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Matérias > Biologia > Citologia > Citoplasma > Composição Química e Bioquímica - Metabolismo
Água
Um dos componentes básicos da célula é a água. A água é solvente universal; para que as substâncias
possam se encontrar e reagir, é preciso existir água.
A água também ajuda a evitar variações bruscas de temperatura, pois apresenta valores elevados de calor
específico, calor de vaporização e calor de fusão.
Organismos pecilotérmicos não podem viver em lugares com temperaturas abaixo de zero, pois como não
são capazes de controlar a temperatura do corpo a sua água congelaria e os levaria à morte.
Nos processos de transporte de substâncias, intra e extracelulares, a água tem importante participação,
assim como na eliminação de excretas celulares.
A água também tem função lubrificante, estando presente em regiões onde há atrito, como por exemplo,
nas articulações.
Variação da taxa de água nos seres vivos.
A quantidade de água varia de acordo com alguns fatores:
1º - Metabolismo: é o conjunto de reações químicas de um organismo, podendo ser classificado como
metabolismo energético e plástico. Quanto maior a atividade química (metabolismo) de um órgão, maior o
teor hídrico.
2º - Idade: o encéfalo do embrião tem 92% de água e o do adulto 78%.A taxa de água em geral decresce
com a idade.
3º - Espécie: na espécie humana há 64% de água e nas medusas (água-viva) 98%.Esporos e sementes
vegetais são as estruturas com menor proporção de água (15%).
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Sais Minerais
Aparecem na composição da célula sob duas formas básicas: imobilizada e dissociada. Se apresentam sob
a forma imobilizada como componentes de estruturas esqueléticas (cascas de ovos, ossos, etc.). Sob
forma dissociada ou ionizada aparecem como na tabela abaixo:
Cálcio Componente dos ossos e dentes. Ativador de certas enzimas. Por exemplo : enzimas da
(Ca2+) coagulação .
Magnésio
Faz parte da molécula de clorofila; é necessário, portanto , à fotossíntese.
( Mg2+)
Presente na hemoglobina do sangue, pigmento fundamental para o transporte de oxigênio.
Ferro
Componente de substâncias importantes na respiração e na fotossíntese (citocromos e
(Fe2+)
ferrodoxina).
Tem concentração intracelular sempre mais baixa que nos líquidos externos. A membrana
Sódio plasmática, por transporte ativo, constantemente bombeia o sódio, que tende a penetrar por
(Na+) difusão. Importante componente da concentração osmótica do sangue juntamente com o K
.
É mais abundante dentro das células que fora delas. Por transporte ativo, a membrana
Potássio plasmática absorve o potássio do meio externo. Os íons sódio e potássio estão envolvidos nos
(K+) fenômenos elétricos que ocorrem na membrana plasmática, na concentração muscular e na
condução nervosa.
Fosfato Componente dos ossos e dentes. Está no ATP, molécula energética das atividades celulares.
(PO4-3) É parte integrante do DNA e RNA, no código genético.
Cloro
Componente dos neurônios (transmissão de impulsos nervosos ).
(Cl-)
Iodo
Entra na formação de hormônios tireoidianos.
(I-)
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Glicídios
Os glicídios são também conhecidos como açúcares, sacarídios, carboidratos ou hidratos de carbono. São
moléculas compostas principalmente de: carbono, hidrogênio, oxigênio. Os açúcares mais simples são os
monossacarídios, que apresentam fórmula geral . O valor de n pode variar de 3 a 7 conforme o
tipo de monossacarídio. O nome do açúcar é dado de acordo com o número de átomos de carbono da
molécula, seguido da terminação OSE. Por exemplo, triose, pentose,hexose. São monossacarídios
importantes: glicose, frutose, galactose, ribose e desoxirribose.
n Fórmula Nome
3 Triose
4 Tetrose
5 Pentose
6 Hexose
7 Heptose
Tabela - Monossacarídeos
Carboidrato Papel biológico
Ribose Uma das matérias-primas necessárias à produção de ácido ribonucléico.
Pentoses
Desoxirribose Matéria-prima necessária à produção de ácido desoxirribonucléico (DNA).
é a molécula mais usada pelas células para obtenção de energia. é fabricada
Glicose pelas partes verdes dos vegetais, na fotossíntese. Abundante em vegetais, no
Hexoses sangue, no mel.
Frutose Outra hexose, também com papel fundamentalmente energético.
Galactose Um dos monossacarídeos constituinte da lactose do leite. Papel energético.
Tabela
Monossacarídeos
Onde é encontrado e papel
Carboidrato
constituintes
biológico
Em muitos vegetais. Abundante na
Sacarose glicose + frutose cana-de-açúcar e na beterraba. Papel
energético.
Encontrado no leite. Papel
DISSACARÍDEOS Lactose glicose + galactose
energético.
Encontrado em alguns vegetais.
Provém da digestão do amido no
Maltose glicose + glicose
tubo digestivo de animais. Papel
energético.
Encontrados em raízes, caules e
folhas. O excesso de glicose
Amido muitas moléculas de glicose
produzido na fotossíntese é
armazenado sob forma de amido.
Componente esquelético da parede
POLISSACARÍDEOS de células vegetais, funcionando
Celulose muitas moléculas de glicose
como reforço. é o carboidrato mais
abundante na natureza.
Encontrado no fígado e nos
Glicogênio muitas moléculas de glicose músculos. Constitui a reserva
energética dos animais.
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Lipídios
A principal propriedade deste grupo de substâncias é o fato de serem insolúveis em água. Essas
substâncias são formadas por C, H e O, mas em proporções diferentes da dos carboidratos.
Fazem parte deste grupo as gorduras, os óleos, as ceras e os esteróides. As gorduras e os óleos formam o
grupo dos triglicerídios, pois, por hidrólise, ambos liberam um álcool chamado glicerol e 3 "moléculas"
de ácidos graxos. O ácido graxo pode ser saturado ou insaturado. O saturado é aquele onde há somente
ligações simples entre os átomos de carbono, como por exemplo, o ácido palmítico e o ácido esteárico. O
ácido graxo insaturado possui uma ou mais ligações duplas entre os carbonos, como, por exemplo, o ácido
oléico.
R = 10 ou mais átomos de carbono.
Um lipídio é chamado "gordura" quando está no estado sólido à temperatura ambiente; caso esteja no
estado líquido será denominado "óleo".
As ceras são duras à temperatura ambiente e macias quando são aquecidas. As ceras, por hidrólise, liberam
"uma" molécula de álcool e ácidos graxos, ambos de cadeia longa.
Os esteróides são lipídios de cadeia complexa. Como exemplo pode-se citar o colesterol e alguns
hormônios: estrógenos, testosterona.
b) fornecem energia quando oxidados pelas células. São normalmente usados como reserva energética;
c) fazem parte da estrutura de algumas vitaminas (A, D, E e K);
d) originam alguns hormônios (andrógenos, progesterona, etc.);
e) ajudam na proteção, pois as ceras são encontradas na pele, nos pêlos, nas penas, nas folhas, impedindo
a desidratação dessas estruturas, através de um efeito impermeabilizante.
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Proteínas
São os principais constituintes estruturais das células. Elas têm três papéis fundamentais:
1º - estruturam a matéria viva(função plástica), formando as fibras dos tecidos;
2º - aceleram as reações químicas celulares (catálise) - neste caso as proteínas são chamadas de enzimas
(catalisadores orgânicos);
3º funcionam como elementos de defesa (anticorpos).
As proteínas são macromoléculas orgânicas formadas pela junção de muitos aminoácidos (AA). Os
aminoácidos são as unidades (monômeros) que constituem as proteínas (polímeros). Qualquer aminoácido
contém um grupo carboxila e um grupo amina.
A ligação química entre dois AA chama-se ligação peptídica, e acontece sempre entre o C do radical
ácido de um AA e o N do radical amina do outro AA.
Quando a ligação ocorre entre 2 AA chamamos a molécula formada de dipeptídio. Quando ocorre com 3
AA chamamos de tripeptídio. Acima de 4 AA a molécula é chamada de polipeptídio. As proteínas são
sempre polipeptídios (costuma ter acima de 80 AA).
IDENTIFICAÇÃO PRÁTICA DE PROTEÍNAS
Reagente Millon
● aquecido forma um precipitado vermelho com a proteína.
(incolor)
Reação do Biureto ● muda a cor azul-clara para violácea (arroxeada).
(CuSO4 + NaOH)
(cor azul)
Existem vinte tipos diferentes de AA que fazem parte das proteínas. Um mesmo AA pode aparecer várias
vezes na mesma molécula.
Aminoácidos Aminoácidos
essenciais não essenciais
Histidina (His) Alanina (Ala)
Isoleucina (Iso) Arginina (Arg)
Leucina (Leu) Asparagina (Asn)
Lisina (Lis) Ácido aspártico (Asp)
Metionina (Met) Cisteína (Cis)
Fenilalanina (Fen) Ácido glutâmico (Glu)
Treonina (Tre) Glicina (Gli)
Triptofano (Tri) Glutamina (Gln)
Valina (Val) Prolina (Pro)
Serina (Ser)
Tirosina (Tir)
Parte desses AA são essenciais (precisam ser obtidos da alimentação), a partir dos quais o organismo pode
sintetizar todos os demais (AA naturais).
O que diferencia um AA de outro é o radical R.
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Se o número de aminoácidos, que formam determinada molécula, for superior a 80, convencionalmente,
ela será chamada de proteína. Apesar de existirem somente 20 AA, o número de proteínas possível é
praticamente infinito.
As proteínas diferem entre si devido:
a) a quantidade de AA na molécula,
b) os tipos de AA,
c) a seqüência dos AA na molécula.
Duas proteínas podem ter os mesmos AA nas mesmas quantidades, porém se a seqüência dos AA for
diferente, as proteínas serão diferentes. Exemplo: imagine que cada letra da palavra AMOR seja um AA.
Quantas palavras diferentes podemos escrever com essas letras?
ROMA, MORA, OMAR, RAMO, etc.
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Uma das funções das proteínas é a função estrutural, pois fazem parte da arquitetura das células e tecidos
dos organismos.
PROTEÍNAS ESTRUTURAIS
PROTEÍNA PAPEL BIOLÓGICO
Proteína presente nos ossos, cartilagens e tendões, e também na pele. Aumenta a
Colágeno resistência desses tecidos à tração.
Recobre a superfície da pele dos vertebrados terrestres. É o mais abundante
componente de unhas, garras, corpos, bicos e pêlos dos vertebrados.
Queratina Impermeabilizando as superfícies corpóreas, diminuindo a desidratação.
Actina e miosina Principais constituintes do músculo. Responsáveis pela contratilidade do músculo.
Albumina Proteína mais abundante do plasma sangüíneo, conferindo-lhe viscosidade, pressão
osmótica e função tampão.
Hemoglobina Proteína presente nas hemácias. Relacionada ao transporte de gases pelas células
vermelhas do sangue.
Além da função estrutural as proteínas atuam como catalisadoras das reações químicas que ocorrem nas
células. São as enzimas. A maior parte das informações contidas no DNA dos organismos, é referente
à fabricação de enzimas.
Cada reação que ocorre na célula necessita de uma enzima específica, isto é, uma mesma enzima não
catalisa duas reações diferentes. A especificidade das enzimas é explicada pelo modelo da chave
(reagente) e fechadura (enzima). A forma espacial da enzima deve ser complementar à forma espacial
dos reagentes (substratos). As enzimas não são descartáveis, uma enzima pode ser usada diversas vezes. A
desnaturação de uma enzima implica na sua inatividade, pois perdendo sua forma espacial ela não
consegue mais se encaixar ao seu substrato específico.
HOLOENZIMA = APOENZIMA + COENZIMA + COFATOR
O inibidor enzimático tem forma semelhante ao substrato (reagente). Encaixando-se na enzima, bloqueia
a entrada do substrato, inibindo a reação química.
A temperatura é um fator importante na velocidade da atividade enzimática. A velocidade da reação
enzimática aumenta com o aumento da temperatura até certo limite, então a velocidade diminui
bruscamente. Para cada tipo de enzima existe uma temperatura ótima. Para os seres humanos, a
maioria das enzimas tem sua temperatura ótima de funcionamento entre 35 e 40º C.
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Muitas enzimas para poderem funcionar precisam de um " ajudante" chamado de cofator. Os cofatores
podem ser íons metálicos, como o cobre, zinco e manganês. Se o cofator é uma substância orgânica, ele é
denominado coenzima. A maioria das vitaminas necessárias ao nosso organismo atua como coenzima.
Vitaminas são substâncias orgânicas essenciais, que têm de ser obtidas do alimento, uma vez que o
organismo não consegue fabricá-las.
VITAMINAS
(atividade biológica)
VITAMINAS
Vitaminas Uso no corpo deficiência Principais fontes
Necessária para o Vegetais
crescimento normal e amarelos
para o funcionamento Cegueira noturna; (cenoura, abóbora,
A normal dos olhos, do xeroftalmia, “olhos batata doce, milho),
nariz, dos pulmões. secos” em crianças; pêssego, nectarina,
antixeroftálmica Previne resfriados e cegueira total. abricó, gema de ovo,
várias infecções . Evita manteiga,
a “cegueira noturna”. fígado.
Auxilia na oxidação
Cerais na forma
dos carboidratos.
integral e pães,
Estimula o apetite. Perda de apetite, fadiga
feijão, fígado, carne
Mantém o tônus muscular, nervosismo,
B1 de porco, ovos,
muscular e o bom beribéri (homem) e
fermento de padaria,
(tiamina) funcionamento do polineurite (pássaros).
vegetais de
sistema nervoso.
folhas.
Previne beribéri.
Auxilia na oxidação
Vegetais de folhas
dos alimentos.
(couve, repolho,
Essencial à respiração Ruptura da mucosa da
espinafre etc), carnes
B2 celular. Mantém a boca, dos lábios, da língua
magras, ovos,
tonalidade saudável da e das bochechas.
(riboflavina) fermento de padaria,
pele. Atua na
fígado, leite.
coordenação motora.
Inércia e falta de
Mantém o tônus
energia, nervosismo
nervoso e muscular e o Lêvedo de cerveja,
extremo, distúrbios
B (PP) bom funcionamento do carnes magras, ovos,
digestivos, pelagra
aparelho digestório. fígado, leite.
(ácido nicotínico) (homem) e língua preta
Previne a pelagra.
(cães).
Lêvedo de cerveja,
B6 Auxilia a oxidação dos Doenças de pele, cereais integrais,
alimentos. Mantém a distúrbios nervosos, fígado, carnes
(piridoxina) pele saudável. inércia e extrema apatia. magras, peixe,
leite.
Fígado. Leite e seus
Importante para a
B12 derivados, em
maturidade das Anemia perniciosa.
carnes, peixes, ostras
(cianocobalamina) hemácias.
e leveduras.
Frutas cítricas
Inércia e fadiga em
(limão, lima,
(ácido ascórbico) Previne infecções. adutos, insônia e
laranja), tomate,
Mantém a integridade nervosismo em crianças,
couve, repolho e
C dos vasos sangüíneos e sangramento das
outros vegetais de
a saúde dos dentes. gengivas, inflamações
Anti-escorbútica folha, pimentão,
Previne escorbuto. nas juntas, dentes
morango, abacaxi,
alterados, escorbuto.
goiaba, caju.
(ergosterol = precursor da Atua no metabolismo Problemas nos dentes,
vitamina D) Lêvedo, óleo de
do cálcio e do fósforo. ossos fracos, contribui
fígado de bacalhau,
Mantém os ossos e os para os sintomas da
D gema de ovo,
dentes em bom estado. artrite, raquitismo,
manteiga
Anti-raquítica Previne o raquitismo. osteomalácia (adultos).
Promove a fertilidade.
(- tocoferol) Previne o aborto. Atua Esterilidade do macho,
Óleo de germe de
no sistema nervoso aborto. Oxidação de
trigo, carnes magras,
E involuntário , no ácidos graxos
laticínios, alface,
sistema muscular e nos insaturados e enzimas
Anti-oxidante óleo de amendoim.
músculos mitocondriais.
involuntários.
Vegetais verdes,
Atua na coagulação do Hemorragias tomate, castanha,
sangue. Previne prolongadas: retarda o espinafre, alface,
Anti- hemorrágica hemorragias. processo de cogulação. repolho, couve, óleos
vegetais.
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Matérias > Biologia > Citologia > Membrana Plasmática > Composição Química - Modelos; Funções;
especializações
c) Funções
A membrana plasmática contém e delimita o espaço da célula, mantém condições adequadas para que
ocorram as reações metabólicas necessárias. Ela seleciona o que entra e sai da célula, ajuda a manter o
formato celular, ajuda a locomoção e muito mais.
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Matérias > Biologia > Citologia > Membrana Plasmática > Composição Química - Modelos; Funções;
especializações
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Matérias > Biologia > Citologia > Membrana Plasmática > Permeabilidade
Permeabilidade
O transporte através da membrana
a) Difusão
No fenômeno de difusão, as moléculas de soluto e solvente, num meio líquido, tendem a se distribuir de
maneira homogênea. O movimento das moléculas se dá no sentido de equilibrar a concentração da
solução.
Quando uma célula é colocada num meio rico em determinado soluto (hipertônico), passará a ter no seu
interior moléculas desse soluto, contanto que a membrana plasmática seja permeável à substância. O
interior (citoplasma) da célula com menor quantidade de soluto é hipotônico.
Normalmente, quanto menor for a partícula que se difunde, mais rápida será sua passagem através da
membrana plasmática. Assim, água, sais minerais, açúcares (monossacarídeos), aminoácidos, se difundem
através da membrana com relativa facilidade. Já macromoléculas, como proteínas ou amido não
atravessam a membrana, podendo ser, no entanto, capturados pela célula por outros métodos.
Um bom exemplo de difusão, através da membrana plasmática, é o caso da entrada de oxigênio numa
célula. Como há um consumo constante de oxigênio pelas mitocôndrias na respiração, a concentração
interna do gás é sempre baixa em relação ao meio externo. Existe então entre a célula e o meio um
gradiente de concentração (diferença de concentração), e as moléculas de oxigênio tendem a se mover do
local de maior concentração (lado externo) para o local de menor concentração (citoplasma). Por outro
lado, o gás carbônico estará sempre em concentração alta no citoplasma. Isto fará com que ocorra difusão
constante desta substância para fora da célula.
b) Osmose
Um caso especial de difusão.
Imagine uma situação em que o tamanho dos poros de uma determinada membrana permita apenas a
passagem das moléculas de água, porém impeça a passagem do soluto. Uma membrana deste tipo é
chamada semipermeável.
Osmose é então um caso de difusão do solvente através de uma membrana semipermeável. O solvente se
difunde em direção à região em que há menor concentração de suas moléculas.
c) Difusão Facilitada
A superfície da membrana plasmática possui proteínas especiais, receptoras ou permeases, que
reconhecem e transportam (carregadoras) substâncias alimentares de fora para o interior das células ou
vice-versa. É um processo de facilitação que segue o gradiente de concentração, sem gasto de energia,
como acontece também na osmose.
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Matérias > Biologia > Citologia > Membrana Plasmática > Permeabilidade
d) Transporte Ativo
Já vimos que na difusão e na osmose, por processos puramente físicos, as moléculas tendem a se deslocar
do local de sua maior concentração para a região de menor concentração. Contudo o inverso também pode
ocorrer em células vivas. Isto é evidentemente contrário à tendência natural da difusão, e para poder
ocorrer, necessita de um gasto de energia: é o transporte ativo. Quando analisamos o conteúdo de uma
hemácia, encontramos nela concentrações de íons de sódio (Na+) muito menor do que a concentração de
sódio no plasma (solução aquosa do sangue). Ora, se raciocinarmos em termos de difusão deveria entrar na
célula até que as concentrações fora e dentro se igualassem.
No entanto, isto não ocorre, enquanto a hemácia estiver viva, sua concentração interna de Na+ é baixa.
A explicação para este fenômeno é a seguinte: na realidade está ocorrendo difusão e íons de Na+ estão
continuamente penetrando na célula. Porém ao mesmo tempo a membrana está expulsando íons Na+ da
célula, sem parar. Esta expulsão se faz por transporte ativo. Desta forma, a concentração interna de Na+
continua baixa, porém, às custas de um trabalho constante por parte da célula.
Já a situação do íon potássio (K+) na hemácia é inversa: encontramos sempre na célula concentração de
potássio (K+) muito superior à do plasma.
O K+, por difusão, tende a "fugir" da célula, porém a membrana o reabsorve constantemente. Ou seja, a
membrana "força" a passagem do K+ de um local de menor concentração (plasma), para o de maior
concentração gastando energia no processo.
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Matérias > Biologia > Citologia > Membrana Plasmática > Permeabilidade
Apesar dos íons Na+ e K+ terem aproximadamente o mesmo tamanho, e, portanto igual difusibilidade
percebemos que a membrana plasmática se comporta de maneira totalmente diferente em relação a cada
um deles. Aqui se pode falar, sem dúvida, em permeabilidade seletiva.
Muitas são as situações em que se verifica o transporte ativo: certas algas marinhas concentram o iodo
em porcentagem centenas de vezes maior do que existe na água do mar; as células da tireóide retiram o
iodo do sangue por transporte ativo.
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Matérias > Biologia > Citologia > Membrana Plasmática > Permeabilidade
A fagocitose e a pinocitose
A membrana plasmática tem a capacidade de englobar material externo, levando-o para o interior das
células. Proteínas receptoras selecionam e se ligam às moléculas que vão capturar. A membrana se
eleva, envolvendo a partícula que é encerrada numa bolsa e despregada para o interior do citoplasma da
célula. Qualquer processo de captura é chamado endocitose. Há dois tipos de endocitose:
a) Fagocitose (fago = comer):
Neste processo a célula engloba partículas sólidas, relativamente grandes. A célula, entrando em contato
com a partícula, emite pseudópodos que a englobam, formando um vacúolo alimentar (fagossomo).
A fagocitose é observada principalmente em células isoladas como amebas e leucócitos. No caso da
ameba, trata-se de um processo nutritivo; no caso dos leucócitos, é um processo de defesa contra
bactérias que invadem o organismo.
Certas células, para a expulsão de materiais, empregam o método inverso à endocitose. Uma vesícula
formada internamente se liga à membrana. Nesse ponto, o seu conteúdo é expelido. O processo é chamado
clasmocitose.
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Matérias > Biologia > Citologia > Membrana Plasmática > Permeabilidade
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Matérias > Biologia > Citologia > Membrana Plasmática > Permeabilidade
O grande vacúolo da célula vegetal adulta ocupa a maior parte do volume citoplasmático e sua
concentração é o fator primordial para regular as trocas osmóticas entre a célula (membrana
plasmática-semipermeável) e o ambiente que a cerca.
As células com bom volume de água terão a membrana plasmática pressionada contra a parede celular
rígida (celulósica), a qual vai oferecendo resistência crescente à entrada de água no vacúolo (citoplasma),
sempre que a célula (citoplasma hipertônico) estiver em contato com ambiente aquoso diluído
(hipertônico).
Há uma equação que descreve essas trocas osmóticas:
Sc = Si - M
Sc = Sucção celular
Si = Sucção interna (Será tanto maior quanto maior for a concentração osmótica do vacúolo e do
citoplasma da célula).
M = resistência da membrana celulósica
Outra forma de expressar as mesmas grandezas:
D.P.D. = P.O. - P.T.
D.P.D. = Déficit de pressão de difusão
P.O. = Pressão osmótica
P.T. = Pressão de turgor
Assim podem ocorrer as situações:
a) As células vegetais mergulhadas em ambiente hipotônico (por exemplo, água destilada) estarão com
seu volume máximo, ou seja, as células estarão túrgidas e a resistência da membrana celulósica (M)
também será máxima.
Si = M Sc = 0
b) Nas células flácidas o volume de água intracelular não chega a pressionar a membrana celulósica (M):
M=0 Sc = Si
c) As células plasmolisadas estiveram mergulhadas em solução hipertônica e perderam tanta água, que a
membrana plasmática “descolou” da celulósica (M) tendo citoplasma e vacúolo muito reduzidos:
M=0 Sc = Si
Se esta célula for colocada em água destilada voltará a ganhar água, realizando deplasmólise.
d) Se a célula vegetal estiver exposta no ar e a ventilação promover lenta perda de água, o vacúolo reduz
seu volume e a membrana celulósica acompanha essa retração (fica com M negativo!):
Sc = Si – (-M) Sc = Si + M
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Matérias > Biologia > Citologia > Orgânulos Celulares > Funções Metabólicas
Funções metabólicas
O Hialoplasma
Também chamado citoplasma fundamental ou ciclosol. Trata-se de um material viscoso, amorfo, no qual
ficam mergulhados os orgânulos. Quimicamente, o hialoplasma é formado por água e moléculas de
proteína, formando uma dispersão que os químicos denominam colóide. A abundância de água no
hialoplasma facilita a distribuição de substâncias por difusão, como também a ocorrência de inúmeras
reações químicas.
Em algumas células vivas observadas ao microscópio óptico, percebe-se que a região mais externa do
hialoplasma (ectoplasma) é bastante viscosa (citogel). A parte interna (endoplasma) já é mais fluida
(citosol). Certos movimentos do hialoplasma podem ser observados em células vivas, envolvendo
principalmente o endoplasma:
a) Ciclose
A ciclose pode ser facilmente observada em células vivas, especialmente em células vegetais; trata-se de
uma corrente citoplasmática que afeta o endoplasma.
A velocidade da ciclose é aumentada pela elevação da temperatura e pela luz. Anestésico,
temperaturas baixas e ausência de oxigênio são fatores que retardam ou até anulam o movimento.
b) Movimento amebóide
Em certas células as correntes citoplasmáticas são orientadas de tal maneira que elas resultam na
locomoção da própria célula por meio de pseudópodos. Esse fenômeno é comum em amebas e leucócitos.
Leia a descrição a seguir, observando simultaneamente a figura.
O endoplasma flui na direção do movimento; ao chegar na extremidade anterior, ele torna-se mais viscoso
e se agrega às "paredes" de ectoplasma já existentes, então o ectoplasma "cresce" na parte interior. Na
extremidade posterior, ocorre o oposto: o ectoplasma (viscoso) transforma-se em endoplasma que flui para
frente. Então, na extremidade posterior, a parede de ectoplasma diminui constantemente.
Em conclusão, a célula se move por meio de um fluxo de endoplasma, enviado pela extremidade posterior,
e que se transforma em ectoplasma na região anterior da célula. Ainda no hialoplasma encontramos vários
orgânulos e algumas inclusões.
As inclusões são estruturas sem vida no citoplasma da célula. Ao conjunto das inclusões chamamos
paraplasma: gotas de lipídios, grânulos de proteínas e pigmentos, substâncias cristalizadas (insolúveis).
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Matérias > Biologia > Citologia > Orgânulos Celulares > Funções Metabólicas
Organelas
a) Retículo endoplasmático
Estrutura
No citosol das células eucariotas existe uma grande rede de canais e bolsas formadas por membranas
semelhantes à do plasmalema. Essa rede de canais e bolsas forma o retículo endoplasmático. Existem dois
tipos de retículos: rugoso ou granular e liso ou agranular.
O retículo endoplasmático rugoso (RER) é constituído por um conjunto de bolsas membranosas que
apresentam ribossomos aderidos à sua superfície externa, daí o aspecto granuloso. O retículo
endoplasmático liso (REL), por sua vez, é formado por um conjunto de túlulos membranosos que, como
não apresenta ribossomos, apresenta um aspecto liso ao microscópio eletrônico. O RER e o REL são
interligados e a transição de um para outro é gradual.
Funções
O RE funciona como uma grande rede de distribuição de substâncias no interior da célula. Tais substâncias
podem percorrer o interior da célula sem se misturarem com o citosol.
O REL é responsável pela produção de lipídios e fosfolipídios como os glicerídeos a lecitina. A fabricação
de hormônios esteróides a partir do colesterol, também é feita no REL (estrógenos, testosterona). Outras
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b) Ribossomos
Estrutura
O ribossomo é composto de RNA do tipo ribossômico e proteínas. Cada ribossomo é formado por duas
subunidades ligadas entre si, sendo uma delas maior que a outra. Os ribossomos podem ser encontrados
soltos no citosol ou ligados ao RE. É comum a associação entre vários ribossomos livres do citosol;
quando isso acontece o conjunto formado chama-se polirribossomo. Os polirribossomos são formados
sempre que está acontecendo síntese de proteínas.
Funções
Os ribossomos são responsáveis pela síntese de proteínas, tanto aqueles que estão livres no citosol quanto
aqueles que estão associados ao RE.
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Além da secreção celular, o CG tem um papel importante na formação do espermatozóide, pois este
durante seu processo de formação perde quase todas as suas organelas, restando apenas o núcleo e o CG
(acrossomo), que contém as enzimas digestivas necessárias para romper as membranas do óvulo e
permitir a sua fecundação.
O complexo de Golgi também pode ter outras funções bem específicas, dependendo do tipo de célula
estudada, como a formação da lamela média durante a divisão da célula vegetal (fragmoplasto).
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Exemplo:
Secreção da célula de ácino pancreático:
Os ácinos são pequenas estruturas glandulares que secretam as enzimas do suco pancreático. Na figura
abaixo, está representado um ácino em corte transversal, sendo que as células ficam ao redor de um
espaço, chamado luz ou lúmen.
Esta é a representação esquemática de uma das células do ácino vista ao microscópio eletrônico. Existe
bastante ergastoplasma, o que indica que a célula é eficiente produtora de proteínas. Repare ainda que as
vesículas brotando do complexo de Golgi, são os grãos de zimógeno. Nestas vesículas ficam as enzimas
que a célula secreta.
Algumas das vesículas despejam seu conteúdo na luz do ácino. Nesta célula então, a síntese de proteínas
ocorre no ergastoplasma; o complexo de Golgi funciona como armazenador e empacotador da secreção,
que acaba sendo lançada ao exterior.
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d) Lisossomo
Estrutura
Os lisossomos (lise = quebra destruição, soma = corpo) são estruturas compostas por bolsas membranosas
que contém diversos tipos de enzimas digestivas.
Função
Os lisossomos são responsáveis pela digestão intracelular. As bolsas, com partículas, formadas pela
fagocitose e pinocitose, fundem-se aos lisossomos dando origem aos vacúolos digestivos, onde ocorrerá a
digestão intracelular. Conforme essas partículas vão sendo digeridas pelas enzimas presentes nos
lisossomos, as pequenas moléculas formadas que são úteis à célula atravessam a membrana do lisossomo e
passam para o citosol, onde serão aproveitadas. Ao final da digestão, resta no interior do vacúolo somente
resíduos inúteis que deverão ser eliminados da célula. O vacúolo contendo os resíduos passa a se chamar
vacúolo residual. O processo de eliminação do conteúdo do vacúolo residual para o meio extracelular
chama-se clasmocitose ou defecação celular.
O processo de digestão de substâncias que entraram na célula por fagocitose ou pinocitose chama-se
processo heterofágico.
A célula pode usar os lisossomos para digerirem partes de si mesmas num processo de autofagia, para
destruir organelas velhas e desgastadas ou quando a célula não recebe alimentos suficientes para se manter
viva. O lisossomo se aproxima da estrutura a ser digerida ou eliminada e se funde com ela, formando o
vacúolo autofágico. Uma célula pode assim destruir e reconstruir seus componentes centenas de vezes.
As enzimas lisossômicas são produzidas no ergastoplasma, daí passam ao complexo de Golgi, no qual são
empacotadas e liberadas sob a forma de vesículas (lisossomos primários). Quando uma partícula de
alimento é englobada, forma-se o vacúolo alimentar (fagossomo). Observe a figura a seguir.
Um ou mais lisossomos se fundem ao fagossomo, despejando nele enzimas digestivas: está formado o
vacúolo digestivo ou lisossomo secundário. As pequenas moléculas provenientes da digestão são
absorvidas pelo citoplasma. O vacúolo, agora cheio de resíduos, é chamado vacúolo residual, que em
certas células, por clasmocitose, expulsa os resíduos para o meio externo.
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e) Peroxissomos
Vesículas membranosas assemelhadas aos lisossomos. Diferem destes nos tipos de enzimas que possuem,
as quais digerem gorduras e degradam aminoácidos. Armazenam grande quantidade de catalase, enzima
que acelera a decomposição da água oxigenada (H2O2) resultante do metabolismo celular. Essa é uma
nobre função protetora, pois a H2O2 é mutagênica no interior das células, podendo danificar o DNA.
f) Mitocôndrias
Estrutura
As mitocôndrias são estruturas delimitadas por duas membranas lipoprotéicas, sendo a mais externa lisa e
a interna cheia de dobras denominadas cristas mitocondriais. O seu interior é preenchido por um fluido
que contém diversas enzimas, pequenos ribossomos, DNA, RNA, etc. Esse fluido chama-se matriz
mitocondrial.
Função
As mitocôndrias são responsáveis pela respiração intracelular, isto é, produção e liberação de energia
(ATP) para todas as atividades celulares.
A respiração intracelular consiste na quebra de moléculas orgânicas (glicose) em presença de oxigênio e
liberação de energia, CO2 e água. A energia liberada é armazenada em moléculas de adenosina trifosfato
(ATP).
Devido à presença de DNA e RNA as mitocôndrias são capazes de se autoduplicarem independentemente
da duplicação celular, além disso, são capazes de sintetizar muitas das proteínas necessárias ao processo
respiratório.
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g) Plastos
Estrutura
Os plastos são estruturas exclusivas de algas e vegetais. O seu número e forma varia muito conforme o
organismo estudado.
Funções
Nos cloroplastos acontece a fotossíntese, processo onde são fabricadas moléculas orgânicas,
principalmente glicose, usada pelas mitocôndrias na respiração intracelular.
Durante a fotossíntese a clorofila capta a energia luminosa que será transformada em energia
química (ATP). Essa energia será usada na fabricação de glicose a partir de água e gás carbônico.
Cloroplastos ou leucoplastos podem armazenar o excesso de glicose produzida em forma de amido
(polissacarídeo). Esses reservatórios são os amiloplastos.
Como as mitocôndrias, os cloroplastos são capazes de se autoduplicar independentemente da duplicação
celular e sintetizar alguns tipos de proteínas.
ORIGEM DE CLOROPLASTOS E MITOCÔNDRIAS
Algumas evidências levaram alguns estudiosos a propor a Teoria da endossimbiose. Essa teoria diz que
num passado distante cloroplastos e mitocôndrias deveriam ser bactérias de vida livre, que passaram a
viver no interior de células eucariotas em busca de proteção, dando em troca alimento e energia para a
célula. A estrutura dessas organelas é muito semelhante à estrutura de algumas bactérias atuais, além do
fato dessas organelas apresentarem seu próprio DNA, RNA, ribossomos e poderem se autoduplicar.
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h) Centríolos
Os centríolos estão presentes na maioria dos organismos eucariontes, com exceção das plantas
Angiospermas.
Cada célula possui um par de centríolos (diplossomo) que ficam localizados em uma região chamada
centrossomo ou centro celular. Cada centríolo do par é formado por 9 triplas de microtúbulos dispostos de
modo a formar um cilindro. Os dois centríolos do par estão dispostos perpendicularmente um em relação
ao outro.
Possuem DNA próprio com capacidade de autoduplicação, a qual executam antes da divisão celular.Os
centríolos originarão cílios e flagelos responsáveis por várias formas de movimentação.
Funções
Estão envolvidos com a divisão celular.
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i) Cílios e Flagelos
Estrutura
São prolongamentos finíssimos que crescem a partir da superfície da célula. Sua estrutura interna
chama-se axonema e é formada por 9 pares de microtúbulos dispostos de forma cilíndrica e um par central
(haste). Embora tenham a mesma estrutura interna, cílios e flagelos diferem entre si da seguinte forma ;
cílios são curtos e numerosos, flagelos são longos e pouco numerosos.
