
,(~ -
decicio regulamentar de i&.do
j a x r o de %:;O%, q i ~ uveio revogar o. reçulamen-
i,o de 2 cie março íis $860,i ~ ã ocai,e nas at-
trihuicúrs do consrlho duferii ao pedido da as-
sociação uoixncrclil, e que sii ao cjocerlao, a
quem c!!. poderi i r s ciimpre resolver si-
i arcicn$áo.
)>

m vista d'es!~? dcspnctio


q. .
do coiiseiho, o
$ 2 ~ i e i c p j 3 ncslc o!s\i.jcio kz o qoc de-
, .
via fazer. D v ~ 6 o ~.i:::ic~~iloriiodoelle ao snr.
qilarda ?::6rl ;e~;<igon c arbir!.i» qiie tomira ; re-
.;.irou a cor~dicionu!aoçio;isacáo que Ibe déra, e
ordciiou-lhz 1 ' ~ csn;?risse o dcs;::icbo do conse-
o , . rcpir,dc cn 1:j~no v j g ~ i .O o 17." do
decreto regi:ixi:oa:;r fio 44. He j:inciro último (2).
Q!13 k z r?o12::? c si:;. guarda mOr? E ~ me- I
nos-cabo dn iri c das oi'dcos superiores da au-
cioridacic ccm;;*ie;!!c, coniiouoi: a admi:tir a li-
yyG p,,,d.,,,t
r,,.ne.8
, : ~ , . -;r cmb:rca$ócn G Ü C , oa nao i,raziam

caria" de . s a d e , o c a Iraai::ir? nr'3 i.e~iular por


!iic iaitzr n ~cf2rendu ç 0 3 ~ t i i ü i . ;C qilando foi in-
tinracio pc!o s:!i.. delegado para çne o i ~ ã ofizes-
, .
,,.;:,,,;.rou
rc:s-. :,.. : ;cspoiideridu qiie o fazia em vir-

rude ù'cr-len que para isso reveb8i.n de S. e ~ . "


o govwnxlor civil ri'esie disiricto ! . . . ( 3 , k ) .
T ~dai. I .:
Pa.gun1z.s~:--- .rcdia o snr. governador ei-
oj.i:ci?i. yoniti ein vjrtilde d'elia sus-
p c t i l c r a cxcciiçZo Yc o i ~ ~Ici a sanitaria, e an-
nullnr uiua clueisão do eo?~se!i~ode scritle phbl;-
ca do rei:i3? Pocii. zrrogar a si uma niictorida-
de stiperio: i que exerce o ii!es!no consciho em
assuuijiios ti:: sua .eipuciu? comp~ivncia? inodia
fiiililrilenie inirornehtrr-sk nu. de!rirac%o do corise-
lho de s:iii!ic, e iniui.r.om!~ci 3s reiaçces de subur-
djnayáo qiie cn:g,o se dzráo enl!.r? o sn:.. grarda
mór e o eiiefe d'aqnelln ~ . ~ j i ~ i . L i ~ i i ~ ?
N o seti alvari de 3 cl'agosío, . .qiiv
~ >
vae 11:t
nota n . " i O , i i z o çni. coceruaooi
c'"
cirii-quc<(po-
dia^; e como fontes d'csie f~ocli;. q i i e se arrozn,
invoca as ai.trEl:ul~âcç que lhe $50 co:iCcrid:iç . pe-.
]os 22$, n . 3 5 234, do çodigo u ~ c ; j n i s -
tralico.
Examinemos pi;usnd~~ni:ei?:ea, doili?ir:a d'es-
tes artigos do cud:$o ; pcrqoe s 6 assiri? pdsre-
mos apreciar a icgo!idacc do ;cio do S. cx.": s5
, ?

assim poderemos sabci se :ii::os :ii.:n;e c!a, âd-


. .

>.
miuislra$o $este ~ i s í r i c t o!:~q y~cc:r~;ciG~r&;i!,
ou uin govvrizndoi c c ~ p i l c o gc:zei.í;i.

O artigo 2", n." 5 do cB(iigD zsçjTiI:-


Compete a3 gcaer~tc;doi.;ui a ijlsi;:eq6o (i2i.i' e
sz~pwinr :iObi.v [C C X ; ~ C Y C ~ OCIB toias T.S leis
.
e :.e-,
yzbla?izenlo.s de aki,.i.Iisli.ayCo p r o ç e : ~ l opai c:!;íos
seus 6s neccssi:ir2des do
..
~ ~ i ' t i jv;bltm,
~i? 0% ?,e-
p ~ ~ c ' " ar
! ~(í3-ci.iz0
~ ~ &Cjillr'iZI1Oeu@?%
('7" Sti;y:'"
diY>/I,3.
'

Q n e ~ i , c,om aniii:o desprevenido, fizer a


leitura c an:iiyso dacsta disposição, vcrh que eu1
viriude d'clia tem o go~ei.:!?doi. civil o direito d e
i,qvccáo
i ..
o" ycrai e sliperigr ~ 0 b i . 2c a erceoção n
-.. noic-se bem -sDDre a .e,~i-ecuclZo . . rle lodizs as
1845 c i^eqcl;::nJc]l;i.a cce r:j.i!~is:ra$o.~
&iaS ,L:. o i : . . ~ n i t i - r &!iC'i)iUi~t~n~ü~
i , , ? i rC".,:~.-r.-,i ~~~ 1120
sáo tcdns as b i s :le,nl todas cs rcguiamentos: náo
são, ,por ~:iemplo, ns leis i?~iiiiares,ccm as eccle-
siasóacii, nc-in as civis, nem as w;lzinci,e.s, nem
e, .,3.9,:amei:ie
as i $ ~ ~ t~...r:-= s diciãs, nzim 3 s IiiÉe~iriris,
. .
nem as t i c A ; k n s nern as s(<i:t[ii :a.Sodas estas
;

leis e os rc~uian1ri3toçcorrelatos estão fóra da


o . r e syeiior do goae~iiadorcivil;
porcirlc ha ou;?as a~uioridac'ss~msgislrados e
iriiiii!raeç. . espcciaes e enpeiiore; , que leem a
cargo ~ i g 1 . xp i a exeeúCã,o G'ciias.
X~'eiç: -,aia ii!iAi o (::?Uip ao governa-
doi civi? O :.~ircij:o do inspecmo more a exec.tl-
&ç leis fi>:~fl~risti.rrt'vns ? E' sea: &&vida 9%-
2. 2 i!le :;s f 3 . y cxeci.;i/ir p i a s f ! : l i ; ~ ~ ü l l a ~ i ~ ~
, q~!0 çáo SlibOrdji;adoS;
. ,.. .
é de cw:o pa:a as r:i;ir.in?zr . . e!le proprio, riem
pura c ~ C I ! as t~ aq~ielles que
recm a cargo a csL:,c::çio ii'ciins.
Por cser;;pla: se as lei:; e rcgularnentos sa-
nilccrios fr;sss;ri leis e rrg!ilarnentos L;e adnzinie
tl.a::ar?, era a::ri!buicao do gore;aador civil,
aitefita a disposiç5o d'esie artigo do codiço, irn-
miscii-s? e ççpcreriieii6er rios !iigncios da dele-
gaçáo do coiiscli>o de saude. --Para que'? Parx
compellir os empregados d'esia repartigao a
cumpi*irem as leis su~zitnricts; para o!iiigar o
guarda mór a obcdcser i s ordens Ergnes dc çca
chefe, a executar os mandatos do eccseiho du
satide, e o artigo 17." do regulamcrito das qu;:-
rentenas. Islo é o'o~io.
Mas invocar a doutrina d'acjoelle arligo pz-
ra fazer o contrario do que elle rnailda ! . . . Mas
inrocal-a para, á sombra d'elln, inva6ir o ?.o-
verno d'uma reparti550 teehnica, estraollia e In-
dependente do governo civil ! . . . Inroeal-a para
ohrigar um subalterno d'csia rcpaiiic,áo a deso-
bedecer ao seu chefe, a desacatar a auctoridadc;
do conselho de sacde publica, e finalmente a
quebrantar as preseripções de um decreto com
fbrça 1egislati.i'a ?.. . Lsto 6 alie é proceder com
flagra~zteoffe~zsa das leis, clus çorntlnziensiiis so-
ciaes, e até do senso eoinmum :- isto é que é
prejudicar a seyulusidade cio se;.o&o pnbkco,
desacatar a, auctoriliioile do coi~seihode szi~dee
a do governo de Sua It1ai;estade:-isio 6 .que. .6
arvorar u a?~u?citirce u ilcsorde;~~ enz pi.iizc!p;o
de governa@o. (a)
Embora não eoiendesse o snr. Peidigso a s
-
regras do codigo adrr~inis!ra.iiro, quizerâmos
que ao menos nao igi~orasçeas da grrii:imatica.
Se as conhecira, por força faria de cn!re-
ver n'aquella disjunctiaa que scparra as duas ul-
timas claiisulas do artigo, o absnrdo da sua in-

/a) Y L ~OL alvalii ne nota 23,


lerpreta@o, E a iliegaiididc do seu acto.
Tiuha o snr. governador civil i.,i;i.e~erztíiiio
2x1 p e m u de S. lkIagestade, pedindo-42ie a revo-
çaçáo do artigo 17 do reg:ilamenio quarenteha-
i . . Logo, j& náo podia tlcloptar a provi-
dencia yue adoptou; porque as unlcas aieceçsida-
des oceorrentes de servii:o p2í@livo,que o gover-
nador civil póde remediar por acto seu, são,
na ordem udnzilGstralivB, as que não transcen-
dem os limites de sua auctoridade; qiianto as
que reclamam provicleizciu superior, o uiiico dia
reito que lhe dá o citado artiqo do codigo 6
solicitar do governo, por via de represe~ziuçáo,
remedio a eilns.
Quo fez porém o snr. Pcdigáo l - Uma e
outra sousa curnulalivaroenle l Dando ;i disjun-
tiua teu» o valor da copt~batif:atex, eniendeu,
eoni inaudita simplicidade, qrie podia prm~êrpor
acto seu proprio ciyueila mesma 1zecessiclctd8 de
serviço público, acerca da qual tiitha reclamado
do governo provideucia sz~perior(P 1
A outra disposi$ão com que o snr. gover-
nador civil pretende jiistificar o sei] ioaudito pro-
cedimento, é a do artigo 234 que diz :-Nos
<c casos omissos e urgelztes))i o goeenzarlor civil
aiictorisudo a cla~as pr~?~M;le:scI,IIsque as CIrcf~tz-
sta~zciasczigirem,da,~iloimntedintamente contu ao
governo. Mas -perguntinios, -cjile applicai:ão
póde ter á especie de que se tracta, cçta dispo-
sicão 4
O artigo 17' do regulameiiio das quarentenas
dciine, com toda a claresa desejavef, qtiaes os
requisitos que deve ter uma carta de saude para
merecer credito e ser nalida. E como urn d'estes
requisitos a refevertrla consular, claro está que
a Carta de saude que a náo coniixwr, ~ " , 0tem va-
lidade legal; não se p6dc iazer obra por e!la ;
não se pi'de em virtude d'eila acinzittir a Eivre
práctica a embnrcaç~oque a upresentur.
Esta é a lei. Não discutirnos se a lei 6 boa;
porque já agora náo e.staiiios no caso de jure
co~zstituendo. Mas no de jure cmsi%tuto,que é o ;
nosso caso, peigunl&mos-quaes sáo os casos
que ahi lia omissos e tbrgentes, qoe possam au-
ctorisar o snr. governador Givii a saltar por ci-
ma de todas as leis, assumir pod6ros diciato-
riaes, e ordenar ao silbalteri~o de uma reparti-
ção estranha i siia, que n,Zo crc;nr,ra aEei, nem
as ordem ck, goveifzn de Sua jfc~gesiade, nem as
do trihtzal szl;~ericir. que o ~zonwncira,7Lr:n a do
chefe qtie o supere!zbe~!de; mas, ecrz conti.udic@ío
conz tudo isso, aiinlitiz ri h r e prática os naC!vios
que não ti,ouxcren?,carta de s c u d e regular?
S. ex." pm'ece ligar á 1ei:ra d'esto artigo
do eodigo a f 8 r ~ ateirivel d'aquella formula ro-
mana :- Fideatzt corzsules ne quid delri~nc~rti
capiat respziblical E por isso fizemos votos pa-
ra que nunca mais ilie piam fazer cousa que
vá de encontro ás leis regulamentares das diver-
sas repartições publicas indepeaden'ieç da sua ;
porque, aliás, teriamoç a iocla a liora a vergotiha
de vêr os chefes d'estas repartiçóes virem, sob
pena de suspensão, a o palacio do S. Lourenço,
depòr aos pés do çorcrnador civil as iiisiçnias de
sua ~csjtcciicaaucloiic!ade ; pois, dc &to, o que
é conirário ilei, não eskí riella; está ovtiftido;
e no entender do snr. governador civil essa omnis-
são é razáo sulficiei~te para, em vista do art,igo
234 do eodiço, lhe Gear devoluto o gouêrno es-
pecial e sn1:er:or de 'ada repnrticáo.
Eão: não p6dc ser. 0 que S. ox." IC: no
artigo 234 do codigo , náo es ti :io codigo; náo
6 o qcie quer dizer esse arligo. O grie lá está,
tem-no s. ex." na portaria circular de 6 de Ju-
lho de 1836? que definindo a superitendeneia da
governador civil om relação i s auctoridades ju-
diciaes, diz que ella se limita a dar parte ao
gocen:o rias n?gl+jerzcias ou ab?~sosque notar, re-
,fe?,iwdo ss factos rsbo~zudoscovz.provas co~~t:enien-
te§, ntns abstendo-se de todu a ilzgerencia nas
fuzlncçGes &'essas auctoiidacles.
O que cil esli, tem-no S. es." na portaria
de 14 de septernhro de 1842; na qual o ço-
\.eriio, conforniando-se com o psieuar do procu-
radoi geral da corda de l2 (tio mesmo mez e
anno, positivamenic declara ao governador ., civil
da Guarda -c p e n f~ctddcdecvizjv,-iní::pelo art.
224 n." 5 clo codiyo, e precisame?iie f,estrtcta
cis ilzi,ztei.ius que são c3e sua siinnzedictla conzpc-
temia2 e tzao ás dz j.u,.isdcczo alheia.
é) que I i está, lern-no s. ex." ria portaria
de 24 de juiiiio do 1862, na qual se declara ao
gorcri~ador civi? do Funchal, qtte xão podem
os gouernachres civis, em sista do disposto ?.LU
artigo 230 cio codigo, erciyir dos chefes d e repar-
tições, ytte nuo são dependentes e subalternas
do goreriio civil contas, reliliozios 0 2 ~ i12Jonnu-
~ ó e s o b e c i~aodoppory?le se f i z ccz.nelluk o s e ~ o k o ;
porque " a iiscaIisa$;lo e superintendencia directa
o imrnediaia n compci:, i s auctoridades ou tri-
biinaes a quem essas repartições estáo subjeiias,
coviipetindo ao gover?zndor civil, eolz r e l a ~ ã oa
allui;, tico sonzextí: d a i conta ao governo de qual-
qzm i~~qulllut.idade, abuso o l t falta que vier ú
szsa 7solici~.
Se o snr. governador civil, depondo a sua
i~abitual indolençla, se tivesse dado ao traballro
de estudar o codigo adininistralivo em concurien- '
cia com as leis, decrctos e portarias que o erpli-
c a n ~, teria inevitavelmente reconhecido que, em-
bora so dessem ( o qee negâmos) na delegação do
conseli~ode saüde deste disiricto cnmç O ~ I Z ~ S S OeS
urgeiilee, oiioca seriarn eiies razão sufricienic para
S . e;." arrogar a si o governo dirccto, iminediaio
e siiperioi d'esta reparbi@~~,suspendendo-lhe o
e c , iniponrIa..!he oi:tro de ~aonseucüoszcu,
e dando a um srihalteino ordens conlrh~iasás
que clle cliieciamente receb6i.a do conselho de
saude p-teilica ; porqm Irem este colzselho, nenz
slrn deleyaciio vlesle di.stricln, siio r,epnrtii:Ses pa-
hlicns tlqm~cieniese suballenms do goi>ernocivil.
Conciiiamos :
Os artigos do codigo
~,
ad~ninistiati~o,i n ~ o -
eados pelo sur. govcrnndor civil para testifica-
rem a iegdidade do seu acio, são osactamente
os mesmos que o condemnam, como um acto
eminontcrrien:c illegal, anarchico, altentatorio da
saiictidade das leis e do respeito devido ás ai?-
cioiidndes phhlicas, que as inesrnas leis tecni
constibuido, timas tanto, outras aiilda mais res-
j)citaveis3 que a de goreinadoi civil. Porquanto:
1." Sendo a delegação do conselho de saude
deste disiricio uma reparticão pública, technica,
especial, alheia ao governo civil, e irnrnediata-
rnenie s:ibordinada ao conscliio de saude publica
do reino ; e n5o se tendo dado n'esla repartição
caso a1gm omisso e urgenie, dos previstos no ar-
tigo 234 do codigo ; mal podia a disposi@o d'es-
se artigo aucbrisar o szi:. go~ernadorcivil a in-
cadii-a para empolgar a sciperiniendencia d'oila,
desligar o suball~rnoda obediencia devida ao sti-
perior, s~ispendereste do ofiieio c beneficio, c ar.
denar áquelic que fizesse o que a lei proliibe-
que admittisse a livre pritiea os navios que sur-
gissem cesle porio,sem cartas de saude regulares.
Este abuso de a!ictoridade é puoivel pelo codigo
pena! com tres iiiezeç a Cres annos de cadeia.
2." Visio cloe o n." 5 do ai.$." 214. do eo-
digo só da ao govesnador civil o direito de in-
spcccão geral e supei.ior sohi,e a execz~çüodas leis
ucl?nitzistrati:~~cts,nzo lhe d i iiiiendcncia alçouia
directa sobre as leis sc,n%ta~i(~$. Mas ainda quan-
do ih'a dCssc; ainda quando fizesse extensiva a
estas Icis a preiogativa que lhe dá quanto áquel-
Ias; ai:~da asçii:), nunca essa prerogaiiva impor-
taria para o snr. governador civil o absurdo di-
reito de snspondêl-as e revogal-as a seu talante :
-o direito de izivadir e peilurbar a ordem do
piiblico serviço por ellas sanecionada, a ponto du
gdariloar cum a impunidade o subalterno refra-
elario, e punir c o a a suçpcnsáo o chefe 'eoteliigen-.
te, ponddiluoroso e !larirado, que-quando lhe
imponham a necessidade de Fazer c n s a contra a
eonsciericia do srn dever -E possivel ~:iebrai-o,
-nunca tuicèi-o.
14th agora, niio podia deixar d c maravilhar-
nos o tom altii~o e despci:ico do siir. Pegerdigão,
que para absorver em si a auetnridade dos chefes
de todas as reparti@es pi~blicas, iiidepertdentes
do governo c i d d'este dist,riuto, dava ao art."
234 do codigo o sentido d'aquella forrizula ne-
fasta: - Videuiit co?zsules ize ete., etc.
Agora poróm, qiio o vemos, rietiina de u m a
eontradicçáo aivar, ailegando om jnçtifica@o de
seus aclos o proprio arligo i10 codigo que iriais os.
incrimiiia e co~itiemna~çon~eca de contrisiur-nos
uma idea. . . Quem sabe se a lucidez d'a~uelle
espirito é ainda o mesnia que EOra, quando se.
aeliava h testa da redacyâo do Brjense e frequen--
tava os clubs rcgeneradores? Quem sabe se
aquelle palacio de S. 1,orl:ecço. . . a :iini)iidZo
d'aqrielias salas. . . a profi!ndeza cl'zquel!es te-
ctos. . . a n~a;!eslade d'aqirello espaldar. . . náo
Ilie teein incutido tal seriiimen!o de estranhesi e
vaidade, que o Easciiie a ponto de !h0 eivar e-
fazer perder o juizo?.. . . Longa 0:: ncis idéas io-
merarias!. . . O cjiie é ii~contestavel 5 que, na
presenle Cpoc!ia e com as leis aeio:ics, nifiguern
póde fazer papel de gouenzc~doi e capii:ro yene-
1 . ~ 1nesta terra sein ier ~ierdidoa eubeça, oii sem
contar em Portugal com tlm governo f:&eciosoe
iniquo que apprcvs todos os sens desvarios.
'SUSPENS~ODO SiiBBLrFIRXO 1'Cl;i) CHEFE DX
n?,Paari<Io.
á o que eaahiànios de expor mostra-se qne o
:snr. governador civil, illudido pela iiiterpreta@o
que dera aos zrt.Os 234 e 2% n . 3 do codip
administrativo, com o falso iniuiko de remediar
um caso onzisso e uigerzie nas leis e reguiatnenlos
sar~itarios,ahalancou-se a adoplai uma providen-
.tia inco~iiesiavelnente illegal: - 1." por lrans-
teildcr 08 limites de srra jurisdicçáo ;-2." por
ser a maieria d'eiia est~anhaci çoi~~.petemiado
'governo cicii; e só privativa e consenlanea com
.a do consellio de saude phblica do reino ;-3."
por ser urria providencia szcperior, cuja adopqão
já S. ex." havia proposto e reclanlado do govarno
de S. Mageslade.
Ilelera insisiir e ter bem em vista a illegali-
dade doesta proviilencia; porque a ella 6 que veem
prender-se todas as peripecias da qiiesião. Uei-
xasse ella de ser illegcd; nunca se teria dado o
escand:iloso coinflicto, a cujo especiaculo assisti-
mos. 63 siir. delegado do conseiho de saude teria
curvado a cabeça deanie d'ayueila ordem; o snr.
suarda mOr a teria, muito a seti salvo, exeeuta-
d a ; o conselho de saude nada teria que pergun-
'
tar ácêica d'ella; e o governo só teria de compra-
zer-se com a previdente e acertada resolução do
seu empregado.
Mas nue 1 Aiterita a iileeaiidade
" da ordem
dada ao sn;. guarda mOr, cumpria a este ern-
prcg;~do riiio obcdciccr n cI!ti; poicsie, COIDO i' cx.3
prcsso i!o ar1,."3;5 do codigo e n:l portnria da
i 2 do jiin!io iie $852, c a s ructoi~idnúcss~ihiii-
a te1.nn.s derem obedecer i s rl~pei..iores; quando
n as ordens d'cçtas forcrn tJadaç em C L S S ~ L ~ ~ de
%~)~O
a suu coriyete~cicl,e estivereni rerestidas dc eara-
C cteres eiterilos de leguiidude. n &o caso prescn-
te porbm nada d'isto se dava. Piem o snr. guar-
da mór era uucto,idacle subaltenici imrnediata-
niente siibordinada ao snr. governador civil ; nem
a ordem que este lhe dera, viniia recestida de
cc~racter ulyibrr~ externo de legalirlude; nem a
materia d'esta ordem era assumpto da piivaii'ua
cmpetellòa do gooerlzo civil.
Apezar dos insanaveis defeitos d'aqncl!a or-
dem illegal, entendeu o siir. g u a r d j m ú i que
devia obedecer a elia! E obedecenclo, fêi-o cl'iim
modo insoliho, ,porcjuc uão tave a menor alten-
ção e deferencia para com o seu chefe; náo o
coi~sultou sobre o que lhe cumpria fazer; íiáo
lho pediu a permissão do obcdecer ao mandsto
de urna auctoridade estranfia em assuri~iipto quc
não era da competencia d'ella, senso da do con-
selho de sande pública do reino, ciijo legitinio
representante n'este diskricto cta o slir. delc-
gado.
Nesta deploravel sihua6:áo, ipie clocia fazer
eske funecionariol Autuar c suspender immedia-
tamenic o subalterno refaçtario, era por ventura
o proçedimenlo reclamado pela j u s t i ~ a ; mas a
prudencia e equidade do siir.. delegado aco~iseitla-
vain-lhe o prévio cinprego c10 todos os meios con-
eiiialoriaç e Li'aililcs, que fossei:? c,olnpaliveis com
a dig~1ida6c do cargo coin que o iioni:~ra o c.oo2
selho de s a ~ d eprib!ica.
m
ral 6 o pensamcnso de raiios oKiiicios tli-
rigidos ao snr, guarda mór, lodos caletilados e
tendentes a desperiarem a reflexáo de S. S." soa
bre oresvaiadio da posiç2o em que se coliocára,
obedecendo i ordem d'iima aiacloridadc estranha
c iairusa tia repartição de saude, ciri menosca-
ho das ordens legaes e superiores de que estava
de possc aquelia r e p a r t i ç h (5)
Baldado empeilho ! Tempo perdido ! Pelas
respostas que obteve reconheceu o çnr. delegado
que, tendo aqoelle Eunceionario acceiiado <ie bom
grado a triste coiidicáo de inst~z~lneizto nas mãos
do sili.. povernador civil, nZc havia meio de
demove!-o do sem proposito , nem de trazcl-o ao
caminho do dever e da dignidade professioiial.
E vislo que os ??ZP~OSS ~ J B S O ~ ~abé O S está0
empregados, niésn de iize@;uzes constitui~iüounm
fct1311~ grave, 21m erro ilcplorwvei pelos per~iicio-
-

