REINO UNIDO

Alunos revistados
têm de passar pelos
detectores de metais
Crianças e jovens das escolas britânicas vão ser revistados e obrigados a
passar, diariamente, por um detector de metais à entrada das escolas, num
movimento único e sem precedentes. Pag. 5

Nº 58 < Ano 3 < 1 Maio 2009 Director: Daniel Santos Quinzenal< Gratuito

GRIPE SUÍNA PÕE MUNDO EM ALERTA INTERNACIONAL

PANDEMÓNIO
Apesar de ainda ser evitável, o espectro da ocorrência de uma
pandemia de gripe aumenta de dia para dia. A Organização
Mundial de Saúde pediu aos países para se prepararem para o
pior dos cenários e admitiu a hipótese de voltar a aumentar o nível
de alerta para uma epidemia global em breve. Um pouco por todo
o mundo se vão registando casos, uns apenas de suspeição,
outros que confirmam que esta gripe mata mesmo. No Reino
Unido há oito casos confirmados, enquanto em Portugal não há
notícia de que alguém esteja infectado, e a ministra da Saúde e o
primeiro-ministro já descansaram os portugueses garantindo que
foram tomadas todas as medidas para combater esta pandemia
que se tornou num verdadeiro pandemónio. Pags. 4, 7, 21 e 32
Cem dias de
governação
de Obama Pag. 21

COMUNIDADES

TEC vai ter

quiosque
Cavaco pede consular
participação O TEC assinou com o
Consulado de Portugal em

nas eleições Londres um acordo para a

O Presidente da República
apelou à participação activa
dos cidadãos nas eleições
deste ano, pedindo aos
agentes políticos para
apresentarem propostas com
realismo, autenticidade e sem
ilusões, num debate centrado
nos problemas do país.Pag. 12
Manuel Alegre
elogia discurso
do Presidente
instalação de um quiosque,
que vai permitir aos
portugueses nesta região
tratarem de assuntos
consulares sem terem de se
deslocar a Londres. Pag. 22
Camionista
português
condenado
Tribunal aplicou pena de 4
De sombrero e de saúde. Turistas portuguesas, bem dispostas, no aeroporto de Lisboa, após o regresso de
Cancun, no México, destino paradisíaco a que muitos agora fogem devido à gripe suína que assola aquele país.
anos de prisão pela morte de
automobilista inglês. Pag. 23
PUB.
2 1 Maio 2009

ENTRE NÓS
Projecto comum em East Anglia Portuguese Offer A Grande Marcha da Imigração
Já estão escolhidas as partes
A comissão de arranque para a constituição de uma organização intervenientes no “Portuguese Será já no próximo dia 4 que os imigrantes marcharão pelas ruas
que junte a maior parte dos portugueses que trabalham com e Offer”, a realizar no princípio de Londres para manifestarem a sua solidariedade com os
para a comunidade lusa, vão reunir-se no próximo dia 23 de do próximo ano. A comissão milhares de trabalhadores ilegais que garantem quase 20% da
Maio. Joe Barreto e Susana Forte Vaz defendem um projecto coordenadora será quase força laboral na capital. Pretende-se alertar as autoridades para a
aberto de união de esforços. “Para já existe uma ideia, mas nada integralmente constituída por necessidade de legalizar todos os radicados no país e que
está definido.Tudo está em aberto”, afirmou Joe Barreto. “São jovens de grande valor na nossa contribuem positivamente para o seu desenvolvimento
bem vindos todos os que dentro de East Anglia trabalham com os comunidade, que, brevemente, económico. Será uma marcha a que o nosso amigo e
portugueses”. Para mais informações telefone a Joe Barreto anunciaremos. Esteja, pois, colaborador Gonçalves da Silva se dedicou e que, certamente,
(07747860604) ou Susana Forte Vaz (01842 764622). atento a este evento. terá a adesão dos portugueses e outros falantes da língua lusa.