Na base de cada cílio e flagelo encontramos uma estrutura semelhante a um centríolo chamado
cinetossomo ou corpo basal, pois essas estruturas crescem a partir do centríolo. No corpo basal,
diferentemente da haste, há 9 túbulos triplos e não apresenta o par central.
Funções
Cílios e flagelos têm funções de locomoção celular (algas, protozoários, espermatozóides), captura de
alimentos (esponjas), limpeza do organismo (epitélio traqueal nas vias respiratórias), etc.
Citoesqueleto
O interior do citoplasma da célula eucariota possui uma rede de finíssimos tubos e filamentos interligados
chamada de citoesqueleto.
Estrutura
O citoesqueleto é formado por microtúbulos, compostos de uma proteína chamada tubulina e
microfilamentos, constituídos de uma proteína contráctil chamada actina. Existem outros tipos de
filamentos, sendo os dois citados os principais.
Funções
O citoesqueleto é responsável pela forma, organização e movimentos da célula eucariota (pseudópodos),
movimentos citoplasmáticos (ciclose) além de formar estruturas importantes para o funcionamento celular
(deslocamento de orgânulos).
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O ciclo celular corresponde a um ciclo regular de eventos que ocorrem desde a formação de uma célula
até a sua própria divisão em duas células-filhas. Esse ciclo é dividido em duas etapas básicas: a interfase,
etapa em que a célula não está em divisão, e a mitose, etapa em que a célula está em divisão.
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O gráfico acima mostra a variação da quantidade de DNA durante o ciclo de vida da célula. A interfase é
dividida em três períodos:G1 (do inglês gap, intervalo), S e G2.
A duplicação do DNA ocorre durante o período S (síntese). Então, em G1, os cromossomos ainda estão
como fio simples; em S, cada cromossomo fica com duas cromátides, assim permanecendo durante o
intervalo G2. No gráfico, C representa a quantidade de DNA de uma célula haplóide; 2C, de uma célula
diplóide antes da duplicação do DNA (no período G1, portanto), e 4C de uma célula em G2, após a
síntese.
Observe que na anáfase, a quantidade de DNA cai de novo para 2C: houve separação das cromátides -
irmãs, que estão migrando em direção aos pólos, para formar dois novos núcleos.
Visualização das etapas da mitose
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Fases da mitose.
Os cromossomos duplicados se espiralizam durante a prófase, ao mesmo tempo que o hialoplasma adquire
uma estrutura fibrosa ao redor dos diplossomos.
A duplicação dos centrômeros marca o início da anáfase, durante a qual os cromossomos se dirigem para
os pólos.
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MEIOSE
A descrição das etapas da meiose
No esquema adiante foi representada uma célula diplóide, com dois pares de cromossomos homólogos.
Nessa célula, então, 2n= 4 cromossomos.
Prófase I
Leptóteno - Os cromossomos, devido à sua espiralação, ficam visíveis. Apesar de iniciarem a duplicação
na interfase, aparecem ainda como filamentos simples, bem individualizados.
Paquíteno - Aqui, cada cromossomo aparece constituído por duas cromátides, portanto terminou a
duplicação. Os 2 homólogos pareados mostram então 4 filamentos, cujo conjunto chamamos tétrade ou
bivalentes.
Diplóteno - Nesta fase podem ocorrer quebras em regiões correspondentes das cromátides homólogas;
em seguida, os pedaços quebrados soldam-se em posição trocada.
Esse fenômeno é chamado crossing-over ou permuta. O crossing-over aumenta a variabilidade das
células formadas. Os homólogos se afastam, permanecendo em contato em alguns pontos chamados
quiasmas.
Os quiasmas representam as regiões observadas no microscópio, em que houve a troca de pedaços.
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Metáfase I
A membrana nuclear desapareceu no final da prófase. As fibras do fuso já estão formadas, desde a
prófase I. Os pares de cromossomos homólogos se organizam no plano equatorial da célula. Os
centrômeros dos cromossomos homólogos se ligam a fibras que emergem de centríolos opostos. Assim,
cada componente do par será puxado em direções opostas.
Anáfase I
Não ocorre divisão dos centrômeros; cada componente do par de homólogos migra em direção a um dos
pólos, por encurtamento das fibras do fuso.
Telófase I
A carioteca se reorganiza; os cromossomos se desespiralam. Às vezes, no entanto, isto não ocorre e os
cromossomos sofrem diretamente a segunda divisão meiótica. O citoplasma sofre divisão (citocinese).
Intercinese
É uma interfase que pode ou não existir, dependendo do tipo de célula que está sofrendo meiose.
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Prófase II
É uma prófase semelhante à da mitose. É bem mais rápida do que a prófase I. Forma-se o fuso, às vezes
perpendicular ao anterior.
Metáfase II
Os cromossomos se dispõem na placa equatorial, e se ligam às fibras do fuso.
Ao final da metáfase os centrômeros se duplicam. As cromátides passam a ser, cada uma, um
cromossomo (cromonema).
Anáfase II
Os cromossomos - filhos (irmãos) migram para pólos opostos.
Telófase II
Já nos pólos, os cromossomos se desespiralam; os nucléolos reaparecem. O citoplasma se divide: temos
agora quatro células n, originadas a partir da célula 2n, que iniciou o processo.
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A importância do crossing-over
Já vimos que no diplóteno pode ocorrer quebras em cromátides homólogas, seguidas de soldadura de
pedaços trocados. Este fenômeno, dito crossing - over ou permutação, é bem conhecido por observações;
no entanto, ainda permanecem desconhecidas as causas que o provocam.
O crossing-over acontece de maneira casual, sem que se possa prever em que pontos e em quais
cromossomos ele vai acontecer. Evidentemente, podem ocorrer várias trocas ao longo do mesmo par de
homólogos.
Os esquemas A e B comparam os resultados da meiose com e sem ocorrência de crossing, em uma célula
com dois cromossomos. Foram representados somente dois pares de genes alelos A e a e B e b.
Na figura A não houve troca de pedaços durante o pareamento. Como resultado final da meiose, temos
quatro células (que podem ser gametas ou esporos); duas delas com constituição genética AB e duas com
constituição ab.
Na figura B, ocorreu um crossing - over entre os genes A e B. As cromátides homólogas trocaram
pedaços. O resultado final mostra quatro células de constituição genética diferente, AB, Ab, aB e ab.
Você percebeu então que o crossing-over permitiu o aparecimento de dois cromossomos com combinações
gênicas totalmente diferentes. Ab e aB, que não existiam na célula-mãe. É como se o crossing tivesse
"embaralhado" os genes dos cromossomos originais AB e ab. Dizemos então que houve recombinação
genética. O fenômeno de crossing-over aumenta pois a variabilidade genética dos gametas. Isto é um
importantíssimo fator no mecanismo da evolução.
Esquema A Esquema B
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Matérias > Biologia > Citologia > Divisão Celular > Gametogênese
Gametogênese
Gametogênese é o processo de produção de gametas que são sempre células haplóides (n), com a função
de reprodução sexuada dos seres vivos (animal ou vegetal).
Nos animais essa produção é realizada no interior de órgãos especializados: testículos (gônadas
masculinas) produzem espermatozóides (gametas masculinos) e ovários (gônadas femininas) produzem
óvulos (gametas femininos). Nos vegetais, as estruturas especiais que terão essas funções são: anterídeos
(gametângios masculinos) produzirão os anterozóides (gametas masculinos) e arquegônios ou oogônios
produzirão oosferas (gametas femininos).
Na gametogênese animal, a espermatogênese é responsável pela produção de espermatozóides e a
ovulogênese (ou ovogênese) formará os óvulos.
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Matérias > Biologia > Citologia > Divisão Celular > Gametogênese
Principais diferenças
1 Ovogônia= fase de crescimento mais longa (= maior quantidade de vitelo) .
2 Nº espermatozóides e óvulos.
3 Ovócito II= está bloqueado em metáfase II.
4 Espermatogênese 2 a 3 semanas, a vida inteira.
● O período de crescimento é caracterizado pelo aumento volumétrico das gônias que irão formar os
citos I. As ovogônias terão uma fase de crescimento mais longa, acumulando maior quantidade de
vitelo (reserva alimentar do retículo endoplasmático e do complexo de Golgi) do que as
espermatogônias, ficando bem maiores. Cada espermatogônia (2n) forma um espermatócito
primário – 2n (espermatócito I ou de primeira ordem), enquanto a ovogônia (2n) produzirá o
ovócito primário – 2n (ovócito I ou de primeira ordem).
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Matérias > Biologia > Citologia > Divisão Celular > Gametogênese
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Matérias > Biologia > Citologia > Divisão Celular > Gametogênese
ATENÇÃO !!!
● Na espécie humana, cada ovócito II está contido num folículo de Graaf, dentro do ovário, desde o
nascimento das meninas. Estes ovócitos II estão com a meiose interrompida (bloqueada) em
metáfase II. Essa meiose só será completada se o ovócito II, eliminado em cada ciclo menstrual
(“ovulação”), for fecundado pelo espermatozóide. Esse encontro entre espermatozóide e ovócito II
(fecundação) deverá ocorrer no início da tuba uterina (trompa), visto que o ovócito tem vida
curtíssima (aproximadamente 24 horas !).
● Essa meiose para a produção de gametas ocorre na grande maioria dos animais e é chamada meiose
gamética. A meiose espórica ocorre no interior de esporângios de vegetais, produzindo os esporos
haplóides, que são células de reprodução assexuada.
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Matérias > Biologia > Citologia > Núcleo > Cromatina - Cromossomos; DNA; RNA, Síntese de proteínas;
Nucléolo
Uma molécula de ácido nucléico é portanto uma longa cadeia de nucleotídeos ligados entre si pelos
seus grupos fosfatos, sendo que o fosfato, de cada nucleotídeo se liga ao açúcar do nucleotídeo vizinho.
Disso decorre que uma molécula de DNA, por maior que seja terá apenas 4 tipos de nucleotídeos, todos
possuindo desoxirribose, no entanto diferindo quanto ao tipo de base. Já numa molécula de RNA, os 4
tipos de nucleotídeos terão a ribose, e uma das 4 bases nitrogenadas.
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Matérias > Biologia > Citologia > Núcleo > Cromatina - Cromossomos; DNA; RNA, Síntese de proteínas;
Nucléolo
Uma molécula de DNA se assemelha então, a uma escada de corda: nela, fosfatos e pentoses representam
os corrimões, enquanto que os degraus da escada são representados pelos pares de bases.No entanto, e
ainda segundo Watson e Crick, a "escada de corda" se apresentaria torcida, e em forma de dupla hélice,
como você pode ver no esquema.
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Matérias > Biologia > Citologia > Núcleo > Cromatina - Cromossomos; DNA; RNA, Síntese de proteínas;
Nucléolo
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Matérias > Biologia > Citologia > Núcleo > Cromatina - Cromossomos; DNA; RNA, Síntese de proteínas;
Nucléolo
TIPOS DE RNA
RNA-m (RNA mensageiro). Leva ao citoplasma a "mensagem" genética do DNA, orientando a síntese
de proteínas. É a seqüência dos códons do RNA-m que determina a seqüência dos aminoácidos na
proteína. Para poder produzir proteínas, o RNA-m se associa aos ribossomos existentes no citoplasma.
RNA-t (RNA transportador). São moléculas pequenas, de aproximadamente 80 nucleotídeos. O RNA
transportador possui numa certa região uma seqüência de 3 bases livres (anticódon).
Existem vários tipos de RNA transportadores, que variam quanto à seqüência das 3 bases. O papel dos
RNA-t é de capturar aminoácidos que se encontram dissolvidos no citoplasma e carregá-los ao local da
síntese protéica. Cada transportador é específico em relação ao aminoácido que ele transporta. Esta
especificidade é condicionada pela seqüência de 3 bases (chamada anticódon); assim o transportador com
anticódon CAA transporta o aminoácido valina, o RNA-t UGU carrega o aminoácido treonina, etc..
RNA-r (RNA ribossômico). É o RNA de fita mais comprida. O papel do RNA-r, pelo que se conhece até
hoje, é estrutural: serve como matéria-prima para a construção dos ribossomos. Os ribossomos são
indispensáveis para a tradução: ou seja, sem ribossomos, aparentemente nunca ocorre síntese protéica.
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Matérias > Biologia > Citologia > Núcleo > Cromatina - Cromossomos; DNA; RNA, Síntese de proteínas;
Nucléolo
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Matérias > Biologia > Citologia > Núcleo > Cromatina - Cromossomos; DNA; RNA, Síntese de proteínas;
Nucléolo
3) O ribossomo se desloca ao longo do RNA-m, abrangendo agora um terceiro códon (GUA). Entra o
RNA-t (CAU) trazendo o aminoácido valina. Forma-se uma ligação peptídica entre os dois aminoacidos, e
simultaneamente,o 2º RNA-t se desliga do ribossomo.
4) Após percorrer a molécula, o ribossomo sairá finalmente do RNA-m, ficando o polipeptídeo livre no
citoplasma ou encaminhado para o retículo endoplasmático, afim de ser transportado no interior da célula.
É claro que a mesma molécula de RNA-m pode ser "lida" (traduzida) por outro ribossomo, que seguirá
passo a passo o caminho percorrido pelo primeiro: o polipeptídeo formado será, evidentemente, idêntico
ao primeiro.
Resumindo:
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Matérias > Biologia > Citologia > Núcleo > Cromatina - Cromossomos; DNA; RNA, Síntese de proteínas;
Nucléolo
Observação: Modificações (mutações) no código genético podem levar à síntese de proteínas modificadas,
resultando em anomalia ou doenças, como por exemplo, a anemia falciforme (siclemia).
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Matérias > Biologia > Citologia > Núcleo > Cromatina - Cromossomos; DNA; RNA, Síntese de proteínas;
Nucléolo
Estrutura do Núcleo
Geralmente as células apresentam um núcleo único aproximadamente esférico e mais ou menos central.
Entretanto, há aquelas que têm dois ou mais núcleos, alguns de formato iregular ou ainda deslocados para
a periferia, junto da membrana plasmática.
O núcleo apresenta uma membrana nuclear ou carioteca, suco nuclear ou cariolinfa, cromatina e nucléolos.
a) CARIOTECA
A carioteca é dupla, sendo constituída por uma membrana interna e outra externa. Ribossomos podem
estar presentes na carioteca, ao lado do hialoplasma.
A carioteca é porosa, lipoprotéica e a cada divisão celular ela se desorganiza e se reconstitui nas
células-filhas.
b) Suco Nuclear
Também chamado nucleoplasma e cariolinfa. É um gel protéico no qual ficam mergulhados os
componentes do núcleo. Nessa solução as enzimas catalisam importantes reações químicas. Sabe-se que
no suco nuclear pode ocorrer síntese de ATP, substância "armazenadora" de energia, através da glicólise.
c) Nucléolos
O nucléolo tem um aspecto corpuscular esponjoso,sem membrana envoltória e cujas cavidades ficam
preenchidas pelo suco nuclear.
Pode haver mais de um nucléolo por núcleo. Quimicamente, o nucléolo é muito rico em RNA
O número de cromossomos é fixo dentro de uma mesma espécie: o homem possui 46 cromossomos, a
drosóphila 8, o milho 20. Na maioria dos organismos, apresentam-se aos pares, constituindo os
cromossomos homólogos (cariótipo). Assim, os 46 cromossomos são 23 pares de homólogos, cada núcleo
tem dois conjuntos semelhantes de cromossomos (2 genomas), sendo por isso, diplóide (2n = 46).
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Matérias > Biologia > Citologia > Núcleo > Cromatina - Cromossomos; DNA; RNA, Síntese de proteínas;
Nucléolo
Ao longo de cada cromossomo, aos segmentos de DNA codificadores das diferentes proteínas (enzimas,
anticorpos, etc), chamaremos de genes. Lado a lado, em cromossomos homólogos, estão os genes alelos
codificando cada característica hereditária.
A forma dos cromossomos depende da relação de tamanho entre seus braços, determinada pela posição
dos centrômeros. Apresenta 4 tipos:
● Metacêntricos: o centrômero ocupa a posição média do cromossomo, deixando dois braços com
mesmo comprimento.
● Submetacêntricos: tendo o centrômero um pouco deslocado para uma das extremidades, forma
dois braços com diferentes tamanhos.
● Acrocêntricos: estando o centrômero bastante deslocado para uma das extremidades. Apresentará
um dos braços bem mais comprido que o outro.
● Telocêntricos: o centrômero está numa das extremidades, deixando um só braço cromossômico.
O cariótipo indica número, tamanho, forma e características dos cromossomos de uma espécie.
Os cromossomos homólogos numa célula diplóide.
As células reprodutoras ou gametas dos organismos diplóides, por sua vez, têm um único conjunto de
cromossomos (genoma) sendo, por isso haplóides (n).
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Matérias > Biologia > Citologia > Núcleo > Imunologia: soros e vacinas
específicos).
Há antígenos como os venenos de serpentes ou de aracnídeos que podem agir muito rapidamente no nosso
organismo, causando danos fisiológicos com risco de serem fatais. Para essas situações são indicadas as
aplicações de soros específicos, os quais já apresentarão os anticorpos prontos.
Os soros são desenvolvidos da seguinte forma: pequenas doses de veneno (antígenos) são injetadas num
animal (cavalo, por exemplo), sem lhe causar dano. Lentamente o animal fica imunizado contra esse tipo
específico de veneno, apresentando certa concentração dos anticorpos respectivos na sua corrente
sangüínea. Do sangue desse animal é separado o soro (porção líqüida), onde estarão os anticorpos. Este
soro apresentará a propriedade de curar uma pessoa “picada” que tenha recebido o respectivo veneno. A
esse processo chamamos de imunização passiva.
É importante reconhecer que a mãe grávida (através da circulação placentária), além da alimentação e
oxigenação passa ao bebê parte dos anticorpos que ela possui. Isso confere imunidade nos primeiros
meses após o nascimento. O mesmo processo ocorre através do leite durante o importantíssimo período de
amamentação.
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Matérias > Biologia > Citologia > Núcleo > Imunologia: soros e vacinas
Formas de imunização:
Características Exemplos
● o antígeno é introduzido,
provocando a produção de
anticorpos pelo próprio
organismo que o recebeu.
● imunização lenta, porém
duradoura. Em geral requer
diversas doses, com intervalos
de tempo adequados, para ● pegar uma doença. Tomar
Imunização Ativa
chegar à concentração de vacina.
imunização desejável.
● o organismo “aprende” –
células (linfócitos T) de
“memória imunológica” – a
produzir os próprios anticorpos
específicos contra determinado
antígeno.
Calendário de vacinação:
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Matérias > Biologia > Citologia > Organização Estrutural dos Seres Vivos > Acelulares (Vírus)
Acelulares (vírus)
INTRODUÇÃO
Nos sistemas tradicionais de classificação dos seres vivos, os vírus não são incluídos por serem
considerados partículas ou fragmentos que só adquirem manifestações vitais quando parasitam células
vivas.
Apesar de até hoje ainda persistir a discussão em torno do tema, a tendência é considerar os vírus como
seres vivos.
Os vírus são extremamente simples e diferem dos demais seres vivos pela inexistência de organização
celular, por não possuírem metabolismo próprio, e por não serem capazes de se reproduzir sem estar
dentro de uma célula hospedeira. São, portanto, parasitas intracelulares obrigatórios; são em
conseqüência, responsáveis por várias doenças infecciosas.
● Geralmente inibem o funcionamento do material genético da célula infectada e passam a
comandar a síntese de proteínas.
● Os vírus atacam desde bactérias, até plantas e animais.
Muitos retrovírus (vírus de RNA) possuem genes denominados oncogenes, que induzem as células
hospedeiras à divisão descontrolada, com a formação de tumores cancerosos.
ESTRUTURA DOS VÍRUS
Os vírus são formados basicamente por um envoltório ou cápsula protéica, que abriga o material
hereditário. Este pode ser tanto o ácido desoxirribonucléico (DNA) como o ácido ribonucléico (RNA).
Esses dois ácidos nucléicos, no entanto, nunca ocorrem em um mesmo vírus. Existem, assim, vírus de
DNA e vírus de RNA. Em todos os outros seres vivos, o ácido desoxirribonucléico e o ácido ribonucléico
ocorrem juntos dentro das células, sendo o DNA o "portador" das informações genéticas e o RNA o
"tradutor" dessas informações.
● Formados por uma cápsula (capsídio) protéica + ácido nucléico: DNA ou RNA.
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Matérias > Biologia > Citologia > Organização Estrutural dos Seres Vivos > Acelulares (Vírus)
● ciclo lisogênico = DNA viral incorpora-se ao DNA bacteriano e não interfere no metabolismo da
bactéria, que se reproduz normalmente, transmitindo o DNA viral aos seus descendentes.
● ciclo lítico = DNA viral passa a comandar o metabolismo bacteriano e a formar vários DNAs
virais e cápsulas protéicas, que se organizam formando novos vírus. Ocorre a lise da célula,
liberando vários vírus que podem infectar outras bactérias, reiniciando novamente o ciclo.
10_2
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Procariontes e Eucariontes
Introdução
Existem dois tipos de células: as células PROCARIOTAS, que embora tenham material genético (DNA e
RNA), não apresentam membrana nuclear (carioteca) e nem organelas citoplasmáticas. A única estrutura
presente no citoplasma dessas células são os ribossomos, estruturas necessárias para a síntese de
proteínas. Organismos formados de células procariotas são os procariontes. Como exemplo temos todos
os organismos pertencentes ao reino Monera, isto é, bactérias e cianobactérias, antigas cianofíceas.
Célula bacteriana
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O outro tipo de célula que existe são as células EUCARIOTAS. Estas, além de terem carioteca,
apresentam vários tipos de organelas citoplasmáticas. Os organismos eucariontes, são aqueles formados
por células eucariotas. Todos os outros reinos de seres vivos são compostos por organismos eucariontes.
Célula Vegetal
Célula animal
Quando estudamos as células eucariotas, notamos que existe uma grande variedade de tipos, mas embora
existam tipos muito diferentes, todas elas apresentam uma série de estruturas em comum. Muitas vezes o
que torna uma célula diferente de outra é a quantidade de um certo tipo de estrutura ou a sua ausência ou
presença.
11_2
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Sistemas- critérios
Sistemas: critérios
Classificação dos seres vivos
OS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
As primeiras classificações do universo biológico eram artificiais, pois utilizavam critérios arbitrários que
não refletiam possíveis relações de parentesco entre os seres vivos.
As classificações atuais procuram analisar um grande conjunto de caracteres, tentando estabelecer
relações de parentesco evolutivo entre os seres vivos.
● Aristóteles (384 – 322 a.C.) = “1ª tentativa” – animais: com sangue – sem sangue/úteis – nocivos.
O grande marco na classificação dos seres vivos deveu-se a Lineu, em 1758 (século XVIII). Esse
naturalista sueco, apesar de acreditar no princípio da imutabilidade das espécies (fixismo) e de não ter
dado ênfase às relações de parentesco evolutivo entre os seres vivos, desenvolveu um sistema de
classificação utilizando categorias hierárquicas, que é adotado até hoje, embora com algumas
modificações.
O conceito biológico de espécie passou a ser considerado em termos populacionais: agrupamento de
populações naturais, real ou potencialmente intercruzantes, produzindo descendentes férteis e
reprodutivamente isolados de outros grupos de organismos.
Observação:
Asno (burro) égua
X
(2n = 66 cromossomos) (2n = 66 cromossomos)
MULA
(vigorosa; “estéril”, pois as células sexuais degeneram!)
mesma ordem; ordens semelhantes são agrupadas em uma mesma classe; classes semelhantes são
agrupadas em um mesmo filo ou divisão; filos ou divisões semelhantes são agrupados em um mesmo
reino.
Espécies de um mesmo gênero são mais aparentadas entre si do que espécies de outro gênero;
gêneros diferentes, mas pertencentes a uma mesma família, são mais aparentados entre si do que gêneros
de outras famílias, e assim por diante.
A espécie é a unidade de classificação. A hierarquia das diferentes categorias taxonômicas ou taxa (taxa
= plural de táxon) é:
Espécie Gênero Família Ordem Classe Filo ou divisão Reino
Desse modo, o sistema de classificação de Lineu, utilizando categorias hierárquicas, é a base do atual
sistema de classificação. Com a mudança de interpretação do significado das categorias taxonômicas, esse
sistema passou a ser chamado sistema natural de classificação.
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Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Classificação dos seres vivos >
Sistemas- critérios
Como exercício dos critérios usados no atual sistema de classificação, vamos analisar a classificação do
cão doméstico desde a categoria taxonômica mais ampla que é o reino até a mais específica, que é a
espécie:
a) na passagem do nível taxonômico reino para o filo dos Cordados foram excluídas a minhoca e a
estrela-do-mar, pois estes dois animais são os únicos que não apresentam notocorda (“bastão” de
sustentação) durante o desenvolvimento embrionário.
b) no subfilo dos vertebrados foram excluídos o anfioxo e a ascídia, por serem os únicos que não
substituirão a notocorda por uma coluna vertebral, durante o desenvolvimento embrionário. Essa
“incapacidade” de “produção anatômica” reflete o menor grau evolutivo, devido à inexistência de genes
para a sua diferenciação.
c) na passagem seguinte estão excluídos o peixe (classe dos peixes) e a cobra (classe dos répteis), por não
apresentarem as características de semelhanças encontradas na classe dos mamíferos: desenvolvimento
embrionário no útero da mãe, que dará a luz (vivípara) ao filhote; placenta no útero materno para alimentar
e garantir as trocas gasosas do embrião com a mãe; glândulas mamárias (mãe); pêlos no corpo; músculo
diafragma (respiração); hemácias anucleadas; etc.
d) considerando, assim, as características semelhantes e comparadas em morfologia, anatomia, fisiologia,
embriologia, etc, chegaremos à unidade de classificação biológica que é a espécie Canis familiaris,
identificando o cão doméstico entre todos os outros do reino animal.
12_4
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Classificação dos seres vivos > Nomenclatura científica: 12_1-4
Nomenclatura científica
O SISTEMA ATUAL DE NOMENCLATURA DAS ESPÉCIES DE SERES VIVOS
Analisa (leva em conta) critérios “evolutivos”.
● Morfologia (aspectos externos).
● Embriologia (desenvolvimento).
● Nível celular:
Núcleo: - código genético.
- nº cromossômico.
Citoplasma - orgânulos
● Reprodução:
“sexuada” - descendentes “férteis”.
Existem várias regras internacionais de nomenclatura, que são de fundamental importância na
comunicação entre pesquisadores, pois o nome popular dos organismos varia de região para região. Dessa
forma, através das regras internacionais, estabelece-se uma linguagem única, facilitando a
“comunicação” e a identificação dos seres vivos.
O sistema atual de nomenclatura das espécies de seres vivos segue o sistema de Lineu: é binomial, isto é,
composto de duas partes, com os nomes escritos em latim, grifados ou em itálico.
Indica- se o nome do gênero, que geralmente é um substantivo, devendo ser escrito em latim com letra
inicial maiúscula; o epíteto específico, que geralmente é um adjetivo, devendo ser escrito em latim com a
letra inicial minúscula.
Regras de Nomenclatura:
“Mosquinha” das frutas = Drosophila melanogaster = ESPÉCIE
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Classificação dos seres vivos > Nomenclatura científica: 12_2-4
Em outros casos, as espécies podem apresentar variedades, raças ou subespécies. Nesses casos,
acrescenta-se o nome da subespécie após o epíteto específico, escrevendo-o em latim, grifado ou em
itálico, com letra inicial minúscula. O nome da subespécie também não deve ser escrito sozinho, já que por
si só, não tem significado nenhum; deve vir sempre acompanhado pelo gênero e epíteto específico.
Por exemplo:
● Mosquito “da dengue”– Aedes (Stegomya) aegypti
ou “da febre amarela"
ESPÉCIE
SUBESPÉCIE
● Planta “maravilha” – Mirabilis jalapa alba = subespécie ou variedade.
Atenção!
Em Zoologia, família e subfamília são indicadas, respectivamente, pelos sufixos idae e inae,
acrescido ao nome do gênero mais representativo.
Em Botânica o sufixo é aceae: família Rosaceae (maçã, pêssego, cereja).
Exemplos:
● Gênero Culex (mosquito “comum”) – família Culicidae (Culicídeos) e subfamília Culicinae
(Culicíneos).
● Família Psychodidae e subfamília Phlebotominae (insetos hematófagos, popularmente chamados
mosquito-palha ou birigüi – transmissores do protozoário flagelado Leishmania, causador da
doença leishmaniose):
Gênero Phlebotomus (Velho mundo).
Gênero Lutzomyia (Americano).
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Classificação dos seres vivos > Nomenclatura científica: 12_3-4
● Tipo de célula;
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Classificação dos seres vivos > Nomenclatura científica: 12_4-4
Características dos vírus, semelhantes aos seres vivos. Presença de material genético (DNA ou RNA),
com capacidade de mutação.
Têm capacidade de reprodução
Características dos vírus, que permitem considerá-los São acelulares (desprovidos de células)
seres não vivos (inanimados)
Têm capacidade de cristalizar-se como os
minerais.
Obseravação
Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios.
13_2
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Grupos > Algas: Unicelulares e Pluricelulares: 13_1-2
Euglenophyta Bipartição
Clorofilas a,b Não há Paramilo (~ Flagelos (1,2 ou
(unicelulares) simples.
Caroteno celulose mido) e óleo 3)
ad,ab,as,t Sexuada,rara
Pyrrophyta
Clorofilas a;c Flagelos = 2 Bipartição
(dinoflagelados) Amido e
Caroteno Placas morfologica/ simples.
(unicelulares) Óleo
Xantofilas desiguais Sexuada,rara
ad,ab,as, t
Clorofilas a;c
Phaeophyta
Caroteno Celulose + Laminarina e Talos fixos e Alternância de
(pardas)
Fucoxantina Algina Manitol flutuantes gerações
ab,as
(parda)
● ad = água doce (~1% sais) ; as = água salgada (~3,5-4% sais) ; ab = água salobra.
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Grupos > Algas: Unicelulares e Pluricelulares: 13_2-2
● PLÂNCTON - corresponde a um conjunto de seres que vivem em suspensão na água dos rios,
lagos e oceanos, carregados passivamente pelas ondas e correntes. No plâncton distinguem-se dois
grupos de organismos:
fitoplâncton: organismos produtores (fotossintetizadores), representados
principalmente por dinoflagelados e diatomáceas, constituem a base de
sustentação da cadeia alimentar nos mares e lagos . São responsáveis por mais de
90% da fotossíntese no planeta.
zooplâncton: organismos consumidores, isto é, heterótrofos, representados
principalmente por protozoários, pequenos crustáceos e larvas de muitos
invertebrados e de peixes.
● Crysophyta as células das diatomáceas possuem parede celular rígida denominada frústula ou
carapaça, composta por duas valvas que se encaixam e podem apresentar grande diversidade de
formas e de ornamentação. Existem depósitos seculares dessas carapaças, denominados terra de
diatomáceas ou diatomito. Essas carapaças são utilizadas na fabricação de cosméticos, filtros e
produtos de polimento.
Bipartição simples
Euglena
Bipartição simples
Diatomácea
● Pyrrophyta “floração das águas” = “maré vermelha” (Gonyaulax = H2O doce). Forma
populações extraordinariamente grandes, que dão origem a extensas manchas avermelhadas na
superfície do mar. O grande problema das “marés vermelhas” está na elevada toxicidade da
neurotoxina produzida por Gonyaulax.
● Noctiluca = pirrófitas bioluminescentes (convertem energia química em luz) parecem
minúsculas “gotas de geléia transparente” na superfície da água.
Noctiluca Ceratium
● fitoplâncton emite para a atmosfera do planeta o gás dimetil- sulfeto (DMS), que reagindo com O2 e
H2O forma gotículas de H2SO4. Essas gotículas de ácido em suspensão condensam água, formando
90% das nuvens do planeta. Essas algas oferecem, então, uma grande contribuição para o clima.
14_5
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Grupos > Bactérias, Cianobactérias ( Algas ): 14_1-5
● álcool 95 oG.L.
● fucsina diluída =
corante.
● água corrente = lavar
secar.
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Grupos > Bactérias, Cianobactérias ( Algas ): 14_2-5
● estafilococos: colônias formadas por vários cocos arranjados de modo semelhante a um cacho de
uva;
● sarcinas: colônias formadas por vários cocos em arranjos cúbicos;
b) HETERÓTROFAS:
● saprófitas = decomposição por enzimas, da matéria orgânica “morta”
(PUTREFAÇÃO): “reciclagem" de sais ...
● fermentação = ausência de O2 : álcool; vinagre; coalhada; queijos (“cura”)...
● mutualismo = “nódulos” de raízes de leguminosas (feijão, ervilha) (FIXADORAS
DE N2 NO2- ; NO3-)
● parasitas patogênicas (doenças) vide tabela!
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Grupos > Bactérias, Cianobactérias ( Algas ): 14_3-5
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Grupos > Bactérias, Cianobactérias ( Algas ): 14_4-5
Reprodução sexuada
a) O mecanismo de recombinação gênica mais importante em bactérias é a conjugação bacteriana.
Na conjugação bacteriana duas bactérias unem-se temporariamente através de uma ponte citoplasmática.
Em uma das células, denominada "doadora" ou "macho", ocorre a duplicação de parte do cromossomo.
Essa parte duplicada separa-se e, através da ponte citoplasmática, passa para outra célula, denominada
"receptora" ou fêmea", unindo-se ao cromossomo dessa célula receptora. Esta ficará, então, com
constituição genética diferente daquela das duas células iniciais. Essa bactéria "recombinante" pode
apresentar divisão binária, dando origem a outras células iguais a ela.
Como regra geral, em qualquer mecanismo de recombinação gênica nas bactérias, somente uma fração do
cromossomo da bactéria doadora é transferida para a bactéria receptora. A fração doada corresponde a
uma porção duplicada do cromossomo.
b) TRANSFORMAÇÃO: Griffith (pneumococos) = de pedaços de DNA de “bactéria estranha”,
dispersos no meio, algum é incorporado, em condições especiais e a bactéria passa a exibir o fenótipo
(característica) da “doadora”. Os cientistas têm utilizado a transformação como uma técnica de
Engenharia Genética, para introduzir genes de diferentes espécies em células bacterianas (bactérias
transgênicas).
c) TRANSDUÇÃO : transferência de material genético de uma bactéria para outra, através de vírus
bacteriófagos ou fago (= vetor).
BACTÉRIAS : - importância !
● na farmacêutica produção de antibióticos :
- tirotricina ; bacitracina ; subtilina ; polimixina B.
-ACTINOMICETOS a bactérias, mesmo lembrando fungos: estreptomicina;
aureomicina; terramicina.
● na agricultura fixação do nitrogênio (raízes de leguminosas: feijão, ervilha); parasitas
(fitopatologia).
● na indústria vinagre (fermentação acética); coalhadas (fermentação lática); bebidas alcoólicas
(fermentação alcoólica ou etílica); queijos (“cura”): “duros”: Cheddar; parmesão; “moles”:
Limburger.
● na medicina e veterinária doenças !
● em genética e biologia molecular estudos: mutação, reprodução, engenharia genética, etc.
● decompositores cadeias alimentares - reciclagem !
Os pigmentos nos Monera estão associados a um sistema de membranas internas na célula, porém não há
formação de nenhuma organela citoplasmática definida. Apresentam somente ribossomos.
Reprodução nas Algas Azuis
A reprodução das cianofíceas não coloniais é assexuada, por divisão binária, semelhante à das
bactérias.As formas filamentosas podem reproduzir-se assexuadamente por fragmentação ou
hormogônia: quebram-se em alguns pontos, dando origem a vários fragmentos pequenos chamados
hormogônios, que, por divisão de suas células, darão origem a novas colônias filamentosas. Algumas
formas coloniais filamentosas produzem esporos resistentes, denominados acinetos, que podem
destacar-se e originar novos filamentos. Além de acinetos, algumas espécies possuem uma célula especial
denominada heterocisto, cuja função ainda não está esclarecida, mas há indícios de que sejam células
fixadoras de nitrogênio e de que auxiliem na sobrevivência e flutuação dos organismos sob condições
desfavoráveis.
ad = água doce ( 1% sais) ; as = água salgada ( 3,5 % sais) ; ab = água salobra ; t = terrestre.