sos ~~~uítc~i?'iis que pod~ric~m ~ ~ O Z I Z T(/(i C O ? L ~ / , L S ~eO


Irc~izsl~i.r&o, d ~ ~ iFiepE resistei~cia de
n i . : 9 ~ : ~ apela
U ~ jU?ic~io+mrto
Z b~fe~ioi.,0,s o~cieiis da n~.tcton-
ilode rllperio,.; (a) cl:gou para o siir. delegado a
dolorosa m:rç irrecusavel r~ceessidaclc de . l a n ~ a r
mác da Eaeoldadc quc Ihe çoiifcriarn o decreio regu-
lamentar de 3 de janeiro de i837 :irt."PG 18,
e a portaria de de julho de $849, p a r i SIIS-
pmdeder o snc. dr. 19driano h. Eauieú, como effe-
( a ) "i<:#o alvari 60 coveino civil de li d'agoslo
r~liiing.
eli~an~enteo suspeiidein, do exercicio o e~nolu-
rnentos rio logar de guarda mór, cornrnettendo o
serviço interino da estação de saude a cluem o
podia legalmente substitiiii,. (6)
B este acto rigorosamenle legal da legiti-
ma auctoridade do chefe da repartição de sau-
de deste clisiricto, seçniizm-so da parte do snr.
Perdigão várlos ouiros, nao me,nos illegaes que o
primeiro, senzo ainda mais arbitrarios, violentos
e puui~eisaos olhos da lei, por Ihes faltar o pre-
texto do interesse publico, e por só revelarem as
subegidõeç do rancor pcssoal que, fervetido n a
alma do konzem, ascondiarn, e vinham toldar
o juizo do mgistrado admii:istrativo, e lançal-o,
d'olhos vendados, 130s arriscaclos caminhos do
despolisn~oe da ailarchia.
Antes de darmos crm só passo ávant.e, cum-
pre, primeiro qi!e tiicb, fixar em face das leis
as relações olhciaes do snr. delegado do conse-
lho com o snr. giinrda mór da esktçao de saude,
e com o snr. governador cisil d'estc dislricto.
O que i: a eiitidado delegado do conselho de
saude publica do rei;zo ? Quem o qiiizer sabei;
compuise o dccreto com EOrp de lei de 3 de ja-
neiro de 1837, leia pausz~darnenle o capilnlo
ri.", confronlo-o coro o eapitu!o 5.2 e por a11i verX
que c competiodo ao delegado quasi iadas as aE-
tribui~ões do conseliio (salva ti. circunscrip?;ão
da area onde exerce a sua auetoridade), E este
não só o representante do conselho, mas, para
assirn dizer, o mesmo conselho de saudc piíbiica
do reino, em qilanto circunscrese a sua jurisdiu-
$50 iechnica aos limites do districto onde fune-
cioua o seu deiegado. z
A auctoridade d'esie funccionario dimana-
1." do conselho de saude pública, que o nomeia,
precedendo concur~o;-La.~ do governo de S. Ma-
nestade, cicie confirma a nomeação do conselho,
e manda pagar ao nomeado o vencimento que
lhe estiver arbitrado.
As suas relações ofiiciaes com o guarda
mór d a respectiva estaçzo de saude, são a s de
chefe e szcbrcitenzo da mesma repaitiçáo; porque
o guarda múr é o oflicia! comn~issionadopelo con-
selho para fazer por elle a s visitas de saude, nos,
portos dc mar, i s embarcacúes e passageiros q u e
nelles entrarem; Rias, como o delegado, aos olhos
da lei, é o mcsmo conselho que o eommissioná-
ra, este Eu;ieeiona como chefe, e ayuelle como,
subalterno.
Esta dooiliila, quc evidentemente resulta
do n." 18, ari.O $6 e cap. 4." confrontado com
o n." art." 97 e cap. 5 . 9 0 citado decreto re-
çulameniar cle 3 do janeiro de 1837, é tambein
a que se acha mais clarauiente espianada n a
portaria de 4 de julbo de 1849, de que logo
traelaremos.
As relacões officiaes do delegado com o go-
vernador ci\-i1 do iespeciir;~disi,ricto, são a s que
se acbâo corisignadas no ir^,.^ 35 do ciiado de-
creio, e nas portarias de 23 de maio de i839,
e $8 de janeiro de 1854.
Ern face d'csla legislacão, o de!egado no
seu disiricto 6 o cliefé da reparii~ão de saude;
e como ia), iiZo 6 i';cipunden~e c
. ..
çoi>oi.cErm~.
do do rcispcctiro gorernndor civil, ;~os;o cjoe a esic
caiba pelo art." 33 do eiiado dcci.uio ..
o direiio cic
fiscnl;snr os seus (2~:~spwci ;:c?i:,ic;r;ar ao gozei.-
1' .2
no pelas !.slcb$es coni;,elexles cjzicilpt:i ocí:ljr,).c:r-
ciu C@IB cle cowsi~ler.nsl?:~ :-direito piccizasnen-
. .
te egunl ao que ;ççisie ao gorernadoi c:v:l ;;cio
ari." 23C do cadigo com r&esei;sia 3 todas as
oillras repa:liçSes de seit:ico púhliuo, es:ra-!ins
a adr[~ioisliação p;.opri:~;l..en;c; &ia.
.. .
Apear ci'estu (iii.ciio de $&~2.iisa<án,t;io
pouco é O governadoi. cirii o cheie ua re?xii@o
7

,. .
de saude do seli mis:;.icio, iiic cquanùa a a!lmi-
nistrador do cuilcciiio ho:irer d'ererccs algum2
das aitribuicfics que !io: cocfcíc (; ai.t.' 219
. .
3, 7 c 9 do codigo narr,~:~islra!iro,
7 $5
cumpre-]fie
sollieitur iiisiri:c~ócç-oSo da respectivc gover-
nador civil-scnáo do coi~sc.ii;o de saiicic pú-
blica do reino, como é cl;presço na portaria de
o- dc jilnlio tiu i8&s, )>

Apeear $este di~clrode Lcaiisaç%u, r5.o p;i-


co é o governador civil chik da rcpiar;icão sn-
niiaria, yuu qmndii o :iiiininistradoc do conic-
lho iom d:, iuriccicnui eoii:o SUL-ddegacio cio
. ,
coiiselhu de sauùe, deixa de ser subaiteriio do
gorernador civil. Dc -jae:ii dc receber oidcus
n'essn qualidade, é do conseitio dc sai:& . . . ou <o
seu delegudo, a y c m coinpvir u iriic:ativa em
pontos do policiâ saniiaria. Assim o dcclara a por-
taria de i8 dc janeiro de
Alpesar d'esle direito dc fiscaiisa~ào, i50
poilco é o governador civil o c:~ef: da ieparti@o
de sa:de, que qaaiido o eonseli~ode saude pú-
blica suspendeu rio exei.cieio do logar de guarda
n!ór o antecessor do snr. 8.Larica, mandou a
portaria de saspen~io,Tnáo ao governador civil,
inas ao seu delegado, com ordem de a fazer ciim.
prir , -e em acta continuado assumir a s func-
çoes do empregado suspenso.
Erri coiijirm3ç%o,, finalmente, de quanto a
a cç:e respeito fica dito, poremos aqui, corno
feciio d'abobada, a in:egrada portaria de k de
juilio cle i8:19, com a qiial o governo eorrigii~
naqueila época -- náo a s commissõei., -senão a s
omissões do governador c i ~ ~ i ie, os erros em que
iaboraua o gi,ai,da mór da estacão de saude em
i;eiaç%o i auctciidadc do siir. delegado do conse-
1110. E' como segue:

Soa $:lagestndc >S. Rainha, a Quem foi pre-


sente n rcsposta dada pelo soeretario geral ser-
vindo de guiernador civil no distrieto do Fun-
chal, sobrc a queixa do delegado do consellio de
saiide pública pela pouca aitenção que as suas
rcpreseiiiações sobre saudu phbiica haviam mere-
cido ao magistrado adminis~iaiiro superior do
districto, assim como pela dúvida em que se pu-
nha a sua icçiiima superintei:dencia no exercicio
da Gscalisu@o sanitaria encarregada á estação de
saudc do porto ; Gonfortnando-se coin o voto do
consei!~o de sauclc pública a este respeito, man-
da dcclnrar ao sobrcdieto gouernador civil, para
seu coni~ecirnenlo, e para o fazer constar 8s-
guarda mór, e mais empregados da soiiredicta
esta~áo,que o dclegado do eonselbo de saiide pú-.
blica nos termos dos ait." i6 5 f 8 o E7 5 4 . O
do decreto de 3 de Janeiro de lK37, rcpresen-
ta n'esse districi,~o consellio de saude, e exer-
ce a sua aucloriiladc, e consequenienieriie não só
tem o direito, mas ti obrigacão de Gscaiisar o
serviço da estação de saude, e a observancia
dos respectiuos regulamenios , podendo até sus-
pender os empvegsdos que pelas siias faltas, qua
todavia náo são de esperar, s: rornarerii merece-
d6res d'essa correccáo. Espera tami~em%a biu-
gestade que o governador civil ponha de parte
quaesqlier considciações pessoacs que possam prc-
judicai o s c r ~ i ~en a sezurnnca d a saude pabii-
ca. Paço das Necessidadcs em 4, de J ~ l f i o de
18kY.-Condc de Siioinar.. -- Esii coillorme. Jo-
sé Joaquim Cocibo de Campos.

