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DIÁRIO
13/03/2009

INFORMATIVO
FECHAMENTO: 13/03/2009 – EXPEDIÇÃO: 15/03/2009 – ANO 29 – 2009 – PÁGINAS: 218/199 – FASCÍCULO SEMANAL Nº 11

Sumário
ATOS DO JUDICIÁRIO w Importação de pneus usados: AGU pede proce-
dência da ação
w STJ: Processo Judicial Eletrônico –
Regulamentação.....................................................217 w Novas súmulas: STJ aprova enunciados 371 e
w TRF 2ª R.: Juizados Especiais – Uniformização de 372
Jurisprudência das Turmas Recursais ......................215 w Súmulas 373 e 374: STJ aprova novos enuncia-
dos
LEMBRETE w Valor: honorários devem ser equitativos em rela-
ção à causa
w Empresário individual – Considerações ..................215
Projetos de lei...................................................200
DOUTRINAS w Atuação de defensor público em inventários,
partilhas, separações e divórcios é aprovada na
w Pensão alimentícia: o terço salarial contra as
CCJ
famílias fundadas no amor – Mário Gonçalves
w Isenção de IPI sobre carro usado por pessoa com
Júnior .....................................................................214
deficiência ou taxista pode ser prorrogada até
w O juiz e a prova no processo penal, sob o foco da
2014
Lei 11.690, de 10 de junho de 2008 – Ivan Lira de
w Projeto que exige divulgação dos dados de licita-
Carvalho ................................................................212
ções na Internet é aprovado na CCJ
w Recuperação de empresas do setor educacional –
Thiago Graça Couto...............................................207 w Projeto reduz lista de pessoas que têm direito à
prisão especial e combate o crime do colarinho
ESTUDO DE CASOS branco
w Recibos: prazo para guarda de documentos po-
w Policial – Empresa Privada – Vínculo derá ser de 2 anos
empregatício ..........................................................205
w Trote universitário ..................................................203 Concursos públicos...........................................199
w DECEA – DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO
NOTICIÁRIO ESPAÇO AÉREO: Técnico de defesa aérea e con-
trole de tráfego aéreo (Jurídica)
Destaques da semana .......................................202
w DEFENSORIA PÚBLICA-AL: Defensor Público
w Aviso prévio indenizado: não incide contribui-
ção previdenciária w MINISTÉRIO PÚBLICO-RJ: Promotor de Justiça
w Carteira de trabalho: empresa é condenada por w MINISTÉRIO PÚBLICO-RN: Promotor de Justiça
extravio Substituto
w Cobrança de dívida: empresa terá que indenizar w POLÍCIA CIVIL-RS: Delegado de Polícia
por agressão w TJ-PA: Analista Judiciário/ Oficial de Justiça Ava-
w Decisão Suprema: Ministério Público tem poder liador
de investigação w TRT-MG: Juiz Substituto

www.coad.com.br
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4. Diversamente do sistema inquisitivo (ou inquisitorial), no Sistema Jurídico Legislado do Brasil”, tamanha a amplitude
qual o juiz acumula as funções de investigação, de acusação do seu espectro.
e, às vezes, até mesmo da defesa do acusado. 12. BANDEIRA, Marcos Antonio Santos. Os poderes instrutó-
5. TEIXEIRA, Sálvio de Figueiredo. Código de Processo rios do juiz no processo penal: juiz espectador ou juiz prota-
Civil Anotado. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 98) gonista?. Disponível na Internet: http://www.amab.com.br/
6. PRADO, Geraldo. Sistema Acusatório – A Conformidade amab2006/artigos.php?fazer=det&cod=147. Acesso em
Constitucional das Leis Processuais Penais. 3ª ed. Rio de 1º set. 2008.
Janeiro: Lumen Juris, 2005, pp.136 a 137. 13. PORTO, Mário Moacyr. Estética do Direito. RCD – Revista
7. GRINOVER, Ada Pellegrini. A iniciativa do juiz no proces- do Curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande
so penal acusatório. Revista Brasileira de Ciências Crimi- do Norte, v.1, nº 1. Natal: EDUFRN – Editora da UFRN,
nais, nº 27, p. 71-79, jul. set. 1999, p. 73. 1996. p. 19.
8. GRINOVER, Ada Pellegrini. op. cit. 14. ob. cit., p. 19.
9. JARDIM, Afrânio Silva. Direito Processual Penal. 11ª ed. 15. ECO, Umberto. O nome da rosa. 42ª imp. Rio de Janeiro:
Rio de Janeiro: Forense, 2003. p. 190. Nova Fronteira. 1989. p. 159 e 160.
10. O inciso IV teve a sua redação alterada pela Lei 11.690/2008 16. MALATESTA, Nicola Framarino dei. A lógica das pro-
e o inciso VII foi acrescentado pela referida lei. vas em matéria criminal. vol. I. São Paulo: Saraiva, 1960,
p. 22.
11. Por não servir somente para “introduzir” o Código Civil,
esse diploma deveria ser chamado “Lei de Introdução ao 17. ob. cit., p.26.