15_7
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Grupos > Fungos - Liquens: 15_1-7
Fungos- Liquens
CARACTERÍSTICAS GERAIS
● MICOLOGIA estudo dos fungos (= mikas ; myketos).
● Os fungos ou seus esporos são encontrados praticamente em todos os ambientes: água, terra, ar e
nos organismos (como parasitas ou mutualísticos).
● Suas células eucarióticas possuem membrana esquelética de quitina (polissacarídeo que aparece
no exoesqueleto de artrópodos). Apresentam também outras características de animais, como
glicogênio (reserva de açúcar) e centríolos.
● CLASSIFICAÇÃO: - critérios:
1. Tipo de célula = eucariontes:
● parede celular:
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Grupos > Fungos - Liquens: 15_2-7
ESTRUTURA
Os fungos podem ser divididos em Mixomicetos e Eumicetos.
I. Mixomicetos
Fungos primitivos, saprófitos e constituem grandes massas citoplasmáticas pluricelulares.
Locomovem-se através de pseudópodos.
II. Eumicetos
São os fungos verdadeiros.
O corpo dos fungos é formado por numerosos filamentos denominados hifas. A hifas formam um
emaranhado que se chama micélio.
Da célula ao talo
tipos de hifas
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Grupos > Fungos - Liquens: 15_3-7
Os micélios desenvolvem-se geralmente dentro do substrato onde o fungo se fixa. Os micélios dos
ascomicetos e dos basidiomicetos podem desenvolver formações que emergem do substrato, tornando-se
visíveis: são os corpos de frutificação, popularmente conhecidos por cogumelos. É no corpo de
frutificação, ou cogumelo, que se desenvolvem os ascos ou os basídios. Os ficomicetos e alguns
ascomicetos não desenvolvem corpos de frutificação.
Esses fungos podem desenvolver dois tipos de estruturas, relacionadas com o processo de reprodução: o
asco e o basídio.
Com base na formação ou não formação dessas estruturas, podem ser classificados em três grupos:
a) FICOMICETOS: (alguns bolores): possuem hifas cenocíticas (sem septos transversais).
Desenvolvem-se sobre matéria orgânica úmida, constituindo o bolor que pode ser branco ou preto (Mucor
e Rhizopus). O micélio é ramificado e desorganizado. Saprolegnia também é ficomiceto, aquático, que
decompõe animais mortos. Pilobolus é saprófita encontrado sobre fezes recentes de herbívoros (cavalos,
capivaras, antas, etc.).
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Grupos > Fungos - Liquens: 15_4-7
b) ASCOMICETOS: os pluricelulares formam hifas septadas. Possuem hifas haplóides e hifas dicarióticas
com dois núcleos n em cada célula. Estas hifas formam os ASCOS, onde haverá fusão dos núcleos n
(cariogamia), seguindo-se a meiose espórica e formando 8 ascósporos; cada um destes produzirá hifa n
(monocariótica) e o ciclo reprodutivo continuará.
● Neurospora = bolor róseo, muito usado em pesquisas genéticas.
O fungo Penicilium notatum é um exemplo de ascomiceto que não desenvolve corpo de frutificação. É
conhecido como "fungo da penicilina", pois é dele que se produz a penicilina (o primeiro antibiótico
descoberto) industrialmente.
A penicilina é um antibiótico poderoso e representa importante auxiliar da medicina no combate às infecções
bacterianas. Embora produzida por um fungo, não atua sobre as micoses, doenças causadas por fungos, nem
sobre infecções causadas
por vírus.
Obs.: As leveduras, como é o caso de Saccharomyces cerevisae, podem-se reproduzir assexuadamente por
brotamento.Saccharomyces cerevisae é outro ascomiceto que não desenvolve corpo de frutificação; forma o
asco, no interior do qual desenvolvem-se quatro ascósporos, e não oito, como é regra geral nos ascomicetos.
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Grupos > Fungos - Liquens: 15_5-7
Há espécies parasitas que atacam o centeio (= Claviceps purpurea),o amendoim (= Aspergillus flavus =
aflatoxinas) além de outras que produzem substâncias alucinógenas (= Psilocybe).
● Agaricus (champignons) – comestíveis.
A reprodução sexuada se dá por plasmogamia que é a fusão de duas hifas (n) formando uma hifa
dicariótica
(com dois núcleos). Quando estas hifas formam os basídios, ocorre a fusão dos núcleos n (cariogamia),
organizando o núcleo 2n, que sofre meiose espórica, produzindo 4 basidiósporos n. Cada um destes se
desenvolve em hifa n (monocariótica), reiniciando o ciclo.
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Grupos > Fungos - Liquens: 15_6-7
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Grupos > Fungos - Liquens: 15_7-7
SORÉDIOS
A reprodução dos liquens faz-se principalmente através de fragmentos vegetativos denominados sorédios.
Cada sorédio contém algumas poucas algas envolvidas por algumas hifas dos fungos.
16_5
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Reino Vegetal (Metáfita) > Divisão Algas ( Pluricelulares ): 16_1-5
De acordo com a classificação do mundo vivo em cinco reinos (Whittaker – 1969), um deles, o dos Protistas,
agrupa organismos eucariontes, unicelulares, autótrofos e heterótrofos. Neste reino se colocam as algas
inferiores: euglenófitas, pirrófitas (dinoflagelados) e crisófitas (diatomáceas).
No reino Vegetal, estarão as algas pluricelulares (vermelhas, pardas e verdes), que mostram todas as
características básicas dos vegetais. Assim como todos os vegetais, elas são eucariontes, pluricelulares e
exclusivamente autótrofas. As clorofilas e outros pigmentos relacionados à fotossíntese ficam no interior de
plastos. A parede celular é de celulose, e o amido é a principal substância de reserva armazenada na forma de
grãos insolúveis.
Divisão Pigmentos Parede celular Reserva Locomoção Reprodução
Talo fixo. Zoósporos
Chlorophyta Clorofilas a;b
Celulose e Unicelulares- Isogamia
(verdes) Caroteno Amido
Pectina livres (2 ou 4 Heterogamia
ad,ab,as,t Xantofilas
flagelos) Oogamia
Clorofilas a;c
Phaeophyta
Caroteno Celulose + Laminarina e Talos fixos e Alternância
(pardas)
Fucoxantina Algina Manitol flutuantes de gerações
ab,as
(parda)
Celulose,
Rhodophyta Clorofilas a;d Carragenina, Amido de
Alternância de
(vermelhas) Caroteno Ágar e Florídeas Talos fixos
gerações
ab,as,ad Ficoeritrina CaCO3 (~glicogênio)
● ad = água doce (~1% sais) ; as = água salgada (~ 3,5-4% sais) ; ab = água salobra.
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Reino Vegetal (Metáfita) > Divisão Algas ( Pluricelulares ): 16_2-5
● PLÂNCTON - corresponde a um conjunto de seres que vivem em suspensão na água dos rios,
lagos e oceanos, carregados passivamente pelas ondas e correntes. No plâncton distinguem-se dois
grupos de organismos:
❍ fitoplâncton: organismos produtores, representados principalmente por dinoflagelados e
diatomáceas.
❍ zooplâncton: organismos consumidores, isto é, heterótrofos, representados principalmente
por protozoários, pequenos crustáceos e larvas de muitos invertebrados e de peixes.
● CARRAGENINA = polissacarídeo da galactose. ÁGAR = polissacarídeo (galactose).
● ALGINA = polissacarídeo da manose. Os sais do ácido manurônico são utilizados na fabricação de
sorvetes tipo “italiano” ; juntamente com a carragenina e o ágar, são utilizadas como estabilizadores
em doces, sorvetes, dentifrícios e placas de cultura de bactérias.
● SARGAÇOS = feofíceas; flutuam livremente em determinadas regiões do Atlântico (Mar dos
Sargaços), podendo acarretar problemas para a navegação. Sob essas espessas camadas de talos
amontoados, criam-se condições de fixação e proteção para um grande número de espécies animais.
Os sargaços (gênero Sargassum) são algas que chegam a atingir mais de 50
metros de comprimento; depois de ressecadas e moídas, elas fornecem um
adubo muito rico em sais de nitrogênio, fósforo, potássio e iodo.
No Japão, as laminárias são consumidas (milhares de toneladas anuais) como verdura cozida ou em
sopas.
No Brasil ocorre no litoral do Espírito Santo, em local de águas de temperaturas baixas. Tais algas
atingem até cerca de 4 m de comprimento.
KELPS = laminárias conjunto de grandes (complexas ; > 50 m) algas pardas marinhas, de regiões
frias.
● Acetabularia = clorofícea (= sombrinha-de-sereia ; taça-de-vinho-de-sereia) ; marinha, cada
“chapéu” é uma única grande célula, com cerca de 5 cm de altura, mantendo o núcleo no seu
pé. O talo é preso com impregnação calcárea em águas tropicais e sub-tropicais.
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Reino Vegetal (Metáfita) > Divisão Algas ( Pluricelulares ): 16_3-5
REPRODUÇÃO.
Uma característica fundamental do ser vivo é a capacidade de reproduzir-se, isto é, dar origem a outro
ser vivo semelhante (deixar descendentes).
Sem reprodução as espécies desapareceriam.
Nos seres unicelulares, como bactérias, a simples divisão da célula já significa reprodução.
Há dois tipos principais de reprodução: assexuada ou agâmica e sexuada ou gâmica.
Os gametas são formados em estruturas especiais, os gametângios. As oosferas são produzidas nos
oogônios (gametângio )e os anterozóides, nos anterídeos (gametângio).
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Reino Vegetal (Metáfita) > Divisão Algas ( Pluricelulares ): 16_4-5
O indivíduo diplóide (esporófito) (2n) reproduz-se assexuadamente por esporos (n) ocorre meiose
espórica. Os esporos (n) se desenvolvem através de mitoses e dão origem a organismos haplóides
pluricelulares (= gametófitos) e o ciclo continua !
Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Reino Vegetal (Metáfita) > Divisão Algas ( Pluricelulares ): 16_5-5
● Fornecem substâncias como ágar, celulose, iodo, alginato etc, com importantes aplicações
industriais.
● As carapaças de diatomáceas formam o diatomito ou terra de diatomáceas, usada como abrasivo,
filtros e na fabricação de explosivos.
● Determinadas algas como as pirrófitas, podem formar as “marés vermelhas” eliminando
substâncias tóxicas que matam outros seres.
● Formam associações com fungos, ou seja, os liquens.
17_2
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Matérias > Biologia > Reinos: Monera, Protista, Fungos e Vegetal > Reino Vegetal (Metáfita) > Divisão -
Briófita
Divisão Briófita
EMBRIÓFITAS ou CORMÓFITAS
Podemos dividir o Reino vegetal em dois sub-reinos: Talófitas, como as algas e Cormófitas ou
Embriófitas, que incluem as Briófitas, Pteridófitas e Espermatófitas (Gimnospermas e Angiospermas).
As embriófitas são predominantemente terrestres e apresentam alternância de gerações ou metagênese. A
meiose é espórica, sempre formando esporos (n). Uma geração é a gametofítica, haplóide (n) e se
reproduz sexuadamente formando gametas. A outra é a geração esporofítica, diplóide (2n), que se
reproduz assexuadamente formando esporos (n); estes se desenvolvem, dando origem aos gametófitos.
Divisão Briófitas (G > E).
São plantas criptógamas, isto é, não produzem flores.
Correspondem ao grupo de “transição” entre Talófitas e Embriófitas.
Já possuem tecidos organizados, porém não possuem vasos condutores da seiva = avasculares.
Como a maioria das espécies vive fora d’água, não atingem mais que 15 cm de altura (pequeno porte),
pois a seiva é transportada de célula para célula. Precisam de muita umidade e na reprodução o gameta
masculino, anterozóide, deve nadar, atraído pelas substâncias químicas da oosfera, feminina (=
quimiotactismo +).
Os gametângios são: arquegônios, onde se formam oosferas e anterídios, que formam anterozóides.
Como todas as embriófitas, apresentam alternância de gerações, sendo a geração gametofítica (n) a
mais duradoura, autotrófica e independente (G > E).
As briófitas se dividem em Musgos e Hepáticas:
● MUSGOS: são considerados briófitas mais evoluídas que as Hepáticas. Já possuem rizóides,
caulóide e filóides.
Musgo
Os musgos dos gêneros Funaria, Sphagnum (turfa = melhora textura e retenção de água no solo) e
Polytrichum são muitos comuns.
Turfa
Na alternância de gerações temos as seguintes características:
● Gametófito (n) desenvolvido com rizóides, caulóide e filóides. Nos gametófitos estão arquegônio
(formador de oosfera) e anterídio (formardor de anterozóides). Após a fecundação forma-se um
zigoto, que ao desenvolver-se, forma o esporófito (2 n).
● Esporófito (2n), constituído por um haustório, fixando-o no gametófito (n). Uma seta e a cápsula
com esporângio, onde ocorre a meiose espórica, para a formação dos esporos (n). O esporo, em
condições favoráveis, desenvolve-se, dando inicialmente o protonema, que se transformará no
gametófito (n) adulto.
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Briófita
Hepáticas
Após a fecundação, origina-se o esporófito (2n), dependente do gametófito (n). O esporófito, por meiose
espórica, formará esporos (n), que darão novamente gametófitos.
Nas Hepáticas (Marchantia) ocorre também outro tipo de reprodução, assexuada, por meio de
propágulos, formados no interior de conceptáculos.
Além das Hepáticas e dos Musgos, as Antoceros também são briófitas, porém, um grupo muito pequeno e
com características entre talófitas e embriófitas, como as Hepáticas.
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Pteridófitas
Divisão Pteridófita
Traqueófitas E > G.
Samambaiaçu Samambaia
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Pteridófitas
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Pteridófitas
Além da reprodução por alternância de gerações, também se reproduz por rizomas (caule)
propagação vegetativa !
Existem outras Pteridófitas, como as classes das Licopodíneas (gêneros Licopodium, Selaginella) e
Equissetíneas (Equissetum).
Lycopodium Selaginella.
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Pteridófitas
Estróbilo de Selaginella
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Espermatófita (Gimnospermas e Angiospermas)
As Gimnospermas não produzem frutos, portanto, as sementes são “nuas” (Gimno = nua; espermato =
semente).
Os esporófitos são desenvolvidos e algumas espécies apresentam os indivíduos vivos mais antigos, com
alguns milhares de anos (= plantas milenares).
São plantas comuns em climas temperados, especialmente no hemisfério norte (florestas de
Coníferas):Sequóias, pinheiros, ciprestes, Cycas etc.
A geração gametofítica é totalmente dependente da esporofítica, além de apresentar-se extremamente
reduzida (gametófito masculino = tubo polínico; gametófito feminino = saco embrionário). (E > G).
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Espermatófita (Gimnospermas e Angiospermas)
● Gênero Cycas: - são semelhantes às palmeiras. São plantas dióicas, isto é, existe planta feminina e
planta masculina. A reprodução sexuada é por oogamia, pois o gameta masculino (anterozóide,
trazido pelo grão-de-pólen) é móvel, enquanto que o feminino é grande (oosfera) e imóvel.
● Planta masculina:- produz estróbilos masculinos. Nos microsporângios (2n) anteras, são
produzidos os micrósporos (n) grãos-de-pólen, que são transportados pelo vento (anemofilia)
para a planta feminina.
● Planta feminina:- produz estróbilos femininos com óvulo megasporângio (2n). O óvulo
apresenta um integumento e sua abertura de entrada é a micrópila. Na entrada da micrópila há uma
câmara polínica com líquido.
Cada megasporângio (2n) produz 4 megásporos (n), sendo que 3 atrofiam. O megásporo (n) resultante
se desenvolve, formando o megaprotalo ou saco embrionário. Este possui arquegônios que produzem
gametas femininos, as oosferas (n).
Fecundação: o grão-de-pólen ou micrósporo (n) origina o gametófito masculino (“curtíssimo tubo
polínico” = assifonógamas !); este deposita os anterozóides (n) ciliados na câmara polínica com líquido,
que nadarão (quimiotactismo +) ao encontro da oosfera (n), fecundando-a.
Assim sendo, nas Cicadíneas e também Ginkgoíneas, a fecundação é semelhante à das Briófitas e
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Espermatófita (Gimnospermas e Angiospermas)
Taiga
Welwitschia
Araucaria
O gametófito masculino é o tubo polínico (sifonogamia), que cresce (= quimiotropismo +) em direção
ao saco embrionário, que contém a oosfera. Este também é o processo que ocorre nas Angiospermas !
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Espermatófita (Gimnospermas e Angiospermas)
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Espermatófita (Gimnospermas e Angiospermas)
Há plantas dióicas, que produzem flores masculinas separadas das flores femininas (= flores
díclinas), como: abóbora, melancia, mamona,etc.
● Dióicas: são espécies onde um indivíduo só produz um tipo de gameta (= sexos separados). Há
uma planta masculina e outra planta feminina, como em Cycas.
A geração esporofítica corresponde às plantas que conhecemos. A geração gametofítica é microscópica,
reduzida e totalmente dependente da esporofítica. (E > G).
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Espermatófita (Gimnospermas e Angiospermas)
A flor liga-se ao caule através do pedúnculo e quando completa, apresenta 4 verticilos (folhas
modificadas): cálice (conjunto das sépalas), corola (pétalas), ANDROCEU (= conjunto dos estames, isto
é, filete + antera) e GINECEU ou PISTILO (formado por estigma, estilete e ovário).
Na antera ou microsporângio, existem os sacos polínicos onde (por meiose espórica) se formam os
grãos-de-pólen ou micrósporos (n), que produzirão o tubo polínico (microprotalo) ou gametófito
masculino.
Gineceu ou pistilo é o aparelho reprodutor feminino e seu ovário (formado das folhas carpelares ou
carpelos) contém um ou mais óvulos (megasporângios). Cada óvulo é constituído por 2 integumentos
(primina e secundina) e saco embrionário ou gametófito feminino (= 1 célula, contendo 8 núcleos n: três
antípodas, duas sinérgides, dois núcleos polares e o gameta feminino oosfera).
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Espermatófita (Gimnospermas e Angiospermas)
Fecundação:
● o grão-de-pólen é levado até o estigma do gineceu (polinização: anemofilia - vento, ornitofilia –
pássaros, entomofilia – insetos); ali ele germina (cresce em direção ao óvulo = quimiotropismo
+), formando o tubo polínico (gametófito masculino) que penetra pela micrópila do óvulo e entrega
2 núcleos gaméticos (gametas masculinos) no saco embrionário.
● o primeiro gameta masculino (n) se une com a oosfera (n), originando o zigoto (2n), que depois
cresce e forma o embrião e o(s) cotilédone(s). O segundo gameta masculino (n) se une aos dois
núcleos polares (n), formando uma célula triplóide (3n); esta, quando crescer, formará o
endosperma secundário ou albúmen (3n), que é uma reserva alimentar.
● após a dupla fecundação, o óvulo se desenvolve em semente, que é constituída por: casca (formada
dos tegumentos do óvulo) + amêndoa (embrião + cotilédone e/ou albúmen). O cotilédone poderá
ser único (= monocotiledôneas) ou duplo (= dicotiledôneas).
● enquanto o óvulo forma semente, as paredes do ovário se desenvolvem (por estímulo hormonal –
auxinas), formando o fruto. As sementes são protegidas pelo fruto, que também tem como função
disseminar as sementes (anemocoria – vento; entomocoria – insetos; ornitocoria – pássaros;
hidrocoria – água).
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Espermatófita (Gimnospermas e Angiospermas)
Frutos secos
Frutos carnosos
● caso, além do ovário, se desenvolvam outras partes da flor, que se tornem comestíveis,
chamaremos de PSEUDOFRUTOS !
Estes podem ser:
● simples – maçã (parte comestível é o receptáculo floral), caju (parte comestível é o pedúnculo da
flor);
● composto – morango (o receptáculo floral se torna suculento e comestível; cada pequeno
frutinho seco, o aqüênio, foi um ovário da flor e contém uma semente);
● múltiplo – amora, figo, abacaxi (desenvolvem-se de uma inflorescência e podem ser chamados
de infrutescência).
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Espermatófita (Gimnospermas e Angiospermas)
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Espermatófita (Gimnospermas e Angiospermas)
MONOCOTILEDÔNEAS DICOTILEDÔNEAS
raiz fasciculada (“cabeleira”) pivotante ou axial (principal)
em geral, sem crescimento em espessura em geral, com crescimento em
caule
(colmo, rizoma, bulbo) espessura (tronco)
feixes líbero-lenhosos feixes líbero-lenhosos dispostos em
distribuição de
“espalhados”(distribuição atactostélica = círculo (distribuição eustélica =
vasos no caule
irregular) regular)
peciolada: bainha reduzida;
invaginante: bainha desenvolvida;
folha pecíolo; nervuras reticuladas ou
uninérvia ou paralelinérvia.
peninérvias.
Flor trímera (3 elementos ou múltiplos) dímera, tetrâmera ou pentâmera
embrião um cotilédone 2 cotilédones
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> Tecidos Vegetais
Tecido Vegetal
A origem dos tecidos.
Os tecidos dos vegetais superiores podem originar-se a partir de meristemas primários e secundários (do
grego, merizein = repartir, dividir-se).
Os meristemas primários são aqueles originados a partir das células embrionárias e recebem nomes de
acordo com os futuros tecidos a que darão origem:
Meristemas primários:
● Protoderme (dermatogênio) – origina a epiderme.
● Meristema fundamental: pleroma, que será empregado para a formação do cilindro central. Da
camada que fica entre o pleroma e o dermatogênio, isto é, o periblema, resultará, mais tarde, a
casca.
● Procâmbio – origina os tecidos condutores secundários.
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> Tecidos Vegetais
● Câmbio interfascicular – ocorre no cilindro central, originando o floema para fora e o xilema para
dentro.
Os meristemas.
As células meristemáticas caracterizam-se por serem pequenas, de paredes finas, com vacúolos
minúsculos ou ausentes, núcleos relativamente grandes e muito protoplasma. Elas têm a capacidade de
efetuar mitoses.
As novas células resultantes dessas mitoses aumentam em volume (elongamento ou distensão) e
proporcionam o crescimento dos órgãos onde se encontram.
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> Tecidos Vegetais
Quando a expansão do caule em espessura é acentuada, as camadas suberificadas (cortiça), que ficam
voltadas para fora, rompem-se e descamam. É o ritidoma.
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> Tecidos Vegetais
Os parênquimas.
Nos vegetais, há vários tecidos funcionalmente comparáveis aos tecidos conjuntivos dos animais. Em
todos os órgãos das plantas pode ser encontrado um tecido que desempenha as funções de preenchimento,
conexão e reserva. É o chamado parênquima.
Suas células têm normalmente forma poliédrica e são isodiamétricas, isto é, possuem o mesmo diâmetro
nas várias direções. São vivas e têm paredes mais ou menos finas, sem reforços. Sabemos que essas
paredes são formadas por uma lamela média de pectatos de cálcio e magnésio, situada entre duas camadas
de celulose.
Tipos de parênquimas.
● Com função de preenchimento:
❍ parênquima cortical.
❍ parênquima medular.
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> Tecidos Vegetais
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> Tecidos Vegetais
Pequenas saliências das células epidérmicas que dão um aspecto aveludado às pétalas. Por exemplo:
violetas, amor-perfeito.
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> Tecidos Vegetais
● Pêlos e tricomas.
São formações epidermais largamente distribuídas nas folhas, caules, frutos, sementes e raízes. Mostram
uma grande diversidade de formas, especialmente nas folhas. Os pêlos podem ser vivos ou mortos (com ou
sem protoplasma); unicelulares ou pluricelulares; secretores ou não-secretores; filamentares, estrelados,
escamosos e capitados.
Nas folhas a sua principal função é proteger contra o excesso de transpiração, daí serem abundantes nas
plantas de climas quentes, como gerânio, tomate, fumo. Nesses vegetais, os pêlos elaboram secreções
oleosas, voláteis.
● Acúleos.
São formações epidérmicas rígidas e pontiagudas. São os “espinhos” da roseira, do fruto da mamona, etc.
● Hidatódios.
São semelhantes aos estômatos e situados nas margens de certas folhas onde terminam algumas nervuras
(feixes condutores de seiva). Através deles a planta elimina água na forma líquida, sob condições especiais
de temperatura e umidade relativa do ar. É o fenômeno da gutação.
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> Tecidos Vegetais
● Lenticelas.
Ocorrem especialmente em certos caules, sob a forma de pequenas fendas no tecido suberificado. Sob
essas fendas há células também suberificadas e células de preenchimento (parênquima), com grandes
espaços entre elas. Isso garante a troca de gases com o meio.
● Estômatos.
São estruturas epidérmicas que garantem as trocas gasosas entre os tecidos internos das folhas e o meio.
É também através deles que ocorre a transpiração. Normalmente, eles se distribuem na epiderme inferior
das folhas, chegando até 300 ou mais por mm2 de superfície.
Cada estômato é formado por duas células estomáticas (células-guarda), alongadas e recurvadas, com
um espaço ou fenda entre elas, chamado ostíolo. O ostíolo pode variar seu grau de abertura de acordo
com o estado de turgescência celular.
A planta pode regular o grau de abertura dos estômatos através de dois mecanismos: fotoativo e hídrico.
O mecanismo fotoativo depende da fotossíntese realizada pelas células estomáticas (únicas, na epiderme,
a apresentarem cloroplastos), que ao produzirem matéria orgânica, aumentam seu valor osmótico e
absorvem água das células epidérmicas vizinhas. Tornando-se túrgidas, as células estomáticas abrem o
ostíolo, permitindo as trocas gasosas. Na ausência de luz, o processo será inverso!
O solo estando bem irrigado, a absorção de água pelas raízes e a eficiente condução através do caule,
fornecem muita água às folhas. Os estômatos, que se encontram na epiderme das folhas, tornando-se
túrgidos, abrem o ostíolo.
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> Tecidos Vegetais
● Pêlos absorventes.
São modificações de células da epiderme da raiz. Aumentam muito a capacidade de
absorção de água e sais minerais.
Feita a absorção ao nível da epiderme da raiz, na zona pilífera ou não, as soluções com os
solutos minerais podem seguir dois caminhos até chegar no lenho, onde iniciam um
deslocamento vertical para chegar à copa:
● Trajeto A: através de espaços intercelulares (meatos), as soluções atingem as células
de passagem da endoderme e daí o lenho. Esse trajeto é mais rápido e direto.
● Trajeto B: pela passagem de célula para célula até a endoderme e daí ao lenho. Esse
trajeto é mais demorado, dependendo de osmose e transporte ativo.
Poderia parecer vantajoso que a planta tivesse apenas tecidos mortos superficiais para absorver mais
rapidamente. No entanto, o trajeto B garante uma melhor filtragem e, portanto, maior seletividade em
relação às substâncias que podem chegar aos demais tecidos da planta.
Além de O2, CO2 e temperatura, outros fatores também influem na absorção de água e sais. O excesso
de fertilizantes no solo, aumentando-lhe os valores osmóticos, ou ainda substâncias tóxicas, dificultam
ou impedem a absorção.
Em orquídeas epífitas, há finas raízes brancas ou esverdeadas, as raízes aéreas, que ficam pendentes no
ar. A camada mais externa dela é o velame, tecido morto, com grande capacidade de absorção de água.
Quando é alta a umidade relativa do ar, o velame funciona como uma espécie de mata-borrão, garantindo
o suprimento de água para a planta.
Como essas raízes não penetram na planta-suporte, esta não é prejudicada, e não se pode falar em
parasitismo.
Muitas bromeliáceas, também epífitas, têm em suas folhas estruturas mortas, permeáveis e em forma de
escamas microscópicas, para a absorção da água da chuva.
As escamas são modificações de pêlos. São geralmente discóides e unidas à epiderme por um pedúnculo.
Sua função é principalmente a proteção contra a perda de água. Nas plantas epífitas, essas escamas
funcionam como elementos de absorção de água e de nutrientes minerais, recebendo o nome de escamas
absorventes.
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> Tecidos Vegetais
Os tecidos secretores.
Os tecidos secretores dos animais originam-se dos epitélios. Nos vegetais há também estruturas
secretoras, embora apenas algumas sejam de origem epidermal, como por exemplo, os pêlos secretores.
É comum nas plantas a ocorrência de várias estruturas secretoras localizadas em regiões internas das
folhas ou em tecidos periféricos de caules e raízes.
O termo secreção é usado para produtos que possuem uma determinada importância fisiológica no
organismo. Já a palavra excreção é usada para designar a eliminação de resíduos do metabolismo. Nos
animais, podemos dizer, então, que o produto de uma glândula sudorípara, o suor, é uma “excreção” e que
as lágrimas, os sucos digestivos e os hormônios são secreções. Nos vegetais, no entanto, nem sempre é
fácil a distinção entre secreções e excreções.
É verdade que uma forma de as plantas neutralizarem o efeito de determinadas substâncias de excreção,
tóxicas, é transformá-las em produtos insolúveis, como cristais e granulações, que permanecem inertes
nos vacúolos.
Certos produtos finais do metabolismo, solúveis ou não, podem ter importante papel de proteção de
determinadas espécies de plantas. É o caso de resinas, taninos, alcalóides e cristais de oxalato de cálcio
que tornam desagradável o sabor do vegetal, dificultando o seu consumo pelos herbívoros.
Além dos pêlos, as estruturas secretoras mais comuns são:
a) Nectários.
Formações glandulares, abertas, geralmente associadas às flores, que elaboram uma solução açucarada, o
néctar. As aves que buscam o néctar podem efetuar a polinização de tais flores (ornitofilia). No maracujá,
os nectários são extraflorais, localizando-se nos pecíolos das folhas.
b) Tubos laticíferos.
Conjuntos de canais ramificados por onde circula uma secreção branco-leitosa, o látex. Em contato com
o ar, o látex coagula rapidamente, facilitando o fechamento e a cicatrização de ferimentos no corpo da
planta.
Os tubos laticíferos ocorrem em várias famílias de plantas, como Euforbiáceas (Hevea brasiliensis =
seringueira), Moráceas (figueiras) e Apocináceas (Nerium oleander = espirradeira).
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> Tecidos Vegetais
c) Canais resiníferos.
Tubos longos, cujas células parietais eliminam resinas para o seu interior. Estas substâncias resinosas
têm função semelhante ao látex e são típicas dos pinheiros, sendo responsáveis pelo odor característico
destas plantas.
As resinas também protegem os tecidos contra o ataque de bactérias e fungos nos locais de ferimentos
em cicatrização.
d) Bolsas secretoras.
Formações globosas que acumulam secreções, geralmente oleosas ou perfumadas, num espaço central.
Se este espaço se origina por afastamento das células secretoras, fala-se em bolsa esquizógena (esquizo
= fender). Elas ocorrem nas folhas de Mirtáceas, como os eucaliptos.
Se o espaço resulta de dissolução das membranas celulares e, portanto, da fusão das células secretoras
centrais, fala-se em bolsa lisígena (lise = destruição). São encontradas no fruto (pericarpo) de plantas
e) Cristais.
Os cristais podem se apresentar sob diferentes formas e composições químicas. Os mais comuns são os de
carbonato de cálcio (CaCO3) e oxalato de cálcio (CaC2O4).
Nas folhas de certas figueiras (Ficus), sob a epiderme, há grandes cristais de carbonato de cálcio (CaCO3),
os cistólitos. Muito difundidos são os cristais de oxalato de cálcio (CaC2O4 ), dos tipos drusas e ráfides.
Estas últimas são conjuntos de cristais aciculares (em forma de agulha), dispostos em feixes.
a- cristal isolado
b- drusas
c- granulações
r-pacotes de ráfides
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> Tecidos Vegetais
Células vivas e alongadas, geralmente com cloroplastos. As paredes são espessas, sem
lignina. Ocorre espessamento característico: angular ou lamelar. Aparece logo abaixo da
epiderme.
● Esclerênquima.
Composto por células mortas. As paredes são espessas, apresentanto lignina. Destacam-se dois tipos de
células: esclereídeos e fibras. Ocorre logo abaixo do colênquima e/ou ao redor de feixes vasculares.
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> Tecidos Vegetais
Sistema vascular.
O sistema vascular das plantas é formado pelo xilema e pelo floema, tecidos cuja função é o transporte
de seiva. O xilema ou lenho é um tecido responsável pelo transporte de seiva bruta (água e sais
minerais), enquanto o floema ou líber é um tecido condutor da seiva elaborada (rica em substâncias
orgânicas derivadas da fotossíntese).
O xilema tem, além da função de transporte, a função de sustentação nas plantas com crescimento
secundário.
Tanto no xilema como no floema existem vários tipos de células, que podem ter origem de meristemas
primários ou secundários.
Considerando o xilema e floema secundários já formados, as células que ocorrem nesses tecidos são dos
seguintes tipos:
● elementos de vasos
No floema, as únicas células condutoras são os vasos liberianos ou vasos crivados. Eles se formam pela
superposição de células vivas, alongadas, de paredes finas, sem lignificação. Os septos ou membranas
transversais, entre essas células, não são completamente dissolvidos, ficando com um aspecto
característico de crivos (placas crivadas). Uma placa crivada permite a total continuidade de matéria
viva entre duas células superpostas, uma vez que, pelos seus poros, o protoplasma emite filamentos de
ligação entre elas.
Enquanto a planta cresce em diâmetro, os vasos liberianos que sofrerem depósito do açúcar calose, terão
as placas crivadas obliteradas. Em conseqüência disso, a condução de seiva elaborada deixa de ocorrer
nesses vasos, que passam a ter função de sustentação mecânica.
As células do parênquima que ocorrem no xilema, além de atuar como células de reserva de nutrientes,
podem emitir expansões protoplasmáticas que penetram nos vasos xilemáticos velhos ou que sofreram
ferimentos, provocando obstrução desses vasos. Essas expansões são denominadas tilas ou tilos e
inativam os vasos quanto à função de transporte, que passam a atuar apenas como elementos de
sustentação mecânica.
A parte central de um caule de árvores velhas pode apresentar morte das células, que antes de morrer,
formam as tilas e também secretam substâncias corantes. Essa parte central, morta, é mais escura, sendo
denominada cerne. A parte mais externa desse caule apresenta lenho e xilema ativos e células vivas de
parênquimas, apresentando coloração mais clara. Essa região é denominada alburno.
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> Tecidos Vegetais
As pontuações que existem nas paredes celulares dos elementos traqueais podem ser simples ou
areoladas, sendo que esta última é característica desse tecido condutor e muito desenvolvida nos
traqueídeos das gimnospermas.
As pontuações simples correspondem a locais onde não ocorre deposição de celulose. As pontuações
areoladas distinguem-se das simples por apresentar uma saliência da parede celular secundária que se
curva sobre a cavidade da pontuação, formando uma aréola. A abertura deixada por essa aréola é
denominada poro. Na membrana de pontuação forma-se um espessamento na altura do poro, denominado
toro.
Nos vasos já velhos ou temporariamente não-funcionais (durante o inverno rigoroso), a seiva elaborada
não pode circular, uma vez que os poros das placas crivadas são obturados pelo acúmulo de um
carboidrato especial, a calose.
Cada vaso liberiano tem, em toda a sua extensão, uma ou mais células companheiras, vivas, que de
alguma forma estão relacionadas à função condutora.
Convém ainda lembrar que a seiva elaborada é o próprio conteúdo dos vacúolos dos vasos liberianos.
Trata-se de uma solução orgânica, onde predominam açúcares solúveis.
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> Órgãos Vegetais
Órgãos vegetais.
RAIZ.
Na maioria das plantas vasculares, as raízes constituem a porção subterrânea do esporófito e são
especializadas para fixação e absorção. As duas outras funções desempenhadas pelas raízes são o
armazenamento e a condução.
