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JOGO DE GUERRA

E
SINCRONIZAÇÃO

FERRAMENTA EFICAZ PARA A PREPARAÇÃO DA TROPA


OPERACIONAL

EXERCÍCIO DE JOGO DE GUERRA TÁTICO

A especialização do combate, as novas técnicas de confrontação e de


engajamento, o reduzido tempo necessário à tomada de decisões, a significativa
dificuldade de coordenação, comando e controle (C2), aliadas a dificuldade
residual de recursos orçamentários, impõem a necessidade de ampliação das
técnicas e dos procedimentos relacionados com a instrução dos quadros em
todos os níveis.

Na constante busca de uma preparação tática mais efetiva, abrangente e


dinâmica, a realização de Jogos de Guerra Táticos (JGT), orientados para os
escalões unidade e subunidade, surge como ferramenta adequada e desejável
para o desenvolvimento de conhecimentos fundamentais à coordenação, ao
planejamento e à execução de operações militares.

A realização de JGT, particularmente direcionados para os escalões


Regimento (Batalhão) e Esquadrão (Companhia) traz um sem-número de
benefícios à tropa praticante, todos direcionados à coordenação e ao controle de
operações militares que, objetivamente, nos cenários contemporâneos, tendem a
ser de execução descentralizada e de comando centralizado, este com
capacidade de interagir prontamente em qualquer parte da área de operações
(AO), desde os níveis mais elevados até os escalões mais baixos, resultado direto
do processo de digitalização do campo de batalha.

Em função disso e visualizando os benefícios de aprendizagem inseridos no


processo, o Curso de Cavalaria da AMAN organizou o primeiro JGT nível SU, que
contemplou a realização de um exercício de reconhecimento, nos moldes do que
estava previsto para ser realizado no terreno por ocasião do Módulo Temático de
Marcha para o Combate (Operação de Reconhecimento para a Cavalaria).
(Continuação: Jogo de Guerra e Sincronização – Uma Ferramenta Eficaz para a
Preparação da Tropa Operacional 2)

Fig 1 - Tabuleiro do Jogo de Guerra

Para tanto, o 4º ano do C Cav mobiliou 1(um) Esqd C Mec organizado com
2(dois) Pel C Mec. Dessa forma, estavam representadas no exercício as seguintes
células-tabuleiro:
- Direção do Exercício (Centro de Simulação) – mobiliada Cadetes,
supervisionados por Of do C Cav ;
- Cmt Esqd – mobiliado pelo Cmdo do Esqd C Mec;
- Seç Cmdo – mobiliado pelo S Cmt Esqd e Seç de Cmdo Esqd;
- Seção Morteiro Me (figurada);
- Cmt 1º Pel C Mec – mobiliado pelo Cmt Pel (Cad);
- GE/1º Pel C Mec (Cad);
- Seç VBR/1º Pel C Mec (Cad);
- Grupo de Combate/1º Pel C Mec (Cad);
- Peça de Morteiro Me (Pç Ap) /1º Pel C Mec (Cad);
- Cmt 2º Pel C Mec – mobiliado pelo Cmt Pel (Cad);
- GE/2º Pel C Mec (Cad);
- Seç VBR/2º Pel C Mec (Cad);
- Grupo de Combate/2º Pel C Mec (Cad);
- Peça de Morteiro Me (Pç Ap) /2º Pel C Mec (Cad).
(Continuação: Jogo de Guerra e Sincronização – Uma Ferramenta Eficaz para a
Preparação da Tropa Operacional 3)

Figura 2 – célula-tabuleiro

Dispostas em salas individualizadas e separadas fisicamente, cada célula


era mobiliada com o pessoal orgânico da fração que a representava. O material de
cada estação de trabalho era o mesmo que estaria de posse da fração no caso de
uma operação real. As estações eram dotadas da carta representativa do terreno
onde transcorreria o exercício e do equipamento rádio, representado os
equipamentos das Vtr dos Pel e frações.

O desencadeamento das ações do Ini e dos eventos relacionados com a


execução do Exe iniciavam-se por meio de mensageiros, que operavam
centralizados na Dir Ex (Centro de Simulação – S2 Ini). As informações, também,
podiam fluir via rede rádio – como acontece nas operações de cavalaria, o que
prestava agilidade ao sistema, uma vez que o relógio do JG corria na proporção
3:1 em relação ao tempo real.

Considerando as informações recebidas, seja por mensageiros ou por meio


da rede rádio, os comandantes de fração mantinham seus respectivos
comandantes informados do eventos propostos e implementados pela DirEx. Por
sua vez, os escalões de comando (Pel e Esqd) emitiam suas decisões
direcionadas para o cumprimento da missão, caracterizando o fluxo decisório-
operacional: informação -estudo/análise/processamento - informação para a
execução.

