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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Obesidade
Este estudo mostrou que o TEE e REE diminuíram 25% após a estabilização
da perda de peso induzida pela cirurgia, sendo que as mudanças dentro do REE foi
explicado por perdas de massa livre de gordura e da massa gorda. Os dados
demonstram também que a massa gorda contribuiu significativamente para a
variabilidade em REE, no estado de obesidade extrema e após a perda de peso e
estabilização da mesma (DAS et al., 2003).
tempo de lazer e atividade física. Desta forma, foi selecionado um grupo cirúrgico e
um grupo controle composto por 1210 e 1099 indivíduos respectivamente, sendo
estes observados por um período de 2 anos.
Contudo, notificou-se que no grupo cirúrgico ocorreu uma perda de 28 Kg
(23%) comparado com o grupo controle (p<0.01), a ocorrência de hipertensão,
diabetes e apnéia do sono diminuíram no grupo cirúrgico em relação ao grupo
controle (p<0.01) enquanto o tabagismo continuou nos mesmos níveis. O grupo
cirúrgico também apresentou maiores decréscimos na ocorrência de dispnéia e
dores torácicas durante o exercício o que provocou um aumento no tempo de lazer e
atividade física no grupo cirúrgico. KARASON et al. (2000) ressaltam ainda que os
efeitos positivos da atividade física e no tempo de lazer regular na saúde física e no
bem estar mental são reconhecidos extensamente.
Com relação à tolerância ao exercício aeróbico após a perda de peso
induzida cirurgicamente, SERE’S et al (2006) investigaram as alterações de VO2
máx. relativo à massa livre de gordura, massa gorda, massa livre de gordura e
massa corporal total. Em suma, tal estudo estabeleceu como alvo investigar os
efeitos de perda de peso induzida pela cirurgia, no despêndio energético, no esforço
cardiovascular, na capacidade do exercício, e na função cardiovascular.
Foram estudados 31 pacientes obesos mórbidos de ambos os sexos,
integrantes da unidade de obesidade mórbida do hospital incluídos em um programa
de cirurgia bariátrica. Todos os indivíduos que participaram do estudo apresentaram
um exame cardiovascular normal. Nenhuns deles se exercitavam habitualmente ou
estavam fazendo uso de algum medicamento que poderia interferir no resultado do
teste de esforço. O IMC médio foi de 40 kg/m², sendo que todos os indivíduos da
amostra eram obesos a no mínimo 15 anos (SERE’S ET AL., 2006).
Para o teste cardiorrespiratório indivíduo cujo peso chegou a 244 quilos,
realizou-se protocolo especifico. Cada estágio de 2 minutos de um total de 14
estágios iniciando em 2-5 km/h, com acréscimo de 2% de inclinação. Os avaliados
foram incentivados para exercitar até se sentirem incapazes de continuar (SERE’S
et al., 2006).
A freqüência e o ritimo cardíaco foram monitorados por eletrocardiograma, e a
pressão arterial foi aferida na posição ereta antes, em 2 intervalos minuciosos,
durante o teste, e durante a recuperação. A medida da composição corporal foi
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obtida por DXA e mensurou-se a massa corporal gorda e massa livre de gordura
(SERE’S et al., 2006).
De acordo com SERE’S et al. (2006) os valores previstos eram
significativamente mais baixos para o peso, IMC, a massa gorda, e a MLG foram
encontrados após a cirurgia. Embora em repouso, a pressão sistólica era
significativamente mais elevada antes da cirurgia, durante o exercício máximo, a
pressão sistólica era similar em ambos os grupos. O consumo O2 médio em repouso
era mais elevado antes da perda do peso (p < 0.001), porém, o VO2 pico era similar
antes e depois da cirurgia.
Quando ajustado o VO2 para o peso, o valor era mais elevado antes da
cirurgia, em repouso e no exercício (p < 0.002). Entretanto, quando ajustado para
MLG, não havia nenhuma diferença entre os grupos antes e após a perda do peso.