As raízes, em sua maioria, constituem importantes órgãos de armazenamento, e algumas, como as da
cenoura, beterraba e batata-doce, são especialmente adaptadas para armazenar substâncias alimentares.
As substâncias orgânicas sintetizadas nas porções aéreas e fotossintetizantes da planta são transportadas,
através do floema, para os tecidos de reserva da raiz. Uma grande parte deste alimento pode ser utilizada
subseqüentemente pela própria raiz, mas, normalmente, o alimento armazenado é digerido e transportado
novamente, através do floema, para as partes aéreas.
Nas plantas bienais (vegetais que completam seu ciclo de vida num período de 2 anos), como a beterraba,
grandes reservas de alimento são acumuladas nas regiões de armazenamento da raiz durante o primeiro
ano e, a seguir, utilizadas durante o segundo ano para produzir flores, frutos e sementes.
A água e minerais absorvidos pelas raízes são transportados, através do xilema, para as partes aéreas da
planta.
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Nas monocotiledôneas, a raiz primária tem geralmente vida curta, e o sistema radicular se desenvolve a
partir de raízes adventícias que se originam do caule. Estas raízes adventícias e suas ramificações, ou
raízes laterais, dão origem a um sistema fasciculado, no qual não existe predomínio de uma raiz sobre as
outras.
Os sistemas de raiz axial penetram geralmente mais no solo que os sistemas de raiz fasciculada. A pouca
profundidade dos sistemas fasciculados e a firmeza com a qual se aderem às partículas do solo as
tornam especialmente bem adaptadas para a prevenção da erosão do solo.
A extensão de um sistema radicular - isto é, a profundidade com a qual penetra no solo e se estende
lateralmente - depende de vários fatores, incluindo umidade, temperatura e composição do solo. A maior
parte das raízes absorventes (raízes ativamente envolvidas na absorção de água e minerais) localiza-se no
primeiro metro de solo, e a massa das raízes absorventes da maioria das árvores ocorre nos primeiros 15
centímetros de solo, a região do solo normalmente mais rica em matéria orgânica.
Algumas árvores, como os carvalhos e muitos pinheiros, produzem comumente raízes axiais
relativamente profundas, tornando estas árvores bastante difíceis de ser removidas. A mais profunda raiz
conhecida foi a de um pinheiro que crescia em solo arenoso, altamente poroso; penetrou no solo até cerca
de 6,5 metros. De modo geral, a extensão lateral das raízes das árvores é maior que a extensão da copa.
Os sistemas radiculares do milho (Zea mays) alcançam freqüentemente uma profundidade de 1,5 metro e
uma extensão lateral de cerca de um metro em todas as direções do vegetal. As raízes da alfafa (Medicago
sativa) podem atingir profundidades de até 6 metros ou mais.
À medida que a planta cresce, ela precisa manter um equilíbrio entre a superfície total que fabrica
alimentos (fotossintetizante) e a superfície total que absorve água e minerais. O equilíbrio entre o caule
e a raiz é invariavelmente alterado quando as plantas são removidas. A maioria das raízes finas,
absorventes, perde-se quando a planta é removida do solo; a poda do sistema caulinar ajuda a
restabelecer o equilíbrio entre este e o sistema radicular. Os fungos e insetos que atacam os caules e as
raízes das plantas provocam freqüentemente um desequilíbrio na razão caule-raiz.
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Raízes aéreas.
As raízes aéreas são raízes adventícias produzidas pelas partes aéreas. As raízes aéreas de algumas
plantas servem de raízes-escora para a sustentação, como, por exemplo, no milho. Quando entram em
contato com o solo ramificam-se e funcionam também na absorção de água e minerais.
As raízes-escora são produzidas pelos caules e ramos de muitas plantas tropicais, como o
mangue-vermelho (Rhizophora mangle), a figueira-de-bengala (Ficus bengalensis) e algumas
palmeiras. Outras raízes aéreas, como na hera (Hereda helix), aderem à superfície de objetos e fornecem
sustentação para o caule trepador.
As raízes necessitam de oxigênio para a respiração, sendo este o motivo pelo qual as plantas são
incapazes de viver em solos onde não existe drenagem adequada, carecendo, conseqüentemente, de
espaços arejados. Algumas árvores que crescem em habitats pantanosos desenvolvem raízes que crescem
para fora da água, servindo não apenas para fixar o vegetal, como também para arejá-lo. Por exemplo, o
sistema radicular de Avicennia tomentosa desenvolve extensões de geotropismo negativo, denominadas
pneumatóforos, que crescem para cima e para fora do lodo, fornecendo assim uma aeração adequada.
O aguapé apresenta raízes aquáticas com muitas ramificações e uma coifa bem desenvolvida.
Adaptações especiais.
Muitas adaptações são encontradas entre as epífitas, plantas que crescem sobre outras plantas, contudo,
sem parasitá-la. A epiderme da raiz da orquídea, por exemplo, é pluriestratificada e, em algumas
espécies, constitui o único órgão fotossintético da planta. Estruturas especiais na epiderme proporcionam
aparentemente o intercâmbio de gases quando a epiderme está saturada de água (velame).
Dentre as epífitas, a Dischidia rafflesiana possui uma modificação extremamente notável. Algumas de
suas folhas são estruturas achatadas e suculentas, ao passo que outras formam tubos que coletam detritos e
água pluvial.
Colônias de formigas vivem no interior das urnas e ajudam no suprimento de nitrogênio da planta.
Raízes formadas no nó situado acima da folha modificada, crescem para baixo e penetram no interior
da urna, onde absorvem água e sais minerais.
As plantas verdadeiramente parasitas desenvolvem raízes sugadoras (haustórios) que crescem para o
interior do caule da hospedeira, indo buscar no floema, a seiva elaborada com os alimentos orgânicos que
necessita. Isso ocorre com o cipó-chumbo.
Cipó-chumbo (Cuscuta europaea, com as várias Cuscutas sul-americanas), parasitando Lúpulo; vista geral
e corte transversal da hospedeira, mostrando a penetração dos haustórios.
Adaptações para o armazenamento de alimentos.
As raízes, em sua maioria, são órgãos de armazenamento e, em algumas plantas, são especializadas para
esta função. Estas raízes tornam-se carnosas devido à grande quantidade de parênquima de reserva, no
qual se acha o tecido vascular. Esse desenvolvimento de raízes de reserva (tuberosas) é evidente em
cenoura (Daucus carota), batata-doce (Ipomoea batatas), beterraba (Beta sp).
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À medida que a raiz cresce em comprimento e a coifa é empurrada para diante, as células da periferia da
coifa sofrem descamação. Esta células descamadas formam uma capa mucilaginosa ao redor da raiz e
lubrificam sua passagem através do solo. As células descamadas da coifa são imediatamente substituídas
por outras formadas pelo meristema apical.
Regiões de crescimento da raiz.
O meristema apical e a porção próxima da raiz onde ocorre a divisão celular são denominados região
meristemática.
Acima da região meristemática, mas não claramente delimitada a partir dela, encontra-se a região de
crescimento, que mede geralmente apenas alguns milímetros de comprimento. O alongamento das
células desta região resulta na maior parte do crescimento longitudinal da raiz. Acima desta região, a
raiz não aumenta de comprimento.
Seguindo-se à região de crescimento, encontra-se a região de maturação, onde a maioria das células dos
tecidos primários sofre maturação. Algumas células começam a se alongar e se diferenciar na região
meristemática, ao passo que outras alcançam a maturidade na região de crescimento. Por exemplo, os
primeiros elementos formados do floema e xilema sofrem maturação na região de crescimento, sendo
freqüentemente distendidos e destruídos durante o alongamento da raiz.
A protoderme, o procâmbio e o meristema fundamental podem ser distinguidos próximo ao meristema
apical (vide figura anterior). Estes são os meristemas primários que se diferenciam na epiderme, nos
tecidos vasculares primários e no córtex, respectivamente.
Estrutura primária.
A estrutura primária da raiz é relativamente simples quando comparada com a do caule, o que é devido,
em grande parte, à ausência de folhas na raiz e à ausência correspondente de nós e entrenós.
A epiderme (sistema de tecido de revestimento), o córtex (sistema de tecido fundamental) e os tecidos
vasculares (sistema de tecidos vasculares) estão claramente separados uns dos outros. Na maioria das
raízes, os tecidos vasculares formam um cilindro sólido.
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Epiderme.
A função da epiderme das raízes jovens é de absorver água e minerais, sendo facilitada por pêlos
absorventes, que são extensões tubulares das células epidérmicas.
Os pêlos absorventes possuem uma vida relativamente curta e estão limitados, em grande parte, à região
de maturação da raiz. A produção de novos pêlos absorventes ocorre logo acima da região de crescimento.
Córtex.
O córtex ocupa, sem dúvida alguma, a maior área do corpo primário da maioria das raízes. As células do
córtex armazenam amilo e outras substâncias, mas comumente, não possuem cloroplastos. As raízes que
sofrem crescimento secundário – que incluem as raízes das gimnospermas e da maioria das
dicotiledôneas – perdem seu córtex precocemente. Nestas raízes, as células corticais permanecem
parenquimatosas.
Nas monocotiledôneas, o córtex é mantido durante toda a vida da raiz, e muitas células corticais
desenvolvem paredes secundárias e tornam-se lignificadas. Independente do grau de diferenciação, o
tecido cortical possui numerosos espaços intercelulares – espaços cheios de ar, essenciais para a
aeração das células da raiz.
As células corticais têm numerosos contatos entre si e seus protoplasmas encontram-se ligados por
plasmodesmos. Em conseqüência disso, as substâncias que transitam pelo córtex podem atravessar as
células por intermédio do protoplasma e dos plasmodesmos ou das paredes celulares.
Ao contrário do resto do córtex, a camada mais interna deste se encontra disposta de modo compacto e
carece de espaços aeríferos. Esta camada, a endoderme, se caracteriza pela presença das fitas de Caspary
em suas paredes anticlinais (isto é, as paredes perpendiculares à superfície da raiz).
A fita de Caspary é uma porção filamentosa da parede primária, impregnada de uma substância
gordurosa denominada suberina, e, algumas vezes, lignificada. O protoplasma das células endodérmicas
está firmemente fixado às fitas de Caspary e adere muito a elas. Tendo em vista que a endoderme é
compacta e que as fitas de Caspary são impermeáveis à água, todas as substâncias que penetram e
abandonam o cilindro vascular através da endoderme devem atravessar o protoplasma vivo das células
endodérmicas.
Muitas células endodérmicas não sofrem estas modificações, permanecendo com paredes delgadas e
retendo as fitas de Caspary. Estas células são denominadas células de passagem.
Veja a figura abaixo, que visualiza o processo, comparativamente, nas raízes de monocotiledôneas e
dicotiledôneas:
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Cilindro central.
O cilindro central da raiz é formado pelos tecidos vasculares e por uma ou mais camadas de células, o
periciclo, que circunda totalmente os tecidos vasculares.
O periciclo desempenha vários papéis importantes. Na maioria das fanerógamas (plantas com flor), as
raízes se originam no periciclo. Nas plantas que sofrem crescimento secundário, o periciclo contribui
para o câmbio vascular e, geralmente, origina o primeiro câmbio da casca. Além disso, o periciclo
prolifera freqüentemente, isto é, origina mais periciclo.
O centro do cilindro central da maioria das raízes é ocupado por uma medula sólida de xilema
primário, a partir da qual se estendem projeções semelhantes a estrias em direção ao periciclo.
Os primeiros elementos do (proto) xilema a sofrer maturação nas raízes localizam-se próximos ao
periciclo, e as extremidades das séries são comumente denominadas de protoxilema. O metaxilema (meta,
depois) ocupa as porções internas das séries e o centro do cilindro central, diferenciando-se depois do
protoxilema. As raízes de algumas monocotiledôneas (por exemplo, centeio) possuem uma medula, que é
interpretada por alguns botânicos como um tecido vascular potencial.
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CAULE e as FOLHAS
O caule e as folhas começam a formar-se durante o desenvolvimento do embrião (semente), onde são
representados pela plúmula. A plúmula pode ser considerada como a primeira gema, consistindo de um
râmulo (o epicótilo), uma ou mais folhas rudimentares (primórdios foliares) e um meristema apical.
Este padrão é repetido muitas vezes à medida que os sistemas caulinar e foliar das plantas seguem o seu
desenvolvimento.
Com freqüência, o meristema apical de um caule inibe o desenvolvimento das gemas laterais, sendo este
fenômeno conhecido como dominância apical. À medida que aumenta a distância entre o ápice do caule e
as gemas laterais, a influência retardadora do ápice diminui e as gemas laterais continuam seu
desenvolvimento. Em conseqüência, a poda de ápices caulinares com suas folhas, que constitui uma
prática comum dos jardineiros, resulta em plantas mais cerradas e mais ramificadas.
As duas principais funções associadas ao caule são condução e sustentação. As substâncias fabricadas
nas folhas são transportadas através dos caules, por intermédio do floema, a locais de utilização,
incluindo folhas, caules e raízes em crescimento e flores, sementes e frutos em desenvolvimento. Uma
grande parte da substância alimentar é armazenada nas células parenquimatosas de raízes, sementes e
frutos, mas os caules também constituem importantes órgãos de reserva, sendo que alguns, como a
batatinha (Solanum tuberosum), são especialmente adaptados à função de reserva.
Plantas dicotiledôneas podem apresentar caule do tipo haste (fino, flexível e verde; aparece no cravo);
tronco (mangueira), é lenhoso e muito ramificado. As monocotiledôneas apresentam caule do tipo colmo
(cheio, na cana-de-açúcar; oco, no bambu), com nós e entrenós e grandes bainhas foliares protegendo as
gemas; caule estipe (palmeiras), não tem ramificação e as folhas só persistem no ápice.
As folhas, principais órgãos fotossintéticos da planta, são sustentadas pelos caules, que as colocam em
posições favoráveis para a captação de luz, essencial à fotossíntese. Além disso, a maior parte da perda de
vapor d’água pela planta ocorre através das folhas.
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FOLHA
As folhas espermatófitas, em seu desenvolvimento e disposição, possuem uma influência profunda sobre
a estrutura do caule. A posição das folhas determina, em grande parte o padrão do sistema vascular no
caule. A íntima associação da folha e do caule mostra-se claramente visível se seguirmos os feixes
vasculares desde a folha até o caule.
Morfologia da folha.
As folhas variam enormemente quanto à forma e estrutura interna. Nas dicotiledôneas, a folha consiste
comumente em uma porção laminar, o limbo, e de uma porção semelhante a um pedúnculo, o pecíolo.
Pequenas estruturas escamiformes ou foliáceas, denominadas estípulas, desenvolvem-se na base de
algumas folhas. Muitas folhas não possuem pecíolos, sendo denominadas sésseis.
A disposição das folhas no caule pode ser alternada (espiralada), oposta (aos pares) ou verticilada (três
ou mais folhas em cada nó).
As folhas das dicotiledôneas são simples ou compostas. Nas folhas simples, os limbos não são
subdivididos em partes distintas, embora possam ser profundamente lobados. Os limbos das folhas
compostas são divididos em folíolos, cada qual geralmente com seu próprio pequeno pecíolo.
Podem ser distinguidos dois tipos de folhas compostas: as folhas compostas penadas e as folhas
compostas digitadas (vide figura anterior). Nas folhas compostas penadas, os folíolos surgem de ambos
os lados de um eixo, a raque, como as barbas de uma pena. (A raque é uma extensão do pecíolo !). Os
folíolos de uma folha composta digitada se dispõem na extremidade do pecíolo, não havendo raque.
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Estrutura da folha.
As variações na estrutura das folhas de angiospermas estão relacionadas, em grande parte, ao habitat e
são freqüentemente utilizadas para caracterizar os denominados tipos ecológicos de planta: mesófitas
(plantas que crescem em locais não muito úmidos e nem muito secos), higrófitas (plantas que crescem
total ou parcialmente submersas na água) e xerófitas (plantas que crescem em habitats secos ou áridos).
Independente de sua forma e tamanho, todas as folhas são formadas pelos mesmos tecidos: epiderme,
mesófilo e feixes vasculares ou nervuras.
Epiderme.
As células epidérmicas comuns da folha, como as do caule, encontram-se dispostas de modo compacto e
são recobertas por uma cutícula que reduz a perda de água. Os estômatos podem ocorrer em ambos os
lados da folha, porém são geralmente mais numerosos na superfície inferior.
Nas folhas higrófitas que flutuam, sobre a superfície da água, os estômatos podem ocorrer apenas na
epiderme inferior. As folhas imersas carecem geralmente de estômatos.
De modo geral, as folhas das xerófitas contêm um número maior de estômatos que as de outras plantas.
Presumivelmente, estes numerosos estômatos permitem uma taxa mais alta de trocas gasosas em
condições de suprimento favorável de água.
Em muitas xerófitas, os estômatos se encontram mergulhados em depressões na superfície inferior da
folha (criptas). Estas depressões podem possuir também muitos pêlos epidérmicos. Os pêlos epidérmicos
ou tricomas podem ocorrer em uma superfície ou em ambas as superfícies da folha. A existência de
camadas espessas de pêlos epidérmicos pode retardar a perda de água das folhas.
Mesófilo.
O mesófilo – tecido fundamental da folha – é especializado para a fotossíntese. Contém um grande
sistema de espaços intercelulares, que se comunicam com a atmosfera através dos estômatos. Os espaços
intercelulares facilitam a rápida troca de gases, constituindo importante fator na eficiência da
fotossíntese.
Nas plantas mesófitas, o mesófilo é diferenciado em parênquima paliçádico e parênquima esponjoso
(lacunoso). As células do tecido paliçádico têm forma cilíndrica, com os eixos maiores orientados
perpendicularmente à epiderme, e as células do parênquima esponjoso possuem forma irregular.
Folha de "Saia branca" corte transvesal ep.s., epiderme superior; p., parênquima paliçádico; l.,
parênquima lacunoso; v., elementos condutores do xilema; ep.i., epiderme inferior; pl., pêlo; est.,
estoma; d, drusa de oxalato de cálcio.
Os cloroplastos são mais numerosos nas células em paliçada do que nas esponjosas. Em conseqüência, a
maior parte da fotossíntese na folha ocorre aparentemente no parênquima paliçádico.
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Feixes vasculares.
O mesófilo da folha é totalmente percorrido por um sistema de feixes vasculares ou nervuras, ligados
ao sistema vascular do caule. Na maioria das dicotiledôenas, as nervuras se encontram dispostas de
modo ramificado, com nervuras sucessivamente menores surgindo de nervuras um pouco maiores. Este
tipo de disposição das nervuras é denominado nervação peninérvia.
As nervuras contêm xilema e floema que, em geral, são totalmente de origem primária. Comumente, o
xilema ocorre no lado superior da folha, e o floema, no lado inferior.
A epiderme, devido à estrutura compacta e à cutícula, proporciona uma considerável resistência para a
folha. Além disso, as nervuras maiores das folhas de dicotiledôneas são freqüentemente ladeadas por
células do colênquima, que fornecem sustentação para a folha. Células e fibras colenquimatosas podem
ser também encontradas ao longo das margens das folhas de dicotiledôneas e monocotiledôneas,
respectivamente.
Abscisão da folha.
Em muitas plantas, a separação normal da folha do caule – o processo de abscisão – é precedida por
certas alterações estruturais e químicas perto da base do pecíolo, resultando na formação de uma zona de
abscisão. Esse processo é regulado pela redução do nível de auxinas circulantes.
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As gavinhas da videira (Vitis sp) e do maracujá (Passiflora sp) são também caules modificados que se
enrolam ao redor do suporte. Na videira, as gavinhas produzem algumas vezes pequenas folhas ou flores.
As gavinhas, em sua maioria, são modificações de folhas. Nas leguminosas, como a ervilha (Pisum
sativum), as gavinhas constituem a parte terminal da folha composta penada.
Nem todas as leguminosas formam gavinhas. Uma destas, o amendoim (Arachis hipogaea) possui outra
adaptação interessante. Após a fertilização, os estames e a corola da flor caem e o entrenó entre o ovário e
o receptáculo (ou ginóforo) começa a alongar-se. Através de alongamento contínuo, o pedúnculo se
curva para baixo e enterra o fruto em desenvolvimento vários centímetros abaixo do solo, onde
amadurece. Se o ovário não for enterrado, murcha e não cresce.
Os ramos (clados) que assumem a forma de folhas e se assemelham estreitamente a elas são
denominados cladódios ou filocládios. Ambos apresentam a cor esverdeada e realizam fotossíntese. Nos
cladódios o crescimento é ilimitado e nos filocládios, limitado. O cladódio aparece nas cactáceas (onde as
folhas estão transformadas em espinhos, garantindo grande economia de água) e o filocládio ocorre no
aspargo (Asparagus officinalis). Os caules aéreos espessos e carnosos (turião) do aspargo são a parte
comestível da planta. As escamas encontradas sobre os turiões são folhas verdadeiras. Se o aspargo
continua a crescer, desenvolvem-se lâminas nas axilas das pequeninas escamas as quais funcionam como
órgãos fotossintetizadores.
Em algumas plantas, as folhas modificam-se em espinhos, que são duros, secos e não assimiladores.
As expressões espinho caulinar e espinho foliar são, freqüentemente, confundidos na linguagem comum
como “espinho” da roseira. Na roseira ocorrem acúleos, que são anexos da epiderme modificada,
facilmente destacáveis ! Do ponto de vista técnico, os espinhos caulinares são ramos modificados que
surgem nas axilas das folhas, a partir das gemas, com grande dureza e difíceis de serem destacados
(laranjeiras, limoeiros).
Dentre as mais espetaculares folhas modificadas ou especializadas, estão as folhas das plantas
carnívoras, tais como as plantas insetívoras, Nepenthes, Drosera e Dionaea, que capturam insetos e os
digerem com enzimas secretadas pela planta. Os nutrientes são absorvidos em seguida pela planta.
Nepenthes Sarracenia
Dionaea Drosera
A Nephentes rajah (Borneú – Indonésia) captura e digere passarinhos, lagartos, sapos arborícolas,
pequenos roedores. A Sarracenia purpura apresenta uma “aba” para coleta de água que represa no fundo
da folha, onde bactérias decompõem as carapaças dos insetos afogados; o “tubo” pode chegar a 1 metro de
comprimento. Todas essas plantas são fotossintetizantes e portanto autótrofas, porém dependem de uma
dieta extra de nutrientes nitrogenados (protéicos).
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Armazenagem de alimento.
Os caules, como as raízes, desempenham funções de reserva de substâncias nutritivas. Provavelmente, o
tipo mais familiar de caule especializado no armazenamento é o tubérculo, exemplificado pela
batatinha. Nesta, os tubérculos (caules subterrâneos) desenvolvem-se nos ápices de estolhos (ramos
rastejantes do caule aéreo) de plantas que cresceram a partir de sementes.
No entanto, quando são utilizados segmentos de tubérculos para a propagação, os tubérculos surgem nas
extremidades de longos e delgados rizomas, ou ramos subterrâneos.
Um bulbo é uma grande gema que consiste de um pequeno caule cônico (“prato”) no qual se inserem
numerosas folhas modificadas (catáfilos). As folhas são escamosas e possuem bases espessadas onde o
alimento é armazenado. As raízes adventícias nascem na base do caule. Exemplos familiares de plantas
com bulbos são a cebola, o alho e o lírio.
A couve-rábano (Brassica oleracea caulorapa) constitui um exemplo de uma planta comestível com
caule de reserva carnoso. O caule curto e espesso ergue-se acima do solo e possui várias folhas com bases
muito largas. A couve comum (Brassica oleracea capitata) é estreitamente relacionada à couve-rábano. A
denominada “cabeça” da couve consiste de um caule curto com numerosas folhas espessas e
imbricadas. Além de uma gema terminal, podem ser encontradas várias gemas axilares bem desenvolvidas
dentro da cabeça.
Os pecíolos de algumas plantas tornam-se bastante espessos e carnosos. O aipo (Aipum graveolens) e o
ruibarbo (Rheum rhaponticum) são dois exemplos familiares.
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Crescimento secundário
Em muitas plantas – a maioria das monocotiledôneas e as dicotiledôneas muito herbáceas – o
crescimento em uma determinada região do corpo da planta cessa com a maturação dos tecidos
primários. No outro extremo encontram-se as gimnospermas e dicotiledôneas lenhosas, nas quais as
raízes e caules continuam a crescer em circunferência em regiões que não sofrem alongamento. Este
aumento em espessura ou circunferência do corpo da planta – crescimento secundário – resulta da
atividade de dois meristemas laterais, o câmbio vascular e o câmbio da casca (felogênio).
As ervas, ou plantas herbáceas, são plantas com caules e raízes que sofrem pouco ou nenhum
crescimento secundário. As plantas lenhosas – árvores e arbustos – vivem durante alguns ou muitos
anos. A cada ano, ocorre novo crescimento primário, e tecidos secundários adicionais são acrescentados
às partes mais velhas da planta por intermédio de reativação dos meristemas laterais.
As plantas são freqüentemente classificadas, de acordo com seus ciclos de crescimento estacional, em
anuais, bienais ou perenes. Nas plantas anuais, que incluem muitas flores silvestres, flores de jardim e
verduras, todo o ciclo, desde a semente, passando pela planta vegetativa e pela planta florescente, até o
estádio de semente de novo, ocorre dentro de uma única estação – que pode ter uma duração de apenas
algumas semanas. Nas plantas anuais, apenas a semente dormente transpõe o intervalo entre uma estação e
a que se segue.
Nas plantas bienais, são necessárias duas estações desde a germinação da semente até nova formação
de semente. A primeira estação de crescimento termina com a formação da raiz, de um caule curto e de
uma roseta de folhas próxima à superfície do solo. Na segunda estação de crescimento, ocorrem floração,
frutificação, formação de sementes e morte do vegetal, completando o ciclo de vida.
As plantas perenes são plantas nas quais as estruturas vegetativas vivem anos após anos. As plantas
herbáceas perenes atravessam as estações desfavoráveis mediante raízes, rizomas, bulbos ou tubérculos,
todos subterrâneos e dormentes. As plantas perenes lenhosas, que incluem as trepadeiras, os arbustos e as
árvores, sobrevivem acima do solo, mas, em geral, param de crescer durante as estações desfavoráveis.
As plantas perenes lenhosas florescem apenas quando se tornam adultas, o que pode levar muitos anos.
O castanheiro-da-índia, Aesculus hipocastanum, por exemplo, só floresce por volta dos 25 anos de
idade. Puya raimondii, uma grande parente (até 10 metros de altura) do ananaseiro, encontrado nos
Andes, leva cerca de 150 anos para florescer.
Muitas plantas lenhosas são decíduas, perdendo todas suas folhas ao mesmo tempo e desenvolvendo
novas folhas a partir de gemas quando a estação se torna novamente favorável ao crescimento. Nas
árvores e arbustos sempre verdes, as folhas são também perdidas e repostas, mas não de modo simultâneo.
O câmbio vascular.
É por meio de divisões das células cambiais e de suas derivadas que são produzidos o xilema e floema
secundários. Se a célula-filha de uma célula inicial cambial for dividida em direção à parte externa do
caule, torna-se subseqüentemente uma célula floemática, e se for dividida em direção à parte interna do
caule, torna-se uma célula xilemática. Deste modo, forma-se uma longa fileira radial contínua de
células, estendendo-se a partir da célula inicial cambial para fora até o floema e para dentro até o xilema.
À medida que o câmbio vascular acrescenta células ao xilema secundário e o centro do xilema aumenta
de largura, o câmbio é deslocado para fora. A fim de resolver este problema, o câmbio vascular sofre um
aumento de circunferência.
Nas regiões temperadas, o câmbio vascular entra em dormência durante o inverno, sofrendo reativação
na primavera. Novos incrementos, ou camadas de crescimento, de xilema secundário e floema secundário
depositam-se durante a estação de crescimento.
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Periderme e súber.
Na maioria das raízes e caules lenhosos, a formação do súber segue-se geralmente ao início da produção
de xilema e floema secundários, e o tecido suberoso substitui a epiderme, formando um revestimento
protetor sobre a planta. O súber ou felema, como é tecnicamente denominado, é formado por um câmbio
da casca, ou felogênio, que pode também formar a feloderme (“pele de súber”). O súber é formado em
direção à superfície externa, e a feloderme, em direção à superfície interna do câmbio da casca. O
conjunto destes três tecidos – súber, câmbio da casca e feloderme – forma a periderme.
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> Órgãos Vegetais
Casca.
O termo casca refere-se a todos os tecidos externos ao câmbio vascular, inclusive a periderme quando
presente. Quando o câmbio vascular aparece pela primeira vez e o floema secundário não está ainda
formado, a casca consiste inteiramente de tecidos primários. No final do primeiro ano de crescimento, a
casca inclui quaisquer tecidos primários ainda presentes, o floema secundário, a periderme e quaisquer
tecidos mortos permanecendo fora da periderme. A cada estação de crescimento, o câmbio vascular
acrescenta floema secundário à casca e xilema secundário, ou madeira, ao centro do caule ou da raiz.
À medida que o caule ou raiz aumenta de circunferência, uma considerável pressão se exerce sobre os
tecidos mais velhos da casca. Em algumas plantas, a eliminação destes tecidos resulta na formação de
grandes espaços de ar.
A cortiça comercial é obtida da casca do sobreiro (Quercus suber), originário da região mediterrânea.
Quando a árvore atinge cerca de 20 anos de idade, a periderme original é removida, e forma-se um novo
câmbio da casca no córtex, alguns milímetros abaixo do local do primeiro câmbio. A casca produzida
pelo novo câmbio da casca acumula-se rapidamente; depois de cerca de 10 anos, apresenta-se bastante
espessa para ser separada da árvore.
Anéis de crescimento.
A atividade periódica do câmbio vascular – um fenômeno relacionado às estações nas regiões
temperadas – é responsável pela produção de anéis de crescimento tanto no xilema secundário quanto no
floema secundário. Se uma camada de crescimento representa o crescimento efetuado em uma estação,
recebe o nome de anel anual. Alterações repentinas na água disponível ou em outros fatores ambientais
podem ser responsáveis pela produção de mais de um anel de crescimento em um certo ano; tais anéis são
denominados falsos anéis anuais.
Por conseguinte, a idade de uma determinada porção do caule velho pode ser estimada pela contagem
dos anéis de crescimento, mas a estimativa pode não ser precisa se forem incluídos os falsos anéis anuais.
Alburno e cerne.
À medida que a madeira envelhece e deixa de funcionar como tecido de condução, suas células
parenquimatosas morrem. Contudo, antes que isto aconteça, o lenho sofre muitas vezes alterações
visíveis, que envolvem a perda de substâncias de reserva e a infiltração do lenho por várias substâncias
(tais como óleos, gomas, resinas e tanino), que o colorem e algumas vezes o tornam aromático. Este lenho
freqüentemente mais escuro e não condutor é denominado cerne, e o lenho condutor, geralmente mais
claro, alburno.
Em muitas madeiras, formam-se tilos nos vasos quando estes já não funcionam. Os tilos são excrescências
das células parenquimatosas dos raios que crescem através da cavidade das pontuações na parede do
vaso. Os tilos podem obstruir completamente a luz (espaço delimitado pela parede celular) do vaso.
Freqüentemente são induzidos a se formarem de modo prematuro ou não natural por agentes patogênicos
vegetais, resultando na morte da planta. Muitas das doenças denominadas “murchas” exercem seus efeitos
desta maneira.
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> Célula vegetal - absorção
Importantes adaptações na morfologia externa e na anatomia interna de raiz, caule e folhas contribuem
para a excelência dinâmica na absorção, condução e transformação dos nutrientes minerais.
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> Célula vegetal - absorção
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> Célula vegetal - absorção
O solo é um complexo sistema físico-químico, composto de partículas minerais que se originaram por
decomposição de rochas. Apresentam composição química mineral, orgânica e pH que podem ser bastante
variados. A esse complexo estão associados microrganismos vivos ou mortos, havendo ainda uma
extensa rede de canalículos e câmaras de ar. Suas partículas, com capacidade de retenção de água,
constituem um substrato não só para a fixação das plantas (raízes), mas também para a absorção de uma
solução nutritiva pelos sistemas de raízes.
A água do solo forma uma fina película em torno das partículas sólidas: é a água de adsorção. A água
capilar é aquela que ocupa os espaços capilares entre partículas, deixando o solo saturado quando ocupar
todos esses espaços. A água gravitacional é a que penetra mais profundamente no solo, fazendo um
escoamento rápido. A capacidade de campo do solo é dado pela sua capacidade de reter água, após a
drenagem da água gravitacional. Fala-se em lixiviação quando houver uma circulação excessiva
(percolação) da água gravitacional. Nessa situação são arrastados os sais solúveis Ca2+, Mg2+, K+ que são
substituídos pelos cátions H+ (solo ácido).
Esse solo ácido precisará ter seu pH corrigido com a aplicação de calcários; esse é o processo de
calagem. Quando a lixiviação está muito intensa é formada uma camada compacta e impermeável, o
laterito, rico em óxidos de ferro e alumínio, estéril e que é utilizado para a produção de tijolos.
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> Transporte, Transpiração e Trocas gasosas
As células das raízes apresentando boa concentração nos seus vacúolos (solução hipertônica) irão
absorver osmoticamente a água do solo úmido (solução hipotônica).
Na região medular das raízes estarão os vasos condutores; aí aparecem os vasos lenhosos (xilema) para a
condução dessa seiva bruta até as folhas.
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> Transporte, Transpiração e Trocas gasosas
Subir na direção das folhas implica em vencer a força de gravidade. Um conjunto de componentes
contribui para isso:
a) pressão positiva da raiz, que absorvendo osmoticamente a água do solo, “empurra” a seiva
bruta xilema acima.
b) a capilaridade dos vasos lenhosos que permite a adesão da água com suas paredes
internas, somada à coesão das moléculas d’água que são polarizadas, também colaborarão
para a ascensão da seiva bruta.
c) a transpiração das folhas que funciona como “potente aspirador osmótico” da seiva
mineral. Na epiderme das folhas há numerosos estômatos (células-guarda) que permitem a
saída da água no estado gasoso (vapor). Com a perda de solvente (água) a solução interna
das milhares de células da folha terão “força osmótica competente” para “succionar” a
seiva bruta a dezenas de metros de altura.
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> Transporte, Transpiração e Trocas gasosas
Diversos fatores ambientais contribuirão para facilitar a transpiração das folhas e regular a condução
ascendente da seiva mineral:
1. baixa umidade relativa ambiental.
2. temperatura ambiente relativamente alta.
3. boa ventilação atmosférica.
4. baixa pressão atmosférica.
5. grande superfície de exposição (limbo) das folhas.
A observação externa do limbo foliar exibe bom número de nervuras que histologicamente são os vasos
condutores xilema e floema. Realizada a fotossíntese no mesófilo foliar, a seiva orgânica ou elaborada
(composta por nutrientes orgânicos e enriquecida com O2) será transportada através do floema (vasos
liberianos) para todas as células (caule e raiz) que irão queimá-la no processo respiratório fabricador de
energia. Desta forma as células se manterão vivas e também terão energia para crescimento ou
regeneração tecidual.
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> Fotossíntese
FOTOSSÍNTESE
Os vegetais clorofilados têm o equipamento bioquímico necessário para transformar substâncias pouco
energéticas (CO2 e H2O) em substância rica em energia (glicose). Na fotossíntese, a energia luminosa
absorvida pela clorofila é transformada em energia química de ligação, que fica armazenada no
carboidrato.
A luz utilizada nessa formação é absorvida por uma série de pigmentos. Cada pigmento absorve
determinados comprimentos de ondas, refletindo os que não absorve. A cor do pigmento é dada pelo
comprimento de onda refletido, podendo-se determinar o espectro de absorção de cada pigmento através
de um espectrofotômetro.