COMEMORAÇÕES DO DIA DA MADEIRA “As Notícias”

O encontro e convívio de madeirenses, cuja comunidade
representa 65 por cento do total dos portugueses no Reino Unido,
aumenta capital
é o principal motivo para o dia da Madeira, que realiza no domingo O nosso jornal vai, durante o mês
a segunda edição, no Kennington Park, Londres, declaram os de Maio, aumentar o seu capital.
Revolução atrasada organizadores. “Há encontros de pessoas que já não se vêem há
muitos anos, incluindo familiares”, diz Carlos Freitas, Conselheiro
Vamos recrutar mais quadros para
podermos chegar cada vez mais
No dia 25 de Abril de 1974 estava eu em Angola, onde trabalhava das Comunidades Madeirenses e organizador do evento. longe. O jornal pretende
no “Diário de Luanda” como revisor de provas gráficas. O jornalista “O Dia da Madeira não é só para os madeirenses, é para todos os consolidar a abertura do seu
Belmiro Vieira era o chefe de redacção e, salvo o erro, Pereira da portugueses”, sublinhou, em declarações à Agência Lusa. (Mais escritório em Londres, dirigido por
Costa era o director desse único vespertino (na altura, pois já antes informação no anúncio da página 23). Pedro Fernandes, que fará parte do
existira o “ABC”) da capital angolana, o grande “responsável” por quadro accionista da nossa
todo o meu percurso de vida entre jornais e revistas, embora tenha publicação, e chefiará a área de
dado os primeiros passos no jornal “O Comércio” e, depois, em “A
Província de Angola”, também estes sediados em Luanda.
Trabalhistas com comunidade lusa marketing e vendas. A
responsabilidade editorial
Pois bem... nesse dia, como em tantos outros, o jornal fechava O partido trabalhista em Norfolk está muito atento ao desenvolvimento continuará nas mãos de Daniel
perto das duas da tarde e, uma hora depois, os pequenos e dos projectos, das expectativas e necessidades da comunidade portuguesa Santos e a gestão global a cargo de
descalços ardinas lá estavam à porta da Gráfica Portugal para rece- na área. Este partido é o único que se apresenta a estas eleições com um João de Noronha. Outros nomes
berem os exemplares que iriam vender debaixo das arcadas da projecto que abrange as comunidades migrantes e defende a permanência bem conhecidos na nossa
pastelaria Versalhes, à porta da Paris, na Mutamba... enfim, um na União Europeia. Todos os outros, por interesses políticos, preferem comunidade completarão o novo
pouco por toda a bela Luanda de então, desde a Baixa aos esquecer as promessas do passado e não mencionar os imigrantes e criam quadro, reforçado com uma nova
Combatentes. Nesse dia, como em tantos outros, o ambiente era dúvidas quanto à Europa, com medo de perderem votos na comunidade administrativa e um novo
calmo e concentrado na lufa-lufa do fecho da edição, nada fazia adi- local. Tanto os deputados, como os conselheiros das variadas câmaras, vendedor. A distribuição
vinhar que, a milhares de quilómetros de distância, tinha acontecido manifestaram ao nosso jornal a necessidade que a comunidade portuguesa continuará a cargo do próprio
uma revolução. Na altura, ninguém se apercebeu do semblante algo se integrar na política interna do país, para fazer valer os seus direitos. jornal, de algumas empresas
preocupado do chefe de redacção, tão pouco alguém terá dado Para isso seria necessário que os portugueses se inscrevessem nos accionistas e da TNT e
importância a uma notícia de última hora que referia haver movimen- cadernos eleitorais para as eleições locais, a terem lugar no próximo dia 4 manteremos os mesmos cerca de
tos de tropas em Lisboa. Descansados, ou melhor, alheios a essas de Junho. Basta contactar o nosso jornal e nós organizamos a forma de lhe 500 postos de distribuição desde
coisas de política que ocorriam no puto, todos nós ansiávamos pela fazer chegar um formulário. Para mais informações tel: 01842 764622. Jersey à Escócia.
hora de saída, todos nos preocupávamos mais com a Cuca ou
Nocal bem fresquinha que nos aguardava no Baleizão, no PUB.
Amazonas ou noutra esplanada qualquer. Para além disso, de movi-
mentos de tropa estava eu farto - fazia quase um ano que acabara
o meu serviço (leia-se suplício) militar, durante o qual passeara,
durante três anos e meio, o camuflado por São Salvador, Ambriz,
Ambrizete, Buela, Quiende, Magina, Quiximba, Tomboco... e tantos
FLATS
outros locais dessa imensa e saudosa Angola. Nesse dia, portanto,
como em tantos outros, vivia-se o quotidiano do costume, numa
ALUGAM-SE
cidade pejada de militares mas onde já não havia guerra. Vivia-se,
nesse dia, como em tantos outros, com a parca informação que a 2 e 3 quartos
Pide, Governador Geral, Forças Armadas e outros órgãos de cúpu-
la entendiam fornecer. Por isso, a 25 de Abril não vivemos a re- £100/semana
volução, não cheirámos os cravos, não gritámos liberdade. Em
Luanda, vivêmo-la a 26, um dia depois... Uma revolução atrasada Estúdio
que, passados todos estes anos, ainda não chegou a todo o lado. £80/semana
Propriedade
Portuguese Link, Ltd.
25A Guildhall Street Loja no
Thetford- Norfolk IP24 2DT
Telf: 01842 764622 centro de
geral@portuguesemedia.co.uk
Thetford
Direcção Geral: João de Noronha joaonoronha@portuguesemedia.co.uk; Director: Daniel
Santos daniel@portuguesemedia.co.uk ; Direcção Financeira: Susana Forte Vaz Ligue para
tec.challenge@yahoo.com; Colaboradores: Alfredo Miranda (Portugal); Marques dos Santos
(Desporto); Vanessa Haiden (Reino Unido); JCD Gomes (Guernsey); Isilda de Freitas 07877 437 163
(Jersey); F. Gonçalves da Silva (Londres); P. Pereira (Ipswich); J. Bandeira (Great
Yarmouth); Cristina de Sousa (Manchester); Paula Magalhães (Lincolnshire); Carlos Dias
(Midlands); Manuel Gonçalves (Somerset); Paulo Vinha (Bournmouth); Valdeiza Costa
(Thetford); Revisora: Susana Vaz; Distribuição: Própria com Euromarket e Júlio
Sequeira; Tiragem: 20 mil exemplares distribuídos em 258 localidades na Inglaterra, País
de Gales, Escócia e Ilhas de Guernsey e Jersey; Colaboração: Lusa, Agência de Notícias
de Portugal, SA .