Em repouso, não havia nenhuma diferença na VE, mas no pico do exercício o
volume expirado foi maior após a redução do peso, demonstrando uma melhor
tolerância à realização do exercício físico após a redução de peso induzida
cirurgicamente (SERE’S et al., 2006).
Em suma, este estudo demonstrou que, após cirúrgica com a perda induzida
do peso, pacientes obesos executaram a mesma quantidade de trabalho extremo
com VO2 pico, PAS, e a VE mais baixos, e com consumo de energia mais baixo. Ao
mesmo tempo, após a cirurgia, conseguiram um pico mais elevada e um RER,
otimizando o uso da reserva cardíaca. Ambos os fatores explicam a capacidade
aumentada do exercício. A capacidade aumentada do exercício não pode ser
atribuída a uma melhoria na função cardíaca porque não foi detectada nenhuma
diferença no pulso do O2 pico ajustado à massa livre de gordura após a cirurgia
(SERE’S et al., 2006).
METCALF et al. (2005) objetivaram comparar a massa livre de gordura,
massa gorda e massa corporal total em obesos submetidos ao desvio duodenal (DS)
fisicamente ativos e não praticantes de exercício físico. Para tanto, foram
selecionados 100 obesos submetidos ao desvio duodenal dos quais 50 eram do
grupo que não praticava exercícios e 50 eram do grupo que praticavam exercícios,
sendo que a classificação de praticante e não praticante de exercícios físicos se deu
através de um inquérito apresentado a todos os participantes.
O Grupo E (praticava exercício físico) foi definido como aquele que se
exercitava de várias formas por um período superior a 30 minutos por sessão, três
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ou mais vezes por semana por mais de seis meses enquanto o Grupo NE (não
praticava exercício físico) foi definido como aquele que se exercitava menos de três
vezes por semana nos últimos seis meses (METCALF et al., 2005).
Neste estudo a composição corporal foi mensurada através da bioimpedância
elétrica no período pré-operatório e 0.75, 1.5, 3, 6, 9, 12 e 18 meses após a cirurgia,
assim constatou-se que no 18° após a realização da cirurgia bariátrica o grupo que
praticava exercício físico (Grupo E) apresentou 28% a mais de perda de massa
gorda e 8% a mais de ganho na massa livre de gordura quando comparados ao
grupo que não praticava exercício físico (Grupo NE).
Em linhas gerais, o estudo de METCALF et al. (2006) demonstrou que o
exercício físico afeta positivamente a composição corporal em obesos mórbidos
submetidos ao desvio duodenal (DS) e embora o exercício físico não tenha alterado
a porcentagem de perda total de massa corporal induzida pela cirurgia, o mesmo
aumentou a massa livre de gordura e reduziu a massa gorda, demonstrando assim,
a importância do exercício físico para obesos submetidos à cirurgia bariátrica.
Alguns estudos demonstram que a cirurgia bariátrica mesmo desassociada do
exercício físico promove uma redução significativa do peso ponderal, no entanto, é
comum o ganho de peso, e às vezes a recidiva, após alguns anos de cirurgia
(DÂMASO & TOCK, 2005).
De tal forma, embora existam poucas referências acerca de candidatos à
cirurgia bariátrica poderiam ser identificadas na literatura, é razoável propor que
mais resultados incentivando estudos estariam eliciados à necessidade de se
adicionar o exercício físico progressivo a esta população conjuntamente com terapia
cirúrgica (FAINTUCH, SOUZA & VALEZI, 2004).
Assim, no tocante à cirurgia bariátrica, independente da técnica cirúrgica,
deve-se prever um acompanhamento multidisciplinar intenso para este grupo de
pacientes para promover a reaprendizagem dos grupos alimentares, favorecendo
uma melhor qualidade e adequação da quantidade, assim como o tratamento
psicológico dos possíveis distúrbios alimentares além do incentivo para a melhora da
qualidade de vida com atividade física freqüente supervisionada (GARRIDO JÚNIOR
et al., 2002).