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COMUNICAÇÃO APLICADA

Título : B1 - Introdução à Comunicação

Conteúdo :

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Olá, alunos.
Eu sou o professor João Bueno, professor da disciplina Comunicação e Expressão. Por que nós temos que
estudar comunicação e expressão no curso de comunicação? O objetivo principal dessa disciplina é
desenvolver as habilidades da escrita e da fala nos alunos. Por que isso? Porque qualquer profissional que
vai disputar o mercado de trabalho necessita de ter um desenvolvimento da escrita e da fala. Pra gente
começar a estudar essa disciplina, nós vamos estudar alguns conceitos: o conceito de signo, o conceito de
símbolo, o conceito de linguagem e finalmente o conceito de texto, como construir um texto com coesão e
com coerência.

Título : B1 - A comunicação

Conteúdo :

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Ao realizar este curso on-line é importante que você se inteire de todas as informações
relativas aos conceitos expostos. Portanto, leia atentamente os textos, antes de realizar os
testes de interpretação e as atividades. Para facilitar o seu trabalho, os conteúdos são
apresentados em formato resumido. No final da aula, você encontrará uma bibliografia básica
que lhe auxiliará no aprofundamento dos conceitos.

Esta disciplina tem o objetivo de trabalhar com os alunos os diversos gêneros textuais e
sistemas de comunicação.

Ao realizar este curso é importante que você se inteire de todas as informações relativas aos
conceitos expostos. Portanto, leia atentamente os textos, antes de realizar os testes de
interpretação e as atividades. Para facilitar o seu trabalho, os conteúdos são apresentados em
formato resumido. No final da aula, você encontrará uma bibliografia básica que lhe auxiliará
no aprofundamento dos conceitos. Esta disciplina tem o objetivo de trabalhar com os alunos os
diversos gêneros textuais e sistemas de comunicação.

Ao realizar este curso é importante que você se inteire de todas as informações relativas aos
conceitos expostos. Portanto, leia atentamente os textos, antes de realizar os testes de
interpretação e as atividades. Para facilitar o seu trabalho, os conteúdos são apresentados em
formato resumido. No final da aula, você encontrará uma bibliografia básica que lhe auxiliará
no aprofundamento dos conceitos. Esta disciplina tem o objetivo de trabalhar com os alunos os
diversos gêneros textuais e sistemas de comunicação.
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Aula 1: Trabalhando com textos. Os diversos tipos de linguagem. O que são signos? O que são
símbolos? O que são conceitos? Coerência e coesão textual. Exercícios de fixação.

Aula 2: Trabalhando com textos argumentativos. Conceituação de textos, artigo de jornal,


narração e descrição, textos descritivos não-literários, textos descritivos literários, descrição de
pessoas. Exercícios de fixação.

Aula 3: O texto dissertativo: Técnica de argumentação. Objetividade e subjetividade.


Exercícios de fixação.

Aula 4: Técnicas de leituras visuais — Percurso visual, o tempo, a finalidade do texto visual e
a percepção. Análise de um audiovisual. Exercícios de fixação.

Aula 5: Técnica de fichamento de textos e resumos. Indicações bibliográficas precisas,


informações sobre o autor, breve resumo do livro ou do artigo, citações extensas, citações
pessoais. Exercícios de fixação.

Aula 6: Confecção de um relatório: estrutura, tipos de relatório: de estudo ou de pesquisa; de


ocorrência; de atividades. Exercícios de fixação.

Aula 7: Planejando um projeto em forma de texto. Introdução, Levantamento de Literatura,


Problema, Hipótese, Objetivos, Justificativa, Metodologia, Cronograma, Recursos, Anexos,
Referências, Glossário. Exercícios de fixação.

Aula 8: Organização de seminário ou exposição oral. Os gêneros de exposição escolar oral e


produção científica. A pesquisa, escolha e organização da forma de apresentação,
demonstração de conhecimentos, capacidade de síntese e habilidade de despertar o interesse
do público. Exercícios de fixação.

INTRODUÇÃO

Este curso pretende trabalhar com as diversas formas de comunicação que se apresentam em
nossa sociedade.

Hoje em dia percebemos que estamos cercados de palavras, de imagens, de sons, que são
responsáveis pelos diversos tipos de comunicação e expressão dos seres humanos.

Podemos destacar os seguintes tipos de expressão: textos jornalísticos, textos literários,


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teatro, cinema, arquitetura, moda, pintura,
fotografia, escultura, música e as múltiplas
formas de símbolos que movem nossa sociedade.

Nós aprendemos desde a infância a entender e a usar os símbolos, criando diversos tipos de
linguagens. É a partir desse conhecimento que podemos resolver os problemas do nosso
cotidiano. Sem a compreensão dos símbolos, não conseguimos registrar nossas experiências e
isso inviabiliza toda comunicação.

Agora, vamos introduzir alguns conceitos importantes para o nosso estudo:

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O que são os símbolos?

Símbolos são signos que podem ser usados para representar um objeto ou trazer uma
informação na ausência desse objeto ou da fonte de informação. Um símbolo é um modo de
pensar em alguma coisa. O símbolo transforma o “ausente” em uma coisa que existe no
presente. As diferentes línguas humanas, as nossas artes, a linguagem da matemática e
muitas outras formas de comunicação têm natureza essencialmente simbólica. Os símbolos
não precisam ter relações diretas com as formas dos objetos. Por exemplo: a palavra flor não
tem qualquer semelhança com o objeto flor existente na natureza.

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O que são os signos?

Signos são objetos, formas ou fenômenos que possam transmitir uma informação ou
representar algo diferente de si mesmos. Os signos podem ser as palavras, os sinais físicos da
presença de um animal ou do ser humano, as placas de aviso de trânsito, o apito de uma
guarda, uma sirene de ambulância ou de um carro de bombeiros.
Foi a partir dos signos que se criaram as línguas, eles passaram a representar as palavras e a
criar linguagens simbólicas.

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O que é a linguagem?
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Linguagem é a capacidade humana de articular conhecimentos e compartilhá-los socialmente.


Assim, todo e qualquer processo humano capaz de expressar e compartilhar significação
constitui linguagens: tirar fotos, pintar quadros, produzir textos e músicas, escrever jornal,
dançar, etc. As linguagens fazem parte das diversas formas de expressão representadas pelas
artes visuais, pela música, pela expressão corporal e pela escrita.

A linguagem, portanto, nomeia, fixa e concebe objetos, utiliza conceitos e tem por função
permitir a comunicação.

Nós encontramos a língua pronta quando nascemos e aprendemos a utilizá-la com as pessoas
mais velhas. É a partir dessa aprendizagem que passamos a reproduzi-la.

Muitas das expressões artísticas atuais têm origem conhecida: a fotografia surgiu no século
XIX; o teatro ocidental surgiu na Grécia e na Idade Média. Já a escrita surgiu há milhares de
anos.
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O que é um conceito?

Um conceito de um objeto se forma quando somos capazes de representá-lo por meio de um


símbolo qualquer, como uma palavra. Por exemplo, quando eu falo a palavra "cadeira", isso me
remete a um determinado objeto que é utilizado para sentar-se. Ter conceitos significa que
somos capazes de substituir as coisas do mundo por símbolos que as representem e usar
essas representações no lugar do objeto real ou imaginado.

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O texto deve ter coesão e coerência

Um texto bem construído — falado ou escrito — resulta, em grande parte, do cuidado com a
coesão e a coerência. Você tem de levar em conta a quem você está se dirigindo e qual a
situação de comunicação, a fim de que sua mensagem seja compreendida.

Detalharemos cada um desses dois procedimentos:

1. COERÊNCIA: Está ligada à inteligibilidade do texto e à possibilidade de que ele seja


adequadamente interpretado pelo ouvinte ou leitor. Ela é responsável pela unidade de sentido,
pois se refere à totalidade do texto, como um fio condutor, garantindo a continuidade de
sentido. A coerência é subjacente à superfície visível (ou audível) do texto, como uma lógica
profunda que atua em forma de rede. A coerência é reticular ou tentacular, tal qual uma teia
enlaçando as tramas do texto.

a) Para ser coerente, o texto tem de se desenvolver de modo a ampliar pouco a pouco a
informação inicial, em uma progressão. Por um lado, há retomadas do que já foi dito; por
outro, acrescentam-se informações novas. Assim se constrói gradativamente a coerência no
texto. Para mantê-la, deve-se evitar a contradição.
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b) A construção de um texto coerente depende não só do conhecimento de elementos


lingüísticos — como vocabulário e sintaxe — mas também do conhecimento de mundo que
deve ser partilhado pelos interlocutores. Caso surja um dado novo, desconhecido por um
deles, esse elemento tem de ser explicitado.

2. COESÃO: É explicitamente revelada por meio de marcas lingüísticas, presentes na


superfície do texto. Ela se manifesta em sua organização seqüencial, de forma linear. Os dois
processos principais de coesão textual são: coesão referencial e coesão seqüencial.

a) A coesão referencial ocorre quando um termo do texto remete a outro que aparece antes ou
depois dele. A retomada de um termo que aparece antes é chamada de anáfora; a retomada
de um termo que aparece depois, de catáfora. A coesão referencial é feita de duas formas: por
substituição (de uma palavra por outra) ou por elipse (caso em que o termo omitido fica
claramente subentendido).

Observe as frases a seguir:

A arte tem várias conexões. Ela dialoga com muitos aspectos de nossa vida.
Note que o pronome anafórico “ela” substitui a palavra “arte”.

b) A coesão seqüencial consiste na utilização de procedimentos que estabelecem elos na


cadeia do texto, garantindo sua continuidade. Eis os principais:

• Procedimentos de repetição do mesmo termo ou do mesmo campo semântico —


ilustrados, respectivamente, nos mesmos exemplos abaixo:

Colecionadores adoram obras de arte. Vivem em meio a obras de arte, compram obras de arte,
falam de obras de arte, só pensam em obras de arte.

Perceba a diferença se escrevêssemos assim:

Colecionadores adoram obras de arte. Vivem no meio de quadros, compram esculturas, falam
de exposições, só pensam em museus.

• Emprego de conectivos, que estabelecem elos entre termos ou entre orações, como
em:

A arte é importante, isto é, os humanistas têm essa opinião.


Se tivesse tempo, visitaria todos os museus do meu país.
Não disponho de tempo por causa das muitas horas de aula e estudo.

• Emprego de pontuação, apoiando o sentido, como em:

Fui ao museu, vi as obras do artista, fiquei encantado, não resisti e comprei as de que mais
gostei: uma gravura e uma escultura em bronze.

A seqüência das ações é indicada por dois fatores: a ordem em que os verbos aparecem e o
emprego da vírgula. Já os dois pontos permitem elencar e especificar casos particulares —
“uma gravura” e “uma escultura” — do que foi enunciado antes — “as de que mais gostei”.

3. DUPLA COESÃO: Em certos casos, um conectivo pode exercer dois papéis, garantindo, ao
mesmo tempo, a coesão referencial e a seqüencial. No exemplo anterior, “comprei as de que
mais gostei” equivale a “comprei aquelas // de que mais gostei”. O pronome relativo “que”
retoma anaforicamente o termo “as” (= aquelas), que, por sua vez, é anáfora de “obras do
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artista”. Simultaneamente, a palavra “que” conecta as duas orações, assegurando, também, a
coesão seqüencial.

ATIVIDADE 1

Construção de uma linguagem utilizando signos.

1. Escolha uma história, conto ou romance bastante conhecido, ou uma história contada por
algum conhecido seu, ou uma frase como “ninguém me ama”, “o amor é lindo”, etc.
2. Agora escolha uma linguagem específica para trabalhar esse tema, como por exemplo:
fotografia, imagens de história em quadrinhos, desenhos de ilustração, poesia , web design,
por exemplo.
3. Organize esses conjuntos de representações em um espaço – papel ou outra mídia.
4. Organize a explicação de seu trabalho, respondendo às seguintes questões;
a) Quais são as informações que seu trabalho procura trazer?
b) Quais sentimentos e idéias ele suscita?
c) Como você avalia a eficiência da sua linguagem?

ATIVIDADE 2

Pesquisa das diferentes linguagens:


Vamos sugerir um tema: “A MODA JOVEM EM NOSSOS DIAS”.

1. Você deve escolher uma reportagem e pesquisar como o tema é tratado. Você pode escolher
entre um texto jornalístico, uma publicidade, uma música, etc.
A partir dessa pesquisa, responda às seguintes perguntas:
a) Qual é o objetivo da reportagem?
b) Que imagem da moda jovem a reportagem procura passar?
c) Quais são as idéias centrais do texto jornalístico?

ATIVIDADE 3

Comparação entre as manchetes de diferentes jornais de um mesmo dia.


Vamos reunir os principais jornais de um dia da semana. Observemos as manchetes da
primeira página:

1. Os assuntos tratados são os mesmos?


2. O destaque dado a uma notícia em um jornal é o mesmo em outro jornal?
3. Analisar as construções gramaticais (pontuação e tempos verbais) de manchetes sobre um
mesmo tema.
4. Quais são os efeitos de sentido provocados por essas diferentes construções de frases.
5. Dê exemplos de coesão textual no texto pesquisado.

Bibliografia

BARROS, D. L. P. de. Teoria semiótica do texto. São Paulo: Ática, 2001.


CAHEN, Roger. Comunicação empresarial, 6.ed. São Paulo: Best-Seller, 1990.
FARACO, Carlos Alberto. Prática de texto. 8. ed. Petrópolis, Vozes, 2001.
Faraco & Moura. Gramática, 12ª ed. Editora Ática, São Paulo, 2001.

Título : B1 - Gêneros pessoais

Conteúdo :
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Introdução

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Vamos estudar nesta aula como se trabalha com textos argumentativos, com textos narrativos e textos
descritivos.

Leia o texto com atenção e responda às questões relativas ao conteúdo. O objetivo desta aula é servir como
um guia para que você produza seus próprios textos. Esse guia pode ser utilizado na sua vida diária e é
direcionado para profissionais de áreas técnicas que se defrontam, muitas vezes, com a tarefa árdua de
produzir um texto. Em sua futura carreira você vai precisar defender uma proposta de trabalho no formato
textual e as sugestões aqui apresentadas possibilitam que os textos produzidos tornem-se claros e
estimulantes para os leitores.

Conceituando texto

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Como a palavra “texto” pode ser entendida?

Em geral, as pessoas identificam como “texto” as produções escritas sobre um tema qualquer. No entanto,
podemos definir um texto como qualquer objeto composto de elementos internos e externos que formam um
todo significativo de comunicação entre sujeitos.

Podemos citar 5 características de textos verbais e escritos:

a) É uma seqüência verbal: o texto consiste de um conjunto de signos verbais organizados em frases, que,
por sua vez, se organizam em parágrafos.

b) É coerente: a combinação de frases e parágrafos segue um princípio de coerência entre as partes.

c) Forma um todo acabado: pelo princípio da coerência, o texto é um todo acabado, que se sustenta por si
só, ou seja, não necessita de seu produtor para explicá-lo.

d) Forma um todo definitivo: por ser independente de seu produtor depois de finalizado, está isento de
alterações. Qualquer alteração implicaria em um novo texto.
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e) Forma um todo publicado: publicado, aqui, significa tornar-se público a ponto de chegar a seu(s)
interlocutor(es), pois um texto só ganhará sentido se tiver ao menos um leitor.

Artigo

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Com certeza você já leu vários artigos em jornais e em revistas. Leia e ouça o artigo abaixo para
começarmos nossa discussão:

PM localiza recém-nascida abandonada em calçada de Belo Horizonte


Thiago Guimarães, da Agência Folha, em Belo Horizonte

Uma recém-nascida foi encontrada em uma calçada na Rua das Gaivotas, no bairro Vila Clóvis, em Belo
Horizonte (MG), na madrugada desta quarta-feira. Ela foi socorrida e passa bem. O caso será investigado.

De acordo com a PM (Polícia Militar), a bebê foi localizada por volta das 2h30 e levada para uma
maternidade. Ela possuía apenas uma identificação umbilical, de número 292, que poderá ser usada na
localização da mãe.

Não se sabe quanto tempo ela passou na calçada, mas não ficou ferida. Ela estava envolta apenas por uma
fralda de pano.

Outros casos

Outros casos envolvendo bebês foram registrados nos últimos dias.


Nesta quarta-feira, uma mulher de 30 anos foi presa em flagrante sob suspeita de ter colocado a filha
recém-nascida em uma sacola plástica e a jogado em um canal próximo de casa, em Canoas (RS). A
criança morreu.

No último sábado (28), outra recém-nascida foi encontrada dentro de um saco plástico preso a um pedaço
de madeira, boiando dentro da lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte.
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Sua mãe está presa. O namorado dela, que suspeita ser o pai da criança disse que, caso a paternidade
seja comprovada por meio de um exame de DNA, assumirá a criança. Os avós maternos da criança deram
entrada com pedido de guarda na Justiça.

Artigo publicado no dia 01/02/2006 na Folha Online

Podemos conceituar esse tipo de texto como:

Todo artigo constitui a expressão de uma visão crítica, no qual prevalece uma opinião pessoal baseada na
análise de uma situação ou de fatos. Em geral, ele procura explicar um acontecimento e sua motivação se
apóia no desejo de informar e interpretar os fatos, tendo por finalidade persuadir o leitor.

Há grande variedade na forma de apresentação de um artigo. Isso ocorre porque cada revista ou jornal tem
suas próprias normas de publicação. Entretanto, há um consenso sobre as partes que devem compor esse
gênero discursivo:

• Título: sempre sugestivo, deve motivar o leitor a ler todo o trabalho;


Exemplo: "PM localiza recém-nascida abandonada em calçada de Belo Horizonte"

• Nome do autor:
Exemplo: Thiago Guimarães, da Agência Folha, em Belo Horizonte.

• Chamada: constitui uma síntese descritiva e instigante do trabalho.


Exemplo: "Uma recém-nascida foi encontrada em uma calçada na Rua das Gaivotas, no bairro Vila Clóvis,
em Belo Horizonte (MG), na madrugada desta quarta-feira. Ela foi socorrida e passa bem. O caso será
investigado."

• Corpo: desenvolve o que foi apenas pincelado na chamada e, geralmente, é dividido em três partes:
exposição breve do assunto tratado, apresentada de maneira geral e relacionada com as informações
levantadas; núcleo do texto, em que o assunto é exposto, explicado e demonstrado em todos os seus
aspectos, de forma detalhada, objetiva e clara; para dar maior consistência ao artigo, deve-se adotar
recursos como exemplos, depoimentos, dados estatísticos, tabelas e gráficos ou qualquer outro material
complementar usado na coleta de dados.
Exemplo: "De acordo com a PM (Polícia Militar), a bebê foi localizada por volta das 2h30 e levada para uma
maternidade. Ela possuía apenas uma identificação umbilical, de número 292, que poderá ser usada na
localização da mãe.
Não se sabe quanto tempo ela passou na calçada, mas não ficou ferida. Ela estava envolta apenas por uma
fralda de pano."

• Parte final: inclui uma resposta ao assunto proposto, de maneira breve e concisa, referindo-se às
discussões feitas anteriormente. Nessa terceira parte podem também ser incluídas recomendações e/ou
sugestões de outros autores.
Exemplo: "Outros casos envolvendo bebês foram registrados nos últimos dias.
Nesta quarta-feira, uma mulher de 30 anos foi presa em flagrante sob suspeita de ter colocado a filha
recém-nascida em uma sacola plástica e a jogado em um canal próximo de casa, em Canoas (RS). A
criança morreu.
No último sábado (28), outra recém-nascida foi encontrada dentro de um saco plástico preso a um pedaço
de madeira, boiando dentro a lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte.
Sua mãe está presa. O namorado dela, que suspeita ser o pai da criança disse que, caso a paternidade seja
comprovada por meio de um exame de DNA, assumirá a criança. Os avós maternos da criança deram
entrada com pedido de guarda na Justiça."

Lembrete: O artigo é um gênero opinativo e, conseqüentemente, argumentativo. Por isso, é importante


organizar as idéias a partir de relações lógicas entre os dados concretos da realidade e interpretações mais
amplas e abstratas.
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Aprofundando as formas de construção argumentativa:

a) Trabalhar com textos argumentativos implica em discutir temas e problemas.

b) É importante observar que, ao planejarmos uma redação argumentativa, podemos utilizar o recurso de
construir uma pergunta. Exemplo: se fossemos reescrever o artigo do exemplo poderíamos fazer a seguinte
pergunta: Por que as mães estão se desfazendo de seus filhos?

c) O texto argumentativo constitui-se pelas seguintes partes: hipóteses, tese e argumentação.

1. Hipóteses: são as respostas dadas ao problema proposto.


Exemplo:
a. As mães não têm recursos financeiros.
b. A falta de estudos se reflete em atitudes deste tipo.
c. As mães são naturalmente violentas.

2. Tese: Precisamos, então, escolher qual dessas hipóteses parece ser a que mais se aproxima da
realidade. Neste caso, é importante ressaltar que não existem hipóteses corretas ou incorretas, o que
existem são hipóteses melhores ou piores. A partir da escolha da melhor hipótese encontramos então a
tese.

3. Argumentação: Escolhida a tese devemos então construir a argumentação. Geralmente a argumentação


é construída do ponto de vista do autor, refutando as hipóteses menos prováveis e defendendo a mais
plausível.

Narração

O que é o texto narrativo?

A narrativa apresenta um relato resumido em ordem cronológica. Construir um texto narrativo não é
meramente relatar um acontecimento ou, em outras palavras, não é apenas encarar fatos, produzindo uma
história. O texto narrativo possui as seguintes categorias: narrador, personagem, enredo, cenário e tempo.

Agora o importante é você refletir um pouco sobre o que significa caracterizar e desenvolver essas
categorias narrativas. Vamos tentar ajudá-lo nesta tarefa. Leia a história abaixo:

Narrada pelo cacique João da Silva

No começo todos os animais falavam, até a cabra e o cachorro do mato. A cabra estava no pé de laranja, e
ela bateu com a cabeça para cair laranja, batia e a laranja caía. Aí o cachorro do mato chegou e foi
convidado para chupar laranja. Mas ele perguntou para a cabra:

– Como você consegue derrubar?

A cabra respondeu:
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– Você bate a cabeça na laranja aí ela cai, olha, eu faço assim...

A cabra se afastou distante um pouquinho, veio correndo e bateu no pé de laranja, aí a laranja chacoalhou e
caiu. Aí os dois chuparam.

Quando acabaram as laranjas, a cabra falou assim para o cachorro:

– Agora é a sua vez.

Aí o cachorro afastou uns sete ou oito metros, veio correndo, bateu no pé de laranja e quebrou a cabeça
porque ele não tem chifre. Aí acabou a festa dele.

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Narrador. Comecemos pelo narrador. A afirmação mais óbvia que se pode fazer a respeito desta categoria
é a de que toda história precisa ser contada por “alguém”; esse “alguém” que conta a história em um texto
narrativo é chamado de narrador. Ao se dizer que é o narrador quem conta a história em um texto narrativo,
se está dizendo que é através dele que tomamos conhecimento do enredo, das características das
personagens, da descrição dos cenários etc. Da mesma forma, é igualmente importante atentar para as
decorrências da escolha de um narrador. Ele deve ser previamente escolhido por você. Por exemplo, é
importante delimitar o grau de consciência que o narrador pode ter das características (no caso, de
personagens ou de cenário), ações, motivações etc., envolvidas na trama. Como você já sabe, esse grau de
consciência depende muito de qual dos dois tipos de foco narrativo for adotado: narrador em 1ª ou 3ª
pessoa. Se for em 3ª, ele pode saber tudo, isto é, o narrador está contando a história, mas não faz parte
dela. Se for em 1ª, ele participa da história e, dessa forma, o grau de consciência depende da sua atuação
dentro do enredo.
Exemplo: A história acima é narrada pelo cacique João da Silva, em 3ª pessoa.
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2. Personagem. Sobre as personagens, é muito importante pensar no que significa caracterizá-las, de fato.
Você certamente já imaginou fisicamente algumas delas (altura, cor dos cabelos, dos olhos, características
dos animais etc.), mas uma boa caracterização de personagens não pode levar em consideração apenas
aspectos físicos. Elas têm de ser pensadas como representações de pessoas ou animais, e por isso sua
caracterização é bem mais complexa, devendo levar em conta também aspectos psicológicos de tipos
humanos. E isso, por sua vez, deverá estar sempre presente na sua cabeça quando você for trabalhar as
ações das personagens dentro da trama que está criando. Ou seja, como acontece com as pessoas, o
comportamento delas é, em grande parte, determinado por tais características psicológicas.
Exemplo: Os personagens são a cabra e o cachorro do mato.

