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AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

INTRODUÇÃO:

O grande problema ecológico dos nossos dias reside no


facto de o ritmo de exploração, degradação e destruição
dos recursos naturais ter-se tornado, em muitos domínios,
mais acelerado do que a própria capacidade da Natureza
para as repor, não garantindo assim que as gerações
futuras, possam usufruir dos bens necessários à sua
sobrevivência.

Neste trabalho, abordarei a evolução das energias


alternativas portuguesas e mundiais, não no contexto
histórico, mas no contexto político e ambiental actual, onde
demonstrarei as várias formas de possíveis energias alternativas, face aos novos paradigmas da
sustentabilidade. A escolha do tema deve-se a motivos da actualidade, tais como a escassez de
petróleo e os elevados níveis de poluição ambiental.

Depois de uma longa pesquisa sobre o tema em causa, surge então a questão que tem como
objectivo ser orientadora e mostrar de que forma as energias alternativas tem vindo a evoluir e
podem ser úteis às sociedades mundiais. Abordarei também, o tema ambiente e as suas
organizações, a biodiversidade, desenvolvimento sustentável, reciclagem, poluição/despoluição,
aterros sanitários, desflorestação, exaustão dos solos, biotecnologia, desertificação,
transgénicos etc.

Por ambientalismo entenda-se a promoção da conservação e recuperação do meio ambiente,


podendo designar-se também por conservacionismo. O ambientalismo assume duas facetas: a
política e a científica. A primeira pressupõe o assumir do ambientalismo, ou "Política Verde",
como objecto de luta política, podendo ser moderado ou radical, nem sempre científico; a
segunda, não descurando o activismo e mesmo alguma radicalidade, é essencialmente moderada e
com maior base em princípios científicos. Não se deverá, todavia, confundir com ecologia, que é o
ramo da biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o meio natural em que vivem ou de
que dependem. Ambientalismo é acima de tudo acção, campanha a favor do ambiente. Como o
ecologista é o estudioso da ecologia, enquanto que ambientalista é todo aquele, isolado ou em
grupo, que se preocupa com a degradação do ambiente, que pretende impedir e ajudar,
politicamente, a preservar.

No ambientalismo poderíamos referir como exemplo a Greenpeace, grupo radical de luta


pela preservação ambiental, mas sem extremismo político, como acontece com outros
movimentos. Estes grupos, radicais ou extremistas, mais ou menos politizados, são porém pouco
ou nada científicos, demonstrando-o, por exemplo, quando negam conhecimento, por parte da
comunidade científica, dos problemas e incidências do aquecimento global na Terra. O
ambientalismo é já considerado, nos EUA, como um "grupo de interesse", de pressão, com

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impacto político e social nas classes média e alta, assumindo por isso um certo
elitismo; na Europa é mais visto como um "movimento social", ao lado do feminismo ou do
pacifismo, por exemplo. O ambientalismo, surgido a partir dos anos 60 e 70, tem-se enquadrado,
nos últimos vinte anos, em várias ONG's, que centram a sua luta essencialmente nos seguintes
temas:

Biodiversidade refere-se à variabilidade dos seres vivos que se encontram no mundo


natural. O conceito abrange a diversidade genética das espécies, a diversidade genética dentro
de uma dada espécie, e também a diversidade dos ecossistemas e habitats. Contudo, o foco
principal do tema "biodiversidade" incide sobretudo nas espécies. A selecção natural operou a
especiação (criação de novas espécies), bem como a extinção de espécies. Ao longo do tempo
geológico, o balanço deste processo favoreceu nitidamente o aparecimento de novas espécies, ou,
dito de outra maneira, a biodiversidade. Ninguém sabe ao certo qual o número de espécies
existentes. Somente se pode afirmar que se encontram descritas cerca de 1,4 milhões de
espécies e que muitas mais existem. Muita gente desconhece completamente a grande
diversidade das espécies que existem num grupo taxonómico. Grupos especialmente ricos em
espécies conhecidas são o das plantas com flores (220 000 espécies) e o dos insectos (750 000
espécies). Grupos mais pequenos, como o das aves e dos fetos, são também ricos em espécies que
são desconhecidas da generalidade das populações. Os taxonomistas sabem que o seu trabalho de
encontrar e descrever novas espécies está incompleto. Grupos que são facilmente visíveis ou que
são importantes comercialmente (tais como as aves, os mamíferos, os peixes e as plantas
arbóreas) são muito mais conhecidos, explorados e descritos que outros que não têm o mesmo
interesse (como pequenos invertebrados, nematodos do solo, fungos e bactérias). Calcula-se que
o número de espécies que se encontram nas florestas tropicais é muito maior que a dos seres
vivos que vivem no conjunto de todos os outros habitats. Cada vez mais os taxonomistas
exploram as florestas tropicais. De acordo com O. Wilson, biólogo da Universidade de Harvard, o
número de espécies ultrapassa os 100 milhões. Seja qual for o número, a biodiversidade do
planeta representa um assombroso armazém de riqueza biológica.

Desenvolvimento sustentável: é um conceito relativamente recente, formulado pela


primeira vez em 1992, na Conferência do Rio de Janeiro (conferência das Nações Unidas sobre
ambiente e desenvolvimento, também conhecida como Cimeira da Terra), e que tenta conciliar
progresso e crescimento económico com uma adequada preservação da natureza. Trata-se de
encontrar um caminho de desenvolvimento que respeite a natureza e o ambiente.

A questão do desenvolvimento sustentável não surgiu, no início dos anos 90, por acaso. De
facto, se as décadas anteriores foram, por um lado, de forte crescimento económico, também se
caracterizaram por grandes e frequentes atropelos do meio ambiente (como, por exemplo,
poluição, destruição de florestas e extinção de espécies animais e vegetais). Por outro lado, a
consciência ecológica das populações foi ganhando forma ao longo das décadas de 70 e 80, de tal
modo que se tornou capaz de exercer pressão sobre os responsáveis políticos no sentido de
tomarem iniciativas de preservação do ambiente.

No fundo, o novo conceito implica que se desenvolvam as actividades económicas


conducentes à satisfação das necessidades actuais para que não se comprometa a sua satisfação
no futuro.

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Energias renováveis: Actualmente, cerca de 95% da energia utilizada é
proveniente de carvões minerais, petróleo e gás natural, isto é, de fontes de energia não
renováveis. Torna-se cada vez mais claro que a produção de carvão, petróleo e gás natural não
pode continuar indefinidamente, pelo que a necessidade de encontrar energias alternativas e
renováveis é cada vez maior. Das alternativas possíveis, as mais estudadas são a energia solar, a
eólica, a hidroeléctrica, a geotérmica e a das marés.

O termo energia solar refere-se geralmente à utilização directa dos raios solares na produção
de energia. Os sistemas mais elaborados para utilizar este tipo de energia implicam a utilização
de um colector solar. Estes colectores são normalmente painéis grandes, negros, recobertos por
vidro ou outra superfície transparente. O calor captado no sistema pode ser transferido pela
circulação de ar ou de um fluído líquido, que circula em tubos no painel. Os colectores solares são
utilizados para aquecimento do ambiente interior e da água, para consumo doméstico ou
comercial.

Este sistema é aplicável em zonas com grandes períodos de sol. Tem a vantagem de a
energia solar ser gratuita mas o inconveniente de os colectores solares ainda constituírem um
investimento elevado. Em Israel, por exemplo, cerca de 20% das casas são equipadas com algum
tipo de dispositivo solar. A utilização crescente desta energia pode vir a verificar-se à medida
que o preço dos combustíveis for subindo.

