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A evolução das operadoras de transporte público urbano por ônibus no Brasil esta
ligada diretamente ao poder de tutela dos governos municipais na forma de
regulamentação de mercados. Se, até as décadas de 40 e 50 as concessões de
transporte tinham como ponto central os bondes, e em menor grau autorizações para
a operação de veículo automotores na forma atomizada de lotações, com o
crescimento das cidades através das migrações populacionais do campo para as
cidades e as mudanças de desenvolvimento urbano, os sistemas de bondes deixaram de
atender áreas em expansão nas cidades, com isso as lotações passaram a fazer parte
cada vez maior no suprimento de transportes aos bairros mais afastados, passando
assim o ônibus, a fazer parte integrante do cenário dos transportes brasileiros.
Dentro desta ótica, o transporte informal têm sido acusado de promover uma
concorrência desleal contra as empresas de transporte público urbano de
passageiros, impulsionando a perda de passageiros e de receitas e aumentado o
número de veículos em circulação nos grandes centros, contribuindo para aumento de
congestionamentos (NTU, 1999).
Fonte: ANTP
Figura 3 – IPK (Índice de Passageiros por Quilometro) das principais capitais
brasileiras
Fonte: ANTP
Não é somente o surgimento do transporte informal que tem afetado a divisão modal,
na visão de Henry em Viação Ilimitada (p. 162) /... a utilização dos sistemas
coletivos convencionais vem diminuindo relativamente aos modos de transporte de
caráter mais individual em parte por força da crescente motorização da população
metropolitana e, em parte, como resultado de deficiências crônicas do sistema de
transporte público — fenômeno também relacionado ao surgimento ou crescimento de
alternativas de transporte não regulamentado como o fretado e o realizados com
veículos de pequeno porte (vans, kombis peruas etc.).
Não existe também consenso entre os técnicos da área quanto às questões que
motivam a entrada em operação de serviços de transportes informais (falta de
planejamento integrado, deficiência de transporte público, desemprego, etc.), como
também não há ponto em comum quanto à forma de barrar ou mitigar a entrada em
serviço de mais e mais transportistas informais.
De toda a sorte, os serviços informais nas grandes cidades brasileiras, são hoje
uma realidade e, claramente não existe consenso sobre a forma de abordar a
questão. Para alguns é tão somente um caso de polícia, visto que os transportistas
informais estão não estão operando dentro da lei. Para outros, a questão
transcende o aspecto legal e se torna um produto das carências do mercado, abrindo
assim oportunidades de negócios tanto para órgão gestores, quanto para operadores
e indústrias.
Porém, para aqueles que acreditam que exista algo mais a fazer que não somente o
poder de polícia, o trabalho conjunto entre o gerenciamento, planejamento e
fiscalização parede exercer grande influencia sobre sistema de transporte, senão
vejamos os casos de Curitiba e Porto Alegre. A economia parece ser arma mais forte
que os fuzis!
Pode-se dizer que a Rede Integrada de Transporte - RIT, teve início em 1965 quando
o Plano de Urbanismo apresentou diretrizes de uso do solo e de utilização da rede
viária. Posteriormente este Plano transformou-se em Plano Diretor sendo posto em
prática em 1971 e em 1974 foi inaugurada a primeira linha Expressa de Curitiba.
Neste mesmo período, a prefeitura utilizando parte dos recursos tarifários (plus
tarifário) faz a maior compra de ônibus articulados no Brasil (98 ônibus),
nascendo assim a "frota pública", de propriedade da prefeitura, operado pelos
empresários.
GERENCIAMENTO DA MOBILIDADE
Nos EUA o Gerenciamento da Mobilidade foi implementado na década de 70, sendo que,
o propósito inicial era a redução no consumo de energia através dos programas de
vanpools, carpools e programas de transporte público. Na década de 80 o
gerenciamento da mobilidade mudou de foco, passando a dar enfoque para soluções
viáveis para problemas de congestionamento de tráfego e necessidades de melhorar a
acessibilidade para comunidade e para os negócios. O foco do gerenciamento da
mobilidade nos EUA mudou para a melhoria da eficiência do sistema de vias,
especialmente durante os horários de pico.
Entre os anos de 1.996 a 1.999 ocorreu uma mudança significativa na divisão modal
em Jaboatão dos Guararapes devido a um aumento espantoso dos serviços transporte
realizado por veículos de pequeno porte, particularmente por veículos da marca
Kombi. Este aumento significativo dos veículos informais fez com que a frota de
ônibus que compunha o sistema regular sofresse uma redução da ordem de 70%,
passando de cerca de 300 veículos em 1996 para 60 veículos em 1999, em
contrapartida, o número de veículos de pequeno porte passou de 200 para 2500
unidades, em números aproximados.
Figura 8 - Principais Linha de desejo dos usuários de Ônibus na hora pico da manhã
Referências bibliográficas
BRASILEIRO, A., HENRY, E., et. al (1999). Viação Ilimitada – Ônibus das cidades
brasileiras. Cultura Editora Associados. São Paulo.
GALBRAITH, J. F. (1984). Anatomia do poder. Ed. Pioneira, São Paulo, SP pag. 205.