Postos rs:.es prinuipioç e disposii;ões lrgaes,


que são, em nosso entender, os unicgs appliça-
veis ao ponio de que sc tracia, pediiaos ao lei-
tor que em corifrorihg5.0 com ciles iq~rcciee jul-
gue os seguinles facios :
1 . L - h conlrimacia do sni. guarda mdr de
saude, proseguindo no exercicio d'csie cargo, de-
pois de Ilic ter sido intimada 3 ~iiç~jens:o d'eiie.
2."-0 abuso d'auctoridadc do s:~r.gorer-
nador civil, ordenando ao siir. delegado que no-
termo de dt~ashoxs improrogaueis levantasse a
suspensáo quc tinha iinposio ao snr. goarda mór.
Y.@-0 abuso d'a:ietxidadc do snr. gm~er-
:nador civil, suspei~dendoo snr. delegado d o con-
~sellio de saudc.
h.:-- O a1;::so d'aucboridadc do snr. gover-
iiador ,civil, nomeando o siir. cir. Pedro Julio
Vicira para exercer o legar de delegado do eonse-
Eho dc çaiidc.

0AUClf DO GO\lERN.4DOR CIPIL A0 CHEFE DA RE-


P A R ~ G ~ PALIA
O LEVANTAR A SUSPEKSÃO QLTE
IIIPOSEKA AO SUBALTERNO.

A s~rçpensáo imposta ao snr. guarda mbr


pelo seu cbvfe, o snr. delegado do conselho de
saude, cra um acto legalissirno por emanar d a
legitima auctoi.ldode de um fcnccionario, que ti-
nha por lei a Eacirldade de pratica]-o. Cumpria
por tanto 30 snr. A. Lariea resignar-se ás coa-
sequencias da siin desohediencia e contumacia, ac-
ceitar o facto da suspcnsáo, e ai~ster-sedo exer-
,cicio de um cargo, para o qual llie faltava ti.
i d o dvsdo qile o snr. dolegaclo do conselho de
saude entendeu dever rei,irar-lhe a commissão de
que o liavia cacarreçado o mesmo conselho.
Mas procedeu assim o siir. A. Larica? Pelo
contrário, proseguindo impcrtrirbavel e altaneiro
no exercicio do scu c:irgo, praticou um facto
g r a v h ~ J U O não devia deixar de ter eonsequen-
eias poi~co satisf:ictorias para S. S.". No ponlo de
vista da Ici ri:.il que por esse Eaclo infringiu, O
ri?enos quc podia acontecer-lhe era o y uc acoiiicccrl
ao seu antecessor, o;i:ando teve c10 aeceiiar , das
mãos do snr. delegado, a portari~aqtie o siispei:-
deu do cargo de jiuarda rnór. Aos oii~os da ivi
criminal, ainda e. .maior 3 gravidade do facto;
porqiie o art." 30'9 do codigo penal Eulmina com
a pena de um a tres aonos de cadeia todo o em-.
pregado que continuar no exercicio do seu cm-
prego, depois de Ibe ter sido o$iria!me.nio inii-
mada a suspensão.
Não pomos aqui isto, porqcie lenliarnos o
menor desejo de ver o snr. Earisa prirado do seu
emprego, riem vingada na sua pessoa a sanctida-
de da lei ultrajada. Pomol-o para q u e o Icitor
imparcial possa devidamente apreciar o subido
gráu de arrojo e deslealdade do magistrado que,
para saciar a sêde d'uma vingaoca igiicbil , iiáo
teve escrupulos em comprornetler e jogar os inte-
resses e posição ofV.cial d'uni cmprcga60 que
d'elles precisava.
Uma das mais eontradic:orias e incohercnte
peripecias do drama do co~iflicto, é ,a trasida ao
entreeho da peca pelo cfficio adeante publicado
(7), que o snr. governador. civil diri,'01ra ao snr.
delegado do eonsellio, ordenando-iiie que no ter-
mo improrogavel de d ~ l u sho~aslruaniassoa suç-
pensão que tinha imposio ao snr. gnarda mór (I)
Tinha- perganiimoç -linl:n o snr. dele-
gado auctoridade para sospendei um subaiteino
da sna repartição, que havia formalmenie desobe-
eido á lei, a um despacho do conselho de saude,
e a uma ordem positiva que lhe tinha dado o sca
ciiefc '>iiiiha, ou 1150 iinha?
;
'.I'

Se nâo tinha auctoridsde para i"azer o que


fez, a suspens50 foi om acio ilieçal, irrito o
nililo por úo?.sc(]uencia. E como todas as resul-
tantes de unn acto nullo por illegai sáo tão n1.11-
Ias como e!ie, é obrio que o srrviço da e s t a ~ s o
do porto, depois da snspensão, havia de conti-
nuar a fazcr-se, com o mesolo desenibaraçõ, Icgalib
dade o segurança com que se fazia aoics d'ella.
Eniáo, sendo isto assim, para qzie pediu,
ou requisilou , ou ordenou o snr. ~overnador ci-
vil i aucioiidadc sa:iiiaria, d'onde emanira a
suspenszo, -que a le~aniasse no termo de duas
horas 1
Que l Pois unia suspensâo vau1 cubidu , e
euja illcçaiidade liie iiraea toda a ias50 de ser,
era cousa que i~ourcsscmister Icvaniada , e que
eFfeectivanlente o podessc ser pelo fuiiccionario
que náo tivera auetoridade para impol-a?
Como l Pois se o cbcfe da repariiç50 de
saude i!ao .tinha hontem o dircito de suspender
um subalierno seu, como ieria hoje a auctori-
dade de levantar-lhe a suspensão? Quem lhe eon-
feriu essa auetoridade? Foi acaso o srir. gover-
nador, mediante a ordem que lhe transmitliu? Se
foi, é porques. ex.", anics de iraosailiir esta
ordem, já iinlra aqucila anctoridade de incuba-
ção em si proprio. E entáo, se a linha, porque
se não dignou de usas della dise,cta e irnrnedia-
iainente em favor de om miigo? Ezorque Iioçiiou
em levuntar de prompto, e pur aelo se!& proprio,
a suspensão dc iim cmprcgado subscrvicnte, E
CUJA doc11iJatjc aos seus conselhos amcaâava com-
pi.omeL1el.o graroineotc ?
Siir. go~crnr,dorcivil ! -vós, que, dcsium-
brado pela dotitriria do artigo 2% n."l do co-
digo administrativo, ros arrogaes o direito de sus-
pender do exercicio e \ei?cimento a todos os
empregaclos publicos d'eçte dislricto - sem ex-
cepçzo dc neiihurri -desde o mais reles cabo de
policia até o prineipc da cgrcja funchalcnse; como,
poryue motivo vos jnlgaes agora sem força pa-
ra Icvantar a suspensão a uin empregado qnc
linha iocorri2o n'ella por amor dc vós?
Scrá maior arrojo da vossa parte lcvantar
uma suspensáo *:tu1 cabida e illegal, do qnc sus-
pender e impedir a execocáo d'uma lei? Acaso
tereis so poder para fazer o mal, e neiihum, ou
quasi nenhum para reparal-o?. . .
A ordem que mandastes ao ehefe da re-
parkiçáo de saride, com todos os visos de um
erro, de uma contradic@n eslolida, d'um absur-
do sem egiial, na historia dos desvarios do es-
pirito humano, não é, a nossos olhos, nada d'isso:
B o grito agrid~ e estridente da propria cons-
ciencia, que a não sahidas vossas se revolta
para trahir-vos e vingar-se.
&bois o que nos diz esse grito? -r qiie
vós tinbeis, r? tendes, a intima co~~vic$ãoda jus-
tiça e iegalidade da suspensão du quc se tracta,
por &c:sido imposta a um subalterno contumaz
por uma aucterida.de Icgitima, dentro da esphe-
ra de suas altribuii.ães.
Mas, como qucricis u rodo o ciisio sugigar
pelos sabcllos á beira do. precipicio o desi.en.tur.
rado que vossas exigericias dcsleaes poderiaili per-
der, -que fizcstes? Ordenastes o que n a po- ~
diels ordunac! Mais uma vez iransposestes as
raias de vossa jurisdicção para desacatarcles e in-.
vadirdes os direitos de jurisdicção alheia! Mais
uma 1-ez eompromettrstes a dignidade do posto
que occupaes, exigirido de quem não cra vosso
s~iballerno a adopção forçada de orna medida,
que vOs mesmo, com todas vossas pretencões, inal
poderieis adoptar; porque iá tGridcs iia portaria
de 30 de Novembro de i861 a regra qiie diz:
- e auctoridade que uma vez ienha imposto sus..
pensão a nm subalterno seu, j i a nua pódc le-
vantar, sern prCvio conliceiriiento e resolu$ão do
çoverno. 0
Vê o leitor? A ordem a que nos i.eferi:xios,
afóra tudo o que a condcmna, era uma cilada
posta pek malicia do chefe da administração nas
enredadas sendas do direito adrninislrativo, onde
muito folgaria de vCr desnorteaclo o snr. dele-
gado do conselho de saude. D'aqui, ora as blan-
dicias, ora as ameaças furibundas de que vinha
prenhe o citado officio. &ias o fuiiccionaiio sisu-
do e precatado, apenas ihe passou os ollios, sor-
riu-se de umas e de outras, despresou a ordem
cavillosa, não se deu ao trabalho de a impugnar,
e tiido o que respondoi~, foi :- e Fico i?zlerinilo
da 17zater.i~dos oficios de v. ea.' co?r: clkctas de
I e 3 d'agoslo; e oppoi.f~tnci,mentc darci coczhe-
cimeizto d'ellcr, ao vonseli~o de sauclv j~zcblicu do
reirlo. 1)
O orirc;o que aiii fim registado, tem a mes-
ma valia que t i ~ i h a , aos olhos das agligaç cren-
$as populares, n a ; y r i ç Z o de 11m cometa: era
o siijislro precnrsor ue :isso~rrbroscc cati~strophe.
A , qumqxer que iêr com aliceçáo aquel!e of-
licio, scri cI
:::O' ! lobrigar, atrarez da
iiegrume das iras e rancores 6u phrase, a mão
omnipoienie d o ínna;:ie achGi'tra&::o (10 Fun-
cha!, sopesando o raio c o a :j3~ ai prestes ar-
rasar a moi:kinlia do conselho cle sauile priblica
do reino, e soíeriai debaixo das ruinas d'ella,
qucm foi or,:;'ora cieiegdo olo rnesmo eoliselho.
Qosr ~ i o ~ ésni~iir
m o leitor
. . em que vieram
a disparar tantas c iáo tcs;ircis arneacas de inz-
lizii?enie caluciys;^ilo?-Nsnm Eollia de papel ma-
nriscrlpia, chcxaciil alf:uixi c!( s~!s;~rnsEo do c1
Ecpdo do conselho de s ~ t i d epilhlica do reino,
-
dalacln de 3 d'agcsto Siimo. .!$iEI%O?ZSpaitzirie~zs,
7

intic 1
1zcisci/zli. ?~ZiFicul~s
Pain scr em t ~ ~ d:i&cti/o,
a O alvari de
suspcns;io até iiáo C i:m c:iuaiil; é u m decreto,
-Um decreto?.. . .. Sim, scnhoi., iim decreto;
porque a fo'on~nulaz-:rperr;b:iva de om diploma 6
que dccicle da c1nssiiiin;ão il'elie.
Nunca houve goreriiador c capii,áo general
qrio dhssc &i suas orders, ainda as mais impe-
riosas, esta formala - JIci por ,he1;1- ! X e n ~lla
mofo de sccrciaria, qi:e nso a c esta for-
mirin (: só pmpria para annunciar, de urn modo
.
solemiie uin acto emanado diiectamcnke do ao-
dei do rei.
Mas c i o snr. eovcrnador civil do Funchal.
como ri20 escrupiiliça em arrogar-sc (lireitos ma-
yestuticus , rambem n5o dispensa as fii~nulns
mais caracreristicas do exercicio (i'esieç direitos.
Até nesta bagatella do S C C Y que ~ ~ lhe está com-
rnettidc, teve s. e:~.' a boa graça de infringir o
a r t . 9 (do dccreto de 18 de ~iovcmbrode 1861,
c usurpar urn forn?iilario qiie lhe não compete!
S e r i isto effeito do I~a!;ito em qiie esii dc i?&-
~ * : - . lù..içBes
r>~: c&l:ieicts; eo sri;!in:i igi~oinncia
das causas mzis trivinrs cio sei! o57c;io? Acccili-
inos qtialcjoer das akcrnatiias, que S. ex." haja
por bem escolher.
Tiaosirando do exime da fh,?na para o da
mÒsta~2ciu d'csie singular docuaienio, perguniC
mos -que qiier com eiie o silr. gore,roador ci-
vil? Quer s~,iq,eizcEer cio exercicio e senci??ze~zlo
do c u y o de dclegado do cmtselho de smcle pa-
blica do. .rei:;~ o snr. dr. Antonio dn Luz pitla;
e para isso, eis ~ c j n io modo porqile raciocina
naqaciie seu lunzi~zosodiplsina. -- Atienção I
(1 0 3rt.O 2% n." Al do codigo adninistra-
:ivo di-me a aucioridadc de suspender de exer-
cicio e vencime~ztotocios os fi~nccion~rios ~ublicos
que est~jnlntclebaizu-da minha inspcc~z,~. Mas de-
baixo da minha inspeeclio esino todosos ~nugis-
trnrlos , fizccionu:los e c o r p adnlilziskratil!os do
meu disiricro, como é expresso rio 11." 15 do
mesmo artigo do codiço. Logo eu tenho a fci,cul-
dade cle susy~ender de cxercicio c uencimcnto 10-
dos os magistrados, £unecionarios e corpos admi-
nistrati\ros d'este districto, cujo chefe sou. D
De vagar snr. governador civil ! A vossa ar-
gumentação não eoll~e,por ser mais ampla q u e
as premissas a conclusao que deduzis. Os cita-
dos artigos do eodigo nao teem o lato selltid~.
que Ihes dics para convenieneia vossa e de vos-
sos odios, e de vossas prcten~õcsao bastão de
yovernndor e capitgo general. Tende paeiencia,
escatae uru pouco.
Quc diz o n." 63 do nearcgado 224
do codigo? Diz que o governador çivii sz~peiin-
teníle enz torfos os rizagisti~udos, ft~;zcioii~~~ios
e
corpos nd?rG;~istrutivos,e em todos os okjectos da
conzpetencin rl'elles.
Mas todos os ~nagislrndos, ft~zccio~ra~ios e
corpos cdmi~tistraticos,segundo a s leis syntaxi-
eas da nossa lingtia, 60todos os magistrados
admi~zistrntivos, todos os funceionarios adrn1izis-
trntioos, e todos os corpos administrativos ; por-
que todas as vezes que um detenlainativo ou qwa-
lificutiuo vier antes ou depois de substan\ivos
correlutos, tanto rim como o outro concorda com
todos elles. Assim como o determinatiro todos
concorda com o primeiro siibstantivo nzuyist~.ados,
e subintendido vai concordar com o segundo e
com O terceiro; do mesmo modo, o qualificati-
vo crdnziizistratiz;os, que concorda com o suiisian-
livo corpos, lambem se subinicilde para concor-
dar com os subsiaiiiiios fu~iccio;zarios e nwyis-
trados. E orna ~ c zfeito o que manda fazer a
'
granimaiica, o sentido do artigo do codigo acla-
ra-se, cireuinsereve-se, e cnlra nos limites do
i rasoavcl , alé do conslitucioiia!.
Coui egeito: o yue seria um governador
1 civil, que, eiil virtude do n."5 d'aquello ar-
1 tigo, tivesse inspecção e superintondeneia- 1."
I
í em todos os magistrados, -2.' em todos os ft~rtc-
;I cio~zariospublicos , -3.Qm todos os corpos ad-
ministrati\~os,-e 4 . 9 ~todos1 os objectos da
competeizciu de cacla uma d'estas classes? Luiz
XIV dizia de si : a o estado sou eu. O governa-
dor ciiil de itzven~ãodo snr. Perdigão, podia di-
zer de si outro tanto: R No incu districto, o es-
tado sou eu. 3 -Não snr. governador civil l O
çodigo nao quer, nào póde querer, ein face da
carta constitucional, que o magistrado encarre-
gado da administração de cada districto do rei-
no seja um Liiiz XIV em miniatura, nem sequer
um governador e capitüo general, nem sequer o
que. v. ex." está seudo actualnxente, para ver-
gonha d'esta terra.
Deseja v. ex." saber o que quer o codigo?
Dê-se ao trabalho de consultar o codigo admi-
nistrativo de 1836 ; abra-o e leia no 5 7." do
arl." 105 o seguiiite :- e Competo ao adminis-
irador gera! (hoje governador civil) a inspecção
geral sobre os empregados uclministratiuos, rnan-
dando uniformar e ayierfei~oaros methodos e mo-
dêlos do expediente, em confermidade das or-
dens do goyerno. Quanto poréíii i.,§ 1epni6$ões
pt~blicusque teein ttm ce!zt,o coiwnzuin no reino,
conz cheres especzcles, só compete ao administra-
doi ( or;a g~~'.m"~d".r "?i11 ekjiar % ~~~~i>i13~7eil/
seus iieveres, e :ia7 parle ao goae?iao dos ubzisos
qzce ooiur. 8