Thiago Graça Couto RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS


Advogado Associado da Covac Sociedade DO SETOR EDUCACIONAL
de Advogados – Pós-Graduando em Direito
Processual Civil pela PUC-Rio e em Direito
da Tecnologia da Informação pela FGV-Rio –
mantenedor e desenvolvedor de Advocacia e
Tecnologia/Advtecno.com.

Considerações Iniciais Não existe qualquer óbice de que sociedades que


A recuperação judicial, extrajudicial e a falência são atuem no setor educacional façam uso dos mecanismos
reguladas pela Lei nº 11.101, de 9 de Fevereiro de 2005, previstos pela Lei 11.101/2005, notadamente da recupera-
sendo aplicável ao empresário e à sociedade empresária. ção judicial, desde que tenham escopo empresário.
Empresário é pessoa física em pleno gozo de sua Para fins ilustrativos, cabe destacar a situação enfren-
capacidade civil e sem impedimento legal, que com habi- tada pelo Colégio Isaac Newton, de Cuiabá.1
tualidade e visando o lucro, produz e/ou promove a circula- Em 8 de Julho de 2008, a referida instituição teve seu
ção de bens ou serviços. Por sociedade empresária, enten- pedido de recuperação deferido pelo juízo estadual. Equi-
de-se pessoa jurídica, formada por contrato, com fins de vocadamente, foi divulgado pela mídia local que o Colégio
realizar atividade com este mesmo propósito. estaria fechando as portas, em uma nítida confusão entre o
Evidentemente, não estão inclusas no conceito de instituto da recuperação judicial e da falência, cuja diferen-
sociedade empresária e, consequentemente, não fazem jus ciação será feita com maiores detalhes nos itens abaixo.
à recuperação de empresas, as associações e fundações, eis
Da Recuperação Judicial
que as mesmas constituem organizações sem fins econô-
micos. Existem duas formas de prevenção da falência de
Por disposição expressa, também estão excluídas do sociedades empresárias. De um lado, temos a recuperação
regime jurídico da Lei 11.101/2005 a empresa pública, judicial e, de outro, a extrajudicial com posterior e eventual
sociedade de economia mista, instituição financeira públi- homologação na justiça.
ca ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade A recuperação judicial propriamente dita tem por
de previdência complementar, sociedade operadora de objetivo viabilizar a superação da situação de crise econô-
plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, socie- mico-financeira do devedor, a fim de permitir a manuten-
dade de capitalização e outras entidades legalmente equi- ção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e
paradas às anteriores. dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preser-