O SEU JORNAL
Nota da Direcção - A publicidade publicada neste jornal, cadernos e inserções é da inteira responsabilidade dos
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transmitir a opinião do jornal. A sua publicação insere-se na responsabilidade democrática que temos em aceitar
a liberdade de expressão, de opinião e o direito à diferença..
NO REINO UNIDO
14 1 Maio 2009

MADEIRA
Hospital ganha “oscar” em Londres Corte de estrada PSP detém assaltantes de igrejas
Um veículo atrelado fechou por
O Hospital Central do Funchal (HCF) recebeu o certificado do algum tempo a estrada da Um grupo de indivíduos foi identificado pela PSP como
sistema de acreditação “Health Quality Service” pela Caspe Encumeada, abaixo da Pousada suspeitos autores de uma série de assaltos em igrejas da
Healthcare Knowledge Sistem (CHQS), em Londres, numa dos Vinháticos, devido à Região, designadamente nos concelhos de Santa Cruz, Funchal,
cerimónia em que esteve presente o presidente do Conselho de impossibilidade de efectuar uma Câmara de Lobos, Ribeira Brava e São Vicente, e que
Administração do Serviço de Saúde da RAM, E.P.E., curva mais apertada. Nesta eventualmente causaram forte alarme social entre as
representando o HCF. Almada Cardoso traz o prémio máximo da manobra, o atrelado derrubou populações. A Sé, Capela de São João da Ribeira, no Funchal,
categoria dos hospitais fora de Inglaterra. Uma espécie de um poste e imobilizou-se a meio igreja dos Lameiros, do Rosário, de São João (Ribeira Brava),
«Oscar». Este processo iniciou-se em 2002, numa altura em que da curva sem conseguir avançar igreja da Quinta Grande, do Garachico, a igreja da Assomada,
aquela organização se designava por «King’s Fund». devido às suas dimensões. foram os locais visados pelos suspeitos.