Ora, conf;.o;~:c:v. ex." esta doiilriiia, 'om ;i


consignada nus 11." 3 e. 15do art." 224. do codigo
actual, cuja fonte proxiti?a clia 6; e por aiii verá
que a supeiZ?tfendmcia que esta l l ~ econfere, é ri-
gorosanienle resiricta á orderir ax'nlinistrutivr~tan-
to na ezteizslio corno na inte~rsüo. Na eálen-
sáo, nzo póde cila passar alem dos nzugisti.i;dos
ndminist~i~tiuns , e cios /iuzccionarios ud?ni1zistruii-
vos, e dos m.ipos ad,ujmirbistrativos. Na intensão,
n i o póde c&pici~cncicr objectos que náo çe-
Jam da i:11;1rediiúta ~ o i ? ~ t . t e i ~ dos
c i a funccionarios
administrativos. E como no selatido vulgar é q!re
se devem entender as palavras da lei quando
não haja nestas declaracão em contrario , fuac- \
cionaiios adir,iizisfi.atlo.os, na *legitima accep@o
do termo^, sao exclusi\,amente os fnnccionarios
que pvllelzce~ilú ad?jilii.~islragilopropriainc?zle di-
ta, e de que trclcla o cukiyo adnti?iis0i.ciiz'vo. As-
sim o define, com accurada mestria, o procu-
rador da corba Otlolini, no seu lumiiloso p a r o
cer de 24 dc janeiro da 1851.
Assim entendido e esplicado o n."5 do
art.92"Êk do codigo, por si mesmo se aclara e
patenteia o sentido do n."l do nntcsrno artigo;
porque-que diz neste numero o codigo adrni-
nistratiro? -Que o governador civil póde sus-
j~eizdeldo exercicio e ce~zciinentotodos os e>q?re-
gados que esta0 deõaka da sua ilzspecrao. Ma8,
debaixo da inspecçáo ti'esie magistrado só estco
(como acabou de mostrar-nos o examc do n." 15
do mesmo artigo) os funecionarios udi7atizistrati-
nos, no rigoroso sentzdo do termo. Logo os uizi-
cos em~~regados, que o sur. governador civil po-
de stlspender de exercicio e vencimento s a ~os

o codiyo udmirzistrativo.
Agora, para sabermos sc o sr. governador
~ i v i lpodia, ou 1260 podia suspender do exercicio
e vencimento o snr. delegado do coizselho de sau-
d e , tudo o qoe falta fazer, é inquirir c averi-
guar se este empregado é, ou não é, funcciona-
rio administrativo: se faz parte da udnzinzstração
propriui?zr~zte clacta; se as suus fuizccões estão
consignadas c descretus no codigo admiizistru-
livo.
P6r a questáo n'esles lermos, é rcsolvl?l-a
neyativame?zte, em sentido contrario ao acto do
snr. governador civil. E, de feito, por mais quc
compulsêmos o codigo adainisirativo, em todos
os capitulas, artigos e paragrapinos de cada edi-
$20; em nenhum passo d'elle encon~r9mosves-
tigios da entidade deleguclo do coiaselho cle sau-
de, como funccionario adininistrativo.
A unica cousa que encontramos no indice
da rcccntissima ediccáo ( a de 1863) sob a rú-
brica e delegados tecbnico3 é a referencia a va-
11

rias notas da mesma edicção, oxtractadas do


decreto de 3 dc janeiro de 4834, de que já tra-
timos. i\las no corpo do texlo da obra, iicm uma
só pbrasc, nona nina palavra só nos d'esle
empregado, conio de um f ~ n c ~ i o n i r iadlizi~isis-
o
irativo ,perteizcenfe ti admi?zklraçüo propri~rneiz-
te dicia.
Nzo; o codigo nZo traia, nem podia tratar
do delegado ilo coftseilzo de saude j~itblica do
reino; porqiie este funccionario pcrtcnce a outra
ordom do fuoccionaPisii30, que não 15 a acImi1zis-
tratiua propriamente dicia; 6 a ordem technico-
salzilario:, a qual não é, nem póde ser immedia-
tanzente subordinada ao govcrriador civil ; por-
que tem na capital do reino um centro com-
I E I ~ um~ , chefe especial, que transniitle a sua
auctoridade aos delegudos de sctude, que são au-
etoridades de disiricto, a respeito das quaes só
teem os respectivos governadoros civis (em r7ii.t~-
de do decreto com forca de lei de 3 de Janeiro
de I837,, art." 35 ) um direito de fiscalisação
reskictissilrzo, só para uiginr os actos á'eilas, e
partic-ar ao governo qualquer incidente que oc-
corra digno de consideruçii?~-direito analozo ao
que i,ambem exercem com respeiio aos bispos,
comnzunda~iles a e e , cleleqados do
thesouro, c o ~ ? i ~ ~ z i s ~~ ~Dr iSe~tzidos,
~js directores da
alfa~deya,e directores das obras publicas, dos
respectivos districios.
Essa especial iiieumlcricia, porkrn, a res-
peito do delegado do conse!lio do saude, em na-
d,a aahcra as relqóes naturaeç das cousas e das
pessoas na ordom do servico publico ; porque os
delegados eontinuain s exerccr as aiiir.IBz~@ões
teciiizicas do conselho dc sa:~ds que os nomeia,
c ao qual sáo imm:i,iaiari.ci;ic s~bordinados;ao
passo qne os gorernadoreç civis, tio exercicio de
sua legitima uucíoridade, contintiam a superin-
tender em lodos os ftt?zccionarios ad~~tfizistrativos
para os compeliir, em \tiriude d'ella, a observa-
rem e executare~isas leis da administracao, de
que são chefes.
Está, portanto, demonstrado que, sendo o
delegado do conselbo de saiide, como represen-
tante d'este conseiho, chefe da repsnti<:~otech-
nico-sarzituriu do districto onde serve, náo póde
ter outro chefe no mesmo distri~io,n8o p6de por
consequencia ser siib~tile~no,Izrnz inzmediatuinen-
te suhordll~ado ao ~ r q ~ e i t i ugovsnmdor
o cioil;
riáo póde receber ordens d'este magistrado em
assumptos de sca cspecial eornpclencia; e não
póde s w sztspefzso por clle, porque náo é funccio-
nario advmr,istrcitioo, dos y uz l:erte:zce,~i i. a&-
izistrucno proprinme!rte dieta> e de qi13 tracta o
ai%." 2% do eodigo n." H c 85.
Em conclusão: o a!rará do snr. governador
civil do Funchal , daiado de 3 rl'agosio riliimo,
qualqucr qee seja o poato de vista debaixo do
qual o eon!er:picrn, quer na fóinia ou na esseiz-
ciu, quer nos ~~r:'w"ljosem que se basea, ou
nas co~zclusGesque d'elles sólta, é uma eomplsta
al?erra~ãode rodos os prinçipios de direito admi-
~listrativo, de hermenentica legal, de logiea, de
grammatiea, e alS do senso eoiilmum. IVhs, ape-
zar de tudo isto, esse aluará 6 um monumento?...
Situ um monumento do excesso de insensatez a
q u e p ó d e chegar o juizo ainda o mais terso e
bem fornido, clcando se póc ao serviço da pai-
xão: -quando dá de costas aos deveres, attrihui-
ções e obrigações do seu cargo, para iniaginar-so
goventador e capitão general d a ilha da Ma-
deira ! ! !

HOIIEA$~O
D'UB: P ~ ~ C U L T A T I V PAXA
O o LOGAX
DO CHEFE SUSFENÇO.

Ao acto alvarú de suspeqzsáa, que aca-


bamos de, analgsar, seguiu-se da parte da snr.
governador civil, outro coiigenere com o primei-
ro; teve a mesma origem, hade ter o mesmo
vigor e resultado -abuso d'auctoridade - nul-
lidade insanavel -revogação -desaire e \:ergo-
nlia para o magistrado imprudente que o prati-
cou, fora da orbita de suas atiribuicóes legaes.
Alludimos a nomeação do snr. Pedro Julio Viei-
ra para o logar de delegado do conselho de sau-
de n'esi,e districto.
Qcanto i pessoa escolhida para este logar,
tudo o que temos de dizer i? que nunca esperh-
mos que um cavalheiro, que teve uma educação
liberal e scientifica, se esquecesse de si e da di-
gnidade de sua nobre prufisuão a ponto de ac-
eeitar o cargo de um eollcga seu, das mãos de
qocm não podia dar-lh'o, e que só Ih'o deu pa-
ra mitigar a sêde de urna vingança torpe e a-
diosa.
Mas quanto ao 17zodo porque foi actual-
meete provido um logai que iião é administra-
tivo, que niio estava vago de diieiío, e cuja va-
gatura de facto só foi um abuso de auctorida.de,
urn acto precipitado e despotico do chefe da ad-
ministracáo; diremos o que sentimos, confron-
tando o facto consumado com a lei que o regula.
O logar de delegado do conselho de saude
ii um emprego de confiança; e se o provido nes-
te lagar tem de exercer, no districto em que ser-
ve, attribiiir,ões do conselho de saude , sO a es-
te devo competir o direito de escolher e nomear
o furinecionario em cr,jns máos vai depositar par-
te da sua auctoridade, e por cujos actos tem
de responder perante o governo de Sua Mages-
tade.
Isto que a razáo alvitra à priori, é exa-
ctamente o mesmo yue ti posteriori se acha con-
firmado por um facto legal. O decreto com for-
$a Icgislativa de 3 de janeiro dc 1837, desen-
volvendo no artigo 16 as attribuiçõos do canse-
lho de saude publica do reino, diz no n." 2
d'este arligo - c Gotnpeto ao conselho nomear os
delegados dos digerenies districios administrati-
vos do reino. D
No art." i 3 dispáe o mesmo decreto-aque
este direito de nomeaç%o, deve exercili-o o eon-
selho, pon~lo a coiicurso o provimento do logar,
e escolhendo d'enlre os concorrentes (que só po-
dem ser faculiaiivos em medicina) Ò de maior
meriio. D
Em Tiin, ulteriores portarias providencia-
ram -.que o provimento se authentieasse medi-
ante diploma assignado pelo presidente e pelo tis-
cal do conselho; e qrie d'elle so désse eooheei-. '
mento ao goveirio pela secretaria dos negocios. :
do reino para cllc apreciar os motivos que de I
terminaram a pi.efei.enuia do cansciho em rela
çáo aos outros concorrcntcs. » Consia da porla
ria de 49 de junho de 1843, e outras.
Em faec destas disposicíjes Icgaes , C li-
quido que o delcgado do conselho é um funccio-
nario público, que hem no orçamento do eçta-
do certo honorario ou grabibcaçáo; mas 6 func-
cionario de natureza i50 especial, que o goier-
no não o póde nomear; poripe náo p6de as-
sumir contra :ei urna aitriboirjZo essrnciulinen-
te exclusiva do conseibo de saudc pfibliea do rei-.
no, a q o c a a mesrfi:. lei a t c n eoofcrido.
Pois o yoe o governo de Sria Nagestade,
no pleno exercicio de s c a aucioricladc soberana,
n%o podia lazer 1egal:ncnie; qiier saber o leitor
quem o frz, quern se jnlgou eabalmeriic aucto-
risado a fazel-o? Foi o delegado do governo n'es-
te districio! Foi o snr. Jacinto A. Perdic~ão!
Desgraçado condão administratiro o de
S. ex."! Que nunca haja de por n ~ a oe:n acto al-
gum de serviço priblico, que n5o seja para in-
fringir e quebrantar a lei qoe o regiia!
Canio nua ha de ser assim, se, armado
com a errada inieliiçcncia que dera aos art.OS
2'3 e 226 n."", a i , e 15 do eodigo adminis-
trativo, s. ex." não admilic, riera aciin:a cle si,
nem a seu lado na mesrnn plana, aucicridade
alguma debaixo do sol? Náo admibte a do çnr.
delegado, nem a do conseli~ode saude que elle
repressoia! ?%o ndmii.te a do governo cls S. Ma-
gestade , nem a do corpo 1egisiat.iio! Tudo, tu-
do deantc d'eile tem do çiirvar a, c a b e ~ ae recu-
ar; porque a aoctoridade de govelnatior e ca-
pita0 general que exerce na ilha da Madeira, é,
a perder do vista, maior, mais extensa, mais
respeitavel e terrivel, que a de Sancho P a n ~ a
iia sua ilha de Barataria.
Dirao p o r h ~- #Bem, o11 mal, suspenso o
delega.do do conselho de saude; vago de direito,
ou s6 de facto, o logar d'este fuiiccionario, que
querieis VOS que fizesse o chefe da adrninistra-
ção do disiricto l -Que
B) estudasse accurada-
rneriic a lei, e obrasse ern conformidzde com
ella.
Tinha o snr. goveroaclor civil u direito de
stispender .a exeeucáo de uma lei t~hnico-suni-
taria, essincialmonto estraiiha aos objectos de
sua pecn&ar compete;;cia? Não linha ; o a-rt."
234, do codigo n%b lhe confere similhante di-
reiio.
Logo era reconsiderar a ordem de auctori-
sat;áo qi;e dera ao goarda mór de saude, e re-
voga!-a. Foito isso, estaca acabado tudo. Isto era
me!i.,or, raei?os d~sairosopzia a soa pessoa e pa-
ra a dignidade ," do ~ai.~(cornqiie o honrára o
governo de sitia magcs;ace, do q o laiicar-se
' ~ d'o-
riios ~ e r ~ d a d spelo
-3
ç ira, c a iadv o E1.8.3~8,n'i~m
vartice d'echoç illegtoç , ar"zlilra:ics o on:irchicos,
cada o;ri dos quüeç haSe levaiitac.se como om
~'sw"I.para dt:s .testin~lunho con;ra a sua admi-
aislral,ão.
Um juiz do supremo tribunal do justica de :

Paris, não tendo lido certo documento que ha-


via n'um processa importanlissimo, dc que era
relato?, induzi0 o tribunal a dar uma sentença
ioiqua. h parte aggravada por esta sentença,-
veio ao juiz e quelxon-se da iniquidade della,
visto haver no processo um documento de tal
ordem, que resolvia a questão em seu favor. 0,
juiz estremeceu ' . . Avocou os auctos, verificou a
existencia do alludido documento, leu.. . . e dics
á parte ((que iio dia seguinte voltasse pelo des-.
pacho do seu requerimento^. A xouto, passou-a
o digno magistrado (depois de ter escripto um
oficio) a contar avultada porção de dinheiro.
Quando, no dia segointe, voito~i a parte pelo
despacho, dice-lhe o juiz : - Por neglisencia
minha eommctti dois erros: aggravei o vosso di-
reito, e offendi a justi~a. Quanto a este mal, já
o reparei, dando ao rei esta manliã a minha de-
missão das func~õesdp, julgador. Quanto ao ag-
gravo que vos iiz, aIi tendes a reparahão; con-
tai: 6 precisamente o valor da causa, que por
negligencia minha perdestes R.
Bem sabemos que exemplos taes não são
feitos para calar na cabeba, nem eaber no coa
ração do snr. Jacinto Perdigão. Pomos aqui es-
te, todavia, para que a luz do contraste pcrssa
o leitor apreciar melhor o procedimento de S.
eu."; o qual, ainda dcpois de reconhecer o seu
erro quanto i interpretacão do art." 234 do co-
digo em vista da poi.taria de 24 de junho de
1862, não arripiou caminho na carreira de des-
proposilos yuc cncelira ; -obrigou o suSallcriio
de urna iepartiçáo csiianila a desobedecer i lei
e ás ordens do s<:u eiiefe, ordenou a eçie che-
fc que no termo di: doas horas levantasse a sus-
perisão quc imposéra ao subalterno refractario l
Saspcndeii o ebek desta repartição ! E - o que
-
rião podia Iazer o gorei.ilo fiomeou oritro facui-
ialivo para fazer as .rezes do chclc illegalrnente
suspenso !