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vação da empresa, sua função social e o estímulo à ativi- turbulentos. O exame de viabilidade a ser feito pelo Judi-
dade econômica. Pra fins de comparação, a falência, de ciário para o deferimento da recuperação judicial, se lastreia
forma diversa, promove o afastamento do devedor de suas em quesitos tais como a importância social da organização,
atividades, visando a preservação e otimização da utiliza- volume do ativo e passivo, idade da empresa, mão de obra
ção produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos da empregada e porte econômico.
empresa.
Por tratar-se de um procedimento judicial e, conse-
Como fins de possibilitar o efetivo reerguimento
quentemente, público, o ingresso do pedido de recupera-
financeiro da empresa, a recuperação judicial prevê a
ção deve ser rigorosamente planejado e estudado, de forma
adoção de diversas medidas comuns ao procedimento de
a ser verificado se esta é realmente a melhor saída para a
falência, tais como a verificação e habilitação de credores,
constituição de administrador judicial, instalação facul- empresa.
tativa de comitê de credores e realização de assem-
Da Recuperação Extrajudicial
bleias-gerais.
Além dos já informados requisitos, poderá requerer A recuperação extrajudicial se inicia com negocia-
recuperação judicial o devedor que, no momento do pedi- ções diretas entre a empresa em dificuldades e seus credo-
do, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) res, sem a participação de um juiz, que poderá, posterior-
anos e que atenda aos seguintes ditames, cumulativa- mente, homologar o plano aprovado. A ela estão sujeitas
mente: todos os credores, excetos os titulares de crédito tributário
“a) Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas e trabalhista.
extintas, por sentença transitada em julgado, as responsa- A distinção entre a forma judicial e extrajudicial de
bilidades daí decorrentes; recuperação está na ausência de intervenção judicial
b) Não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido durante as negociações sobre o plano e na menor formali-
concessão de recuperação judicial; dade de forma geral da modalidade extrajudicial.
c) Não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido conces- Importante salientar, que esta forma de recuperação
são de recuperação judicial com base no plano especial não acarreta suspensão de direitos, ações ou execuções,
para microempresa e empresa de pequeno porte; nem a impossibilidade do pedido de decretação de falência
pelos credores não sujeitos ao plano.
d) Não ter sido condenado ou não ter, como adminis-
trador ou sócio controlador, pessoa condenada por qual- Existem duas hipóteses de homologação judicial do
quer dos crimes previstos na Lei 11.101/2005.” plano de recuperação extrajudicial, que chamaremos de
unânime e não unânime.
O pedido de recuperação judicial é feito mediante
petição inicial e, atendidas às exigências legais, implicará O artigo 162 da Lei 11.1101/2005 cuida da homolo-
na suspensão do curso da prescrição e de todas as ações e gação de plano unânime, ou seja, aquele onde houve
execuções em face do devedor, com as seguintes ressalvas: adesão de todos os credores cujos créditos são alvo do
acordo.
“a) Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se
processando a ação que demandar quantia ilíquida; Neste caso, tendo em vista a firma de todos os afeta-
dos pelo plano, a homologação judicial não é condição
b) A suspensão das ações e execuções, incluindo as
para os obrigar, sendo, portanto, desnecessária. Os únicos
demandas trabalhistas, em nenhuma hipótese excederá o
motivos para homologar-se um plano unânime seria a sua
prazo improrrogável de 180 dias;
maior solenização e a possibilidade de alienação por hasta
c) As execuções de natureza fiscal não são suspensas judicial de filiais ou unidades produtivas isoladas.4
pelo deferimento da recuperação, ressalvada a concessão
No caso de plano de recuperação não unânime, espe-
de parcelamentos.2”
cificamente em situações onde a empresa conseguiu obter
A suspensão das ações e execuções é determinada na a adesão, não da integralidade, mas de parte significativa
decisão que defere o processamento da recuperação, e não dos credores alcançados pelo plano, poderá o mesmo ser
pode exceder 180 dias. Desta feita, ao redigir o plano de homologado judicialmente desde que conste assinatura de
recuperação, o devedor deve prever que, após esse período, 3/5 de todos os créditos de cada espécie abrangidos pelo
poderá voltar a sofrer demandas judiciais pelos credores. termo. Com esta homologação, a recuperação também
Todos os créditos existentes na data do pedido, ainda vinculará os credores minoritários.
que não vencidos estão sujeitos à recuperação. A referida Desta feita, conclui-se que a previsão legal da recu-
Lei contempla em seu artigo 50,3 exemplos de instrumen- peração extrajudicial, nada mais é do que um estímulo de
tos financeiros que são usualmente empregados na supera- soluções de mercado para a readequação financeira de
ção de crises em empresas. empresas em dificuldades. Tal procedimento constitui,
A recuperação de empresas é instituto direcionado às sem dúvidas, a modalidade menos traumática para que a
empresas viáveis, mas vivenciando períodos financeiros organização se recupere e continue em funcionamento.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA VIII – redução salarial, compensação de horários e redução