3. Cenário. Os cenários em uma narrativa devem ter uma função determinada no texto, ou seja, devem
manter com a trama uma relação significativa. Explicando: o cenário não é apenas um palco onde as ações
se desenrolam, mas deve integrar-se aos demais elementos da narrativa; por exemplo, ao sustentar a
presença de personagens, ao motivar ações específicas, ao fornecer indícios (pistas) sobre determinados
acontecimentos etc.
Exemplo: Ambiente onde há um pé de laranja.

4. Tempo. Assim como as personagens representam pessoas e os cenários, os espaços físicos (naturais,
ambientais, geográficos etc.), o tempo numa narrativa representa, justamente... o tempo. Óbvio? Deveria
ser, mas grande parte dos problemas de verossimilhança dentro de textos narrativos é derivada da maneira
como freqüentemente se lida com essa categoria, tempo. É muito comum o autor perder de vista o fato de
que ele deveria estar, ficcionalmente, representando o transcurso de existência, de ações possíveis, no
tempo. E ações e existências “consomem” tempo, na vida real. Portanto, por que não o fariam também no
espaço ficcional? A orientação aqui, para se dar uma, é bastante simples: atenção para a maneira como os
fatos, acontecimentos e ações das personagens se articulam no plano temporal, ou, em termos mais
simples, atenção para o fato de que acontecimentos e ações têm, necessariamente, uma duração.
Exemplo: o tempo é caracterizado pela seguinte expressão: "No começo todos os animais falavam".

5. Enredo. Pulamos o enredo? Na verdade, não. Apenas deixamos para comentá-lo no final — e de
passagem —, por um lado porque é dele que você certamente tem a idéia mais bem formada (o enredo é a
própria história); por outro, porque ele simplesmente não existe sem a caracterização e o desenvolvimento
dos outros quatro elementos: o enredo é resultado da atuação das personagens em determinados cenários,
durante certos períodos de tempo, tudo isso contado, para o leitor, por um narrador.
Exemplo: o enredo no texto acima é a história da conversa de dois animais que discutem a estratégia para
apanhar laranjas.

Descrição

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A descrição é a representação verbal de um objeto, um ser, uma paisagem, um sentimento por meio de
seus aspectos mais característicos, predominantes, aqueles que o particularizam e o diferenciam de
qualquer outro.

A descrição pode ser técnica ou científica, como um verbete de dicionário, caracterizando-se pela
objetividade, exatidão e minúcia.
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Exemplo: A palavra “janela” tem o significado de abertura na parede dum edifício para deixar que nele
entrem a luz e o ar (...) (Ferreira, B.H. Novo Aurélio século XXI, 3 ed. revista e ampliada. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, p. 1153).

Destacamos do verbete de dicionário a definição do objeto em seu sentido próprio, em que se focalizam sua
forma e finalidade, sem detalhes.

Descrever não é enumerar o maior número possível de detalhes, mas assinalar os traços mais singulares,
mais salientes; é fazer ressaltar do conjunto uma impressão dominante e singular. Dependendo da intenção
do autor, varia o grau de exatidão e minúcia na descrição.

Diferentemente da narração, que faz uma história progredir, a descrição faz interrupções na história, para
apresentar melhor um personagem, um lugar, um objeto, enfim, o que o autor julgar necessário para dar
mais consistência ao texto. Pode também ter a finalidade de ambientar a história, mostrando primeiro o
cenário, como acontece no texto abaixo:

"Ao lado do meu prédio construíram um enorme edifício de apartamentos. Onde antes eram cinco
românticas casinhas geminadas, hoje se instalaram mais de 20 andares. Da minha sala vejo as varandas
(estilo mediterrâneo) do novo monstro. Devem distar uns 30 metros, não mais.

E foi numa dessas varandas que o fato se deu."

Vamos nos aprofundar um pouco neste conceito:

Inserindo-se numa abordagem mais geral sobre os mecanismos de elaboração textual, com base nos
conceitos de coesão e coerência, o trabalho pedagógico de leitura e produção do texto de base descritiva
deve partir dos seguintes pontos:

a) O texto de base descritiva tem como objetivo oferecer ao leitor/ouvinte a oportunidade de visualizar o
cenário onde uma ação se desenvolve e as personagens que dela participam;

b) A descrição está presente no nosso dia-a-dia, tanto na ficção (nos romances, nas novelas, nos contos,
nos poemas) como em outros tipos de textos (nas obras técnico-científicas, nas enciclopédias, nas
propagandas, nos textos de jornais e revistas);

c) A descrição pode ter uma finalidade subsidiária na construção de outros tipos de texto, funcionando como
um plano de fundo, o que explica e situa a ação (na narração) ou que comenta e justifica a argumentação;

d) Existem características lingüísticas próprias do texto de base descritiva, que o diferenciam de outros tipos
de textos;

e) Os advérbios de lugar são elementos essenciais para a coesão e a coerência do texto de base descritiva,
permitindo a localização espacial dos cenários e personagens descritos;

f) O texto descritivo detém-se sobre objetos e seres considerados na sua simultaneidade, e os tempos
verbais mais freqüentes são o presente do indicativo no comentário e o pretérito imperfeito do indicativo no
relato.

Textos descritivos não-literários

A descrição técnica é um tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usando uma linguagem científica,
precisa. Esse tipo de texto é usado para descrever aparelhos, o seu funcionamento, as peças que os
compõem, para descrever experiências, processos, etc.

Exemplo:

"Folheto de propaganda de carro

Conforto interno – É impossível falar de conforto sem incluir o espaço interno. Os seus interiores são
amplos, acomodando tranqüilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat Variant possuem
direção hidráulica e ar condicionado de elevada capacidade, proporcionando a climatização perfeita do
ambiente.
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Porta-malas – O compartimento de bagagens possui capacidade de 465 litros, que pode ser ampliada para
até 1.500 litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado.
Tanque – O tanque de combustível é confeccionado em plástico reciclável e posicionado entre as rodas
traseiras, para evitar a deformação em caso de colisão."

Textos descritivos literários

Na descrição literária predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto de associações conotativas
que podem ser exploradas a partir de descrições de pessoas; cenários, paisagens, espaço; ambientes;
situações e coisas. Vale lembrar que textos descritivos também podem ocorrer tanto em prosa como em
verso.

Descrição de pessoas

A descrição de personagem pode ser feita na primeira ou terceira pessoa. No primeiro caso, fica claro que o
personagem faz parte da história; no segundo, a descrição é feita pelo narrador, que, ele próprio, pode fazer
ou não parte da história.

Bibliografia

ABREU, Antônio Suárez. - Produção do texto científico por universitários. Uma proposta de aplicação da
gramática textual. Campinas, PUC, 1985.
______. Curso de Redação. Editora Ática, 2005.

Título : B1 - O texto dissertativo

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A elaboração de um texto dissertativo escrito deve ser produto de um plano de trabalho, do qual fazem parte
as informações e conceitos que vamos manipular, a posição crítica que queremos manifestar, o perfil da
pessoa ou grupo a que nos dirigimos e o tipo de reação que nosso texto deve despertar.

Ou seja, nosso texto dissertativo deve ser produzido de forma a satisfazer os objetivos que nos
propusemos a alcançar.

Existe uma forma já consagrada para a organização desse tipo de texto. Consiste em estruturar o material
de que dispomos em três momentos principais:

- a introdução;
- o desenvolvimento;
- a conclusão.

Observe que cada uma dessas três partes que compõem o texto dissertativo se relaciona com as outras,
17
preparando-as ou retomando-as.

1) INTRODUÇÃO: é o ponto de partida do texto. Por isso, deve apresentar de maneira clara o assunto a ser
tratado e também delimitar as questões referentes a esse assunto que serão abordadas. Dessa forma, a
introdução encaminha o leitor, estabelecendo para ele a orientação adotada para o desenvolvimento do
texto. Atua, assim, como uma espécie de "roteiro".

2) DESENVOLVIMENTO: é a parte do texto em que idéias, conceitos, informações e argumentos de que


você dispõe serão desenvolvidos, de forma organizada e criteriosa. O desenvolvimento deve nascer da
introdução: nesta, apontam-se questões relativas ao assunto que será abordado; naquele, essas questões
devem ser desenroladas e avaliadas, sempre por partes, de maneira gradual e progressiva. A introdução já
anuncia o desenvolvimento, que retoma, ampliando e desdobrando, o que lá foi colocado de modo sucinto.

3) CONCLUSÃO: é a parte final do texto, um resumo claro de tudo o que já foi dito. Além desse resumo,
que retoma e condensa o conteúdo anterior do texto, a conclusão deve expor claramente uma avaliação
final do assunto discutido. Nessa parte, também se podem fazer propostas de ação.

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Conceitos e Noções Gerais de Dissertação

Existem dois tipos de dissertação:

1) a dissertação expositiva;
2) a dissertação argumentativa.

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18

Na dissertação expositiva, podemos explanar sem combater idéias das quais discordamos. Por exemplo,
um professor de História pode fazer uma explicação sobre os modos de produção, aparentando
impessoalidade, sem tentar convencer seus alunos das vantagens e desvantagens deles. Mas, se ao
contrário, ele fizer uma explanação com o propósito claro de formar opinião nos seus alunos, mostrando as
inconveniências de determinado sistema e valorizando um outro, esse professor estará argumentando
explicitamente.

Na dissertação argumentativa, além disso, tentamos, explicitamente, formar a opinião do leitor ou ouvinte,
procurando persuadi-lo de que a razão está conosco.

Como fazer uma dissertação argumentativa

Como fazer nossas dissertações?


Como expor com clareza nosso ponto de vista?
Como argumentar coerente e validamente?
Como organizar a estrutura lógica de nosso texto, com introdução, desenvolvimento e conclusão?

Vamos supor que o tema proposto seja: A comunicação não é um fenômeno isolado nem
contemporâneo.

Primeiro, precisamos entender o tema:

Resposta:

A comunicação como atividade humana é integrada aos processos culturais e as manifestações culturais
variam de acordo com o passar do tempo histórico.

Vamos então, sugerir alguns passos para a elaboração do rascunho de sua redação.
19

1. Transforme o tema em perguntas:

Exemplo:

A comunicação é um fenômeno isolado?

A comunicação é apenas um fenômeno contemporâneo?

2. Procure responder a essas perguntas, de um modo simples e claro, concordando ou discordando (ou,
ainda, concordando em parte e discordando em parte): essas respostas são o seu ponto de vista.

3. Pergunte a você mesmo, o por quê de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua
posição: aí estará o seu argumento principal.

4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua
posição. Estes serão argumentos auxiliares.

5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo
pode vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do que você leu. Pode ser um fato da vida
política, econômica, social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante expressivo e coerente com o
seu ponto de vista. O fato-exemplo, geralmente, dá força e clareza à nossa argumentação. Esclarece a
nossa opinião, fortalece os nossos argumentos. Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferencia o nosso
texto: como ele nasce da experiência de vida, ele dá uma marca pessoal à dissertação.

6. A partir desses elementos, procure juntá-los num texto, que é o rascunho de sua redação. Por enquanto,
você pode agrupá-los na seqüência que foi sugerida:

Os passos

1) interrogar o tema;
2) responder, com a opinião;
3) apresentar argumento básico;
4) apresentar argumentos auxiliares;
5) apresentar fato-exemplo;
6) concluir.

(Este texto foi baseado no livro: AMARAL, Emília. Escrever é desvendar o mundo. Campinas, SP. Papirus,
1986.

Lembrete: Abaixo você encontrará algumas dicas para quando for escrever seu próprio texto.

A produção de textos

Qualidades

O texto deve possuir algumas qualidades, como:

1. CORREÇÃO

Uma redação precisa utilizar uma linguagem de acordo com as normas gramaticais. Todo texto se sujeita a
certas normas, pois os desvios da linguagem padrão serão considerados erros e implicarão falta de
entendimento. Por isso, ao escrever, deve-se procurar utilizar uma linguagem gramaticalmente correta, isto
é, de acordo com as regras estabelecidas pela gramática normativa.

Apontamos, a seguir, alguns desvios da norma culta que comumente aparecem nos textos.
20
Grafia — se surgir dúvida sobre como escrever uma palavra, deve-se substituí-la por outra cuja grafia seja
conhecida. A língua portuguesa é muito rica em sinônimos. Não se deve esquecer também de verificar a
acentuação das palavras. Uma revisão das regras de acentuação pode ajudar a evitar erros desse tipo.

Flexão das palavras — deve-se tomar cuidado com a formação do plural de algumas palavras, sobretudo
as compostas (primeiro-ministro, abaixo-assinado, luso-brasileiro, etc.).

Concordância — verbo e sujeito deverão concordar, e os nomes devem concordar entre si. Quando o
sujeito vem depois do verbo ou distante dele, são comuns erros de concordância verbal. Assim, deve-se
optar por períodos curtos, em ordem direta.

Regência — deve-se estar atento à regência de verbos e nomes, sobretudo em relação àqueles que
exigem a preposição a, a fim de que não se erre o emprego do acento que indica a crase.

Colocação dos pronomes — deve-se observar a colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se,
nos, lhe, o, a, os, as). Na linguagem formal, não é costume iniciar frases com esses pronomes.

2. CLAREZA

Ser claro significa ser inteligível, ser facilmente compreendido. Escrever bem não significa escrever difícil.
Há uma crença de que pessoas que escrevem com estilo rebuscado e com palavras difíceis de serem
compreendidas escrevem bem. Nada mais falso. Ao redigir, deve-se procurar expor as idéias de modo que
sejam facilmente compreendidas pelo leitor. Para tanto, é melhor evitar períodos longos e vocabulário
rebuscado.

3. CONCISÃO

Em um texto, ao exprimir uma idéia, podem-se usar mais palavras do que o necessário. Se isso ocorrer, o
texto será prolixo. Se, ao contrário, forem utilizadas menos palavras do que o necessário, o texto será
obscuro, isto é, pouco claro.

Caso se utilize o número estritamente necessário de palavras para exprimir uma idéia, o texto será conciso.

A prolixidade e a obscuridade são defeitos de redação; a concisão é uma qualidade. Portanto, ao elaborar
uma redação, deve-se expor a idéia com precisão, evitando dar voltas em torno do assunto ou utilizar
palavras desnecessárias.

É comum empregar, em redações, algumas expressões que servem só para prolongar o discurso, como
veremos adiante no item "Prolixidade". Essas expressões devem ser evitadas em favor da concisão.

4. ELEGÂNCIA

Elegância é harmonia, simplicidade, exposição bem ordenada. Escreve-se para alguém; por isso, deve-se
produzir um texto que seja agradável ao leitor. A elegância tem de começar pela apresentação do texto, com
letra legível, sem borrões e rasuras. O fundamental é que o estilo seja elegante, e para isso devem-se
observar as qualidades já apontadas: clareza, correção e concisão.

Defeitos

Ao escrever, deve-se evitar o que possa prejudicar a compreensão do texto. Os defeitos mais comuns que
aparecem nas redações são: ambigüidade, cacofonia, eco, obscuridade, pleonasmo e prolixidade.

1. AMBIGÜIDADE

Ambigüidade (ou anfibologia) significa "duplicidade de sentido". Uma frase com duplo sentido é imprecisa, o
que atenta contra a clareza, uma vez que pode levar o leitor a atribuir-lhe um sentido diferente daquele que
o autor procurou lhe dar. Ocorre geralmente por má pontuação ou mau emprego de palavras ou expressões.

Alguns exemplos de frases ambíguas:

João ficou com Mariana em sua casa.


21
Alice saiu com sua irmã.

Nesses exemplos, a ambigüidade decorre do fato de o possessivo sua poder estar se referindo a mais de
um elemento. Portanto, deve-se tomar muito cuidado no emprego desse pronome possessivo. A
ambigüidade pode ser evitada com a substituição por dele(s) ou dela(s).

Observe alguns outros exemplos:


Matou o tigre o caçador.

Pela quebra da ordem direta da oração, não se sabe qual é o sujeito e qual é o objeto. Quem matou quem?
O tigre matou o caçador ou o caçador matou o tigre?

Visitamos o teatro do vilarejo, que foi fundado no século XVIII.

Nessa construção, temos dois antecedentes que podem ser retomados pelo pronome relativo que. O que foi
fundado no século XVIII: o teatro ou o vilarejo?

Nem sempre, porém, a ambigüidade é um defeito. A linguagem literária, sobretudo a da poesia, explora
muito a ambigüidade como recurso expressivo. Textos humorísticos ou irônicos se valem também da
ambigüidade para alcançar o humor. Portanto, só se deve considerar a ambigüidade um defeito quando ela
atenta contra a clareza.

2. CACOFONIA

Cacofonia (ou cacófato) consiste num som desagradável obtido pela união das sílabas finais de uma
palavra com as iniciais de uma outra.

Você notou a boca dela?


Receberam cinco reais por cada peça.
Estas idéias, como as concebo, são irrealizáveis.

3. ECO

O eco consiste na utilização de palavras terminadas pelo mesmo som.

A decisão da eleição não causou comoção na população.


O aluno repetente mente alegremente.

4. OBSCURIDADE

Obscuridade significa "falta de clareza". Vários motivos podem determinar a obscuridade de um texto:
períodos excessivamente longos, linguagem rebuscada, má pontuação, ausência de coesão, falta de
coerência, etc.

Um exemplo:

Encontrar a mesma idéia vertida em expressões antigas mais claras, expressiva e elegantemente tem-me
acontecido inúmeras vezes na minha prática longa, aturada e contínua do escrever depois de considerar
necessária e insuprível uma locução nova por muito tempo.

5. PLEONASMO

Pleonasmo (ou redundância) consiste na repetição desnecessária de um conceito. Nas frases:

Eles convivem juntos há mais de dez anos.


A brisa matinal da manhã enchia-o de alegria.
Ele teve uma hemorragia de sangue.

Temos pleonasmo, uma vez que no verbo conviver já está contido o conceito de juntos (conviver é viver com
outrem); portanto, a palavra juntos é redundante, nada acrescentando ao enunciado. Da mesma forma,
brisa matinal só pode ocorrer de manhã; hemorragia, em linguagem denotativa, só pode ser de sangue.

Assim como a ambigüidade, nem sempre o pleonasmo constituirá um defeito de redação. A linguagem
22
literária e, atualmente, a linguagem publicitária utilizam-se do pleonasmo com fins estilísticos, procurando
conferir originalidade às mensagens. Nesse caso, o pleonasmo não deve ser considerado um defeito, mas
uma qualidade, como nos exemplos seguintes:

"E rir meu riso e derramar meu pranto..." (Vinícius de Moraes)


"A mim, ensinou-me tudo." (Fernando Pessoa)

6. PROLIXIDADE

Ser prolixo é utilizar mais palavras do que o necessário para exprimir uma idéia. É alongar-se, é não ir direto
ao assunto, é "encher lingüiça". Prolixidade é o antônimo de concisão.

Um texto prolixo é, em conseqüência, um texto enfadonho. Sempre que uma pessoa prolonga em demasia
o discurso, os ouvintes tendem a não prestar mais atenção ao que ela está dizendo.

O uso de expressões que só servem para prolongar o discurso, como "por outro lado", "na minha modesta
opinião", "eu acho que", tendem a não acrescentar nada à mensagem, tornando o texto prolixo.

Além dos defeitos apontados, devem-se evitar também frases feitas e chavões, como "inflação galopante",
"vitória esmagadora", "caixinha de surpresas", "caloroso abraço", "silêncio sepulcral", "nos píncaros da
glória", etc., pois empobrecem muito o texto.

Concluindo

Qualquer que seja o tema proposto, será avaliada a capacidade do autor de pensar por escrito, ou seja, de
relacionar idéias e expressá-las na escrita.

Título : B1 - Técnicas de leituras visuais

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A leitura e a produção de textos

A leitura e a produção de textos estão intimamente ligadas: o texto é produzido para a leitura; a leitura é
fundamental na formação do produtor de textos. Ou seja: escrevemos/falamos para sermos lidos/ouvidos;
lemos/ouvimos para ampliar nossa leitura de mundo, que se manifesta no que escrevemos/falamos.

Produzimos textos para interagir socialmente, e a sua leitura concretiza esse processo de interação.

Mas, por que a leitura é tão fundamental para produzir textos?

Pela leitura entramos em contato com:

• Variedade de conteúdos (culturas, áreas de conhecimento, informações em geral);


23
• Variedade de gêneros textuais;
• Variedade de registros e modalidades da língua.

A leitura de imagens

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Já se tornou consenso a idéia de que na sociedade da informação a imagem exerce papel dominante,
graças à força das transmissões introduzidas pelos sistemas de comunicação audiovisual.

A televisão, sem sombra de dúvida, é o meio de comunicação que conta com os recursos mais sofisticados.

Quando observamos uma obra visual, devemos ficar atentos a alguns elementos que são inerentes a todas
as obras imagéticas. Todas elas transmitem informações e por isso podem ser lidas. Quando se constrói
uma imagem, seu produtor a manipula de acordo com a idéia que quer passar ou o significado que deseja
atribuir à obra.

Vamos estudar agora algumas questões que se referem à leitura de imagens.

Para você produzir um texto referindo-se a uma imagem sugerimos o seguinte esquema:

• Qual é o título da imagem e quem é seu autor?


• Qual a técnica empregada na produção da imagem?
• A qual período histórico ela pertence?
• Qual o percurso visual da obra?
• Como podemos analisar o tempo na imagem?
• Como se dá a construção dos volumes, das cores e dos contrastes?
• Como se dá a percepção geral da imagem?

Podemos citar, como exemplo, a análise da obra de Claude Monet, Mulheres no jardim.

1. Qual é o título da imagem e quem é seu autor?


Exemplo: Mulheres no jardim, de Claude Monet, pintor francês (1840-1926).

2. Qual a técnica empregada na produção da imagem?


Exemplo: É uma pintura óleo sobre tela. (se tiver, colocar medidas).

3. A qual período histórico ela pertence?


Exemplo: Esta obra pertence à Escola impressionista francesa do final do século XIX.

4. Como se caracteriza o Percurso Visual?


Percurso visual é o caminho que o espectador/leitor deve fazer para ler corretamente uma composição
visual.

O autor, normalmente tenta conduzir o olhar do leitor na direção em que a cena deve ser lida. Ele pode
fazer isso de várias formas:

• Pelo movimento das figuras;


• Pelo contraste de cores ou de luz, etc.
24
Por isso, ao analisarmos uma imagem, é importante levarmos em conta esse fato, ou seja, para onde o
autor quis que nossa vista se direcionasse?

• Onde ele pretendia que nossos olhos se demorassem mais?

Tendo isso em mente, podemos entender melhor o significado que o produtor da imagem quis atribuir à sua
obra e quais os aspectos mais importantes nela. E isso não se aplica apenas à arte figurativa e à fotografia;
também a arte abstrata pretende que os olhos do espectador façam um percurso.

5. Como podemos analisar o tempo em uma imagem?

Existem várias formas de representar a passagem do tempo em uma imagem (dado que ela é um objeto
atemporal por excelência), dependendo do tema ou do tratamento que o produtor quer lhe dar.

O produtor da imagem pode criar uma cena atemporal — ou seja, um acontecimento que não pressupõe
acontecimentos anteriores ou posteriores. Ou, simplesmente, ele pode contar uma história, produzindo um
“recorte” da realidade, um instantâneo, como, por exemplo, no quadro impressionista analisado.

No século XX, cada escola estilística tinha sua forma de representar o tempo em um quadro: os futuristas
representavam-no por meio da sensação de velocidade, os cubistas fragmentavam os objetos e as pessoas
para dar a sensação de que se deu uma volta em torno da figura, etc.

a) Como se dá a temporalidade em uma imagem?

Temporalidade é a maneira como o produtor da imagem retratou o tempo — revela o caráter da obra
imagética, ou seja, uma imagem atemporal pretende fazer um retrato mais universal do homem ou da
natureza.

Exemplo: O Adão pintado por Michelangelo Buonaroti (1475-1564) na Capela Sistina é um símbolo da figura
humana, não representa um homem, mas a humanidade.

No quadro de Claude Monet — essencialmente instantâneo — percebemos o caráter singular da paisagem


representada. O quadro representa um momento único (o pintor até chega ao extremo de indicar o horário
em que foi pintado).

Exemplo: as mulheres estão num jardim ao entardecer.

b) Como podemos analisar a cor e o contraste em uma imagem?