Os tipos de pigmentos utilizados na fotossíntese variam nos diferentes grupos de organismo
fotossintetisantes. Nos vegetais superiores, os pigmentos mais importantes são a clorofila a e a clorofila
b, pigmentos verdes que absorvem a luz no violeta, no azul e no vermelho, refletindo no verde; por isso,
são verdes.
Colocando-se em um gráfico os diferentes comprimentos de onda em função da taxa em que se processa a
fotossíntese, pode-se verificar o espectro de ação da luz na fotossíntese:
Observando-se os gráficos apresentados, pode-se notar que os picos do espectro de ação da luz na
fotossíntese e os dos espectros de absorção da luz pela clorofila têm padrão semelhante, evidenciando
que a clorofila é o pigmento mais importante na recepção da luz na fotossíntese.
A absorção da luz pela clorofila se faz com intensidade máxima nas faixas de comprimento de onda de
450 nm (nanometros), que é correspondente à luz azul, e 700 nm que corresponde, à luz vermelha. O
nanometro ainda é muito conhecido como milimícron. A absorção da luz verde é quase nula. A clorofila
reflete-a quase integralmente. E é por isso que nós a vemos dessa cor.
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> Fotossíntese
As curvas indicam:
A) espectro de absorção da luz pela clorofila a;
B) espectro de absorção da luz pela clorofila b;
O espectro de ação da fotossíntese não corresponde rigorosamente ao espectro de absorção da luz pelas
clorofilas. Considerando o fenômeno fotossíntese em termos gerais, a resposta à luz vermelha é maior
do que à luz azul. Isso se explica porque os pigmentos acessórios (xantofila, licopeno e caroteno)
absorvem intensamente certas radiações de forma mais eficiente que as clorofilas, transferindo depois a
elas a energia absorvida.
Em certas plantas aquáticas, outros pigmentos, com ficoeritrina e a ficoxantina, também absorvem a luz
eficientemente. Nesses casos, o espectro de ação da luz na fotossíntese é diferente daquele apresentado
anteriormente, estando os picos de maior taxa de fotossíntese praticamente coincidentes com os de
absorção pelos pigmentos citados.
A equação tradicional da fotossíntese é:
Essa reação, no entanto, não pode mais ser aceita como correta, tendo em vista que o oxigênio liberado
na fotossíntese provém da água e não do gás carbônico. Isto foi confirmado por um experimento
clássico (década de 40), no qual o oxigênio da água foi marcado com o isótopo O18, verificando-se que
todo o oxigênio liberado na fotossíntese era isótopo –18.
Dessa forma, a reação aceita é:
Essa equação mostra o processo de síntese de compostos orgânicos a partir de substâncias inorgânicas,
utilizando-se a energia luminosa e com liberação de oxigênio.
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> Fotossíntese
Hoje, sabemos que a fotossíntese se processa em duas etapas. Na primeira, a luz cede energia para a
clorofila. Portanto, essa etapa não ocorre sem a presença de luz. Ela é conhecida com fase luminosa da
fotossíntese ou reações de claro. Na segunda etapa, a energia retida por certos compostos, vai permitir
uma série de reações que vão levar ao aparecimento da glicose. Essa etapa pode ocorrer mesmo na
ausência da luz. É a fase escura ou reações de escuro da fotossíntese.
Sabemos que a luz branca resulta da combinação de diversas radiações: vermelha, alaranjada, amarela,
verde, azul, anil e violeta. Mas nem todas essas radiações têm o mesmo efeito sobre a clorofila. E portanto,
nem todas agem igualmente, estimulando a fotossíntese.
A fotossíntese se processa em duas etapas. A primeira é a fotólise de Hill ou fase fotoquímica. Nela é
liberado o O2 da água, e os hidrogênios são incorporadas a um aceptor de hidrogênio, no caso, o NADP
(nicotinamida – adenina –dinucleotídeo – fosfato).
A reação da primeira etapa é:
Além disso, ocorre a formação de ATP pela utilização direta da energia luminosa (fotofosforilação).
A segunda etapa é chamada puramente química ou fase de escuro, proposta por Blackman, na qual o
NADPH2, reduz o CO2, formando-se açúcar.
Essa reação é:
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> Fotossíntese
1. Fase luminosa
A fase luminosa caracteriza-se por um conjunto de reações fotoquímicas que executam a fotólise da
água, e simultaneamente, originam dois transportadores de energia, o NADPH2 e o ATP, que, em
seguida, são utilizados para a redução do CO2 na fase obscura (estroma).
O NADPH2 é produzido por redução do NADP e o ATP por fosforilização do ADP em presença de
fosfato inorgânico Pi, fenômeno também chamado fotofosforilização. As equações gerais dessas reações
podem ser assim escritas:
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> Fotossíntese
2.Fase Obscura
Durante a fase obscura, o NADPH2 e o ATP produzidos durante as reações fotoquímicas são utilizados
para reduzir o CO2. Ocorrem no estroma do cloroplasto.Foram os trabalhos de Calvin, Bassham e
Benson, empreendidos desde 1946, que permitiram conhecer as diversas etapas da redução do gás
carbônico a glicídios. Esses pesquisadores trabalharam com culturas de algas verdes unicelulares
(Chlorella ou Scenedesmus), às quais forneceram CO2 marcado com 14C.
Com tais métodos, combinando a auto-radiografia e a cromatografia, Calvin e seus alunos mostraram que
o primeiro composto estável que aparece, após somente alguns segundos de fotossíntese, em presença de
CO2 marcado, é uma substância em C3 o ácido fosfoglicérico (PGA) do qual um dos carbonos, o do
grupamento carboxila é radioativo.
A fórmula do PGA é a seguinte:
Contrariamente ao que se pensava ,o CO2 não se fixa numa substância em C2 para dar o PGA, mas num
açúcar em C5 fosforilado: a ribulose –1,5 – difosfato (RuDP). Fixando-se na ribulose o CO2 dá origem
a um composto de seis carbonos muito instável, que se decompõe imediatamente em duas moléculas de
ácido fosfoglicérico, conforme a reação seguinte:
A partir de duas moléculas de ácido fosfoglicérico (PGA) forma-se glicose, por uma série de reações cujo
desenrolar é o inverso da glicólise. É durante essa fase que são utilizados uma parte do NADPH2 e uma
parte do ATP, formados na fase luminosa. A oxidação do NADPH2 em NADP e a hidrólise do ATP em
ADP mais P inorgânico permitem a formação de triosefosfato. Não só açúcares se formam a partir do
PGA mas também aminoácidos, ácidos orgânicos, ácidos graxos e glicerol.
Nos compostos radioativos que podem ser evidenciados por cromatografia, por exemplo, verifica-se que
30% do carbono marcado passa para os aminoácidos e que a alanina, em particular, forma-se tão
rapidamente quanto os glicídios. Durante a fase obscura da fotossíntese há, pois, síntese de glicídios, mas
também de outros compostos necessários à vida das plantas.
O ácido fosfoglicérico serve também para regenerar a ribulose difosfato que é gasta para formar o
PGA. Por uma série de reações (ciclo de Calvin), durante as quais se formam compostos fosforilados
intermediários em C3, C4, C6 e C7, moléculas de ribulose são reconstituídas a partir de moléculas de PGA.
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> Fotossíntese
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> Fotossíntese
Poderíamos, então, nos perguntar se o cloroplasto íntegro contém clorofila, por que motivo não fluoresce
(emite luz vermelha), quando iluminado?
Note que também aqui o elétron da clorofila a iluminada ganha energia; porém este elétron é removido da
clorofila pelo primeiro receptor. Em seguida, o elétron “desce” a níveis energéticos menores, sendo
capturado por aceptores intermediários ("degraus energéticos") antes de retornar à clorofila. Nesta
“descida”, a energia perdida pelo elétron é capturada, resultando na produção de ATP.
Compare agora os esquemas anteriores da fluorescência e da fotofosforilização: na fluorescência, já que
o elétron voltou diretamente à clorofila toda energia absorvida por ele foi devolvida de uma vez só, sob a
forma de luz (vermelha). Na fotofosforilização, o elétron perdido também acaba voltando à clorofila;
porém não diretamente, e sim passando por substâncias intermediárias.
Neste caso, a energia do elétron é “perdida” aos poucos, o que permite sua captura pelo sistema ADP –
ATP.
Você notou que o caminho do elétron é cíclico, já que ele sai da clorofila e acaba voltando a ela. Por este
motivo, o processo é chamado fotofosforilação cíclica.
Não percamos de vista que o ATP produzido na fase de claro será utilizado na produção de glicose, na fase
de escuro.
Resumindo:
Sabe-se hoje que o cloroplasto iluminado é capaz de fabricar ATP. Nele, a clorofila a excitada pela
luz, perde um de seus elétrons, que ganha energia, sai da molécula, e é capturado por um aceptor. O
elétron passa por aceptores intermediários e acaba voltando à clorofila, perdendo aos poucos a energia
adquirida. Esta energia é utilizada na produção de ATP. Já que o caminho do elétron é “fechado“, o
processo é chamado fotofosforilação cíclica.
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> Fotossíntese
Os fotossistemas I e II
Foi dito anteriormente que as moléculas de clorofila não estão sozinhas no cloroplasto mas sim associadas
a uma série de outras substâncias. Modernamente tem se falado em fotossistemas, para designar unidades
funcionais presentes nas membranas dos tilacóides constituídas por moléculas de pigmentos, associadas
entre si. Nesses fotossistemas, há dois tipos de clorofilas (a e b) e pigmentos amarelos e laranjas, os
carotenóides. São conhecidos dois tipos de fotossistemas, I e II que, absorvem comprimentos de onda
luminosa ligeiramente diferentes e agem juntos na fotossíntese. Em ambos, a clorofila a parece ser a
molécula fundamental.
A fotólise da água está associada à fotofosforilação acíclica
Sabe-se hoje que no cloroplasto, além da produção cíclica de ATP, que já conhecemos, há produção de
ATP acoplada à “quebra”da água . O processo é razoavelmente complexo:
1.O fotossistema II (clorofila b) recebe luz. Elétrons ganham energia e são capturados por aceptor. A
água perde elétrons, que são cedidos ao fotossistema II, e origina íons H+ que ficam no meio e
O2 liberado da planta.
2. Os elétrons que saíram do fotossistema II são transferidos a uma cadeia de aceptores, alguns dos quais
são citocromos. Na sua passagem “ladeira abaixo” eles perdem energia, usada na produção de ATP.
3. O fotossistema I (clorofila a)também foi iluminado e perdeu seus próprios elétrons para uma molécula
aceptora. Por essa razão, ele se torna aceptor e recebe os elétrons provenientes do fotossistema II.
4. Os elétrons provenientes do fotossistema I, junto com íons H+ provenientes da água, são cedidos ao
NADP, que se transforma em NADPH2.
Você então percebe que, juntamente com a fotólise da água, ocorreu produção de ATP. Dizemos que esta
produção é acíclica, porque os elétrons que a permitiram provieram da água e terminaram nos NADPH2.
A fosforilação cíclica também pode ser enxergada nesse esquema. Ela é representada pela linha
pontilhada. Em alguns casos, os elétrons do fotossistema I , ao invés de seguirem para o NADP, são
entregues à cadeia de transportadores e voltam ao próprio fotossistema I. Tanto o ATP feito ciclicamente
como aquele que é produzido simultaneamente à quebra da água serão usados na fase de “escuro” .
Resumindo
O fotossistema II, estimulado pela luz, solta elétrons ricos em energia que passam por aceptores e
permitem produção acíclica de ATP. O fotossistema II é regenerado ganhando elétrons da água. O
fotossistema I, quando iluminado, cede elétrons de alta energia ao NADP que, junto com íons 2H+ da
água, se transforma em NADPH2. Os elétrons do fotossistema II regeneram o fotossistema I. Um
caminho alternativo dos elétrons entre o fotossistema I e os aceptores gera produção (cíclica) de
ATP.
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> Fotossíntese
Em outras palavras, o NADPH2 e o ATP produzidos na fase de claro são indispensáveis para a
transformação de CO2 em glicose.
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> Fotossíntese
A fotossíntese bacteriana.
Há certos grupos de bactérias, as sulfobactérias, que são capazes de realizar o processo fotossintético em
condições totalmente anaeróbicas. Só que nessa fotossíntese bacteriana a fonte de hidrogênios não é a
água, mas sim o gás sulfídrico (H2S).
Analisando esta reação, podemos ver que tais bactérias não liberam O2 na fotossíntese. Já que, ao ser
desdobrada a substância H2S, surgem no citoplasma grânulos residuais de enxofre. Tal reação, já
conhecida a algum tempo, foi o primeiro indício de que, na fotossíntese vegetal, o O2 liberado não
provinha do CO2, mas sim do H2S. A água então corresponde, na fotossíntese das plantas, ao H2S da
fotossíntese das sulfobactérias.
As bactérias fotossintéticas não apresentam clorofila a, mas sim tipos especiais de clorofila
(bacterioclorofila), além de outros pigmentos. Enquanto a clorofila a absorve luz principalmente nas
regiões vermelha e azul do espectro, as clorofilas bacterianas parecem ter maior eficiência nos
comprimentos de onda miores que , ou seja, no infravermelho. Neste caso, as bactérias
fotossintetizantes conseguem o processo no “escuro”, ou melhor, na região do espectro invisível ao olho
humano.
A quimiossíntese
Diversos tipos de bactérias não clorofiladas conseguem fabricar alimento orgânico a partir de CO2 e H2O,
porém, na ausência de luz. A energia usada é obtida por meio da oxidação de compostos inorgânicos
reduzidos. Esse processo é chamado quimiossíntese. Compare à fotossíntese, no esquema abaixo:
Dependendo da espécie, as bactérias quimiossintetizantes podem oxidar substâncias como gás sulfídrico,
enxofre, amônia, nitritos, compostos de ferro, etc. Elas necessitam, então, como matérias-primas, de
substâncias inorgânicas, oxigênio, CO2 e H2O, fabricando glicose na ausência de luz.
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> Fotossíntese
FATORES LIMITANTES
Há uma série de fatores ambientais físico-químicos, que estando em proporção inadequada, impedirão
que as reações da fotossíntese tenham seu melhor rendimento: serão os fatores limitantes da
fotossíntese. Dentre eles podemos lembrar: insuficiência de água ou sais minerais no solo; concentração
insuficiente de CO2; fraca luminosidade; temperatura inadequada.
Qualquer temperatura abaixo ou acima da “ótima” resulta em condição limitante para as reações de
fotossíntese. Abaixo da temperatura “ótima” a energia cinética das moléculas reagentes (CO2, H2O) é
insuficiente para conseguir o rendimento químico. Acima da “temperatura ótima” as enzimas vão se
desnaturando, podendo até parar as reações.
b)Influência da concentração de CO2.
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> Fotossíntese
Respiração:
Se considerarmos somente os reagentes e os produtos finais, sem levar em conta as etapas intermediárias,
as reações de fotossíntese e respiração são inversas: o que é produzido na fotossíntese será gasto na
respiração e vice-versa !
Em condições experimentais, podemos analisar graficamente, fotossíntese comparada com a respiração
da planta.
Nesse ponto, o que a planta produz na fotossíntese empata com o que ela queima através da própria
respiração.
Em intensidade luminosa acima do P.C.F. haverá uma produção fotossintética superior ao que é gasto na
respiração. O excesso de produção poderá ser armazenado em parênqumias de raiz, caule e folhas. Essa
reserva será queimada naquela horas do dia ou do ano em que a planta está abaixo do P.C.F. ou mesmo
não estiver realizando a fotossíntese. Essa mesma reserva deverá ser utilizada para os processos de
crescimento, regeneração e reprodução.
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> Fotossíntese
Observação:
Além das grandes florestas tropicais (Amazônica, Mata Atlântica), ocorre no Brasil uma outra formação
de vegetação, cuja principal característica é a presença de árvores baixas e espaçadas, com o
predomínio dos arbustos na paisagem:
- CERRADOS aspecto seco, pela falta de nutrientes no solo.
- CAATINGA aspecto seco, devido à carência de água.
Quem “IMPEDE”o desenvolvimento do CERRADO para que ele NÃO se torne “mais denso”?!
HIPÓTESES:
1) o fogo (em geral provocado por descargas elétricas !).
2)o cerrado é vegetação clímax (= hipótese mais aceita !), que não se torna floresta devido
às condições de clima e solo (falta de nutrientes essenciais e a grande presença de
O azul é desviado por partículas da atmosfera e espalhado por ela (nossa atmosfera é azul) e o
vermelho é absorvido e refletido por gotículas de água da atmosfera.
● Os raios solares de cor verde e amarela são radiações diretas e não são desviados na atmosfera
tanto quanto o azul e o vermelho.
HIPÓTESE (análise evolutiva !):
Os principais pigmentos fotossintetizantes (= clorofilas) “foram selecionados”
ao longo dos tempos como os mais aptos (eficientes), já que:
1) refletem muito as cores verde e amarela, que poderiam danificar (destruir) as
clorofilas.
2) realizam o máximo de absorção para as cores que chegam mais atenuadas:
vermelho e azul.
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> Hormônios - Crescimento
Hormônios - Crescimento
Desenvolvimento vegetal
Os seres vivos em condições de desenvolvimento executam diversos processos biológicos:
a) multiplicação celular: através das mitoses que fazem o número de células proliferar.
b) crescimento: acontece pelo aumento no número das células, assim como pelo
elongamento (aumento volumétrico de cada célula).
c) diferenciação: representa o conjunto de modificações que o código genético determina
nas células que vão se especializando e formando os diferentes tecidos que estarão nos
órgãos e sistemas do organismo animal ou vegetal.
Esse complexo de processos biológicos precisa ser regulado dinamicamente para que ocorram ou sejam
Nos vegetais, o controle é exercido por fatores externos ou extrínsecos (luz, calor, temperatura, umidade,
concentração de O2) e internos ou intrínsecos (código genético, enzimas, hormônios).
DESENVOLVIMENTO VEGETAL:
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> Hormônios - Crescimento
AUXINAS.
As auxinas naturais ou sintéticas participam de múltiplos processos:
a) Tropismos.
As auxinas determinam crescimento das extremidades do caule (geotropismo negativo – afasta-se do
centro de gravidade da Terra, enquanto cresce verticalmente para cima) e da raiz (geotropismo positivo –
cresce se aprofundando na Terra).
O crescimento pode ser diferenciado ou até inibido, dependendo da concentração das auxinas e do
órgão vegetal (raiz ou caule).
Veja a análise gráfica (efeito do AIA na raiz e no caule):
O fototropismo mostra uma aplicação imediata: o lado iluminado tem pequena parcela das auxinas que é
destruída pela luz (fotolábil) e grande parte do hormônio migrando para o lado oposto que é menos
iluminado.
Como resultado desse crescimento desigual ocorre a curvatura da coleóptile na direção da luz
(fototropismo positivo).
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> Hormônios - Crescimento
b) Enraizamento de estacas.
Estacas são segmentos de caule contendo gemas (meristemas) que podem fazer a reprodução vegetativa.
Antes de serem implantados no solo elas devem permanecer certo tempo mergulhadas em solução de
auxinas. Como resultado, o enraizamento é mais intenso e rápido aumentando a probabilidade de as
estacas vingarem.
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> Hormônios - Crescimento
c) Dominância apical.
A gema do ápice (extremidade) do caule produz grande quantidade de auxinas, que enquanto for mantida
em alta concentração impede as gemas laterais de promoverem as ramificações.
O hábito da “poda periódica” , retirando a gema apical, interrompe a inibição das gemas laterais que
estarão liberadas para realizarem as ramificações, tornando o caule mais frondoso (carregado de ramos e
folhas).
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> Hormônios - Crescimento
O processo é freqüente, para determinadas espécies de plantas no outono, causando ruptura nesse ponto,
com queda das folhas.
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> Hormônios - Crescimento
e) Formação de frutos.
Os grãos de pólen, sobre o estigma do gineceu, são estimulados por auxinas produzidas no ovário a
desenvolverem o tubo polínico (quimiotropismo +).
No interior deste tubo estarão dois gametas masculinos que realizarão dupla fecundação no interior do
saco embrionário contido no óvulo.
Do óvulo será desenvolvida a semente, a qual produz auxinas que estimulam a transformação do ovário
em fruto.
Há flores em que mesmo não tendo ocorrido a polinização, as auxinas do ovário promovem o
desenvolvimento do fruto. Estes frutos que não terão sementes são partenocárpicos (parteno, virgem;
carpo, fruto). Em condições naturais isso ocorre com a banana e artificialmente é provocado no
limão-taiti e laranja-baía.
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> Hormônios - Crescimento
Giberelinas.
Dentre as muitas variações químicas conhecidas, o GA3 (ácido giberélico A3) é o mais comum e mais
estudado, sendo obtido a partir do fungo Giberella fujikuroi.
Nas plantas geneticamente anãs há deficiência na produção desses hormônios.
Aplicadas artificialmente as giberelinas promovem a formação de frutos partenocárpicos.
Nas sementes, as giberelinas estimulam a produção de enzimas que quebram o amido, interrompendo a
dormência e promovendo a germinação.
Citocininas e vitaminas do complexo B.
São hormônios que estimulam as mitoses, principalmente em células de raiz, fazendo o crescimento ser
mais rápido.
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> Hormônios - Crescimento
GÁS ETILENO.
É produzido por todos os órgãos vegetais em condições naturais (endógeno). Artificialmente pode ser
fabricado (exógeno) pela queima do querosene, da palha e da serragem.
Algumas das suas funções biológicas:
Indução da abscisão.
Nas folhas envelhecidas, com a queda do teor auxínico circulante, o gás etileno é produzido e estimula a
formação das camadas de abscisão, com a conseqüente queda das folhas.
Fisiologicamente o etileno induz a produção da enzima celulase que digere as paredes celulares. Pelo
mesmo processo cairão as flores e frutos,ou seja, pela formação de camadas de abcisão no pedúnculo.
Indução da floração.
A floração e a formação dos frutos pode ser estimulada (antecipada) com a aplicação do etileno. Isso
ocorre, por exemplo, em manga, abacaxi, maçã, oferecendo alternativas importantes para os cultivadores e
a comercialização dos vegetais.
Amadurecimento dos frutos.
Quando inicia o amadurecimento de uma banana pertencente a um cacho ou de uma maçã dentro de um
grupo delas, pode-se envolvê-las em jornal ou acondicioná-las em saco plástico. O primeiro fruto que
iniciar a processo de maturação é responsável pela produção do gás etileno. Aprisionado com os
demais, haverá amadurecimento de todos os frutos ao mesmo tempo.
No transporte à distância ou no armazenamento por determinado tempo antes da comercialização,
cuidados devem ser tomados para que os frutos “não amadureçam”, ou seja, para que eles não produzam
o gás etileno: mantê-los em câmaras com temperatura baixa (próximo de 5 oC), atmosfera pobre em O2 e
rica em CO2.
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> Hormônios - Crescimento
Ácido abscísico.
Ácido abscísico, cumarinas e ácido cinâmino são inibidores pelo fato de atuarem como antagonistas dos
outros fitormônios.
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> Reprodução
REPRODUÇÃO
Raiz, caule e folhas são órgãos vegetativos das plantas em geral. As angiospermas (monocotiledôneas e
dicotiledôneas) são os grupos vegetais mais evoluídos na atualidade. São classificadas como fanerógamas
devido à formação de flores como órgãos de reprodução que já não dependem da água para efetivar a
fecundação entre gametas.
As plantas anuais florescem uma vez no ano e as bianuais florescem a cada dois anos. Excepcionalmente
há aquelas que florescem a “cada dezenas de anos” (bambu, por exemplo, a cada 40 anos), utilizando,
portanto, processos assexuados de reprodução (pedaços de caule com gemas).
As gemas apicais e axilares (laterais) são estruturas do caule que contêm meristemas. A partir desses
tecidos indiferenciados poderão crescer e diferenciar-se diferentes estruturas adultas: raízes adventícias,
ramos caulinares, novas folhas, espinhos, gavinhas, flores. O controle para cada uma dessas
diferenciações em tempo e velocidade adequadas ocorre com a contribuição de fatores internos e
externos ao vegetal.
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> Reprodução
Plantas de dia curto = florescem quando a duração do dia claro (fotoperíodo) é igual ou menor que o
fotoperíodo crítico da planta. Portanto, florescem na época em que os dias são curtos e as noites são
longas (sem interrupção !).
Plantas de dia longo = florescem quando a duração do dia claro é igual ou maior que o fotoperíodo
crítico da planta. Portanto,florescem na época do ano em que os dias são longos e as noites são curtas.
O quadro anterior mostra que os botões florais são diferenciados a partir das gemas caulinares. Os
fatores internos são orientados pelo código genético a fim de formarem hormônios e enzimas específicas.
Os fatores externos dependem de componentes físico-químicos sem os quais a genética não pode efetivar
a reprodução com flores.
O complexo processo metabólico no interior dos meristemas é estimulado, como regra geral, pela
presença de O2, temperatura ambiente “ótima” (em torno dos 25 oC) e energia luminosa por período
adequado (semanas ou meses).
Não são muitas as espécies de plantas que precisam passar antes por um período (semanas ou meses) de
frio (vernalização) antes de florescerem. Assim ocorre, por exemplo, com a variedade conhecida como
trigo de inverno.
Ao período de exposição à luz (ciclos dia / noite) indispensável para que a planta floresça chamaremos
de fotoperiodismo.
As plantas de crisântemo, em condições naturais, florescem no final do verão, no outono ou no inverno.
Nesse período os dias são curtos e as noites são longas. Elas são plantas de dia curto porque só
florescem se a duração da noite (período de escuro) for igual ou maior que determinado valor,
denominado fotoperíodo crítico.
O fotoperíodo crítico do crisântemo é de 16 horas. Assim, para florescer ela precisa de 16 horas ou mais
de escuro por dia.
Se o período de escuro for inferior a 16 horas, não florescerá.
Se um único lampejo interromper o período de escuro, a floração é inibida.
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> Reprodução
As plantas de dia longo só florescem se forem submetidas a período de escuridão inferior ao fotoperíodo
crítico.
Essas plantas, como a íris e o alface, florescem no fim da primavera ou no verão. As noites são curtas e os
dias longos.
Se houver um único lampejo no período de escuro, não irão florescer.
Àquelas plantas que independentemente da duração do fotoperíodo sempre florescem, chamaremos de
plantas indiferentes.
A sensibilidade ao fotoperíodo é realizado por fitocromos que se encontram nas folhas. Esses pigmentos
são proteínas de cor azul-esverdeada.
Os fitocromos se apresentam em duas formas interconversíveis: fitocormo R ou FV (forma inativa) e
fitocromo F ou FVe (forma ativa). O fitocromo R (do inglês, red, vermelho) transforma-se em fitocromo
F (do inglês, far red, vermelho longo) ao absorver luz vermelha com o comprimento de onda na faixa de
660 nanometros (nm). O fitocromo F se converterá em fitocromo R ao absorver luz vermelha na faixa
dos 730 nm (vermelho de onda mais longa). Ambos os comprimentos de onda vermelhos estão presentes
na luz solar.
Durante o dia as plantas apresentam as duas formas de fitocromos. À noite, por ser mais instável o
fitocromo F (ativo) se converte em fitocromo R (inativo), total ou parcialmente, dependendo do período
de escuridão.
Nas plantas de dia curto o fitocromo F é inibidor da floração. Nessas plantas as noites longas
acumulam muito fitocromo R, deixando o fitocromo F (forma ativa) em baixa concentração, o que
provoca como resposta biológica, a floração . Nas plantas de dia longo, por ter noites curtas, os
fitocromos F (forma ativa) serão mantidos em maior concentração, funcionando como indutores da
floração.
Nas folhas, a absorção da energia luminosa através dos fitocromos estimula a formação de florígenos
(um ou mais tipos) que são hormônios específicos. Os florígenos migram através do floema e vão induzir
a formação dos botões florais a partir das gemas vegetativas.
Os fitocromos estão presentes também nas sementes. Há sementes fotoblásticas positivas que só
germinam, induzidas pelo fitocromo F (forma ativa), se receberem luz (alface). As fotoblásticas
negativas são sementes que só germinarão se estiverem “escondidas” da luz (melancia).
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> Movimentos
MOVIMENTOS
MOVIMENTOS NAS PLANTAS
Como propriedade de seres vivos que são, os vegetais apresentam deslocamentos de variados tipos e
intensidades.
Esses movimentos serão respostas biológicas às diferentes formas de estímulos que o vegetal ou parte
dele recebe.
Os estímulos podem ser provocados pela luz, temperatura, gravidade, substâncias químicas, abalos
mecânicos, etc.
As respostas, na forma de movimentos, poderão ser orientadas a favor ou contra (sentido contrário) o
estímulo recebido. Ou ainda, as respostas poderão ser indiferentes à direção ou sentido dos estímulos
recebidos.
Os movimentos orientados serão do tipo tropismo (com crescimento) ou do tipo tactismo (sem
crescimento), sendo portanto, positivos (a favor do estímulo) ou negativos (sentido contrário ao estímulo).
Os movimentos sem orientação serão do tipo nastismo, sendo respostas padronizadas ou estereotipadas,
ocorrendo de uma única forma.
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> Movimentos
Analisemos algumas das muitas situações desses movimentos, com a ajuda das tabelas anteriores:
1. O caule que cresce no sentido da luz que ilumina um dos seus lados executa fototropismo
positivo. Em condições semelhantes, os mesmos movimentos serão realizados pelo pecíolo
das folhas e pelo pedúnculo das flores.
2. A raiz que cresce se aprofundando no solo está realizando geotropismo positivo, enquanto
o caule crescendo em sentido oposto realiza geotropismo negativo.
3. O tubo polínico que cresce do alto do estigma, para o interior do gineceu, até a entrada do
óvulo, realiza quimiotropismo positivo (estímulo químico de substâncias produzidas pelo
ovário).
4. As células anterozóides que são gametas masculinos (algas, briófitas, pteridófitas) nadam
ativamente ao encontro da oosfera (gameta feminino) que se encontra dentro do arquegônio.
Esse movimento é quimiotactismo positivo.
5. As bactérias aeróbicas que nadam ativamente ao encontro da maior concentração de O2
realizam aerotactismo positivo.
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> Movimentos
7. Os folíolos das folhas da planta sensitiva (Mimosa pudica) que reagem sempre da mesma
forma, seja qual for a direção do estímulo, estão realizando nastismo. Por exemplo,
tigmonastismo, quando tocamos os folíolos com o dedo.
Antes do toque
Após o toque
8. O crescimento das gavinhas (ramos caulinares finos e delicados) das uvas ou do maracujá
apoiadas num suporte realizam tigmotropismo positivo.
9. As pétalas das flores do dente-de-leão que abrem ou fecham com as variações de luz nos
períodos dia / noite realizam fotonastismo.
10. As plantas carnívoras que fecham rapidamente suas folhas e capturam insetos realizam
seismonastismo.
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Protozoários: Protistas, Heterótrofos e Patogenia
Os protozoários são, na grande maioria, aquáticos, vivendo nos mares, rios, tanques, aquários, poças, lodo
e terra úmida. Há espécies mutualísticas e muitas são parasitas de invertebrados e vertebrados. Eles são
organismos microscópicos, mas há espécies de 2 a 3 mm. Alguns formam colônias livres ou sésseis.
Muitos protozoários apresentam orgânulos especializados em determinadas funções, daí serem
funcionalmente, semelhantes aos órgãos. Suas células, no entanto, podem ser consideradas “pouco
especializadas”, já que realizam, sozinhas, todas as funções vitais dos organismos mais complexos, como
locomoção, obtenção do alimento, digestão, excreção, reprodução. Nos seres pluricelulares, há divisão de
trabalho e as células tornaram-se muito especializadas, podendo até perder certas capacidades como
digestão, reprodução e locomoção.
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Protozoários: Protistas, Heterótrofos e Patogenia
O citoplasma está diferenciado em duas zonas, uma externa, hialina, o ectoplasma, e outra interna,
granular, o endoplasma. Nesta, existem vacúolos digestivos e inclusões.
b) Digestão
Nas espécies de vida livre há formação de vacúolos digestivos.As partículas alimentares são englobadas
por pseudópodos ou penetram por uma abertura pré-existente na membrana, o citóstoma. Já no interior da
célula ocorre digestão, e os resíduos sólidos não digeridos são expelidos em qualquer ponto da periferia,
por extrusão do vacúolo, ou num ponto determinado da membrana, o citopígio ou citoprocto.
c) Respiração
A troca de gases respiratórios se processa em toda a superfície celular.
d) Excreção
Os produtos solúveis de excreção podem ser eliminados em toda a superfície da célula. Nos protozoários
de água doce há um vacúolo contrátil, que recolhe o excesso de água absorvido pela célula, expulsando-a
de tempos em tempos por uma contração brusca. O vacúolo é portanto osmorregulador.
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Protozoários: Protistas, Heterótrofos e Patogenia
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b) Flagelados
Existem flagelados de vida livre (Euglena – possuem clorofila e realizam fotossíntese; podem, também,
nutrir-se de forma heterótrofa = zooflagelados), mutualísticos (Trichonympha, no intestino de cupins
– fornecem a enzima celulase) e parasitas (Trypanosoma cruzi). Nos coanoflagelados, há uma espécie
de colarinho que serve para a captura de partículas alimentares; têm estrutura muito semelhante
aos coanócitos, células típicas das esponjas.
Devido a isso, há teorias que sugerem uma relação filogenética entre coanoflagelados e esponjas.
Podem ter um ou mais flagelos e em alguns há também pseudópodos. No gênero Trypanosoma há uma
membrana ondulante que auxilia na locomoção. Este filo tem muitos importantes parasitas humanos:
Leishmania braziliensis, Causa a leishmaniose tegumentar.
Trypanosoma cruzi. Causa a doença de Chagas.
Giardia lamblia. Causa a giardíase (intestinal).
Trichomonas vaginalis. Causa a tricomoníase (no aparelho genital).
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c) Esporozoários
Não possuem orgânulos para locomoção.
São todos parasitas e apresentam um tipo de reprodução assexuada especial chamada de esporulação:
uma célula divide seu núcleo numerosas vezes; depois, cada núcleo com um pouco de citoplasma é isolado
por uma membrana, formando assim vários esporos a partir de uma célula.
Esquizogonia
No ciclo vital apresentam alternância de reprodução assexuada e sexuada.
O principal gênero é o Plasmodium, com várias espécies causadoras da malária. é importante também o
Toxoplasma gondii, causador da doença toxoplasmose, de grande seriedade em mulheres grávidas até o
terceiro mês.
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Protozoários: Protistas, Heterótrofos e Patogenia
d) Ciliados
É o grupo mais altamente especializado. Apresentam cílios, cirros e membranelas. Estas duas últimas
estruturas resultam da concrescência de muitos cílios. Entre eles estão os protozoários “gigantes” como os
paramécios (Paramecium) muito usados em estudos; aqui estão os protozoários de organização mais
complexa. A maioria é de vida livre.
Além de orgânulos especializados, possuem dois núcleos: macronúcleo (funções vegetativas) e
micronúcleo (funções genéticas: hereditariedade e reprodução); apresentam extremidades anterior e
posterior; na membrana, a entrada do alimento se dá pelo citóstoma e a saída de resíduos pelo citopígio
(= citoprocto).
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Classificação Embriológica e Aspectos
Evolutivos
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Classificação Embriológica e Aspectos
Evolutivos
Nos esquizocelomados (anelídeos, moluscos, artrópodos), o celoma se forma a partir de fendas internas
surgidas nas massas mesodérmicas do embrião. Nos enterocelomados, o celoma se forma a partir de
bolsas que brotam do teto do intestino primitivo (equinodermos, cordados).
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Classificação Embriológica e Aspectos
Evolutivos
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Poríferos ou Espongiários
Poríferos ou espongiários
Pluricelulares simples, sem organização em tecidos verdadeiros; poros em toda a superfície do corpo,
sem cavidade digestiva; exclusivamente aquáticos, sésseis, filtradores; coanócitos promovem corrente de
água dentro do corpo; reprodução sexuada com desenvolvimento indireto; larva; anfiblástula.
