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E1 Museo Canario
UNCHAL, NA GUERRA DE CORSO
LIA DO SÉCULO XVIII
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M~JL~PLAS
e variadas razões fizeram com que o Funchal se afirmas-
se no século x m como
~ um centro chave das transformações sócio-
politicas então operadas, de ambos os lados do oceano. A ilha foi
tambCm protagonista no processo, concorrendo para isso vários fac-
C: tores. Aqui devera, sinalizar-se a forte presença da comunidade in-
I:
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'
glesa e o facto de a ter transformado num importante centro para a
m a afirmação colonial e marítima, a partir do sCculo xw. Esta vin-
d ç ã o da ilha ao império britânico é bastante evidente no quotidia-
!
: . nno e devir histbrico rnadeirenses dos séculos m n e XIX '.
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C
apenas econ6mic0, o segundo via a sua acção legitimada por
carta e ordenança de corso. Veja-se L. Luis AZC.~RRAGA
m o M a r i r i m , Madrid, 1950,91, 131-132.
DE BU~TAMANTE, El
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212 . L @jALBERTO VIEIRA
Madeira e Porto Santo, n." 1.156160, 1589, 1584, 1594; doc. i 1 Peverei-
h&
,&o@, -*SB que talacto proibido por lei de 30 de
&C 1803, onde se estipulavam as regras
M m o a nau inglesa Immomlitd tinha
57 Entrepid Corunes, do mestre D. Pa-
W&i&E%o+ gtiemaiaíi M A as tripulantes de uma escuna portu-
que havia apresada Zg. E em Julho a fragata inglesa Ventss ha-
via tentada apresar o bergmtim espanhol Na SI? da Coacei@o no
Porto do FuncM, no sendo coroado de exito. Tal facto mereceu
viva repulsa do cbnsul espanhol, que invocava as regras da neutrali-
dade 29. '
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i .-.
. --
lias sobre os navios Eanceses 38, O que realmente foi feito, tendo-se
o bergantim francês Ruby, que no momento estava no Funchal 39.
Desde Janeiro de 1793 40 que a convenção havia autorizado aos
oficiais da marinha mercante armarem navios de corso, tendo-se
iniciado uma acção de represdia de que temos apenas notícia do
apresamento da galera francesa -h Comrçant- em Julho de 1793,
no Porto Santo, e de um corswo francês em Julho de 1798 41, junto
de Mogador, pelo krgantim portugues M r e . Por outro lado esta-
vam regulamentadas medidas proibitivas da acção dos corsários,
tais como a proibição de venda das presas das nações aliadas ou
amigas em portos nacionais. E ao mesmo tempo se legislara as nor-
mas a ter em conta na hospitalidade a conceder aos corsários. Des-
sas leis, podemos destacar a de 30 de Agosto de 1780 42, 17 de Set-
embro de 179643e 3 de Junho de 1803 44.
A defesa da costa e portos de abrigo 6 encarada como um meio
de preservação e resguardo do espaço territoriai das investidas dos
corsArios, mas a sua utilidade neste momento foi quase nula, uma
vez que os corsãrios, cientes da forte barreira que oferecia a rede de
fortifica@es costeiras, não se aventuravam a entrar em terra e quan-
do o faziam era de modo subrepticio para fazer aguda.
Em face das ameaças dos corsários organizaram-se nas iihas for-
masdiversificadas de defesa adequadas para o embate de qualquer
esquadra naval ou de corsgrio. Estas medidas surgem em face da
notícia da guerra ou da organização de esquadras estrangeiras para
sair aos mares, tal como sucedeu em 1762 45 e em 1797 &.
A defesa dos mares nesta importante área de passagem atraiu
tamMm a atenção das autoridades locais e foi o bico meio capaz
de controle e apaziguamento dos efeitos do corso. Para isso temos
notícia desde 1768 do estacionamento de uma embarcação de
guerra para fazer o ucorson das ilhas até h 6poca invernal, ajudan-
do as embarcaçaes que faziam esta rota. Neste ano temos em acção
nos Açores a fragata de guerra N." Sr."da Penha de França 47. Em
38 BNL,-Sm-PBA-nn0458, bis. 23114.
39 Idem, maço 458, foIs. 236ív.O; ANTT, PJRFF, n." 985, fols. 2 0 ~ . ~ / l . .
AHU,Madeira e Porto Santo, n." 92112, 909110.