Outra forma de comunicar algo aos espectadores/leitores é pelo uso da cor: se o artista pretende criar
tensão, apelará para os contrastes e para as cores fortes. Se ele quer uma atmosfera de serenidade, deixa
de lado os excessos. Um quadro expressionista como O grito, de Edward Munch (1891-1968), é riquíssimo
em cores fortes e contrastes, um meio encontrado pelo artista para realçar a expressividade.

Já uma tela impressionista tem uma atmosfera muito mais leve, pois os pintores dessa escola estavam mais
preocupados com o efeito da luz nos objetos. Se, por exemplo, olharmos bem de perto um quadro de
Monet, veremos que o branco pintado por ele nunca é apenas branco; é como se ele quebrasse as cores do
arco-íris em um prisma. Podemos encontrar em um vestido branco pintado por ele até mesmo cores
contrastantes (complementares), mas diluídas de modo que nossos olhos apenas percebam nuanças de
branco.

Temos que perceber qual é a finalidade da produção dessa imagem.

Toda imagem é produzida para um fim, que é diferente em cada época e em cada sociedade; razão pela
qual conduz a produção imagética por diferentes caminhos.

Como exemplo, podemos observar que na Idade Média, o principal patrocinador das artes era a Igreja, por
isso a produção dessa época foi fundamentalmente religiosa. Na Idade Moderna, a arte era patrocinada
pela burguesia, e a arte dos retratos chegou a um aprimoramento incrível. E assim por diante. O papel da
arte — ainda que não tenha sido intenção do artista — sempre foi o de retratar sua sociedade e fazê-la
refletir sobre si mesma.
25
A fotografia e a imagem eletrônica se inserem dentro do desenvolvimento tecnológico da atualidade,
representando também o olhar do homem da modernidade capitalista.

Reescrita

Todo texto que construímos necessita de correções e por isso reescrevê-los é uma prática muito importante.

Vamos estudar agora algumas questões que se relacionam à reescrita.

Dentre as atividades de aprendizado produtivas, está a de reescrever textos. Essa atividade tanto pode ser
efetuada a partir de um texto próprio quanto de outro texto qualquer: de um texto de um colega, de jornal, de
revista, de literatura, de um artigo científico, etc.

Em certos casos, tratar-se-á basicamente de corrigir, ou seja, de eliminar problemas gramaticais. Em outros
casos, de “melhorar” o texto, mesmo correto, ou de alterá-lo, de dar-lhe outra feição, explorando outras
possibilidades. Essa, aliás, é uma prática bastante consagrada fora da universidade: autores
freqüentemente retomam motivos clássicos, aludem a outras obras, reescrevem, repintam, refilmam, etc.
Todos nós, na universidade e fora dela, podemos realizar atividades semelhantes, determinando
previamente alguns objetivos.

É importante reiterar: se a atividade de escrita/reescrita for uma constante na universidade, além do efeito
positivo sobre a aprendizagem, torna-se semelhante às práticas de escrita e edição como ocorrem na
editoras. Isso ajuda a deixar claro que escrever não é uma questão de “inspiração” dos alunos, escritores e
escreventes, mas um trabalho que se torna bem mais rentável se realizado como complemento de leituras e
de debates.

No exemplo abaixo, podemos ver uma forma de reescrita:

A finalidade apresentada é em primeiro lugar, corrigir e, depois, sucessivamente, alterar, modificar, melhorar.
Esse trabalho de correção tem como objetivo básico eliminar do texto original as marcas que o caracterizam
como “pouco legível”.

O texto que aparece primeiro foi produzido por uma criança de 11 anos:

“E terrivelmente violento um minino este dias sem querer porque o outro empurou ele ele esbarou no outro
muleque ele já foi pra sima dele ai ele chingou o muleque”.

Com primeira tarefa podemos corrigir o texto:

“É terrivelmente violento. Um menino, esses dias, sem querer, porque o outro empurrou ele, ele esbarrou no
outro moleque, ele já foi pra cima dele, aí ele xingou o moleque”.

Depois desta fase, que, a rigor, é uma revisão, o texto pode ainda ser reescrito. Por exemplo, assim:

Na escola, o ambiente é terrivelmente violento. Um dia desses, só porque um menino esbarrou em outro
sem querer, foi empurrado e xingado.

Ou:

Há uma violência terrível na escola. Um dia desses, um menino empurrou e xingou outro, só porque houve
um esbarrão. E isso que o esbarrão foi sem querer.

Ou:

Na escola, há tanta violência quanto em outros lugares, como em estádios de futebol ou em botecos. Um
dia desses, um menino esbarrou em outro, sem querer, o que acontece facilmente, porque o espaço nas
salas não é tão grande. O menino que recebeu o esbarrão logo reagiu, empurrou o outro e lhe disse vários
palavrões.

Concluindo
26

Um trabalho como esse pode continuar durante vários dias. A primeira medida deve ser a de eliminar os
problemas básicos. Mas não basta contentar-se em atingir esse nível. Deve-se trabalhar na direção de uma
progressiva sofisticação dos textos, que se caracteriza especialmente pelo domínio de variadas estratégias
e de diversos gêneros. Em relação ao caso que está sendo comentado, o trabalho pode ser sofisticado, por
exemplo, com descrições de lutas (que podem ser buscadas na literatura ou no cinema), chamando a
atenção para vários aspectos — sejam os golpes, sejam os pensamentos dos lutadores, as estratégias mais
eficazes, etc.

Vamos conhecer um pouco mais!

O Hipertexto

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Para além do texto.

Você, certamente, já usou uma enciclopédia para realizar suas pesquisas e deve ter visto que, em um
verbete há, em geral, a indicação para outro verbete, e assim sucessivamente. Cabe a você, no ato da
leitura, decidir quais verbetes vai consultar. Isso depende, por exemplo, de seu conhecimento prévio sobre
o tema e do nível de profundidade que pretende dar à sua pesquisa.

Esse gesto de leitura é semelhante ao que acontece quando se está lendo um documento hipertextual, isso
porque o hipertexto é um texto reticular (com uma organização em rede), no qual, de forma potencial, vários
outros textos estão interligados. Para ter acesso a esses textos que formam referências cruzadas (os links,
ou elos), basta colocar o cursor do mouse sobre o termo que aparece em cor diferente da usada no texto,
ou apenas grifado, e o famoso ícone da “mãozinha” aparecerá, indicando a existência de mais uma
possibilidade de leitura. Cabe a você, leitor, decidir que caminhos seguir, até onde ir, quando parar para
sistematizar os dados pesquisados. Fica claro, então, que o princípio é o mesmo da leitura de textos
convencionais, ou seja, o texto-base faz referência a outros textos, cabendo ao leitor decidir a trajetória que
vai tomar.

O termo “hipertexto” surgiu na década de 1960, antes mesmo da aparição do processador de texto e da
Internet, e foi criado pelo programador e filósofo norte-americano Theodore Nelson, que definiu como
“escritas associadas não-seqüenciais, que possibilitam leituras em diferentes direções”. Mas, bem antes
disso, em 1945, o cientista Vannevar Bush, também norte-americano, publicou o artigo “As we may Think”
(“Como podemos pensar”), afirmando que a dificuldade que encontramos para localizar as informações de
que precisamos ocorre porque, normalmente, a informação é indexada em ordem alfabética ou numérica, e
nossa mente não funciona dessa maneira, mas sim por associação de idéias. Sobre os documentos
hipertextuais, você, provavelmente, já se deu conta de que eles não são todos do mesmo tipo: há os que
permitem apenas leitura, como é o caso do CD-ROM e os hipertextos exploratórios (como a Word Wide
Web), e os que possibilitam que o navegador insira novos links nos textos que já estão disponíveis na rede,
os chamados hipertextos abertos.

Se observarmos, entretanto, alguns recursos utilizados nos textos em papel, veremos que a idéia de
hipertexto é muito mais antiga entre nós. É o caso, por exemplo, das famosas glosas — comentários
explicativos de uma palavra ou de um trecho feitos, por exemplo, nas margens das Bíblias manuscritas
pelos copistas. Outras evidências da utilização do princípio hipertextual no papel são as citações diretas ou
indiretas, as notas de rodapé, as epígrafes que encontramos nos diversos tipos de textos.

Percebe-se, por esses exemplos, que a base de construção do hipertexto é a intertextualidade, no sentido
27
de que um texto não se constrói independentemente de outros textos, de outras vozes. Sabemos, hoje, que,
ao criarmos um texto, ele está sempre relacionado a outros, implícita ou explicitamente. Além disso, é
necessário lembrar que um texto se constitui, de fato, no momento de sua leitura, o que significa que a voz
do leitor — seu conhecimento prévio, seu posicionamento ideológico — é um importante componente do
texto.

Título : B1 - Trabalho de pesquisa

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COMO PODEMOS ESCREVER UM TRABALHO DE PESQUISA NA


UNIVERSIDADE?

PARA ESCREVERMOS UM TEXTO DE PESQUISA NECESSITAMOS DEFINIR ALGUMAS QUESTÕES


ANTES DE INICIARMOS O TRABALHO DE REDAÇÃO.

1) Temos que definir inicialmente o tema do trabalho;


2) Cercar o tema;
3) Reunir as informações.

A partir desta tarefa é necessário:

a) Leitura de toda bibliografia;


b) Fazer um fichamento;
c) Redigir o texto final.

Vamos nos aprofundar um pouco nessas questões:

Preparativos iniciais. Antes de você pesquisar em enciclopédias, em livros ou na internet, é interessante


saber quais aspectos do tema serão tratados. Um jeito de definir isso é fazer uma lista de todos os pontos
possíveis que serão abordados. A partir daí, é só selecionar os tópicos que são realmente importantes e
começar a desenvolvê-los.

Cercar o tema. Todo assunto pode ser investigado por vários ângulos e, por maior que seja o esforço, não
dá para abordar tudo de uma vez. Normalmente, quando os professores pedem um trabalho, eles já dão
uma "cercada" no tema, para facilitar a vida dos alunos. Mas se isso não acontecer, não se desespere.
Delimitar um tema de pesquisa não é um “bicho-de-sete-cabeças”. Para isso, comece listando no papel
todos os pontos possíveis de serem abordados, já com as informações que você tem sobre o assunto.
Depois escolha aqueles que realmente devem ser desenvolvidos. Esse é um exercício muito interessante,
porque as questões levantadas servirão como um pré-roteiro na hora de encaminhar a pesquisa e, depois,
de elaborar o texto.

Quer um exemplo?

Se o trabalho é sobre os Sistemas de Comunicação na Região Sudeste, você pode começar listando os
Estados que integram a região. A partir daí, considerar semelhanças e diferenças entre os sistemas de
comunicação que cada Estado apresenta. Você pode explorar os aspectos econômicos, sociais, políticos ou
28
culturais. Quando falamos em economia, quais as principais atividades de comunicação da região? Existe
predominância de que tipo de tecnologia? Quais as maiores cidades? Como se concentram as empresas
de comunicação? Se pensarmos nos aspectos sociais, qual é a escolaridade da população? E o acesso a
museus, bibliotecas e outros bens culturais?

Esse primeiro levantamento de questões deve ser o mais amplo possível, para depois ser reduzido a
aspectos realmente fundamentais, que serão pesquisados em profundidade.

Reunir informações. Com o tema delimitado, é hora de arregaçar as mangas e recolher informações em
livros e artigos acessíveis e fáceis de consultar, como manuais didáticos, enciclopédias gerais ou
especializadas, revistas, jornais e também na internet. Dependendo do assunto, é possível reunir uma boa
variedade de material de pesquisa, abordando os diferentes aspectos do trabalho. Aí vem o momento de
pânico: como ler tudo isso? Não perca tempo! Escolha as fontes que parecem mais interessantes e ricas em
informações e comece a destrinchá-las.

Dica importante!

Para trabalhar com material encontrado na internet, imprima ou faça download dos textos que parecerem
realmente úteis. Dessa forma, você não precisa ficar muito tempo conectado a seu provedor.

Leitura e entendimento

Agora que você já sabe o que e onde pesquisar, vem um passo importante: a leitura e compreensão do
material recolhido e seus apontamentos, que mais tarde servirão como base para o texto final. Uma dica:
reserve um caderno para escrever todas as suas observações e resumos. Folhas soltas são mais fáceis
para anotar, mas também mais fáceis de perder.

Atenção e organização. Antes de começar a leitura do material, decida qual a melhor maneira de organizar
a informação que será coletada. Você pode, por exemplo, fazer anotações em um caderno — sempre tendo
o cuidado de indicar onde leu determinada informação. Se preferir sublinhar as partes mais importantes no
próprio texto, não se esqueça de tirar cópias do material — nada de riscar ou escrever em livros e
enciclopédias, principalmente quando eles foram tomados por empréstimo. Para entender bem o conteúdo
de um texto, é interessante fazer mais de uma leitura.

Assim, vá em frente: leia cada um dos textos uma vez, prestando bastante atenção àquilo que eles dizem.
Depois, faça segunda leitura e, então, vá anotando ou sublinhando todas as informações que considerar
relevantes para seu trabalho.

Dica importante!

Se você estiver sublinhando um texto, faça breves anotações ao lado (com uma ou duas palavras, no
máximo). No final da leitura, isso o ajudará a localizar as idéias que melhor se encaixam em seu tema de
trabalho.

Dessa maneira, você não corre o risco de se perder em meio a uma quantidade muito grande de textos
sublinhados.

Preparação do texto final. Agora que você já tem uma grande quantidade de informações guardadas tanto
na memória, quanto nas anotações sobre o tema pesquisado, aproveite para fazer um roteiro de como será
seu texto final.

Vamos ver um exemplo?

1. Em uma pesquisa sobre Web, começaríamos por apresentá-la como um sistema de informações,
disponível pela internet e presente atualmente em todo o planeta. Lembrando que se trata de um recurso de
circulação de informações cada vez mais utilizado pelos países, pelas empresas, pelas escolas e finalmente
pelas pessoas em geral. Isto é, a Web" ou "WWW" para encurtar -- ("teia do tamanho do mundo",
traduzindo literalmente) é uma rede de computadores na internet que fornece informação em forma de
hipertexto Para ver a informação, pode-se usar um software chamado navegador (browser) para
descarregar informações (chamadas "documentos" ou "páginas") de servidores da internet (ou "sites") e
mostrá-los na tela do usuário. O usuário pode então seguir os links na página para outros documentos ou
mesmo enviar informações de volta para o servidor para interagir com ele. O ato de seguir links é
comumente chamado de "surfar" na Web.
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2. Em seguida, destacaríamos os tipos de navegadores que são utilizados pelos usuários.

3. E, para encerrar, mostraríamos como a Web é utilizada no campo profissional.

Com o roteiro feito, você está preparado para a etapa final: a redação do trabalho.

A redação final

A idéia é não simplesmente copiar o material, mas escrever com suas palavras o que entendeu dos textos
analisados. Parece difícil? Pois saiba que redigir um texto sobre um assunto que era quase desconhecido
pode ser fascinante. Só assim você vai perceber quanta coisa aprendeu em tão pouco tempo!

Coesão e coerência. A partir do roteiro, tente alinhavar todas as anotações feitas anteriormente,
reescrevendo-as com suas palavras e encaixando-as nos itens que você se propõe a desenvolver. Lembre-
se: em um trabalho bem-feito, os textos são bem encadeados e os conteúdos, relacionados. Não perca
tempo escrevendo coisas que estão além do que foi proposto — aquilo que chamamos "fugir do tema".
Depois de tudo escrito, faça um balanço do material, verificando se a redação final está compreensível e
bem encadeada, se você já escreveu tudo o que sabe e acha importante sobre o tema ou se ainda falta
alguma coisa.

Atenção!

Caso você conclua que o trabalho está incompleto, volte às fontes de pesquisa e procure mais material para
completá-lo. Se estiver satisfeito, não considere o trabalho encerrado antes de uma última leitura. Assim
você poderá identificar as frases mal-escritas que precisam ser refeitas e substituir palavras que se repetem
muitas vezes — e que deixam o texto feio — ou que estejam erradas.

Arremates finais. Quando você estiver satisfeito com o resultado do texto, vale caprichar também na
apresentação. Dê um título bem expressivo para seu trabalho e organize a bibliografia. A bibliografia deve
incluir os dados sobre todo o material que você utilizou para desenvolver a pesquisa, inclusive endereços
dos sites consultados na internet.

Faça a bibliografia. Para seu trabalho na universidade algumas normas básicas devem ser respeitadas:

• Livros: comece citando sobrenome em caixa alta e o nome do autor ou autores, em seguida o
título da obra em itálico. Logo após, coloque o nome da cidade e a identificação da editora que o
publicou e a data de publicação.
• Capítulos de livros: comece citando sobrenome em caixa alta e o nome do autor ou autores,
apresente o título do capítulo utilizado, e siga com todas as informações requeridas pelas
indicações bibliográficas de livros.
• Artigos de revistas e jornais: escreva os títulos dos artigos (como os capítulos dos livros), os
nomes das publicações, números das edições e as datas de publicação.

O FICHAMENTO DE TEXTOS

Nesta aula vamos aprender, ainda, como se faz um fichamento de textos. Essa prática é muito importante
para desenvolvermos nossa técnica de leitura e para aprimorarmos a construção de nossos textos.

1 - AS FICHAS DE LEITURA

Quando precisamos ler um texto técnico, é importante ler e anotar em uma ficha os conteúdos e as
informações que ele está trazendo.

As fichas de leitura podem ser divididas em dois tipos:

a) Ficha de conteúdos;
b) Ficha bibliográfica.
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a) Ficha de conteúdos

É a ficha mais comum e mais indispensável. Nela você anota com exatidão todas as referências
bibliográficas concernentes a um livro ou artigo, explora-lhe o conteúdo, tira dele citações-chaves, forma um
juízo e faz observações.
Em suma, a ficha de conteúdos constitui um aperfeiçoamento da ficha bibliográfica (...).

b) Ficha bibiográfica

Neste tipo de ficha deve constar, no caso de livros: SOBRENOME, Nome (abreviado) do autor (ou autores
ou organizador); Título: subtítulo da obra (se houver); (“Coleção”, se for o caso); número da edição (se
houver e não for a primeira); local da edição (não existindo, escrever s.l. (sem local); editora (não existindo
no livro, omiti-lo); data da edição (não existindo, escrever s.d. (sem data); dados eventuais sobre a edição
mais recente (opcional); número de páginas e eventual número de volumes de que a obra se compõe;
tradução (se o título era em língua estrangeira e existe uma tradução na nossa, especifica-se o nome do
tradutor, o título traduzido, local de edição e número de páginas, eventualmente).

Esta última ficha contém apenas as indicações úteis para encontrar o livro, ao passo que a ficha de
conteúdos apresenta todas as informações sobre o livro ou artigo, e, portanto, deve ser muito maior.

Como devemos construir estas fichas?

Você poderá usar as de formato padrão ou fazê-las pessoalmente; em geral, devem ter o tamanho de uma
folha de caderno na horizontal ou de meia folha de papel ofício. Convém que seja de cartolina para ser
facilmente consultada no fichário ou reunida em pacotes ligados com elástico...

Nada impede que, para livros importantes, se preencham várias fichas, devidamente numeradas e contendo
cada uma, no verso, indicações abreviadas do livro ou artigo em exame.

Muitas são as maneiras de fichar um livro. Depende muito da memória de cada um, pois há indivíduos que
precisam escrever tudo e outros que não carecem de apontamentos. Digamos que uma ficha deve conter
os seguintes itens:

1. Indicações bibliográficas precisas, [preferencialmente] mais completas do que as da ficha bibliográfica;


esta serve para você procurar o livro. Já a ficha de conteúdos serve para “falar” do livro e citá-lo.

Observação: Para você elaborar a bibliografia final é aconselhável ter o livro nas mãos, pois assim você
pode extrair dele todas as indicações possíveis, tais como número de páginas, edições, dados sobre a
editora etc.

2. Informações sobre o autor, quando não se tratar de autoridade notória.

3. Breve (ou longo) resumo do livro ou do artigo.

4. As citações extensas devem aparecer entre aspas. Dessa forma, você já seleciona os trechos que
deve citar no texto final. As citações devem ser acompanhadas da indicação precisa da página ou das
páginas. Cuidado para não confundir citação com paráfrase.

5. Comentários pessoais devem ser feitos no começo, no meio e no fim do resumo. Para não confundi-los
com a obra do autor, coloque-os entre colchetes.

Com devemos construir um Resumo?

Processo de execução de um resumo

1. Você deve em primeiro lugar fazer uma leitura do texto e tentar compreendê-lo bem.
A partir dessa prática, é importante identificar as idéias principais do texto. Faça isso organizando as idéias
parágrafo a parágrafo.

a) Para facilitar esse trabalho, você pode sublinhar as frases e os conceitos mais importantes de cada frase.
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Essa atitude deve ser realizada durante a leitura.

b) Você pode, também, fazer um esquema, no fim da leitura, que tem como objetivo organizar o texto e os
parágrafos.

2. Comece então a escrever o seu resumo, respeitando sempre o conteúdo do texto e o pensamento do
autor.

Quando estiver realizando essa tarefa, preste atenção para as seguintes ações:

a) procure não incluir pormenores desnecessários;


b) Substitua as idéias repetidas ou semelhantes por uma que as englobe;
c) utilize uma linguagem pessoal.

3. Em seguida, leia o seu resumo e faça uma avaliação dos resultados, corrija os aspectos do texto que
você achar necessário. Preste atenção aos seguintes itens:

a) Veja se o seu resumo contém as idéias principais do texto.


b) Perceba se a idéia do autor está respeitada.
c) Veja se não há conceitos que não são os principais e se não há repetições.

4. Finalmente faça uma última leitura do seu resumo e aperfeiçoe a linguagem do texto (ortografia,
construção de frases, etc.) se for necessário.

Título : B1 - Fazendo um Relatório

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O objetivo principal desta aula é orientá-lo sobre a forma de elaborar um relatório. Mas, antes de
começarmos as discussões relativas a este tema, vamos fazer algumas reflexões.

• Quando foi a última vez que você leu um texto e o compreendeu de imediato?
• Gostou do que leu?
• Qual a impressão que ficou em relação ao assunto ou ao autor do texto?

As respostas a estas questões nos levam, ainda, às seguintes reflexões:

• A redação de um texto pode se libertar do estigma de ser um "mal necessário" nas


Universidades?
• A redação pode assumir um novo enfoque na nossa vida estudantil?

Não pretendemos responder a todas essas questões nesta aula, mas podemos afirmar que o redator de
um texto, antes de começar o seu trabalho, precisa observar os seguintes passos:

Pense antes de redigir


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Antes de escrever qualquer tipo de texto — desde um documento empresarial até uma monografia na
faculdade ou uma dissertação na pós-graduação —, acostume-se sempre a pensar sobre o objetivo do
texto.

Faça a si mesmo as seguintes perguntas:

• sobre o que pretende escrever? É fácil começar a redigir qualquer texto sem saber exatamente o
que incluir nele. Além de perda de tempo, pois terá o trabalho de reescrevê-lo, correrá o risco de
enviar ao destinatário informações desnecessárias.
• a quem o texto se destina? Quem o lerá? O chefe, um colega ou um cliente? O destinatário,
porventura, entenderá os termos técnicos? A linguagem deverá ser formal?
• por que vai redigir o texto? Você deseja informar, solicitar ou persuadir?
• como pretende fazer seu texto? Você irá enviá-lo por meio de uma carta, ofício, fax ou e-mail?

Observe que as respostas a essas perguntas ajudam o redator a concentrar-se no assunto, a pensar no seu
leitor e a decidir por um suporte (meio) de enviar a mensagem, o que torna o texto eficaz.

Use palavras simples

Um dos mitos que cercam a redação de um texto refere-se à utilização de uma linguagem formal. Na
verdade, prefira usar palavras simples, do dia-a-dia, pois, além de serem mais fáceis de ler e entender, têm
impacto maior do que palavras complexas. Prefira, a título de exemplo, enorme a incomensurável;
inabalável
a inexorável; sobre a com respeito a etc.

Use frases curtas

Elas transmitem a idéia de maneira rápida e persuasiva, além de serem fáceis de entender. Prefira a voz
ativa (a palavra que está "praticando" a ação verbal), pois torna o texto mais dinâmico. Observe a diferença:
Nossa empresa venceu a concorrência (ativa) / A concorrência foi vencida pela nossa empresa (passiva).

Evidencie o assunto principal no início

Um outro mito é encher o texto com todas as informações sobre o assunto, tornando-o confuso e cansativo
de ler e, o que é pior, o ponto-chave pode aparecer enterrado lá no último parágrafo.

Você deve apresentar o assunto principal logo no início, de modo que o propósito do texto fique claro de
imediato. O restante do texto servirá para sustentar o assunto principal.

