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Há algum tempo atrás, fui a uma exposição de fotografias no MON, do

foto/jornalista Sebastião Salgado, fiquei pensando sobre o processo migratório e


suas causas, desde 1993 Salgado vem fotografando o movimento migratório de seres
humanos em todo planeta. Interei-me (surpreso), que quase cento e cinqüenta
milhões de pessoas sofrem deste processo migratório atualmente e vivem fora de
seus locais de origem, numero altíssimo se levarmos em consideração o aumento da
população mundial atual que paira em torno de cem milhões de seres humanos
anualmente. O aumento é ainda mais assustador, cerca de dez milhões de pessoas
engrossam este cordão todos os anos, mantendo estas proporções, daqui a dez anos
esta enorme fila migratória terá duzentos e cinqüenta milhões de pessoas, em 1985
eram trinta milhões. Partindo desta analise, Salgado andou por 45 países, durante
7 anos, 45 países é quase um quarto do numero total de nações, se levarmos em
consideração os 202 países existente, (dados de 2002, de acordo com a Wikipédia),
o que da ao seu trabalho uma importância impar.
Os primeiros povos a migrarem para as Américas (por volta de 48 a 60 mil anos)
emigraram da Ásia, provavelmente atravessando o estreito de Bering, alguns
teóricos pensam também, que povos oriundos da Polinésia, Malásia e Austrália
atingiram a America do sul navegando através do Oceano Pacífico, esta seria outra
corrente.
Próximo ao ano de 1500 habitavam o Brasil entre 5 a 6 milhões de nativos, (destes
, sobreviveram em péssimas condições de vida e com suas culturas em frangalhos,
aproximadamente 200 mil pessoas), poderíamos discorrer ainda mais sobre muitas
situações historicamente conhecidas, mais isto não vem bem ao caso, o que eu
gostaria de evidenciar seriam as “causas de repulsão e de atração” que evidenciam
alguns destes movimentos migratórios em alguma regiões.
Partindo das três causas que a meu ver são as mais importantes, “perseguições
político/regionais, econômicas e de natureza climática”, sigo minha linha de
pensamento e procurarei me concentrar na atualidade, sendo que posso retornar a
historia para ilustrar ou reforçar algum raciocínio.
Segundo o ACNUR (Auto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), a
maioria dos refugiados internacionais migra em busca de empregos, ou melhores
empregos e melhores salários, após isso vem ás causas de guerras, perseguições
étnicas e religiosas, - não nesta ordem obrigatoriamente -, este movimento
objetiva principalmente ao EUA e a Europa ocidental e se originam a partir da
África, America do Sul e regiões sul e sudeste da Ásia, como podemos constatar,
das nações mais pobres do planeta.
Se as causas principais de repulsão da migração atualmente são as acima citadas,
poderemos pensar um pouco mais sobre as causas de atração.
Esta analogia é bem simples, mais a partir dela entraremos em uma noção maior.
Tenho um trabalho atualmente, ganho muito pouco, na cidade vizinha tem varias
empresas com muitos empregos e remuneração maior, a cidade tem uma qualidade de
vida melhor. O que eu faço? Fico? Migro? Ai esta a duvida.
Para sobreviver mais confortavelmente, o sistema capitalista teorizou e
generalizou. Nas regiões em que ele retira matérias primas para manter seu parque
industrial manufatureiro, os salários são vergonhosos, em regiões onde estão
implantados os parques industriais os salários são menos vergonhosos e onde estão
alojados os executivos, as gerencias, diretorias, etc., os salários são bem
melhores. O leitor quer um exemplo? A Adidas abriu uma fabrica na Ásia, mão de
obra barata e matéria prima quase de graça, os executivos continuam no EUA com
seus salários fabulosos, é assim com todas as transnacionais, carros, cigarros,
alimentos, eletrônicos, informática, roupa, etc, etc...Um exemplo mais fácil de
confirmar por estar mais próximo, a Cba, (companhia brasileira de alumínio) do
grupo Votorantim, comprou a troco de bananas uma vasta extensão de terras na
região do Vale do Ribeira (a região com o menor IDH do estado de São Paulo), na
divisa entre Paraná e São Paulo, Brasil.
Porque comprou a preço de banana? Primeiro a região sofreu todo um processo de
empobrecimento regional ao longo dos últimos anos, fatos divulgados na mídia,
falta de investimentos sociais, inexistência de investimentos em infra- estrutura
para escoamento da produção agrícola, criação de empregos, etc. A região em
evidencia ficou abandonada por um longo tempo, noticiou-se que a Cba iria
