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FATOS DA ADMINISTRAÇÃO
Maria Silvia Di Pietro:
• Ato - é imputável ao homem;
• Fato - decorre de acontecimentos naturais, que independem do homem ou que dele
dependem apenas indiretamente;
• Fato Jurídico - Quando o fato corresponde à descrição contida na norma lega;
• fato administrativo - Quando o fato descrito na norma legal produz efeitos no campo do
direito administrativo, ele é um fato administrativo, como ocorre com a morte de um
funcionário, que produz a vacância de seu cargo; com o decurso do tempo, que produz a
prescrição administrativa.
• fato da Administração - Se o fato não produz qualquer efeito jurídico no direito
administrativo, ele é chamado fato da Administração.
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo
Atos Jurídicos: são eventos decorrentes diretamente de manifestação de vontade humana, dos
quais resultam conseqüências jurídicas. As manifestações de vontade e os atos jurídicos
conseqüentes podem ser unilaterais (ex. a promessa de recompensa), bilaterais (contrtos em
geral) ou plurilaterais (contrato de sociedade)
ELEMENTOS / REQUISITOS – constituem condições que devem ser observadas para sua
validade.
Maria Silvia Di Pietro:
Sujeito ou Agente é aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato.
No direito civil, o sujeito tem que ter capacidade, ou seja, tem que ser titular de
direitos e obrigações que possa exercer, por si ou por terceiros. No direito
administrativo não basta a capacidade; é necessário também que o sujeito tenha
competência.
Partindo-se da idéia de que só o ente com personalidade jurídica é titular de direitos e
obrigações, pode-se dizer que, no direito brasileiro, quem tem capacidade para a
prática de atos administrativos são as pessoas públicas políticas (União, Estados,
Municípios, e Distrito Federal). Ocorre que as funções que competem a esses entes
são distribuídas entre órgãos administrativos (como os Ministérios, Secretarias e suas
subdivisões) e, dentro destes, entre seus agentes, pessoas físicas.
Em relação as pessoas jurídicas políticas, a distribuição de competência consta da
Constituição Federal; em relação aos órgãos e servidores, encontra-se nas leis.
Aplicam-se à competência as seguintes regras:
1. decorre sempre da lei, não podendo o próprio órgão estabelecer, por si, as suas
atribuições;
2. é inderrogável não pode ser Revogar em partes (leis, contratos, etc.) - Imodificável
pela vontade do agente, seja pela vontade da Administração, seja por acordo com
terceiros; isto porque a competência é conferida em benefício do interesse público;
3. pode ser objeto de delegação ou de avocação, desde que não se trate de
competência conferida a determinado órgão ou agente, com exclusividade, pela lei.
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo
Características da Competência:
- É de exercício obrigatório para os órgãos e agentes públicos
- Irrenunciável - Que não se pode recusar, desistir.
- Intransferível – observação acerca de delegação. Delegação não transfere a
competência, mas somente, em caráter temporário, o exercício de
parte das atribuições do delegante.
- Imodificável pela vontade do agente – Essa características é decorrência lógica do
fato de a competência decorrer da lei e ser sempre elemento
vinculado.
- Imprescritível – pois o não exercício da competência, não importa por quanto tempo,
não a extingue.
A competência pode ser delegada ou avocada de acordo com a organização
hierárquica e contanto que não tenha sido conferida com exclusividade ao órgão ou
agente pela lei. Obs art 11 a 15 da Lei 9.784/99.
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que
foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente
admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares,
ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de
competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio
oficial.
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os
limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso
cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade
delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta
qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.
O ato praticado por agente incompetente é inválido, por lhe faltar um elemento básico
de sua perfeição, qual seja o poder jurídico para manifestar a vontade da
Administração. (Lei n° 9.784/1999)
o Objeto – Conteúdo
o Forma
Hely Lopes Meirelles
Significa tanto o modo de exteriorização do ato administrativo (seja ele escrito ou
verbal, por decreto ou portaria etc), como a observância das formalidades exigidas por
lei para a formação do ato.
Requisito vinculado e imprescindível à validade do ato. Todo ato administrativo é, em
princípio, formal e a forma exigida pela lei quase sempre é a escrita.
Quando o motivo não for exigido para a perfeição do ato, fica o agente com a faculdade
discricionária de praticá-lo sem motivação, mas se o tiver, vincula-se aos motivos
expostos, passando a valer o ato se todos os motivos alegados forem verdadeiros.
Teoria dos Motivos Determinantes
Tal teoria relaciona-se com o motivo do ato administrativo.
Segundo tal teoria, a validade do ato se vincula aos motivos indicados como seu
fundamento, de tal modo que, se inexistentes ou falsos, implicam sua nulidade.
Por outras palavras, quando a Administração motiva o ato, mesmo que a lei não exija a
motivação, ficará ela vinculada ao motivo declinado e o ato só será válido se os motivos
forem verdadeiros.
Ex.: exoneração ad nutum sob alegação de falta de verba. Se, logo após a exoneração,
nomear-se outro funcionário para o mesmo cargo, o ato será nulo por vício quanto ao
motivo.
MÉRITO ADMINISTRATIVO
ATRIBUTOS – Maria Silvia Di Pietro: são as características que permitem afirmar que ele se
submete a um regime jurídico administrativo ou a um regime jurídico de direito público e o
distinguem dos atos de direito privado.
o Tipicidade
Maria Sylvia Di Pietro.
Tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras,
definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados.
Duas conseqüências podem ser apontadas como decorrentes desse atributo:
Atos Normativos
São os decretos, regimentos, resoluções, deliberações e regulamentos. Contêm um comando
geral do Executivo, visando à completa aplicação da lei. Seu objeto é explicar a lei.