“Festa da Flor” é o maior

cartaz turístico da região
Cerca de 1.100 figurantes em
representação de nove grupos animaram as
várias dezenas de milhar de madeirenses e
turistas presentes nas principais artérias do
Funchal, para verem mais um desfile da Festa
da Flor.
As festividades, que começaram no último
dia 15 e que só terminaram dia 30, foram este
ano subordinadas ao tema “O Principezinho”,
numa alusão ao livro de Antoine de Saint
Exupéry.
Os nove grupos inspiraram-se nesse tema,
com João Egídio a evocar “A viagem do
Principezinho à Madeira”, a Turma do Funil
a propor “O Baile da Amizade”, a Associação
Fura Samba a prometer “Je veux te dire un
secret...” e os Veteranos da Folia a lembrar
“O pequeno Príncipe”.
Chico e Companhia propuseram um
“Voltar à Inocência”, a Caneca Furada
retratou “O Pôr-do-Sol”, a Geringonça
apelou a “O Planeta da Harmonia”, a Fábrica
de Sonhos desfilou sobre o tema “Voando
com os Pássaros” e Isabel Borges salientou
“Fx-21 em Festa”.
PUB.
O Governo Regional disponibilizou, este
ano, 301 mil euros na preparação desta festa
que, segundo a secretária Regional do
Turismo, “é o maior cartaz turístico da
Região, não em termos de tradição mas sim
em termos de retorno financeiro”.
Conceição Estudante relevou “o facto de os
hotéis da Região registarem, nesta altura,
uma taxa de ocupação rondando os 90 por
cento”.
A governante destacou ainda a vinda cada
vez maior de portugueses do continente a esta
festa, “numa altura em que
não é normal os portugueses
fazerem férias”.
Conceição Estudante
referiu ainda que, após o
Carnaval, esta festa abre um fim-de-ano, entre outras”. Após uma semana
ciclo de festas, que passa, em de sol, com as temperaturas a atingirem os 25
Junho, pelo Festival do graus centígrados, o fim-de-semana e,
Atlântico (espectáculos principalmente este domingo, surgiu muito
semanais de fogo de artifício nublado, vindo ao de cima o receio de que
e música, pela Festa das pudesse chover, à semelhança do ocorrido no
Vindimas, em Setembro e ano passado, que obrigou ao adiamento do
pelas festividades do Natal e desfile.
1 Maio 2009 15

Madeira “armada” contra gripe suína Educação sexual
O grau de satisfação de todos
O secretário regional dos Assuntos Sociais disse, no que se os intervenientes no projecto
refere à “gripe suína”, que a Madeira está armada para “Educação Sexual e Afectos”,
responder à altura da ameaça. Segundo Francisco Jardim no ano lectivo 2007/8, «foi
Ramos, «estamos a trabalhar, muito concretamente, com a altíssimo». A garantia é da
Direcção-Geral de Saúde e esta com a Agência Europeia de coordenadora do projecto,
Saúde que, por sua vez, está em articulação com a Organização Magda Ferreira, e foi dada antes
Mundial de Saúde, desenvolvendo todos os procedimentos que, de ter ínicio a apresentação dos
a cada momento, se impõem. Por isso, nós podemos dizer que dados referentes à avaliação
estamos armados para responder à altura da ameaça». da iniciativa.
MADEIRA
Hotelaria com 70% de ocupação
A secretária regional do Turismo e Transportes, Conceição
Estudante, revelou que a taxa de ocupação turística prevista
para Maio é de 70 por cento, 14 pontos percentuais acima da
verificada em igual mês do ano anterior. “Uma sondagem
elaborada por esta secretaria à situação de reservas já
efectuadas para a hotelaria regional apontam para uma taxa de
70 por cento de ocupação já no próximo mês de Maio, taxa essa
superior à registada em 2008 no mesmo período que foi cerca
de 66 por cento”, adiantou Conceição Estudante.