Outro tipo de colector solar utiliza células que captam a energia solar e a transformam
directamente em electricidade. Actualmente é só utilizada em calculadoras e veículos espaciais.
O futuro desta tecnologia é incerto, pois, além de ser relativamente ineficiente, as células são
muito caras e são facilmente deterioradas. A energia eólica já é utilizada há muitas centenas de
anos como a forma de energia mais barata e também menos poluente. Era utilizada para extrair
água dos poços e para produzir electricidade. Contudo, a abundância de petróleo que surgiu no
fim da Segunda Guerra Mundial fez regredir muitíssimo esta utilização. A energia do vento faz
girar turbinas, que por sua vez geram electricidade. O futuro da energia eólica é promissor, mas
não é isento de dificuldades. Há muitos problemas técnicos para resolver na construção das
turbinas.·

As populações têm utilizado as quedas de água como uma fonte de energia já há muitos
anos. A energia gerada pela queda de água é utilizada para movimentar turbinas e produzir
electricidade. A energia hidroeléctrica é uma energia renovável, mas as barragens construídas
para a sua produção têm um tempo de duração limitado. Todos os rios transportam sedimentos
que podem assorear o lago da barragem. Calcula-se que este processo demore entre 50 a 300
anos. Um exemplo de assoreamento é a barragem de Assuão, no Egipto, construída em 1960 e que
se prevê que em 2015 tenha metade do reservatório preenchido por sedimentos transportados
pelo Rio Nilo. A determinação de locais capazes é um factor limitante para o desenvolvimento em
larga escala da produção de energia hidroeléctrica.

As primeiras termas da civilização romana são certamente o testemunho mais antigo da


utilização da energia geotérmica, isto é, a energia contida sob a forma de calor natural no
interior da Terra. Não sendo possível utilizar directamente a fonte de calor (geralmente uma

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câmara magmática), tem-se procurado aproveitar o calor que se liberta até à
superfície sob a forma de vapor. Pode também ser aproveitado o calor absorvido pelas águas
subterrâneas, de circulação resultante da água da chuva, que se infiltram e ficam em contacto
com rochas a altas temperaturas.

A energia geotérmica tem sido utilizada para produzir electricidade e directamente no


aquecimento, como acontece na cidade islandesa de Reiquiavique e em certos locais do Japão, da
Rússia, da Nova Zelândia, do México, etc. O primeiro país a utilizar energia geotérmica foi a
Itália, em 1904, seguido pela Islândia em 1928.

O maior problema para a expansão deste tipo de energia é que são limitadas as zonas onde
as águas subterrâneas e as rochas a elevadas temperaturas ou os magmas se encontram em
conjunto. Alguns peritos admitem que futuramente a energia geotérmica poderá satisfazer cerca
de 20% das necessidades energéticas mundiais. Com a prevista diminuição da produção de
petróleo, tem sido dedicada grande atenção à energia que pode ser obtida aproveitando as marés
oceânicas. A obtenção de energia das marés começa pela construção de um açude na entrada de
uma baía ou de um estuário, numa costa onde a variação das marés seja significativa. As
variações das marés implicam variações no nível da água. O forte vaivém do fluxo da água pode
ser utilizado para mover turbinas e geradores eléctricos. A estimativa potencial da energia das
marés está calculada em 635 000 giga watts, o equivalente a mais de um milhar de milhões de
barris de petróleo.

Podem perguntar-se porque é que este tema (energias renováveis é tão importante para
nós. Somos neste momento 6 biliões de pessoas, 4,8 milhões das quais a viver em países
subdesenvolvidos. 2 Biliões de pessoas não tem acesso adequado a fontes de energia. Uma
percentagem totalmente desproporcionada do seu tempo é gasto à procura de combustíveis, de
maneira a poderem cozinhar e iluminarem-se. Isto acarreta, devido ao uso de combustíveis
perigosos, ineficientes e caros, graves consequências ambientais e de saúde. Estima-se que
morrem 4 a 5 milhões de crianças por ano apenas devido a ambientes perigosos no interior das
suas casas.

Nos próximos 25 anos seremos mais 2 biliões de pessoas, 97% dos quais em países
subdesenvolvidos. Isto significará uma pressão enorme nos recursos que temos disponíveis: água,
comunicações, energia. O problema da energia assume contornos ainda mais prementes quando
pensamos nas consequências que o seu mau uso acarreta: problemas de saúde, problemas
ambientais. Por isso penso que este tema tem uma importância extraordinária e que a adopção de
energias renováveis tem que necessariamente ser acelerada. Nos países em vias de
desenvolvimento, a criação de fontes de energia sofre um aumento anual de 75000MWatts, em
que apenas 1000 MW provêm de energias renováveis. E isto num contexto em que as próprias
multinacionais da área de energia admitem que daqui a 25, 50 anos, 50% da energia terá que vir
forçosamente de energias renováveis.

Portugal parece empenhado no que diz respeito a energias alternativas, no início do ano de
2005 Portugal instalou o primeiro Pelamis e estimava-se que até ao final do ano de 2008 tivesse
instalado três Pelamis. O Pelamis é um sistema que consiste na conversão da energia das ondas,

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sendo uma das mais avançadas tecnologias de aproveitamento desta energia.
Tendo uma capacidade de gerar 2,25 MW de electricidade para a rede, o que corresponde a
gastos de 1500 habitações em Portugal, o que equivale a emitir menos 6 mil toneladas de
emissões de dióxido de carbono (CO2. Curiosamente a tecnologia das ondas não é das mais
referidas quando se fala em energias renováveis, mas Portugal é um dos países do mundo com
maior potencial para o aproveitamento deste recurso. E talvez seja uma forma de controlar a
erosão costeira. A União Europeia não vai conseguir atingir as metas estabelecidas para a
produção de energia a partir de fontes renováveis, se mantiverem os actuais níveis de
financiamento. O alerta é feito pela Agencia Europeia de Ambiente num estudo comprovativo
entre os níveis de subsídios às energias convencionais e às limpas.

A AEA considera que os «níveis de financiamento às energias renováveis têm sido


relativamente baixos, comparativamente ao petróleo e gás natural». Uma situação pouco
sustentável quando a Europa pretende reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, para
travar o aquecimento global do planeta. Para isso, os governos dos países Europeus acordaram
produzir 12% da energia a partir de fontes renováveis até 2020; para a electricidade, o
montante aumenta para 22%. Uma década depois, 2020, os objectivos são mais ambiciosos:
espera-se que 2% da energia seja verde.

O aumento considerável do preço do petróleo nos últimos anos veio reforçar o argumento
dos defensores da energia renovável. Tanto mais que existem estudos que apontam para uma
possível nova crise do petróleo dentro de poucos anos. Muitos cientistas prognosticam um
esgotamento das reservas mundiais a partir de 2016, o que levará a um aumento drástico dos
preços do ouro negro, com consequências catastróficas para a economia mundial. Actualmente,
são consumidos 80 mil milhões de barris de petróleo por dia, com tendência a crescer. É muito
natural que com a queda actualmente do petróleo este tipo de energias volte a ficar relegado
para segundo plano.