A grande maioria é marinho. Uma só família de H20 doce (Demospongeae).
Fixos (sésseis) quando adultos. Isolados ou coloniais. Colorações várias, devido a associações com algas:
acinzentadas, avermelhadas, amareladas, transparentes.
As esponjas menores e simples mostram simetria radial, enquanto a maioria é assimétrica !
Algumas são de grande valor comercial, pois o esqueleto inteiramente protéico é usado como esponja
(Demospongeae - subgrupo Keratosa), após decomposição de todas as células vivas.
Os poríferos, ou espongiários, constituem o filo mais primitivo dos metazoários: embora sejam
pluricelulares, suas células formam agregados frouxos, não constituindo tecidos verdadeiros.
Características gerais
Corpo com forma semelhante a um vaso.
O revestimento se faz pela epiderme constituída por fina camada de células achatadas, os pinacócitos.
Fixa num substrato, a água entra por numerosos poros (porócitos) na superfície do seu corpo e após
circular na cavidade do átrio ou espongiocele (paragáster) sairá pelo ósculo, que é a abertura no pólo
superior. Esse sentido de movimentação da água é determinado pelo batimento unidirecional (direção
oposta ao corpo celular) de flagelos dos coanócitos. Outra função destas “células em colarinho” é
fagocitar os alimentos que estão em suspensão na água e realizarem a única forma de digestão desses
animais: intracelular.
A sustentação é garantida por mesênquima gelatinoso, interno à camada de pinacócitos: no mesênquima
estão mergulhadas espículas de calcário ou silício, células indiferenciadas ou amebócitos.O endoesqueleto
é formado por espículas minerais (calcárias ou silicosas, secretadas pelas células escleroblastos) e por
filamentos da proteína espongina. Os amebócitos são células móveis que participam da digestão, além de
desempenharem função de transporte de alimentos; podem também se diferenciar em gametas.
Os amebócitos são células indiferenciadas que poderão repor (regenerar) todos os demais tipos celulares.
A circulação da água pelo interior do átrio garante aos poríferos a realização das funções de nutrição,
respiração, excreção e reprodução.
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Poríferos ou Espongiários
Os variados agregados celulares frouxos têm funções especiais, mas não há tecidos, isto é, conjunto de
células semelhantes que executam funções específicas. Faltam, ainda, células nervosas e uma cavidade
digestiva (não há digestão extracelular ?!). Daí, muitos autores considerarem as esponjas “um grupo à
parte dos demais metazoários” PARAZOÁRIOS.
Tipos de esponjas, com crescente grau de complexidade: Ascon, Sycon, Leucon.
Reprodução
Assexuada:
● Por brotamento, dando origem a colônias com numerosos indivíduos. As espécies de água doce
poderão formar gêmulas (estruturas de resistência contendo numerosos amebócitos) que
permanecerão em estado de vida latente até terminar o período desfavorável do ambiente, quando
passarão a desenvolver novos indivíduos.
● Regeneração é uma característica de todos os seres vivos, porém aqui ocorre facilmente, pois de
uma esponja dividida em vários fragmentos, cada parte (contendo amebócitos) poderá reconstituir
um novo indivíduo.
Sexuada:
● Os poríferos são hermafroditas, porém não possuem gônadas. Os gametas, que se formam a partir de
amebócitos que sofrem meiose, são lançados no átrio, onde ocorre a fecundação. Cada indivíduo
apresenta maturação de óvulos e espermatozóides em épocas diferentes, o que evita a
autofecundação.
● O desenvolvimento é indireto: após a fecundação o zigoto se desenvolve em uma larva ciliada
típica, livre-natante - anfiblástula - que sai pelo ósculo, fixa-se em um substrato e cresce,
originando novo indivíduo.
O zigoto desenvolve-se até blástula flagelada móvel; a gastrulação será diferente dos outros metazoários
!
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Celenterados ou Cnidários
Celenterados ou cnidários
Pluricelulares, enterozóarios (com cavidade gástrica), diblásticos - exclusivamente aquáticos; dotados de
células urticantes (cnidoblastos); duas formas básicas; pólipo (fixo) e medusa (livre-natante); isolados ou
coloniais; sistema nervoso difuso; pode apresentar reprodução por metagênese.
Animais aquáticos, principalmente marinhos. Poucas espécies vivem em água doce.
As medusas ou águas-vivas constituem uma ameaça para banhistas e pescadores, podendo ocasionar
"queimaduras sérias".
As colônias de corais enfeitam os fundos dos oceanos e servem de abrigo para muitas outras espécies de
seres vivos. Os recifes de corais podem proteger algumas ilhas !
Numerosas pessoas usam os exoesqueletos dos corais para confeccionarem bijouterias.
Características gerais
Os celenterados, ou cnidários, são os primeiros metazoários a exibir uma cavidade digestiva ou cavidade
gastrovascular (1a ocorrência nos animais), com uma abertura única que funciona como boca e ânus,
portanto o tubo digestivo é incompleto. Todos os membros do filo possuem, ao redor da boca, tentáculos
dotados de células urticantes (cnidoblastos) que auxiliam na captura de alimentos. A digestão enzimática
do alimento começa nessa cavidade extracelularmente e termina no interior (intracelularmente) das
células muscular-digestivas, que fazem parte da gastroderme.
São animais de corpo mole e aquáticos.
Os cnidoblastos, exclusivos dos celenterados, são células especiais, dotadas de uma cápsula - nematocisto
- contendo toxinas e um filamento inoculador enovelado. Na superfície externa do cnidoblasto há um
cnidocílio que, quando estimulado, provoca a abertura do nematocisto; o filamento inoculador é evertido,
descarregando suas toxinas sobre a presa.
Os cnidoblastos se distribuem pela epiderme e degeneram após serem disparados. A sua regeneração,
assim como dos outros tipos celulares, será feita por células intersticiais indiferenciadas.
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Celenterados ou Cnidários
O sistema nervoso é difuso (1a ocorrência nos animais) e formado por neurônios que se interligam da
mesogléia para a gastroderme e epiderme. Não apresentam cérebro ou centro coordenador dos impulsos
nervosos.
Os celenterados apresentam respiração e excreção por difusão simples e em qualquer parte da superfície
corporal.
Há dois tipos morfológicos básicos de celenterados:
● pólipo: séssil, forma cilíndrica, base presa a substrato; boca superior, rodeada por tentáculos; vivem
isolados ou formando grandes colônias (brotamento), unidos uns aos outros por seu exoesqueleto
(corais). Existem ainda, as colônias flutuantes ou superorganismos, como as caravelas (Physalia
sp), que possuem várias formas de pólipos (= polimórficas): gastrozóides (nutrição), gonozóides
(reprodução), dactilozóides (defesa = muitos cnidoblastos).
Pólipo
● medusa: livre-natante, forma semelhante a "guarda-chuva" É livre natante. A boca fica voltada
para baixo e pode estar circulada por longos tentáculos onde se concentram numerosos
cnidoblastos: células típicas desse filo, que “disparam e injetam” um líquido urticante e de efeito
paralisante nos animais (funções de captura e defesa !).
Medusa
A Cyanea capilata é medusa de mares frios ( 3 m; 40 m de extensão dos tentáculos !).
Em diversas espécies, as formas de pólipo e medusa se alternam dentro do mesmo ciclo vital. Há outras
espécies em que só ocorre um dos dois tipos morfológicos.
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Celenterados ou Cnidários
O corpo dos celenterados apresenta duas camadas celulares, separadas por uma mesogléia gelatinosa: a
epiderme (externa) e a gastroderme (interna), que possuem células contráteis e sensoriais.
A locomoção ocorre graças a fibrilas contrácteis das células epiteliais gastrodérmicas que permitem aos
celenterados movimentos de contração e distensão do corpo e tentáculos. Nas formas medusóides, a
contração do corpo provoca a expulsão de jatos de água através da boca; a medusa se desloca no sentido
oposto ao jato de água, alternando contrações e distensões. Algumas formas polipóides (Hydra)
deslocam-se por meio de verdadeiras cambalhotas: fixando a região oral soltam a região basal do substrato
para novamente fixá-la em outro ponto.
Nas formas medusóides existem os ropálios, estrutura sensoriais formados por células fotorreceptoras, e
os estatólitos, relacionados ao equilíbrio do corpo.
Hidra - brotamento
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Diversidade
O filo dos celenterados compreende formas de vida isoladas e coloniais, representadas pelas águas-vivas
(medusas), hidras, corais e anêmonas.
É possível agrupar as diferentes espécies de celenterados em três classes: Hidrozoa, Cifozoa e Antozoa.
Classe Hidrozoa
Marinhos e dulcícolas; há espécies coloniais e isoladas, com polimorfismo.
● medusas de pequeno tamanho (com véu).
Exemplo:
hidra (pólipo isolado), Obelia (colonial), caravela (Physalia).
Classe Cifozoa
Exclusivamente marinhos, geralmente polimórficos. As medusas (águas-vivas)sem véu, são
predominantes no ciclo (metagênese), chegando a atingir até 2 metros de diâmetro; os pólipos são
diminutos, reproduzindo- se por estrobilização. Durante a metagênese o desenvolvimento é indireto
(larva plânula). Exemplo: Aurelia.
Classe Antozoa
Representada exclusivamente por formas polipóides isoladas como as anêmonas-do-mar (Actínia sp ou
rosa-do-mar) , ou coloniais como os corais. Estes últimos secretam esqueleto calcário e formam os recifes
de corais.
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Reprodução
A maioria dos celenterados apresenta reprodução sexuada e assexuada, sendo grande o número de espécies
que apresenta alternância de gerações (metagênese). Nesse caso, a forma polipóide produz
assexuadamente pequenas medusas que, após um período de desenvolvimento, produzem gametas de cuja
fusão resulta o zigoto.
A fecundação é externa na maioria dos celenterados, havendo espécies em que o encontro dos gametas
ocorre dentro da cavidade gástrica. Nos casos em que o desenvolvimento é indireto (todas as espécies
marinhas) o zigoto formado dá origem a uma larva ciliada (plânula). Após algum tempo a larva se fixa ao
substrato dando origem a um novo organismo (pólipo).
Nas espécies que apresentam apenas a forma de pólipo, esse se reproduz sexuadamente originando novos
pólipos. Os espermatozóides são liberados na água, nadando ao encontro do óvulo. A fecundação e as
primeiras divisões ocorrem com o zigoto ainda preso ao organismo materno. Como sequência do processo,
o embrião se destaca e transforma-se em um pólipo jovem que na maturidade repete o ciclo.
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Platielmintes: Patogenia
Vermes achatados
Os platelmintos são metazoários triblásticos, protostômios, acelomados. Seu corpo achatado
dorsiventralmente, com diferenciação ântero-posterior, exibe simetria bilateral. Princípio de cefalização,
evidenciado por região cefálica anterior, onde se concentram gânglios nervosos e órgãos sensoriais.
Excreção por células-flama. Há representantes de vida livre (planária) e parasitas de importância
epidemiológica (Schistosoma; Taenia).
Platielmintes + Asquielmintes + Anelídeos = VERMES, pois são invertebrados de corpo longo e sem
membros locomotores.
O corpo é recoberto por epiderme simples e pode apresentar cutícula (parasitas) ou cílios (vida livre).
O tubo digestivo é incompleto (ausência de ânus) ou inexistente (parasitas).
A troca de gases (respiração) é feita por difusão simples através da epiderme.
São de vida livre nos mares, rios (Dugesia sp), lagos (Planaria sp) , terra úmida (Geoplana sp). Podem ser
Planária
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Diversidade
O filo dos Platelmintos possui, entre os seus representantes, formas de vida livre e parasitas de grande
interesse médico e veterinário. Os platelmintos de vida livre estão reunidos na classe Turbellaria, enquanto
as classes Trematoda e Cestoda agrupam as formas parasitas.
Classificação e reprodução:
Classe Turbelários: - vida livre, epitélio ciliado, sistema digestivo incompleto e
ramificado, “olhos” (ocelos), aurículas (quimiorreceptoras).
Exemplo:
Planaria, Geoplana (terra úmida). São hermafroditas (monóicos), com fecundação cruzada
e desenvolvimento direto. Podem também fazer regeneração.
Planárias
Classe Cestóides
Endoparasitas. Cabeça (escólex) com ganchos e ventosas + segmentos (proglotes).
Epitélio com cutícula protetora e assimiladora. Tubo digestivo ausente.
Exemplo:
solitárias (tênias).
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Asquielmintes: Patogenia
Vermes cilíndricos
Os asquelmintos são triblásticos, protostômios, pseudocelomados (cavidade só parcialmente revestida pela
mesoderme) . Seu corpo cilíndrico, alongado, exibe simetria bilateral. Possuem sistema digestivo
completo, sistemas circulatório e respiratório ausentes; sistema excretor composto por dois canais
longitudinais (renetes-formato de H) ; sistema nervoso parcialmente centralizado, com anel nervoso ao
redor da faringe. Todas as espécies são dióicas (fecundação interna), ocorrendo em algumas nítido
dimorfismo sexual. Há muitas espécies parasitas do homem e outros vertebrados. Apresentam cerca de 10
mil espécies.
Características gerais
Os asquelmintos destacam-se dos demais filos por serem pseudocelomados esta cavidade é preenchida por
líquido que funciona como um “esqueleto hidrostático”, além de favorecer a distribuição de nutrientes
e recolher excretas. Algumas espécies são microscópicas, enquanto outras chegam a mais de um metro de
comprimento. Também são características exclusivas dos asquelmintos a ausência de células ciliadas e os
espermatozóides amebóides, sem flagelo, deslocando-se por pseudópodos. Outro aspecto importante deste
filo é a ocorrência de tubo digestivo completo (boca e ânus) pela primeira vez na escala zoológica.
A maioria dos asquelmintos é de vida livre, habitantes de solo úmido, areia, de águas estagnadas e até
mesmo do mar. Entre os parasitas, além daqueles que têm o homem como seu hospedeiro, há espécies que
infestam outros animais ou plantas (raízes, frutos).
Entre os asquelmintos, o grupo mais numeroso e de maior importância para o homem é a classe Nematoda,
à qual muitos autores atribuem a categoria de filo (filo Nematelminthes).
Reprodução
A reprodução dos asquelmintos é sexuada. São todos dióicos, havendo nítido dimorfismo sexual na
maioria das espécies. Os órgãos reprodutores tubulares ficam mergulhados no líquido do pseudoceloma,
fixando-se à parede do corpo somente na região do poro genital.
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ANELÍDEOS
Vermes segmentados
Os anelídeos são triblásticos, protostômios, celomados. Têm o corpo cilíndrico segmentado, dotado de
apêndices quitinosos (cerdas), exibindo simetria bilateral. Possuem sistema digestivo completo; sistema
circulatório fechado (vasos + “corações” contráteis; possuem hemoglobina); sistema excretor constituído
por nefrídios (1 par por segmento); sistema nervoso ganglionar ventral.
Algumas espécies apresentam respiração branquial, embora a maioria tenha respiração cutânea. Há
espécies monóicas e dióicas; a maioria é de vida livre, ocorrendo também formas parasitas.
Características gerais
Destacando-se dos grupos estudados anteriormente, os anelídeos são animais celomados; é a primeira
ocorrência evolutiva de um celoma verdadeiro (cavidade completamente revestida por mesoderme). Há
uma outra característica marcante - a segmentação do corpo em anéis (metâmeros) que não se restringe ao
aspecto externo: a maioria das estruturas internas acompanha a segmentação, inclusive o celoma.
Corpo revestido por cutícula (escleroproteína e colágeno) lisa e permeável.
Alguns anelídeos possuem pequenos apêndices filiformes: as cerdas quitinosas, que podem ser movidas
em qualquer direção por ação de feixes musculares. O número e a disposição das cerdas são utilizados
como critério de classificação dos representantes deste filo.
A locomoção é feita pela ação alternada de feixes musculares. Quando uma minhoca contrai os feixes
musculares circulares de uma região do corpo, o líquido do celoma é pressionado e transmite essa tensão
aos músculos longitudinais, que se distendem; essa região do corpo se torna fina e longa. Logo depois as
fibras longitudinais se contraem enquanto as circulares se relaxam, encurtando a região e puxando para
frente a parte imediatamente posterior. Esse deslocamento é facilitado pelo apoio fornecido pelas cerdas,
que não permitem que o corpo da minhoca escorregue para trás.
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Anelídeos
Diversidade
Os anelídeos de vida livre são encontrados no solo, na água doce ou em ambientes marinhos. Algumas
espécies marinhas são fixas, habitando no interior de tubos calcários secretados pelo próprio verme.
Outros se locomovem ativamente, explorando o ambiente à procura de alimento.
De acordo com o número e a distribuição das cerdas na superfície do corpo, os anelídeos são
classificados em três classes: Oligochaeta (poucas cerdas), Polychaeta (muitas cerdas) e Hirudinea (sem
cerdas).
Classe Oligochaeta
Seus representantes vivem em ambientes de água doce ou em solo úmido. Os mais conhecidos são as
minhocas - Lumbricus terrestris (Europa e América do norte), Pheretima hawaiana (Brasil). São animais
hermafroditas, mas apresentam fecundação cruzada e externa. Os óvulos são fecundados no interior do
casulo (produzidos pelo clitelo), onde ficam protegidos. O desenvolvimento é direto.
Corte transversal
As minhocas alimentam-se de folhas mortas e pequenos animais; vivem enterradas, cavando túneis,
atividade que promove aeração, drenagem e fertilidade do solo. São animais de hábitos noturnos,
permanecendo dentro de tocas durante o dia.
Classe Polychaeta
A maioria dos poliquetos é de ambiente marinho. Possuem vários apêndices sensoriais em sua extremidade
anterior. Suas cerdas, numerosas, estão implantadas nos parapódios - expansões laterais do corpo. Podem
nadar graças aos parapódios que funcionam como remos. Tem no Nereis o representante típico. A
espécie Eunice virides (palolo) serve de alimento para nativos das ilhas Samoa e Fiji. Alguns poliquetas
podem atingir até 3 m de comprimento.
Reprodução: em geral são dióicos (unissexuados). Forma-se uma larva ciliada (trocófora). Podem, ainda,
reproduzir-se assexuadamente por esquizogênese (desprendem partes do corpo que regeneram novo
indivíduo).
Eunice virens
Alguns poliquetos são predadores que se locomovem ativamente no ambiente à procura de alimento, como
o Neanthes. Há também poliquetos que vivem no interior de tubos, que ele próprio fabrica, unindo com
suas secreções grãos de areia ou então secretando substâncias ricas em cálcio. Neste caso o alimento é
trazido para dentro do tubo por correntes de água, provocadas por movimentos dos parapódios e cerdas.
Chaetopterus
Classe Hirudinea
Animais aquáticos (lagos, rios e até água salgada) ou terrestres. Há alguns ectoparasitas de vertebrados,
como a sanguessuga (Hirudo medicinalis).
A sanguessuga possui duas ventosas, uma na região anterior e outra na posterior. Desprovida de cerdas e
parapódios, pode locomover-se por fixação das ventosas e alongamento do corpo. Encontrando um
hospedeiro, fixa-se com as ventosas e perfura a pele. A ação da musculatura faringeana promove a sucção
do sangue do hospedeiro, que não coagula graças a uma substância anticoagulante (hirudina) presente na
saliva do parasita (foi usada, no passado para provocar sangrias).
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Anelídeos
Entre os poliquetos a fecundação é externa, e o zigoto passa por um estágio de larva - trocófora - antes de
se transformar em um verme jovem.
Trocófora
Reprodução da minhoca
A minhoca é monóica: em cada indivíduo há um aparelho reprodutor masculino e um feminino completos,
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Artrópodos
ARTRÓPODOS
É o filo que apresenta o maior número de espécies atuais (1 milhão). Existem em todos os ambientes:
água doce ou salgada (microcrustáceos – planctônicos; camarões, lagostas – bentônicos livres; cracas -
fixos), no solo (formigas, pulgas, tatuzinho ou “tatu-bola”, aranhas, centopéia, escorpiões), no ar (voam =
borboletas, abelhas, besouros, moscas).
Os artrópodos têm estreitas relações de parentesco com os anelídeos, sendo que a maior evidência é a
segmentação metamérica do corpo. Artrópodos primitivos (trilobitas – entre 600 e 250 milhões de anos
atrás), hoje extintos, apresentavam, nas fases adultas, o corpo nitidamente dividido em segmentos
semelhantes.
Apesar de não ser tão evidente nos artrópodos adultos atuais, devido à fusão e especialização dos
segmentos (tagmas), a organização metamérica está presente nas fases embrionárias de todas as
espécies do grupo.
● Na cabeça há um par de antenas e um par de papilas secretoras de muco (jatos que imobilizam as
presas). Vivem em ambientes muito particulares e úmidos (cutícula com pouca quitina), em
florestas tropicais da África, Ásia, Austrália e América do Sul.
● As semelhanças entre onicóforos e anelídeos aparecem na organização muscular, em camadas
sob a pele, no sistema excretor (nefrídeos) e na estrutura dos órgãos reprodutivos.
● As semelhanças com os artrópodos são o sistema circulatório aberto e o sistema respiratório
traqueal.
Peripatus
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Artrópodos
● Exoesqueleto: constituído principalmente por quitina, podendo apresentar impregnação por sais de
cálcio. Somente nas regiões de articulação de patas e antenas, ou entre as diferentes regiões do
corpo, a cutícula é fina e flexível, permitindo a movimentação.
Por possuírem revestimento externo rígido, os artrópodes apresentam crescimento descontínuo, por meio
de mudas ou ecdises (induzidas por hormônio: a ecdisona). Periodicamente, um novo esqueleto mole
forma-se sob o mais antigo; a velha cutícula se rompe e o animal se solta, abandonando o revestimento
anterior. Ocorre rápido aumento de volume do corpo, enquanto a nova cutícula ainda não se impregnou de
quitina, continuando portanto mole e elástica.
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DIVERSIDADE
● Subfilo Uniramia – apresentam mandíbulas, maxilas e outros apêndices bucais. Têm um par de
antenas.
Classe Insecta
a) Corpo com três partes distintas: cabeça, tórax e abdômen.
b) No tórax estão três pares de patas articuladas = hexápodos.
c) Muitas espécies possuem asas, pelo menos numa fase (adulta). As asas são articuladas ao
tórax (dorsalmente) e podem ser em número de 4 ou 2 (Dípteros). São os únicos artrópodos
ou invertebrados que podem voar.
d) Na cabeça estão os órgãos dos sentidos como olhos (simples ou compostos - omatídeos),
um par de antenas (díceros) e o aparelho bucal, que pode ser: mastigador ou triturador –
forte mandíbula (gafanhoto, barata, formiga), lambedor – “espécie de língua” (abelha,
mosca), sugador – longa tromba tubulosa enrolada (borboleta), picador – estilete perfurante
(mosquito).
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Reprodução
São dióicos, com dimorfismo sexual e fecundação interna. O desenvolvimento pode ser direto ou indireto
com metamorfose completa ou incompleta. De acordo com o tipo de desenvolvimento os insetos podem
ser classificados em:
● ametábolos: insetos com desenvolvimento direto.
Exemplo:
traça de livros;
● hemimetábolos: desenvolvimento indireto, com metamorfose incompleta: as formas jovens
(ninfas), que eclodem dos ovos, são semelhantes ao adulto (imago); a metamorfose de jovem a
adulto ocorre através de mudas sucessivas.
Exemplo:
gafanhoto, barata, percevejo, piolho.
● holometábolos: desenvolvimento indireto, com metamorfose completa. Dos ovos eclodem formas
vermiformes (larvas), que passam por mudas sucessivas, transformando-se em pupas. As pupas
passam por modificações profundas: há substituição dos tecidos larvais por tecidos característicos
do adulto. O adulto formado rompe a cutícula pupal, emergindo para o ambiente: não ocorrem
novas mudas.
ovo larva pupa ou crisálida imago ou forma adulta.
Exemplo:
mosca, mosquito, borboleta, mariposa, pulga, formiga, abelha.
Apresentam tubo digestivo completo, a respiração é traqueal e o sistema circulatório é do tipo aberto ou
lacunoso (seu sangue não tem função no transporte de CO2 e O2). A excreção é feita por túbulos de
Malpighi. O sistema nervoso apresenta vários gânglios cerebróides; há uma cadeia ganglionar ventral e
uma rede nervosa periférica.
Respiração traqueal
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e) A respiração é traqueal. A excreção é feita por túbulos de Malpighi como nos insetos.
f) A reprodução é sexuada, com fecundação interna e o desenvolvimento é direto.
São encontrados em lugares onde há matéria vegetal em decomposição, como troncos, folhas, etc.
Conhecidos popularmente por piolho-de-cobra (embuá) ou gongolô.
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● Subfilo Crustáceos - apresentam mandíbulas, maxilas e outros apêndices bucais. Têm dois pares
de antenas e corpo geralmente dividido em cefalotórax e abdome.
a) O exoesqueleto, em geral, é muito duro (“crosta”) devido à impregnação calcária.
b) A cabeça e o tórax estão fundidos formando o cefalotórax que se distingue facilmente do
abdome.
c) No cefalotórax estão: boca, dois pares de antenas, olhos simples ou compostos, sésseis ou
pedunculados e ainda de 5 a 12 (ou mais) patas (torácicas, abdominais).
d) A respiração é do tipo branquial, pois em geral vivem na água.
e) A circulação é do tipo aberta ou lacunosa. Possui a proteína hemocianina.
f) A excreção é feita, nos crustáceos superiores (malacostráceos), por glândulas antenais ou
glândulas verdes, cujos poros se abrem na base das antenas.
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● Subfilo Quelicerados - apresentam quelíceras e palpos. Não têm antenas e o corpo é geralmente
dividido em cefalotórax e abdome.
Classe Merostomados:
Reúne apenas cinco espécies de um único gênero. O ilustre representante atual é o Limulus, o
caranguejo-ferradura: apresenta semelhanças morfológicas com os crustáceos; testes bioquímicos
também mostram grandes semelhanças com aracnídeos; encontra-se no Atlântico Norte e Costas da
África; carapaça em “ferradura”, entre 20 e 30 cm; 5 a 6 pares de apêndices abdominais modificados,
com brânquias; télson em forma de “espiga” para orientar o movimento; alimentam-se de moluscos,
vermes e algas; desenvolvem larva achatada, de abdome segmentado e sem cauda; excreção: “glândulas
coxais”.
Classe Arachnida
Os aracnídeos são em sua maioria terrestres, vivendo em buracos no solo, sob pedras ou troncos.
a) Corpo dividido em cefalotórax e abdômen; não há apêndices.
b) No cefalotórax estão os órgãos dos sentidos (olhos, boca, pedipalpos = 2o par de
apêndices) e as oito patas locomotoras. Não possuem antenas.
c) As quelíceras (1o par de apêndices), nas aranhas, possuem ferrões (aguilhões)
inoculadores de veneno, portanto, são animais peçonhentos.
d) Os (pedi)palpos, nas aranhas são órgãos sensoriais ou copuladores (no macho) e, nos
escorpiões, os palpos são grandes pinças preensoras.
e) Nas aranhas o abdômen apresenta as aberturas das filotraquéias (respiração), o poro
genital, ânus e as glândulas fiandeiras (teia).
f) A respiração é por filotraquéias. A circulação é do tipo aberta ou lacunosa. A excreção
é feita por tubos de Malpighi ou por glândulas coxais. O sistema nervoso apresenta gânglios
cerebróides, cadeia ganglionar ventral, semelhante aos insetos.
Reprodução
Os aracnídeos são dióicos, havendo nítido dimorfismo sexual em muitas espécies. A fecundação é
interna: o macho, com auxílio dos palpos, deposita o esperma na abertura genital da fêmea. Os
espermatozóides ficam alojados nos receptáculos seminais, fecundando os óvulos que descem pelos
ovídutos.
As aranhas são ovíparas: após a fecundação a fêmea tece um casulo (ovissaco) onde os ovos são postos e
permanecem até a eclosão. Algumas aranhas carregam o ovissaco sobre o abdome, outras depositam-no
sobre a teia.
Os escorpiões são ovovivíparos: os embriões completam seu desenvolvimento dentro de ovos que
permanecem no interior do organismo materno; a fêmea expele pequenos escorpiões totalmente
desenvolvidos.
Tanto em aranhas como em escorpiões, o desenvolvimento é direto, não ocorrendo fases larvais. Nos
ácaros (carrapatos) o desenvolvimento é indireto, sendo que em alguns ocorre partenogênese.
Ordens dos Aracnídeos:
1) Araneídeos:- aranhas, com quelíceras e há espécies peçonhentas. As mais perigosas são: armadeira
(Phoneutria), viúva-negra (Latrodectus), aranha-de-grama (Lycosa - “seta negra” no dorso) e
aranha-marron (Loxosceles). Venenos: neurotóxico, proteolítico, hemolítico.
3) Ácaros:- carrapatos e outros tipos que também parasitam a pele de mamíferos: sarna (Sarcoptes
scabiei = escabiose), cravo da pele (Demodex foliculorum).
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REPRODUÇÃO
Características especiais !
● PARTENOGÊNESE:- parthenos = virgem; gênesis = origem.
Forma de desenvolvimento em que o óvulo (n) se desenvolve, formando um animal adulto (n), sem ter
sido fecundado pelo espermatozóide. A partenogênese pode ser considerada um caso particular de
reprodução sexuada, pois envolve gametas: o feminino.
As abelhas melíferas formam colônias altamente organizadas denominadas colméias. Nestas existem três
classes sociais, ou castas: a rainha, os zangões e as operárias. A rainha é a única fêmea fértil da colméia
e sua função é a postura dos ovos, dos quais se originam todos os indivíduos. Os zangões são machos
cuja função é fecundar a rainha. As operárias são fêmeas estéreis cuja função é construir a colméia e
cuidar de sua manutenção, fornecendo alimento e segurança a todos os seus moradores.
A rainha, ao se tornar sexualmente madura, voa e se acasala no ar com diversos zangões, armazenando o
esperma em sua espermateca. A seguir retorna à colônia e começa a pôr ovos dentro de células hexagonais
de cera, construídas pelas operárias especialmente para essa finalidade.
A rainha pode colocar dois tipos de “ovos”, dependendo do tamanho da célula de cera: fecundados e
não-fecundados. Os ovos fecundados originam fêmeas diplóides. Os “ovos” não-fecundados (= óvulos)
desenvolvem-se por um processo denominado partenogênese e originam machos haplóides (=
partenogênese arrenótoca).
Uma fêmea será operária ou rainha dependendo da qualidade da alimentação que recebe na fase larval,
além da influência do ferormônio exalado pela rainha. Larvas de operárias e de zangões são alimentadas
principalmente com mel, enquanto as larvas que originarão as rainhas são alimentadas com (maior
quantidade de) uma substância rica em hormônios, a geléia real, produzida pelas operárias adultas.
Certas populações de lagartos da região amazônica, Cnemidophorus leminiscatus, são constituídos
exclusivamente por fêmeas, que se reproduzem por partenogênese (= partenogênese telítoca). Outras
populações, no entanto, têm machos e fêmeas que se cruzam normalmente.
A partenogênese é processo freqüente em invertebrados: pulgões (onde se observou pela 1a vez – 1740),
crustáceos (dáfnias), insetos himenópteros (abelhas, vespas, formigas), vermes (nemátodos, anelídeos);
répteis (lagartos).
Pulgões apresentam partenogênese cíclica:
● Ovos de resistência (2n), com casca especial, são botados no inverno e estão aptos para atravessar
esse período.
● Em fins do inverno e início da primavera, rompe-se a dormência e os ovos (2n) se desenvolvem,
formando sempre fêmeas (2n) adultas.
● Durante todo o verão, essas fêmeas (2n), através da meiose produzem óvulos (n). Cada um desses
óvulos (n) desenvolve-se partenogeneticamente, formando sempre fêmeas (n) adultas (=
partenogênese telítoca).
● Em fins de verão e no outono, os óvulos (n), que continuam a desenvolver-se por partenogênese,
formam às vezes adultos machos (n) e outras vezes fêmeas (n), caracterizando a partenogênese
deuterótoca.Esses machos e fêmeas adultos e haplóides, acasalam-se durante o outono, e a fêmea
irá botar os seus ovos (2n) de resistência, para atravessar o inverno.
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Moluscos
Moluscos
Animais de corpo mole
Os moluscos são animais triblásticos, celomados, protostômios e bilateralmente simétricos. Seu corpo,
organizado em três partes básicas- - cabeça, pé e massa visceral - é coberto por um fino manto calcário,
geralmente externo. Possuem sistema digestivo completo, sistema circulatório aberto e sistema nervoso
formado por três ou quatro pares de gânglios. A excreção é feita por rins. A respiração é pulmonar
(terrestres) ou por brânquias (aquáticos).
Características gerais
Neste filo estão incluídos caracóis, caramujos, lesmas, ostras, lulas, polvos. Nele estão os maiores
invertebrados que se conhece, como a concha do Pacífico com 1,2 m ou a lula gigante (Architeutis =
cefalópodo do Atlântico Norte; até 15 m de comprimento de tentáculos; circunferência do corpo 3,5 m;
vive de 300 a 600 m de profundidade; são nadadores não rápidos). É o 2o maior filo do reino Animal em
número de espécies (cerca de 110 mil).
Características comuns a todos os representantes:
a) Não apresentam corpo segmentado, possuem simetria bilateral, são triblásticos,
celomados esquizocélicos e protostômios.
b) O corpo é macio e flexível e pode apresentar uma forte concha calcária que serve para
protegê-lo. A maioria vive no mar (em geral, nas águas rasas ao longo do litoral), mas há
diversas espécies de água doce e terrestres.
c) O organismo pode ser dividido em três partes: cabeça, pé e massa (saco) visceral.
principais órgãos dos sentidos (olhos, tentáculos, etc). Os gânglios pedais inervam a
musculatura desse órgão, enquanto os gânglios viscerais inervam os órgãos viscerais e o
manto.
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Moluscos
Diversidade
O filo dos moluscos pode ser dividido em três classes principais, segundo o formato e estrutura de sua
concha e as adaptações das diferentes partes do corpo: Gastropoda, Pelecypoda e Cephalopoda.
Classe Gastropoda
Caramujos (água doce ou no mar) e caracóis e lesmas (ambiente terrestre). Possuem pé, cabeça e massa
visceral, estando na cabeça dois pares de tentáculos, sendo que um dos pares tem olhos na extremidade.
O pé é bem desenvolvido e desliza sobre um muco escorregadio secretado por glândula do pé.
Na boca há a rádula que serve para raspar o alimento. Nos terrestres a respiração é “pulmonar” a
cavidade do manto é vascularizada, semelhante a pulmões. Nos aquáticos a respiração é branquial.
A concha é formada por uma peça, daí serem univalvos.
A reprodução é sexuada e, em geral, são hermafroditas. Os terrestres têm desenvolvimento direto e
os aquáticos terão dois estágios larvais: trocófora, que evolui a véliger.
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Moluscos
Certas espécies de ostras podem produzir a pérola entre o manto e a concha. Antigamente as conchas de
grandes bivalves de água doce eram usadas para fabricar botões de madrepérola.
Nesta classe estão as conchas gigantes, com quase 2 metros de tamanho (Tridacna).
Na reprodução são dióicos, a fecundação é externa e formam larvas: trocófora que evolui a véliger (vida
livre); e gloquídio (larva parasita de brânquias de peixes na água doce).
Classe Cephalopoda
O nome refere-se ao fato de terem os tentáculos (modificação do pé muscular !), com ventosas, como se
saíssem da cabeça.
São moluscos bem desenvolvidos, com olhos semelhantes aos dos vertebrados, sistema circulatório
fechado e sistema nervoso bem desenvolvido.
Nesta classe estão as lulas e os polvos (= sem concha). Possuem rádula e mandíbula em forma de bico. O
manto recobre a massa visceral. Lulas e sépias têm concha interna !
Nautilus e Argonauta são representantes que apresentam concha externa !
