Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Ponto prévio:
Partimos do princípio de que o nosso trabalho se destina a um jornal on-line.
Para fazer jornalismo, portanto. Para o efeito, todo o seu enquadramento e desenho, tem
esse objectivo. O que passa por linkar e hiperlinkar, utilizando os recursos disponíveis
na rede, de uma forma sustentada . (Exemplo: O jornal on-line “Portugal Diário”
(www.diario.iol.pt), que costuma utilizar um assunto principal em destaque e, depois,
links para “assuntos relacionados”) .
Nesse sentido, o multimédia constitui um meio para apresentar o trabalho. Não
utilizando os recursos isoladamente – áudio, texto, vídeo, fotografia -, numa lógica de
“many media”, mas juntando -os, de facto, como um todo “multimédia” (Salaveria, 2001,
p. 3), promovendo (dentro dos recursos possíveis) alguma interactividade.
Uma ideia que se impõe, tanto mais que, nos dias que c orrem, para além de mero
utilizador (user), quem acede à rede (hipoteticamente ao nosso trabalho on-line, também)
quer ser produtor (producer). A mistura dos dois, na língua inglesa corresponde a
“produzer” (Pereira, 2008), seja lá o que isso for… (“Jornalismo do Cidadão”, ainda que
pela via dos comentários?).
Esta perspectiva tem em conta as mudanças operadas na forma de fazer
jornalismo, atendendo a que “com a World Wide Web e, mais especificamente com a
Internet, são postas em destaque as rupturas operad as relativamente aos quadros e
paradigmas pré-existentes” (Pinto, 2004, pp. 2 -3).
Como princípio pretendemos utilizar os recursos que estão disponíveis na rede
para fazer jornalismo, sem que isso queira significar qualquer tipo de aligeiramento nos
procedimentos, não obstante a forma “mais curta” de escreve r o possa, equivocamente,
indiciar.
Apresentação do tema
Como conciliar o progresso de uma cidade, nomeadamente em termos de
construção, com a defesa do património histórico? Como assunto principal do projecto
propomo-nos abordar os constrangimentos e as vantagens desta situação.
Um tema que, em Braga, faz todo o sentido. Nomeadamente no que ao vestígios
da romanização diz respeito. Basta fazer uma busca num qualquer motor de pesquisa
para chegar a essa conclusão (ver anexos 1, 2, 3 e 4).
Enquadramento
Caso: A cidade de Braga. A “Bracara Augusta” coloca constrangimentos à
construção. Casos recentes: obras na Av. Central (em curso) e terraplanagens para
construção novo hospital (muito recente).
Constrangimento: a demora das obras para que as prospecções arqueológicas
sejam feitas / Mais-valia: preservação do património , um tema explorado pelo “Jornal
de Notíciass” de 9 de Março de 2009 : “Obras do novo hospital são necessárias, mas o
povo quer ver preservado o complexo” (anexo 3).
Há, no entanto, notícias de uma boa coexistência entre a preservação do
património e o progresso, como são os casos da Estação de Braga e das “Frigideiras do
Cantinho” (pastelaria do centro da cidade), em que se construiu uma janela de
observação museológica para a preservação das ruínas. Mais recentemente (tem poucos
dias), as obras na Av. Central e o shopping projectado para o antigo edifício dos
“Correios”, que vai ter “janela museológica” (anexo 4).
“Braga Romana” é assumida pela Câmara Municipal de Braga como um ex-
libris em termos turísticos. Anualmente realiza-se (em Junho) a iniciativa “Braga
Romana”, recreando o ambiente da época romana na cidade. Mas será que h á, de facto,
essa preocupação, não obstante a avidez pelo betão? Será um verdadeiro ex-libris?!
Temos previsto recolher depoimentos de responsáveis da Câmara de Braga
(contacto já efectuado: Director da Divisão Municipal de Renovação Urbana, Pedro
Lopes), da Junta de Freguesia de S. Victor (presidente, já contactado), das fo rças
políticas mais representativas (assento na Assembleia Municipal), de cidadãos -comuns,
de responsáveis-activistas de associações locais de defesa do património (que integram
académicos especializados na área, casos de Sande Lemos e Miguel Bandeira, amb os
docentes na UM), para estabelecer um fio condutor que permita esclarecer o potencial
leitor sobre a dicotomia construção -preservação, contemplamos outras reportagens,
numa lógica de pirâmide deitada (Canavilh as, 2006, p.13).