Um dos motivos pelos quais a Alemanha se empenha a fundo pelas energias renováveis
prende-se com a necessidade de cortar as emissões de gases tóxicos que ameaçam o clima
mundial. No âmbito do protocolo de Quioto, a União Europeia, ainda dos 15 comprometeu-se a
reduzir, entre 1990 e 2008, em 8% (337 milhões de toneladas) as emissões de gases com efeito
de estufa. A Alemanha assumiu dois terços desta redução (225 milhões de toneladas). Portugal, a
Espanha, a Grécia, a Irlanda e a Suécia, obtiveram o direito de aumentar as suas emissões
dentro de certos limites. O resultado intermediário é de mau augúrio para o cumprimento da
meta auto – imposta: até 2001, as emissões na Europa tinham sido reduzidas em 2,3%, valor que
se ficou a dever quase exclusivamente a desenvolvimentos na Grã-Bretanha e na Alemanha. E
mesmo neste país, o factor, não exclusivo, mas primordial, para as reduções, foi o colapso
completo da indústria obsoleta e altamente poluente na Alemanha do Leste. Na Áustria e na
Itália verificou-se um aumento das emissões, em vez do recuo planeado. A Espanha, Portugal e
Irlanda, há muito que ultrapassaram os limites autorizados.

A Alemanha é internacionalmente reconhecida como um exemplo em matéria de fomento das


energias renováveis. Não é por acaso que este foi o primeiro país onde representantes de um
partido ecológico foram eleitos para o Parlamento Nacional há mais de 20 anos, quando a ideia de
um grupo político seriamente preocupado com a defesa do ambiente fazia sorrir meia Europa. No

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que toca às renováveis, o vento assume lugar de destaque: a Alemanha produz um
terço da energia eólica do mundo. O país é igualmente o segundo maior produtor de energia solar,
a seguir ao Japão. Porém, levantam-se críticas sérias à política de fomento do Estado para
energias renováveis, seja eólica, solar, geotérmica ou de bio- massas. Segundo os analistas, as
indústrias à partida dependentes de subsídios, não podem sobreviver. O ministério do Ambiente,
alemão reagiu, apontando 120.000 novos postos de trabalho criados nos últimos anos neste
sector, e prometeu mais 400.000 até 2020. A indústria de energias alternativas factura
anualmente, dez mil milhões de euros, valor que deverá quadruplicar dentro de 15 anos. O
governo pretende que as renováveis representem 20% do total do consumo nacional de energia
até 2020. Berlim realça ainda a importância crescente da exploração das novas tecnologias deste
ramo, factor que não terá sido completamente alheio à decisão de Berlim ter organizado a
gigantesca conferência “Renewables 2004”.

Neste aspecto, também se deve salientar que o nosso país se tem desenvolvido muito
neste tipo de energias alternativas, nomeadamente eólicas e centrais sendo de salientar uma das
maiores centrais, solares do mundo na Amareleja e Mora. Recentemente, foi inaugurada uma
fábrica de aerogeradores em Viana do Castelo e torres em Sever do Vouga, embora dando os
primeiros passos já emprega muita gente. Com o desenvolvimento de novas turbinas de levitação
magnética que podem durar até 500 anos com um custo de manutenção barato e uma produção
enormíssima acompanhado de maior racionalidade, talvez consigamos inverter o consumo e
tenhamos um futuro melhor.

O Hidrogénio é hoje utilizado fundamentalmente nas indústrias petroquímica, electrónica,


alimentar e metalúrgica. No entanto, com o fim dos combustíveis fosseis à vista, o aumento
populacional e crescimento económico mundiais é cada vez maior o interesse na sua utilização
como vector energético, num cenário de energia limpa e sustentável. Neste contexto, o
Hidrogénio será relevante em todos os sectores energéticos, desde a indústria, aos transportes
os end-uses portáteis ou o sector dos edifícios.

As vantagens e desvantagens do hidrogénio relativamente aos outros vectores


energéticos alternativos (aos combustíveis fósseis): a sua viabilidade como vector energético
dominante no futuro; “o state of the art” nacional e internacional das tecnologias associadas ao
hidrogénio e a implementação, ou não, e a que escala temporal, de uma economia do hidrogénio,
abordando algumas estratégias políticas já delineadas por governos ou agências internacionais.

A procura de energias alternativas tem sido um dos maiores desafios da indústria


automóvel, neste campo a marca Honda situa-se em primeiro lugar ao comercializar automóveis
híbridos, motorizadas com células de combustível de hidrogénio que atingem velocidades de 80
km hora, automóveis citadinos totalmente eléctricos, já em uso no nosso país, no Japão existe um
comboio movida a pilhas de hidrogénio.

A frota dos Serviços de transportes Colectivos do Porto (STCP) tem três autocarros
movidos a hidrogénio. Os veículos fazem parte do projecto CUTE. Uma experiência piloto levada
a cabo em 8 cidades europeias que pretende melhorar a qualidade do ar e estimular a produção
de energias alternativas. O projecto envolve uma verba de 52 milhões de euros, financiada em
35% pela União Europeia.

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Os H2 Bus, fazem parte de um projecto europeu que pretende testar um
transporte urbano livre de emissões poluentes. Os objectivos são desenvolver energias
alternativas que libertem a Europa da dependência dos combustíveis fósseis e contribuir para a
diminuição de emissões poluentes estipulada no Protocolo de Quioto. O hidrogénio é a aposta do
projecto CYTE. Além de ser o elemento mais abundante no Universo, existindo em 90% de toda a
matéria, é mais energético que o petróleo e tem um processo de combustão completamente
limpo. A alta capacidade explosiva do hidrogénio é o principal receio, por isso, a construção dos
autocarros obedeceu a critérios especiais. Os depósitos de hidrogénio gasoso e as pilhas que
produzem energia para o motor eléctrico estão localizados no tejadilho do autocarro por
questões de segurança. Mas de acordo com a empresa construtora dos veículos afirma que “todos
os autocarros a pilha de combustível foram testados e autorizados pelas autoridades nacionais e
internacionais “. Não havendo assim nenhum problema de segurança adicional nestes autocarros a
pilha de combustível porque, e é preciso que se saiba disto, o hidrogénio é um elemento muito
leve, por isso, se acontecer alguma coisa, ele evapora-se e mais nada.

Segundo um estudo publicado pelo Instituto Americano CTI (Califórnia Technology


Institut), o hidrogénio pode afinal trazer tantos ou mais problemas do que os que enfrentamos
com os combustíveis fósseis. A diferença está no facto de nos podermos prevenir e actuar no
sentido de evitar o que se passou com os combustíveis fósseis e com outros químicos, que entre
outros problemas levaram ao buraco do ozono, ao aquecimento global, ao efeito de estufa, às
chuvas ácidas e outros fenómenos atmosféricos de carácter destrutivo.

O problema está na perda do hidrogénio que os motores dos carros a hidrogénio terão e
na consequência a nível atmosférico dessa libertação. Tal como nos carros actuais, existem fugas
a nível de gases que entram na combustão e essa fuga tem sido minimizada nos escapes através
de filtros e de reforços a nível dos depósitos, mas nos carros a hidrogénio é apontado um valor
na ordem dos 10 a 20% para essas perdas.

Esta percentagem poderia originar a libertação de 60 a 120 triliões de gramas de


hidrogénio por ano, se considerarmos um cenário em que o hidrogénio substituiria os
combustíveis fósseis por completo. Isto não põe de modo algum a opção do hidrogénio fora do
cenário mundial em termos energéticos. A questão é que as consequências das nossas acções, ao
contrário do que aconteceu anteriormente, por exemplo com o motor de combustão, estão já a
ser medidas e previstas antes de as provocarmos e essa é a grande diferença.