Qit:il t. o homem sisodo, digno de exercer


o cargu dc chefe d a a:1drk:iiiiskr3cao d ' c n distri-
cio, que aiites de rcsoi~~er-çoa adoptar. urna me-
dida. ijuaiíjuer, ~ à pensa,o não rcilectc, náo de-
libcia comsigo ncsrno, e &; vista da lei, sòhrc
sc @de -se deve -çc 6 eonvenieliie adopta!-a?
Sc o snr. fioverirador. civil . . tivesse procedido
I'
d'esic modo eun: refereiicia r i !asaiira ifi!,crp?eLa-
'

çao dada 30s a1.t." "34 e 224 n.O 5 do cosigo


:id:i~iniçtrutiso, iucii::~ente i ~ i i aicconlccido o er-
ronco d'esta iuterpret~r,ão, pelo absurdo do neto
qilo devia rcalisal-a o c das consecjueiieias qnc
$eile iam ii;ovji~ieiri~erilci.esui!.zi.
e[LeiLo : frsr,e exacta o reidadeira aqiiei..
ia iiiterpreiaçao, o eodigo adrninisirati:-u scria a
iei supreina (ias leis, visto que n'im de sues a;.-
. -
i.ipj ~~:ay:!.i.~ln::p;:j'> []:ri. po(:i
.
. s:ipe:ior ai,
de Lcd2s e]!ns -- 0 iI ! ~ ~ ~.,..C h~s o,.l > i : . do guvcina-
-
i v i ~
tlur iivii -em cojas 5riF.o~ vinl!am COU~LIII~~~
c aniliiilar-se f,odoç os po-éies pnblicos. Não ; isto
-náo pOde ser.
O cocigo adrninisirotiro icgislr. para corta
e dclciminaíla ocdeni de surviço piikbiico, -pa-
ra a orcierrz a d ~ ~ ~ i s r propriamente
atu bicta
-c para ~ l f l i h l f i o!!Era.
~ ~ ~ l Náo pócle, por cori-
sequencia, disposição alguiua da codipo dai ao
goverriadur civil o direito de -aioda nos casos
onzisissos e urgentes -suspender a execuçào de
todas as leis, superinbnder no seivico dos Euoe-
cionarios de todas as repartições, e nos objectos
da especial compelencii? de cada i:rila, quer se-
jam, yiier não, reparli~ões ad?~zi'ilistra;if:il:as,?LO
rigoroso seizfido do ternzu.
As Icis sciiv3arias n5o sàa 1::is iie a&-.
nistraiüo proplian~ente dieta. Os funecioiiaricç '
que tecn a cargo a execu@o d'ciius !eis, não s i o
funccionarios p~~biicosda ordem d'zquelles de
que &acta o c j ~ j i g o o , cjoe eslâo
znzt?zeditua.nze?zte suboi,cii~zctclos(10 gooci.?zail'or ci-
vil, e que eiie p0de sospcnder do cxercicio e
vencirnenlo dos respecliros jogares, em virtude
da faculdade q:?o ihc é conferida pelo arl."h&
n." -- 1 1 0 codigo.
i(in visia do dis;!oçto no 2." S."a ri1csx10
. ..
artigo, ?arnbcci náo czbo ao gr5:eiiixioi. civil o
direito de suspender a ezecuçao das !eis saiziln-
rica; porque a malcria d'esias ?eis trr.nscciiile os
lirniics dc s.;a eompeleneia , e a O Y C ( Y ~ Ç ~ d'ei!as
O
corre por eoii::l cio fuuccio:;arisi; q:ii:, tciido !ia
capi::ii do ieii:o laa~centro cJiai!!ipfl dc ( ~ i ; ~ l o n ' -
dad8 !i p i e sai~~h?~~i;r:tli~~im?zeiitii ,
sz~Oo~di?i?lados
nã.o podem ser, zor jsso ii?cso:o, sub~%ternos do
goireinador civil do 3isii:iciv oide servem.
Ora, arfinem-se p c i esies piincipios, qae
suo os tinisos appliraccis A qovstzo de qoo se
Iracta, os actos do snr. gigcrnador civil, cons-
tantes dos doc~merirosjunctos (sob os n." 7 , 9,
i 0 ) c por aiii se vcri como cada iIm d'ellcs
6 iim abuso d'azrctoiidade, pulo qiial seri S. es."
responsnvel peranlc a lei, perante o governo c
peianre o paiz.
Temos a certeza dc que este rrlontiio dc des-
propositos e abusos dc auctorid:.de liao hade pas-
sar desapersebiclo por debairo dos olhos do go-
, verno de Sna lil;agcstncle; porqiie debaixo das
i
I
apparencias de urna simp!cs qiiest%o de con:pe-
tencia entre daaç auctoridades superiores do mes-
mo distriu?~,h 3 aq1.1 m a irnport~.n:issin?a qucs-
táo onde está3 tn~crcssa6os os mais clevados
principios de goveroacão @biiea.
E na rerdude -- iircçse o youc:iio a má gra-
,-a de declinar de si o eiamc d'esiia rtcesiXo, oii
a imprudencia ds resoivei-a rio seiiiiih da i~iter-
preiaçao da& pclo gavsrl~ador ei~iiaos citados
;irti,:os do eod~go, rstava p3r iim;3 vez acabada :L
1e;sI inde~iendcncin ile i d a s :as ai~ctoridarlcsdis-
&ctnes,.que por terem :ia sapilal do ri:ino cen-
tros Gm?;?t;ti?$.S de po:&"i^ i 8 y ! ~sGo ir?zinctl&ta-
z e ~ t earibci~dii~ad~~,~, 11ùo sáo, 1150 podem ser
subaltarcas ~ O Bgovernadores civis.
n : o- sei~hoics- bispo diocesano, com-
mandante inilitai, juizes dc direito, delegado do
iiiesouro , ilirecioi d'alfa:?tlegn, commissaiio dos
ostiidos e director das olgas publicas , iodos,
iodos teriam dc sribmctter-se As ordens que os
goí.crriadores civis houcessznz por bem dirigir-llie:;
nos asçonlpios da especial competoncia de cada
i11i1;porque nunca fa!i:,rii! áquelies maçist,rados o
pi.c!cito de iirn on mais cusos omissos e urgentes
com quc aricí,orisar a sua i~ivasãoc a b u s i ~ ainge-
~.ciiciana direcçáo imrncdiata e si;perior de cada
uma d7es:as repaiiiyõcs,
Com esie perigo ern pcwi;ec:iva, é de cspC;
iar que O govwm ceiitrul os representsnies da
~iaçaorcajam, o as sobicdictas anctoridndes pro-
tesi,em contra vs effcitcs da interpreta~tlo dada
pelo go~~criiador civil d'esie disiricto aos siipraci-
tados artigos tlo codigo administrniiro.
Senhores i Debalsa da EJrr?ia de uma ques-
tão pcsso,aI, ven~ila-sedeaiile de vús irnportaiilc
qucst" de principias ; n?,o sojaes indifferentes i
soli~~tlo d'es!:i qiiesião. Se o fordes, a saperioi
aucioridade rpie cada ani de rcis exerce coni
vantagem do -piih!ieo scrvico , j i pos:a em diivi-
da pelo ço~ornadoicivil do Ftinchai , pode áma-
nhã scr !niijo da desson:rnui~a! arnbiçao dc qrial-
q u s d'csies magistrados, que, sobre incapaz de
crcrcer e desrnpciihzr as Euncc,óes do sc:~cargo,
qucirn in~adir c: nccumi~l:u a s a!tribiri,:i%s (10s
outros; quciia i?? em cada iirn do vcis um s d -
nlte~xo, que inteira G ponctrinlrfierite obedeça aos
maiidaios qnc elle híil~cei2 1 3 ' 6'":)~ decrctr~r.
Asodic, seiiiiores, cada cjaal 11a ospliein
do uoss9 iloili.r, ncodic pel:~ in:!cpcndencin do
\ossos cargos, pela fiel execução das leis, pela
Jii-isrdade e mais caros interesses do nosso paiz.
Funchal, i %$Agosto de %86h.
(i) DelcgsgZo do i'oi~seij:o de saude po-
blica no Funcba!.
Ili."?sn. -Teiido arribado a este porto,
por falta de carvão, o vapor &rrzt9,>em viagsm de
BIonic-uideo: porto limpo , para 1,irerpcoi ; e
tendo apresentado carta de sauc!e limpa, passa-"
da prlo consul de Aeçpanha , c tamijem 'L
regular
n a conformidade do art." -7' fj 2." do regulamcn-
to sobre guareiirenas, d~ 4 e janeiro úitimo
por náo sc desiiriar para porto porlcguez :-con-
formaido-me com a doutrina da circular do con-
selho de saiide, n." 23 de 1"tde junho do 1860,
virtual, mas n?,o expressamente revogada pelo re-
gulamento om vigor, e com a ii~FoririagZo e pa-
recer do 7. S." a respeito da jasii~aque assistc
a esla embarcasào: e 5. canvei?iençia $ d i c a de se
não porem tropeços inuteis aos riavios quc apor-
tam a esta ilha: --aiic:oiiso a I'. S.", n a os6
para ad~iiiitir a Iiirs pritica o vapor Lhala,mas
tambem todas as embarca~ões qne s! acharem
em identicas circumstançias, a @ qiio o conse-
lho do saude pubilcz de!ibere sobre as dividas
ultimamente a este icupcito susciladns c sabmet-
tidns i sua sriyerior rescl;igão. -Deus 6:rarde
a r. S.", Funciial 20 de juniio de i864.-
hi!.'""snr. di. gi:::rt.la intr dc uai~ùe iio poi'to
do Filrich:~!.-0 deiegaòo :1~. ii~slorlio d i ~Lua
Pittu.
(2) Deicxa;zo do cofiselho de saudc pu-
blica no Funcha!.
Bil.'"Qçn. -Com esbe oIGcio ruceberá v.
,S." copia autheiilica da reçposfa que o conselbo
de saude publica do reino z ~ edeu sobrc a ques-
?%o u!iimao;eni~ suscitada pela assoeiaçáo com-
mercia! d'esta cidade a respziio da applicação da
,doiitrina da circular de i6 de junho do 1860,
paia rriodiiicar os icçpeçLiros &ligos do regula-
lilcnto C M vigor.
-.I
i-,m vista $esta resposia; coiisiderari v. s.4
de ncni~urnetfeiro a dciiberaçáo por mim tomada
piovisoriamenie, e eonslaaie do meu oíricio de
20 dc junho ijliimo, e executar:^ as disposicões
do referido regulamento em quanto o governo de
Sua Pihgcstade, a quem só c m p r e resolvor a al-
ludida prete:?@o, o ser supcrior ás atiribui-
~ i ~ cdos cofi~uil~o, náo mandar o contririo.-
Deus Gnardc a v. S.", Funclxi! 26 do julho do
4864..- iii,"'"si;?. &, ,:uard:\ a ú i &; ç z u & no
porto do j~iincha?.-0 delegado clr. Antonio
da l,tbz iniita.
( 3 ) Eelcgacão do cocçcliio dz saudc pu-
,. no Filiic\;:ii.
b!ica ,,,~. - v.
i;],'""sili. -'fei;ho 6 o or,rcio
1
S." com bata ae hoje, no q i d , respondendo a
oiiiso i;icc c3m dala de Iiiiiil~iii, i~lforiliaclue de-
;a ]ilrc !!ra!ivu r,o irapor f~. >
i cm conçe-
cpensia >.
c! oi.trcr;! qoc ,
~
$ 3 rrcüUèra de S.
r.
er.." o goucri~adoi~
civil d'estc distric~o.---h1
to-me :r pedir a r. S." que sc slrv:~do dizer-nic
ein qacdisposi~ãoIcçnl se iaiidou para o!)edxci
a uma orden: :;~c ici dc easoiitio <i disposi$?.o
do decreto coni f«rça de Ici de 14, de janeira
último, c i~em assin! á deiiberaçáo oEcial com-
I~etentee superior ido êmisaiho de saoùe pu-
blica do reirio, constanic do o s c i o de 4 do cor-
rente n." 85, do que v. S." teve oonhecineriio
por eommunicayão do cocselbo e rnioiia. -Deus
Guarde a v. S.", Füi~eliai28 de julho de 1861..
-ill.""snr. dr. ç ~ a i d aiiiór de saude do iior-
to do Funci~al.-O dc!egado dr. 8r~torzio da
Luz Pitlu.
( h ) I!I.'""ssnr.-Em resposta ao officio de
v. S." com data de honlem, cumpre-me dizer
que a lei ern que ir,e fundei para ohedeeer a
S. ex." o snr. governador civi! é a mesnia que
diz qae aguelle maçistradc é chefe superior do
districto e supcriiltendente om todas a s reparti-
ções. -Deus Guarde a v. s." Fijr~chal 2 de
jullio de k8GS.-HII."hsiir. (!r. delegad do
conselho cle salidc pubiica. -0 guarda mór ilr.
Adriatio Auyusio Laciica.
(5) Delegação do conselho dc saudr publi-
ca no Funcl~al.
Ill.""snr.-Tendo-sr, v. S." mostrado freio
conteúdo do seu ogicio, em &ta de iioiiícm ,
pouco versado cio contieeime~ito das !eis r r a ~ i ~ ~
rias, e inenos nrloso do que ciirnjrin, pela di-
gnidade prufessiorial, <!irfitos e ,3.ttiii!uiç;ics [!as
icsprnctivas rcparii(;oes es!recial;rie:!?o csisbclecidas
para salva-gi;arda d:i saude pkbiica, por isso que
obedeeeii a ordcns i!icgaes ci'umn auctoridade cs-
tranha a estas ieparlições, nao i!abiliiada para
emiltir opinigo, sem a s coesn!rar, sol~roos gra-
ves e especiacs assumptos tle que elius csi,áo e!?-
carregadas, e principalmcni: jnson~petente por
que as leis lhe náo dáo em taes negocios Inge-
rencia, nem podes algtim : tendo-se v. S." Turi..
dado para cspiicar eu;:: seu cet?su::irel procedi-
menlo na erronea in!eiprclacão que deu :io ar:."
221 do Codigo i?drninisiiaiivo, entzr~dendo cjue
o governador civil h cijeíi superior c siipci'in-
tendente eiii iodus as rc~i:!r!iç?jcs do districto,
quando só o & na iparie admiaisirati.::, r~or isso
que ha mciiias ouiraç re!:nrti$ões, enirci as qiiacs
está a da saude publica, iiitie~~sndeliiod 311-
ctoridade d'elle, conso é expresso rio 2i.r." 230
do mesmo codiw 0 '
. teudo v. S." e m cum:;ri:acnío
d'uina ordern illrgal ii,fiirigido a disposiçáo do
arr." i 7 do regularnenio do çiiarenienas decreta,-
do em Pli dc janeiro úiiimo, c desoljedecido fci-
malmente ù. rcsolri@o tomada nd hor p i o consr-
Itio do saude pnblica do reino, e çoi:siaoic do
officio em data de 4 do corrente, dircc!an?enie
por elle corniiluuicada a v. S.", e por miin em o;-
fieio de 26, na qual 6 expresso que o propvio
consellio se náo jo!gava auetorisndo Paiii alterar
o referido regu!arne~!io, e ncin ao menos coosen-
tio que a execução do citado ariigo fosse ieil?pol
rariainenie siispensa atC i deciszo do governo de
Siia Magestade a quem só competia resolver a
dúvida a este respeiro suscitada:
Cumpiiiido-rue corno rcprescntanbe do 'cõn
selbo de saude publica neste districto restahele
cer o irnperio das leis sanitarias e fazer exeeut
as ordens do mesmo conse!ho-; e uzarido das
attribuições e faculdades qiic as mesmas leis me
'.conferem, e que a- portaria de 4 de julho do
1849 miii claramente definia.
Ordeno a r. S." que immediâtamcnte repo
Piha em plena execução o ar.t.o 17 do regulamen-
to de quarentenas já mencionado, que se confor-
'me com a decisão a este respeito tornada pelo
'conselho de saude publica do reino, e que me &i?
parte, sem perda de tempo, d'assim o cumprir,
accusando a recepção do presente offcio. -Deus
guarde a h. S:. Funcbal 30 de jniiio de 1864.
-II!."Qnr. dr. guarda mór do saude do porto
~
o:
d o Pnnchal. -O delegado dr. Antoltio da Luz i
Pitta.
(6j E t a ç ã o de'saude do porto do Funchal.
IiI.""nr. -8ccusando a recepção do o%cio
de v. S.", em data de 30 do passado, cumpre-
me dite, que não teiiho que repor em execução
artigo algum do regulamento de 14 de janeiro úl-
timo, porque da disposição do arligo 17 foi só
:dispensado o vapor Powerful por S. ex." o çnr.
governador civil, chefe superior do districto. --
Deus guarde a v. S.", estação de saude do porto
do Funchal, I d'agosto de i$@.-Ill."" snr.
dr. aelegado do conselho de saude publica no
Funcha1.-O guarda mór dr. Adriano A. Lurica:
(7) Governo civil do Funehal, 2." Reparti-
@o. -III."hsnr., -O guarda mór da saade do
pario desta cidade acaba de dar-me copia do o@-
cio que v. S." lhe dirigiu, ordenando-Ilie que ~ i á a
cumpra as ordens, nern use da auetoridade que
lhe concedi, para continuar a dar livre pratica aos
navios que estivessem nas condiçóes :da excepção
feita pelo conseiho do saude, em seu oficio de. 16,
de junho de P860, do $" 1."0 art.O 9." do regu-
lamento de 8 de inarço do mesmo anno, e que
v. mandou coiitinuar depois da publicação do
regulamento de B(b de janeiro último, por officio
que dirigiu á estação de saude do porlo em data
de 20 de junho d'esfe aiirio, reconhecendo que as
disposições do regiilaiilento com respeito a esses.
navios, eráo uin !arpeço iniatil e contrario á con-
venieiicia pciblica.
Em vista d'isso e do procedimento inexpli-
cave1 que r. S." acaba de ter, perte[idendo der09
gar uma auctorisaçáo minha, cumpre-me obser-
var-lhe o seguinte:
1 . L Q a 1 e ao goveriiador civil compete, em
vista do a r t . 9 2 & n." 5 do eodigo administrativo,
a i~speeçáogeral e superior sobre a ercc~çãode
rodas as leis e repiilanientos d'administração, nos
quaes se compieitelidem as de policia sanitaria.
/3."&e pelo mesmo artigo Ihc incumbe
a ohrigaçáo de provei, por actos seus, ás necessi-
dades do serviço publico.
3."-Que pelo art." 234. do ciiado codigo
é o mesnio magislrado acietorisado a dar, nos ca-
sos omissos e urgentes, as providencias que as cir-
cunstancias exigirem.
Ii."-Qoe 6 no desempenlio d'eslas func-
com, e iio uso das F;iciildades iegaes que me com-
peieiii, que cn resolvi coritir:uasse em pralica a
exccpçáo fciia pclo conseiho de saude ao S."."
do cri.' 9 do regii1atnen;~ode 8 de março de 1860,
como providencia urgente e necessaiia aos interes-
ses commerciaes destacidade, sem prcjuizo algum
para a saude jiijhiica, cai~formando-rncassim com
a doiilriria consagrada ire cit:ido officio do conse-
lho de saade, e com a opiilino de v. s . ~emitiida
no oEcio dc que j5 fiz mer;ç:o.
&
"-5.e os delcpdos de mude como em-
pregados yiic? não est5o irr;mediaiamentc sobordi-
nados ao gcvcr~o, cstáa cori:prchcndidos na dis-
posiição do 1?."5 do 3rt.O 224 tio codigo, deven-
do acatar e cumprir, na parte das Ei~ncçõesGs-
cacs que a lei ilies cor;irnei,te, as ordens e instruc-
Iões qudliics forem traosmiltidas peio chefe d a
:~dn?inis!iai::o do distiic:~.
6.'-Qiie nenhuma lei 011 principio permit-
iii cj:x :zs ordens Irgics dn auctoridade superior,
iio caso das iicuidcdes qi:e a lei iiic concede, pos-
sei. c.v,r~.>..>
i :.t , i.I...
~ a ~ ,dcsokedccidas
,s, e menos aitida
dci.oç;idns por ordem d'aiictoiidade inferior; por
q u e o con!ra;ia ( i i s : ~~slaijelíiceriaem principio a
ac:ircl:ia nti ,~dmiriisiraçáo.
o
1 . -Q:ic por isso deve r. S." ficar adverti-
7