NA ROTA MADEIRA-LISBOA

Easyjet já transportou mais de 100 mil passageiros “Rendição” de Jardim

A companhia de baixo custo Easyjet, a primeira a
beneficiar do regime de “céu aberto” na rota Madeira-
Lisboa em vigor há um ano, transportou nos primeiros
seis meses de operação 97.580 passageiros, disse à
agência Lusa fonte da empresa.
Segundo a mesma fonte, a operadora, que inaugurou
esta linha a 27 de Outubro de 2008, até Outubro deste
ano tem já feitas 125 mil reservas, destacando a “forte
taxa de ocupação, de 93 por cento” em Abril
A EasyJet, que assegura dois voos diários de Lisboa
para o Funchal, tem actualmente a operar, em 27 países
diferentes, 171 aviões em 416 rotas, ligando 110
aeroportos.
Nos doze meses até Março de 2009, a transportadora
diz ter transportado cerca de 45 milhões de passageiros.
Até 27 de Outubro de 2008, as ligações entre o
continente e a Região Autónoma da Madeira eram
asseguradas pela TAP, em acordo de partilha de voos
(code-share) com a SATA. A partir desse dia a EasyJet
passou a operar no aeroporto da Madeira, oferecendo
também ligações entre o Funchal e o Reino Unido, para
os aeroportos de Stansted, Bristol e Gatwick.
A liberalização dos voos domésticos e a entrada da
companhia britânica na rota Funchal-Lisboa, além de
tornar mais baratas as viagens (quer na easyJet quer na
TAP) entre a Madeira e Portugal continental, veio
possibilitar aos que vivem no continente deslocarem-se
a esta região de Portugal com a mesma facilidade e
orçamento familiar com que vão ao Alentejo, ao Minho
ou ao Algarve.
Os residentes no arquipélago da Madeira que viajam
nos aviões da easyJet passaram também a beneficiar
desde Janeiro do subsídio de mobilidade, na ordem dos
60 euros, que apenas era pago aos passageiros da TAP.
O PND-M realizou um simulacro de rendição do presidente do
Governo Regional, Alberto João Jardim, há 31 anos no poder,
como forma de chamar a atenção para o regime político na
Madeira e de comemorar o 25 de Abril.
Quatro viaturas militares incluindo um blindado posicionaram-se
à frente da porta de entrada da Quinta Vigia, sede da presidência
do Governo Regional, juntamente com os respectivos “militares”
(dirigentes do PND-M disfarçados) e exigiram a rendição de
Alberto João Jardim à democracia e ao 25 de Abril de 1974.
De megafone na mão e interpretando Salgueiro Maia, o ex-
deputado do PND-M, José Manuel Coelho, apelava ao inquilino há
31 anos da Quinta Vigia para se render “às forças democráticas” e
ao 25 de Abril. A “coluna militar” atraiu a curiosidade de muita gente
sobretudo de turistas que desciam a Avenida do Infante em
direcção à festa da flor, que eram surpreendidos com a oferta de
cravos vermelhos, ao mesmo tempo que era entoada músicas de
Zeca Afonso, em especial a “Grândola Vila Morena”.