Utilize uma diagramação visualmente agradável

Ao utilizar uma diagramação pesada, densa, com aquelas letras miúdas e espaços apertados, você
afugenta o leitor de seu texto. Uma diagramação visualmente agradável faz com que seu texto tenha um
destaque, uma vez que a diagramação é a primeira "coisa" que o leitor observa, antes mesmo de ler uma
única palavra.

Utilize subtítulos descritivos


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Eles permitem que o leitor perceba de imediato os pontos principais, pois explicam o que vem a seguir,
chamando instantaneamente sua atenção. O subtítulo Inflação não traz informação alguma; agora, A
inflação sobe novamente é um subtítulo descritivo, que traz uma orientação ao leitor quanto ao que será
posteriormente desenvolvido.

A partir dessas reflexões vamos entender agora as razões para escrevermos relatórios.

Escrevemos um relatório para comunicar um trabalho de pesquisa. Todo relatório tem que ser claro,
conciso e coerente. Um relatório deve ter essas qualidades para que você tenha mais chances de obter a
colaboração ou a resposta esperada de seus superiores e de seus colegas. Por essa razão, é importante
que o texto faça uma boa comunicação, pois isso pode significar uma questão de sobrevivência profissional.

Além dessas questões, quando escrevemos um relatório temos a responsabilidade

Título : B1 - Projeto de Pesquisa

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Um Projeto de Pesquisa deve ter os seguintes itens:

1 - Introdução (obrigatório)
2 - Levantamento de Literatura (obrigatório)
3 - Problema (obrigatório)
4 - Hipótese (obrigatório)
5 - Objetivos (obrigatório)
6 - Justificativa (obrigatório)
7 - Metodologia (obrigatório)
8 - Cronograma (se achar necessário)
9 - Recursos (se achar necessário)
10 - Anexos (se achar necessário)
11 - Referências (obrigatório)
12 - Glossário (se achar necessário)

Observação: O documento final do Projeto de Pesquisa deve conter:

• Capa ou Falsa Folha de Rosto (obrigatório);


• Folha de Rosto (obrigatório);
• Sumário (obrigatório);
• Texto do projeto (baseado nas características enunciadas acima) (obrigatório);
• Referências (obrigatório);

Como escolhemos o Tema do Projeto de Pesquisa?

Existem dois fatores principais que interferem na escolha de um tema para o trabalho de pesquisa. Abaixo
estão relacionadas algumas questões que você deve levar em consideração nessa escolha:
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a) Fatores internos:

- Você deve ter alguma afetividade em relação ao tema ou deve ter um alto grau de interesse pessoal.

Para se trabalhar uma pesquisa é preciso ter um mínimo de prazer na atividade. A escolha do tema está
vinculada, portanto, ao gosto pelo assunto a ser trabalhado. Trabalhar um assunto que não seja do seu
agrado tornará a pesquisa um exercício de tortura e sofrimento.

- Você deve analisar qual é o tempo disponível para a realização do trabalho de pesquisa.

Na escolha do tema devemos levar em consideração a quantidade de atividades que teremos de cumprir
para executar o trabalho e medi-la com o tempo dos trabalhos do nosso cotidiano, não relacionado à
pesquisa.

- Você deve ter claro quais são os seus limites em relação ao tema pretendido.

É preciso que o pesquisador tenha consciência de sua limitação de conhecimentos para não entrar num
assunto fora de sua área. Se minha área é a de ciências humanas, devo me ater aos temas relacionados a
esta área.

b) Fatores externos:

- Qual é a significação do tema escolhido, sua novidade, sua oportunidade e seus valores acadêmicos e
sociais?

Na escolha do tema devemos tomar cuidado para não executarmos um trabalho que não interessará a
ninguém. Se o trabalho merece ser feito, que ele tenha uma importância qualquer para pessoas, grupos de
pessoas ou para a sociedade em geral.

- Qual é o limite de tempo disponível para a conclusão do trabalho?

Quando a instituição determina um prazo para a entrega do relatório final da pesquisa, não podemos nos
enveredar por assuntos que não nos permitirão cumprir este prazo. O tema escolhido deve estar delimitado
dentro do tempo possível para a conclusão do trabalho.

- Qual é o material de consulta e quais são os dados necessários para o pesquisador desenvolver o
trabalho?

Um outro problema na escolha do tema é a disponibilidade de material para consulta. Muitas vezes o tema
escolhido é pouco trabalhado por outros autores e não existem fontes secundárias para consulta. A falta
dessas fontes obriga o pesquisador a buscar fontes primárias que impõem um tempo maior para a
realização do trabalho. Esse problema não impede a realização da pesquisa, mas deve ser levado em
consideração para que o tempo institucional não seja ultrapassado.

Levantamento ou Revisão de Literatura

O Levantamento de Literatura é a localização e obtenção de documentos para avaliar a disponibilidade de


material que subsidiará o tema do trabalho de pesquisa.

Esse levantamento é realizado junto às bibliotecas ou serviços de informações existentes.

a) Sugestões para o Levantamento de Literatura

Locais de coletas

Determine com antecedência quais bibliotecas, agências governamentais ou particulares, instituições,


indivíduos ou acervos deverão ser procurados.

Registro de documentos
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Esteja preparado para copiar os documentos, seja através de xerox, fotografias ou outro meio qualquer.

Organização

Separe os documentos recolhidos de acordo com os critérios de sua pesquisa.

O levantamento de literatura pode ser determinado em dois níveis:

a) Nível geral do tema a ser tratado.

Relação de todas as obras ou documentos sobre o assunto.

b) Nível específico a ser tratado.

Relação somente das obras ou documentos que contenham dados referentes à especificidade do tema a
ser tratado.

Problema

O problema é a mola propulsora de todo o trabalho de pesquisa. Depois de definido o tema, levanta-se

Título : B1 - Organização de Seminário ou Exposição Oral

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Comunicação oral com exatidão e coerência são diferenciais competitivos no


mercado de trabalho

Comunicar-se bem deixou de ser uma competência técnica para algumas atividades específicas para
tornar-se um diferencial competitivo em todas as áreas. Não somos valorizados pelo que sabemos, mas
pelo que fazemos com aquilo que sabemos.

O problema é que o sistema educacional não prepara as pessoas para se comunicarem eficientemente,
formando profissionais despreparados e, sobretudo, receosos para falar em público. “Hoje, quem não
comunica, dança”.

E não é somente numa exposição oral que a arte de falar bem se mostra importante, mas a todo momento
da vida profissional é exigida essa habilidade. Em reuniões, negociações, em vendas, entrevistas,
treinamentos, debates, atendimento, network e relacionamentos são exemplos de situações em que uma
boa comunicação é necessária.

A comunicação oral ainda se coloca como aliada para fazer-se entender, persuadir, convencer, ensinar,
motivar, liderar e seduzir.
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Para você aprimorar sua capacidade de comunicação é necessário:

• Usar e valorizar todo seu potencial;


• Realizar-se como pessoa e profissional;
• Mostrar-se ao mundo como realmente é;
• E sentir-se bem com você mesmo.

Na verdade, os problemas de comunicação não são grandes, mas pequenas falhas que atrapalham todo o
processo. São defeitos como: velocidade, “tiques” e postura. A comunicação eficiente engloba as cinco
dimensões: emocional, intelectual, corporal, vocal e espiritual.

A dimensão emocional caracteriza-se por fatores que impulsionam a Comunicação: auto-estima, coragem,
autocontrole, entusiasmo, empatia e flexibilidade.

Na dimensão Intelectual: a retórica, o planejamento, a preparação, a gramática e a memorização.

Na dimensão Corporal: a aparência e os gestos.

Na dimensão Vocal: a tonalidade, a pausa, a musicalidade e o timbre.

Na dimensão Espiritual: ética, valores, missão, consciência, responsabilidade social e visão de futuro.

Mudar nossa forma de comunicação exige esforço, mas traz muitas recompensas. É impossível haver
progresso sem mudanças, e quem não consegue mudar a si mesmo, não muda nada.

Saber falar em público é competência necessária para todos os profissionais?

Comunicação é o processo de criar e compartilhar significados através da transmissão e troca de símbolos.


Este processo requer uma interação entre as pessoas.

Usamos a comunicação com os mais diversos propósitos, como por exemplo:

- Dar, receber ou trocar informações;


- Iniciar, manter ou findar relacionamentos;
- Persuadir outras pessoas a pensar e agir de modo assemelhado ao nosso;
- Ganhar, manter ou exercer poder sobre os outros;
- Expressar pensamentos, pretensão e decisões;
- Dar sentido ao mundo e sistematizar nossas experiências sobre ele.

A apresentação oral pode ser definida como um meio de informar ou persuadir as pessoas que nos ouvem.
É uma forma de comunicação.

Uma pergunta deve estar presente na mente do estudante que prepara uma exposição oral, desde o início
do planejamento de sua apresentação:

Que efeito quero produzir com minha apresentação?


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Embora a habilidade de comunicação possa ser desenvolvida, muitas pessoas não têm consciência dessa
possibilidade e não acreditam no próprio potencial. Por essa razão fogem das oportunidades que lhes são
oferecidas e sentem-se desconfortáveis quando obrigadas a fazer uso da palavra, seja em uma reunião,
seja em uma negociação, seja em uma entrevista.

Você tem medo de falar em público?

Fica com aquele friozinho na barriga só de pensar em se apresentar para uma grande platéia?

Saiba que você não é o único. Uma pesquisa do jornal Sunday Times, realizada com 3 mil americanos,
mostrou que falar em público é o que gera mais medo nas pessoas, com 41% das respostas. Depois vem o
medo de altura, com 32%, e o medo de insetos, fobia compartilhada por 22% dos entrevistados.

Estudiosos em comunicação oral afirmam que as pessoas não têm medo de falar, o medo maior é o da
rejeição, de não serem aceitas; de serem excluídas. Tudo o que é novo assusta, principalmente quando a
pessoa não tem experiência em se apresentar e ainda mais não tem muito conhecimento do assunto a ser
abordado. Ao falar em público ela vai se expor, e fica com medo de denegrir sua imagem, já que o risco de
isso ocorrer numa apresentação é grande.

Acredito que todas as pessoas podem falar bem, algumas com mais facilidades que outras, mas com
técnica, crença, esforço, treino e dedicação não há obstáculos que não possam ser superados. Para você
não ter mais medo, o ideal é se preparar, tanto tendo o conhecimento necessário do assunto a ser abordado
como também as técnicas de apresentação e oratória, que serão apresentadas ao longo desta aula.

Como um profissional deve planejar uma exposição oral?

O primeiro mandamento para fazer uma apresentação de sucesso é algo que parece óbvio, mas que nem
sempre é seguido por quem vai falar para um grupo de pessoas:

Procure dominar o assunto que vai ser exposto

Estar familiarizado com o tema a ser abordado é fundamental. Nada pior do que demonstrar insegurança e
desinformação a respeito do que está sendo falado. Por isso, ao ser convidado para expor suas idéias em
público, prepare-se lendo a respeito do assunto, pesquisando as novidades e conversando com pessoas da
área, para ouvir diferentes pontos de vista.

Outra dica importante é procurar conhecer detalhes sobre o tipo de apresentação que você deve fazer.

Abaixo faço uma lista de alguns aspectos importantes, que devem ser observados antes de você organizar
sua apresentação:

• Quem serão os ouvintes - qual a faixa etária e nível ocupacional dos participantes?
• Qual o nível de conhecimento que os ouvintes tem do tema?
• Quanto tempo você terá para a sua participação?
• Como o público se formou? Foram obrigados a participar ou estão ali por vontade própria?
• Quais são as expectativas da platéia em relação à sua apresentação e ao evento?
• Em qual momento do dia você vai fazer a apresentação? Falar às 8h da manhã de segunda-feira é
diferente de falar às 14h de quarta, logo após o almoço.

O segundo ponto que você deve observar na hora de montar a sua apresentação é identificar a mensagem
que você quer passar para o público. Baseado no tempo disponível, você deve dividir a palestra em sete
partes:

1º: Introdução. O seu comportamento e postura corporal nessa hora é fundamental, pois é através dele
que as pessoas vão se identificar e criar uma ligação com você.

2º: Objetivos. Detalhe o que você pretende com a palestra, apresentação ou o treinamento. Um exemplo:
"Vou debater as técnicas e depois passarei para a parte prática".
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3º: Importância. Mostre para a platéia a importância que o assunto tem na vida das pessoas. Por exemplo:
"Já pensaram na importância de falar em público e expressar-se com clareza para a vida pessoal e
profissional?"

4º: Agenda. Esta etapa deve ser usada sempre e diz respeito ao seu plano de vôo. É neste momento que
você vai dar os detalhes técnicos sobre a apresentação: quanto tempo vai durar; o que vai ser tratado; como
vai ser a comunicação oral. Isso possibilita que as pessoas saibam para onde você está indo, o que facilita
o processo de comunicação e aprendizagem.

5º: Foco. Esta é a hora da verdade. É chegado o momento de demonstrar todo o seu conhecimento. Até
então, você deu informações sobre a apresentação, agora vai transmitir o conteúdo propriamente dito.
Todas as informações anteriores devem tomar até 15% do tempo da comunicação oral, no máximo. Esta
parte vai ser a principal e vai demandar de 80 a 85% da apresentação. Sempre que possível, ilustre o que
você está dizendo com um exemplo real, isso enriquece o conteúdo da sua fala e demonstra que você sabe
do que está falando.

6º: Resumo / Conclusão. O resumo é o fechamento, você conclui a apresentação em algumas linhas e
abre para o debate.

7º: Debates. Na hora das perguntas, é importante saber ouvir; deixar as pessoas terminarem as suas
dúvidas e considerações. Lembre-se também de manter a mente aberta — afinal, ninguém é dono da
verdade — e não tenha uma postura agressiva, mesmo quando for contestado.

A apresentação deve ser estruturada em tópicos. Defina os argumentos mais importantes e organize-os
logicamente. Tenha um roteiro do que vai falar em mente, no papel ou mesmo no Powerpoint, mas jamais
leia sua apresentação para o público. Além de ser enfadonho, passa uma imagem de despreparo.

Seja natural, não use palavras difíceis ou que não façam parte do seu cotidiano. A naturalidade vai ser uma
grande aliada caso você perceba que cometeu alguma falha ou se acontecer o temível "branco". Se isso
acontecer e se você estiver à vontade e for natural, é possível que ninguém perceba. Relembre seu último
argumento e passe para o tópico seguinte. Procure ter e demonstre tranqüilidade. Nada pior do que um
apresentador nervoso.

Fazer uma boa comunicação é muito importante para a vida de qualquer profissional, e mais cedo ou mais
tarde você será convidado a participar de uma reunião, dar entrevistas, proferir palestras ou treinamentos,
ou mesmo liderar uma equipe. Quanto mais habilidades de comunicação tiver, maiores as chances de você
ser reconhecido.

Destaca-se em um grupo não necessariamente quem sabe mais, mas aquele que se comunica melhor.

Vamos agora apresentar como devemos organizar um Seminário na Universidade

Você vai perceber que existem muitas semelhanças na forma de organizar um seminário e fazer uma
apresentação oral em uma empresa.

Normalmente quem propõe o seminário é o professor, que tem como objetivo levar os alunos a conhecer
determinado assunto de maneira ativa, participativa, atuante.

O gênero seminário implica a realização de um trabalho que envolve pesquisa, escolha e organização da
forma de apresentação, demonstração de conhecimentos, capacidade de síntese e habilidade de despertar
o interesse da classe. É um gênero, uma atividade que se caracteriza pelo envolvimento gerado por várias
formas de interação. Ao sugerir um tema para ser discutido e apresentado sob a forma de seminário, o
professor está propondo uma interação ativa entre ele e os alunos, entre os alunos e as fontes de
conhecimento e entre os alunos realizadores e receptores. O que está em jogo não é apenas um tema, mas
uma forma de composição e um estilo específico de tratamento desse tema, de maneira que os diferentes
resultados sejam igualmente produtivos.

Como qualquer outro gênero, o seminário constitui-se de:

- tema
- forma de composição
- e estilo.
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Ninguém confunde uma aula expositiva, um artigo de divulgação, ou uma notícia com um seminário, ainda
que todos possam ter, como ponto de partida, o mesmo tema.

O seminário visa obter uma apreciação valorativa positiva de sua “platéia”. Assim, os realizadores devem
estar atentos às fontes de pesquisa, às estratégias de organização e a um estilo que, mesmo sendo
coloquial, exiba os aspectos científicos exigidos pelo tema e faça a platéia entrar em contato ativo com o
assunto. E é esse conjunto que vai levar a bons resultados, ou seja, à divulgação clara e objetiva dos
conhecimentos pretendidos, de forma a mobilizar a criatividade de quem produz e o interesse de quem
assiste.

A pesquisa em obras de referência é uma etapa importante da preparação do seminário. No entanto, para
cumprir as finalidades interativas desse gênero, é preciso ir mais longe.

Para você dar conta da organização temática, da forma composicional e do estilo do seu seminário é
importante levar em consideração as seguintes questões:

Inicialmente, é necessário fazer um levantamento dos subtemas, dos tópicos encontrados na pesquisa
realizada, selecionando-os e organizando-os logicamente, por ordem de importância, pela articulação que
mantêm entre si e pela relevância de cada subtema para a exposição. Nessa etapa, é necessário levar em
conta a profundidade que se quer dar ao assunto e o tempo determinado para a exposição.

A organização de um esquema de apresentação é a etapa seguinte. Tratando-se de um texto oral que não
será lido, mas exposto, os expositores precisarão de apoios de memória, o que significa recorrer a outros
suportes de fala, caso das ilustrações, slides, imagens, mapas, gráficos, tabelas, etc. O esquema de apoio à
apresentação deverá iniciar com o anúncio dos tópicos que serão expostos e finalizar com uma síntese e
uma avaliação.

Finalmente podemos sistematizar esta aula afirmando que:

Você deve se comunicar oralmente sempre com clareza e correção.

A) Deve organizar uma exposição oral sobre determinado tema, selecionando os tópicos principais e
estabelecendo seqüência e articulação entre eles;

B) Deve apresentar essa exposição oral de forma coerente e clara, recorrendo também a recursos não
verbais como forma de ilustrar a informação apresentada oralmente.

Título : B2 - Apresentação

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Objetivos

Compreender os processos comunicacionais internos e externos das organizações. Avaliar o papel da


comunicação no passado e a importância da comunicação no futuro, no âmbito organizacional. Desenvolver
a capacidade crítica e elaborar textos institucionais ou empresariais. Diferenciar comunicação interna e
externa no âmbito organizacional. Aprimorar a comunicação integrada da organização, através das técnicas
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da comunicação administrativa, interna e mercadológica.

Nosso curso visa a apresentar técnicas que proporcionem clareza as idéias e estabeleçam uma
comunicação imediata.

Sabe-se que empresas, instituições e organizações não sobrevivem sem a palavra escrita, portanto,
devemos investir nela.

Se não investirmos na melhoria dos processos comunicativos, teremos:

• comunicações que não comunicam;


• informes que não informam;
• relatórios técnicos perdidos em tecnicismos;
• cartas capazes de comprometer a própria imagem de eficiência e competência das empresas.

O poder da comunicação, com certeza, é um dos mais importantes quesitos para o sucesso.

Nossas aulas apresentam modelos de métodos para o desenvolvimento da comunicação entre pessoas,
empresas e entidades. Visam a desenvolver a capacidade critica, a elaborar textos institucionais e
empresariais.

Vamos falar por meio do papel e também produzir um intercâmbio de idéias.


Não adianta ter conteúdo técnico se a pessoa não consegue transmiti-lo, isto é, não sabe se comunicar; por
isso, o sucesso na vida depende do saber comunicar-se.

Conteúdo programático

1. Elementos do processo de comunicação.


2. Carta comercial. Modelos de carta comercial.
3. Relatórios.Técnicas e estilos empregados para redigir relatórios.
4. Relatórios administrativos e científicos.
5. Memorandos.
6. Documentos comerciais: técnicas e modelos (abaixo-assinado, acordo, ata, atestado, aviso, cartão,
certificado, circular, convite, convocação, currículo, declaração, informações comerciais, mala
direta).
7. Ofício e requerimento.
8. Mensagens eletrônicas (e-mail).
9. Pronomes de tratamento.

Metodologia de ensino

Utilização de cases de sucesso, aplicação de jogos e técnicas de vivência que simulam expressões do
cotidiano e permitem a cada participante uma auto-análise da própria comunicação. Atividade prática via e-
mail.

Bibliografia

BAHIA, Juarez. Introdução à comunicação empresarial. São Paulo: Mauá, 2000


BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: teoria e pesquisa. São Paulo: Manole, 2003.
NASSAR, Paulo e FIGUEIREDO, Rubens. O que é comunicação empresarial? São Paulo: Editora
Brasiliense, 2003.
RODRIGUEZ, Manuela M. Manual de modelos de cartas comerciais. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
ABREU, Antonio S. Curso de redação. São Paulo: Ática, 2001.
41
FARACO, Carlos Alberto. Prática de texto. 8ª ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
MEDEIROS, João Bosco. Correspondência: técnicas de comunicação criativa. 13.ed. São Paulo: Atlas,
1999.

Título : B2 - Elementos do processo de comunicação

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Elementos do processo de comunicação — Funções da linguagem

Roman Jakobson, lingüista russo, propôs um modelo explicativo para o processo de comunicação verbal
baseado em seis fatores: o remetente (emissor de signos) que, em relação com o destinatário (receptor de
signos), envia-lhe uma mensagem, por um canal (língua oral, língua escrita, TV, jornal...). A mensagem é
expressa através de um código compartilhado pelo emissor e pelo receptor e faz referência a um contexto
(o elemento conceitual a ser designado).

Toda mensagem tem uma finalidade predominante que poderia ser a transmissão de informação, o
estabelecimento puro e simples de uma relação comunicativa, a expressão de emoções, e assim por diante.
O conjunto dessas finalidades tem sido entendido sob o rótulo geral de funções da linguagem.

Função referencial ou denotativa (ênfase no contexto)

Quando o objetivo da mensagem é a transmissão de informação sobre a realidade, diz-se que a função
predominante no texto é a referencial ou denotativa.

Exemplo:

A moda na era Viking.

“Minúsculas lâminas de ouro encontradas em sítios arqueológicos na Escandinávia permitem que se saiba
mais sobre a vestimenta, os cortes de cabelo e as práticas religiosas dos vikings. As guldgbuggers –
lâminas do tamanho de uma unha –, remontam ao século VI; outras, mais recentes, foram achadas em
áreas vikings junto a sítios cerimoniais”. Talvez fossem tíquetes para festivais religiosos “, diz Per
O.Thomsen, do Museu Svendborg e Omegns, que escavou guldgbuggers no sul da Dinamarca. Algumas
trazem desenhos de animais, mas a maioria exibe figuras humanas.”

National Geographic Brasil. n.2, jun.2000, v.1.


42

Função Emotiva ou Expressiva (ênfase no emissor)

Quando o objetivo da mensagem é a expressão das emoções, atitudes ou estados de espírito do emissor
temos como função predominante da linguagem, no texto, a emotiva.

Exemplo:

“Oh! Como és linda, mulher que passas que me sacias e suplicias dentro das noites, dentro dos dias!

(Vinicius de Moraes)

Função Conativa ou Apelativa (ênfase no receptor)

Quando o objetivo da mensagem é persuadir o destinatário, influenciando em seu comportamento, aparece


como função predominante no texto a conativa ou apelativa. A linguagem de propaganda é a expressão
típica da função conativa. As expressões lingüísticas com vocativos e formas verbais no imperativo também
exemplificam esta função.

Exemplos:

• Compre um e leve três.


• Beba Coca-Cola.
• Se o terreno é difícil, use uma solução inteligente: Mercedes-Benz.

Função Fática (ênfase no canal)

Se a ênfase está no canal, para checar sua recepção ou para manter a conexão entre os falantes, temos a
função fática. Nas formas ritualizadas da comunicação, os recursos fáticos são comuns.

Exemplos:

• Bom-dia!
• Oi, tudo bem?
• Ah, é!
• Alô, quem fala?

Os recursos fáticos, característicos da linguagem oral, ganham expressividade na música:

“Alô, alô marciano


Aqui quem fala é da Terra.” (Rita Lee e Roberto de Carvalho).

Função Metalingüística (ênfase no código)

Quando o objetivo da mensagem é falar sobre a própria linguagem, predomina no texto a função
metalingüística. Um exemplo evidente de metalinguagem são as definições de verbetes encontradas nos
43
dicionários.