Reciclagem: A reciclagem de desperdícios durante um processo de fabrico é corrente na


indústria. É o caso da indústria da madeira, que aproveita desperdícios para o fabrico de
aglomerados. Começa também a ser vulgar o uso imediato de subprodutos de uma determinada
indústria noutra indústria. É o caso do fabrico de rações alimentares para animais a partir dos
subprodutos das indústrias cervejeiras e das destilarias (malte e bagaços). Este processo é
geralmente designado por "reciclagem interna", em contraponto com a "reciclagem externa"
como é a recuperação de papel, metal, material de vidro (por exemplo, garrafas) etc., usados
O papel pode ser transformado em polpa e reprocessado em papel reciclado, cartões e
outros produtos. O vidro pode ser triturado e utilizado para substituir a areia na construção
civil, no betão ou no asfalto, ou pode ser refundido e utilizado no fabrico de novos materiais de
vidro. Determinados plásticos podem ser refundidos e com eles fabricarem-se placas sintéticas.

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Estas placas, não sendo biodegradáveis, podem utilizar-se em vedações,
sinalizações, estaleiros, etc. Os metais podem ser refundidos e refabricados. Reciclar o alumínio
pode poupar cerca de 90% da energia gasta para fazer o mesmo objecto com alumínio
proveniente da blenda (minério de alumínio). Restos de alimentos e desperdícios caseiros
(gorduras, folhas, etc.) podem ser transformados por compostagem para produzir adubos. Os
produtos têxteis podem ser reciclados em adubos para utilizar na agricultura. Pneus velhos
podem ser fundidos ou triturados e transformados em numerosos produtos. A reciclagem torna-
se mais rentável quando se procede à pré-separação dos produtos a reciclar. Com a crescente
consciência ecológica das populações, este sistema está a ganhar a adesão de muitas
comunidades, onde são distribuídos contentores para plástico, metal, vidro, papel, pilhas, etc. -
Os ecopontos. O abandono conjunto daqueles materiais implica uma prévia selecção antes da sua
distribuição às diferentes indústrias. Em minha casa tenho três pequenos eco pontos para fazer
a triagem dos resíduos quando estão cheios coloco os sacos no ecoponto correspondente.

Este princípio de fazer reciclagem, tem custos, é preciso comprar contentores, sacos de
plástico adequados etc., mas penso valer a pena, para além de importarmos menos energia,
poluímos menos, o país e o ambiente agradecem.

Tratamento de resíduos é fundamental numa sociedade que produz muitos resíduos, que
saiba tratá-los de forma a que, por um lado, consiga diminuir a sua quantidade e, por outro lado,
tire deles proveito. De uma situação em que existiam lixeiras a céu aberto, onde eram colocados
todos os tipos de resíduos, passou-se para uma gestão mais efectiva e controlado dos mesmos.
Para isso, construíram-se Centrais de Incineração, Estações de Tratamento de Resíduos Sólidos
e Urbanos (ETRSU), Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e Aterros Sanitários
(AS). Nas incineradoras, os lixos são queimados a temperaturas da ordem dos 800 ºC. Nos AS e
ETRSU, os resíduos são separados, tratados e colocados de forma a não contaminarem os
ecossistemas.

Para valorizar determinados resíduos utilizam-se processos como a reciclagem e a


compostagem. A reciclagem de papel e vidro, por exemplo, permite a conversão daqueles
materiais usados em novos produtos de papel e de vidro. Os resíduos orgânicos podem passar
pelo processo de compostagem que permite a decomposição aeróbia da matéria orgânica através
da acção de microrganismos. Como resultado desta decomposição obtém-se um composto rico em
húmus que pode ser utilizado como fertilizante, melhorando a qualidade dos solos.

A compostagem pode realizar-se em grande escala, nas ETR, ou em pequena escala, ao


nível doméstico. Como é um processo de degradação da matéria orgânica, a compostagem
pressupõe a recolha selectiva de resíduos. Também os biossólidos (lodos tratados), resultantes
do tratamento de águas das ETAR, podem ser utilizados como fertilizantes dos solos.

A utilização destes fertilizantes naturais (composto e biossólidos) implica a diminuição do uso de


fertilizantes sintéticos. Da degradação de resíduos orgânicos das explorações de produção
animal, da indústria agro-alimentar e das ETRSU liberta-se um gás combustível - o biogás -,
particularmente rico em metano, que pode ser utilizado como fonte de energia. Dos óleos
alimentares e dos motores usados pode produzir-se o biodiesel para ser utilizado como

combustível de veículos motorizados. Também do processo de incineração se obtém energia


térmica que poderá servir para o aquecimento urbano e para a produção de electricidade.
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A poluição é um facto indissociável da sociedade moderna,
caracterizando-se pela introdução de substâncias químicas, factores físicos ou agentes
biológicos nos ecossistemas naturais, factores este - susceptíveis de causarem danos ao meio
ambiente e, consequentemente, na própria humanidade, autora desses danos.

A forma primária de reduzir a poluição é a redução/ anulação das fontes poluidoras, de


modo a fazer cessar a introdução de poluentes nos ecossistemas. No entanto, dado o volume dos
resíduos e desperdícios produzidos pela sociedade actual, bem como o impacto já causado pelos
poluentes no meio natural, em muitos casos a redução das descargas poluidoras é um acto
insuficiente para garantir que os ecossistemas retornem ao seu estado natural ou que, pelo
menos, sobrevivam. Face a isto, é então necessário levar a cabo medidas de despoluição, isto é,
remover do meio ambiente os factores artificialmente introduzidos e que são susceptíveis de
causarem perturbações, sejam eles agentes químicos, biológicos ou alterações físicas. A
despoluição pode ser realizada a dois níveis:

Muitos países em pleno século XXI ainda não sabem o que é o protocolo de Quioto e
Portugal não é excepção o protocolo de Quioto foi assinado 1997, entrando em vigor em
Fevereiro de 2005, sendo ratificado por 155 países.

No final do ano de 2004, a associação Quercus alertou para o facto de Portugal não estar
a conseguir estabilizar para depois diminuir as suas emissões de gases de efeitos de estufa. O
acordo estabelecido entre os EUA – Ásia sobre as alterações climáticas poderá trazer danos ao
protocolo de Quioto. Os EUA criaram uma parceria para o desenvolvimento Ásia Pacifico,
juntamente com a China, Índia, Japão, Coreia do Sul e a Austrália. Estes países juntamente com
os EUA representam mais de 50% das emissões mundiais de gases de efeito de estufa e esta
parceria não inclui metas para a diminuição de reduções. Foi mais uma tentativa de retirar
importância ao protocolo de Quioto e uma mensagem destinada ao Mundo de forma a mostrar o
grande poder destas potências e alertar para as tecnologias sem se preocuparem com metas.

Algumas das conclusões finais da conferência em Joanesburgo, alertaram para as energias


renováveis e para ser ter especial atenção ao protocolo de Quioto, protocolo este que é base no
ponto relativo ao aquecimento global. A UE pressionou durante esta conferência para que, em
2015, dez por cento do total da energia consumida, tivesse origem em energias renováveis, mas
rapidamente voltou atrás perante a oposição dos EUA e dos países da OPEP, a quem não
interessa esta medida. Tornar as questões ambientais um direito do homem foi, para os
responsáveis mundiais reunidos em Joanesburgo, a única forma de reforçar as leis existentes. A
degradação ambiental afecta maioritariamente a população mais pobre, que necessita, por isso,
de ser protegida. E a integração dos direitos ambientais na lista dos direitos humanos deve ser o
caminho a seguir. Um documento elaborado por magistrados reconhece também que a aplicação
dos tratados ambientais internacionais necessita de fiscalização e de normas de aplicação, uma
proposta que não fica muito distante da ideia do Parlamento Europeu de uma Organização
Mundial do Ambiente e um Tribunal Internacional de crimes ambientais.