PUB.
PORTUGUESA VAI A VOTOS A 4 DE JUNHO
OPINIÃO
“Quero dar voz aos portugueses”
afirma Cecília Fonseca, candidata do Partido Trabalhista
“OS ingleses gostam de nós, mas
Telco/London Citizens
t e m o s d e n o s a f i r m a r. E u
candidato-me porque quero dar Prezados compatriotas,
uma voz aos portugueses em Depois de um trabalho tão árduo em que muitos de nós
Norfolk” – disse, em exclusivo ao estivemos envolvidos não poderíamos deixar de pôr em
nosso jornal, a candidata prática algumas das decepções que apanhámos! Nunca nos
portuguesa do partido do poder, passou pela cabeça que tivéssemos de enfrentar tantos
Cecília Fonseca, às eleições locais cobardes que têm muita garganta, mas quanto a obras… nada
em Norwich, dia 6 de Junho, na consta! Há, de facto, muita parra e pouca uva dentro da
região de West Depwade, que Comunidade Portuguesa, como temos constatado, mas tudo
inclui as vilas de Burston e isto é efémero, esvai-se na ampulheta dos tempos. No
Ashwellthorpe. entanto, enquanto os encantadores de serpentes se esforçam
Esta portuguesa, há muito ligada por persuadir os seus incautos, bem como os feiticeiros se
ao partido trabalhista, será para desunham em urdir mentiras nos teares da falsidade, levando
esta força política o elo de ligação as suas vítimas à perdição, nós pugnamos pela Justiça, que é
com a comunidade portuguesa na uma das virtudes que mais agrada aos olhos do El Olam!
área e defenderá os nossos Efectivamente, há meio mundo a enganar outro meio, e
interesses sempre que para isso for quanto mais os anos passam, mais os anticristos se vão
solicitada. manifestar, porquanto o seu reinado tem os seus dias
Jovem, mãe de uma pequena contados. De qualquer modo, as Comunidades Imigradas em
criança, é uma mulher cheia de Inglaterra já se aperceberam de que a imigração tem sido um
garra e vontade férrea, uma grande campo fértil de exploração, onde até muitas igrejas de
característica de todos nós fachada se têm aproveitado da ignorância explorando a seu
portugueses, que divide o seu belo prazer os mais vulneráveis e indefesos seres humanos
tempo entre as funções de mãe, que carecem de que se desfralde o “estandarte da revolta”
estudante do segundo ano de levantando as nossas vozes em prol daqueles que “não têm
direito e a actividade política. voz”, por serem vítimas da injustiça em terras de Sua
Na breve conversa que tivemos, Cecília está bem informada sobre a quantidade de portugueses Majestade Britânica! Verdadeiramente, desde que foi
na área e dos anseios e expectativas da nossa comunidade e avisa para os perigos da votação na constituída a Telco/London Citizens, muitas Comunidades de
sua concorrência, que hoje está contra o fluxo migratório e tudo farão para nos afastar. Imigrantes, que estão devidamente organizadas, têm usfruído
Como temos vindo a repetir, o partido trabalhista é a única força política que defende os direitos e de muitas regalias, enquanto que aquelas que continuam
garantias da imigração e que defende a permanência do Reino Unido no quadro da União Europeia. desorganizadas irão de mal a pior, como acontece com a
Comunidade Portuguesa. Não acham que é tempo de acordar
e de nos organizarmos por nós próprios?
Portugueses da Bernard Matthews promovem torneio de futsal Solidariedade e cooperação,
Promovido pela HFC Productions, os Para além das equipas do torneio, participarão
trabalhadores portugueses da Benard Matthews também equipas femininas e de crianças, e os F. Gonçalves da Silva
participam num torneio de futsal, patrocinado por jogos iniciar-se-ão pelas 10 até às 12h e das Portuguese Action Group
diversas casas comerciais daquela cidade à 14,30 até às 16,30h.
beira-mar. Este torneio é patrocinado pela Bernard
Assim o I Torneio de Futsal da Bernard M a t t h e w s , L u s a I m p o r t E x p o r t , Tu d o r
M a t h e w s , o n d e pa r t i c i pa m o i t o e q u i pa s ,
representando os vários sectores de produção da
fábrica de transformação de carne de peru e