Na reprodução são dióicos. O desenvolvimento é direto. São todos marinhos.
Reprodução
Os cefalópodes são dióicos, com fecundação interna e desenvolvimento direto. O macho deposita um
espermatóforo na cavidade do manto da fêmea, utilizando-se de seus tentáculos. Após a fecundação, os
ovos, ricos em vitelo, são postos agrupados em cápsulas gelatinosas. Ao eclodirem os ovos, emergem
jovens cefalópodes capazes de nadar e capturar alimento.
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Moluscos
Há outras classes:
● Monoplacóforos (Neopilina) – concha em forma de placa; vivem exclusivamente no mar, em
geral de 2 a 7 mil metros de profundidade; são filtradores, alimentando-se de microrganismos.
Neopilina
Chiton
● Escafópodos (Dentalium) – a concha lembra uma pequena presa de elefante, oca e aberta nas
duas extremidades; exclusivamente marinhos, vivem enterrados na areia ou no lodo e possuem um
pé afilado, especializado em cavar.
Dentalium
Há muitas espécies de moluscos de grande importância para o homem: na alimentação (ostras, mariscos,
mexilhões, polvos, lulas); o gênero Teredo é bivalve perfurador, que causa estragos em cascos de
embarcações de madeiras; podem ser hospedeiros intermediários de doenças (esquistossomose =
caramujo Biomphalaria; fasciolose = caramujo Lymnaea).
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Equinodermos
Equinodermos
São animais triblásticos, enterocelomados e deuterostômios como os Cordados. Portanto, o ânus se
origina do blastóporo. Nos outros invertebrados (protostômios) o blastóporo dá origem à boca. São os
invertebrados mais evoluídos. Invertebrados exclusivamente marinhos. Na fase adulta podem ser fixos
como os “lírios-do-mar” ou podem locomover-se como as estrelas-do-mar, os ouriços-do-mar, as
serpentes-do-mar e os pepinos-do-mar.
As larvas (plúteus; bipinária, etc) apresentam simetria bilateral. Os adultos, simetria radial.
O tubo digestivo é simples, podendo apresentar cecos (estrelas-do-mar) que se originam no estômago. Na
boca do ouriço-do-mar há a lanterna-de-aristóteles (“raladora”). Os Ofiuros, às vezes algumas estrelas,
não apresentam ânus.
A respiração e a excreção ocorrem por difusão pela superfície do sistema ambulacrário ou pelas
brânquias (ouriço-do-mar; estrela-do-mar). Não há sistema circulatório como nos outros animais. O
sistema hemal (= conjunto de canais e lacunas) faz, parcialmente, as funções de sistema circulatório.
O endoesqueleto é constituído por placas calcárias, distribuídas em cinco zonas ambulacrais alternadas
com cinco zonas interambulacrais. As zonas ambulacrais possuem numerosos orifícios, por onde se
projetam os pés ambulacrais, estruturas relacionadas com a locomoção. Na face dorsal do esqueleto há
uma placa central ou disco (onde se abre o ânus), rodeada por cinco placas, cada uma com um orifício
genital. Uma dessas placas exibe, além do orifício genital, numerosos poros ligados ao sistema ambulacral:
trata-se da placa madrepórica.
Esqueletos calcários: vista dorsal à esquerda, vista vental à direita.
Assentados sobre as placas estão os espinhos, dotados de mobilidade graças aos músculos presentes em
sua base. Entre os espinhos, pequenas estruturas com a extremidade em forma de pinça, as pedicelárias,
constituídas por dois ou três artículos, com funções de defesa e limpeza da superfície corporal.
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Os equinodermos possuem um sistema de locomoção constituído por canais, o sistema ambulacral. Este
sistema abre-se para o exterior através dos poros da placa madrepórica. Segue-se o canal madrepórico,
que se liga ao canal circular que circunda o tubo digestivo. Deste partem cinco canais radiais que
percorrem o corpo do animal, emitindo expansões pares - as ampolas - ligadas aos pés ambulacrais
tubulares, que se projetam para a superfície externa do corpo. Os pés ambulacrais se contraem ou
distendem conforme as variações de pressão promovidas no líquido que os preenche. Essas variações
devem-se aos músculos que envolvem as ampolas. A coordenação dos movimentos dos pés ambulacrais
promove o lento deslocamento desses animais sobre os substratos marinhos.
O sistema nervoso é formado por nervo anelar ao redor da faringe e nervos radiais. Há células táteis e
olfativas em toda a superfície do corpo. As estrelas-do-mar possuem células fotorreceptoras nas
extremidades dos braços.
O esqueleto é interno (endoesqueleto mesodermal), recoberto pela epiderme. O esqueleto é formado por
placas calcárias fixas ou articuladas (móveis). As placas podem ter espinhos (daí o nome do filo) que se
movem por meio de músculos e ainda pedicelárias que fazem a limpeza e defesa do corpo.
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Na reprodução sexuada os animais são dióicos e de fecundação externa. Nos ouriços-do-mar a larva é
equinoplúteus, enquanto nas estrelas-do-mar as larvas são bipinária e braquiolária. São animais muito
usados para estudos do desenvolvimento embrionário e partenogênese.
Desenvolvimento embrionário de uma estrela-do-mar. Nas figuras A e B, as larvas são planctônicas.
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❍ corpo circular, abaulado (ouriço) ou achatado (corrupios), sem braços. Locomovem-se pelo
movimento dos espinhos e dos pés ambulacrais.
Bolacha-da-praia.
● Asteróides:
❍ estrelas-do-mar.
❍ corpo achatado, em forma de estrela, com 5 a 50 braços. Locomoção por pés ambulacrais,
localizados na face ventral do corpo.
● Holoturóides:
❍ pepinos-do-mar”.
❍ corpo alongado, em forma de salsicha, sem braços. Locomoção por pés ambulacrais
localizados em fileiras ao longo do corpo.
● Ofiuróides:
❍ serpentes-do-mar.
❍ corpo achatado, com cinco braços finos e flexíveis, separados uns dos outros, ligados a um
disco central. Locomoção por movimentos ondulantes dos braços.
● Crinóides:
❍ lírios-do-mar”.
❍ corpo em forma de taça, com cinco braços ramificados, finos e flexíveis, que lembram
plumas. Alguns são fixos ao fundo do mar por meio de pedúnculos; outros nadam
movimentando os braços.
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Etapas Evolutivas
CORDADOS: PROTOCORDADOS E
VERTEBRADOS
ETAPAS EVOLUTIVAS
Animais de simetria bilateral, triblásticos, enterocelomados, deuterostômios. Apresentam, com
exclusividade, durante seu desenvolvimento:
1)Fendas na faringe ou fendas branquiais.
2)Notocorda ou Chorda dorsalis que poderá ser substituída pela coluna vertebral.
3)Tubo nervoso dorsal. Nos invertebrados há cordões nervosos, não tubo !
4)Cauda (região do corpo, prolongada além do ânus). O filo dos cordados é dividido em
sub-filos: Protocordados e Vertebrados.
Verifique na análise comparada a seguir, a "passagem evolutiva" de invertebrados para cordados, onde são
considerados:
● forma de alimentação (filtração branquial).
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Etapas Evolutivas
Os cordados constituem um filo extremamente diversificado quanto ao tamanho e ao aspecto geral de seus
representantes. Entre estes se incluem a ascídia e o anfioxo (cordados primitivos), além dos diferentes
grupos de animais vertebrados: peixes, anfibios, répteis, aves e mamíferos.
O agrupamento de organismos tão diversos em um único filo baseia-se principalmente em aspectos do
desenvolvimento embrionário. Na fase de nêurula todos os cordados exibem o mesmo padrão básico de
organização do corpo, sendo possível identificar as três estruturas que caracterizam o grupo: notocorda,
fendas branquias e tubo nervoso dorsal.
● Notocorda: eixo longitudinal de sustentação do corpo, constituído por tecido conjuntivo frouxo
revestido por tecido conjuntivo fibroso. Forma-se dorsalmente, acima do tubo digestivo e abaixo do
tubo neural (ou nervoso), ao qual serve de sustentação. Pode persistir por toda a vida nos
protocordados (cordados primitivos), enquanto que nos adultos de cordados superiores (vertebrados)
é substituída pela coluna vertebral;
● Tubo neural: tubo de origem ectodérmica localizado na região dorsal do embrião, acima da
notocorda. A partir do tubo neural desenvolve-se o sistema nervoso central dos cordados adultos;
● Fendas branquiais: aberturas laterais da faringe; origem embrionária do sistema respiratório. Nos
cordados aquáticos estas fendas dão origem às brânquias dos adultos. Nos demais cordados, cujos
adultos possuem respiração pulmonar, as fendas branquiais se fecham durante o desenvolvimento.
A notocorda, o tubo neural e as fendas branquiais são estruturas que não se mantêm em todos os
adultos: formadas nos estágios mais jovens, são substituídas por outras durante o desenvolvimento da
maioria dos cordados.
Classificação
PROTOCORDADOS (Cordados invertebrados):
a) Não há formação da coluna vertebral, permanecendo a notocorda, pelo menos em parte
do organismo, durante a fase adulta.
b) São exclusivamente marinhos, como os equinodermos.
c) A reprodução é sexuada, podendo formar larvas planctônicas que sofrem metamorfose.
d) O tubo nervoso não forma encéfalo e nem há crânio. Daí serem acrânios.
Um dos critérios utilizados para classificar os cordados refere-se à substituição do tecido conjuntivo, que
forma a notocorda, por tecido ósseo. Em alguns cordados não ocorre esta substituição, sendo a notocorda a
única estrutura de sustentação do corpo: são considerados cordados primitivos e reunidos no subfilo
protochordata. Os cordados em que ocorre esta substituição - a notocorda ser substituída pela coluna
vertebral - estão reunidos no subfilo Vertebrata. Os vertebrados são também denominados craniados,
pois a porção anterior do sistema nervoso central - encéfalo - fica abrigada no interior de uma caixa óssea
denominada crânio. Em oposição, os protocordados que não possuem crânio são chamados de
acraniados.
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Etapas Evolutivas
Observação:
''Filo'' Hemicordados - que significa "meia corda". Estrutura "semelhante" à notocorda, existente
apenas na parte anterior do adulto. São representados pelo Saccoglossum e Balanoglossus = corpo
vermiforme, formado por: probóscide ou tromba, colarinho e tronco alongado; podem ter mais de 1 m e
vivem em galerias escavadas na areia do fundo do mar. Sua larva tornária é muito semelhante às larvas de
equinodermos! Importante característica para a análise evolutiva!
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Etapas Evolutivas
Subfilo Vertebrata
Assim como os protocordados, os vertebrados pertencem ao filo dos Cordados e portanto terão as
características gerais do filo. Possuem, porém, características que os diferenciam dos protocordados:
a) Coluna vertebral formada por vértebras que são "ossos" que giram e que envolvem e
substituem a notocorda do embrião.
b) O tubo nervoso dilata-se na extremidade dando origem ao encéfalo, onde estão ligados os
órgãos dos sentidos.
c) O crânio é uma caixa cartilaginosa ou óssea que envolve e protege o encéfalo. Daí a
denominação de Craniados.
d) A pele dos vertebrados é formada por duas camadas: epiderme e derme. A epiderme é
sempre pluriestratificada. Nos protocordados e invertebrados a epiderme é um epitélio
simples.
e) Na pele podem estar anexos como: pêlos, penas, escamas, etc.
f) No embrião aparecem os anexos embrionários: saco vitelino, córion, âmnion e alantóide.
A característica fundamental dos vertebrados é a presença de um eixo longitudinal de sustentação do
corpo: a coluna vertebral. A coluna que substitui a notocorda do embrião é formada por numerosas
vértebras - peças ósseas ou cartilaginosas, superpostas e articuladas. Além de dar sustentação ao corpo, a
coluna vertebral serve como suporte do tubo nervoso.
Os vertebrados, inicialmente são divididos em dois grupos: AGNATOS (sem mandíbula), como os
ciclóstomos, e, GNATOSTOMADOS (com mandíbulas), como Peixes, Anfíbios, Répteis, Aves e
Mamíferos.
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Etapas Evolutivas
Síntese evolutiva:
1as formas de vida PRÉ-CAMBRIANO ("janeiro").
● poucos fósseis conhecidos há mais de 1 bilhão de anos!
HEMICORDADOS (Pterobrânquios): CAMBRIANO ("fevereiro") 600
milhões de anos!
ANFÍBIOS
● evoluíram dos crossopterígeos = osteíctios de nadadeiras lobadas, muito provavelmente, peixes
aparentados aos dipnóicos atuais.
● CARBONÍFERO ("junho") 350 milhões anos!
● PERMIANO ("julho") = verdadeiros vertebrados terrestres!
● dos diversos grupos de répteis que surgiram posteriormente, destacaram-se os terapsidas, que
deram origem aos mamíferos, e os tecodontes, que deram origem aos dinossauros, hoje extintos,
às aves e crocodilos atuais.
● PERMIANO ("julho") 280 milhões de anos!
● TRIÁSSICO ("agosto") 230 milhões de anos!
● JURÁSSICO ("setembro") 180 milhões de anos! Idade dos Répteis, cujo declínio ocorreu de
200 milhões de anos passados a 80 milhões de anos.
● a partir de ancestrais tecodontes, surgiram os dinossauros (terrestres) e os pterossauros (voadores).
Esse animais dominaram o ambiente terrestre por quase 150 milhões de anos.
● CRETÁCEO ("outubro") 140 milhões de anos! Primeiros primatas!
● Esses três últimos períodos estão na Era Mesozóica.
há 65 milhões de anos, houve uma onda de extinções que atingiu um grande número de
espécies terrestres, talvez provocada pelo impacto de um grande meteoro. Nessa época
ocorreu o desaparecimento dos dinossauros.
Os cientistas acreditam que cerca de 25% das famílias de animais marinhos se extinguiram!
● o desaparecimento da maioria das espécies de répteis abriu caminho para a expansão e
diversificação de aves e mamíferos.
● características marcantes dos répteis: pele seca e ovo com casca + anexos!
AVES
● evoluíram de répteis tecodontes primitivos JURÁSSICO ("setembro").
● o Archaeopteryx lithografica é um famoso fóssil de ave datado do Jurássico(150 milhões de
anos!); esse animal era pouco maior que um pombo, tinha ossos compactos e pesados, dentes e uma
longa cauda de lagarto, com penas. Já era voador, embora suas asas mostrem três pequenos dedos
livres, com garras e uma longa cauda lembrando muito mais um réptil.
● os cientistas acreditam que o Archaeopteryx teve um ancestral comum com as aves atuais!
MAMÍFEROS
● evoluíram de répteis terapsidas, há 200 milhões de anos!
● JURÁSSICO ("setembro").
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Etapas Evolutivas
Os vertebrados são animais dióicos, com fecundação interna ou externa, havendo espécies com
desenvolvimento direto e outras com desenvolvimento indireto. Os mecanismos e estruturas
reprodutivas dos diferentes vertebrados refletem a tendência evolutiva do grupo no sentido de
conquistar o ambiente terrestre. Tal tendência se revela especialmente nas adaptações representadas
pela fecundação interna e anexos embrionários, relacionados à proteção, nutrição, respiração e excreção
do embrião.
Podemos dividir os vertebrados em 7 classes: ciclóstomos, condríctios (peixes cartilaginosos), osteíctios
(peixes ósseos), anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
Classe Cyclostomata
a) Não possuem mandíbulas (= Agnatos). A boca tem forma circular (= ciclóstomos).
b) O corpo é cilíndrico. A boca apresenta dentes córneos que servem para raspar e depois o
animal suga seu hospedeiro (sangue do peixe). São, portanto, ectoparasitas aquáticos como as
lampréias (Petromyzon) e feiticeiras (Myxine).
c) As lampréias são dióicas. A reprodução é sexuada, com fecundação externa e ocorre nos
rios (sobem do mar = anádromos) e no mar. As larvas "cegas" (= amocetes, semelhantes ao
anfioxo) podem permanecer enterradas na lama dos rios de 1 a 6 anos e depois vão para o
mar. Portanto, são migradores. A feiticeira desova no mar; tem desenvolvimento direto;
parasita brânquias de peixes ou se alimenta de poliquetas.
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Etapas Evolutivas
Superclasse Pisces
Os peixes são vertebrados gnatostômios, dotados de nadadeiras pares e recoberta por escamas.
Exclusivamente aquáticos, possuem respiração branquial. O coração possui duas câmaras, a circulação
é fechada; rins do tipo mesonefro. São pecilotérmicos.
Com numerosos representantes marinhos e dulcícolas, a superclasse dos peixes subdivide-se em duas
grandes classes: Chondrichtyes-peixes cartilaginosos e Osteichthyes-peixes ósseos.
Classe Chondrichtyes (peixes cartilaginosos)
a)São cordados, vertebrados, gnatostômios que possuem esqueleto formado por cartilagem.
São pecilotérmicos (poiquilotérmicos) ou heterotérmicos.
b) São aquáticos, respiram por brânquias, possuem 5 ou 7 fendas branquiais, mas não
apresentam opérculo.
c) Diferem dos peixes ósseos por apresentarem a boca na posição ventral, a nadadeira
caudal heterocerca e no tubo digestivo a válvula espiral.
Trajeto da água, na
respiração dos
condrícties
e) Os órgãos dos sentidos são: olhos, sistema olfativo, ouvido interno e linha lateral (=
fonorreceptora: percebe a distância dos centros transmissores de sons, direção e velocidade
de correntes de água, localização de objetos fixos ou móveis na água).
f) São dióicos. A reprodução é sexuada, com fecundação interna. Nos machos as
nadadeiras pélvicas são modificadas em órgãos de cópula (= cláspers). Há espécies ovíparas
e vivíparas. Apresentam como anexo embrionário apenas o saco vitelino.
g) A circulação é do tipo fechada e simples, em todos os peixes. Pelo coração passa apenas
sangue venoso.
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Etapas Evolutivas
Em algumas espécies a bexiga natatória não está ligada ao tubo digestivo (peixes fisoclistos). Quando a
bexiga natatória está ligada ao tubo digestivo os peixes são do tipo fisóstomos.
e) As escamas são de origem dérmica e dos tipos ciclóide e ctenóide.
Saco vitelino
Condríctios Osteíctios
Grupos
Ordem (elasmobrânquios) (teleósteos)
Características
Escamas Placóides Ciclóides e ctenóides
Nadadeira caudal Heterocerca Homocerca
Nadadeiras pélvicas Copuladoras (cláspers) "Não-copuladoras"; "nadadeira anal"
Opérculo Ausente Presente
Arcos branquiais Cinco a sete pares Quatro pares
Prega espiral Presente Ausente
Cecos pilóricos Ausentes Presentes, um ou mais
Bexiga natatória Ausente Presente
Fecundação interna. Fecundação externa.
Reprodução
Ovíparos, ovovivíparos e vivíparos. Ovíparos
Boca Ampla e vental Voltada para frente = extremidade
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Etapas Evolutivas
Classe Amphibia
Os anfibios são vertebrados gnatostômios, tetrápodes, pecilotérmicos. Seu corpo é revestido por pele nua,
sem escamas ou outros anexos.
Adaptados para viverem fora da água na fase adulta, porém, dependem da água para a reprodução, pois
são de reprodução sexuada, com fecundação externa e a forma larval (girino dos anuros) só respira por
brânquias. Após sofrerem a metamorfose, passam a respirar pelos pulmões e principalmente pela pele
(respiração cutânea) e assim precisam da água para manterem a pele sempre úmida.
O esqueleto é predominantemente ósseo.
Os anfíbios:
a) São cordados, vertebrados, gnatóstomos, que não possuem escamas, penas ou pêlos como
anexos da pele (= pele lisa). Pecilotérmicos e tetrápodas.
ventrículo. No ventrículo ocorre mistura de sangue venoso com arterial (circulação dupla e
incompleta).
e) A articulação do crânio com a 1a vértebra da coluna é feita por dois côndilos ou saliências
do crânio que possibilitam a movimentação da cabeça para cima e para baixo, mas não
lateralmente.
f) Na boca possuem pequenos dentículos para defesa e apreensão das vítimas; a língua é
muito desenvolvida e presa na parte anterior.
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Etapas Evolutivas
Diversidade
Embora os anfíbios mais conhecidos sejam os sapos e rãs, há três ordens atuais que contam com
aproximadamente 3.000 espécies:
1) ANUROS que incluem sapos (com duas glândulas de veneno = paratóides), rãs (não possuem
glândulas de veneno), pererecas (com ventosas adesivas nas pontas dos dedos). Não possuem cauda na
forma adulta.
2) URODELOS, com cauda na forma adulta. Não são conhecidos popularmente no Brasil. A
salamandra e o tritão existem nos EUA, Japão, China, América Central. A salamandra mexicana
Ambystoma (Axolotl), é uma forma larval que se reproduz sexuadamente (= neotenia).
Observação
NEOTENIA
Algumas espécies de salamandras (anfíbios com cauda = Urodelos) não completam a metamorfose,
permanecendo com as características morfológicas da larva, mas tornando-se sexualmente maduras,
em condições de se reproduzir. Esses organismos vivem toda a sua vida no ambiente aquático e respiram
por brânquias externas.
É o caso do axolotle ou Axolotl (Ambystoma), que não completa a metamorfose e torna-se sexualmente
maduro. O Axolotl vive em lagoas frias nas montanhas do oeste dos Estados Unidos. Em outras
localidades onde o clima é mais quente, essas salamandras completam a metamorfose antes de atingir a
maturidade sexual, dando origem a adultos terrestres: a salamandra-tigre. Neste caso, é a condição
climática mais fria que inibe a metamorfose e estimula o amadurecimento sexual da larva.
Em outras espécies de salamandras, a metamorfose nunca se completa mesmo que se alterem as
condições ambientais. As larvas tornam-se sexualmente maduras, reproduzindo-se normalmente. É o
caso do Necturus e do Pseudobranchus.
Necturus Salamandra
Axolotle Pseudobranchus
3) ÁPODES ou GIMNOFIONOS ("cobras nuas"), que não possuem patas locomotoras. Vivem
normalmente enterrados no solo, como as cobras - cegas ou cecílias.
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Etapas Evolutivas
Classe Reptilia
Vertebrados que conquistaram efetivamente o meio terrestre, pois são de fecundação interna, ovíparos
(ovos com casca) na maioria, vivíparos (sucuri) ou ovovivíparos (Crotalus - cascavel; Bothrops - jararaca;
urutu). Possuem anexos embrionários: saco vitelino, córion, âmnion, alantóide. Excretam ácido úrico.
Não sofrem metamorfose e a pele é seca e impermeável, protegida por escamas ou placas de queratina
(proteína). A respiração é sempre pulmonar, desde o nascimento, inclusive nos aquáticos.
d) O aparelho circulatório apresenta um coração com duas aurículas e dois ventrículos, mas
há mistura de sangue venoso com arterial nos ventrículos (circulação dupla e incompleta).
Apenas nos Crocodilianos não há mistura dos sangues (circulação dupla e completa).
e) A articulação do crânio com a 1a vértebra é feita por um côndilo ocipital, o que permite
movimentos da cabeça mais amplos, quando comparados com os anfíbios.
f) Possuem boca com dentes, exceto as tartarugas que possuem bico. O tubo digestivo é
completo e termina na cloaca, juntamente com os aparelhos reprodutor e excretor.
g) Enquanto peixes e anfíbios apresentam rins mesonefros (torácicos), de répteis em diante os
rins serão metanefros (abdominais), melhorando muito a capacidade filtradora do sangue.
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Etapas Evolutivas
Diversidade
Existem cerca de 6.000 espécies atuais que estão divididas em 4 ordens:
1) Rincocéfalos: tem apenas uma espécie atual, o tuatara (Sphenodon punctatum) da Nova Zelândia,
com até 60 cm de comprimento – apresentam ainda o 3º olho na cabeça, que evolutivamente formará a
glândula pineal!
2) Quelônios: tartarugas (mar e água doce), jabutis (terrestres), cágados (água doce). Possuem carapaça
protetora dorsal e plastrão ventral, resultantes da soldadura das placas com os ossos.
Jabuti
3) Escamados: aqui estão contidas a maioria das espécies de répteis. Possuem escamas, como cobras e
lagartos:
Lacertílios:- em geral com 4 patas locomotoras e desprovidos de dentes: lagartos,
lagartixas, camaleões, teiús, iguanas, cobras-de-duas-cabeças, Heloderma (venenoso).
Dragão-voador Camaleão
Cobra-de-duas-cabeças Iguana
Ofídios:- ápodos, representados pelas cobras. Possuem dentes e não possuem o osso
esterno. Apresentam estreptostilia (abertura bucal de quase 180o). As venenosas têm dentes
inoculadores de veneno produzido em glândulas salivares modificadas, além de fosseta
loreal termorreceptora. Os venenos podem ser neurotóxicos (cascavel, coral verdadeira),
proteolíticos (Bothrops), hemolíticos (cascavel), coagulantes (Bothrops).
Crotalus (cascavel)
+ +
(locais secos e pedregosos)
Brothrops (urutu, jararaca)
+ +
(também: rios, lagos e sobre árvores)
Micrurus (coral)
+
(preferentemente subterrânea)
4) Crocodilianos:- possuem placas córneas, patas e uma cauda musculosa. São os jacarés e crocodilos. É
um grupo com poucas espécies (23) atuais.
Reprodução
Os répteis são dióicos e a fecundação é interna, havendo um ou dois órgãos copuladores que
desinvaginam da cloaca durante a cópula. A maioria dos répteis é ovípara; os ovos ricos em vitelo, têm
casca que os protege contra a dessecação e são incubados em buracos cavados no chão (mesmo os répteis
de hábitos aquáticos desovam em terra). Algumas espécies de ofidios são ovovivíparas: o embrião se
desenvolve dentro do ovo, no interior do organismo materno; há também espécies vivíparas.
O desenvolvimento é direto: dos ovos eclodem pequenos répteis semelhantes aos adultos, na forma e
atividades.
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Etapas Evolutivas
Classe Aves
Cordados, vertebrados, bípides, craniados, amniotas, alantoidianos, deuterostômios, celomados,
homeotérmicos e possuem penas.
c) São animais dióicos, ovíparos com casca calcária. A reprodução é sexuada, com
fecundação interna. A união dos gametas ocorre no oviduto, antes da formação da clara e
casca do ovo.
d) A pele é seca, sem glândulas, com exceção da glândula uropigiana que existe em muitas
espécies. Esta glândula produz secreção que impermeabiliza as penas.
e) As penas são de três tipos básicos:
1) Rêmiges das asas (propulsão);
f) O tubo digestivo tem como particularidades: o bico sem dentes, o papo, a moela e termina
na cloaca.
g) Não possuem bexiga e o excreta nitrogenado é o ácido úrico, eliminado junto com as
fezes.
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Etapas Evolutivas
Diversidade
A classe das aves possui numerosos representantes, que podem ser reunidos em dois grupos, segundo a
forma do esterno.As aves ratitas possuem esterno achatado, asas reduzidas ou ausentes, não sendo
capazes de voar; entre seus representantes estão o Kiwi da Nova Zelândia, as emas sul-americanas e o
avestruz africano.
As aves carinatas possuem o esterno com uma quilha ou carena, onde se inserem os fortes músculos
peitorais que acionam as asas, permitindo o vôo. Este grupo reúne a maioria das aves, distribuídas em
muitas ordens, exibindo grande diversidade de forma do corpo, bico e patas, além da coloração das penas.
Reprodução
As aves são animais dióicos, com fecundação interna e ovíparos. Geralmente há acentuado dimorfismo
sexual, manifestado principalmente pela plumagem mais colorida e desenvolvida e pela emissão de canto
mais rico dos machos. As fêmeas têm um só ovário, ao qual se segue uma trompa, um oviduto e um útero
que se abre na cloaca. Do ovário sai a gema (óvulo) que cai na trompa e recebe camadas de albumina
(clara) enquanto passa pelo oviduto. A casca calcárea é formada enquanto o óvulo permanece no útero. O
ovo eliminado pelas aves pode ser um óvulo, ou um zigoto, caso haja fecundação.
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Etapas Evolutivas
Classe Mamalia
Cordados, vertebrados, tetrápodos, craniados, amniotas, alantoidianos, deuterostômios, celomados,
homeotérmicos que possuem pêlos e amamentam seus filhotes. Pêlos dos mamíferos, penas de aves e
escamas de répteis são anexos da pele formadas por queratina.
a) Há espécies que vivem na terra, outras na água doce ou salgada e ainda os morcegos que
voam.
b) São animais dióicos e podem ser ovíparos como o ornitorrinco e equidna ou vivíparos e
placentários.
c) Além dos pêlos podem ter ainda glândulas de vários tipos (sudoríparas, sebáceas) e
principalmente glândulas mamárias (amamentação dos filhotes).
d) Com exceção dos monotremados, todos os mamíferos possuem tubo digestivo completo
h) O coração tem dois átrios e dois ventrículos (circulação dupla e completa). A curvatura
(crossa) da artéria aorta é para a esquerda. A circulação é dupla e completa.
i) As hemácias adultas em circulação são anucleadas.
j) Possuem bexiga urinária e a excreção da uréia é feita dissolvida na água, constituindo a
urina.
l) O encéfalo dos mamíferos é relativamente mais desenvolvido do que os outros grupos de
vertebrados.
Os mamíferos são os vertebrados mais evoluídos, com inúmeras características adaptativas que lhes
permite ampla distribuição geográfica. Seus representantes são numerosos e diversificados, ocupando os
mais diversos ambientes.
As principais características dos mamíferos, que os diferenciam de todos os outros vertebrados, são:
● pêlos: recobrindo total ou parcialmente a superfície do corpo, contribuem para a manutenção da
temperatura corporal;
● glândulas mamárias: presentes em todas as fêmeas de mamíferos, secretam leite, que serve de
alimento aos filhotes;
● cérebro e sentidos bem desenvolvidos, o que lhes confere grande agilidade para captura de presas
e fuga;
● viviparidade: o desenvolvimento do embrião ocorre sempre dentro do organismo materno, no
interior do útero, o que confere ao embrião proteção e alimento, fornecido através da placenta,
anexo embrionário exclusivo dos mamíferos;
● diafragma: músculo que atua nos movimentos respiratórios, localizado entre a cavidade torácica e
abdominal;
● hemácias anucleadas;
● dentes adaptados à captura de alimentos e mastigação eficiente; diferenciados em incisivos, caninos
e molares, têm importância sistemática.
Reprodução
Os mamíferos são todos dióicos, havendo nítido dimorfismo sexual na maioria das espécies: os machos
apresentam genitália externa e as fêmeas possuem glândulas mamárias na região abdominal ou peitoral. A
fecundação é interna e o desenvolvimento é direto, também interno. Como anexos embrionários, os
mamíferos possuem âmnio, alantóide e placenta. Algumas características do processo reprodutivo são
utilizadas na classificação dos mamíferos.
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Matérias > Biologia > Reino Animal (Metazoa) > Filos > Cordados: Protocordados e Vertebrados >
Etapas Evolutivas
Diversidade
Os mamíferos podem ser subdivididos em três grandes grupos: Monotremados, Marsupiais e Placentários.
1) Monotremados (Prototérios) - os mamíferos mais primitivos (Austrália e Tasmânia), únicos mamíferos
ovíparos, possuem cloaca e bico, mas produzem leite para amamentar seus filhotes. Não há mamilos.
Neles não há placenta, útero e vagina (adelfos).
Exemplo:
Ornitorrinco (bico-de-pato) e eqüidna (corpo coberto de espinhos).
Ornitorrinco
2) Marsupiais (Metatérios) - possuem o marsúpio ou bolsa marsupial, onde o embrião está protegido,
"mama" e termina o seu desenvolvimento.
Exemplo:
Canguru, gambá e cuíca (Brasil), coalas e o lobo-da-tasmânia.
Esse grupo predomina na Austrália. As fêmeas possuem dois úteros reduzidos e duas vaginas (didelfos).
Canguru
Coala
Cuíca Gambá
3) Placentários (Eutérios ou monodelfos - possuem útero desenvolvido e uma só vagina). Estão neste
grupo a maioria das ordens dos mamíferos atuais:
● insetívoros: pequenos, bastante primitivos.
Exemplo:
Toupeira.
● quirópteros: únicos mamíferos voadores (4 dedos unidos pelo patágio); espécies frugívoras,
insetívoras e hematófagas; hibernam durante o dia.
Exemplo:
Morcego.
● desdentados ou xenartros: sem dentes ou com dentes homogêneos; típicos da fauna sul-americana.
Exemplo:
Tamanduá, tatu, preguiça.
● roedores: com dentes incisivos de crescimento contínuo. é o maior grupo dos mamíferos.
Exemplo:
Coelho, capivara, paca, cotia, rato, castor.
● lagomorfos: 2 pares de incisivos desenvolvidos, para roer e 1º par adicional de incisivos superiores
pequenos, atrás do 1º par.
Exemplo:
Coelho, lebre.
● sirênios: mamíferos aquáticos, corpo fusiforme, cauda longa e achatada; membros posteriores
ausentes.
Exemplo:
Peixe-boi (boto),na Amazônia e na Flórida.
● carnívoros: com garras e dentes caninos adaptados para rasgar a presa;dentes carniceiros =
pré-molares e molares.
Exemplo:
Cão, gato, onça, urso, foca, lontra, hiena, leão- marinho, leão.
● proboscídeos: mamíferos com nariz e lábio superior transformados em tromba; incisivos bem
desenvolvidos (presas de marfim).
Exemplo:
Elefantes indianos e africanos.
Exemplo:
Anta, zebra, cavalo, rinoceronte.
● artiodáctilos: herbívoros com casco e dedos em número par; muitos possuem chifres e cornos.
Exemplo:
Porco, javali e hipopótamo = não ruminantes; veado, girafa, camelo, dromedário, boi = ruminantes.
● primatas: crânio grande, olhos frontais, em órbitas voltadas para frente, geralmente capazes de
postura ereta, polegar oponível em relação aos outros dedos.
Exemplo:
Macaco e homem.
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Matérias > Biologia > Parasitologia - Programas de Saúde > Doenças por Protozoários
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Matérias > Biologia > Parasitologia - Programas de Saúde > Doenças por Protozoários
Plasmodium vivax - esporozoário que causa a maleita ou malária. Ele é transmitido pelo mosquito-prego
(pernilongo) Anopheles.
Profilaxia:
a) medidas de saneamento para erradicação do inseto Anopheles.
b) uso preventivo de quinino e derivados, por via oral,pelas pessoas que vivem em zonas
malarígenas.
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Matérias > Biologia > Parasitologia - Programas de Saúde > Doenças por Protozoários
PARASITAS
● Monoxenos (monogenéticos) utilizam um único tipo de hospedeiro para alimentação e ciclo
de reprodução.
Exemplo:
Ascaris; Entamoeba; Giardia; Ancylostoma; etc.
● Heteroxenos (digenéticos) utilizam dois ou mais hospedeiros para alimentação e realização
do ciclo reprodutor:
❍ Hospedeiro intermediário (H.I.) indivíduo onde o parasita se reproduz
assexuadamente. Em geral, é um invertebrado.
Exemplo:
Trypanosoma (no percevejo Triatoma); Leishmania (no mosquito Lutzomyia);
Schistosoma (no caramujo Biomphalaria); Taenia solium (no porco); Wuchereria (no
mosquito Culex); Toxoplasma (no homem); Plasmodium (no homem).
❍ Hospedeiro definitivo (H.D.) indivíduo onde o parasita se reproduz sexuadamente. Em
geral, é um vertebrado.
Exemplo:
Trypanosoma (homem); Leishmania (homem); Toxoplasma (gato); Plasmodium
(mosquito Anopheles); Schistosoma (homem); Taenia solium (homem); Wuchereria
(homem).
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Matérias > Biologia > Parasitologia - Programas de Saúde > Fungos: patogenia
Fungos Patogenia
Importância
● Nas cadeias alimentares, atuam como decompositores, juntamente com as bactérias promovem
a reciclagem da matéria orgânica em sais minerais!