O JGT propriamente dito somente teve início após o Cmt Esqd e Cmt Pel
emitirem suas respectivas ordens de operações com foco na missão recebida, o
que gerou uniformidade de medidas de coordenação e controle e de
procedimentos, considerando os prováveis eventos impostos pelo inimigo e suas
intenções. Assim sendo, após a emissão das ordens, todas as frações dos Pel
(Continuação: Jogo de Guerra e Sincronização – Uma Ferramenta Eficaz para a
Preparação da Tropa Operacional 4)
estavam com as cartas atualizadas, o que permitiu uma uniformidade na
referenciação de informações, particularmente àquelas emitidas via rádio.

O tabuleiro-Dir Ex (C Sml Ct) acompanhava a manobra do Esqd C Mec e de


seus Pel em distintas cartas de situação, sendo-lhe permitido monitorar a evolução
do movimento de cada elemento de manobra, que era realizado segundo os
dados médios de planejamento. À medida que os Pel se deslocavam pelas suas
respectivas zonas de ação (reprentados pelos símbolos, calungas e maquetes), a
DirEx, por meio de mensageiros, propunha incidentes que eram transmitidos aos
elementos mais avançados, normalmente aos GE de cada Pel. Tal procedimento
identificado pelo GE e transmitido via rádio ao comando imediato desencadeava
uma ação do tipo conduta por parte do Pel enquadrante. Estas ações
necessariamente deveriam estar de acordo com a doutrina vigente e orientadas
para o cumprimento da missão, conforme as ordens anteriormente expedidas.

Figura 3 - Centro de Simulação e Controle

Assim, os comandantes de fração tinham que manter suas cartas


atualizadas, transmitir informes de maneira precisa, uma vez que a partir destes
dados as condutas operacionais seriam desencadeadas, seja no âmbito de seu
Pel ou do Esqd. Tudo isso foi realizado sem que tenha havido contato visual ou
pessoal entre os participantes, exceto quando os Cmt reuniam seus quadros para
emitir ordens relativas às situações de conduta, o que aumentava a necessidade
de coordenação, de análise e de precisão – tal como é exigido em uma operação
de cavalaria, na qual prevê o emprego descentralizado de seus meios, devendo o
controle estar centralizado.

Conforme experimentado, essa ferramenta de instrução mostrou-se


extremamente válida para o desenvolvimento de habilidades inerentes do combate
de frações mecanizadas e blindadas, obrigando os instruendos a conduzirem uma
operação na carta, como se efetivamente estivessem em seus carros de combate,
esclarecendo, analisando, processando as Info para a correta tomada de decisões
(Continuação: Jogo de Guerra e Sincronização – Uma Ferramenta Eficaz para a
Preparação da Tropa Operacional 5)
com ênfase na coordenação – aspectos intrínsecos das operações
descentralizadas, inerentes à cavalaria.

Além disso, a demanda de meios é reduzida, uma vez que o material


necessário se restringe a cartas da região do exercício, equipamentos rádio ou
telefones e materiais de escritório diversos para a confecção dos símbolos
militares (calungas), o que contribui para que o custo da instrução em pauta seja
bastante reduzido.

Em função do êxito e adequação da instrução em pauta (JGT) no módulo


de reconhecimento / marcha para o combate, o Curso de Cavalaria vislumbra a
execução de procedimento análogo na execução do módulo de ataque e nos
subsquentes. No MT de Atq serão enfatizados os procedimentos necessários a
uma operação de abertura de brecha, tendo por objetivo o emprego de forças-
tarefa, integradas por elementos de artilharia e engenharia. Já no MT de Def a
ênfase será dada na montagem e nos procedimentos adotados por ocasião da
ocupação P Blq e/ou pontos fortes destinados a impactar o Ini pela realização do
fogo em uma ou mais Áreas de Engajamento. Almeja-se, em futuro próximo, a
realização de um JGT que contemple missões de combate em terreno urbano.
(Continuação: Jogo de Guerra e Sincronização – Uma Ferramenta Eficaz para a
Preparação da Tropa Operacional 6)

SINCRONIZAÇÃO

Após a realização do JGT, o Cmt Esqd, juntamente com seus Cmt Pel,
reavalia o planejamento, identificando os procedimentos que podem e mereçam
ser aperfeiçoados. Na seqüência dessa análise, a Ordem de Operações (O Op)
combinada com a matriz de sincronização é transmitida.

Emitida a O Op e sua respectiva matriz, passa-se imediatamente para a


fase que contempla o ensaio de sincronização, o qual preconiza a realização de
todas as tarefas críticas da operação planejada.

