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ARTIGO DE INVESTIGAÇÃO

AVALIAÇÃO DO BLOQUEIO DIRECTO NO


ESQUEMA TÁCTICO PONTAPÉ DE CANTO,
NA COMPETIÇÃO

Análise do Pontapé de Canto, na Situação de Jogo

Costa, R. R.

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES DE ALTO DOURO


VILA REAL, 2005
Resumo
Os esquemas tácticos são determinantes para estabelecer a diferença. O
presente trabalho ilustra o pontapé de canto na situação de jogo. Assim, foi
desenvolvido um processo de treino, preparando uma equipa a desenvolver o
bloqueio directo como combinação táctica. Este processo foi acompanhado,
tendo sido desenvolvida uma ficha de registo e filmadas, para análise, todas as
situações de canto em jogo, como forma de avaliação do processo. No final da
análise, a equipa demonstrou uma falta de eficácia muito elevada nestas
situações, tendo obtido golo numa das 58 situações analisadas. Este trabalho
avalia a forma como os adversários defendem e como a nossa equipa
desenvolve o esquema táctico. A tendência central dos dados estabeleceu uma
forma típica de marcação. Esta nasce do lado esquerdo habitualmente entre os
10 a 15 minutos da segunda parte, com quatro jogadoras envolvidas na acção,
o tempo da acção é de 2 segundos, com um passe, que é rasteiro médio, com
mais de 45º em relação à linha final, remate feito na zona inferior central, com o
pé direito, ao lado pela linha final. O sistema defensivo mais habitual é de 4:0
com defesa mista.

Palavras-chave: Esquema táctico; pontapé de canto; circulação táctica;


bloqueio directo; remate; e golo.
Indirect Screen Evaluation in the Corner Kick Tactical
Scheme in Competition

Abstract
The tactical schemes are determinant to make the difference. The present study
illustrates the corner kick in the match situation. A training process was
developed by training a team to develop the direct screen as a tactical
combination. To follow this process, a check list was built and all the corner
situations during the match were recorded for further analisys as a way of the
process evaluation. By the end of the analisys, the team showed a very high
lack of efficiency in these situations, having scored only in one of the 58
analised situations. This study evaluates how the oponent team defends and
how our team develops the tactical scheme. The central tendency of the results
established a typical way of scoring. It starts on the left side, usually between
the 10 and 15 minutes of the second half, with four players involved, an action
of 2 seconds, a mid low passing with more than 45º relatively to the final line, a
strike performed in the central inferior zone, with the right foot, which goes out
by the final line. The most common defensive system is 4:0 with mix defense.

Keywords: Tactical scheme; corner kick; tactical combination; direct screen;


strike and goal.
Introdução
A análise da performance é um requisito importante para a procura da eficácia
no treino e na competição, e, reconhecidamente, é uma área com aplicações
fecundas na investigação em Ciências do Desporto. No contexto mais restrito
dos jogos desportivos, através do recurso à designada análise do jogo,
treinadores e investigadores têm vindo a obter dados relevantes acerca dos
factores que concorrem para a excelência desportiva.6 A selecção Francesa
utilizou no Mundial de 98 um programa multimédia para essa análise, chamado
AMISCO, este baseia-se no seguimento do jogador sobre o terreno de jogo
com câmaras de vídeo.8 Existe também um estudo de outra área científica,
para jogos desportivos de pavilhão, no caso particular o Andebol, que
apresentam um sistema de filmagem dos jogadores através do visionamento
no computador, proporcionando os dados para análise desportiva
especializada.10 Tal como sistemas de anotação e análise de acções no
futebol, que se caracterizam pela possibilidade de anotação e análise de
frequências, a evolução temporal e a localização no campo das acções das
atletas, individualmente ou colectivamente, numericamente e graficamente.3
Recentemente a ATM (Análise de Tempo e Movimento) permitiu observar a
actividade motora em competição, contribuindo para a caracterização do perfil
energético funcional dos jogadores e do jogo.7