construir uma represa (Usina do Alto Tijuco) no rio Ribeira do Iguape, esta
represa iria alagar uma vasta área e “ai daquele que teimasse em viver nas regiões
abaixo”, na cidade vizinha, Apiaí em São Paulo, tem uma grande mineradora de
Cimento, (matéria prima), em outro município limítrofe Adrianópolis no Paraná, tem
uma mina (meio desativada..?) de chumbo, prata e ouro (matéria prima), dizem os
moradores da região, mais esclarecidos e antigos, que as serras que serpenteiam a
região são ricas em ferro, alumínio, prata, urânio e outros. Estas terras
atualmente pertencem a Cba, a maioria foi comprada a um preço muito baixo, como a
região há muito tempo esta sem investimentos nas áreas sociais, a população em
geral, (os pequenos proprietários de terra, etc), venderam ou abandonaram as
terras, indo engrossar as periferias das grandes cidades em busca de trabalho.
Este exemplo, simplório, por estar mais próximo, faz com que entendamos melhor a
situação global.
Nos últimos anos no Brasil, vemos constantemente migrantes morando
clandestinamente nas grandes cidades. Quem são estes migrantes? Geralmente
oriundos da África, Ásia e America do Sul e geralmente se movimentam por causas
econômicas. Quanto ao movimento nacional, sempre tivemos uma grande movimentação
da região nordeste e norte do Brasil rumo a região Sudeste/Sul, como a situação de
empregos em São Paulo e Rio de Janeiro esta saturada atualmente, se detecta
movimentos do Nordeste em direção a alguns estados do Norte (Tocantins, Pará, etc)
originados do Piauí, Maranhão, e outros. E na região Sudeste nota-se também o
contrario de anos anteriores, habitantes de origens nordestinas estão migrando ou
retornando para sua região de origem.
Retornando aos movimentos internacionais, vamos citar um país de origem, poderia
citar a China, qualquer região da África, Coréia, qualquer um, especificando
citarei apenas a Bolívia. Temos visto constantemente na mídia principalmente em
São Paulo, historias de bolivianos que migram e se vem envolvidos em algum
problema, geralmente são vitimas de aproveitadores, que lhes tiram o pouco
dinheiro que ganham, prometem rios e fundos e não cumprem o que prometem, estes
irmãos trabalhadores, que arriscam tudo para conseguir um lugar ao sol, vivem
escondidos, trabalham até 20 horas por dia para ter algum lucro, numa clássica
relação corroída entre capital e trabalho, isto é, semi escravidão. Este é apenas
um exemplo brasileiro, (isto é, falando apenas dos movimentos dentro do território
brasileiro. No geral este tipo de problema é igual –só ampliando ou diminuindo
suas proporções/micro ou macro- em todas as regiões do planeta onde existe a
recepção de migrantes, veja o caso do Japão e seus migrantes brasileiros, “os
decasséguis”, eles são vigiados quando entram em supermercados, lojas, etc.),
talvez por ignorância e um perfeito desconhecimento da situação destes
trabalhadores, olham estes migrantes como se fossem os grandes (ou parte)
responsáveis pela péssima situação ou problemas em que vivem, ou por todos os
problemas gerados na região onde moram e por serem geralmente pobres, são vistos
abaixo da linha do preconceito, desprezados e se não bastasse a falta de
benefícios e os baixos salários a que são submetidos em seus trabalhos semi
escravos.
COMO O TRABALHADOR DE UMA NAÇÃO POBRE, VÊ UMA NAÇÃO RICA E IMPERIALISTA...
Esta visão serve para quaisquer países em qualquer continente, para facilitar o
entendimento exemplificaremos o Brasil como receptor do movimento.
Como um paraguaio, peruano, boliviano, etc, vê o Brasil lá fora? Geralmente sendo
este trabalhador um pouco mais consciente, pensa de primeira, é um pais rico e
imperialista. Espera lá. Imperialista? Com certeza, desde há muito tempo. Lembram
do tratado de Tordesilhas? E da guerra do Paraguai? E a situação do Acre? E do
estado de Santa Catarina? A mudança destas divisas e ganho de território foram
simples manobras imperialistas, tenho em consciência que toda nação receptora de
movimentos migratórios são diretamente responsável pelas regiões pobres do
planeta.
Se existe regiões empobrecidas, os mais ricos exploram suas matérias primas como
um aspirador de pó absorve a poeira de um tapete. Só os países mais ricos têm
parques industriais para transformar esta matéria prima em objetos comerciáveis,
apenas eles possuem também saída para estes produtos através das câmaras mundiais,
sendo assim impõe a estas matérias prima o preço que querem, relegando aos mais
pobres apenas o trabalho e o (in) conformismo.