*I Idem, n." 1014.
'* Idem, n . O 1558.
43 Idem, n.O 1031; AHü,Açom. doc. 8 Agosto 1803,maço 29.
Idem, n.O 1558, 1638; AHU, &ores, doc. 2 Agosto 1803, maço 29, 25 Outu-
bro 1803, maço 103, 4 Juiho de 1806, maço 42.
45 AN'lT, PJRFF, n . O 985, fols. 16~.~/7v.~.
* AHU, M d i m s Potlo Santo, n . O 969.
47 Idem, doc. 1 Outubro, maço 1.
1 O FüNCHAL NA GUERRA DE CORSO E REPRESALIA ... 219
rso Maritimo, p. 9 1 .
neu&ai em face dos c o ~ t o s mas
, com certo colaboracionismo ac-
tivo com o inimig~pam sé justificar uma acção de corso, tal como
sucedeu com Portugal em relação 21 Inglaterra.
A act-Q em bem destas situações, bem como a organização e
apoio ao m o a s t a v m regulamentados pelas respectivas orde-
nanças, das q d s temos mtícia em França da de 1584, 1881, 1778,
na Holeuida da de 1597, 1622, 1705, na Inglaterra da de 1707, Dina-
marca da de 172íIs3eem Espanha das de 1718, 1762, 1779, 1802 54.
A ordemqa de 17 de Novembro de 1718 55, de que encontramos
a adi* de 1739 56, estqdava não s6 as regras do corso a seguir pe-
las espmh&is m. Q modo e o tipo de presas a serem feitas, tal
w m o pec&tuama Wgo 6,": aHan de ser buena presa todos 10s
mviw g e r ~ n i e na ~ enedgos
s y 10s mandados por piratas, corsaros
y otra gente que coniex-e la mar sin despacho de ningun principe ni
estado. soveranci~J7.
Entretanto a ordenança de 1762 Ss e a de 1802 59 proibem o apre-
samento de embarcações inimigas quando se encontrem em Aguas
ou portos aliados ou neutros. Referindo-se a este propdsito: uProhi-
be assi mismo a 10s corsarios, que apresen, ataquen, o hostilicen en
maneira alguna las embarcaciones enemigas que se hallaren en 10s
puertos de principes o estados aliados mios y neutrales, como tam-
poco a Ias que estuvieren baxo el tiro de canon de sus fortificacio-
nes, declarando para obviar toda duda, que la jurisdicion de1 otro
canon se ha de entender; aun quando no haya baterias en e1 parage
donde se hiciere la presa, con tal que la distancia sea la misma. *.
A testemunhar tudo isto está o processo levantado pela alfânde-
ga do Funchal, aquando do apreçamento da embarcação de Don
Pasqual de Sousa Verino. Anexo ao processo de venda da presa es-
tão os documentos confiscados, de que fazem parte a carta de corso
e uma adição A ordenança de 17 de Novembro de 1718, que por se-
rem indditas, decidimo-nos pela sua publicação.
1739NovembdW
B)ANTT, PJRFF, n." 972, fols. 233h.O, registo de uma c6pia autenticada
Adiccion a la ordenanza de diez y siete de Noviembre de mil setecientos
diez y ocho que prescribe las reIgas con que se hade hazer e1 corso.
Teniendo Su Magestad presente que sus males determinaciones sobre la
erecion de la dignidad de Almirante General, y establecimiento de almiran-
tazgo precissan B alterar en parte 10 prevenido en esta ordenanza, ha resol-
veto con reflexion a esta y aquela constitucion presente de la armada naval
distribuida en 10s tres departamientos de Cadiz, Ferro y CArtagena facilita
que 10s intendentes y menistros principales puedan por si, y por rnedio de
sus subalternos subdeiegados, estabelecidos en las provincias, exercer en to-
dos los puertas y plazas de estos dominios, sin atrasso de1 seMço, la juris-
diccion absoluta de qualquier tribunal de tierra, todo 10 concerniente a cor-
so, contra enemigos de esta corona.
Conseguientemente manda Su Magestad, que 10s particulares, que quise-
ran emplear se en el, acudan immediatamente con sus proposiciones a 10s
CHAL NA GUERRA DE CORSO E REPRESALIA...