(lu di: ;ice riso pode, sem ;:rijiidicai. a boa ordem


do scrri~o,t: sci:j oílliri):j d;l iei e de lodos os prin-
ei;~iosde adwinisiri,i$io, eni1araç:;r a execução
cins oi.deu:. e pio:.iiic~iias cjri;: di:r~;inão do uso das
fac:~i~iad<:s iegâc:. quc eoii?i!eiem tio ano\esnador ci-
ri!, ciiiripiiiiclo-lhc por deri-i ile sca jogar, e em
I~arrnoi~in
con? todas as co:rveniencias sociaes, exc-
culz;. e hzer a:;uciitar as suas resciii$ões, ein vez
de iatromet!e:.-se . ille~aln~e~?ic
. r, aprcciar os seus
actos; e de : r i s I';;co!dndes de derogar a s
suas o?di:i~sda cíija o~:purii~r~id;!c!e
e acerto s ó ao
goverm compete j:~lgar.-E~iis guardo a v. S.",
Fíinciid 2 d':igosic de '38.5h. -ill.'"" s i ~ r .dr.
drl~,gadodo conse!i;c de s;;ride iiiibiicn do rei110
n'este disirictc. -0 goreri~ador civil - Jacinto
A,, ~ e r , + ~ ~ ~ n .
%,

(8) De:rgâcQo do coiiseiho de çnude no


Fu~chtii.
I o 'r. - n u v. S." na iiifracção
do , . ~c- <i , . , l . . ~ ~ ~ d dc jaileiro d'esie anllo,
d e s 0 Í i e i l ~ ~ ~ái idc+cirão, qne sol~rea oxecucão do
ai.t."7 &i.:%o çc>nseiiio de saiicle publica do
reino em oflicio de I. c?e jiiiii~ 6iiirri0, e reagiu
contra a oiderii q i ~ ccn;i ii~.rmoriia corii as leis,
portarias e decisõis do rEesmo co~:seliio lhe foi en-
viada por csia c!c.icg;içáo rio dia 30 do mesmo
mez-por isso qiic admiitiu a livre pratica o
vapor iwgiez d:iiomiii:ido. . lilc!,r~;no dia i do cor-
neiiie, coriic karra I o rnpor i'owerful
no dia 2 de jiili~o, aiie_na:;;lo para justificar es-
C,

te se!) proce:!iin~nio iiina ordem recebida de S.


ex." o govrrn3cii1r cirii, (;;:icm vista das leis
r ~ ? ~6o I cm !:iç :issi~rnpios,e a qiiern
v. S." por isso 1150 dcvia cl~cdccei.-liecoiihe-
cei~da eu n t!;.g!:r~ciz iie res:aiicieecr a ordem
. . dn s:!:!iie, de h i e r execiiiar as
ncsia e>:!;~$~o
i i Y O ~ ~ ~ P Ieliianadas
IS das ligitimas
F c 3~1clo:idades su!~e:ioivs; e usan-
do dss facnldadcj que me confereni os art." :61"
5
5 18, e 17 H."do Decreto de 3 de janeiro,
de 1837, corifirmadas, e bem claramerite defi-
nidas na poiraria do ministerio do reino de 4 de
julho de 184.8, -tenho por conveniente que v.
S.", logo que Ilie seja apreseritado este officio, en-
tregue a estacão de saude ao ciriirgiãu Joáo Ne-
pomuceno Gotnes, designado lielo governo para
substiliiir a v. S." nos seus iegitimos impediuien-.
tos, ficando v. S." suspenso do exercicio e venci-
mento de guarda mór até ulterior resolor,áo do
conselho de saudc publica, ou do governo de
-
siia magestade. Dciis goarde a v. S." -Fun-
chal 3 d'agosto de Sr 864.. -- Ill."'hsili. guarda
mói de saude do porto do Punshal. -O Delega-
do dr. Antonio dfi Luz Pitta.
(9) Governo civil do Fiinchal. - 2." Re-
particão-L." 6."-N."289. -111.'"" snr. -
Acabo de receber um oçlicio do guarda mór da
eslação de saude nesta cidade', acompanhando
co111aci'um outro ofticio yiie com data de hoje
v. s."he dirigiu, suspendendo-o do exercicio e
vencimeiito por baver este furiccionario cumprido
as ordens, e usado da aucioiisay.ão que Ihe dei,
em harmonia com as facuidiides legaes que eom-
pelem á auctoridade que ererco.
Eiii presenia d'este facto, vejo corri muito
despraser que r. S." apesar da ndvertfncia qiie
lhe fiz ein oftício com data de i~oriicm, insiste
irrefiectidamente no proposito ila coniiniior a de-
rogar uma provideiicia que jiiigoei dever tornar,
e crlja opporlunidade e iegalidade nao cumpre a
,\, S . ~8vili:lr.
Náo desesperei, poréiii ain& iie ciiania;.
i , S." ao cat?ipo do derili, e tenho coniiariça
de que heide consegi:ii-c, se v. S." qiiizer dar-se
ao trabalho de i.eflec~irpor i;m i:orico. 1'. S." com-
prehende por certo que náo tent f:icnldade para
annuilar as prosideiicias que a nucioiidade supe-
rior do dlstricto torna, como enteade, e sob s u a
'responsabilidade, e eompreiiende egi~alnenle,que
a suspensão dada a um funceiotiario , pelo facto
de cumprir a s ordens siiperiores, nào só não
tem rasjo de ser, náo sendo siia a resporisabi-
.lidade da cxeciiçáo, mas eansiitiie o eriii:e de
resisiencia previsto e punivel poIo ai.1." 486 do
Codigo Peiial.
Em todo -o caso previno a v. S." ,de que,
não cabendo ao guarda mór d a estação de sau-
de responsabilidade alguma na 'execuçáo da pro-
videncia que tomei, responsabilidade que é só
minha, e que não quero partilliar com ninguem,
a suspensão que v. S." lhe irrogou i. menos bem
cal-~ida,-e que eri não posso consentir nella, vis-
to que constitue urn aeto de resisiencia á s or-
deris emanadas da aiiei,oridade que exerço.
Cumpre por tanto e para que a regulari-
dade do serviço iiáo seja alterada, que v. S.",
no praso impreieri~belde aluas horas, levante a
suspensão iilegal qiie impoz áqrlclie foncciona-
rio, porque de c,ontrário ver-me-hei na necessida-
'de de tomar outras provideileias tenderifes a man-
ter o respeito ilei e á aiietoridade que me está
.confiada. -Dens guarde a v. S." -Fc'rinchal 3
d'agosio tle 6864.-ii:.''? snr, :Ir. cleicgado dc;
conseilio <]c siitid:: jjyi?ii~:i (10 i : : ; djsii.i..
. .,
cto.-0 gove;.r,ador civil Yul.l!cEs &a??io per-
~~

digzo.
(10) i . -I Bntonio Perdigão,
bacharel firrhado enz. direito pela il~iis.erridadede
Coirnbra, goverr:ndoi- civil do clisklcito admlriisij,a-
tivo do Fu'ulzchal, eic.
Havendo o tliri?gdo do ocnseiiio 6:: saiids
neste distiicto cip.;aca~;~tioe z:~cio:.iderle qi:s exer-
ço, oppontlo-se cana i.ir:ia reçislsccia teiinosa, e
com mcdidas cio!cr;ixs B ~,2.pr.iciios::s á eicctiçáu
d'uina pi(i~i.Jeiicia itue "Iuiiiri rio erer~icio das
funcções iegaes qiie rne comiierenl /:ela a i ~ i g o . 2 2 4
n . 3 e 2b4 do c o d g o a i i o i)rs,videa-
cia ciija iiiiiii!:ide c necessidade o pioprio d~icf;a-
do havia reconliecitlo ainda ein 20 do jonlio -iii-
timo, tomaiido sobre si a ie~yoiiçnhilid:idc cie a
ordenar.
E eonsitieíaniio qoe esse piocedimi.nto é não
só all:iinenio offi!osivo das leis e das ciinveiiienciaç
sociaes, [nas ~~:c?jciifica.a ri.g!~ixidncie do scirico
publico coinpromc!ien do a t1fgiiid.ide do chefe da
adininistrafio do tjisi rido, e arroran!io a anar-
cltia e a desorílein errl jjiii~clpiosde governtt@o;
Corisiiieranilo qii i! esião esgoiitdos todos OS
meios qiie prrideniemc-,n!e íiotiiani ser empregados
para ctiarnar aqiieile f~riiccionrrrio ao ~ i i m i : ~ t ido
o
dever, de qiie, com riiiiiio dcsgosio GX>:?, ::#)(ia
afastado, porqile á ac 1re;isnvia ([ou iiie dirigi em
officio datado de i.ioni.i:i:i coiie~!)otiíIeo I;u.jt? cozi a
suspensão do exercit:io c vencimsnto do gurirda
,,,,I.
I,.,
. ,:-
:
,t i ., p i o C;:c!o cic haver este empregado
.
$ ,
.,

obedscido i r minilas ordens, e usado das aueto-


risaçnes q u d l i e dei; e porque As tror1dera~óes
que depois d'csse facto, e apesar iic 1350 1;iivei
recebido resposta ao meu officio de iion;ci~i, ilie
dirigi em data de hoje e corn que co!icluia por
~.ecomrnendar-lheque dentro dc duas horas levan-
tasse a susprnszo que liaria imposbo áq:le!le Eunc-.
cionario, por iiin facto ciija respons:i!;iíidade só a
rnim pertencia, eorresponden deixando passar o
praso ahi fixado, náo dando resposta, e manten-
do a suspensáo ao mór da saudei
Considerando q i ~ cesse procedimento tende
a aniqiiiiiar o uso ligitimo que 6z da auctorisa-
çào que me concede o a r t . 9 3 k . do codigo admi-
nistraiiva, e q u o o delegado de sai;& d'esse mo-
do ofkndc a disposiyão do arLo 356 do mesmo
codigo ;
Considerando que a susyensáo imposta ao
g ~ a i d amói. da estaçáo de salde, por um facto
cilja responsabilidade 6 só ininiia, constitue um
acto dz vioieceia ertranharul e illegal contra a s
ordens da onetoridade superior da admiuisiração
do districto ;
Considerando que 6 urgente prover de reme;
dio a este estado de cousae, fazendo maii!er erii
respeito a lei, e desembaraçando a administ~acáo
dos torpeços que, conl offensa d'elia, !hes oppocnz
o arbiirio e o capriclio d'um funccionniio, que as-
sim cii urn desgraçado exemplo de ilisuhurdinaçào,
com grave transtoirio e prejuizo do serrico pubiiio;
Consitlcraado (li:.: O ddlcgr.do do ~:iii6c, com
quaiilo seja ciiefo dd'ma i.epcirlit$io publica, náo
está com tudo immediaiameiite soliordinado ao
governo de quem sá recebe ordens por intermedio
do governador civil oa do corisellio de saude ; e
que por isso não lhe i! applicavel o art." 230 do
codigo administralivo, mas o n."5 do art." 224;
Corisiderando que A chegado o momento em
que os nleios suasorios, além de i n T~icases,cons-
tituiriam uma falta grave, um erro depioravel, pe-
los perniciosos resultadus que poderiam provir da
confusão e transiorno originado pela iliegal resis-
tencia d'um funucionario inferinr 5. ordem da au-
ctoridade superior ;
Considerando por isso que U urgenio e im-
preterivel usar da faculdade que me cuncede o n."
11 do art." 224, afim de reslituir i' atiministra-
~ ã ao ordem e a regularidade, que o delegado de
çaude a toda a fbrça quer compiomeiter:
Hei por bem suspender o referido funccio-
nario, o dr. Antonio da Luz Pil!a, do exercicio e
vencimento do logar de delegado do conselho de
saude neste diçtricto, em quanto .do governo de
sua magestade não baixar ordem em contririo.
Dado no Funclial aos 3 d'agosto de 1864
i assignado) Jucinto Antonio PerdigEo. Está con-
orme. Secretaria do governo civil no Fonclial 4
d'agoslo do 1864. O secretario geral Antonio Ju-
lio de Santa Murthu.
( l i ) Delegação do coiiselbo de çaude pn-
blica no Fuuchal.
I11."% ees.""ssn.-Costumado a entreter,
como funecionario piiblico quc sou hs 30 alinos,
-.
.- 11:) -

rclaç8es de deierencia, ci1,ilidade o consideraçilo


com todas as auctoridades do districto em assum-
plos oficlaes, muito especialmente com a aucto-
~ i d a d esi~perioradrniiiislrativa que v. ex." e,xerce,
posto que considere a reparl,i$ão sanitaria de to-
das ellas independcnie, uáo posso deixar de dar
nesta oceasião mais uma prova do quc deixo di-
cio, accusando a recepcão de dois oiGcios do v.
ox.", um datado de 2 e outro de 3 do corrente-
mez,
Tomei d'eiles conhecimento, e opportuna-
mente submetterei o seu coiiteiido ao Cons~lhod e
saude publica do reino e ao goxlerno de Sua Ma-
gestade, a quem só me cumpre obedecer em nego-
cios d'esta rapartiçáo. -Deus guarde a v. ex."
-Funchal 4 d'agosto de 486h,. -Ill.""e ex.""
sr. governador civil d'esie districto. -O delegado.
dr. Antonio rlu Luz P1itta.
( $ 2 ) Delegação do conselho de suude na
Funcfial.
Iil.? sr. - Tendo v. S." recusado enlregar a
es!ae%o de saude ao cirurgião João Kepomuce-
no Gomes, em obediencia á s ordens cjiie eu havia.
transmitkido a v. S." no nieu ofiielo de 3 do
corrente, -coiiforrnando-n~e com a prase segui-
da pelo conseibo de saude publica do reino
qciaildo infligiri a pena de suspensão' ao guarda
niOr de saude, antecessor de v. S.", -- resolvo
assumir as func@ees d'esie iogai durante a sos-
pmis'S"o de v. S.", e ordeno-lhe que me enlre-
gue a es!açZo hoje i unia hora da tarde, para
o que rne apresentarei na casa onde se acha
csiabeleeida esta rcparlicáo. -Deus g!iari!e a
P. s . -~~mClial
~ 6 d'agoato de 486%.- iil,""
sor. dr. Adriano Argusto Larica, gu;irda m6r
da estaçzo de mude do porto do Fui~chal.-.
O dei:ga:lo dj,. Antonio da Luz Pittu.
( i3) Esia@o cle saude do por!o do F~inciial.
lI?."9snr.-Tendo iecebido pari,ipa@o de
s. ex." o snr. goveri~ador civil de que v. S."
se acha sospeoso e riomeado parnai exercer ii!ie-
rinamenie o cargo c'e delegado do conseiho de
saudc o dr. Pcdro .iulio Pieira, é 5 4 a es:c Cjiie
ienlio de obedecer, em quanto o consc!!io de sair-
de p~~blica,o governo de Sua Magesiade, ou
o mesnio ex."' snr. não ordenar o eoiilráiio.
-Deus gaarde a v. S."- estacio de sande
do porto do Vi~nehal 6 d'agosio de 4864. -
III."" siir. dr. Anlonio da L u z Pilta, delegado
do conselho ile sniide pul~lica no Funcbnl-.
O guarda mór Dr. Adriano Atlgttsio knrica.
( 4 ) Delegaçáo do conseilio de a a ~ d epa-
blica no Punchal.
811.""e~.'"~snr.-Por isso qiie muito respeito
a auctoridadc que v. er." exerce iiesie disiricto,
não lhe deioiio o nlvará que recebi fronic~nde
tarde, pelo qud v, ex." se arrogoti o direito
de me suspender do excreicio e rencimcoto do
cargo de delegado do coi~selho do saiidc pub!ica
do Reino.
Por mais que v. e?;." se esforce para me
convencer i10 qiie pode interferir na repartição
de scude que riie está coilfiada, suspender-:i>c
das funcções quz n'ella exeico, riso posso rem-
nbeeor-lire esse direito em face das leis.
X a biurarchia administrativa, póde v. ex."
nàilo; na repartiç3.0 sanitaria, em quanto ella
não entrar oesta ordem, e a sua organisação não
fizer parte das disposições do codigo adminis-
trativo, se eu hern entendo a s leis, só cumpre
u v. ex." auxiliar as respectivas auetoridades,
dando-ii~es força, quando a pedirem, para faze-
rcirz çi?mp;.ir as Icis e regulamentos sanitarios.
h;'ermiila-ine pois v. er." que não aceeite a
suspensão por illegal ; e Eique entendendo que eu
saberei cumprir o dever de não abandonar as func-
çáes de deicgado de conselho de saude, em quan-
to não for a isso coagido pela força? ou em obe-
rliencia ás ordens de meus legitimas superiores,
-o governo de sua magestade, ou o conselho de
sar~de piibllca, que tenho a honra de representar
neste dislricto. -Deus guarde a v. ex.". -Fnn-
cbai 5 d'ar,osio de 186&.-IIl.""e eex."9snr. go-
vernador civil d'esto districio. -0 delegado dr.
Axtnnio da Luz Pitta.
2." PARTE