No nosso caso particular, o instrumento utilizado foi uma ficha de registo


proposta a analisar o desenvolvimento do esquema táctico pontapé de canto
em competição. Foram filmados alguns jogos e é a partir destes, que a
anotação e registo dos dados é feita. Este método foi utilizado num estudo
realizado para a análise quantitativa da dimensão temporal durante a
competição de futsal, onde foram utilizados as gravações de vídeo dos jogos e
fichas de registo especificamente criadas para o trabalho em causa.2

A organização do processo de treino surge-nos nesta pesquisa, pois ocorreu


neste estudo, que visava criar uma movimentação táctica para a marcação de
um pontapé de canto, daí a construção de exercícios para o esquema durante
os treinos. Esta é uma preocupação antiga, mas nunca desactualizada, porque
as práticas são permanentemente modificadas, renovadas e actualizadas,
tendo em conta que o objectivo principal do jogo e das equipas é marcar golos,
criar possibilidades de marcar, usar o espaço e o tempo em relação com os
companheiros e oponentes, e ter a posse de bola o maior tempo possível. 5

Neste sentido, os esquemas tácticos têm vindo a adquirir um papel cada vez
mais preponderante para ditar a diferença entre as equipas. Tendo em conta
que no que diz respeito ao nível do treino, das capacidades físicas e técnico-
tácticas, a grande maior parte das equipas apresentam índices bastante
semelhantes. Tal como refere Sampaio (1997), citado por Caixinha (2004), que
nos últimos anos tem-se verificado uma crescente aproximação competitiva
entre os atletas e/ou as equipas, na sequência de uma uniformidade na
selecção dos jogadores, nos processos de treino e na preparação das
competições.4 Estes factores fazem com que por vezes as equipas percam
hábitos e rotinas de jogo, estimulando outros processos que possam
proporcionar com maior frequência as ditas situações desejáveis, sejam elas
pontapés de linha lateral, pontapés de canto, livres directos e indirectos.

9
De acordo com a Lei XVIII – Pontapé de Canto, pode ser marcado golo
directamente, mas unicamente, na baliza adversária. Para a sua marcação a
bola é colocada dentro do arco de círculo mais próximo, devendo manter os
defensores cinco metros da bola até que a mesma se encontre em jogo, sendo
para tal pontapeada por um atacante. A partir do momento em que se coloca a
bola no chão para a marcação, o jogador tem apenas quatro segundos para
colocar a bola em jogo.

O processo de observação e exploração dos “pontos fortes e fracos” das


equipas adversárias é um dos campos a explorar mais profundamente na
procura de eventuais acréscimos ao desempenho desportivo, embora também
seja um processo interno de avaliação da própria equipa, identificando e
permitindo reajustamentos nas suas acções. Pontualmente, os treinadores
intervêm sobre as estruturas básicas da equipa, no sentido da realização de
alguns ajustamentos, fundamentalmente de ordem táctica, que surgem na
sequência das observações realizadas sobre as equipas a defrontar e sobre a
sua própria. Estas observações das equipas, consubstanciam-se num processo
complexo e multifacetado habitualmente designado por scouting. 4 e 11

Neste estudo pretende-se observar e avaliar a nossa própria equipa, para tal foi
utilizada a observação mista que, segundo Sampaio (1997), cit. por Caixinha
(2004), aproveita as vantagens inequívocas dos dois tipos de observação
(directa e indirecta), expressando este método maior rigor sob o ponto de vista
da qualidade da informação tratada. A observação directa, permite uma análise
in loco do jogo com as vantagens inerentes à presença do observador no local
da competição. A observação indirecta é habitualmente realizada sobre os
registos vídeo das competições.2 Por este facto, embora pouco sensível na
análise dos factores ambientais, possibilita uma análise sistemática mais
detalhada dos sistemas tácticos ofensivos e defensivos das equipas a observar
e simultaneamente das características individuais dos jogadores.4 Na análise
do esquema táctico, os elementos de controlo abordados são o ataque com
todo a movimentação inerente e as jogadoras que participam na mesma e, a
defesa relativamente ao desenrolar de todo o processo defensivo e tipo
envolvimento das defesas.