Restaurante, Crown Restaurante, Café Central,
Fórum Café, The Corner Shop, Bar Tembo, Kinos
Style, Churrasqueira José Luís e J. Pena Second
COLABORAÇÃO
outras aves, terá início no dia 2 de Maio.
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Hand Furniture.
DOS LEITORES
As páginas do nosso jornal estão abertas
à colaboração dos leitores, que nos podem
enviar artigos que achem que podem contribuir
para informação ou esclarecimento de todos os
que nos lêem, embora a direcção
do jornal se reserve o direito de publicar, ou não,
os artigos enviados. Escreva para
geral@portuguesemedia.co.uk
 eservo hoje algumas palavras para
R o meu amigo Gonçalves da Silva.
Quem não o conhece não sabe que
se trata de um homem de grande
voluntariedade e dedicação, que
me tem trazido muitas alegrias em actos de
pura solidariedade. Tem sido um homem
que tem acompanhado o jornal desde o
primeiro momento e lutado pela sua
manutenção e divulgação. Nem sempre
posso concordar com ele, na sua visão das
coisas e nos compromissos que toma, mas
o respeito e compreensão pelos princípios
que o norteiam fazem dele, aos meus olhos,
um homem de grande valor e fiel aos
mesmos princípios e objectivos. Agora
tratou com grande competência a marcha
da imigração e ajudou a organização a
divulgar as bases que levaram a lançar esta
grande ofensiva. No Domingo, Gonçalves
da Silva vai ser um homem feliz, entre a
sua bandeira das quinas e o seu estandarte
feito para a ocasião. Vai ser uma marcha
cheia de efeito e resultados, onde gente de
grande valor nas áreas do ensino, do
direito, das letras, das artes, da música, das
finanças e da política, lá estará para dar
razão a tudo aquilo que, na base, faz o
Gonçalves da Silva vibrar. O valor não está
muitas vezes da forma como parecemos,
mas sim da forma como conseguimos fazer
com que as nossas ideias apareçam e sejam
bem interpretadas.
s deputados ingleses estão
O zangados com Gordon Brown. E
estão zangados porque o primeiro
ministro se atreveu a reduzir-lhes
os benefícios no que diz respeito à
pouca vergonha dos encaixes de centenas
de milhares de libras por ano em rendas de
casas que nem sequer habitavam e que
utilizavam amiúde. Zangados porque o
primeiro ministro os obrigou a declararem
as suas despesas e tornarem-nas, de certa
maneira, públicas, isto é, do conhecimento
público. Cada vez mais se percebe que os
deputados se constituem em elites,
intocáveis e acima de qualquer suspeita,
como se o facto de serem deputados fosse
um diploma de seriedade. Com se fossem
uma classe à parte e não fossem de carne e
osso. Como se o que fazem com o erário
público tenha de ser um compromisso
interno e não externo. No fundo, foi um
acto de coragem, este de Gordon Brown,
que, com certeza, não lhe trouxe muitos
amigos, nem sequer dentro partido...
“Claro” e “transparente” são apenas
palavras para o “povão”, porque ao longo
dos anos o dicionário parlamentar tem cada
vez menos palavras de uso comum.
E
sta quinzena gostaria também de
falar sobre um artigo dum jornal da
concorrência, assinado pelo porta-
voz dos conselheiros das
comunidades e que versava o papel
das associações na comunidade portuguesa.
Isto porque não acho que o autor tenha
percebido a essência e o real valor dessas
associações no seio da nossa comunidade.
Primeiro, porque o artigo enferma da falta
de conhecimento da legislação para a
formação de empresas neste país, de que
fazem parte as associações. Depois, porque
o papel das associações pode, muitas vezes,
não ser claro, como diz, mas é sobretudo a
única mais valia que temos na “associação”
dos poucos portugueses em Londres que
vivem o fenómeno da imigração. Para não
referir que foram essas mesmas associações
que garantiram a vitória eleitoral da lista
que defendeu. As mesmas associações que
despertaram o interesse da câmara de
Lambeth no financiamento do Centro
Comunitário Português. Critica, depoi, a
escolha das direcções de muitas das