Decreto: ato administrativo de competência exclusiva dos Chefes do Poder Executivo,
destinados a prover situações gerais e individuais, abstratamente previstas de modo expresso,
explícito ou implícito pela Administração.
Decreto regulamentar ou de execução é o que explica a lei, facilitando sua execução, aclarando
seus mandatos e orientando sua aplicação.
Regulamento: ato administrativo posto em vigência por decreto para explicar os mandamentos
da lei.
Regimento: ato administrativo de atuação interna, dado que se destina a reger o funcionamento
de órgãos colegiados ou de corporações legislativas.
Resolução: ato administrativo normativo expedido pelas altas autoridades do Executivo (não
pode ser expedida pelo Chefe do Executivo, que só pode expedir decretos) ou pelos presidentes
dos Tribunais, órgãos legislativos e colegiados administrativos para disciplinar matéria de sua
competência específica.
São inferiores aos regulamentos e regimentos. Existe resolução individual.
Ordinatórios
Visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes.
Exs.: instruções, circulares, portarias, ordens de serviços, ofícios, despachos etc.
Negociais
São aqueles que contêm uma manifestação de vontade do Poder Público coincidente com a
pretensão do particular.
Exs.: licenças, autorizações, aprovações, admissões, homologações, vistos etc.
Enunciativos
São aqueles atos em que a Administração se limita a certificar ou atestar um fato ou emitir
opinião sobre determinado assunto.
Exs.: certidões, atestados e pareceres.
Punitivos
Contêm uma sanção imposta pela Administração àqueles agentes que infringem disposições
disciplinares dos serviços públicos.
Exs.: multas, interdições, embargos de obras, interdições de atividades, suspensão etc.
DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO
2- Ato Discricionário
É aquele que a Administração pode praticar com certa liberdade de escolha,
nos termos e limites da lei, quanto ao seu conteúdo, modo de realização,
oportunidade e conveniência administrativa.
Enquanto nos atos vinculados a autoridade pública está presa à lei em todos
seus elementos (competência, finalidade, forma, motivo e objeto), ao praticar o
ato discricionário dispõe de certa liberdade (dentro dos limites da lei) quanto à
escolha dos motivos (oportunidade e conveniência) e do objeto (conteúdo).
Segundo a doutrina a discricionariedade existe:
1- quando a lei expressamente dá a Administração liberdade para atuar dentro
de limites bem definidos
2- quando a lei utiliza conceitos jurídicos indeterminados, não existe
possibilidade de determinar, com certeza, se o fato está ou não abrangido pelo
conteúdo da norma.
2- Revogação
É a retirada, do mundo jurídico, de um ato válido, mas que segundo critério discricionário
da administração, tornou-se inoportuno ou inconveniente.
A revogação tem fundamento no poder discricionário, ou seja, um ato discricionário, uma
vez que decorre exclusivamente de critério de oportunidade e conveniência. Só atos discricionários
podem ser revogados.
Não podem ser revogados:
1- Atos que a lei declare irrevogáveis;
2- Atos já exauridos e aqueles que determinam uma providência material já executada;
3- Atos vinculados, pois não compreendem juízo de conveniência e oportunidade;
4- Meros atos administrativos (certidões, atestados, votos)
5- Atos que precluem com o advento do ato sucessivo, como os atos dos procedimentos
administrativos;
6- Aqueles que geram direitos adquiridos.
Revogação
Segundo Di Pietro, revogação "é o ato administrativo pelo qual a Administração extingue um
ato válido, por razões de oportunidade e conveniência".
A revogação não retroage, já que o ato foi editado em conformidade com a lei e seus efeitos se
produzem a partir da própria revogação - são ex nune. Isso significa que a revogação respeita os efeitos
já produzidos pelo ato, porque o ato é válido. Enquanto a anulação pode ser feita pelo Judiciário ou
pela própria Administração, a revogação é privativa da Administração, não sendo lícito ao Judiciário
conhecer da oportunidade e conveniência. Isso não significa que a revogação deva ser feita fora dos
limites da lei.
- Não podem ser revogados os atos vinculados, porque nesses casos não há oportunidade e
conveniência a apreciar.
- Não podem ser revogados os atos que exauriram seus efeitos. Ex.: se a Administração
concedeu afastamento, por dois meses, à funcionária, a revogação será impossível.
- A revogação não pode atingir meros atos administrativos, como certidões, atestados, votos,
cujos efeitos decorrem da lei.
- Também não podem ser revogados os atos que geram direitos adquiridos, conforme está
expresso na Súmula n° 473 do STF.
- Também não são passíveis de revogação atos que integram um procedimento, pois, a cada
novo ato, ocorre a preclusão com relação ao anterior.
Prescrição
Segundo Hely Lopes Meirelles,
a prescrição administrativa e a judicial impedem a anulação do ato no âmbito da administração
ou pelo Poder Judiciário. E justifica-se essa conduta porque o interesse da estabilidade das relações
jurídicas entre o administrado e a administração ou entre esta e seus servidores é também interesse
público, tão relevante quanto as demais. Diante disso, impõe-se estabilização dos atos que superem os
prazos admitidos para sua impugnação, qualquer que seja o vício que se lhes atribua. Quando se diz
que os atos nulos podem ser invalidados a qualquer tempo, pressupõe-se, obviamente, que tal anulação
se opere enquanto não prescritas as vias impugnativas internas e externas, pois, se os atos se tomaram
inatacáveis pela administração e pelo Judiciário, não há como pronunciar-se sua nulidade.