Metodologia
A equipa escolhida para este estudo foi a equipa de Futsal sénior feminina da
Associação Desportiva Flaviense. A amostra é constituída por 58 pontapés de
canto verificados em seis jogos realizados pela equipa em questão na presente
época.
A variável dependente deste estudo é o esquema táctico pontapé de canto.
As variáveis independentes em análise são: (I) local do canto; (II) n.º de
jogadores envolvidos na acção ofensiva; (III) tempo da acção; (IV) n.º de
passes; (V) tipo de passe; (VI) orientação do passe; (VII) combinação táctica
utilizada; (VIII) zona de finalização; (IX) zona de contacto do remate; (X)
conclusão da acção; (XI) esquema táctico defensivo utilizado; (XII) tipo de
defesa; (XIII) tempo de jogo; (XIV) resultado, (XV) n.º de ocorrência do canto.
Pretende-se controlar nas variáveis independentes os seguintes parâmetros:
(I) – Direito (1), esquerdo (2).
(II) – 1, 2, 3, 4, 5 jogadores.
(III) – tempo registado desde o momento da marcação até à conclusão da
acção.
(IV) – n.º de passes registados desde a marcação até à conclusão da acção.
(V) – Rasteiro curto (1), rasteiro médio (2), rasteiro longo (3), nível da cintura
médio (4), nível da cintura longo (5), nível da cabeça médio (6), nível da cabeça
longo (7).
(VI) – Em relação à linha de fundo: com menos de 45º (1), com 45º (2), com
mais de 45º (3).
(VII) – Bloqueio directo feito entre a linha de 6m e a de 9m (1), movimentos
diagonais/cruzamento de duas jogadoras na linha de 9m (2), outros (3).
(VIII) – O ½ campo ofensivo e dividido em seis zonas iguais, superior esquerda
(1), superior central (2), superior direita (3), inferior esquerda (4), inferior central
(5) e inferior direita (6), não houve remate (7).
(IX) – Pé direito (1), pé esquerdo (2), cabeça (3), não houve remate (4), outro
(5).
(X) – Passe errado pela linha lateral (1), passe errado pela linha de final (2),
passe errado para o guarda-redes (3), passe errado para o adversário (4),
desarme do adversário (5), intercepção pela linha lateral (6), intercepção pela
linha final (7), perda de bola para o adversário (8), perda de bola pela linha
lateral (9), perda de bola pela linha de fundo (10), falta atacante (11), golo (12),
remate ao lado pela linha final (13), remate ao lado pela linha lateral (14),
remate interceptado (15), remate ao poste direito (16), remate ao poste
esquerdo (17), remate à trave (18), remate com defesa do guarda-redes (19),
finta com perda de bola pela linha lateral (20), finta com perda de bola pela
linha final (21), finta com perda de bola para o adversário (22), auto-golo (23).
(XI) – 4:0 (1), 3:1 (2), 2:2 (3), 1:2:1 (4), outros (5).
(XII) – Individual (1), à zona (2), mista (3).
(XIII) – Tempo de jogo em que ocorre o esquema táctico.
(XIV) – Vantagem (1), empate (2), desvantagem (3).
(XV) – número de ocorrência do pontapé de canto no jogo.