RESOLUÇÂO DO CONPLICTO PELO CONSELHO DE SAUDE

Qiiando em 12 de agosto Ultimo lançava-


mos ao papel a s hrimiides consideraçóes qiie se
]&em na 1." parte, estalamos firmemente persua-
didos que, nem o eonsellio de sande pública do
reino, nem o governo de S. Magesiade deixaria
de reprimir, com mão severa, a s illegalidades e
escandalos do governador civil e do guarda mór
da estação de saude, com respeito ao serviço
d'esta estação. Enganám'o-nos em parte.
O conselho de saude, que talito pelo seu
delegado n'este districto, como pelo respectivo
guarda mór , fôra plenamente informado de tudo
o que se passára com refcrencia aos vapores Po-
uerful e Marary, depois de ter estudado eonscien-
ciosamente a questão, resoi\,en-a em harmonia
com a Iq,islação c reguiainentos em vigor, e
niandon dar coniiecimpnto d'esta sua resoloção
áquelies tiais funecionarios, por oEcios que trans-
creuerenros aci!ii, na sua integra, por importarem
â ~riaiçrigorosa conc!ii,:c Gas premissas cu~lstan-
tes da i." parte
0 oiiicclo do con~seliio dc saude publica do
reino em resposta á pi1icipah;ao cio seu delegado,
4 como segue :
*IIl."" sr. - Foi presenle ao conselho de
saude púi-ilica do reino o ciricio de v. S." do i."e
agosto, acom;,anhando as copias da correspon-
dencia trocada enbte r. S.' e 0 guarda mór ácer-
ca do tapor kowei-f~d. Pla incçma data rece-
beu lambem o consc1:io outro oilicio do guar-
d a mOr, liisioriando o aeonicciGo com aquelle
vapor e com o Mar>, que entrara depois do
Powerfut.
<De tudo o conseli~o deu immediatamente
conla ao govbrno, pedindo providencias instantes;
em quanta, poréui, não baixa resoluçáo snpeii-
or, u consellio dirigiu ao guarda m6r o oficio
de que remette a v. Ç . ~ a inclusa copia para
seu .conhecimento.
6 0 conselho, louvando a v. S." pela ener-
gia e zelo com que pugnou pela dignidade e
decóro da repartição de saude, de que é repre-
sentante nesse dis~ricto, espera continuará do
mesmo modo a vigiar pelo cumprimento d a lei,
conciliando quanto seja possivel o bom acordo
que dete existir entre essa delegação e a esta-
ção de saudc nesse porto. Deus guarde a v. s.".
Conselho de saude publica do reino, 110 d'agosto
de 1864.-Ill.""r. delegado de saude do Fim-
chl. 5 fiscal, dr. i$fareeEEi.vo Craoeiro da SiEw.
E eis aqui iambem a ioieçr:i !i{>of%;ii!
coin que respondera o mesmo coilsciiio :ias o&-
cios do guarda ~ n ó rda saude ácbrca do mesixici
objecto.
~ I l l . " h r .-Foram presentes ao conselho
de saude pública do reino os oiliçios de v. S."
de 29 de julho e 4 d'agosto, dando conta do pro..
cedimento havido para com os riuvios lJoweiful
e k r y , procedimento contrario i ictira e espi-
rito do regulamento de 14. de janeiro de 4864,
que v. S." pretende todavia justiiicar corn a o?..
dem expressa qne recebêra do civil
do dislricto.
*Em resposta aos mencionados officios, náo
póde o conselho deixar de estranhar que v." S.",
por errada interpretação do a~t." 2% do codi-
go administrativo, cumprisse logo,, sem ao n ~ e -
nos consultar a ancioridade santtaria superior do
districto, uma ordem illegal e iilcompeiente, por
proceder de quern não está aiiceorisado a dai-
a s sbbre o serviço saniiario dos portos, e que
ia de encontro ao regulameiilo por oadc essa
estação tem de reger-se, e á s proprias ordens do
conselho expressas no oficio n." 85 de 4 do julho
Último. ,
SE necessario q u e v. 3." fique de iníoiii-
gencia que a lei n á o reeoi~iiecenos çoveriiado-
res civis auctoridade para legislar sobre clriaren-
lenas, nem alterar as disposiçõcs dos regiilamen-
tos vigentes, o que só B enelusivamrn~e cabo
ao conselho, ein vista do $ 4 0 do a r i . V . 6
4)'.i
do dccielo de 3 de jai~eitodc IA$!. 1:' se a
~~

codigo adn~ioistrat,ivo. no seu ariigo 2"2 de-


clara que o governador civil é o chefe ssoperioi
de toda a administracáo do seu distrjctu; e ,
se o $ 5 do art.O 221 do mesmo codigo ?he
incumbe a inspecção geral e superior de ludas as
leis e regulamentos de administraçiio, C neccssario
attender qiie o ~ 1 230 . do
~ mesmo codigo res-
tringe e limita essas a l t r i b ~ i ~ õ e stornado-as
,
applicaveis unicamente &s repartições que não-
teem chefes especiaes immediatainente iilbordi-
nados ao governo.
.Ora, as estações da saude sáo dcpendcn-
cias de uma reparticiio que, pelo ari."." do
decreto com força de lei de 3 de janeiro de
1837, é immediatamenle subordinada ao govnr-
no, esó a essa repartiçáo ou aos seus dclcgados iii-
vestidos das mesmas atiribuições quu o ciiado de-
crelo commetteu ao coaselbo nos $ $ 3." ,.', 6.",
7.", 9.; ,O.", Ili.", %S.",17.", 20.",
e 23.", pertence providenciar sbbre os assurnp-
tos sariitarios que Ihes estão con~meii,idos.
=Demais, se o conselho, que é a reparli-
çao competente e legal, nZo se julgou ailctori-
sado a h~odificar as disposirões do 8,rt.O 10 do
decreto regulamentur de de janeiro d'este
anno, como é que o governador civil, auetori-
dade leiga e incompeici?ie em assumptos sani-
tarios, se arrogou o direito que a reparlic5.o l e ~
gal c tecbnicamente competente não julga icr,
legislando s61ire quaieniunas c modifieantio as
disposii:ões dos respeciivos rcgr!lacrcn?os?
*De todo csie tacio deu o consellro coo-
"e ao govkrno; em quanto porém, não baixa rc-
solução superior, deverá v. S." cumprir inteira
e plenamente as disposições do regulamento de
14 de janeiro de 1864, sem dependencia de or-
dem do governador civil, mas ouvindo, em ca-
so de dfivida ou não previsto no citado regu-
lamento, o delegado d'esse districio, que é ahi
o representante do conselho3 e que, como tal9
exerce as suas vezes dentro dos limites da lei,
e a quem a portaria de 4 de julho de 1889,
de que se lhe remette copia, confere ainda mais
ainpias nltribuições.
<Voltando, porém, ao caso do 9~owerfu1,
encarrega-me o conselho de ponderar a v. S."
que, ainda mesmo quando estirresse em vigor a
circular n." 23 de 16 dc junho de 1860, as
suas disposições não aproveitavam áquelle vapor.
< A referida circular estabelecia que não
fosse applicavel a quarentena des~gnada no ar-
tigo 9." § 1.' do regulamento de 8 de março,
aos nalios com cartas limpas expedidas em por-
to exbrangeiro com destino para outro da mes-
ma classe, que entrasse nos nossos portos por
arribada for~ada,não obstante faltar-lhes o visto
dos nossos eonsulcs, uma vez que seja justi-
ficada a necessidade da arribada e que as re-
feridas cartas tenham todos os requisitos deter-
minados pelos nossos regulamentos. Ora, a estas
condiçócs não satisfazia o Pozuerfz~l, pois que
não trazia carta de saude, mas um papel as-
signado ou rubricado pela auctoridade local, a
que os nossos regulamentos não dão validade.
<Fique, pois, v. S." do intelligencia que
as disposic~es da predita circular, quando mes-
mo de futuro sejam postas em vigor, só e ex-
clusivamente são applicaveis aos navios que trou-
xercm cartas, que satisfação a todos os requi-
sitos dos nossos regulamentos, embora não ve-
nham risadas pelos nossos consules.
%Deusguarde a v. sa.-Conselho de saudc
pública do reino, 12 de agosto de 186h.-III.mo
snr. guarda mór de saude no Funcltal.-O fiscal,
dr. Marcelli~~oCraveiro da 2' 6'1vn. B
Releva ponderar aqui que quando estes offi-
cios chegaram ao Funchal, já o governador civrt
tinha suspendido o delegado do conselho de saude,
do exercicio e vencimentos de scu logar, e já
tinha interinamente nomeado pura cste omprego o
facultativo Pedro Julio Vieira, o yual, em ncto
continuo ao da sua iiornea~áo, oxpedru um
decreto, levantando ao guarda niór a suspen-
são, que em nome da lei Ilie lialia impos-
to o legitimo delegado. A po~teridndenão de\e
ficar privada de ião curioso diploma. aqui o re-
gistamos.
Ili."" Snr. -Tendo chegado ao meu coiilic-
cimento que v. S." se aclia srispenso por ter obe-
decido ás ordens que dimanaram do S. er." o
go'ernador civil d'esre districío; -E irão haven-
do v. s . ~praticado irregularidade alguma no ex-
ercicio de suas funccões para incorrer n'essa
pena : ffei por hei:: j-igai. de neniiuin elieilo a
susperisáo q u e l h e foi dada, devendo v. s." eil-
Irar immcdinlamenle ila s e r ç i ~ odo lugar
.~ que
. cs-
Lá 3 scw cargo,
Deus Guarde a v. S."-l~unchal 4 d'agosta
de 186E.-lll.'"" snr. gi~ardamUr de saude d'es-
ie porto. -(assigiiado) dr. Perlro .iz~lio Síieiru.

iisso~,ci:i,i! w ca.;~r.ic.co PELO COYERNO nE


Sca ! / t i i c ~ : ~ ~ ~ ~ ~
Assim coi:io os silis. delegado o guarda m6r
da saode tiiiliamp como Ihes cumpria, informado a
respectivo conselho, tambcm pela ~113.parte o sr.
Sacioio ,i.PeidigSo entendeu dever dar eonta ao
governa de S. %:agestade ds \lido o que baria feito;
mas, como reconhecesse pelo theor dos ofiicios do
coi~seii!~ de saodc,,~ransc.riptosno capitulo antece-
dente, a falsa posir?io ein qiio se coilocira, inva-.
dindo e arrogando-se o governo f u m a reparliçiío
pública, que n%o era dcpendcircia d a sua secre-
taria, tractou logo de torcer e sopbiçrnar a ques-
tio de legalidade a ponto de consertol-a em ques-
1x0 eieiioral e poiitica ; porque, logrando eollo-
cai-a n'csso terreno, poderia desassombradamen-
te invocar cm sco auxilio os csforços e valia
dos canòidatos á deputa-ao pela Madeira, que
est.avam em Lisboa, e de outros corileiis da situa-
@o, eiijas relaçóes de amizade e in3uencia po-
jitica; mais ou mcnos directa coin os minislrns,
tiiu eram so!i!in i : ti;, i;i>.ii eaiio das 50-
licitaçoes d'ciiês.
* .
Com e h i i o , dc i ù i l o o qi:c ilav!a pr~cijcado
conleccionoii o snr. Periiiguu I O U ~ O i.elalorio,
qnasi uma Iliada, que acompanhado de parios
documentos e muitipiices cartcs (ik. ei?grieiilio, fez
subir por mãos dc sei:s :iniigos eiu Lisboa ipre-
sença do sul.. diicjuc dc Loilli.; c ao passo que
dizia a este o que kiiiba feito: inciiicava e fazia
sentir áquelies que, se o dr, Pittn ficasse hem
n a quesiáodo coo!li~to~tinha o governo perdido
a s eleibões na Madeira.
A forie pressão paitidaria excrcida de cá e
de 15, sobre o aninio, alias priidcilte,, 00 si.. duque
de Loul6, foi sobremodo efiica7. para antepor-se
á. justiba a arbitrariedade, á lei a falsa conveni-
enuia do momento. O rniuistro: apenas recebeu o
relatorio do goverr~ador civil, docil 35 instantes
esigencins dos seus parlidarios, sem agirardar infor-
macóes fidedignas, sem riiaridar préviamente ouvir
as repartiçóes coinpeieniês, como l i ~ epi.diu o dr.
Pitla, sem ao mei-tos ler as consu!tas do con-
selho de süude piiblica sobro o assuinpto, e sem
ter a menor con~en:pla-ão eorn o clirciio de um
fiinccionaiio habil, leal e iionrado, que por trin-
ta longos annos iii;i?a berri servido o estado nas

nze~ztossol, os ri." "