É bem verdade que o protocolo de Quioto e o poder de geração de obrigações aos países que
ainda não atingiram a plenitude da necessidade mundial de contenção da poluição e redução dos
efeitos climáticos por ela provocados, mas não há como negar que sã factores de uma
importância para a mudança dos paradigmas ambientais no planeta, hoje voltados ao
desenvolvimento sustentável. Espera-se que, num futuro próximo, as determinações deste

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Protocolo possam obrigar os países responsáveis pelos altos níveis de emissão de
poluentes, como os EUA, a Rússia e o Canadá, cujos interesses ainda são factores de resistência
aos acordos internacionais acerca da necessidade da estabilidade climática no mundo

O Reino Unido e a Suécia são os únicos países europeus signatários do Protocolo de Quioto
capazes de cumprir os seus objectivos de redução das emissões de gases com efeito de estufa,
ao ritmo actual do seu desenvolvimento económico, revelou o Instituto Britânico de investigação
em políticas públicas. Seguindo uma classificação com base numa escala de cores, o verde foi
atribuído ao Reino Unido e Suécia; laranja à França, Grécia e Alemanha e vermelho aos restantes
países. Segundo Tony Gryling director associado do IPPR “ Aproximamo-nos do ponto do não-
retorno para as alterações climáticas, restando-nos pouco tempo para começar a reduzir,
mundialmente, as emissões de gases com efeito de estufa”.

É pois vital que os países da UE cumpram as suas promessas de redução de poluição e


devem agir para cumprir Quioto através, por exemplo, da poupança de energia e do investimento
nas energias renováveis.

Despoluição dos meios contaminados: despoluição dos efluentes líquidos, gasosos e sólidos, de

origem urbana, agrícola ou industrial, que são despejados no meio ambiente.

Tendo em conta a existência de diferentes tipos de poluição, é óbvio que os processos de


despoluição serão específicos para cada uma dessas classes, podendo então considerar-se:
despoluição do ar: passa sobretudo pela remoção de partículas sólidas e gases perigosos da
atmosfera, através da instalação de filtros em chaminés industriais e da neutralização/lavagem
dos fumos antes da sua libertação, bem como da instalação de catalisadores eficientes nos
motores de combustão interna (veículos automóveis e motociclos);

Despoluição dos solos: dessalinização e reajuste do pH e equilíbrio mineral dos solos


agrícolas; extracção de metais pesados e outros poluentes sólidos e/ou tóxicos dos solos
ocupados por indústrias poluentes, sobretudo químicas, siderúrgicas e metalúrgicas;
descontaminação biológica e química de solos usados para a deposição de resíduos urbanos e
industriais;
despoluição térmica: arrefecimento dos efluentes líquidos antes de serem devolvidos aos cursos
de água, nomeadamente rios, alterando o equilíbrio térmico e, frequentemente, excedendo a
temperatura máxima suportada pelos seres vivos que neles habitam;
despoluição bacteriana: através da incineração dos resíduos hospitalares e da clorização e
ozonização das águas residuais e para consumo;

Despoluição sonora: uso de silenciadores em máquinas e, sempre que possível, localização


da fonte de poluição sonora dentro de estruturas isolantes, tipo caixa; construção de barreiras
sonoras ao longo de auto-estradas e aeroportos; revestimento de telhados e paredes com

isolantes acústicos e uso de vidros ou caixilhos duplos nas janelas; uso de protectores
auriculares em zonas de elevado ruído;

Despoluição aquática: embora todos os cursos de água possuam uma determinada


capacidade auto depuradora, isto é, de eliminação de certos tipos de poluentes, devida aos seres
vivos, sobretudo bactérias, que neles habitam (certas estirpes bacterianas conseguem tolerar a

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presença de derivados do fenol em concentrações de até 0.9 g/l, sendo capazes
de, em 24horas, reduzir a concentração deste poluente em 98%), a capacidade de auto
depuração perde-se rapidamente se os valores de concentração dos poluentes tolerados pela
espécie forem excedidos, tornando-se então rapidamente tóxicos, originando assim a morte dos
agentes responsáveis pela degradação dos poluentes, o que também pode acontecer devido à
presença de outras substâncias tóxicas ou alterações térmicas importantes. A quantidade de
poluentes presente nos efluentes urbanos e industriais excede em muito a capacidade de auto-
depuração natural, sendo por isso necessário proceder a diversos processos de despoluição,
antes de devolver os efluentes ao meio-ambiente;

Despoluição biológica: os efluentes domésticos, portadores de grande carga orgânica, são


submetidos a processos de decantação, seguidos de biodegradação;

Despoluição físico-química: usada para efluentes industriais, através de processos de


floculação, precipitação e de neutralização;

Despoluição mista: complexa e dispendiosa, realizada quando os efluentes domésticos e


industriais são misturados;

Actualmente, e devido ao elevado impacto negativo da poluição no meio ambiente, algumas


correntes ecologicas e políticas defendem a introdução de taxas de despoluição, associadas ao
preço de um produto, sempre que a sua produção, fabrico, utilização ou eliminação, após uso
origine a necessidade de aplicação de processos de despoluição, os quais são dispendiosos e, por
isso mesmo, nem sempre aplicados. Os produtos teriam assim um custo real, no qual está incluído
não apenas os custos de produção e transformação, mas também os custos dos processos de
despoluição a ele associados. Por exemplo: o preço da água incluiria uma taxa para a sua
despoluição, devido ao seu uso como veículo de eliminação de esgotos, detergentes, resíduos
industriais, etc.; o custo de um iogurte passaria a incluir uma taxa para a despoluição devida à
embalagem plástica em que se encontra. Só assim, defendem os seguidores desta teoria, se
poderia promover o uso de produtos não poluentes e com embalagens recicláveis (exemplo: o
vidro), já que estes seriam as alternativas mais baratas para o consumidor, devido a não terem
custos de despoluição associados. Actualmente, ao adquirirmos uma bateria para automóvel,
pilhas, pneus, óleos para lubrificação, combustíveis para automóveis, pagamos um eco taxa.

Custos económicos da poluição: As políticas de controlo da poluição têm custos variáveis,


consoante os meios tecnológicos empregues e o grau de controlo que se pretende. De uma
maneira geral, esses custos podem ser repartidos pelo Estado, pela indústria e pelos
consumidores. Mas quais são efectivamente as relações entre a economia de um país e a sua
política de ambiente? Algumas políticas ambientais são relativamente baratas, não tendo custos
monetários directos, isto é, não envolvendo investimentos por parte da administração. Tais
políticas têm, por vezes, custos reais invisíveis. Os custos da política de ambiente têm que ser

pagos por algum segmento da sociedade. É o caso das políticas relacionadas com o controlo da
poluição produzida pela obtenção de energia e seu uso, a protecção pública de doenças
transmissíveis pela água, a conservação do solo e o manuseamento e utilização de matérias
tóxicas, a protecção de espécies em extinção, a diminuição da camada de ozono, etc.
A equidade de princípios admite que aqueles que beneficiam das políticas de ambiente as paguem.
Nestes, incluem-se as pessoas cujas actividades são reguladas e cuja saúde é protegida por leis

11
contra a poluição. É preciso reconhecer que a imposição de certas regras força as
empresas a utilizar novas tecnologias, o que tem os seus custos. Esses custos reflectem-se no
preço dos produtos por elas fabricados, e assim afectam os consumidores. O custo do controle
de poluição inclui o preço de compra, a instalação, o fornecimento e a manutenção de
equipamento próprio e a implementação das estratégias de controlo.