A ficha de registo proposta para a recolha dos dados das variáveis em análise
foi aplicada em seis jogos, um da fase distrital, três da fase do nacional e dois
da taça da associação de futebol de vila real. Para todos estes jogos foi
estabelecida a mesma metodologia, quer no que diz respeito à filmagem, quer
em relação à anotação dos dados na ficha de registo. No intuito de reduzir as
ameaças à validade, foram realizadas duas análises pelo promotor do estudo,
do primeiro jogo filmado com um intervalo de um mês entre as avaliações e
tendo em conta toda a experiência que foi adquirida ao longo das análises dos
restantes jogos. Os resultados foram precisamente idênticos não se tendo
verificado nenhuma diferença entre a primeira e a segunda análise. Desta
forma, demonstra-se que a fiabilidade é de consistência interna. É de todo
pertinente que ocorra uma nova avaliação recorrendo a outros observadores.
No que diz respeito às ameaças à validade interna, a ADF treina apenas duas
vezes por semana por motivos que são partilhados na generalidade dos clubes
que estão inseridos num contexto de desporto amador. Esta situação ameaça
fortemente a validade no processo de treino, apesar desta situação, não
podemos esquecer que são atletas com muita experiência e que podem
facilmente apreender a combinação desejada a partir de uma explicação oral e
visual, relançando a validade no processo competitivo.
A escolha desta equipa deve-se, além do seu valor e prestígio, às boas
relações existentes com a equipa técnica e elementos da equipa. É um grupo
que na época passada foi Vice-campeã Nacional, jogam juntas à bastante
tempo e isso torna a equipa muito coesa e muito mais forte nas suas relações
intra atletas, beneficiando o treino, competição e este tipo de estudos,
reforçando a validade externa. As ameaças à validade externa surgem quando
nos deparamos com o diferente nível competitivo que algumas adversárias
apresentam, relativamente à equipa em avaliação.
Para chegar a acordo para o estágio, o contacto foi estabelecido directamente
com a Treinadora, que se disponibilizou a colaborar. Foi analisada a
planificação em conjunto, realizado um esclarecimento relativo aos objectivos
da equipa para a actual época e relativamente aos procedimentos da recolha
dos dados, foram acertadas combinações tácticas que pudessem permitir à
equipa obter golo a partir do pontapé de canto. Daí, foram planeados 6
microciclos, com 12 treinos, onde estavam os esquemas tácticos definidos,
simulados através de situações de jogo (ataque/ defesa), para poder cimentar a
movimentação desejada.
A combinação desenhada e escolhida para o esquema foi o bloqueio directo. O
posicionamento inicial planeado para as atletas foi: duas atletas lado a lado
entre a linha de 9 metros e a linha de 6 metros, cada uma delas em frente a um
poste, com o apoio de uma terceira jogadora na ala do lado do canto colocada
a meio da metade do meio campo defensivo adversário. O desenvolvimento da
acção planeada é muito rápida, (0:00:02), com 1 passe e consequente remate
após movimentação. A movimentação é iniciada pela jogadora em frente ao
poste mais distante da bola, que se desloca rapidamente através de um
movimento circular, ao encontro da bola para o remate, a jogadora que estava
ao lado bloqueia a sua adversária directa para o remate da colega, o apoio que
está na ala faz uma pequena movimentação paralela à linha lateral apenas
para distrair atenções (figura 1).

Bola
Atacantes
Passe

Movimento sem bola

Remate

Movimento sem bola


com bloqueio

Guarda-redes

Defesas

(figura 1 – Bloqueio directo no esquema táctico pontapé de canto)

Para avaliar todo o processo, foram filmados seis jogos, que estão
enquadrados temporalmente na tabela 1, assim como todo o estágio
desenvolvido.