da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva;
JUNIOR, Nelson Nery. Código Civil Comentado. 10ª Ed. IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo,
São Paulo: Ed. RT, 2007. com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro;
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. 9ª X – constituição de sociedade de credores;
Ed. São Paulo: Ed. Saraiva, 2007. XI – venda parcial dos bens;
XII – equalização de encargos financeiros relativos a
BORBA, José Edwaldo Tavares. Direito Societário. 10ª débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a
Ed. Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2008. data da distribuição do pedido de recuperação judicial, apli-
cando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem
NOTA prejuízo do disposto em legislação específica;
1. Disponível em: http://www.24horasnews.com.br/index. XIII – usufruto da empresa;
php?mat=263155. Acesso em 16-12-2008. XIV – administração compartilhada;
2. Existe forte crítica por parte doutrinária da não suspensão XV – emissão de valores mobiliários;
das execuções fiscais na recuperação judicial, na medida em XVI – constituição de sociedade de propósito específico
que a este tipo de feito executório pode atingir bens do para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do
devedor que inviabilizariam sua efetiva recuperação. devedor.
§ 1º – Na alienação de bem objeto de garantia real, a
3. Art. 50 – Constituem meios de recuperação judicial, obser- supressão da garantia ou sua substituição somente serão
vada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros: admitidas mediante aprovação expressa do credor titular da
I – concessão de prazos e condições especiais para paga- respectiva garantia.
mento das obrigações vencidas ou vincendas; § 2º – Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cam-
II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de socie- bial será conservada como parâmetro de indexação da
dade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas correspondente obrigação e só poderá ser afastada se o
ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente
legislação vigente; previsão diversa no plano de recuperação judicial.
III – alteração do controle societário;
IV – substituição total ou parcial dos administradores do 4. Lei 11.101/2005 – Art. 166 – Se o plano de recuperação
devedor ou modificação de seus órgãos administrativos; extrajudicial homologado envolver alienação judicial de
V – concessão aos credores de direito de eleição em sepa- filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz
rado de administradores e de poder de veto em relação às ordenará a sua realização, observado, no que couber, o
matérias que o plano especificar; disposto no artigo 142 desta Lei.
VI – aumento de capital social; * Para sua maior comodidade as doutrinas encontram-se
VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclu- disponíveis em nosso site www.coad.com.br/
sive à sociedade constituída pelos próprios empregados;

Estudo de Casos
Policial – Empresa privada – Vínculo empregatício

É comum vermos agentes do Estado, policiais militares, civis e até federais, realizando trabalhos para
particulares como seguranças, vigias etc. Muitos alegam que a remuneração paga pelo ente público
é ínfima em razão do trabalho que executam, tendo que fazer trabalho extra para complementar a renda
familiar.
Ocorre que o chamado “bico” traz consequências trabalhistas e o judiciário, diante desta realidade,
diverge sobre a possibilidade de reconhecimento de vínculo empregatício desses agentes com empresas
privadas.
É cediço que a atividade de segurança pública exercida pelos policias é incompatível com qualquer
outra atividade, não podendo o agente manter uma relação com a administração pública e o particular
concomitantemente, logo, trata-se de um ilícito administrativo, passível de penalidade administrativa.
Por outro lado, o empregador ao utilizar este argumento e negar o vínculo empregatício estaria
incorrendo em enriquecimento ilícito, o que é vedado por Lei.
Face à problemática existente, o TST editou a Súmula 386, in verbis: “Preenchidos os requisitos do artigo
3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada,
independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial
Militar”.
Diante deste quadro, a Equipe Técnica ADV reuniu entendimentos dos diferentes tribunais sobre a
possibilidade do reconhecimento ou não de relação empregatícia entre o agente público e o particular.

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