Exemplo:

“A palavra é o homem mesmo. Estamos feitos de palavras. Elas são a única realidade ou, ao menos, o
único testemunho de nossa realidade”.

(Octavio Paz)

Função Poética (ênfase na mensagem)

Quando o objetivo da mensagem é chamar a atenção para a própria mensagem, sugerindo que ela é o
resultado de um trabalho de elaboração feito sobre sua forma, diz-se que a função predominante é a
poética. Há um trabalho com os próprios signos que objetiva provocar algum efeito de sentido no receptor.
Nos poemas é muito freqüente a manifestação da função poética da linguagem, mas ela pode também se
manifestar nos jogos de linguagem, na propaganda, e mesmo em textos em prosa.

Exemplo:

“Vozes veladas, veludosas vozes,


volúpias dos violões, vozes veladas,
vagam nos velhos vórtices velozes
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas”.

CRUZ E SOUSA.

Temos o uso de aliterações e assonâncias no interior de um ou mais versos, exemplificando a função


poética.

É importante lembrar que uma mesma mensagem pode ter diferentes funções. Nesses casos, cabe
identificar sua função principal, pois sempre há predominância de uma função sobre as demais.

Título : B2 - Carta comercial - Modelo

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Como elaborar uma carta comercial?

Para redigir cartas com eficácia na comunicação, devemos, primeiramente, verificar suas espécies.
Podemos destacar:
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1) Particular, familiar ou social: trocada entre particulares. Assuntos íntimos, pessoais.


2) Bancária: aborda assunto relacionado à vida bancária.
3) Comercial: ocupa-se de transação comercial ou industrial.
4) Oficial: tem origem no serviço público, civil ou militar.

A carta comercial é um meio de comunicação muito utilizado na indústria e no comércio, com o objetivo de
iniciar, manter ou encerrar transações. É a comunicação escrita, acondicionada em envelope e endereçada
a uma ou várias pessoas. Assim, sua linguagem deve ser clara, simples, objetiva e correta. Deve também
seguir normas como: o uso do vocativo, formas de tratamento e fecho de cortesia.

Todos sabem da importância que as cartas comerciais representam para o desenvolvimento das empresas,
por isso daremos enfoque a esse tipo de comunicação, tão especial — falar por meio do papel.

Elementos constitutivos de uma carta comercial

1) Timbre: nome e endereço da empresa.

2) Índice e número: iniciais do departamento expedidor e número da carta.

3) Localidade e data.

DICAS: A vírgula é usada após o local. Dia do mês não recebe zeros, quando inferior a 10. Nome do mês
com letra minúscula e o ano não recebe ponto entre os números, mas no final.

4) Endereço: forma de tratamento e nome do receptor, nome do local e número. Código de endereçamento
postal.

5) Referência: (Ref. : ) consiste em um resumo da carta.

6) Vocativo ou Invocação: usar a forma personalizada - SR. Ou formas de tratamento abreviadas: V.Sa. ou
45
V.Exa.

7) Texto: é o relato organizado de acontecimentos reais. Movimentar os fatos, expondo acontecimentos com
rapidez, evitando pormenores. Selecionar fatos relevantes, abusar dos substantivos.
Quem? Personagens.
Quê? Atos.
Quando? Época em que ocorreram os acontecimentos.
Onde? O lugar da ocorrência.
Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos.
Por quê? A causa dos acontecimentos.

8) Fecho: deve ocupar novo parágrafo. Utilizar cumprimentos singulares como: Atenciosamente;
Respeitosamente; Saudações atenciosas.
Assinatura.

9) Anexos: documentos que acompanham a correspondência. Deve-se atentar para a correta concordância.
Anexa - nota fiscal; Anexos - documentos.

10) Iniciais do redator e do digitador são colocadas no rodapé, à esquerda, sob a assinatura.

11) Cópia: Abreviatura c/c, que significa "com cópia". Se houver interesse que a correspondência seja lida
por mais de uma pessoa (ou departamento).

Título : B2 - Relatórios

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Os relatórios são textos administrativos ou científicos que abordam acontecimentos ligados aos negócios, à
organização empresarial ou à pesquisa de caráter científico.

É a comunicação em que se expõe a ocorrência de fatos a alguém que deseja ser informado. Deve-se
conhecer bem o receptor do relatório, pois é nele que a linguagem está focada para que haja uma perfeita
comunicação. As informações expostas devem descrever, narrar e explicar, mas não convencer. A
persuasão deve advir dos argumentos bem elaborados e não de jogos de palavras.

Todo relatório deve ter:

1. objetivo predeterminado e específico.


2. no receptor a parte mais importante.
3. brevidade, exatidão e precisão.
4. linguagem objetiva e clara.
5. pontuação racional.

Deve-se evitar nos relatórios:

1. jargão técnico.
2. preocupação literário-estilística.
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Características evidentes e presentes nos textos técnicos

Relatórios de pesquisa, dissertações científicas (mestrado e doutorado) e monografias exigem palavras:


curtas para facilitar na decodificação, antigas e de formas simples.

Como o objetivo é informar, devemos e podemos tornar o texto redundante, isto é, retomar exposições para
explicitá-las.

Quanto à linguagem pragmática devemos obedecer a algumas normas:

1. evitar o uso de locuções verbais. Ex: "tinha proporcionado" fica "proporcionara".


2. cacoetes de linguagem podem ser eliminados. Ex: efetivamente, além disso etc.
3. deixar o sujeito claro, ao invés de oculto ou indeterminado.
4. abrir novo parágrafo, para cada idéia nova.

Só conhecer os fatos não é suficiente para um bom relatório

Dentro da redação técnica, o relatório é o tipo mais comum, porque nele são englobados vários tipos de
redação e também porque nele se pode incluir grande número de trabalhos científicos, publicados em
revistas, sob a forma de artigos.

Título : B2 - Tipos de Relatório

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Nas empresas, os relatórios podem ser: de visita a clientes, de produção, de desempenho profissional, de
despesas, de viagens, de desenvolvimento da empresa, administrativos e outros.

É necessário ter em mente o objetivo do relatório e a quem se destina.

Pode-se dizer que eles são:

a) Formais — em geral são impressos e fornecidos pela empresa. Dão as informações necessárias no
menor tempo possível.
b) Informais — seguem o mesmo esquema dos formais.
c) Para fins especiais.
d) Analíticos.
e) Informativos.

Os três últimos são extraordinários e tratam de problemas e ocorrências irregulares. O leitor é muito
importante. Deve-se ser breve, exato e claro.
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Os mais comuns relatórios são os informais, cujo comprimento ocupa uma ou duas páginas. Como 1º
exemplo temos:

Documento Comercial

Nota ou carta ligeira enviada por um comerciante a outro, comunicando o lançamento de um produto ou de
uma operação comercial. É também utilizado para correspondência entre departamentos de uma mesma
empresa.

Ele contém:

. Número do memorando
. Destinatário
. Remetente
. Data
. Endereço
. Assunto
. Texto
. Assinatura
. Anexos

O memorando pode ou não ser digitado. Ele serve às necessidades de rotina.

Características principais do memorando:

- Agilidade
- Simplicidade de procedimentos burocráticos.

Algumas técnicas para elaborar relatórios:


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1) Conhecer bem o assunto sobre o qual vai escrever, saber qual é o problema que deve ser resolvido e que
objetivo tem em vista. Preparar um plano de idéias (esquema), útil quanto à precisão e qualidade do
relatório.

Filtrar as informações quando fizer o plano de idéias, tornando-as mais claras, sucintas e precisas.

2) Pode-se dividir o relatório em seções e subseções, itens e subitens. Assim realçamos as idéias e o leitor
fica atento.

3) Títulos devem ser curtos e os substantivos escritos de modo semelhante, com letra maiúscula. Ex:
Definição/Interação.

Estilo dos relatórios

O texto deve ser claro, conciso e com necessária atenção à gramática.

a) Estilo formal:

- ausência de pronomes pessoais


- inexistência de abreviações
- rejeição de estrangeirismos
- uso da 3ª pessoa
- preferência pela voz ativa

b) Estilo floreado:

Quer mais impressionar do que comunicar. Quem se utiliza desse estilo não deseja apenas transmitir
informações, mas impressionar o leitor.

* A linguagem dos relatórios não precisa ser formal ou pomposa. Para trazer benefícios tanto ao emissor
quanto ao receptor devemos torná-la clara, viva e atraente para que alcance o seu objetivo, que é informar,
e a rapidez na compreensão da mensagem.

Título : B2 - Relatórios Administrativos e Científicos

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Relatório Administrativo

Um segundo exemplo de documento comercial é o Relatório Administrativo. Nesse tipo de relatório, há a


exposição pormenorizada de fatos ou ocorrências de ordem administrativa. Ele é composto de:

1. Abertura.
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2. Introdução (indica-se o fato investigado, quem determinou a investigação, enfim, o propósito do relatório).
3. Desenvolvimento (relato dos fatos apurados, com data, local e discussão).
4. Conclusão e providências cabíveis.

Relatório Científico

O Relatório Científico é o terceiro exemplo de documento comercial.

Ele contém:

1. Sumário.
2. Introdução.
3. Corpo do relatório (que é o desenvolvimento).
4. Conclusão.
5. Recomendações.
6. Anexos e apêndices.

São indicadas no sumário as principais subdivisões e a numeração das páginas.

A introdução apresenta o objeto e o objetivo do relatório. Uma exposição que define o assunto a que o
relatório se refere. A finalidade mostra as metas que o relatório pretende alcançar. Ainda na introdução
coloca-se o método, isto é, como foram coletadas as informações e os procedimentos adotados.

Há também a justificação: por que o relatório foi escrito? Sabe-se que na introdução todos esse itens
aparecem em qualquer ordem.

O corpo do relatório é a parte dedicada à descrição do conteúdo.

Na conclusão aparece o resultado do estudo apresentado.

Os anexos englobam gráficos, tabelas, desenhos, quadros, ilustrações.

Para despertar interesse no leitor, o relatório deve ser fácil de ler. Não se devem usar palavras raras nem
inversões dos termos da oração.Quanto mais compreensível uma mensagem, maior sua eficácia. A
organização das idéias e a concatenação dos parágrafos é a medida certa para manter o leitor sempre
atento. Para organizar bem as idéias, é preciso pensar bastante sobre o assunto objeto do relatório.

Obs: As técnicas para elaborar relatórios administrativos e científicos são as mesmas da aula anterior.

Título : B2 - Documentos Comerciais – Técnicas e Modelos

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A correspondência comercial, para atingir seus objetivos, submete-se à obediência de certas normas e
orientações quanto à elaboração, próprias do mundo do trabalho comercial e industrial. Sua meta é criar,
manter e encerrar negociações.

Vamos conhecer alguns importantes documentos:

• Abaixo-assinado

Documento que contém reivindicações, pedidos ou manifestações de protesto ou solidariedade. É


assinado por várias pessoas. É um requerimento, uma subscrição.

• Acordo

É uma conciliação, conformidade de idéias ou de sentimentos. Um ajuste, contrato ou convenção


realizado por duas ou mais pessoas. As condições acertadas entre duas ou mais pessoas com a
finalidade de cessar uma pendência ou demanda chama-se acordo.

Também pode significar o entendimento entre pessoas para a realização de um serviço ou para a
abstenção de um ato.

São partes de um acordo:

Título: nomes de quem faz o acordo, em letras maiúsculas.


Texto: exposição do acordo.
Assinaturas (nomes) de ambas as partes e indicação da representação.
Assinatura de testemunhas (dispensável).

• Ata

É um relatório resumido e escrito do que se fez ou disse em circunstância mais ou menos solene,
em sessão de assembléia, sociedade, júri, corporação, ou seja, é um documento em que se
registram, com clareza, as ocorrências de uma reunião de pessoas para determinado fim.

Há dois tipos de ata: a ordinária e a extraordinária.

A ata ordinária é a que resulta de reuniões estabelecidas em estatutos, ou convocadas com


regularidade.

A extraordinária ocorre fora das datas costumeiramente previstas.

A ata sempre deve ser assinada pelos participantes da reunião, pelo presidente ou secretário.

Para sua lavratura, devem ser observadas algumas normas:

Lavrar a ata em livro próprio ou em folhas soltas.


Sintetizar as ocorrências de maneira clara.
O texto será digitado ou manuscrito, mas sem rasuras.
Se manuscrito, nos casos de erros praticados no momento de redigi-la, emprega-se a partícula
corretiva “digo”.
Os números são grafados por extenso.
A ata é redigida por um secretário efetivo. No caso de sua ausência, nomeia-se outro secretário
designado para essa ocasião.
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Título : B2 - Documentos Comerciais - Currículo

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Curriculum Vitae

Conjunto pormenorizado de informações a respeito de uma pessoa, geralmente exigido quando da procura
ou solicitação de emprego. Inclui detalhes da formação intelectual e profissional da pessoa, especificando
os cursos que tenha realizado; relaciona as atividades anteriores e experiência adquirida, assim como
dados pessoais. Sabe-se que um currículo bem elaborado é fator preponderante na obtenção de emprego.

Cuidados básicos ao redigir o currículo:

1. Objetividade: um texto interessante em geral não é longo, mas enxuto.


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2. Boa apresentação: datilografado ou digitado e impresso, melhor em equipamento a laser.
3. Especificidade: não se deve enviar a uma empresa xerocópia de um currículo. Deve-se parecer
que foi escrito para aquela empresa específica. Também não se admite o currículo escrito à mão.
4. Modernamente: pode ser enviado por e-mail.

Ofício

Texto proveniente de uma autoridade, que consiste em comunicação de qualquer assunto de ordem
administrativa, ou estabelecimento de uma ordem; diferencia-se de uma carta por apresentar caráter
público,(caráter oficial de seu conteúdo), e só poder ser expedido por órgão da administração pública. O
destinatário pode ser órgão público ou um cidadão particular. Texto escrito em forma de carta que as
autoridades das secretarias endereçam a seus subordinados.

Partes de um ofício

1. Timbre ou cabeçalho: dizeres impressos na folha.


2. Índice e número: iniciais do órgão que expede o ofício, seguidas do número de ordem do
documento. O número de ofício e o ano são separados por hífen: Of. nº DHR/501-05= Ofício
número 501, do ano de 2005, expedido pelo Departamento de Recursos Humanos.
3. Local e data: na mesma altura do índice e do número, coloca-se ponto após o ano.
4. Assunto ou ementa: só justificável quando o documento é extenso.
5. Vocativo ou invocação: tratamento do destinatário - Senhor Diretor.
6. Texto: exposição do assunto.
7. Fecho ou cumprimento final.
8. Assinatura: nome do signatário, cargo e função.
9. Anexos.
10. Endereço.
11. Iniciais: primeiras letras dos nomes e sobrenomes do redator e digitador. Usar letras maiúsculas.

Requerimento

Petição por escrito feita com as fórmulas legais, na qual se solicita algo que é permitido por lei ou que como
tal se supõe. É todo pedido que se encaminha a uma autoridade do Serviço Público. Enquanto o
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requerimento é um veículo de solicitação sob o amparo da lei, a petição destina-se a pedido sem certeza
quanto ao despacho favorável. O requerimento deve ser redigido em papel simples.

Componentes de um requerimento:

1. Invocação: forma de tratamento, cargo e órgão a que se dirige.


2. Texto: nome do requerente, sua filiação, sua naturalidade, seu estado civil, sua profissão e
residência.
3. Fecho: NESTES TERMOS PEDE DEFERIMENTO, em maiúsculas.
4. Local e data.
5. Assinatura.

E-mail: Currículo Eletrônico

Com o computador, já é possível escolher, em um banco eletrônico de currículos, os que mais se encaixam
no perfil profissional de uma empresa. O selecionador filtra os documentos ou pela escolaridade ou por uma
palavra-chave.

O texto deve ter frases curtas, com verbos na 1ª pessoa; voz ativa.

Evitar abreviaturas e siglas. Deve ser objetivo e ter as experiências.

Título : B2 - Pronomes de Tratamento

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Você, Senhor, Vossa Excelência e Sua Senhoria.

1. Os tratamentos Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Vossa Eminência e outros pertencem à


terceira pessoa do singular e a concordância com esses pronomes se faz com o verbo na terceira
pessoa, embora designem a segunda pessoa.

Exemplo:

Vossa Senhoria não compreendeu o meu pedido...

2. Formas de tratamento
Na correspondência comercial, podem-se utilizar diferentes formas de tratamento.

Exemplo:

Senhor, Senhora.

A carta familiar admite o uso de tu e você.

Não se devem misturar, em uma correspondência, as pessoas gramaticais.

O endereçamento, tal como o texto de uma carta ou ofício, deve ser cuidadosamente redigido, uma
vez que manifesta tom educado e respeitoso com relação ao destinatário.

Exemplo:

Presidente da República XXXXXXXXXXX

Ao Excelentíssimo Senhor XXXXXXXXXXX

Chefe do Gabinete Civil e Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República XXXXXXXXXX

A Sua Excelência o Senhor XXXXXXXXXXXX ou Digníssimo Ministro de XXXXXXXXXXXXX

3. Forma de tratamento e vocativo


Ao tratamento Vossa Excelência corresponde no vocativo e no endereçamento:

Excelentíssimo Sr. Deputado

Digníssimo Sr. Deputado

O vocativo deve corresponder ao tratamento devido a cada um. Ao Presidente da República


escreve-se por extenso:

Excelentíssimo Senhor.

Às demais autoridades escreve-se: Exmo.Sr.

4. Plural de modéstia
É possível usar na correspondência o plural de modéstia, ou seja, primeira pessoa do plural.
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Parece mais polido dizer: pensamos, resolvemos.

Uso de Vossa Excelência

Usado, só no Brasil, para o Presidente da República, ministros, governadores, senadores,


deputados etc.

5. Formas de Tratamento no endereço


O vocativo correspondente a Excelentíssimo é Vossa Excelência e deve ser usado no corpo da
carta. Se usar Sua Senhoria no texto da carta, os vocativos do texto serão Vossa Senhoria ou V.Sa.
No endereçamento, escreve-se no envelope:

Ao Excelentíssimo Senhor
Rubens Martinez
DD. Governador do Estado de XXXXXXX.

6. Signatário
É a pessoa que assina ou subscreve um documento.

Título : B2 - Documentos Comerciais - Atestado

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Dando continuidade às nossas aulas vamos enfocar o documento comercial chamado:

ATESTADO

Documento em que se afirma a veracidade de certo fato, a existência de certa obrigação ou a comprovação
de um ato que se consumou.
Alguns tipos de atestado: certidão de idade, atestado de sanidade mental, de óbito, de boa conduta, de
idoneidade moral, de vacina e outros.

As diferenças entre o atestado e a certidão são: o primeiro declara e o segundo é a transcrição de algo já
existente.

Partes de um atestado:

Timbre: da empresa que o fornece.


Título: Atestado (letras maiúsculas).
Texto: Exposição daquilo que se declara.
Local e data.
Assinatura: nome e cargo da autoridade que atesta.

AVISO
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É uma correspondência de tamanho igual ao ofício, assinado por algum ministro de Estado e dirigido a altas
autoridades. Um ministro dá conhecimento de suas decisões administrativas e de ordem geral. No aviso, o
ministro dirige-se a outras autoridades. Esses avisos ministeriais destinam-se a pedidos de providência,
decisões, ordens, agradecimentos, elogios, censuras.

• Modalidades de aviso:
aviso de apresentação, aceite, de vencimento, de liquidação, de ocorrência, de falta de pagamento.

• Suas partes são:


Aviso nº x, data, invocação, texto e fecho.

• OBS:
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas, a única diferença é
que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estados, Secretário-Geral da Previdência
da República, chefe do Estado Maior das Forças Armadas, ao passo que o ofício é expedido para e
pelas demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais. Seguem o
modelo do padrão ofício, com introdução, desenvolvimento e fecho.

CERTIFICADO

Documento em que se certifica algum fato de que se é testemunha. Como exemplos temos
eletrodomésticos acompanhados de certificado de garantia; há também o certificado de reservista ou
alistamento militar.

CIRCULAR

É uma comunicação que, reproduzida em muitos exemplares, é dirigida a muitas pessoas, órgãos. Serve
para transmitir avisos, ordens ou instruções. Contém assunto de caráter ou interesse geral.

CONVITE
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Bilhete que dá direito a ingresso gratuito em um espetáculo, coquetel de lançamento de um livro. Mensagem
pela qual se formaliza uma convocação ou pede-se o comparecimento de alguém em algum lugar.

CONVOCAÇÃO

Comunicação escrita em que se convida ou chama alguém para uma reunião. O texto deve especificar
local, data e finalidade.
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DECLARAÇÃO

É um depoimento, uma explicação, prova escrita em que se manifesta uma opinião, conceito, observação
ou resolução. Como exemplo temos a Declaração Universal dos Direitos do Homem.
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MALA DIRETA

Em marketing significa a divulgação promocional de produtos e serviços. Materiais de propaganda, como


catálogos, cartas, folhetos. Geralmente, as empresas possuem uma relação desses clientes, o que facilita a
remessa de material promocional.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Título : B1 - Objetivos

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Objetivos

Durante milhares de anos, os seres humanos viveram no planeta Terra como se todos os recursos fossem
inesgotáveis, e sem maiores preocupações com o meio ambiente. Os grandes desastres ambientais eram
originados pela própria natureza, como os provocados pelos terremotos, maremotos e pelas erupções
vulcânicas, que espalhavam nuvens de gases e cinzas pela atmosfera.

Os homens caçavam, pescavam, derrubavam árvores para construção de abrigos e utensílios e iniciaram o
processo de industrialização de produtos utilizando os conhecimentos compatíveis com o seu
desenvolvimento tecnológico. Devemos destacar que povos primitivos já conheciam a arte de forjar metais e
de projetar e construir grandes obras, como as pirâmides.

À medida que os recursos necessários para a sobrevivência escasseavam, ou ficavam improdutivos, os


povos simplesmente buscavam outras regiões, no caso dos nômades, ou empreendiam viagens para a
obtenção de alimentos, matéria-prima, ou até mesmo produtos acabados, confeccionados por habitantes de
outras regiões.

Com o passar do tempo, grandes núcleos populacionais foram formados, cidades e países foram
constituídos e a necessidade de bens de consumo aumentava consideravelmente. A partir do século XVIII,
com o início da Revolução Industrial, a evolução tecnológica permitiu ao homem superar grande parte das
limitações impostas pela natureza e pelo ambiente. As produções agrícolas puderam ser controladas e
manipuladas para o benefício de uma população crescente.

Os níveis de conforto e qualidade aumentaram com o aparecimento e a utilização de uma enorme gama de
máquinas e equipamentos que permitiam a multiplicação de bens e produtos de consumo. O homem,
aparentemente, usava e controlava o uso da terra de acordo com sua conveniência.

Todas as conquistas obtidas ao longo dos anos deixaram marcas em nosso planeta, muitas delas
conscientemente ignoradas e que hoje afetam e comprometem as diversas formas de vida, principalmente a
60
vida humana.

De acordo com o último relatório do World Wildlife Fund (WWF) foi a partir dos anos 70 que a pressão
humana se intensificou para níveis perigosos. A “pegada ecológica” do homem — medida pelo uso humano
dos recursos renováveis — cresceu 80% entre 1961 e 1999, situando-se 20% acima da capacidade total de
produtividade biológica da Terra. A Instituição também destaca a redução em índices biológicos nas
florestas, água doce e mares da ordem dos 15%, 54% e 35%, respectivamente, entre 1970 e a atualidade.

Esses são alguns dos muitos problemas que as atividades humanas têm provocado no meio ambiente. As
Nações Unidas já não têm dúvida sobre um aspecto: a degradação ambiental é o fator mais importante para
a deterioração da saúde humana e para a redução da qualidade de vida das populações.

Durante nossas aulas abordaremos as causas e as conseqüências da degradação ambiental provocada


pelo Homem, e o que está sendo feito por governos, empresas, ONG’s e por abnegados amantes da
natureza para a recuperação do nosso lar. Conhecendo os problemas poderemos participar ativamente,
através do desempenho de nossas atividades profissionais e pessoais, na busca e na implantação de
soluções que tornem possível um futuro próspero para nossos descendentes.

Até a próxima aula.

Gilberto Lessa – lessagilberto.cdg@unip.br

Tópicos

Aula 1 – Apresentação
Aula 2 – As bases do Desenvolvimento Sustentável
Aula 3 – Agenda 21
Aula 4 – Economia Ambiental
Aula 5 – Água
Aula 6 – Solo
Aula 7 – Atmosfera
Aula 8 – Energia e Meio Ambiente
Aula 9 – Educação Ambiental

Metodologia de Ensino

Leitura de Textos Selecionados


Chats de Discussão
Textos avulsos, disponíveis através de links.