Treino Competição Objectivos Gerais da Unidade de Treino


Data Microciclo Filmagem
T C e resultados dos jogos
14 – (I)
02/04 C–1 1 - SCVR X ADF - 9 F–1
15 – (II) Resistência aeróbia; Cobertura
05/04 T–1
ofensiva e defensiva.
Exercitação, pontapés de canto,
08/04 T–2 cobertura ofensiva e defensiva, saídas
de pressão.
09/04 C–2 9 - ADF X Drible - 0 F–2
Avaliação da aptidão aeróbia (yo-yo
teste); Velocidade de reacção;
12/04 T–3
Resistência anaeróbia; Tomada de
decisão com fadiga acumulada.
15/04 T–4
16 – (III)
Período de transição.
Não
16/04 C–3 0 - Trêsminas X ADF - 11
observado
(falta de comparência: 0 - Drible X
Não foi
17/04 T–5 C* ADF - 3) Divisão do grupo convocado
realizado
em duas equipas. Jogo Treino.
Trabalho de força resistente; técnica
19/04 T–6
individual; Remate e condução.
E.T.: pontapé de linha lateral, pontapé
22/04 T–7 de canto, livre indirectos, penaltis.
17 – (IV) Aumento da autoconfiança.
ADF ganha por 7 – 2
24/04 C–5e6
ADF ganha por 3 – 2 Não
ADF ganha por 3 – 0 observado
25/04 C–7e8
Perde na final nos penaltis por 3 - 4
Aumento da coesão da equipa e
26/04 T–8
autoconfiança.
18 – (V) Diminuição da ansiedade, aumento da
29/04 T–9
autoconfiança, trabalho táctico.
30/04 C–9 3 - ADF X MOGEGE - 3 F–3
Manutenção resistência anaeróbia.
03/05 T – 10
Tomadas de decisão. Finalização.
Jogo treino com equipa juvenil de
04/05 T – 11 19 – (VI)
Verin (Espanha).
07/05 C – 10 0 - Mirandela X ADF - 13 F–4
08/05 C – 11 2 - ADF X Hóquei Chaves - 1 F–5
14/05 C – 12 20 – (VII) 2 - ADF X Freixo - 1 F–6
C* - falta de comparência do adversário
(tabela 1 – enquadramento temporal de treinos e jogos)

Esta observação Mista foi realizada numa primeira fase directamente nos
jogos, tendo os mesmos sido gravados por uma câmara de filmar Sony DCR-
DVD 91, com a ajuda de um tripé, centrado na linha de meio-campo, no ponto
com maior visibilidade das bancadas. Observando indirectamente numa
segunda fase, para registar os dados obtidos a partir das filmagens. Desta
forma pudemos detectar com relativa clareza as tendências que as atletas
apresentaram na execução do pontapé de canto, identificando os melhores
caminhos para o êxito, modelos de defesa mais comuns e tipos de defesa mais
utilizados.
Todos os procedimentos utilizados respeitam as normas internacionais de
experimentação com humanos (Declaração de Helsínquia de 1975).
Como procedimentos estatísticos recorremos à estatística descritiva, com a
apresentação da distribuição de frequências agrupadas em percentagens,
tendo em conta os 15 grupos estabelecidos e os diferentes parâmetros
qualitativos que foram designados para os caracterizar. A distinção da Moda
em cada variável independente, pode de uma certa forma padronizar a forma
mais comum de realizar o esquema táctico, tendo em conta que é o valor de
ocorrência mais frequente, sendo a única medida apropriada de tendência
central para escalas nominais como esta.

Resultados
A equipa que esteve sobre observação mista, conquistou o Campeonato
Distrital da AFVR à 10ª jornada, iniciou a fase de grupos da Fase Nacional com
três jogos, participou num Torneio de Futsal feminino sénior em Viseu tendo
chegado à final, e venceu duas eliminatórias da Taça da AFVR. Competiu por
doze vezes e treinou por treze vezes, estabelecendo um saldo de 1 derrota
(perdeu a final nos penaltis, torneio de Viseu), 1 empate e 10 vitórias. Tem
neste intervalo de jogos 65 golos marcados e 14 sofridos, uma média de 5
golos marcados por jogo e 1 sofrido.
O objectivo geral do presente trabalho foi o de caracterizar o Esquema táctico
pontapé de canto em competições, a partir da análise de uma amostra de 58
marcações, em seis jogos, uma média de 10 pontapés de canto por jogo, dos
quais 39 (67%) terminaram com finalização e 19 (33%) sem finalização.
Depois de agrupadas as varáveis independentes em 15 grupos, foi realizada
uma distribuição de frequência agrupada. Os resultados obtidos, estão
representados nas seguintes tabelas e identificam os parâmetros que
caracterizam cada um dos grupos definidos.
Direito Esquerdo
Local do Canto 28 30
48% 52%
(tabela 2 – Local do canto)