O Brasil é visto pelo proletário da America Latina, África, sul e sudeste da Ásia,
como um país rico e imperialista (não me refiro a população extremamente pobre e
as suas tristes realidades), a historia e os dados estão aí para atestar este
imperialismo e os índices confirmam que o pais (não a população) não é pobre (PIB,
reservas internas e internacionais, arrecadação de impostos, etc.), miserável
somos nós, sua massa explorada, esta miséria geralmente não é mostrado no
exterior, infelizmente a propaganda internacional mostra apenas mulheres de
biquíni, corpos torrados ao sol, como se o Brasil fosse apenas uma grande nação de
fornicadores e lascivos.
Como entrar no Brasil é mais fácil do que entrar em países da Europa ocidental e
EUA, o Brasil seria uma das opções para se trabalhar e ganhar dinheiro, por três
motivos maiores, em parte por se falar o português, o brasileiro aceita
razoavelmente o migrante, temos muitas empresas (micro, pequenas, e medias) que
admitem estrangeiros sem constrangimentos, incluindo neste aceite os clandestinos,
estas facilidades agem como um farol sobre os mais pobres de outros países,
norteando e obcecando.
Na idade media o tema dos bárbaros colonizadores, era “não existe pecado ao sul do
equador”, isso prevalece como se fosse um arquétipo maldito (este lema foi um dos
grandes responsável pelo extermínio da nação indígena brasileira).
Voltando um pouco, se exige pouco das empresas que exploram matéria prima nas
áreas das, relações do trabalho, ecologia e sociais, as matérias primas geralmente
são vendidas na sua forma pura para outros países (a não ser em países do primeiro
mundo onde geralmente são beneficiadas e manufaturadas no local de extração, ver o
vale do silício na Califórnia-EUA), deveriam ser beneficiadas em seus locais de
extração, se assim ocorresse, seriam gerados um grande numero de empregos nos
países do terceiro mundo, contribuindo para o aumento do IDH nestas regiões e
segurando os trabalhadores em suas regiões de origem, reduzindo em muito o
movimento migratório.
ALGUMAS CONSEQUENCIAS SOBRE O TRABALHO DE MIGRANTES ILEGAIS..
Local: Japão, qualquer estado ou cidade, alguns decasséguis moram num prédio de
apartamentos simples, dividem um quarto/cozinha, trabalham para um empreiteiro que
não conhecem bem o nome, não tem carteira assinada, não tem benefícios, não tem
convenio medico, não tem décimo terceiro, apenas saem de férias quando ocasionam
férias coletivas na empresa, 15 ou 20 minutos de almoço, não podem financiar
imóvel, carro, ou quaisquer bens duráveis, compram somente a vista, não podem se
envolver em acidentes de transito. Como vemos, não difere muito de trabalhadores
estrangeiros que moram e trabalham no Brasil, ilustrei este constatado, apenas
para mostrar que as contradições entre o capital e o trabalho são comuns em
qualquer lugar do planeta, apenas minimizado em algumas regiões, este exemplo
poderia acontecer nos EUA, Alemanha, França, ou qualquer outro país, o capital
abre e fecha filiais em qualquer parte do mundo, não se importa com o ser humano,
ele migra ao bell prazer. Para abrir uma fabrica no Brasil e oferecer 750 empregos
diretos, uma indústria automobilística francesa fechou uma fabrica na Bélgica onde
mantinha 7500 postos de trabalho diretos (Para onde foram estes trabalhadores
demitidos?), isso é apenas um exemplo entre milhares. O sistema só não consegue
mudar os locais de exploração das matérias primas.
CONCLUSÃO
Gostaria ao concluir, explanar algumas idéias para tentarmos, senão sanar
definitivamente (não acredito que nos parâmetros do sistema capitalista estes
conflitos sejam solucionados definitivamente), ao menos amenizar o gravíssimo
problema do movimento migratório, não é concebível, seres humanos trabalhando em
condições subumanas em regimes escravagistas ou semi-escravagistas apenas porque
vêem de uma região mais pobre, por pertencer a outras minorias, etc., na situação
de foragidos ou banidos políticos, ou então por causa de cataclismos naturais, ou
simplesmente por pertencer às áreas mais pobres do planeta, todos devemos ser
respeitados dignamente. Se o sistema vigente não tem capacidade para solucionar
esta e outras situações degradantes referente ao ser humano, que reconheça. Só
assim a humanidade poderá debater e encontrar seu caminho. Para abrir a discussão,
seleciono alguns tópicos para serem colocados em prática a curto e médio prazo,
estes tópicos, apesar de gerarem um grande trabalho para sua concretização, são
viáveis.