Proibir oficialmente um produto poluente custa dinheiro, porque há perda de emprego e


de maquinaria, e porque obriga a novos investimentos com vista ao fabrico de novos produtos.
Em alguns casos, uma medida para o controlo da poluição pode levar à reciclagem de materiais e à
evolução tecnológica, revelando um processo menos caro para obter produtos com o mesmo
efeito. Na maior parte dos casos, porém, o controlo da poluição é caro. Assim, o resultado de
maior regulamentação, para prevenir um mal externo poluente, impõe custos económicos que
ultimamente têm sido distribuídos pelo Estado, pela indústria e pelos consumidores.
Os custos do controlo da poluição crescem exponencialmente com o nível de controlo que se
pretende conseguir. Isto significa que uma redução parcial da poluição pode ser conseguida com
medidas pouco caras, mas um aumento dessa redução requer medidas cada vez mais caras e 100%
de controlo é impossível a qualquer custo.

Estudos recentes têm provado que a política ambiental não precisa de diminuir a riqueza
de uma nação, podendo transferir a riqueza dos poluidores para o controlo da poluição e para a
indústria menos poluente. A indústria da protecção ambiental é geradora de emprego e o
argumento de que a protecção do ambiente é má para a economia é infundado. Verifica-se
também que os países que têm melhores condições ambientais são aqueles que têm economias
mais robustas e melhores taxas de criação de emprego.

Aterro com controlo sanitário Um aterro com controlo sanitário é uma das soluções
utilizadas para o tratamento de lixos urbanos, sendo, basicamente, um local onde se faz o
depósito de lixos, de um modo controlado e selectivo, não sendo permitidos resíduos perigosos.
A explosão demográfica humana e a industrialização crescente levaram a que a produção de
resíduos sólidos urbanos se tornasse um problema a nível mundial, não apenas devido ao espaço
ocupado pela grande quantidade de resíduos acumulados, mas também pela poluição e
contaminação (solos, ar e água) gerada por estes resíduos.

A solução inicial conduziu à utilização de lixeiras, as quais mais não são do que áreas imensas,
mais ou menos afastadas dos centros urbanos, onde se realiza um depósito indiscriminado de
todo o tipo de lixos e resíduos e, por vezes, a sua queima a céu aberto. No entanto, além do facto
de o espaço disponível rapidamente ficar saturado, a poluição e a contaminação ambiental são
imensas: os lixos apodrecem e/ou ardem a céu aberto, provocando a contaminação do meio
ambiente com substâncias nocivas e, até mesmo, tóxicas (resultantes, por exemplo, da queima de
plásticos), além de as lixeiras se constituírem como um foco de propagação de doenças causadas

por bactérias e vírus. As escorrências resultantes da degradação dos resíduos, juntamente com
as águas da chuva, infiltram-se no solo, sem qualquer tratamento, contaminando lençóis de água
subterrâneos - os quais muitas vezes são utilizados como fontes para o abastecimento público -
que desaguam em cursos de águas superficiais, originando a poluição de águas usadas para rega e
actividades de recreio, assim como a contaminação de peixes, aves e mamíferos, entre outros
seres vivos afectados. O local de implantação de um aterro sanitário deve ser objecto de um
estudo de impacto ambiental, não sendo um local indiscriminado;

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O tipo de resíduos que são depositados é controlado, não sendo permitidos
resíduos radioactivos, inflamáveis, explosivos, infecciosos, hospitalares, muito corrosivos ou com
reactividade perigosa, susceptíveis de originar gases ou outro tipo de produtos tóxicos, em
contacto com a água ou outros resíduos. Os acessos são controlados;
o lixo não está exposto ao ar nem é queimado, sendo enterrado diariamente em compartimentos
definidos (células), e recoberto com terra, sobre a qual são semeadas espécies vegetais,
sobretudo, arbóreas;

Não há ocorrência de maus cheiros, resultantes de queima ou putrefacção;


não ocorre libertação de escorrências directamente para o solo, permanecendo estes
desintoxicado, devido no entanto, mesmo tendo em conta todas estas preocupações ambientais, o
aterro sanitário não é uma solução total para o tratamento/escoamento de resíduos, visto que
apenas permite eliminar certos tipos de lixos, além do facto de terem uma duração limitada,
devido ao preenchimento do espaço disponível.

Desflorestação O termo floresta designa um ecossistema caracterizado por uma


formação vegetal lenhosa, onde as árvores ocupam um lugar predominante. A desflorestação
traduz-se precisamente pela destruição massiva destes ecossistemas, a ritmos que atingem 1,2%
do total das florestas virgens existentes, por ano, com o objectivos de obter determinados
produtos (madeira, carvão vegetal, por ex.) ou áreas livres (destinadas à prática da agricultura
ou urbanização), por e para o homem.

Se desde sempre se procedeu ao abate de árvores e limpeza de determinadas áreas


florestais, actualmente, o termo desflorestação revestiu-se de uma muito maior intensidade e
pertinência, devido não apenas ao tamanho imenso das áreas desflorestadas (entre 15 a 20
milhões de acres de floresta tropical por ano, ritmo que conduzirá ao seu desaparecimento total
dentro de cerca de 100 anos), mas também ao facto de a desflorestação não ser acompanhada de
uma reflorestação, sendo frequente que os danos produzidos sejam de tal ordem que até mesmo
os mecanismos naturais pelos quais a natureza regenera os ecossistemas naturais são bloqueados
intencionalmente, por exemplo, pela pavimentação dos solos (estradas).

As causas da desflorestação, mau grado a acção de alguns factores naturais, como fogos
de origem natural (exemplo: devidos a relâmpagos) e alterações climáticas (exemplo: as
glaciações), são, na esmagadora maioria dos casos, de origem antropológica.
O aumento demográfico exige naturalmente mais áreas para urbanização e, sobretudo, mais
terrenos para a prática agrícola, dada a necessidade de aumentar a produção alimentar mundial.
No entanto, a ampliação de áreas disponíveis nem sempre é conseguida de forma racional: por

exemplo, os incêndios propositadamente ateados para limpeza da floresta tropical conduzem


frequentemente a uma destruição excessiva do meio ambiente relativamente às necessidades
reais. As quantidades necessárias crescentes de vários tipos de produtos florestais, como a
madeira (usada para a construção, mobiliário, produção de papel, etc.), são também um factor de
pressão sobre a floresta.