Bibliografia

BARBIERI, José Carlos. Desenvolvimento e meio ambiente. 7ª ed., Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

LEIS, Hector R e outros. Meio Ambiente, desenvolvimento e cidadania. São Paulo: Cortez, 2001/02.

BRANCO, S. M. Meio ambiente em debate. São Paulo: Moderna, 2001/02.

SOUZA, N. Desenvolvimento econômico. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.

Título : B1 - As bases do desenvolvimento sustentável

Conteúdo :
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As bases do desenvolvimento sustentável

O vertiginoso aumento populacional ocorrido nos últimos dois séculos vem provocando um impacto
ambiental contundente sobre os recursos naturais. A população do planeta atingiu seu primeiro bilhão por
volta de 1800 e duplicou 130 anos depois. Em 1999, a marca de 6 bilhões de pessoas foi atingida e os
especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) sinalizam para uma população entre 9 e 10 bilhões
em 2050. Quanto a Terra suportará o ritmo acelerado da degradação ambiental, provocado por esse
crescimento e pela utilização desordenada dos recursos naturais, é uma questão que vem sendo discutida
por diversos setores da sociedade, principalmente nos últimos 40 anos.

O sociólogo e economista inglês Thomas Malthus foi o primeiro a teorizar sobre o desequilíbrio ambiental.
No livro Ensaio sobre o princípio da população, de 1798, estabelece uma relação entre o crescimento
populacional e o de alimentos conhecida como lei de Malthus: enquanto a produção de alimentos cresce em
escala aritmética, a população cresce em escala geométrica. Malthus previa que chegaria o momento em
que o contingente populacional seria superior à capacidade do planeta de alimentá-lo. Mais tarde, os
avanços tecnológicos aplicados à agricultura permitiram relativizar o rigor da visão malthusiana. Na
atualidade, porém, suas idéias são retomadas com um outro sentido: o crescimento da população mundial
aumenta a pressão sobre o meio ambiente e pode tornar inviável a vida no planeta.

A partir da constatação, pelo mundo, da impossibilidade de se manter um modelo de desenvolvimento


provocador da destruição dos recursos naturais — com a derrubada indiscriminada das florestas, a poluição
dos rios e mares e a retirada cada vez maior de minérios e combustíveis fósseis —, ficou claro para todas
as nações a necessidade de se pensar um modelo alternativo que respeite o nosso bem comum: o meio
ambiente.

Na segunda metade do século XIX, começaram a surgir estudos e as primeiras reações no sentido de se
conseguir fórmulas e métodos de diminuição dos danos ao ambiente. Resultado disso foram os estudos do
Clube de Roma, liderado por Dennis L. Meadows, culminando com a publicação do livro “Limites de
crescimento” (The limits to growth). Nesta obra é feito um diagnóstico dos recursos terrestres, chegando-
se à conclusão de que a degradação ambiental é resultado principalmente do descontrolado crescimento
populacional e suas conseqüentes exigências sobre os recursos da terra. Também se concluiu que, se não
houver uma estabilidade populacional, econômica e ecológica, os recursos naturais, que são limitados,
serão extintos e com eles a população humana. Esses estudos lançaram subsídios para a idéia do
desenvolvimento conectado à preservação.

Em conseqüência, a ONU criou em 1983 a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a
qual foi presidida por Gro Harlem Brundtland, primeira ministra da Noruega (que ficou conhecida como
Comissão Brundtland) e tinha os seguintes objetivos:

1. Propor estratégias ambientais de longo prazo para obter um desenvolvimento sustentável por volta do
ano 2000 e daí em diante;

2. recomendar maneiras para que a preocupação com o meio ambiente se traduza em maior cooperação
entre os países em desenvolvimento e entre países em estágios diferentes de desenvolvimento econômico
e social e leve à consecução de objetivos comuns e interligados que considerem as inter-relações de
pessoas, recursos, meio ambiente e desenvolvimento;

3. considerar meios e maneiras pelos quais a comunidade internacional passa a lidar mais eficientemente
com as preocupações de cunho ambiental; e
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4. ajudar a definir noções comuns relativas a questões ambientais de longo prazo e os esforços necessários
para tratar com êxito os problemas da proteção e da melhoria do meio ambiente (CMMAD, 1988,xi).

Os trabalhos foram concluídos em 1987, com a apresentação de um diagnóstico dos problemas globais
ambientais. A Comissão propôs que o desenvolvimento econômico fosse integrado à questão ambiental,
surgindo assim uma nova forma denominada desenvolvimento sustentável, que recebeu a seguinte
definição: “desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades dos presentes sem
comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades ” .

Essa nova proposta de desenvolvimento aponta medidas globais para solucionar problemas de degradação
ambiental, de modo a evitar o colapso de um sistema de produção. A temática convida a repensar o modelo
econômico utilizado por quase todos os países, as conseqüências sociais e ambientais daí decorrentes e o
modo como o documento produzido pela ONU pensa solucionar tais problemas, ou evitar que se agravem.

O desenvolvimento sustentável deve-se constituir em um objetivo planetário, um objetivo de toda a


humanidade para que possa ser alcançado. Os povos devem se unir por esta causa e, em parceria,
combater os problemas ambientais com soluções imaginativas e eficientes.

Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD, 1988). Comissão Brundtland.

MEADOWS, Dennis L., MEADOWS, Donella H., RANDERS, J. & BEHRENS, William W. Limites do
crescimento. 1972.

Título : B1 - A Agenda 21

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A Agenda 21

Durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD),
realizada no Rio de Janeiro em 1992, foi aprovada a Agenda 21, decisão consensual extraída de documento
de quarenta capítulos, para o qual contribuíram governos e instituições da sociedade civil de 179 países.

Conforme estabelecido em seu preâmbulo, a Agenda 21 está voltada para os problemas prementes de hoje
(14/06/1992) e tem o objetivo, ainda, de preparar o mundo para os desafios do próximo século. Reflete um
consenso mundial e um compromisso político no nível mais alto no que diz respeito a desenvolvimento e
cooperação ambiental. Trata-se de um plano de ação estratégico, que constitui uma ampla tentativa de
promover, em escala planetária, novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de proteção
ambiental, justiça social e eficiência econômica. Indica as estratégias para que o desenvolvimento
sustentável seja alcançado.

A Agenda 21 traduz em ações o conceito de desenvolvimento sustentável que, segundo Sachs (1993), não
pode se limitar apenas à visão tradicional de estoques e fluxos de recursos naturais e de capitais e destaca
a necessidade de se considerar simultaneamente as seguintes dimensões:
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1. Sustentabilidade social, com o objetivo de melhorar substancialmente os direitos e as condições de vida
das populações e reduzir as distâncias entre os padrões de vida dos grupos sociais;

2. Sustentabilidade econômica, viabilizada por uma alocação e gestão eficiente dos recursos, avaliada
muito mais sob critérios macrossociais do que microempresarial e por fluxos regulares de investimentos
públicos e privados;

3. Sustentabilidade ecológica, envolvendo medidas para reduzir o consumo de recursos e a produção de


resíduos, medidas para intensificar as pesquisas e a produção de tecnologias limpas e poupadoras de
recursos e para definir regras que permitam uma adequada proteção ambiental;

4. Sustentabilidade espacial, contemplando uma configuração mais equilibrada da questão rural-urbana e


uma melhor distribuição dos territórios, envolvendo, entre outras preocupações, a concentração exclusiva
das áreas metropolitanas; e

5. Sustentabilidade cultural, para se buscar concepções endógenas de desenvolvimento que respeitem as


peculiaridades de cada ecossistema, de cada cultura e de cada local (p.24-7).

Conforme sintetiza Maurice Strong, Secretário do CNUMAD, para se alcançar essas dimensões da
sustentabilidade, é necessário obedecer simultaneamente aos seguintes critérios: eqüidade social,
prudência ecológica e eficiência econômica (In Sachs, 1993).

Para atender aos anseios e preocupações da sociedade, quanto à análise estruturada e fundamentada dos
problemas ambientais, do desenvolvimento e da implantação de soluções que possam viabilizar o
desenvolvimento sustentável, a Agenda 21 está estruturada em quatro seções:

• Sociais e econômicas – Seção onde são discutidas, entre outras, as políticas internacionais que
podem ajudar a viabilizar o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento; as
estratégias de combate à pobreza e à miséria; a necessidade de introduzir mudanças nos padrões
de produção e consumo; as inter-relações entre sustentabilidade e dinâmica demográfica; e as
propostas para a melhoria da saúde pública e da qualidade de vida dos assentamentos humanos;
• Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento - Diz respeito ao manejo dos
recursos naturais (incluindo solos, água, mares e energia) e de resíduos e substâncias tóxicas de
forma a assegurar o desenvolvimento sustentável;
• Fortalecimento do papel dos principais grupos sociais - Aborda as ações necessárias para
promover a participação, nos processos decisórios, de alguns dos segmentos sociais mais
relevantes. São debatidas medidas destinadas a garantir a participação dos jovens, dos povos
indígenas, das ONGs, dos trabalhadores e sindicatos, dos representantes da comunidade científica
e tecnológica, dos agricultores e dos empresários (comércio e indústria);
• Meios de implementação - Discorre sobre mecanismos financeiros e instrumentos jurídicos
nacionais e internacionais existentes e a serem criados, com vistas à implementação de programas
e projetos orientados para a sustentabilidade.

A Agenda 21 Brasileira

A decisão de incorporar o conceito de desenvolvimento sustentável às ações de governo motivou a criação,


em fevereiro de 1997, da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Brasileira
(CPDS), cumprindo o compromisso assumido durante a CNUMAD/92 em elaborar e implementar sua
própria agenda.

A Agenda 21 Brasileira tem por objetivo instituir um modelo de desenvolvimento sustentável a partir da
avaliação das potencialidades e vulnerabilidades de nosso país, determinando estratégias e linhas de ação
cooperadas ou partilhadas entre a sociedade civil e o setor público.

Após análise das potencialidades e diferenciais do Brasil, em relação às demais nações, foram definidos
seis temas que refletiam as preocupações sobre o desenvolvimento econômico e justiça social, e que
deveriam ser desenvolvidas a partir das discussões com os diversos segmentos da sociedade brasileira:
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• Cidades sustentáveis – O processo desigual de desenvolvimento das cidades brasileiras, ao
longo de décadas, provocou fluxos migratórios a taxas muito superiores à capacidade da economia
urbana de gerar empregos e de fornecer serviços, tais como saneamento, tratamento de água,
transportes, drenagem e coleta de lixo.
• Agricultura sustentável — A importância territorial da agricultura brasileira, que faz com que tudo
o que diga respeito à organização socioeconômica, técnica e espacial da produção agropecuária
deva ser considerado de interesse estratégico e vital, do ponto de vista dos impactos sobre o meio
ambiente.
• Infra-estrutura e integração regional — Projetos e ações nas áreas de transportes, energia e
comunicações compõem o conjunto de atividades para a reconstrução e modernização da infra-
estrutura econômica do país, que possibilitam maior integração das regiões e a abertura de novas
fronteiras de desenvolvimento.
• Gestão dos recursos naturais — A estratégia a ser estabelecida na proteção, valorização e uso
da maior diversidade biológica do planeta — 40% das florestas tropicais e 20% de toda a água
doce —, envolvendo legislação atualizada e abrangente, instrumentos e sistemas avançados de
monitoramento e controle e políticas de apoio ao desenvolvimento tecnológico voltado para a
gestão adequada dos recursos naturais.
• Redução das desigualdades sociais — Produção de diagnósticos que subsidiem as políticas
públicas, privilegiando os grupos populacionais considerados vulneráveis, como mulheres,
crianças, adolescentes, índios, negros, jovens e adultos com pouca instrução.
• Ciência e tecnologia para o desenvolvimento sustentável — Transição para um novo modelo
de desenvolvimento deve estar apoiada em uma sólida base científica e tecnológica.

O sucesso da Agenda 21 depende de todos nós, de nossas ações pessoais e profissionais. Precisamos
atuar ativamente no desenvolvimento sustentável através da divulgação, discussão e da implantação das
propostas e recomendações estabelecidas nesse importante documento, resultado dos esforços de todos
aqueles que se preocuparam, e se preocupam, em manter as condições de vida futura em nosso planeta
Terra.

Referências

A CAMINHO da Agenda 21 Brasileira - princípios e ações 1992/1997. Brasília: Ministério do Meio Ambiente,
dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 1997.

AGENDA 21 - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1992 - Rio de
Janeiro. Brasília: Senado Federal, 1996.

NOSSO futuro comum/Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. 2 ed. Rio de Janeiro:
FGV, 1991.

SACHS, Ignacy. Estratégias de transição para o Século XXI: Desenvolvimento e meio ambiente. São Paulo:
Studio Nobel e FUNDAP, 1993.

Título : B1 - A Economia Ambiental

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A Economia ambiental

A questão ambiental está inserida nas diversas áreas de estudo da economia, uma vez que o meio
ambiente é fonte de matérias-primas e energia, local de despejo dos rejeitos das atividades produtivas e
contribui de maneira significativa para o bem-estar da população. A abundância dos recursos ambientais
talvez seja uma das razões pelas quais os economistas não prestaram atenção às questões ambientais em
épocas anteriores.

A teoria e os indicadores econômicos não explicam como a economia está contribuindo para perturbação e
destruição dos sistemas naturais da Terra. O consumo e o desperdício dos recursos naturais vêm ocorrendo
desde sua extração, transporte, processamento, distribuição, e até mesmo pelo consumidor final.
Entretanto, o instrumental da economia fornece condições para se medir os custos desses excessos pela
sociedade, de forma a se criar mecanismos para seu controle, ou sua redução.

Podemos constatar, através da imprensa diária, os conflitos entre a economia e os sistemas naturais que
estão provocando a devastação de florestas, a erosão do solo, a expansão de desertos, o aumento dos
níveis de dióxido de carbono (CO2), a poluição de lençóis freáticos, o aumento da temperatura, o
derretimento das geleiras, a elevação do nível o mar e o desaparecimento de espécies. Importante ressaltar
que os custos da despoluição, em muitos casos, pode inviabilizar um processo produtivo.

O sistema do tipo extrai-produz-descarta, provocado pelo consumismo desenfreado, precisa ser controlado,
ou mesmo eliminado do cotidiano das pessoas em suas atividades pessoais e profissionais. Esse sistema,
além de ser incapaz de atender às necessidades da sociedade, acelera a destruição da natureza e produz
concentração de riqueza para todos aqueles, indivíduos ou empresas, detentores do controle das atividades
exploratórias e produtivas.

Esse ciclo econômico precisa ser substituído por um outro que contemple a preservação e a conservação
da natureza através da adoção e da utilização dos instrumentos e dispositivos explicitados na Agenda 21.

Ao invés de privilegiar o uso de recursos naturais finitos, como o petróleo e os minerais, deve ser priorizada
a utilização dos recursos renováveis, mesmo cientes de que dois desses recursos, a água e o solo, também
são finitos. As atividades extrativistas ou mineradoras devem ser reduzidas com o incremento da
reciclagem, reutilização e da diminuição do consumo material. Devem ser incentivados o desenvolvimento e
a implementação de tecnologias que contribuam para a substituição de bens (tangíveis) por serviços
(intangíveis), como a utilização de mensagens eletrônicas, que possibilitam a redução do consumo de
papel, e a possibilidade de se trabalhar em casa com a utilização dos dispositivos das telecomunicações,
como a videoconferência. Além disso, a utilização dos transportes coletivos deve ser uma opção alternativa
ao uso dos carros.

Uma economia ambientalmente sustentável, uma ecoeconomia, requer que os princípios da ecologia
estabeleçam os princípios para a formulação de políticas econômicas e que economistas e ecólogos
trabalhem em conjunto. É de fundamental importância o entendimento da atividade econômica pelos
ecólogos e da complexidade do ecossistema terrestre pelos economistas para a projeção e construção de
uma economia que possa sustentar o progresso.

O alto preço pago pelo desenvolvimento econômico — a poluição — é percebido por todos e esse valor
deve ser avaliado e mensurado de forma a se viabilizar alternativas que possam substituir os atuais
modelos de produção e de consumo, propiciando uma maior integração do meio ambiente à Economia.

Segundo Herman Daly — um dos principais defensores e divulgadores da idéia de uma economia
sustentável e considerado como o principal "economista ecológico" do mundo —, para que a economia seja
sustentada no longo prazo, devemos obedecer a três preceitos fundamentais:

a) limitar o uso dos recursos para que os rejeitos possam ser absorvidos pelo ecossistema;

b) explorar recursos renováveis de forma a não exceder a capacidade do ecossistema de regenerá-los; e


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c) exaurir recursos não-renováveis a um ritmo que não exceda a taxa de desenvolvimento de substitutos
renováveis.

O professor, que é ex-economista sênior do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento -


BIRD, afirma que o crescimento da economia está afetando cada vez mais o ecossistema à sua volta e isso
causa o sacrifício do que chama de "capital natural" (os recursos naturais em geral, como peixes, minerais,
petróleo), que valeria mais do que o capital criado pelo homem (estradas, fábricas, eletrodomésticos). Aí
começa o que ele chama de "crescimento deseconômico", que produz males mais rapidamente do que
bens, o que nos torna mais pobres e não mais ricos (como, por exemplo, as atividades madeireiras na
Amazônia).

Segundo seu raciocínio, a única forma de resolver este problema é exatamente interrompendo o
crescimento econômico, pois, considerando-se que, à exceção da energia solar, a biosfera é finita, não
cresce e é fechada, o subsistema econômico tem que parar de crescer em algum momento. Para ele,
devemos passar a produzir bens com vida útil mais longa, de forma que consumam menor quantidade de
recursos naturais, dando preferência para a manutenção do antigo que à compra de um novo; limitar os
rendimentos conforme a capacidade do meio ambiente de repor o que é consumido; taxar não a renda (o
que queremos), mas sim o que queremos evitar (esgotamento de recursos e poluição).

A tese da interrupção do crescimento econômico pode ser radical, porém desperta consciências para a
discussão em busca de soluções que possam garantir a sobrevivência humana na Terra nos próximos
séculos.

Título : B1 - A Água

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A Água

A água potável é um recurso finito, desigualmente repartido pela superfície terrestre. Suas reservas são
limitadas, embora seja um recurso renovável sob o aspecto do seu ciclo natural. Diversos especialistas têm
alertado que, se o consumo continuar crescendo como nas últimas décadas, todas as águas superficiais do
planeta estarão comprometidas por volta de 2100.

De acordo com o relatório anual das Nações Unidas a previsão é de que em 2050 mais de 45% da
população mundial não poderá contar com a porção mínima individual de água para as necessidades
básicas. Segundo dados estatísticos, existem hoje mais de 1.1 bilhão de pessoas praticamente sem acesso
à água doce.

Desde a Antiguidade, todos somos conhecedores de que os recursos hídricos são de fundamental
importância no desenvolvimento de diversas atividades econômicas. A água pode representar até 90% da
composição física das plantas; a falta de água pode destruir lavouras.
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Na indústria, as quantidades de água necessárias são superiores ao volume produzido. A utilização de
métodos para o tratamento da água é viável; porém, podem produzir problemas cujas soluções são difíceis,
pois que afetam a qualidade do meio ambiente, a saúde pública e outros serviços. Por sua vez, as águas
das bacias hidrográficas nem sempre são confiáveis e recomendáveis para o consumo da população por
não possuírem as características padrões de qualidade ambiental.

Apesar de toda a massa líquida disponível na Terra, a água doce não representa mais que 3% desse total.
O problema é que apenas um terço da água (presente nos rios, lagos, lençóis freáticos superficiais e
atmosfera) é acessível. O restante está imobilizado nas geleiras, calotas polares e lençóis freáticos
profundos.

A carência de água é o resultado da combinação de efeitos naturais, demográficos, socioeconômicos e até


culturais. Chuvas escassas, alto crescimento demográfico, desperdício e poluição de mananciais se
combinam para gerar uma situação denominada de “estresse hídrico”.

Ao longo do século XX, a população mundial foi multiplicada por três, as superfícies irrigadas por seis e o
consumo global de água por sete. Ao mesmo tempo, nas últimas cinco décadas, a poluição dos mananciais
reduziu as reservas hídricas em um terço.

No contexto mundial, o Brasil é um país privilegiado em termos de disponibilidade hídrica global.


Juntamente com a Rússia, a China e o Canadá praticamente ’controla’ as reservas mundiais de água doce.
Mesmo assim, as reservas brasileiras são distribuídas de forma bem desigual, como se pode verificar com a
escassez de recursos hídricos no Nordeste e sua abundância na região amazônica.

Uma das maiores reservas brasileiras são os lençóis freáticos, também chamados de aqüíferos, que
recebem águas vindas da superfície. O maior de todos é o Aqüífero de Guarani, localizado em rochas da
Bacia Sedimentar do Paraná. Ocupa uma área de mais de 1,2 milhões de km2 e pode conter mais de 40 mil
quilômetros cúbicos de água, o que é superior a toda a água contida nos rios e lagos de todo o planeta.

Somente este fato poderia significar que o abastecimento de água em nosso país estaria garantido, caso
não houvesse um descuido generalizado com a poluição e a contaminação das águas superficiais.

A preocupação com relação à disponibilidade, o consumo e a poluição da água, atualmente e no futuro,


ficou latente com a realização do Fórum Mundial da Águas, realizado em março de 2003 na cidade de
Kyoto, no Japão, com a participação de representantes da maioria das nações do mundo.

Durante o evento, que destacou as atenções para o fato de que o crescimento populacional, a poluição e o
aquecimento global vêm resultando na diminuição drástica das reservas mundiais de água, foi elaborado um
documento, conhecido como Protocolo de Kyoto, apresentando importantes recomendações. Uma delas,
para a escassez de água decorrente da poluição, da contaminação e do desperdício generalizado, consiste
na conscientização através da mudança de hábitos de consumo e da criação de novos parâmetros de
produção.

Esse processo de conscientização é lento e é necessário que cada um de nós se envolva diretamente
contribuindo, através de seu trabalho, para a divulgação dos problemas e soluções referentes à poluição e
contaminação das águas de forma a garantir nossa sobrevivência futura.

Evitar o desperdício é uma ação que pode ser iniciada imediatamente. Podemos começar agora
convencendo os parentes, amigos e vizinhos de que um conjunto de pequenas atitudes pode gerar grandes
benefícios para a coletividade.

Obs. Distribuição da quantidade total de água na Terra:

97,5% de oceanos e mares;

2,5 de água doce;

68,9% (da quantidade geral de água doce) formam as calotas polares, geleiras e neves eternas que cobrem
os cumes das montanhas altas da Terra;
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29,9% restantes de água doce constituem as águas subterrâneas;

0,9% respondem pela umidade do solo e pela água dos pântanos.

Título : B1 - O Solo

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O Solo

Os processos de degradação do solo são cada vez mais visíveis e vêm se constituindo em um grave
problema em todo o mundo, com conseqüências ambientais, sociais e econômicas significativas. Em nosso
planeta, a erosão é a principal ameaça ambiental para a sustentabilidade e capacidade produtivas do solo e
da agricultura convencional. Vital para a produção alimentar, o solo necessita da proteção imediata de todos
os segmentos da sociedade face à crescente pressão das atividades humanas.

O solo é um meio vivo e dinâmico, constituindo o habitat de biodiversidade abundante, com padrões
genéticos únicos, onde se encontram a maior quantidade e variedade de organismos vivos, que servem de
reservatório de nutrientes. Recurso finito, limitado e não renovável, face às crescentes taxas de degradação,
o solo apresenta taxas de formação e regeneração extremamente lentas. A formação de uma camada de
solo de 30cm leva 1.000 a 10.000 anos até estar completa. Um grama de solo em boas condições pode
conter 600 milhões de bactérias pertencentes a 15.000 ou 20.000 espécies diferentes. Nos solos desérticos,
estes valores diminuem para 1 milhão e 5.000 a 8.000 espécies, respectivamente.

Nos últimos 40 anos, cerca de um terço dos solos agrícolas mundiais deixaram de ser produtivos devido à
erosão, que no Brasil provoca a perda de aproximadamente 500 milhões de toneladas de solos. Os
processos erosivos, que ocorrem de forma moderada em um solo coberto, são acelerados em solos
modificados para cultivo ou desprovido de sua vegetação original.

O depósito desordenado de resíduos residenciais, comerciais, hospitalares, agrícolas e industriais também


compromete a qualidade do solo, bem como os loteamentos e a urbanização desordenada em áreas que
deveriam ser preservadas. Estima-se que, entre 1970 e 1990, a população tenha crescido em 18% e a
quantidade de lixo por ela produzido tenha aumentado em 25%.