• Beneficiamento das matérias no local de origem de extração, ex. minério do


ferro, alumínio, cobre, cal, cimento, madeira, grãos, subprodutos do petróleo,
etc.
• Após serem beneficiadas estas matérias (não havendo condições de serem
manufaturadas no local), as empresas compradoras por excelência devem exigir das
vendedoras as, ISOs 9000, 14000 e 18000, que regem sobre o controle das qualidades
ambientais e das relações do trabalho.
• Um fundo internacional (teoricamente já existe) uma espécie de tributo
cobrado de empresas transnacionais e destinados a educação e saúde em países do
terceiro mundo, principalmente as regiões mais pobres do planeta, para que não
houvesse desvios este fundo seria aplicado pela FAO e UNESCO, seria fiscalizado
por ONGs, associações locais, organismos internacionais de auditoria, toda a
comunidade envolvida, sindicatos, etc., quanto mais fiscalização mais eficiente
sua distribuição.
• Uma reformulação dos salários nas regiões onde originam os disparos
emigratórios, para que estas regiões se tornem atrativas para todos. As nações
devem envolver-se neste processo, através de fóruns constantes e soluções diretas
e praticas.
• O debate constante em fóruns, seminários, nas escolas, nas igrejas, dentro
de secretarias e ministérios de governos, para solucionarmos definitivamente o
problema dos preconceitos raciais, sociais, étnicos, sexo, etc. ...

Com alguns destes tópicos alinhados, gostaria agora de prendê-lo um pouco mais
nesta leitura e falar sobre alguns relatórios atuais de organismos com aos quais
não tenho duvidas sobre exatidão e seriedade:
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o
aumento dos preços dos alimentos no mundo fez o numero de famintos aumentar em 40
milhões em 2008. a FAO divulgou na data de 09/12/2008 que a fome já atinge 963
milhões de pessoas. A FAO disse ainda que a crise mundial levara ainda mais
pessoas a esta condição. Segundo a FAO, os problemas estruturais da fome, como
falta de acesso à terra, ao credito, e ao emprego, combinados com o aumento dos
preços dos alimentos permanecem como uma dura realidade para milhões de pessoas .
A FAO relatou ainda que grande maioria destes famintos -907 milhões- vive nos
países pobres. Destes, 590 milhões moram em sete países, são estes; Índia, China,
Congo, Bangladesh, Indonésia, Paquistão e Etiópia, este mesmo relatório informa
que na África Subsaariana, um terço da população -236 milhões- vive em estado de
fome crônica. Sendo a maior proporção dentre os continentes. O Congo foi disparado
o país Africano onde a fome mais se alastrou. A população de famintos passou de,
26 por cento em 2003/05 para 76 por cento em 2008. Na America Latina e Caribe, a
fome atinge 51 milhões de pessoas atualmente.
Outro relatório desta vez emitido pela Comissão Econômica para a America Latina e
o Caribe, (Cepal), informa que a crise do “sistema capitalista” (eles não usam
sistema capitalista, usam crise financeira global), provocara um aumento no numero
de pobres e indigentes na America Latina no ano de 2009, acirrando ainda mais os
problemas que atravessamos.

Minha opinião para abertura de uma discussão sobre o tema “MOVIMENTO MIGRATORIO”.
Como em todas as crises da historia, quem sofre realmente são as massas oprimidas,
pagando um alto preço pela dissolução dos problemas do sistema de exploração, nada
mais sensato que, as massas tomem as rédeas para a condução de uma sociedade onde
realmente a fraternidade e a solidariedade sejam focados como ponto central de
todas as políticas. Não vejo outra solução.

Obras que eu gostaria que todas as pessoas sorvessem, para que entendêssemos um
pouco mais os movimentos migratórios:
“Morte e vida Severina”, baseado na obra de João Cabral, musicas de Chico Buarque,
dirigido pelo Guel Arraes.
“Toda Obra de Sebastião Salgado sobre o movimento migratório– foto/jornalista-.
“Vidas Secas”, Glauber Rocha.
“O Capital”, principalmente o capitulo onde ele disseca a mais valia - Karl Marx.

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