Figura 4 - Matriz de Sincronização

O ensaio de sincronização deve ser realizado em um terreno reduzido com


dimensões adequadas para absorver o movimento de homens a pé. Este local não
se trata apenas de um caixão de areia convencional, no qual estão representados
os principais acidentes do terreno – acidentes capitais para a operação. Constitui-
se em um terreno que, além representar as principais características fisiográficas
da área de operações, proporciona condições para que as frações ou, no mínimo
seus comandantes, se desloquem sobre ele, num procedimento que visa imitar a
dinâmica dos movimentos táticos que serão realizados durante a execução da
operação.

No ensaio, todos os grupos, pelotões e o Cmdo Esqd estão representados


por seus comandantes. Também devem estar presentes os elementos de apoio:
OA, Cmt Pel Eng, O Lig, se for o caso, entre outros. O S2 do Rgt ou o próprio
SCmt do Esqd atua como se fosse a Força de Oposição (ForOp), enunciando as
ações do inimigo, em cada fase proposta e prevista pela matriz de sincronização.
(Continuação: Jogo de Guerra e Sincronização – Uma Ferramenta Eficaz para a
Preparação da Tropa Operacional 7)

Figura 5 – “O ensaio de sincronização deve ser


realizado em um terreno reduzido com dimensões
adequadas para absorver o movimento de homens
a pé.”

O ensaio inicia-se com o Cmt Esqd enunciando as ações da SU, desde o


primeiro evento previsto pela matriz. A partir daí, os militares responsáveis pelos
sistemas operacionais envolvidos enunciam as ações relativas às suas áreas de
atuação. Por exemplo, na primeira fase (abandono da Z Reu), o Cmt de cada Pel
enuncia as ações de seu pelotão e, sucessivamente, executa os movimentos,
juntamente com os comandante de suas frações, que estão implícitos nessa fase,
deslocando-se sobre o terreno, que serve como um grande palco para a
teatralização do ensaio. Dessa forma, todos envolvidos nessas ações tomam
ciência do conjunto, conhecendo a posição, os itinerários utilizados, as ações
realizadas em cada fase por todos os envolvidos na missão, atingindo, assim, de
maneira uniforme, a sincronização dos sistemas operacionais envolvidos, no
tempo e no espaço - fator fundamental para otimizar o poder de combate nas
operações militares.

Nesse momento, portanto, é importante enfatizar que em todas as fases o S


Cmt Esqd, representando a For Op, enuncia as ações realizadas pelo inimigo,
propondo situações que exigem a pronta intervenção e a conseqüente adoção de
condutas por parte dos executantes, preparando o Cmdo e a Força como um todo
(Rgt/Esqd ou Pel, coforme o caso) para enfrentar o imponderável, o desconhecido
e o atrito do combate, o poderá atenuar o indesejável risco da surpresa.

O C Cav/AMAN, com este ensaio, após experimentar e comprovar a


eficiência prática das instruções assim conduzidas, tem o objetivo de compartilhar
esses procedimentos com os demais segmentos da Força Terrestre, em particular
aos destinados à preparação e à condução de operações militares ou instruções
(Continuação: Jogo de Guerra e Sincronização – Uma Ferramenta Eficaz para a
Preparação da Tropa Operacional 8)
táticas de frações constituídas. Enfatiza-se, sobretudo, que a preparação tática
das unidades e subunidades operacionais é fundamental para que os resultados
obtidos em seu emprego sejam satisfatórios, senão previsíveis. Tal assertiva, hoje,
como no passado, se mostra notabilizada e reconhecida, mantendo válido e vivo o
seguinte axioma:

• Uma tática bem executada pode atenuar os efeitos de uma


estratégica mal concebida. Entretanto, uma tática desastrada,
certamente, conduzirá a mais brilhante estratégia à derrota.
(George S Patton Jr.)

Figura 6 – “O ensaio inicia-se com o Cmt Esqd


enunciando as ações da SU, desde o primeiro
evento previsto pela matriz. A partir daí, os militares
responsáveis pelos sistemas operacionais
envolvidos enunciam as ações relativas às suas
áreas de atuação.”

Por tudo, conclui-se que, mercê dos prováveis cenários, investir na


preparação TÁTICA (nível U, SU e Pel) é mandatório para garantir a plena
capacidade operativa aos escalões responsáveis pelo choque e pelas operações,
seguro de que tal procedimento implementa a flexibilidade de emprego dos
quadros, afastando-os, sobretudo, das indesejáveis e rotineiras soluções
eminentemente teóricas.

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FÁBIO BENVENUTTI CASTRO – MAJ
Comandante do Curso de Cavalaria - AMAN

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