repartições de saude da Madeira hide os doeu-

resolveu demittil-o ! I !
I,, 3, /1 e 5 ) ' - para logo

O corpo de deiicto d'csic moiiçiruoso acto c10


ministro cçii no diploma que uai oqui csarado:
llORT:iIiIA, !
.
,inioisieiio
e '.s iloreino. -Direcção geral d e j
adniiiiislraç*lo civil.- 3." repartição.- 3;" sec--
çáo, L. 22 n."liC). -Tendb sido prcsenle a I
sua magcstade el-rei o rclatorio do governador i
civil do Pni~chal, acerca do conflicta, levantadrs
'
entre elle e o delegado doconselho de saude pública.
no mesmo districto, por occasião da qparentena
imposta aos vapores Pl~cerful e a r e at-
tendendo sua magestade a que, com quanto náa
seja da eompetencia Wc- go.vernador &si1 regu- I
lar estc serviço, ou modificar os regulamentos.
existentes, foi todavia censuravel a obstinada.
resistencia do delegado de saade ás providencias.
adoptadas pelo governador civil em relação aos-
dois navios, providencias que eram reclamadas
pelos interesses do çommercio e pela opiniã@
pública, estavam em harmonia com a praetica
estabelecida pela circular do conselho de saude
de 86 de junho de 1860, e das quaes elle to-
mava toda a responsabilidade peraiite o gouêrno.
aAttend~ndoa que o delegado de saude,
em vez de obtemperar a estas resoluções e li-
mitar-se a desviar de si a responsabilidade d'el-
Ias, dando conia ao conselho de saude, quiz,
pelo contrario, impedir a execuç'io d'essas me-
didas, e resistir abertamente a ordens da au-
ctoridade superior administrativa do districto,
forçando esta a lançar mão da medida extrema
da suspensão do delegado do exercicio das suas
funeções.
tAttendendo que ~zoestado actual das cou-
sas náo convem ao sei\i:o ~iiÍi>lico que o dc.
legado do conselho, o dr. Pittd, continue a
desempenliar o cargo que Ilie to1 conferido : Ba
sua magestade por bem mandar declarar ao con-
selho de saude, que em portaria d'esta data 6
approvado o procedimento do governador civil
ianto em relaçáo á quarentena dos dois nariios,
Gomo em relaçáo á suspen@o por medida cxtra-
ordinaria do delegado de saude, e que deve ser
-logo substituido o actual delcgado por pessoa
idonea, e levantada a çuspensão imposta ao
guarda-m0r do Funchal.
manda outro sim sua mageçtade comrnu-
nicar ao oonselho de saude que no intuito de evi-
tar ccanflictos, sempre inconvenientes para o ser-
viço, vai ser additado por decreto d'esta data o
de 14 de janeiro iiltimo, com as disposições da
.circuiar do niesmo conselho de 16 de junho de
1860.-8 qiae se participa ao conselho de saride
para que assm o execute. -Paço #Ajuda em
31 do agosto de 1864. -Duque L o u l é . ~
O dr. Pihta é demittido por náo ter obtem-
perado i s ordens do governador civil. Mas se 0
governador civil era incomnpetente, como o proprio
ministro reconliece, para dar as ordens que dcu,
qual póde ser o crime do dr. Pitia, não obede-
cendo a estas ordens?
Quem dá ordens que nao póde dar por não
ser competente para as dar, ,pratica um abuso d e
auctoridude, coniinette um crznze, pelo qual é
aesponçavel pciante a lei. E se uso partilha n'es-
1,: ci.ii.,,, , , ,, , ;,!./(:,,;
, ,, .i,ll,:!. , , ,..,,,..
, a i~i'dcili, c ~ i i i c i i i i m ( : i i -
i,: dle{flcCs 0 i C i ! ! 6 pelo 1110-
nos digi~ocic o T I liji:s dasobc:!icce; por-
que a desoiicdi:?ncia !:'~:;.ie çitso é iiin pri)ieslo
solemiie em prol dn Iui, e çoi-itra o facto crimia
uoso da auctoridade que a iiliringira.
Que fez poréin s. ex." o ministro d o reirio?'
Bem longe de loniai severas conias ao governador
civil p i o s ilhilso'i de auciodndr: qiie praticori,
melleudo-sc c6 regz~iaio sei,cico de uma ?,epui.ll-
ção indepeizderite da sua, a ?>zolli/car os regula-
mentos ezisteiztes porque se rcgia esta reparti-
ção; a suspender cinpiegados que náo eram subal-
ternos seus, e a noiricar oulios que nem o pro-
priu governo podia nomear : s. ex." passou a cs-
ponja d o pairoilat,o por ciina de todas essas mons-
truoçidades. e foi ferir corn a pena de ciemissáo
o funecionario probo, inte!ligerite, incorrupto,
e respeitado, cuja corciura nui-ica desmentida era.
mais uma prova da sua lealdade, e dos bons ser-
viços que, de diiersos modos, em diversas 6po-
cas c em diflerenles cornir?issijes, tiniia prestado ao
seu paiz.
No primeiro coni;idei.ando d a portaria, eo;
tejado corn o ultimo, tiansparecem a verdade e a
justiça a t r a ~ e z de íodos os enredos e empenhos
da facçáo dominante. O siir. clr. Pitta náo foi de-
mittido só porque desobcdauso ás ordens illeyaes.
de nma auctoridade incnn9~eterrte;mas porqne, no
estado acttiul das cousas, isto é , sob um regi",
men lodo pessoal, onde principias e leis sáo na-
d a , s ó - a s pessoas ~ á otuda, hunicns como o.
dr. Pilta 1150 sorvem, porque a firmesa de seu
caraeter, a tenacidade de seus prit~cipios, seu
habitual acatamento e respeito pela lei, quarido
não sejam um perigo, -são uma censura acre,
um protesto permanente contra a malleabilidade
de caracter dos influentes da situafao, e contra
os actos injustos e arbitrarios que se estão to-
dos os dias praeticando. Eis aqui a verdadeira
causal da demissão.

I
i.
Temos acabado a tarefa que nos impos&mos,
polido diante dos olhos do leitor os factos e os

i documentos relativos a este conflieio, e fazendo-


os appareces na sua verdadeira luz.
A discussão a que foram submettidos, e as
reflexões que os acompanharam bem claramente
,
deixam ver o papel qoe representou cada uni dos
que n'slie tomaram parte, e a flagrante injustiça
eornque, postergando as laiç vigenieç, proceden
o snr. duque de Loulé na sua iniqua c ineobc-
rente deeisáo contra os direitos m atiriboições das
repartições de saudo pilblica, e eçpeeiafimente
contra um empregado que nunca tinha mereci-
do aos governou senão lou~orese graças nunca
soilicitadas (1).
Tivesse o delegado de saude errado ao modo
( i ) 5 d r ~Pitei foi agraciado, cu~rçonsequoa~cindos
serviços prenados como dele@?dode saaade, com o gráo
de eavallciro da ordem de Nosm Senilora da êonicci~ão
de Yilla Yiçoaa em 1852, c coixi 3 eonrneeida do orilcm
do Ghristo em 3856.
de cniei~cielas leis, e os deveres do seu earSoLti-
rcssc sabido Eóra da orbita das suas aitribui~oes,
não bastaria pela primeira vez uma censura pa-
ra o corrigir?
Não é um procedimonto atroz e só proprio
dos tempos twebrosos do despotismo, obrigar
uma corporação superior e respejiavel, o conselho
de saude phblica do reino, sem o ouvir previa-
rneiito, sem ao mcnos tomar conlieeimento das
suas reiteradas consultas, a demittir logo um
empregado que obedeceu ás suas ordens c f0ra
sempre fiel a repartição em quo servia, um em-
pregado quo contava 316 anrios de bons e arrisca-
dos serviços n'essa mesma reparti~ão,(2) além
L] O dr. Pittn foi nomeado delegado do cirurgião
mdrdo reino om 183'1, depois delegado do conselho de
saude, em seguida provedor de saude , e mais tarde ainda
de novo delegado por concurso, por ter temporaria-
melitedeixado de oser, optandopelo logar de deputado.
O de. 'Pitta, achando.sc em Lisboa, espontanea-
mente se ofereceu para vir á Madeira, como delegado
de saude, exp6c.a vida durante a epidemia de cholera
morbus om 2856: e não ç6 esteve quasi a morrer, mas
perdcu n'essa occasi50, victima da epidornia, a sua esposa
querida, que não quiz deixar de 0 acomparihar em tão
perigosa conjunctora.
O dr. P'itta foi ameaçar10 do morte em pasquins
aFnrados lias ruas do Func,lial, teve as janellas iipedre-
jadas,durante a noite, em 1837, por ser fiel aos seus de-
veres do delegado, e obedecer ás ordens terminantes
do governo e do conselho de saadc na época da epide-
mia da Febre amarella em Lisboa, depois de ter tomado
sob sua responsabilidade, o de acordo com as outras au.
ctoridades da ilha, fazer uma alteração nos regulameotos
sanitarios, tornando muito mais longase rigorosas as
quarentenas com o fim de preservar a Madeira d'aquel-
Ia epidemia. Por esse tempo pessoas inconsidcradas e
de outros pres~adosem diveisas comniibsõcs de
serviço público?
O dr. Pitta não era um empregado vulgar;
tem sido çuccessivarnente vogal da camara niii-
nieipal do Funchal e seu presidente,-vogal do
conselho do districto, e membro da ,junta geral
durante I6 annos,-por varias vezes vogal e
presidente da commissão do recenseamento
do seu concelho,-duas vezes eleito deputado-
-
ás côrtcs, professor, director e furidador da
esehoia medico-cirurgica, onde excrce o magisterio
lia 27 annos, etc. etc. Por rontuia pode-se, sem
absbraliir da propria dignidade, sem escandalo pu-
blico, sem offender profundamente oç eternos
priiieipios de justiqa qije devem reger as socie-
dades e os governos, mandar despedir de um lo-
gar,- mais de devoção e de honra, do que de
vantagens e de lucro,-um tal enipregado, que,
quando mesmo tivesse errado de iiitelligcncia que
não o faria de vontade, errava com o conselho
de saude pública do reino, por quem fôra lou-
vado, e com o parecer dis mais robustas e com-
petentes intcliigencias que consult5ira?
Releva observar aqui que o mcsmo snr. Ja-
cinto Perdigão tinlia já antes, por mais de uma
vce, usurpado as attribuii.õcs do delegado, e por
esse molivo o consellio de saiide tiniia tamhem

possuidas de terror panico laocaratii fogo ao edificio do


lazaretto d'esta cidade, e reduziram a cinzas nina grande
parte d'elle. Ninguem se lembrou cnlzo de que o gover-
nador civil podesse alterar ou suspender a execução das
leis o regulamentos ssnilarios !
reclamado providencias do gomrno: agora s. ei."
reconsiderou, e recontieceu no relatorio feito á
junta geral do districto, que taes attribiiições não
pertenciam aos governadores civis, e propõe a rc
forma da lei ! . . .
Basta quanto temos dicto para que fique bem
e devidamente registado mais este aeto de inau-
dita injustiça e intolerancia politiea, cuja res-
ponsabilidade cabe, náo só ao ministro signatario
da portaria com que se pretendeu pôr termo ao
eonflicto sem o resolver; mas ainda mais á actual
situação pela parte que tomaram alguns intrigan-
tes (infelizmente quasi todos madeirenses), que do
mesmo ministro se serviram para saciarem paixóes
e odios pesçoaes não justificados, deprimirem um
homem, cuja sombra só ainda por vezes os as-
susta, e exercerem, ostentando podèr , mais uma
vingança partidaria, torpe e vergonhosa.
Aliesto que, durante a minha administra-
$50 no dis!ricto da Funchal, o ill."" snr. dou-
tor Anionio da LUZ Pitta exerceu o cargo de
delegado do cooselho de saude publica do reino,
e sempre coix inieliigencia e zelo; mantendo ini-
variavclrnenie as meii~oreçrclações com o governo
civil.-E Poi ser verdade, lhe passo este attes-
tadc quo assigno.
Lisboa, 3 de seicmbro de l86'i,
. J ( j ~ k Silz>esbe Ribeiro.

,!os, Ucíiiiiiio FERREIXA PASSOS, DO CONSELHO


DE SV:L AlbGESTiiDE, PAR* DO REINO, MINISTRO E
SIICI:E'I.\RIO D'EST~IDO DOS NEGOCIOS DA GCERRA
1ITC.

iitlcsio que o 111-""sn. dr. Antonio da Luz


Pitta, durante o tempo ern quc servi de gover-
nador civil do districto do Poiiciial, exerceu com
assiduidade e inielligeneia o cargo de delegado
do conselho de saude publica do reino, na SQ.
bredita localidade.
E para constar, lhe passo o presente que
assigno. Lisboa 12 de selembra de 186k.
José Gerardo Ferreira Passos
Reconheço o signal supra-Lisboa 6 de
setembro de 186b --signal do tabellião- Fran-
cisco fieira da Silua Barradns.
N."
Tendo o ill."" snr, dr. Antonioda Luz Bitta
invocado o meu testimuuho a respeito dos ser-
viços, que, na qualidade de delegado do con-
selho de saude tenha prestado á ilha da Mudeira :
como natural d'aquclla ilha, onde tenho pessoas
da minlta familia, apesar d'estar ausente Ita mui-
tos annos, posso certificar, por ser publico e
notorio, que, achando-se o dicto snr. dr. Pit-
ta em Lisboa deputado ás côrtes, durante a epo-
cha, em que a cholera morbus fazia n'aquella
ilha innumera~eis vietinias , se offerecêra para
ir soccort.er os seus patricios; -e sahiu logo em
companhia de sua senhora, que não quiz dei-
xar de o acomganliar, e que alli succumbio á
molestia, poucos di's ddcpois da sna chegada ;
perda geralmente sentida, como esposa, que era
&eminentes ~irtudes. E não só me consta, que
n'esta arriscada conjunctura prestou bom serviço
5 provincia, mas que costuma bem cumprir com
as deveres do seu catge, e é geialmen~e bem
recebido como bomem publico e particular. O quo
attesto, e repeliroi como seja necessario. -Lis-
boa, 3 de setembro de 1864.
José Ferrezra Pestana.
Reconheço o signal supra- Lisboa 6 de
setembro de 186k -signal do tabellião -Fran-
cisco Vieira da Silea Barrndas.
N."
J o ~ r oGonrcs na & ~ v aSANCEIES,
DO CONSELHO DE
SUA BtAGESTADE, PAR DO REINO, MINISTRO E
SECHETARIO D'ESTADO HONQRARIO ,GRÃO CRUZ E
COMMENDADOR DA ORDEhi DE NOSSA SENHORA DA
COACEIGÃO DE VILLA-VICOSA, CAYALLEIRO DA
ANTIGA E ?IUITO NOBRE ORDEM DA TORRE-E-ES-
F A D A , DO YALOII. LEALDADE E MERITO, CONDE-
.coruno COM A MEDALHA MILITAR N.' 9 DE D.
PEDRO E D. MAAIA,E PHESIDENTE DA RELAÇÃO
nrr. LISBOA.
Con~o ministro e secretario d'estado que fui
em 1556, quando a cholera morbus invadi0 a
ilha da Madeira, atteslo que o snr. de. Anto-
nio da Luz Pitta, então deputado da naçao,
para a[luella ilha partio logo, e ali, na qualidade
de delegado do conselbo de saudc publica, pres-
tou tão importantes serviyos, que Sua Magestade
El-Kei o Snr. D. Pedro 5.", do saudosa memo-
ria, houve por bem agraeial-o com uma com-
monda. -Aleniquor 7 de setembro de. 1865 -
J ~ ~ l l oGoincs c13 Silr:n Sancltcs.
Rcconlieço o sigrinl r - s i 8 (li>
37
setembro de 186$-si,:o;1I do iaiiclli5o---ira:&-
cisco VYieirn du Sii,cii Hcirrndt~.
N~<'
5
TEÇTIVUNHO DE CIIATIDIO DE ?S.I.IL~EII?~XSES
OR!I
RESIDENTES CAI LISBOA

(Copia) <Logo que com a chegada do va-


por Avon da carreira do Braall,cecsrou que a clio-
lera so tinha aggravado mais na i l / ~ ada 1kkudeii.a;
que alli havia falta de facultalivos, de remedios e
de toda a especie de recursos, -o dr. Antonio da
Luz Pitta, delegado do cousellio de saude, nosso
patricio, que então se acliava nesta cidade? desin-
volveu a mais louvavel actividade, advogando com
toda a energia perante o yoveriio a causa dos in-
felizes madeirenses, e soliicitaiido com a maior
instancia, promptos soccorros para aquelia desgri-
çada povoa@o. -Ei!e mesmo se propoz a partir
immediatamente acompanbadu de sua esposa, que
en%o se achara em delicado estado de saade; u m
procedimento tal desafia a n~aisjust:i c profuilda
gratidjo de todos os madeirenses, iquelia digi~o
patrieia, e ao goi7erno qtie Ião promplo foi em a-
eudir com os meios ao seti alcance, para aliviar
os males d'aquella triste poroaçáo. -1 pro'ipta
sahida pois do vapor iFfincZelio, com todos os
soeeorros que eram dc tão urgente necessidade,
C um facto que ficará parc sempre gravado na
memoria dos madcirenses , assim i:omo nunca
~sqoccci';ioi ~ siccansaveis c zciosos serviços pia-
iicados iiesia occasiáo pelo referido patricio em
i:,rar do scii paix natal : e ~ n \ ~ c i iohservar l qile
@I!? possiie uma Eorriina qne o torr~ii i!!tlcpenden-
je da rricL;ca2 o qile p:t-'- ~0~j:i;:cliirar?-
.ai-a :irii;lo o seu rrieriio, pois c,o~isciençiado
s c i i dsver, c n roiiiado cie acudi: aos se'is pa-
io., . u ! ! i : c;iiisas qile o ievaiiu a ioiri:ii.
:!il~(:ii~'es;!iti;á0,
..
O 1 1 1 i;o;ll(ltk i i o ;icei-
..
, r , &cd.ca@i { i ! ! (:!:e i!,Iu!:~s :;:il.pr.c-
!!aideti c l;j.ai,i,r.ii!3:!.-Pei.mji[n
j .
j)ag!; i i i l c - 120
3 .;
ilcit~s scniic?e::ios, I;.anlas i!ili$eecias e csíorcos ,
j,,~:jigsc:>:; j;:?,:li:> t!~nf2>;:>r d: t:~il ipov" j[,{trraUo
* .. .
: . r 3 1: !?xi:c;.imcat:i-
( ; : i , schinm ci:r.ostios Ue hiia r~s!~It:ido;íjiic a IXIO-
i~stiiisc a ' i s I (j:ic os j33Voç keniia;i: oçcasião
i

de se ii:usii.i!i. gr.::!us aos setis. bei::reitores,


. eiilie
os ij!l:\~s. !.?:i1 i!~ri i o g x 1i;c;ii disiiiiciii o n:cricii?iia-
(,,.
V
.~?,,><
i,<> #,l~>d.
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o mrii:c (i!: !*r cçl:i occasi;~ dr:
.,. C"
a ic nossos s?!ilir~:enlo~ ilc gratidão,
s ' d o rigwaso devcr, por Ila-
.o ~ ~ u w c ~ ~ u ! i i x o riosso
yeirnos firesroci~id~~ os lacios cp:: ricarn referidos.
-Lisboa !E do agosto de 1856.-0 conrc-
1iieii.o secicrario do ciisti'icto ailml:?islra!i\o .
de
Lisboa -rd.;zto;lio .Jos:nsé 'il?ei;n S a ~ l i Ni i t u - (mu-
deireii:e)- d;ozii.e?;fo Sosi 1Voxiz -Y O S l?erreii.rn ~
Pestaiit8 - Ca:~(lidido de J'~,ciiias ABi.c.1,~--.JOGO (1;:
jtreitus e Aimeida -fifi~~zocIdeVclocu Castel;
hj,a?~co-J ~ s éF~'a:lçisço de ~ r ~ ! z c f ' A ? ~ei z Vas- a
colzcellos -.foüo cln Sill~c; SdOves -F~'aizçisco
:ieli,r/ da ?:iiaa Bui,;.ctdrls---- A f i ? i s i i ljai.,./~drrs--
T-.

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