Número de Jogadores 2 Jogadores 3 Jogadores 4 Jogadores


3 14 41
envolvidos na acção
5% 24% 41%
(tabela 3 – Número de jogadores envolvidos na acção)

Tempo da Acção
0:00:01 2 3%
0:00:02 17 29%
0:00:03 16 28%
0:00:04 7 12%
0:00:05 6 10%
0:00:06 2 3%
0:00:07 3 5%
0:00:09 1 2%
0:00:10 1 2%
0:00:15 1 2%
0:00:18 1 2%
0:00:19 1 2%
(tabela 4 – Tempo da acção)

1P 2P 3P 4P 6P 7P
Número de Passes 39 8 7 1 1 2

67% 14% 12% 2% 2% 3%


(tabela 5 – Número de passes)

Tipo de Passe
Rasteiro curto 4 6%
Rasteiro médio 30 52%
Rasteiro longo 22 38%
Nível da cintura médio 1 2%
Nível de cabeça longo 1 2%
(tabela 6 – Tipo de passe)

<45º 45º >45º


Orientação do passe 15 21 22
26% 36% 38%
(tabela 7 – Orientação do passe)

Combinação táctica Bloqueio Directo Outras


20 38
desenvolvida
34% 66%
(tabela 8 – Combinação táctica desenvolvida)

Zona de Remate
Superior esquerda 6 10%
Superior central 8 14%
Superior direita 10 17%
Inferior esquerda 1 2%
Inferior central 14 24%
Inferior direita 1 2%
Não houve remate 18 31%
(tabela 9 – Zona de remate)

Pé D Pé E Cabeça Não rematou


Zona de contacto do remate 27 12 1 18

47% 20% 2% 31%


(tabela 10 – Zona de contacto do remate)

Conclusão da acção ofensiva


Passe errado pela linha lateral 2 3%
Passe errado para o adversário 7 12%
Desarme do adversário 2 3%
Intercepção pela linha lateral 2 3%
Intercepção pela linha final 1 2%
Perda de bola para o adversário 2 3%
Perda de bola pela linha lateral 1 2%
Perda de bola pela linha de fundo 1 2%
Golo 1 2%
Remate ao lado pela linha de final 15 26%
Remate ao lado pela linha lateral 1 2%
Remate interceptado 8 14%
Remate com defesa do guarda-redes 14 24%
Finta com perda de bola para o adversário 1 2%
(tabela 11 – Conclusão da acção ofensiva)

Sistema defensivo 4:0 3:1


utilizado pelo 34 24
adversário 59% 41%
(tabela 12 – Sistema defensivo utilizado pelo adversário)

Tipo de marcação Individual Zona Mista


13 13 32
defensiva
22,5% 22,5% 55%
(tabela 13 – Tipo de marcação defensiva)

Tempo de jogo 1ª Parte 2ª Parte


0:00 – 4:59 7 12% 7 12%
5:00 – 9:59 1 2% 10 17%
10:00 – 14:59 2 3% 13 22%
15:00 – 20:00 9 16% 9 16%
(tabela 14 – Tempo de jogo)

Resultado verificado Empate Vantagem Desvantagem


no momento da 18 33 7
marcação 31% 57% 12%
(tabela 15 – Resultado verificado no momento da marcação)

Parte do jogo 1ª Parte 2ª Parte


19 39
33% 67%
(tabela 16 – Parte do jogo em que ocorre o canto)