A agricultura e a silvicultura dependem do solo para a fixação de raízes, fornecimento de água e nutrientes,
sendo este também fonte de outras matérias-primas como a argila, areias, minerais e turfa. Além disso, o
solo armazena e transforma parcialmente minerais, água, matéria orgânica e diversas substâncias
químicas, possuindo uma capacidade elevada de filtragem e efeito tampão, intimamente relacionada com a
sua carga de matéria orgânica, limitando a erosão e difusão da poluição do solo para a água.

Mesmo crescente, em escala mundial, a atividade agrícola é suplantada pela exploração desordenada das
florestas e pelas atividades industriais e urbanas como causas principais da degradação ambiental. Grandes
reservas florestais estão sendo dizimadas para dar lugar à atividade pecuária e regiões litorâneas estão
sendo ocupadas, com pouco ou nenhum controle, pela indústria hoteleira causando desequilíbrios
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ecológicos irreversíveis ao ambiente.

As principais ameaças sobre o solo são a erosão, a mineralização da matéria orgânica, redução da
biodiversidade, a contaminação, a impermeabilização, a compactação, a salinização, o efeito degradante
das cheias e do desabamento de terras. A ocorrência simultânea de algumas dessas ameaças aumenta os
seus efeitos, apesar de haver diferentes intensidades regionais e locais (os solos não respondem todos da
mesma maneira aos processos de degradação, dependendo das suas próprias características).

Todas essas ameaças podem ser controladas, e reduzidas, com a adoção dos princípios estabelecidos na
Agenda 21, e nos demais documentos produzidos por diversas instituições, empresas, ONG’s e organismos
governamentais ao longo dos últimos anos. As pequenas decisões individuais, entretanto, são de vital
importância para a preservação ambiental, e podem ser implementadas durante o cotidiano. Deixar de
jogar resíduos nas ruas já é um bom começo. Promover a reciclagem, evitar o desperdício, orientar e
conscientizar as demais pessoas são atitudes que proporcionam benefícios a nós próprios e às gerações
futuras.

Título : B1 - A Atmosfera

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A Atmosfera

A Organização Mundial de Saúde — OMS divulgou que 3 milhões de pessoas morrem anualmente devido
aos efeitos da poluição atmosférica. Isso representa o triplo das mortes anuais em acidentes
automobilísticos. Um estudo publicado na revista científica inglesa The Lancet, em 2000, concluiu que a
poluição atmosférica na França, Áustria e Suíça é responsável por mais de 40.000 mortes anuais, nesses
três países. Cerca da metade dessas mortes se deve à poluição causada pelas emissões dos veículos.

Nos Estados Unidos, as fatalidades no trânsito totalizam pouco mais de 40.000 por ano, enquanto a
poluição atmosférica ceifa anualmente 70.000 vidas. As mortes causadas pela poluição atmosférica nos
Estados Unidos equivalem às mortes por câncer de mama e da próstata, conjuntamente. Esse flagelo das
cidades, tanto nos países industrializados quanto nos países em desenvolvimento, ameaça a saúde de
bilhões de pessoas.

Essas informações, além das percepções pessoais dos efeitos da poluição do ar em nosso cotidiano,
reforçam a importância da adoção de atitudes imediatas para seu controle e sua redução. Entende-se como
poluição do ar, a mudança em sua composição ou em suas propriedades, decorrentes das emissões de
poluentes, tornando-o impróprio, nocivo ou inconveniente à saúde, ao bem-estar público, à vida animal e
vegetal e, até mesmo, ao estado de conservação de determinados materiais. Essa poluição decorre
principalmente da atividade humana em vários aspectos, dentre os quais destacamos o crescimento
populacional, industrial e os hábitos da população.

A degradação da qualidade do ar ao longo das últimas décadas constituiu o reverso da medalha do


crescimento econômico mundial, não só pelos prejuízos ambientais, mas também pelos danos à saúde
pública. Ao longo das últimas décadas, problemas que até então eram desconhecidos passaram a ser
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temas do cotidiano. As chuvas ácidas — provocadas pelas emissões de dióxido de enxofre —, o buraco do
ozônio — devido aos clorofluorcarbonetos (CFC) — e o aquecimento global — derivado das emissões
crescentes de dióxido de carbono, metano e outros compostos — assumiram contornos preocupantes. Para
além desses problemas globais, outros se acrescentaram em nível local, como as emissões de compostos
perigosos, provenientes das indústrias ou da queima de produtos e resíduos, que também se tornaram uma
fonte adicional de preocupação mundial.

Os problemas de poluição atmosférica são, em quase todos os casos, globais e originados, sobretudo, na
queima de combustíveis fósseis e de biomassa, quer para a produção de eletricidade, para os processos
industriais, ou ainda para os transportes. Com efeito, essas atividades são as principais fontes de emissão
de dióxido de carbono, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, óxidos de azoto, partículas suspensas,
compostos voláteis e alguns metais pesados.

O aumento do parque automobilístico e do conseqüente consumo de combustíveis vem provocando efeitos


bastante negativos no ambiente e saúde pública. Além disso, nos últimos anos têm aumentado os casos de
doenças respiratórias, por causa dos aparelhos de ar-condicionado, que segundo estudos nos Estados
Unidos representam 5% das pneumonias. As queimadas das florestas, constatadas freqüentemente no
Brasil, as cinzas originadas das erupções vulcânicas e os resíduos tóxicos contaminantes, gerados nas
usinas nucleares, agravam a qualidade das condições atmosféricas

Perante as evidências científicas do aumento da poluição e do aquecimento global — com implicações na


temperatura, subida do nível do mar, aumento de catástrofes naturais, etc. — foi assinado em 1997 o
Protocolo de Kyoto para que em 2010 se registre uma redução global em 5,2% nas emissões de gases de
estufa em relação ao ano de 1990. Apesar da resistência dos Estados Unidos, diversas nações estão
desenvolvendo esforços para o controle e a redução da poluição ambiental, contando com o expressivo
apoio e atuação das Organizações Não Governamentais, as ONG’s.

Todos nós podemos participar dos esforços para evitar ou reduzir a poluição atmosférica com a adoção de
pequenas atitudes em nossa comunidade, como, por exemplo, priorizar o uso de transportes coletivos ou
utilizar combustíveis menos poluidores, como o gás natural. Essas são decisões individuais e imediatas.

Agravantes da Poluição Atmosférica

Efeito Estufa: O gás carbônico e outros poluentes, quando em grandes quantidades, formam um filtro na
atmosfera, retendo o calor, provocando um aumento na temperatura média. A esse fenômeno dá-se o nome
de Efeito Estufa.

Chuva Ácida: A queima de carvão, de combustíveis fósseis e os poluentes industriais lançam dióxido de
enxofre e dióxido de nitrogênio na atmosfera, combinando-se com o hidrogênio sob a forma de vapor de
água, resultando em chuvas ácidas. Ao caírem na superfície, alteram a composição química do solo e das
águas, atingem as cadeias alimentares, destroem florestas e lavouras, atacam estruturas metálicas,
monumentos e edificações.

Inversão Térmica: A inversão térmica é um fenômeno meteorológico que ocorre principalmente em


metrópoles e principais centros urbanos. As radiações solares aquecem o solo e o calor que nele fica
retido irradia-se, aquecendo as camadas mais baixas da atmosfera, que tendem a subir, formando correntes
de convecção do ar. Os poluentes sobem e se dispersam nas camadas mais altas da atmosfera.

Poluição Urbana: A poluição atmosférica, nas regiões urbanas, tem aumentado devido à crescente
atividade industrial e ao aumento do número de veículos motorizados em circulação.

Título : B2 - Energia e Meio Ambiente

Conteúdo :
71

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Energia e Meio Ambiente

Durante muito tempo, utilizando as forças disponíveis na natureza, o homem pôde gerar, transmitir e
consumir energia sem alterar significativamente o ambiente global. No começo, o homem queimava os
troncos e galhos de árvore para fazer o fogo sem que essa prática prejudicasse tanto as florestas. Mesmo
tendo se deparado, em várias circunstâncias, com a escassez provocada pela apropriação intensa das
fontes disponíveis, a humanidade evoluiu com um consumo de energia relativamente moderado. Mas, após
o advento da máquina a vapor, a devastação de florestas começou com grande intensidade, de forma a
garantir o suprimento de energia necessária ao atendimento de novas necessidades.

Com o passar do tempo, o carvão, o petróleo e a eletricidade passaram a constituir as bases da moderna
civilização industrial suprindo a expansão crescente do consumo de combustíveis, imprescindíveis para o
novo padrão de produção. De meados do século XIX em diante, a velocidade e a amplitude impressas às
atividades econômicas demonstrariam a chegada de um nível tão crescente de consumo dos recursos
naturais que, pela primeira vez na história, o equilíbrio ecológico essencial para a vida humana poderia ser
seriamente comprometido.

O sistema energético, que compreende as atividades de extração, processamento, distribuição e uso de


energia, vem ocasionando cada vez mais problemas ambientais à medida que se expande o conjunto de
suas atividades. Nos últimos anos, as alterações climáticas vêm sendo acentuadas em função da emissão
de bilhões de toneladas de gases poluentes na atmosfera pelos veículos e indústrias consumidoras de
combustíveis fósseis. Estima-se que o setor de transportes seja o maior responsável pela degradação do
meio ambiente respondendo pela emissão de 50% dos hidrocarbonetos em áreas urbanas e 15% do total
de todo o dióxido de carbono gerado no mundo.

Os freqüentes desastres ecológicos, provocados pelo derramamento de petróleo em suas regiões


produtoras, por vazamento ocorridos em oleodutos e em navios de transporte, também são decorrentes da
crescente e intensiva atividade do sistema energético. Esse mesmo sistema também é responsável pelos
danos causados em grandes extensões territoriais quando da produção de insumos energéticos (biomassa)
sem os cuidados necessários com a preservação e a conservação ambiental. As queimadas nos canaviais
se constituem num flagrante exemplo da obtenção de biomassa com a conseqüente degradação do solo, da
atmosfera e da água. A própria tecnologia usada, mesmo sob condições normais de operação, cujo exemplo
mais temido ainda é o do funcionamento das centrais nucleares, pode comportar riscos consideráveis para
a vida humana e o ambiente.

Esses impactos negativos são percebidos em todas as regiões do planeta, em diferentes graus de
intensidade, notadamente em um momento em que já se vislumbra o fim das reservas de combustíveis não
renováveis e a busca de energias alternativas vem sendo empreendida sem um controle efetivo de suas
conseqüências para o meio ambiente.

O que precisa ser feito é a conscientização do homem para a exploração e utilização de fontes de energia
renováveis e de menor ou nenhum impacto para o meio ambiente, e também uma mudança cultural do
72
modo de utilização da energia para o atendimento de suas necessidades, procurando utilizá-la de forma
inteligente, racional e responsável.

Os desafios para se continuar a expandir as necessidades energéticas da sociedade com menores efeitos
ambientais são enormes. É praticamente impossível eliminar os impactos ambientais de sistemas
energéticos. O trabalho dos cientistas e analistas de energia é, na verdade, oferecer alternativas de
escolhas para a sociedade e facilitar seu acesso a esse tipo de informação. Essa é uma matéria de grande
complexidade, que envolve não só a discussão de aspectos técnicos, mas também de preferências,
padrões de conforto desejados pela sociedade e custos de energia. Existe urgentemente a necessidade de
questionar os principais condicionantes da crescente demanda de energia: nosso sistema de urbanização,
as atividades econômicas e estilos de vida. Somente mudanças nessas áreas possibilitarão maior utilização
de tecnologias mais limpas e eficientes, fontes renováveis e descentralizadas.

Observações

• O consumo brasileiro de energia é proveniente em sua maior parte de óleo (47,1%), seguido pelas
fontes de energia renováveis (35,4%), como biomassa tradicional, hidroeletricidade, e as chamadas
novas fontes de energia renovável (novas fontes e biomassa moderna). Considerando toda a
energia utilizada no mundo, o percentual proveniente de combustíveis fósseis chega a 80%. Na
categoria energias renováveis, a biomassa moderna se refere principalmente ao álcool. A
participação brasileira nesse segmento chega a 70% da contribuição mundial.
• O mercado de energia movimenta no mundo US$ 1 trilhão por ano, o equivalente a 3% do PIB
mundial. As cifras são ainda elevadas quando se trata de gastos com infra-estrutura de energia: de
US$ 40 a 60 bilhões.
• Para a produção mundial de eletricidade, o carvão contribui com 39,1%, os produtos do petróleo
com 7,9%, o gás com 17,4% e a geração nuclear com 16,9%. Em último lugar estão as fontes
geotérmica e solar, com 0,5%. No Brasil, a maior contribuição é proveniente do petróleo, com
47,1%.

Definições

Energia Solar: Abundante e permanente, renovável a cada dia, não polui e nem prejudica o ecossistema. A
energia solar é a solução ideal para áreas afastadas e ainda não eletrificadas, onde se encontram bons
índices de insolação em qualquer parte do território.

Biomassa: Fontes orgânicas, resíduos de madeira e plantas como a cana-de-açúcar, que são usadas para
produzir energia. O lixo orgânico também pode ser convertido em combustível para o transporte, indústrias
e mesmo residências.

Biodiesel: Produzido a partir de oleaginosas, como o dendê, a mamona e a soja, o biodiesel reduz as
principais emissões locais associadas ao diesel. É biodegradável e não tóxico.

Gás Natural: Mistura de hidrocarbonetos leves, de origem fóssil, que à temperatura ambiente e pressão
atmosférica, permanece no estado gasoso. É um gás inodoro e incolor, não é tóxico e é mais leve que o ar.
O gás natural é uma fonte de energia limpa, que pode ser usada nas indústrias, substituindo outros
combustíveis mais poluentes, como óleos combustíveis, lenha e carvão.
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Usina Termelétrica: Instalação que produz energia elétrica a partir da queima de carvão, óleo combustível
ou gás natural em uma caldeira projetada para esta finalidade específica.

Energia Hídrica: Energia proveniente do movimento das águas. Ela é produzida por meio do
aproveitamento do potencial hidráulico existente num rio, utilizando desníveis naturais, como quedas de
água, ou artificiais, produzidos pelo desvio do curso original do rio.

Petróleo: Fonte de energia não renovável, de origem fóssil, é matéria-prima da indústria petrolífera e
petroquímica.

Energia nuclear: Energia obtida a partir do calor da reação do combustível nuclear (urânio), é a que mais
tem chamado a atenção quanto aos seus impactos ambientais. Os riscos de contaminação radioativa têm
aumentado consideravelmente o nível de segurança das usinas, mas ainda sem soluções satisfatórias e
aceitáveis para o problema do lixo atômico.

Título : B2 - A Educação Ambiental

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A Educação Ambiental

Historicamente a humanidade, como um todo, não tem cuidado bem do planeta, nem dos seres que nele
vivem.

Os primeiros seres humanos que habitaram o planeta enfrentaram inúmeros desafios e dificuldades de
adaptação à natureza e precisavam descobrir como encontrar água para beber durante as secas, que tipos
de frutos serviam para comer, como evitar animais selvagens, que materiais poderiam ser usados como
utensílios ou ferramentas, como se proteger das intempéries.
74
Naquele momento, o conhecimento ambiental era necessário para sua sobrevivência e o acúmulo desse
conhecimento foi sendo repassado por gerações, acrescido de novas descobertas.

Com a evolução da civilização e a urbanização, a percepção do ambiente mudou drasticamente,


principalmente após o ser humano ter assimilado conhecimento e tecnologias com as quais se tornaram
possíveis o ‘controle’ de vários aspectos da natureza. A obtenção de alimentos através da agricultura e a
construção de abrigos servem como alguns exemplos.

A partir da Revolução Industrial, a natureza passou a ser apropriada como se seus recursos fossem
infinitos, gerando o esgotamento de recursos naturais, destruição de ecossistemas e a perda da
biodiversidade. Os mecanismos de sustentação da vida na Terra passaram a ser ameaçados.

Atualmente, com a maioria da população vivendo em centros urbanos, com todo o conforto proporcionado
pelas novas tecnologias, o desperdício dos recursos naturais é feito de forma inconsciente. O lixo produzido
nas residências é levado para não se sabe onde, os resíduos industriais são levados e depositados em
qualquer local, sem que as pessoas percebam a relação entre o meio ambiente e o seu cotidiano.

Mas a natureza desperta e cobra seu preço.

O modelo de desenvolvimento que prioriza a utilização intensiva dos recursos naturais, com a geração de
toneladas de resíduos poluentes e contaminantes a cada minuto, vem apresentando seu esgotamento. As
conseqüências da poluição descontrolada se faz sentir por todos, em todas as regiões do planeta.

O agravamento das condições ambientais, notadamente nos últimos anos, despertou a consciência de
cientistas, empresários, governantes e representantes de diversos segmentos da sociedade civil para a
busca de soluções que pudessem garantir a vida na Terra nos anos futuros.

Cientes da importância do papel da educação para a preservação ambiental, os participantes da


Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente ‘Rio-92’ promoveram, além do debates oficiais, dois
evento marcantes para a evolução da Educação Ambiental: a "1ª Jornada Internacional de Educação
Ambiental", um dos encontros do Fórum Global atraiu cerca de 600 educadores do mundo todo; e o
"Workshop sobre Educação Ambiental" organizado pelo MEC.

Nesses eventos foram produzidos documentos referenciais para todos aqueles interessados e envolvidos
na Educação Ambiental. Na Agenda 21, por exemplo, o Capítulo 36 é dedicado à “Promoção do Ensino, da
Conscientização e do Treinamento para reorientar o ensino do desenvolvimento sustentável, aumentando
consciência pública”, reforçando a urgência em envolver todos os setores da sociedade através da
educação formal e não-formal nos temas referentes ao meio ambiente.

A partir de então diversas Instituições e Organismos internacionais vêm produzindo estudos e documentos,
realizando cursos, seminários e congressos visando à formação e à conscientização de todos os
interessados e compromissados com o desenvolvimento sustentável do nosso planeta.

Todas as informações necessárias para o engajamento às questões ambientais estão sendo


disponibilizadas a cada instante pelas mídias impressa e eletrônica. Milhares de sites e de publicações,
específicas aos temas ambientais, estão acessíveis a todos nós. Podemos ser atores ou espectadores
nessa história. A opção é nossa.

Princípios da Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global

Simultaneamente à reunião de chefes de Estado ocorrida na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento — Rio de Janeiro, 1992 — foi realizado o Fórum Global das Organizações
Não-Governamentais, contando com a participação de 15.000 profissionais atuantes na temática ambiental.
Nesse evento foram ratificados 32 tratados, dentre eles o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades
Sustentáveis e Responsabilidade Global, documento que constitui marco referencial da Educação Ambiental
(EA), no qual são definidos os seus princípios de compromisso com mudanças nas dimensões individuais e
estruturais. Aborda os direitos e os deveres que cabem aos cidadãos, tendo em vista o estabelecimento de
sociedades sustentáveis.
75
1) A Educação é direito de todos; somos todos aprendizes e educadores.

2) A Educação Ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador, promovendo a
transformação da sociedade.

3) A Educação Ambiental é individual e coletiva. Tem o propósito de formar cidadãos com consciência local
e planetária.

4) A Educação Ambiental não é neutra, mas ideológica. É um ato político.

5) A Educação Ambiental deve envolver uma perspectiva holística, enfocando a relação entre o ser humano,
a natureza e o universo de forma interdisciplinar.

6) A Educação Ambiental deve estimular a solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos humanos,
valendo-se de estratégias democráticas.

7) A Educação Ambiental deve tratar as questões globais críticas, suas causas e inter-relações em uma
perspectiva sistêmica, em seu contexto social e histórico.

8) A Educação Ambiental deve facilitar a cooperação mútua e eqüitativa nos processos de decisão, em
todos os níveis e etapas.

9) A Educação Ambiental deve recuperar, reconhecer, respeitar, refletir e utilizar a história indígena e
culturas locais, assim como promover a diversidade cultural, lingüística e ecológica.

10) A Educação Ambiental deve estimular e potencializar o poder das diversas populações, promovendo
oportunidades para as mudanças democráticas de base que estimulem os setores populares da sociedade.

11) A Educação Ambiental valoriza as diferentes formas de conhecimento. Este é diversificado, acumulado e
produzido socialmente.

12) A Educação Ambiental deve ser planejada para capacitar as pessoas a trabalharem conflitos de maneira
justa e humana.

13) A Educação Ambiental deve promover a cooperação e o diálogo entre os indivíduos e instituições com a
finalidade de criar novos modos de vida, baseados em atender às necessidades básicas de todos os
indivíduos.

14) A Educação Ambiental deve integrar conhecimentos, aptidões, valores, atitudes e ações.

15) A Educação Ambiental deve ajudar a desenvolver uma consciência ética sobre todas as formas de vida
com as quais compartilhamos este planeta, respeitar seus ciclos vitais e impor limites à exploração dessas
formas de vida pelos seres humanos.

Título : B2 - As empresas e o ambiente externo local

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Olá aluno,

Na aula de hoje nós vamos enfocar as empresas e o ambiente externo local.

A atividade econômica vem evoluindo qualitativa e quantitativamente ao longo dos tempos,


passando dos primitivos processos artesanais para os sofisticados e complexos processos
operacionais da atualidade. Dessa forma, para atender às crescentes necessidades da
sociedade, diversas empresas foram sendo instaladas sem levar em consideração os fatores
ambientais e a qualidade de vida das comunidades locais. Conseqüentemente, grandes
extensões de solos e de correntes de água estão improdutivas devido ao acúmulo de detritos e
dejetos poluentes deixados por empresas que estiveram, ou ainda continuam, ali instaladas.
Comunidades inteiras nessas regiões apresentam problemas respiratórios e dermatológicos
provocados pela emissão de poluentes e gases tóxicos.

Ao mesmo tempo em que a sociedade se beneficia dos bens e serviços gerados pelas
atividades econômicas, ela sofre com os efeitos nocivos dessas mesmas atividades, e seus
governos passam a despender cada vez mais recursos nas áreas da saúde e de saneamento.

Segundo Monosowski, após 1950 as estratégias de desenvolvimento adotadas perpetuaram as


características de permitir que o crescimento econômico de curto prazo fosse feito através da
modernização maciça e acelerada dos meios de produção. Nesse contexto, a industrialização, a
implantação dos grandes projetos de infra-estrutura básica e a exploração dos recursos
minerais e agropecuários foram feitas às custas de significantes impactos negativos ao meio
ambiente.

Atentos ao problema da gravidade e do estágio de degradação do meio ambiente,


notadamente nos últimos anos, os movimentos ambientalistas vêm se mobilizando e
pressionando para a implementação de ações governamentais rigorosas contra as empresas
poluidoras. Durante o período de vigência do Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento
(PND), de 1975 a 1979, foi definida a necessidade do controle da poluição industrial por meio
de normas reguladoras e se estabeleceu uma política de localização industrial nos grandes
centros urbanos. Esse primeiro passo prossegue e se consolida por meio de várias leis que
criaram diversos agentes de controle ambiental nos âmbitos federal, estadual e municipal.

A partir de então, algumas poucas empresas tomaram a iniciativa de melhorar a qualidade de


seu processo operacional com a compra e a utilização de novos equipamentos e instalações
com tecnologias que possibilitam a redução, ou a eliminação, do volume de resíduos poluentes.
Essas empresas que, durante muito tempo, foram pressionadas a se preocupar somente com a
qualidade de seus processos, de seus produtos e com a competitividade de seus preços – que
deixaram de ser vantagem para se tornar obrigação –, passaram a sofrer enorme pressão pela
qualidade no relacionamento com seus diversos públicos.

Contrariamente ao que se via no passado, a despreocupação com as exigências da legislação


ambiental pode se traduzir em redução de lucros pela perda de competitividade no mercado,
descrédito institucional e, até, privação da liberdade ou cessação das atividades produtivas. A
adequada interação entre a empresa e o meio ambiente está se transformando em
oportunidade para a abertura de mercados e a prevenção contra restrições de acesso aos
mercados internacionais.

O resultado, já perceptível, foi o surgimento de uma consciência de responsabilidade social por


parte das empresas, responsabilidade esta que se constitui em uma resposta do mundo dos
negócios para um conjunto de fatores operacionais que afetam diferentes partes interessadas
de uma organização, seus funcionários, fornecedores, clientes, comunidades, governo, etc.

As práticas de responsabilidade social passam, então, a ter destaque em muitas empresas.