Como resultado, esperamos obter na parte relativa a “saber mais”, trabalhos
jornalísticos sobre:
- Vídeo: vox populi, entrevistas (não a sua totalidade, já que algumas partes
podem ser escutadas em podcast… Apenas que possam ter relevância para serem
visionadas…; sendo certo que, em termos de blogue, uma peça com mais de dois
minutos, já demorará muito a fazer streaming, facto que pode constituir um “ruído” por
parte do utilizador… Como solução, podem-se “fatiar” as entrevistas em blocos
temáticos, quando for caso disso, de dois minutos… ).
- Infografia: mapa Bracara Augusta (interactivo); o que pode ser apoiado com o
googlemaps (nomeadamente para localizar exactamente vestígios no mapa)
JN3Mar09
Anexo 3
00h30m
PEDRO ANTUNES PEREIRA
Cerca de três centenas de pessoas participaram numa marcha "saudável" com o objectivo de lembrar a
necessidade de preservar o complexo das "Sete Fontes", organizada pela junta de S. Victor, As pa e
Associação Jovem Coop.
A construção do novo hospital de Braga ameaça o monumento do século XVIII, podendo tornar
irreversível o processo de classificação que está a decorrer.
A favor do novo hospital e a favor do complexo hidráulico das "Sete Fontes". Foram estas as duas
principais ideias desenvolvidas quer pelos organizadores da marcha quer pelos participantes. A
construção da chamada variante 103 em Gualtar pode colocar em risco todo este património: "o que está
em causa é a desqualificação e o desma ntelamento de um complexo já classificado de monumento
nacional".
O presidente da Junta de S. Victor mostrava sentimentos contraditórios: "tristeza porque não deveria ser
necessário estar aqui a defender o património nem trazer as pessoas para a rua; e de alegria por ver tantas
pessoas reunidas à volta de uma questão que não é de S. Victor, mas de todo o país".
Firmino Marques é um "defensor do novo Hospital mas também um defensor do complexo das Sete
Fontes", mas não compreende "como se pode estar em pleno século XX a tratar de uma questão que é
uma felicidade simples: a água. Noutro país, isto seria tratado como uma mina de ouro, aqui é preciso as
pessoas saíram à rua".
Também Miguel Bandeira, da ASPA, é a favor do novo hospital, "mas não de uma obra que s eja feita a
qualquer custo e a qualquer preço". Um dos responsáveis pela associação que mais tem defendido o
património bracarense criticou também a postura das autoridades públicas: "há 15 anos que estamos à
espera que as entidades não deixem este patrimó nio ao abandono. Soube, recentemente, que só agora é
que está a ser acordado o perímetro que deve ser preservado e isto não é concebível num monumento
nacional".
O abandono e a degradação a que vem sendo votadas as "Sete Fontes", não foram esquecidas por M iguel
Bandeira que lamenta também a postura da Câmara de Braga: "o mais grave é que durante todo este
tempo, o PDM não sofreu qualquer alteração desde que o pedido de classificação avançou".
São 13, as minas de água que compõem este complexo que, segundo R icardo Silva, as mais recentes
descobertas arqueológicas colocam na Idade do Bronze. No final, junto à bica pública das "Sete Fontes",
os participantes tinham ao seu dispor copos para puderem provar a água que mais testes tem feito e onde a
qualidade tem níveis muito elevados.
JN9Mar09
Anexo 4
A Fonte do Ídolo
11.03.2009
A Fonte do Ídolo é um local de culto que terá origem indígena, mas que continuou a ser utilizado em época romana. É um dos
monumentos mais bem preservados da época existente em Braga e está cl assificado como Monumento Nacional desde 1910. Localizado
num antigo quintal urbano, na Rua do Raio, o monumento a que o povo chamava a fonte do "Idro", é um santuário rupestre dedicado por
Celico Fronte a uma divindade fluvial, Tongonabiago, em que se des taca uma figura togada esculpida na rocha. Os arqueólogos da
Universidade do Minho acreditam que o edifício recentemente descoberto está associado a este culto local, absorvido pelo Império.
Bibliografia