associações, mas convém não esquecer que,
para esse mesmo centro, não houve
qualquer recrutamento ou concurso para a
sua gestão, mas sim a escolha de pessoas
ligadas ao grupo vencedor. E com isso não
quero dizer que não concordo com a forma
como António Cunha decidiu avançar com
o centro. Com o que não concordo é a
forma como se pretende denegrir o papel
das associações, para deixar livre o
caminho a outras associações. Neste mundo
de apoio às comunidades é preciso deixar
as arrogâncias de lado, manter e avançar
com o projecto do centro. Porque, se por
um lado, ele representa já uma vitória da
comunidade portuguesa em Londres, por
outro, ainda não passou de um projecto e é
preciso provar que há competência para o
pôr de pé. Porque, por enquanto, apesar dos
defeitos que lhes põe, foram as associações
que, em Londres, alguma coisa têm feito
pela comunidade portuguesa. Se através do
trabalho e dos resultados o centro vier a
ganhar a reputação que todos desejamos,
então as associações acabam por
desaparecer e passar a figurar no livro da
história da emigração portuguesa em
Londres. Não destruamos a única coisa real
e palpável que existe e que constitui o
movimento associativo actual. Vamos,
então, construir um outro melhor, mas não
na base da destruição, mas sim na inovação
e na capacidade de melhorar as condições
existentes. Porque, mal ou bem, as
associações reflectem o trabalho de muita
gente dedicada e de grande valor, que se
sacrifica e dá o seu melhor.
utro dos temas desta quinzena foi
O a entrevista de António Cunha.
Não vou discutir nem contrapor
muito do que lá vem escrito e com
que não concordo. Porque
essencialmente traduz bem as diferenças
em que assentou a minha candidatura.
Depois, porque acho que António Cunha
sev tem dedicado e esforçado por trazer
alguma paz a esta comunidade e, a meu
ver, tem tido um trabalho positivo, dentro
da sua estratégia e objectivos. A única coisa
em que quero tocar e reiterar é a oposição
às mesas de voto em Thetford, Great
Yarmouth e Guernsey. Diz, agora, que foi
por falta de fiscalização e pela nossa falta
de conhecimento que não houve urnas nas
regiões atrás citadas. Esta é a terceira
desculpa que ouvimos. A primeira,
subscrita pelas outras listas, veio numa acta
do Consulado Geral de Londres, onde se
dizia que as instituições que organizavam
as mesas de voto não eram idóneas, e, por
assim dizer, não tinham capacidade para as
organizar. Depois, mais tarde num outro
jornal da oposição, dizia-se que não era
justo estas vilas votarem, porquanto outras
tantas o não podiam fazer. Agora, alega-se
a falta de conhecimento e a falta de meios
(?). Primeiro, é preciso explicar que a lei
exige que a entidade organizadora da mesa
cubra as despesas de organização e
deslocação da entidade fiscalizadora e
consular. Depois, o facto de não se deixar
votar nestas regiões, penaliza os
portugueses que tiveram a capacidade, a
vontade e competência de se organizarem.
Por fim, o conselheiro ignora a impugnação
à decisão, por parte do Comissão Nacional
de Eleições. Ignora, também, que da nossa
lista fazia parte José Bandeira, um jurista
acreditado em Portugal e a tirar uma pós-
graduação em Norwich. Por fim, se se
pagaram as camionetas para ir votar a
Londres, esses meios poderiam ser bem
utilizados a deslocar representantes das
mesas. Mas as razões foram claramente
outras. Para mim isso é passado. Prefiro,
neste assunto, a franqueza de muitos dos
seus colegas, que admitem o erro... e há
que assumir os erros. É um acto de
grandezaadmitir os erros. Claro que esta
zona da entrevista não me parece muito
substanciada e credível. Parece mais uma
intenção de reacender a luta, que, como
atrás digo, está acabada. Nós aceitamos a
sua figura como representante da
comunidade portuguesa e vamos continuar
a trabalhar, no nosso feudo, para melhorar
as condições do portugueses na área. E
contamos com os conselheiros eleitos.
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