Distribuição dos cantos pelos diferentes Jogos


S. C. Vila Real (Campeonato Distrital) 5 9%
Drible Vila Pouca (Taça da AFVR) 14 24%
MOGEGE (Campeonato Nacional) 10 17%
Mirandela (Campeonato Nacional) 16 28%
Hóquei Clube Flaviense (Taça AFVR) 3 5%
Freixo (Campeonato Nacional) 10 17%
(tabela 17 – Distribuição dos cantos pelos diferentes jogos)

Discussão
A equipa demonstra uma falta de aproveitamento muito significativa
relativamente à concretização da acção ofensiva pontapé de canto, finalizando
com êxito (golo) apenas uma das situações analisadas. Esta situação
demonstra que o bloqueio directo não se revelou como um meio eficaz de obter
golo a partir de um pontapé de canto, no entanto, é necessário continuar a
trabalhar estas situações, com um maior rigor, pois podem ser determinantes
para atingir os objectivos do jogo.
O lado que é mais utilizado, embora quase em similaridade, é o lado esquerdo,
tendo em conta que o plantel desta equipa apenas possui uma jogadora
canhota, a combinação apresentada não é a melhor escolha pois de uma forma
geral obriga os intervenientes a rematar com o pé esquerdo, situação que não
se verificou como vantajosa, daí ser necessário adaptar uma movimentação
que permita aos intervenientes o remate com o pé dominante. No entanto e
curiosamente, o êxito alcançado foi obtido do lado esquerdo, com o bloqueio
directo e com a única jogadora canhota a concretizar.
Relativamente à combinação táctica, registou-se com maior frequência outros
tipos de combinação do que o bloqueio directo, no entanto foi através deste
que se conseguiu, apesar de com muita pouca significância, o objectivo
pretendido. Neste aspecto também é importante salientar que a equipa tinha
que variar a forma de desenvolver o esquema táctico, daí que, tendo em conta
esse factor a combinação pretendida foi aplicada razoavelmente (um terço do
total das acções). Este insucesso na acção, tem origem em dois aspectos
fundamentais, o processo de treino que não foi o mais adequado e
consequentemente a sua realização na prática. A conclusão da acção esteve
longe daquilo que era pretendido alcançar, o que mais aconteceu foram os
remates ao lado pela linha de final e defesas do guarda-redes.
No que diz respeito aos sistemas defensivos utilizados pelas adversárias,
verificam-se por vezes, mudanças de acordo com o resultado do jogo e com o
posicionamento das atacantes em campo, na maioria dos casos analisados as
equipas não alternam muito à sua forma típica de defender, que é em (4:0) ou
em (3:1). A tendência central dos resultados aponta significativamente para o
(4:0). Neste sentido o tipo de defesa mais registado foi com maioria a Mista,
seguido em similaridade a Zona e Individual, tendo sido com a última que se
obteve, sem significância, o golo.
Para concluir, não podemos então contornar que existe uma discrepância,
relativamente ao processo de treino, sobre aquilo que era o desejável e o que
acontece na realidade. Esta lacuna origina a que situações como a que está
em estudo não ocorram como planeado, não é suficiente explicar oralmente e
visualmente o que se pretende. As atletas conseguiram manter a circulação
inúmeras vezes, mas quase sempre sem resultados práticos, verificaram-se na
maioria das vezes desacertos temporais e posicionais, originados por vezes
por falta de atenção e de concentração. No entanto, esta equipa tem
desenvolvido um notável desempenho, demonstrando que tem capacidade
para conseguir sucesso, jogam juntas à muito tempo, têm uma larga
experiência em Campeonatos Nacionais de Futsal e alguns Campeonatos no
currículo.

Agradecimentos
É nestas alturas que devemos olhar à volta e analisar que aqueles que nos
querem e amam estão lá, apoiam-nos, confiam em nós, dão-nos alento e força
para conseguirmos ultrapassar as batalhas que surgem e partir paras outras.
Agradeço ao Clube, Treinadora e Atletas pela disponibilidade demonstrada.

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