Outras consequências da actividade humana são também altamente prejudiciais para a


floresta, nomeadamente as resultantes da actividade industrial, contribuindo directamente para
a poluição hídrica e atmosférica, as quais, actuando de modo concertado, aumentam a debilidade
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das espécies vegetais e dos solos em que estas se fundamentam. A deposição de
depósitos ácidos (por exemplo, resultantes das interacções atmosféricas dos óxidos de azoto e
enxofre) sobre a folhagem das árvores leva a um aumento da lixiviação (remoção) dos elementos
nutritivos, afectando também os solos, onde vão dificultar a absorção de água e de sais minerais
pelas raízes da planta. A acidificação dos solos, além de ser um factor já por si nefasto,
contribui ainda para um outro tipo de poluição, já que a diminuição do pH do solo contribui para
uma maior solubilidade de iões de metais pesados (exemplo: Alumínio), altamente tóxicos para os
seres vivos. A deposição de substâncias ácidas tem sido, segundo estudos levados a cabo pela
União Europeia, o principal factor responsável, nos finais do século XX, pelo declínio das
florestas europeias. Estes mesmos estudos apontam os gases sulfurosos e nitrogenados
(resultantes sobretudo da queima de combustíveis fósseis e do uso intensivo de adubos químicos)
como os principais responsáveis pelo facto de apenas 35% das florestas europeias se apresentar
saudável, sendo que 40% apresentam várias perturbações e 25% estão claramente danificadas.

Embora se assista a uma recuperação gradual em algumas florestas de pinheiro-silvestre


no norte da Europa, a situação na zona Mediterrânea não apresenta evolução positiva, sendo os
fogos florestais um factor ainda muito importante na desflorestação massiva que se observa em
países mais a sul, como é o caso de Portugal.

A exaustão dos solos e a sua intoxicação por práticas agrícolas intensivas e uso excessivo
de produtos químicos (por exemplo: adubos, pesticidas), assim como um pastoreio excessivo,
sobretudo em zonas de transição climática (exemplo: nos limites das zonas desérticas africanas)
são também factores importantes de desflorestação. Quanto às consequências da
desflorestação, elas são extremamente diversificadas e preocupantes, dado o seu elevado
impacto ambiental:

Diminuição da biodiversidade (directa e também indirectamente, pela destruição de


habitats); aumento da concentração de dióxido de carbono atmosférico e consequente
incremento do efeito de estufa, conducente ao aumento da temperatura global do planeta, já que
as árvores são uma fonte de depuração do CO2 atmosférico, utilizando-o como matéria-prima na
realização da fotossíntese, libertando oxigénio do qual são a principal fonte atmosférica. Nos
climas temperados um hectare de floresta fixa, em média, 9 toneladas (T) de dióxido de carbono
por ano, libertando 6.6 T de oxigénio. Além disto, um hectare de floresta liberta, pelo menos,
cerca de 1500 T de vapor de água, por ano;

Aumento da erosão dos terrenos e consequente aumento da aridez e impossibilidade de


recuperação de solos para qualquer fim, agrícola ou florestal, conduzindo à desertificação de
algumas áreas. Alteração dos regimes de pluviosidade, sobretudo na zona das florestas tropicais,
devido ao facto das árvores serem o principal intermediário (através das suas raízes e folhas)
entre as águas profundas do solo e o vapor de água atmosférico; alterações nos ciclos
biogeoquímicos da água, do oxigénio e do carbono;

Aumentos da dispersão de poluentes, já que as florestas, sobretudo as situadas em torno


de áreas industriais densas, funcionam como uma rede depuradora, retendo determinados
poluentes. Alterações climáticas nas áreas florestais tropicais desflorestadas, nomeadamente
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com a transferências das chuvas dos continentes para os oceanos equatoriais;
percas irreversíveis de património genético, inclusive de espécies desconhecidas do homem, e
cujo potencial (exemplo: farmacológico) poderá ser incalculável.

A diminuição da desflorestação é urgente, assim como a necessidade de iniciar o mais


rapidamente possível a recuperação das florestas existentes e a reflorestação de áreas já
afectadas.

Erosão do solo Conjunto de fenómenos que ocorrem na superfície do solo ou a baixa


profundidade, destruindo as rochas superficiais e deslocando os detritos obtidos, assim
modificando o relevo. A erosão do solo é um problema mundial. A produção de alimentos leva à
perda de 25 milhares de milhões de hectares de solo por ano. Para isso contribuem a
desflorestação e a erosão, os super pastoreios e as más práticas agrícolas. Em 1972 os países
europeus adoptaram a Carta Europeia do Solo, que tem o mérito de evidenciar a necessidade da
conservação do solo e de sublinhar os seus aspectos essenciais.

Biotecnologia: Numa tradução directa, biotecnologia significa tecnologia biológica, isto é,


ramo científico que consiste na aplicação de diferentes técnicas a sistemas vivos, com o
objectivo de obter determinados produtos ou efeitos desejados para benefício do homem. Usada
desde a Antiguidade, é aplicada a inúmeros campos, desde a produção alimentar à clonagem,
passando pelos detergentes e pelos tomateiros transgénicos.

A Biotecnologia é uma área interdisciplinar que tem por base a manipulação de células
vivas e/ou das moléculas que as compõem, utilizando uma diversidade de técnicas científicas, de
forma a obter um determinado produto, efeito ou resolução para um problema, com interesse
antropológico.

Desde sempre o homem utilizou técnicas de manipulação dos sistemas biológicos naturais,
cruzando determinados animais ou semeando apenas determinados tipos de plantas, portadores
de certas características com interesse. Mas outras técnicas mais elaboradas são utilizadas já
desde as antigas civilizações Egípcia e Mesopotâmica, nas quais era vulgar o recurso à utilização
de microrganismos fermentativos (determinados tipos de leveduras e bactérias) para o fabrico,
praticamente industrial, de alguns produtos alimentares, como a cerveja, o pão e o queijo. No
entanto, o grande desenvolvimento da Biotecnologia deu-se, sobretudo, nos últimos trinta anos,
estando esses progressos estritamente associados a desenvolvimentos de uma nova área da
Biologia, nomeadamente da Genética: a Engenharia Genética.

A Engenharia Genética caracteriza-se pela manipulação do ADN (Ácido


Desoxirribonucleico), o material hereditário presente em todas as células dos seres vivos,
responsável pela expressão de todas as características hereditárias dos indivíduos. Esta
manipulação é feita através do corte das cadeias do ADN por enzimas específicas (enzimas de
restrição. Deste modo, conseguem-se obter organismos transgénicos, isto é, com um património
genético alterado, possuidores de genes que não eram inicialmente típicos da espécie (por
exemplo, a inserção de genes que conferem resistência a determinados herbicidas ou bactérias,
em espécies de cultivo, como o milho), e que agora se passam a transmitir de geração em geração,
juntamente com o restante ADN da espécie Medicina: produção de hormonas (por exemplo:
insulina e hormona de crescimento, Indústria Alimentar: produção de pão, bebidas alcoólicas e
produtos lácteos; frutos resistentes ao apodrecimento; alimentos enriquecidos em nutrientes

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essenciais (particularmente úteis nos países de onde a diversidade alimentar se
limita a um a dois alimentos diferentes) e até mesmo fármacos integrados em produtos
alimentares (por exemplo: vacinas).

Agricultura, Pecuária e Pesca: desenvolvimento de variedades vegetais resistentes à


seca, pragas e uso de herbicidas químicos; criação e selecção de variedades de plantas e animais
mais produtivas; crescimento rápido de animais (por exemplo, peixes e galinhas) destinados a
produção alimentar; aumento da produção de leite.

Preservação do Ambiente: preservação do ADN de espécies em risco de extinção para estudo e


até possível clonagem;

Indústria química: produção de detergentes; uso de certas estirpes de bactérias como


agentes extractores de determinados minerais preciosos a partir de meios com baixa
concentração, usando a sua capacidade de concentrarem determinados elementos minerais no seu
interior.

Indústria Informática: desenvolvimento dos chamados computadores orgânicos, que


utilizam células nervosas na elaboração de chips de memória e processamento.