77
Para Ashley “responsabilidade social poderia ser definida como o compromisso que uma
organização deve ter com a sociedade, expresso por meios de atos e atitudes que a afetem
positivamente, de modo amplo, ou a alguma comunidade, de modo específico (...). Assim,
numa visão expandida, responsabilidade social é toda e qualquer ação que possa contribuir
para a melhoria da qualidade de vida da sociedade”.
Mesmo reconhecendo os benefícios sociais proporcionados pelas empresas que geram
empregos não se deve descartar a necessidade de se avaliar se o montante de impostos pagos
e a ocupação de mão-de-obra local são compatíveis com os gastos governamentais para
prover a infra-estrutura necessária à manutenção da empresa, como fornecimento de água,
energia elétrica, saneamento básico, manutenção das vias públicas, infra-estrutura hospitalar,
etc. Ou seja, fatores relevantes às condições de boa qualidade de vida humana no local.

Em termos ideais, uma empresa somente poderá exercer sua atividade se o custo-benefício de
sua existência for positivo. Todo tipo de avaliação deverá contemplar o momento que antecede
a constituição da empresa e ocorrer periodicamente, após o início de suas atividades
operacionais, até o encerramento de suas atividades, no sentido de obrigar eventuais
poluidores à restauração do local antes do seu abandono.

A busca e a consolidação de uma imagem de empresa socialmente responsável faz com que o
meio empresarial busque formas de melhorar seu relacionamento com o meio ambiente e a
sociedade, de modo a contribuir para o desenvolvimento social e econômico, do qual depende
para sua sobrevivência.

Essas empresas, responsavelmente sociais, têm sua imagem melhorada junto à comunidade
em geral.

Bibliografia

Monosowski, E. Políticas ambientais e desenvolvimento no Brasil: Planejamento e


gerenciamento ambiental. Cadernos Fundap, v.9, nº 16, p.15-32, jun. 1989.
Ashley, Patrícia Almeida – coordenação – Ética e responsabilidade social nos negócios. São
Paulo: Saraiva, 2002.

Título : B2 - As Empresas e a cultura ambiental interna

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A relevância da cultura como fator de sustentabilidade é muito recente, especialmente nas


políticas públicas e nas atividades empresariais, onde raramente é pensada. Apesar disso, em
termos de sustentabilidade, as políticas culturais, por meio de seus instrumentos de
intervenção, são de suma importância para a conciliação entre o crescimento e o
desenvolvimento econômico.

Nesse cenário, as empresas de qualquer porte que pretendem ampliar seus mercados em
78
escalas regional, nacional ou internacional, devem estar atentas às diversidades culturais com
as quais deverão interagir durante o desenvolvimento de suas atividades. Além disso, terão de
aprender a combinar os aspectos relativos à obtenção de lucros — resultado de seu
empreendimento —, com aqueles relativos ao seu comportamento ético e social perante a
comunidade e o ambiente.

Para conquistar o reconhecimento de serem socialmente responsáveis, essas empresas devem


superar desafios adicionais, principalmente os relacionados à conduta de seus funcionários e
dirigentes. Afinal, a responsabilidade para com o próximo não deixa de ser um valor cultural.
Nesse momento, percebe-se a relevância cada vez maior dos aspectos culturais individuais e
coletivos que devem ser considerados em conjunto com as questões éticas e morais no
entendimento da responsabilidade nos negócios.

Geralmente, quando se aborda o tema da cultura organizacional, pensa-se prioritariamente


nos valores dos altos dirigentes de uma organização, valores estes considerados os mais
importantes em suas formas de gestão. Pouco se considera a efetiva contribuição cultural
própria daqueles que participam direta ou indiretamente dos processos produtivos — os
funcionários e colaboradores. Também são relegados a um plano secundário os aspectos
culturais da comunidade consumidora dos bens e serviços produzidos por essas organizações.

O conceito de cultura organizacional contempla os valores adjacentes aos procedimentos de


gestão e às atividades de uma organização a partir do contexto social em que esta se insere.
Assim, é possível perceber por que a dimensão cultural é essencial para se entender as formas
que a responsabilidade social corporativa vêm tomando no mundo dos negócios. A cultura
como fator de desenvolvimento consiste, então, em valorizar identidades individuais e coletivas
e promover integração entre os diversos segmentos da sociedade, considerando suas
características e valores.

A própria noção de responsabilidade social é um valor cultural cada vez mais aceito e
comumente empregado ao redor do mundo, principalmente como conseqüência das atuais
mudanças no modo como se concebe o papel da empresa perante a sociedade. Além disso,
cada empresa deve ser vista como um sistema cultural (tal como concebido no conceito de
cultura organizacional) numa rede de outros sistemas culturais mais amplos, com os quais se
relaciona.

As lógicas e valores culturais imprimem, conscientemente ou não, sentido às práticas de


pensamentos e comportamentos das pessoas. Juntamente com os princípios éticos e os
valores morais, os valores culturais vêm influenciando os modos de ação e práticas
administrativas e, portanto, o modo como a responsabilidade social corporativa é concebida e
implementada em determinada sociedade. Esses valores culturais constituem-se de
significados e regras de interpretação da realidade, estruturas cognitivas e simbólicas que
determinam o contexto no qual o ser humano, sendo um ser social, pensa e age (GEERTZ,
1978). Indivíduos, organizações, instituições e empresas funcionam de acordo com princípios,
valores e tradições culturais específicos que determinam a natureza do comportamento e
atitude de cada um.

Atualmente uma empresa é considerada socialmente responsável quando, além de manter ou


apoiar programas de preservação ambiental e atender à legislação pertinente a sua área de
atuação, procura valorizar seus funcionários, respeitar os direitos de seus fornecedores,
acionistas e integrantes da comunidade em que está inserida, especialmente no tocante aos
temas sociais das áreas da educação e da saúde.

Para a consecução de metas e objetivos empresariais, através de uma interação salutar com o
meio ambiente, faz-se necessário estabelecer, desenvolver e implantar uma cultura interna,
em que o compromisso com a utilização racional dos recursos produtivos e de seus resíduos, o
estabelecimento de boas regras de convivência entre diferentes culturas e o envolvimento
direto com projetos sociais e educacionais sejam constantes.

No que se refere aos aspectos materiais, os resultados dessa interação podem ser identificados
79
por meio do emprego de estoques de insumos antipoluentes para emprego no processo
operacional, nos investimentos realizados em tecnologias antipoluentes e nas obrigações
assumidas para a recuperação de áreas degradadas. O engajamento nos projetos de
alfabetização, de qualificação profissional, inclusão digital, incentivo aos esportes e às artes, a
preservação de mananciais e de florestas nativas são alguns dos aspectos positivos que podem
resultar dessa mesma interação.

Assim, só é possível entender como as organizações concebem e praticam sua


responsabilidade social por meio da constatação do modo como elas participam e se
relacionam com determinado ambiente sociocultural. E o incentivo à cultura deve ser
compreendido como um processo de criação de significados que oferecem sentido de vida
maior do que os esforços para produzir bens e serviços que apenas proporcionam visibilidade
às empresas ou a venda da cultura como algo a ser meramente consumido.

Bibliografia

Geertz, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

Título : B2 - A Gestão Ambiental nas organizações

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A comunidade empresarial está sendo pressionada a adotar políticas ambientalistas e a


implantá-las em seus processos produtivos, por uma sociedade que começa a tomar
consciência da importância das questões ambientais, e que passa a manifestar sua
preocupação e a exigir providências quanto à preservação e a utilização racional dos recursos
naturais.

Para Callenbach (CALLENBACH, 1993), a administração ambiental está associada à idéia de


resolver os problemas ambientais em benefício da empresa. Ela carece de uma dimensão ética
e suas principais motivações são a observância das leis e a melhoria da imagem da empresa.
Já o gerenciamento ecológico é motivado por uma ética ecológica e por uma preocupação com
o bem-estar das futuras gerações. Seu ponto de partida é uma mudança de valores na cultura
empresarial.
80

Diante desse novo cenário, as empresas devem assumir a responsabilidade de substituir


posturas reativas, no tocante às questões ambientais, por atitudes pró-ativas.

O entendimento da noção do meio ambiente como parceiro, ao invés de fator restritivo,


diminuiu as tensões e os conflitos que vinham ocorrendo na década de 1960 entre
preservacionistas e desenvolvimentistas. Os primeiros se convenceram de que a solução de
vários problemas, notadamente nos países em desenvolvimento, consistia em acelerar o
aumento de rendas com a adoção de medidas ambientais adequadas, enquanto que os
segundos se conscientizaram da impossibilidade de se aumentar as rendas sem levar em conta
os custos dos danos ambientais.

Para tornar viáveis as práticas empresariais que levem ao desenvolvimento sustentável, torna-
se indispensável a adoção de modernas técnicas de gestão, que devem ser atualizadas
continuamente, e a incorporação de inovações aos programas e políticas existentes. A “Carta
Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (ver abaixo)” registra 16 princípios de gestão
que implicam compromissos a serem assumidos pelas empresas no estabelecimento de um
sistema de gestão empresarial.

Os pressupostos da referida Carta e a necessidade de adaptação da comunidade empresarial


às novas exigências relativas às questões ambientais fizeram com que instituições de
reconhecida experiência no setor criassem normas específicas voltadas à Gestão Ambiental.
Em 1992, o British Standards Institute lança a norma BS7750 com o objetivo de propor um
sistema de Gestão Ambiental capaz de permitir a ordenação e a integração dos procedimentos
existentes na empresa, e que esta fosse passível de certificação.

Na mesma linha, e também motivada pela necessidade de avaliar a questão ambiental de


forma mais abrangente, a International Organization for Standartization (ISO) cria, em agosto
de 1991, o Strategic Advisory Group on Environment (SAGE) com a finalidade de propor ações
necessárias para a criação de um enfoque sistêmico de normatização e de certificação. Este foi
o ponto de partida para a elaboração do conjunto de normas ISO 14000.

A série ISO 14000 consiste num conjunto de normas, igualmente de caráter voluntário,
elaborado pela ISO que "visa estabelecer diretrizes para a implementação de sistemas de
gestão ambiental, nas diversas atividades econômicas que possam impactar o meio ambiente,
e para a avaliação e certificação destes sistemas, com metodologias uniformes e aceitas
internacionalmente".

Através da ISO 14000 as empresas se autodeclaram em conformidade ou buscam a


certificação junto a terceiros visando ao atendimento de demandas específicas.

Essas normas permitem às empresas de qualquer segmento ou porte orientar suas atividades
administrativas e operacionais para torná-las compatíveis com os objetivos do
desenvolvimento sustentável. Uma certificação ISO 14000 atesta as providências tomadas
pelas empresas no sentido de instalar um sistema básico de gestão empresarial, de forma a
obter melhorias contínuas no sistema gerencial sem, contudo, garantir melhor desempenho
ambiental por parte dessas empresas. O nível desse desempenho e o resultado esperado
dependem das circunstâncias que impactam direta ou indiretamente o processo produtivo.

Com a implantação de sistemas de gestão ambiental, as empresas passam a ter condições de


fabricar o mesmo produto com menor quantidade de água e matérias-primas gerando,
conseqüentemente, menos resíduos para serem tratados. Dessa forma, conseguem aumentar
sua produtividade e lucratividade.

O modelo de gestão ambiental proposto pela ISO é baseado numa visão organizacional que
adota os princípios elencados a seguir:

1o Princípio: Uma organização deve focalizar aquilo que precisa ser feito — deve assegurar
comprometimento ao SGA e definir sua política.
81
2o Princípio: Uma organização deve formular um plano para atender sua política ambiental.
3o Princípio: Para uma efetiva implementação, a organização deve desenvolver capacidades e
mecanismos de apoio necessários à realização dos objetivos e metas de sua política ambiental.

4o Princípio: Uma organização deve medir, monitorar e avaliar seu desempenho ambiental.
5o Princípio: Uma organização deve rever e continuamente aperfeiçoar seu sistema de gestão
ambiental, com o objetivo de aprimorar sua performance ambiental geral.

Nesse sistema, cada indivíduo na organização deve assumir responsabilidades individuais pela
melhoria ambiental.

Conclui-se, então, que a série ISO 14000 completa um quadro de significativas alterações
relacionadas às questões ambientais para o meio empresarial. Assim sendo, torna-se
perceptível o engajamento de algumas das principais empresas mundiais na assimilação do
conceito de desenvolvimento industrial sustentável e a incorporação de nova mentalidade
empresarial no que se refere à preservação do meio ambiente.

A adoção de novas tecnologias, processos e produtos de menor impacto ambiental passa,


então, a ser encarada como fatores condicionantes da sobrevivência das empresas em um
novo ambiente altamente competitivo.

Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável

Conhecida como Carta de Rotterdam, foi elaborada em 1990 pela Câmara de


Comércio Internacional (ICC).

Conhecida como Carta de Rotterdam, foi elaborada em 1990 pela Câmara de Comércio
Internacional (ICC).
1. Reconhecer a gestão ambiental entre as mais altas prioridades das corporações e como um
determinante-chave do desenvolvimento sustentável, do estabelecimento de políticas,
programas e práticas para conduzir operações de uma maneira ecologicamente saudável;
2. Integrar plenamente essas políticas, programas e práticas em cada negócio como um
elemento essencial da administração em todos os níveis funcionais;
3. Continuar melhorando as políticas, programas e o desempenho ambiental, tendo em vista
os futuros desenvolvimentos tecnológicos, um maior entendimento científico, as necessidades
dos consumidores e aspirações legais como ponto de partida, aplicando-se os mesmos critérios
internacionalmente;
4. Educar, treinar e motivar os empregados a conduzir suas atividades de uma maneira
ecologicamente responsável;
5. Avaliar os impactos ambientais antes de iniciar uma nova atividade ou projeto e antes de
desativar uma instalação ou deixar um local.
6. Desenvolver e fornecer produtos e serviços que não provoquem impactos ambientais
indevidos, que sejam seguros no seu uso intencional, que sejam eficientes no consumo de
energia e recursos naturais, e que possam ser reciclados, reutilizados ou seguramente
depositados;
7. Aconselhar, e quando necessário for, educar clientes, distribuidores e o público em geral
sobre o uso, transporte, estocagem e disposição final segura dos produtos fornecidos,
aplicando considerações similares ao fornecimento de serviços;
8. Desenvolver, conceber e operar instalações, bem como conduzir atividades tendo em vista o
uso sustentável dos recursos renováveis e a disposição final responsável e segura dos
resíduos;
9. Conduzir ou financiar pesquisas sobre o impacto ambiental da matéria-prima, produtos,
processos, emissões e outros resíduos associados ao empreendimento, assim como sobre os
meios de minimizar seus impactos negativos;
10. Modificar a manufatura, a comercialização e/ou o uso de produtos e conduzir atividades,
no sentido de prevenir degradações sérias e irreversíveis do meio ambiente, de acordo com o
entendimento técnico-científico;
82
11. Promover a adoção desses princípios pelos prestadores de serviços e fornecedores da
empresa. Quando necessário, requerer melhorias nos seus procedimentos, a fim de torná-los
consistentes com os princípios da empresa, encorajando sua plena adoção;
12. Desenvolver e manter, onde existir perigo significativo, planos emergenciais em parceria
com os serviços de socorro, autoridades competentes e comunidade local, reconhecendo o
potencial dos impactos além dos limites da própria instalação;
13. Contribuir na transferência de tecnologias ecologicamente saudáveis e de métodos
gerenciais entre os setores públicos e privados;
14. Contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas, programas inter-governamentais e
comerciais e iniciativas educacionais que garantam a proteção e a consciência ecológica;
15. Fomentar a transparência e o diálogo com os empregados e o público, antecipando e
respondendo suas preocupações quanto aos impactos e ameaças potenciais de operações,
produtos, detritos e serviços, incluindo aqueles de significação global e regional;
16. Medir o desempenho ambiental; conduzir auditorias ambientais e avaliações de acordo com
as exigências e princípios legais e da própria empresa. Fornecer periodicamente, para a
direção, acionistas, empregados, autoridades e o público em geral, informações apropriadas
sobre o desempenho ambiental.

Bibliografia

CALLENBACH, E., et al. Gerenciamento Ecológico – Eco-Manangement – Guia do Instituto


Elmwood de Auditoria Ecológica e Negócios Sustentáveis. São Paulo: Ed. Cultrix, 1993.

Título : B2 - Ética e desenvolvimento sustentável

Conteúdo :

As questões éticas e de valores humanos vêm ocupando posições de destaque na formulação


de políticas para a gestão do desenvolvimento sustentável, notadamente em um momento em
que o resultado das agressões ao meio ambiente torna-se cada vez mais visível e sentido por
toda a sociedade.

Esse cenário indica que as empresas devem pautar suas prioridades na compreensão da ética
e aplicá-la em todos os processos e etapas de suas atividades produtivas, de forma a garantir
sua sobrevivência evitando erros anteriores, propondo e implementando novos caminhos para
o alcance de seus objetivos.

Pensar no modelo de uma ética organizacional se faz necessário para que a empresa
estabeleça sua missão, visão e valores para determinar sua finalidade específica de acordo
com critérios socialmente aceitáveis. Nesse momento, é de suma importância que a definição e
os conceitos de ética empresarial sejam corretamente entendidos e interpretados por todos
aqueles que interagem direta ou indiretamente com as empresas.

Moreira define a ética empresarial como “o comportamento das empresas — entidade lucrativa
— quando ela age de conformidade com os princípios morais e as regras do bom proceder
aceitas pela coletividade (regras éticas).” (MOREIRA, 1999). E Denny assevera que “o
comportamento ético dentro e fora da empresa permite às companhias inteligentes baratear os
produtos, sem diminuir a qualidade e nem baixar os salários, porque uma cultura ética torna
possível reduzir os custos de coordenação.” (DENNY, 2001).

Tentativas de criar códigos de conduta, centrais de atendimento para denúncias de fatos ou


ocorrências desabonadoras de dentro e de fora da empresa, treinamento para funcionários e
parceiros, são algumas das iniciativas empresariais que objetivam garantir padrões éticos no
relacionamento com seus públicos, e que ajudam a construir uma boa imagem em seu
ambiente social. Para Nash, "empresas preocupadas com padrões de conduta ética em seu
relacionamento com clientes, fornecedores, funcionários e governantes, ganham a confiança
83
de seus clientes e melhoram o desempenho de seus funcionários" (NASH, 1993).

No tocante à conduta empresarial para com o meio ambiente, esquecida e desprezada por
muito tempo, percebe-se uma intensa mobilização por parte da sociedade para que as
empresas assumam compromissos efetivos com a preservação ambiental, especialmente
quanto ao tratamento e a destinação dos resíduos resultantes dos processos produtivos.

Nesse contexto surge, então, uma nova ética, diferente da ética tradicional, definida como “o
estudo da conduta comportamental do ser humano em relação à natureza, decorrente da
conscientização ambiental e conseqüente compromisso personalíssimo e preservacionista,
tendo como objetivo a conservação da vida global”. Essa nova ética começa então a penetrar
na consciência de todos aqueles que participam de qualquer atividade produtiva, moldando
novos comportamentos e atitudes.

Como agentes transformadores, as empresas exercem uma influência sobre a sociedade, o


meio ambiente e os recursos humanos. Assim, tendo como premissas a ética e a
responsabilidade social, criam e desenvolvem vários projetos prioritariamente voltados para
seus funcionários, e em alguns casos para seus dependentes e para a comunidade à sua volta.

Nesse sentido, a Norma SA8000 se constituiu no primeiro padrão de certificação social que
busca garantir os direitos básicos dos trabalhadores, o aprimoramento de seu bem-estar e as
boas circunstâncias de trabalho, através de requisitos e metodologias de auditoria para
avaliação correta e adequada das condições do local de trabalho.

Criada em 1988 por um grupo internacional liderado pelo CEPAA — Council for Economic
Priorities Accreditation Agency, a SA8000 é adequada para aplicação de processos de auditoria
em ambientes de trabalho, podendo ser implementada em instalações de todos os portes,
setores industriais ou regiões.

Publicada pela Social Accountability International — SAI e inspirada na Norma de Sistema de


Gestão da Qualidade ISO 9000, a Norma SA8000 foi fundamentada em princípios de normas
internacionais de direitos humanos, como os estabelecidos nas Convenções de Organizações
de Trabalho Internacionais, na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança e na
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Seus rigorosos requisitos de certificação, e a
qualificação dos consultores especializados visam garantir a adequada e correta
implementação dos processos de certificação e registro por parte das empresas
compromissadas com a responsabilidade social.

A SA 8000 fornece padrões transparentes, mensuráveis e verificáveis para certificar o


desempenho de empresas em nove áreas essenciais: trabalho infantil, trabalho forçado, saúde
e segurança, liberdade de associação, discriminação, práticas disciplinares, jornada de
trabalho, salários e gestão. Também demonstra que a empresa certificada atua com
responsabilidade social e possui condições de trabalho adequadas, o que pode ser
institucionalmente muito vantajoso para a empresa.

Conclui-se então que a empresa, ao optar por um novo padrão de estratégia de reestruturação
produtiva, levando em consideração os fatores éticos, pode gerar um diferencial que lhe
permita manter-se num mercado cada vez mais competitivo e globalizado.

Bibliografia

MOREIRA, Joaquim Manhães. A ética empresarial no Brasil, São Paulo: Pioneira, 1999, p. 28.
DENNY, Ercílio A. Ética e sociedade. Capivari: Opinião E. 2001.
NASH, Laura. Ética nas empresas: boas intenções à parte. São Paulo: Makron Books, 1993.

Principais pontos da Norma SA8000:


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1. Trabalho Infantil
A empresa não deve se envolver ou apoiar a utilização de trabalho infantil. Ela deve
estabelecer e manter procedimentos para reparação de crianças que forem encontradas
trabalhando em situações de trabalho infantil e fornecer apoio adequado para possibilitar que
freqüentem e permaneçam na escola até passar a idade de criança. A empresa não deve expor
crianças ou trabalhadores jovens a situações dentro ou fora do local de trabalho que sejam
perigosas, inseguras ou insalubres.

2. Trabalho forçado
A empresa não deve se envolver ou apoiar a utilização de trabalho forçado, nem deve solicitar
dos funcionários fazer “depósitos” ou deixar documentos de identidade quando iniciarem o
trabalho com a empresa.

3. Saúde e segurança
A empresa deve proporcionar um ambiente de trabalho seguro e saudável e tomar as medidas
adequadas para prevenir acidentes e danos à saúde. Ela deve assegurar que todos os
funcionários recebam treinamento sobre saúde e segurança e estabelecer sistemas para
detectar, evitar ou reagir às ameaças à saúde e segurança de todos os funcionários. Um
representante da alta administração deve ser nomeado como responsável pela saúde e
segurança de todos os funcionários.

4. Liberdade de associação e direito à negociação coletiva


A empresa deve respeitar o direito de todos os funcionários de formarem e se associarem a
sindicatos de trabalhadores de sua escolha e de negociarem coletivamente. Deve também
facilitar meios paralelos de associação livre e independente e de negociação para todos esses
funcionários, assegurando que os representantes de tais funcionários não sejam sujeitos à
discriminação.

5. Discriminação
A empresa não deve se envolver ou apoiar a discriminação na contratação, remuneração,
acesso a treinamento, promoção, encerramento de contrato ou aposentadoria, assim como não
deve interferir com o exercício dos direitos dos funcionários em observar preceitos ou práticas
relativas à raça, classe social, nacionalidade, religião, deficiência, sexo, orientação sexual,
associação a sindicato ou afiliação política.

6. Práticas disciplinares
A empresa não deve se envolver ou apoiar a utilização de punição corporal, mental ou coerção
física e abuso verbal.

7. Horário de trabalho
A empresa deve cumprir com as leis aplicáveis e com os padrões de referência sobre horário
de trabalho. A semana de trabalho normal deve ser conforme definido por lei, mas não deve
regularmente exceder a 48 horas. Aos empregados deve ser garantido, pelo menos, um dia de
folga a cada período de sete dias. Todo trabalho extra deve ser remunerado em base especial
e, em nenhuma circunstância, deve exceder a 12 horas por empregado por semana.

8. Remuneração
A empresa deve assegurar que os salários pagos por uma semana padrão de trabalho devem
satisfazer a pelo menos os padrões mínimos de referência e devem ser suficientes para
atender às necessidades básicas dos funcionários e proporcionar alguma renda extra. Deve ser
assegurado que as deduções dos salários não sejam feitas por razões disciplinares, e a
composição de salários e benefícios seja detalhada clara e regularmente para os trabalhadores.

9. Sistemas de Gestão Política


A alta administração deve definir a política da empresa quanto à responsabilidade social.

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