Embora os benefícios decorrentes do uso das biotecnologias sejam por demais evidentes,
existem, no entanto, alguns receios e críticas relativamente à utilização de algumas técnicas e
procedimentos, quer de carácter ético, nomeadamente no campo da criação de cópias completas
de seres vivos (clonagem), quer ambiental, sobretudo no que diz respeito à produção de
variedades de seres vivos geneticamente alterados, cujo impacto na imensa complexidade que
são os ecossistemas naturais nunca pode ser totalmente determinado, podendo a vantagem
competitiva conferida artificialmente a determinadas espécies ser o suficiente para provocar
extinções em massa de outras. As alterações em hábitos naturais das espécies, por interferência
humana, pode também ser um factor cujo impacto negativo é desconhecido. Veja-se o exemplo
dos bovinos, naturalmente herbívoros e, no entanto, alimentados com rações que incluem restos
de outros animais da mesma espécie:

Transgénicos: sim ou não? O grande desafio das actividades agrárias são conseguir atingir
o aumento de produção, produtos de melhor qualidade e de menor custo. Muitos são os caminhos
percorridos na tentativa de os alcançar, embora sem grande sucesso na globalidade, e o último é
o que vem sendo palmilhado pela engenharia genética através dos transgénicos.

Transgénicos ou organismos geneticamente modificados - OGM - são organismos em que


se alterou o código genético através da introdução de um ou mais genes. Os OGM são fruto da
investigação científica, da área da biotecnologia ou engenharia genética sendo, por isso,
concebidos em laboratório. Quando o resultado em laboratório é o esperado, estes produtos são
produzidos como qualquer outro produto natural.

Sempre que se percorre um novo caminho, o consenso é difícil e surge o confronto e a


polémica entre os que apoiam e só encontram vantagens e os que estão contra e só vêem
defeitos. No entanto, o importante é não cair em fundamentalismos e com honestidade, sem
sobrepor os interesses económicos aos da saúde pública, testar, avaliar e decidir sobre aquilo em
que vale a pena apostar e o que deve ficar para trás.

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Vantagens destes produtos: aumento da produção; menor custo; aumento
de rendimento dos agricultores; maior competição no mercado agrícola; ausência de riscos para a
saúde; menor poluição do meio ambiente.

Riscos: diminuição da biodiversidade devido à extinção de espécies; perda de mercado dos


produtos convencionais; aparecimento de novas alergias e outras doenças; aparecimento de novos
vírus; aumento da resistência aos antibióticos; espírito de lucro acima de tudo; fraco controlo
dos estados.

Entre os riscos e as vantagens enunciados fica o consumidor, que deve exigir regras rígidas de
rotulagem e outros meios de informação para saber o que compra. Sabendo que o risco está
sempre presente e que não se pode travar o conhecimento científico, resta-nos lutar pelo direito
à escolha e usufruirmos desse direito de forma consciente estando, para isso, bem informados.

Desertificação: O conceito de desertificação pode ser definido, de acordo com a "Convenção das
Nações Unidas de Combate à Desertificação", como a degradação da terra nas zonas áridas,
semi-áridas e sub-húmidas, resultante de factores diversos, tais como as variações climáticas e
as actividades humanas.

Apesar de ser um problema já muito antigo, só recentemente, nas últimas duas ou três
décadas, a desertificação passou a ser um objecto de preocupação para muitos governos, devido
ao facto de afectar a produção de alimentos e as condições de vida de milhões de pessoas.
As áreas abrangidas pelo problema da desertificação cobrem cerca de 33% da superfície
terrestre, num total de aproximadamente 51 720 000Km2, afectando cerca de 900 milhões de
pessoas, sendo África o continente mais afectado. A estas áreas podem ainda acrescentar-se as
zonas hiper-áridas (desertos), que ocupam 9 780 000 Km2 (16% da superfície terrestre).
As causas conducentes à desertificação são diversas, podendo ter origem natural, como
mudanças climáticas naturais, a exemplo da que conduziu à formação do deserto do Sara, entre
5000 a.C. e 1000 a.C., ou, antropológicas, isto é, devidas à acção do humana. A FAO (Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) propõe cinco áreas de acção humana, como
potenciadoras do efeito de desertificação:

1) Degradação das populações animais e vegetais (degradação biótica ou perda da


biodiversidade) de vastas áreas de zonas semi-áridas devido à caça e extracção de madeira;

2) degradação do solo, que pode ocorrer por efeito físico (erosão hídrica ou eólica e
compactação causada pelo uso de máquinas pesadas) ou por efeito químico (salinização ou
solidificação);
3) degradação das condições hidrológicas de superfície devido à perda da cobertura vegetal;
4) degradação das condições geo-hidrológicas (águas subterrâneas) devido a modificações nas
condições de recarga;

5) Degradação da infra-estrutura económica e da qualidade de vida dos assentamentos humanos.


Estes cinco componentes traduzem, de um modo genérico, os impactes negativos da acção do
homem nos ecossistemas naturais, conduzindo à sua destruição e consequente desertificação. A
poluição dos solos, a agricultura intensiva, o uso de químicos agrícolas, a sobre exploração
madeireira, o pastoreio intensivo, a pressão urbanística, a extracção de areias e as alterações
climáticas (nomeadamente, dos regimes de pluviosidade) devidas ao aumento artificial do efeito
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de estufa, são factores que, combinados, conduzem à destruição de solos,
impedindo qualquer produção agrícola ou crescimento vegetal significativo. A nível internacional
têm sido tomadas várias medidas para tentar pôr cobro ao avanço da desertificação que levam a
perdas económicas incalculáveis, mas até agora não têm tido êxito Em Portugal, o problema da
desertificação coloca-se ao nível de algumas zonas secas, com regimes de pluviosidade muito
baixos, como é o caso de certas regiões do Alentejo e interior Algarvio.

Um outro tipo de desertificação, a desertificação humana, é também um problema actual,


devido à migração das populações do interior para as áreas litorais, desertificando as áreas
interiores e originando uma pressão humana muito grande junto ao litoral.

Em opinião pessoal, as energias renováveis não poderão nunca substituir o consumo dos
combustíveis fósseis e ainda suportar o aumento geral do consumo de energia. O que precisamos
é, além de fontes de energia limpas, de uma nova política energética. Os países ditos
desenvolvidos têm obrigatoriamente de reduzir o seu consumo desenfreado de energia (o que não
implica uma redução do conforto, antes pelo contrário) para permitir aos outros aumentar o seu
consumo energético. No entanto, a “revolução industrial” dos países ditos subdesenvolvidos não
poderá ser nunca como foi a dos países desenvolvidos, já que não existem condições para isso. É
necessários que aprendamos com os erros do passado. Não temos, simplesmente tempo para os
repetir.

Está pois a humanidade perante um dilema que pode ditar o seu futuro. Os aterros
sanitários estão quase nos seus limites, a incineração produz gases com efeito de estufa, na co-
incineração subsistem dúvidas, a biotecnologia pode levar á criação de espécies que vão aniquilar
outras, os transgénicos não podem ser produzidos (mas podem ser importados), a erosão, a par
da desertificação, aumenta desde o interior ao litoral, a desflorestação é cada vez maior, o ar
torna-se rarefeito a fome aumenta.

Quem decidirá o futuro? Será que só nos preocupamos com energias renováveis? E como
seria antigamente! Não aprendemos nada com os nossos antepassados.

Coimbra, 06 de Janeiro de 2009

José António da Costa Silva

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