● Substâncias orgânicas como substrato, umidade e ausência de luz ou luz fraca são as condições
requeridas para um bom desenvolvimento da maioria das espécies.
● NA INDÚSTRIA “CURA” = processo pelo qual microrganismos (bactérias ou fungos) agem na
composição do leite. Alteram aroma, sabor e riqueza nutritiva (produzem AA essenciais,
vitaminas). Atuam na produção de queijos: Camembert (leite de ovelha); Roquefort e Gorgonzola.
O Saccharomyces, da fermentação alcoólica, também é usado no preparo de massas de pães e
bolos.
● FARMACOLOGIA
❍ penicilina (Penicillium);
com o centeio; o fungo se desenvolve nas espigas do cereal e pode contaminar a farinha,
matando pessoas que a comem); LSD-25 (Hofmann / 1943 – sintetizado a partir da
ergotamina alucinógeno) não provoca dependência física, mas induz mutações
cromossômicas com anomalias nos fetos);
❍ aflatoxinas (Aspergillus flavus – esse bolor ataca sementes de leguminosas (feijão, soja,
amendoim) e gramíneas (milho, arroz, trigo): lesões hepáticas e até “morte”!
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Matérias > Biologia > Parasitologia - Programas de Saúde > Infecções Bacterianas
Infecções Bacterianas
Algumas doenças bacterianas
Sintomas -
Doença Agente etiológico Via de transmissão
particularidades
ingestão de alimento a doença é causada pela
no qual houve toxina presente no
Clostridium botulinum desenvolvimento da alimento ingerido e não
botulismo
(anaeróbicos estritos) bactéria com liberação pela bactéria, uma vez que
de toxina; geralmente esta não sobrevive no
alimentos enlatados. corpo.
os agentes causadores são
germes que normalmente
contaminação habitam o solo. Em geral
Clostridium perfringes
gangrena gasosa acidental de ferimentos não são parasitas, só
(anaeróbicos estritos)
profundos. causando doença quando
acidentalmente penetram
em um ferimento.
intoxicação aguda, com
Clostridium tetani Ferimentos profundos,
enrijecimento muscular;
tétano (bacilo) provocados por objetos
seríssimos riscos de vida;
(anaeróbicos estritos) contaminados.
vacinação.
acessos de tosse forte e
inalação de ar
prolongada; afeta,
coqueluche Haemophilus pertussis contaminado (saliva;
geralmente, crianças – a
(tosse comprida) (bacilo) secreções da laringe e
vacinação proporciona
brônquios).
controle eficaz.
Corynebacterium diphteriae secreções do nariz placas na faringe (laringe);
difteria
(bacilo) garganta. febre alta; vacinação.
qualquer espécie de
Salmonella pode produzir
contaminação fecal de um ou outro tipo de
gastroenterites Salmonela sp
água ou alimentos. infecção, erroneamente
chamada de intoxicação
alimentar.
ingestão de alimento os sintomas da doença
no qual houve são causados pela toxina
intoxicação Micrococcus pyogenes
desenvolvimento presente no alimento e não
alimentar aureus
bacteriano com pela proliferação das
liberação de toxinas. bactérias.
febre alta, vômito em jato,
inalação de ar
meningite rigidez da nuca; os germes
Neisseria meningitidis contaminado
meningocócica instalam-se nas
(meningococo) (secreções
epidêmica meninges, conduzidos
nasobucais).
pelo sangue.
uretrite, com corrimento,
que se propaga para outros
Neisseria gonorrhoeae doença sexualmente órgãos do sistema genital;
gonorréia
(gonococo) transmissível (DST). doença venérea – a mãe
portadora pode infectar a
criança ao nascer.
evolução lenta; inicialmente
lesão primária, o cancro
duro.Generalização no
sangue e tardiamente
Treponema pallidum doença sexualmente
Sífilis graves lesões no sistema
(espiroqueta) transmissível (DST).
nervoso central; doença
venérea a mãe portadora
pode transmitir a doença
ao feto durante a gravidez.
● ANAERÓBICAS:
❍ estritas: não viverão na presença de O2.
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Matérias > Biologia > Parasitologia - Programas de Saúde > Infecções Bacterianas
Prevenção (profilaxia)
● VACINAS = antígenos controlados ("mortos" ou "atenuados"), que irão provocar a produção de
anticorpos (= IMUNIZAÇÃO ARTIFICIAL ATIVA). Tem efeito preventivo.
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Viroses
Virus
● O vírus da AIDS (= HIV = Human Immunodeficiency Vírus) é um retrovírus, ou seja, seu ácido
nucléico é o RNA, que pela presença da enzima transcriptase reversa, é capaz de produzir DNA,
isto é, uma "transcrição ao contrário", quando estiver parasitando células específicas. Tem forma
esférica, constituída por cápsula de glicoproteínas e lipídios. Foi identificado em 1983 – Instituto
Pasteur – Paris – pelo grupo do Prof. Luc Montaigner, que depois o levou para os Estados Unidos.
O DNA viral integrado ao cromossomo celular é chamado provírus.
Na AIDS ou SIDA (Acquired Immunodeficiency Syndrome ou Síndrome de Imunodeficiência
Adquirida), o vírus ataca o sistema imunológico do organismo, possibilitando a ação de outros vírus e
bactérias oportunistas que acabarão provocando a morte da pessoa.
Quando em contato com os linfócitos T (em especial o T4 = linfócito T auxiliar), ele "injeta" o seu ácido
nucléico, que passa a produzir o material do vírus. Isto pode não ocorrer de imediato e o vírus fica dentro
da célula por tempo indeterminado, não desenvolvendo os sintomas da doença - indivíduo portador.
Etapa da reprodução de um retrovírus em uma célula. (1) Fixação do vírion a receptores da membrana
da célula. (2) Penetração do capsídio. (3) Liberação do RNA viral. (4) Síntese de DNA a partir do RNA
viral. (5) Penetração do DNA viral no núcleo celular. (6) Integração do DNA viral ao cromossomo da
célula. (7) Síntese de RNA viral. (8) Síntese das proteínas virais. (9) Empacotamento do RNA viral com
proteínas formando o capsídio. (10) Incorporação de proteínas virais na membrana celular. (11)
Eliminação do vírion pela célula.
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Além dos linfócitos T auxiliares ou células CD4, que contêm a proteína CD4 na membrana plasmática,
outras células também apresentam essa proteína receptora, sendo, portanto, passíveis de serem infectadas:
40% dos monócitos do sangue, 5% dos linfócitos B (produtores de anticorpos), alguns tipos celulares dos
nódulos linfáticos, no timo, pele, encéfalo, medula óssea vermelha e intestinos.
Os macrófagos atuam como reservatórios do HIV, não sendo destruídos por ele; migram pela corrente
sangüínea para diferentes órgãos do corpo, como o cérebro e os pulmões, causando-lhes prejuízos.
Os linfócitos T auxiliares são células de “memória imunológica”, que estimulam os linfócitos B a
produzirem anticorpos específicos, entre os quais o interferon; estimulam também os linfócitos T
citotóxicos (CD8) que fazem o combate “corpo a corpo”, liberando substâncias (perfurinas) para
destruição de células estranhas ou doentes (aumentam a permeabilidade da membrana e a célula acaba
"estourando").
Sendo assim, por atacar os linfócitos T, o HIV acaba com o sistema de defesa do organismo, permitindo
a ação de outros parasitas como o protozoário Pneumocystis carinii que causa pneumonia (principal
causa da morte por AIDS). Nas pessoas não contaminadas pelo HIV, este protozoário é inofensivo.
Há também o desenvolvimento de uma forma de câncer (Sarcoma de Kaposi) que ataca os tecidos dos
vasos sangüíneos, tecidos da pele, de órgãos internos e sistema nervoso (demência progressiva). Pessoas
com AIDS podem desenvolver meningite causada por Cryptococcus ou infecções cerebrais causadas por
Toxoplasma e fungos. Podem apresentam infecções bacterianas, virais e fúngicas raras, entre elas o
citomegalovírus.
SABER MAIS?
Como diagnosticar a doença?
No caso de indivíduos portadores (não mostrando os sintomas da doença), aplica-se o teste
ELISA (Enzime Linked Immunossorbent Assay) ou Ensaio de Imunoadsorção Ligado à
Enzima, que precisa ser repetido duas vezes com o mesmo sangue, visto apresentar
possibilidade de 30% de erro.
O resultado positivo ao teste Elisa, deve ser conferido com outro teste como o Imunodot ou
o Western-Blot (o mais preciso). Estes testes, porém, não servem para identificar o HIV-2 -
variedade bastante rara do vírus da Aids.
Importância do teste: evitar que os portadores do vírus doem sangue ou transmitam o vírus
para outras pessoas.
O diagnóstico para as pessoas que já apresentam os sintomas da doença poderá ser feito
pelo médico que leva em consideração várias evidências, como: mal-estar geral, suores
noturnos, febre, aumento dos gânglios linfáticos, manchas avermelhadas na pele, diarréia,
etc... e, finalmente, o teste para constatar a presença do vírus no sangue.
De modo geral, 30% das pessoas que entram em contato com o vírus apresentam o quadro de
infecção aguda, após a 3a semana do contágio.
● Tratamento: ainda não existe, de forma definitiva.
AZT (zidovudina - 1987) e outras drogas (na forma de "coquetéis") podem reduzir os
sintomas por vários mecanismos de ação - por exemplo, inibindo a enzima transcriptase
reversa - dificultando a replicação do vírus.
Algumas das outras drogas (fazem parte do coquetel): ddI (didioxiinosine); ddC
(didioxicitidine); d4T (estavudina); 3TC (lamivudina) ...
VACINA: a dificuldade para produção de uma vacina é que o HIV tem grande capacidade de
sofrer mudanças (altamente mutagênico) e apresentar novas variedades.
● Transmissão: o HIV pode ser encontrado no sangue, no sêmen, saliva, lágrimas, leite materno,
líquido cefalorraquidiano, etc ... , de uma pessoa doente. Até agora parece que a transmissão se dá,
principalmente, através do sangue, do sêmen, e possivelmente por secreções vaginais.
O principal modo de transmissão se dá pelo ato sexual. Pode também ocorrer pela transfusão de sangue,
seringas ou material cirúrgico contaminados, placenta de mães infectadas pelo HIV, leite materno de
mães contaminadas pelo HIV, etc.
Grupos de risco:
a) homossexuais e bissexuais masculinos.
b) consumidores de drogas injetáveis.
c) hemofílicos que necessitam de transfusões e outros.
d) heterossexuais que mantém relações com grupos de risco sem proteção, etc.
● Medidas preventivas: - evitar a promiscuidade; nas relações sexuais, utilizar camisa-de-vênus
(camisinha); não utilizar objetos que possam transportar sangue, como seringas e agulhas não
esterilizadas. Tomar as precauções possíveis no caso de ter que fazer transfusões sangüíneas.
● Muitas são as doenças causadas pelos vírus - as viroses - altamente contagiosas, sendo que as
“únicas defesas” são a fagocitose e produção de anticorpos, através de variados tipos de leucócitos.
Poucas drogas se mostram eficazes em destruir os vírus sem causar sérios efeitos colaterais.
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contaminação através de
fiscalização rigorosa dos
transfusão de sangue de o vírus ataca os linfócitos bancos de sangue, para
pessoas infectadas pelo HIV, T (T4), que são as células evitar distribuição de
do uso de instrumentos
encarregadas da defesa sangue contaminado.
cirúrgicos ou seringas
síndrome da imuno- imunitária do organismo, Esterilização rigorosa dos
contaminados e também
deficiência adquirida tornando-o incapaz de instrumentos cirúrgicos e
(AIDS) através do ato sexual, uso de agulhas e seringas
quando o vírus penetra por resistir às infecções
oportunistas. O indivíduo descartáveis. Prevenção
microfissuras das mucosas de possível contágio no
dos órgãos genitais. Ainda afetado geralmente morre
de infecção generalizada. ato sexual pelo uso de
não se sabe se há outras
preservativos (camisinhas).
formas de contágio
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Verminoses
Platelmintos - vermes achatados
Platielmintes + Asquielmintes + Anelídeos = VERMES, pois são invertebrados de corpo longo e sem
membros locomotores.
Nas espécies de vida livre o desenvolvimento é direto, sem larvas. Entre os parasitas o
desenvolvimento é indireto, havendo geralmente dois hospedeiros (parasitas heteroxenos ou digenéticos)
; um que abriga as formas adultas (H.D. = hospedeiro definitivo) e o outro as formas larvais (H.I.=
hospedeiro intermediário).
Classe Tremátodos:
● ecto ou endoparasitas, epitélio com cutícula protetora, tubo digestivo incompleto. Podem ser
hermafroditas ou dióicos (sexos separados e dimorfismo sexual Schistosoma). O
desenvolvimento indireto apresenta vários tipos de larvas.
Exemplo
Schistosoma mansoni tamanho 1,5 cm; a fêmea fica alojada no canal ginecóforo do macho. Fasciola
hepatica doença fasciolose (fígado de carneiros, bois).
Ciclo do Schistosoma mansoni
No homem (H.D.) os vermes adultos se instalam no sistema de veias porta-hepáticas. Após a reprodução
sexuada, os ovos desses vermes são eliminados para o intestino e sairão com as fezes humanas.
No meio ambiente (H2O doce) o ovo origina a larva ciliada miracídio, que nadando ativamente deve
encontrar o caramujo da família planorbídeo e gênero Biomphalaria (H.I.). No interior do caramujo o
miracídio evolui formando um esporocisto, dentro do qual irão formar-se as larvas cercárias. Essas
larvas de cauda bifurcada abandonam o caramujo e nadando na água deverão penetrar ativamente pela pele
humana “ lagoa de coceira!”
Sintomas: cansaço, graves problemas gastrointestinais, grande inflamação do fígado e baço
(hepatoesplenomegalia) e daí “barriga d’água” (ascite).
Observação
O estágio de rédia no quadro só ocorre na Fasciola.
Profilaxia
a) saneamento básico (rede de canalização e tratamento de água e esgotos);
b) combate aos caramujos (inclusive o controle biológico peixes que se alimentam do
caramujo, por exemplo).
c) evitar o contato com águas possivelmente infestadas.
Observação
A Fasciola hepatica, causadora da fasciolose em bois e carneiros, tem um ciclo semelhante ao da Taenia,
porém:
a) o caramujo (H.I.) é do gênero Lymnaea.
b) no interior do esporocisto, primeiramente desenvolve-se o estágio larval rédia, o qual irá
evoluir para cercária, e então,abandonar o caramujo.
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Classe Cestóides
● Endoparasitas. Cabeça (escólex) com ganchos e ventosas + segmentos (proglotes). Epitélio com
cutícula protetora e assimiladora. Tubo digestivo ausente.
Exemplo
Solitárias (tênias).
Reprodução
● hermafroditas. Cada proglote tem aparelho reprodutor masculino e feminino. Desenvolvem larvas
infectantes (= oncosfera = hexacanto).
Teníase
● Taenia solium (porco) e Taenia saginata (boi). São parasitas heteroxenos.
Ciclo da solitária
● No homem (H.D.): um verme adulto, no tubo digestivo, produz proglotes maduras e grávidas com
ovos, que são eliminadas com as fezes. No porco (H.I.) ou no boi, os ovos ingeridos com alimento
ou água contaminados, desenvolvem a larva oncosfera ou hexacanto, que atravessa o intestino e
se fixa nos músculos formando o cisticerco. O homem ao ingerir a carne crua ou mal cozida vai
desenvolver a teníase, que provoca vômitos, diarréias e dores abdominais.
Cisticercose
● quando o homem ingere água ou alimentos contaminados pelos ovos da Taenia solium e que
poderão formar cisticercos no cérebro ou outro órgão vital.
Profilaxia
a) saneamento básico;
b) não ingerir carne de porco ou boi crua ou mal cozida.
EQUINOCOCOSE (hidatidose)
● O Echinococcus granulosus tem no cão (raposa, lobo), seu H.D. (hospedeiro definitivo). Com as
fezes desses animais doentes, serão eliminadas as proglotes grávidas, que contaminarão a água ou
alimentos do carneiro e circunstancialmente do homem (H.I. = hospedeiro intermediário). Nos
pulmões, fígado e pâncreas irão desenvolver-se cistos hidáticos com volume superior a uma laranja,
podendo acarretar na morte.
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Ciclo do Ascaris lumbricoides (lombriga): uma só fêmea pode eliminar, junto com as
fezes da pessoa parasitada, cerca de 200 mil ovos por dia. No intestino podem ser
encontrados muitos desses vermes. É um parasita monoxeno (= só usa um tipo de
hospedeiro). Os ovos podem ficar no ambiente durante longo tempo e poderão ser
ingeridos com água ou alimento. Passa pelo estágio larval rabditóide e em seguida o
estágio filarióide vai do intestino para o sangue, fígado, coração, pulmões (onde o
verme torna-se adulto), traquéia e é novamente deglutido, instalando-se no intestino.
Além dos sintomas abdominais, como cólicas e obstrução intestinal, provoca também,
problemas pulmonares, crises semelhantes a asma ou broquite.
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Matérias > Biologia > Embriologia Animal > Tipos de óvulos (ovos): classificação e ocorrência
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Matérias > Biologia > Embriologia Animal > Tipos de óvulos (ovos): classificação e ocorrência
HETEROLÉCITOS TELOLÉCITOS
OLIGOLÉCITOS (mediolécitos) (megalécitos) CENTROLÉCITOS
(alécitos)
(telolécitos incompletos) (telolécitos completos)
Moluscos
Poríferos Platielmintes Artrópodos
cefalópodos
Celenterados Asquielmintes PEIXES
Equinodermos Anelídeos RÉPTEIS
Moluscos
Protocordados gastrópodos AVES
lamelibrânquios
MAMÍFEROS ANFÍBIOS
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Matérias > Biologia > Embriologia Animal > Segmentação (clivagem): tipos
● Parcial superficial = ocorre nos ovos centrolécitos, como os dos insetos. O núcleo
vai se dividindo sucessivamente e os núcleos resultantes migram para a periferia do
ovo. Nesse local são formadas as membranas celulares, apresentando-se uma camada
de células, a blastoderme, que envolve a cavidade central.
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Matérias > Biologia > Embriologia Animal > Desenvolvimento Embrionário do Anfioxo
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Matérias > Biologia > Embriologia Animal > Desenvolvimento Embrionário do Anfioxo
● Gastrulação.
As modificações sofridas pela blástula leva ao estágio de gástrula. O pólo
vegetativo se invagina, os macrômeros invadem a blastocele migrando em
direção aos micrômeros.
A invaginação do pólo vegetativo acaba por obliterar a blastocele surgindo uma
nova cavidade delimitada pelos macrômeros. Essa cavidade é o arquêntero,
intestino primitivo do embrião, que se comunica com o meio externo através de
uma abertura ou boca primitiva, o blastóporo.
A gástrula apresenta dupla camada de células circundando o arquêntero. A
camada externa, constituída por micrômeros é a ectoderme. A camada interna
é constituída por macrômeros e denomina-se endoderme. Na endoderme há uma
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Matérias > Biologia > Embriologia Animal > Desenvolvimento Embrionário do Anfioxo
● Organogênese no anfioxo.
A partir da gástrula inicial, ocorre um achatamento dorsal do embrião do
anfioxo – a placa neural – que será coberta pela ectoderme. Esta placa sofrerá
um dobramento e terminará formando o tubo neural (tubo nervoso).
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Matérias > Biologia > Embriologia Animal > Desenvolvimento Embrionário do Anfioxo
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Matérias > Biologia > Embriologia Animal > Folhetos Embrionários: tipos e funções
● somitos: ● vértebras
● derme
epímero (dorsal) ● tecido muscular
Mesoderme
● tecido ósseo
mesômero (médio)
● sistema circulatório
hipômero (ventral) ● aparelho urogenital
revestimento interno do aparelho digestório
revestimento do
Endoderme revestimento interno do aparelho respiratório
arquêntero
revestimento interno da bexiga, fígado e pâncreas
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Matérias > Biologia > Embriologia Animal > Folhetos Embrionários: tipos e funções
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Matérias > Biologia > Embriologia Animal > Folhetos Embrionários: tipos e funções
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Matérias > Biologia > Embriologia Animal > Folhetos Embrionários: tipos e funções
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Matérias > Biologia > Embriologia Animal > Folhetos Embrionários: tipos e funções
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Anexos embrionários.
Além de darem origem aos diferentes tecidos, órgãos e sistemas do organismo adulto, os três folhetos
embrionários participam da formação dos anexos embrionários dos vertebrados: saco vitelino,
alantóide, âmnion e córion:
ANEXOS EMBRIONÁRIOS - desenvolvimento!
● SOMATOPLEURA (ecto + meso):
● ANIMAIS :
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O saco vitelino envolve o vitelo e garante a nutrição do embrião. O alantóide se forma a partir do tubo
digestivo e tem a forma de uma vesícula; nos répteis e nas aves ele tem por função recolher excretas do
embrião e permitir as trocas respiratórias através da casca. O âmnio, contendo água, envolve todo o
embrião e oferece proteção contra traumatismo e ressecamento. O córion é a película mais externa e se
justapõe à casca que envolve o ovo dos répteis e aves, exercendo função respiratória.
Nos embriões de mamíferos apresenta-se uma formação especial, a placenta, através da qual o embrião
realiza, com a corrente circulatória da mãe, as trocas alimentares e gasosas, além da eliminação dos
excretas. A placenta resulta de composição mista: endométrio uterino da mãe + cório e alantóide
modificado (cordão umbilical = alanto-córion) do embrião.
A placenta apresenta projeções do córion (vilosidades coriônicas) que penetram na espessa camada do
endométrio, o qual é ricamente vascularizado durante a gravidez. Os vasos sangüíneos do embrião se
ramificam pelas vilosidades coriônicas e ficam muito próximos do sistema sangüíneo da mãe.
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Embriologia experimental
Enquanto cresce o embrião deve manter o padrão genético nas novas células que vão se
formando. Esse papel é executado pelo DNA, mas como fazer para que a partir do zigoto,
todos os bilhões de células sigam “o caminho e as instruções necessárias, com velocidade e
precisão desejáveis?”
No embrião, os “comandos” seguem uma “seqüência previamente programada”. Os genes
não funcionam todos aos mesmo tempo ! Enquanto um conjunto deles está ativo na
codificação do processo de desenvolvimento, outros tantos genes permanecem “dormentes”,
até “o momento de serem ligados” ! Por exemplo, o olho do embrião só se forma depois de
aparecer o tubo nervoso; este só aparece depois da formação das três camadas germinativas
(ectoderme, mesoderme, endoderme) que, por sua vez, só se diferenciam depois da formação
de um tubo digestivo primitivo !
Ao fim do desenvolvimento embrionário humano, todas as células do embrião contêm os
mesmos 46 cromossomos que estavam no zigoto inicial, com as mesmas informações acerca
do todo o organismo. Se a informação genética é idêntica em todas as células que foram
formadas por mitose, por que estas são tão diferentes?
No início da década de 1930, diversos experimentos foram realizados para verificação da
importância do núcleo no papel da diferenciação celular.
Os resultados indicam categoricamente que os genes controlam a atividade do citoplasma,
definindo os "rumos da diferenciação celular. Porém, como todas as celulas vão se formando
através das mitoses, devemos admitir que núcleos com carga genética igual podem
funcionar de formas diferentes, se estimulandos convenientemente.
Assim, apesar de todos os genes estarem presentes em todos os núcleos das células do
embrião, nem todos os genes funcionam ao mesmo tempo.
Algum “fator exterior ao núcleo” deve ser capaz de “ligar” ou “desligar” determinados
genes, em cada tipo de célula !
Experimentos com embriões demonstraram que certos grupos de células, numa determinada
fase, influenciam o desenvolvimento e a diferenciação de outros grupos. Esse fenômeno é
chamado indução embrionária. É muito provável que as células da região indutora
produzam substâncias que se difundem até a região induzida, estimulando-a a se
diferenciar de um certo modo (seguindo um certo destino !). Assim, de forma coerente,
substâncias feitas por certas células poderiam estimular o funcionamento do núcleo de
outras células vizinhas (“despertando genes que estavam dormentes” !), que passariam a se
diferenciar e, por sua vez, poderiam induzir o desenvolvimento de um terceiro grupo celular.
Acompanhe um processo de indução embrionária bem conhecido:
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Diversas formações aumentam a aderência entre as células epiteliais vizinhas, por exemplo, os
desmossomos e as interdigitações.
Célula epitelial.
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● sensoriais;
● ciliados;
● secretores (glandulares);
● de absorção.
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Os epitélios ciliados têm células com a superfície livre coberta por um grande número de cílios (cerca de
200 a 250 por célula). O batimento coordenado dos cílios garante o deslocamento de substâncias sobre as
células.
Dentre os epitélios de absorção convém salientarmos o da mucosa intestinal, cujas células têm um grande
número de microvilosidades.
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As glândulas exócrinas pluricelulares são classificadas, pela forma, em três tipos básicos:
1- Tubulosas
2- Glândulas acinosas
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3- Túbulo-acinosas
Apresentam longos canais ramificados e na extremidade de cada um há um ácino, que é a única região
secretora. São deste tipo as glândulas submaxilares e sublinguais (salivares), as lacrimais e a porção
exócrina do pâncreas. As glândulas podem ser ainda analisadas sob outros dois aspectos: a natureza
química e a origem da secreção.
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Glândulas mucosas
Fabricam muco, uma secreção viscosa, de natureza glicoprotéica.
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II- Apócrinas
Nestas, as células secretoras perdem uma parte do seu protoplasma, que se mistura à secreção elaborada.
A fim de reiniciar a secreção, tais células devem regenerar a parte apical perdida. São as glândulas
mamárias e as sudoríparas modificadas, existentes nas axilas e região perianal.
III- Holócrinas
Aqui, as células secretoras, enquanto acumulam a secreção gordurosa, vão se avolumando e
desintegrando. Constituem uma massa sebosa que é inteiramente afastada para o canal da glândula.
A secreção volta a ocorrer a partir de novas células que serão repostas. São as glândulas sebáceas da pele
dos mamíferos.
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A pele é o maior órgão de nosso corpo. Representa cerca de 15% do peso de uma pessoa adulta e está
constituída por duas camadas: a epiderme, mais externa, de origem ectodérmica; e a derme mais interna,
um tecido conjuntivo frouxo, de origem mesodérmica.
A epiderme protege o corpo do atrito e da dessecação. Suas células são repostas continuamente, através
de mitoses do estrato basal ou germinativo, que está em íntimo contato com a lâmina basal. Entre o tecido
epitelial e o tecido conjuntivo há uma lâmina denominada lâmina basal, produzida pelas células epiteliais,
formada por proteína colágeno associada a glicoproteínas e polissacarídeos.
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Matérias > Biologia > Histologia Animal > Tecido Epitelial de Secreção
No tecido conjuntivo logo abaixo da lâmina basal pode ocorrer um acúmulo de fibras reticulares,
juntamente com a lâmina basal, a membrana basal.
A lâmina e a membrana basal servem como estrutura de suporte do epitélio, fixando-o firmemente ao
tecido conjuntivo subjacente. A lâmina basal é permeável ao oxigênio, ao gás carbônico e a alimentos,
permitindo, assim, que as células epiteliais troquem substâncias com os vasos sangüíneos do tecido
conjuntivo. Ela tem características imunizantes, sendo uma barreira à entrada de microrganismos.
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Matérias > Biologia > Histologia Animal > Tecido conjuntivo propriamente dito
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● Tipos:
❍ os fibroblastos: fabricam as proteínas das fibras e a substância amorfa (um tipo de gelatina
que envolve as células e as fibras).
❍ os macrófagos: grandes e amebóides, movimentam-se entre as fibras, fagocitando agentes
infecciosos (bactérias) e os restos celulares. Identificam os invasores estranhos (antígenos) ao
organismo e “alertam” o sistema imunológico (linfócitos T auxiliares).
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● tipos:
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Matérias > Biologia > Histologia Animal > Tecido conjuntivo propriamente dito
❍ ocorre no baço e no timo, onde recebe o nome de tecido linfóide, e na medula óssea
vermelha, onde recebe o nome de tecido mielóide.
b) Adiposo:
● muitas células adiposas e pouca substância intercelular envolvidos por tecido conjuntivo frouxo, que
contém capilares sangüíneos.
● ocorre na região subcutânea e ao redor dos rins e do coração, nas articulações e na medula óssea
amarela.
● apresenta funções de reserva energética, isolamento térmico e proteção contra choques mecânicos.
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Matérias > Biologia > Histologia Animal > Tecido conjuntivo Ósseo e Cartilaginoso
a)Cartilagem hialina
● Fibras: colágenas em quantidade moderada.
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b)Cartilagem elástica
● Fibras: colágenas e grande quantidade de fibras elásticas dão maior elasticidade.
c)Cartilagem fibrosa
● Fibras: colágenas em grande quantidade; é a mais resistente.
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Matérias > Biologia > Histologia Animal > Tecido conjuntivo Ósseo e Cartilaginoso
O Tecido Ósseo
Os ossos são os principais componentes do sistema de sustentação dos vertebrados. Eles constituem
estruturas protetoras (crânio e caixa torácica); garantem maior rendimento do trabalho muscular,
formando eficientes sistemas de alavancas nas articulações; armazenam substâncias gordurosas no
tecido adiposo da medula amarela e executam a hemocitopoiese, na medula vermelha. O osso apresenta
vários tipos de tecidos: fibroso, reticular, cartilaginoso, adiposo, sangue e também fibras nervosas, além
do tecido ósseo que é o predominante.
O osso é, conseqüentemente, um órgão e não deve ser confundido com o tecido ósseo.
O tecido ósseo é o mais rígido do corpo, está caracterizado pela substância fundamental (matriz) sólida,
onde aparece grande quantidade de compostos minerais. Ele apresenta também fibras e suas células típicas
são os osteócitos.
As células ósseas jovens, muito ramificadas, são os osteoblastos.
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Matérias > Biologia > Histologia Animal > Tecido conjuntivo Ósseo e Cartilaginoso
A matriz óssea é mineralizada [Ca3(PO4)2, Mg3(PO4)2, CaCO3 ] e deixa cavidades concêntricas, que são
ocupadas pelos osteoblastos (células jovens) intercomunicados por expansões citoplasmáticas. Essas
ramificações citoplasmáticas percorrem um sistema de canais paralelos entre si, os sistemas de Havers. A
comunicação entre os canais de Havers é feita pelos canais de Volkmann. Passam também, no interior
desses canais, os capilares sangüíneos (oferecendo alimentos e oxigenação às células) e os nervos.
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Matérias > Biologia > Histologia Animal > Tecido conjuntivo Sangüíneo e Linfático
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Matérias > Biologia > Histologia Animal > Tecido conjuntivo Sangüíneo e Linfático
Elementos figurados:
ELEMENTOS FIGURADOS DO SANGUE
Tamanho
Elementos (em
Características Forma Número* Núcleo Citoplasma Grânulos Coloração
Figurados )
4,5 a
HEMÁCIAS Homogêneo
5,5
(glóbulos vermelhos) Discoidal 7a8 Não há com Não há Rósea
milhões /
(eritrócitos) hemo-globina
mm3
LINFÓCITOS Esférico Citoplasma
Esférica 6 a 10 30% Hialino Não há
Grande basófilo
Esférica
Oval ou Citoplasma
MONÓCITOS ou 12 a 20 6% Hialino Não há
reniforme basófilo
amebóide
Esférica
(1ªlinha de defesa) 3 a 5 Citoplasma
ou 10 a 12 60% Granulado 30%
NEUTRÓFILOS lóbulos róseo
amebóide
(eosinófilos) Em geral Grossos, Grânulos
Esférica 10 a 14 3% Granulado
ACIDÓFILOS 2 lóbulos acidófilos vermelhos
Grossos, Grânulos
BASÓFILOS Esférica 8 a 10 1% Irregular Granulado
basófilos azuis
200 mil
Citoplasma
PLAQUETAS a 300
Irregular 2 a 3 Não há Granulado Finos fracamente
(apenas nos Mamíferos) mil por
azulado
mm3
O número de leucócitos é 7 a 9 mil /mm3 e os valores indicados, correspondem à porcentagem média de cada
tipo.
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Matérias > Biologia > Histologia Animal > Tecido conjuntivo Sangüíneo e Linfático
Os mamíferos são os únicos vertebrados em que as hemácias são anucleadas, portanto de vida curta,
sendo continuamente substituídas pelas novas produzidas pela medula vermelha dos ossos. A maturação
dos glóbulos vermelhos exige que a alimentação forneça vitamina B12 e sais de Fe2+ . A deficiência no
número de hemácias circulantes é conhecida como anemia, gerando uma série de diferentes problemas
para os indivíduos portadores.
b)leucócitos ou glóbulos brancos: cuidam da defesa imunológica do organismo, apresentando vários
tipos: linfócitos, monócitos, neutrófilos, acidófilos, basófilos.
● Basófilos: apresentam grânulos contendo heparina (substância anticoagulante) e histamina (altera a
permeabilidade dos vasos sangüíneos durante as reações alérgicas ou inflamatórias, facilitando a
diapedese).
● Acidófilos: o citoplasma apresenta-se com grânulos acidófilos (= grande quantidade de lisossomos);
esses leucócitos estão aumentados em número nos processos e nas doenças alérgicas ! Eles limitam
e circunscrevem o processo inflamatório.
● Neutrófilos: são os mais ativos no processo de defesa, podendo morrer durante a fagocitose que
realizam, resultando nos piócitos (pus dos ferimentos !). Realizam a diapedese, ou seja, atravessam
a parede dos capilares sangüíneos indo combater os microrganismos invasores no tecido conjuntivo
!
● Monócitos: formarão os macrófagos do tecido conjuntivo. Realizam também a diapedese.
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c) plaquetas: são células anucleadas que só aparecem nos mamíferos; vivem aproximadamente 9 dias!
Participam da “fagocitose de alguns tipos de vírus”! A participação fundamental é no processo de
coagulação do sangue.
O número de hemácias pode sofrer grandes variações numa pessoa, em função da altitude ou anemias. No
primeiro caso, as baixas tensões de O2, nas grandes alturas, estimulam a maior produção dessas células e
a entrada de um maior número delas em circulação. Nas anemias pós-hemorrágicas e hemolíticas
(destruição de hemácias), seu número diminuiu.
Na produção de hemácias são indispensáveis fatores nutricionais, como a vitamina B12, o ácido fólico e
ferro.
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Matérias > Biologia > Histologia Animal > Tecido conjuntivo Sangüíneo e Linfático
A hemoglobina
É um pigmento formado por um radical heme (porfirina), com um átomo de ferro (Fe2+). Associado ao
grupo heme ligam-se quatro cadeias polípetidicas (proteína quaternária). Trata- se portanto, de uma
proteína conjugada, do grupo das cromoproteínas. O radical heme é responsável pela cor, dependendo se
está associado com O2 (vermelho) ou CO2 (azulado).
Calcula-se que uma hemácia pode ter cerca de 280 milhões de moléculas de hemoglobina, executando um
eficiente transporte de oxigênio e, em menor escala, de gás carbônico (5%). Com estes dois gases a
hemoglobina forma compostos instáveis, isto é, pode recebê-los e doá-los facilmente.
Temos então:
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Matérias > Biologia > Histologia Animal > Tecido conjuntivo Sangüíneo e Linfático
Linfa
A circulação linfática ocorre no interior de vasos linfáticos, que são de fundo cego e captam do espaço
entre-células a fração de plasma extravasada da corrente sangüínea.
Na composição da linfa não há hemácias e os linfócitos são a grande maioria dos leucócitos. Na
estrutura interna desses vasos há válvulas que impedem o refluxo da linfa que é transportada na direção
do coração, desembocando nas veias subclávias.
No percurso que faz, a corrente linfática atravessa muitos gânglios ou linfonodos, que filtrarão a linfa,
retirando dela vírus, bactérias e resíduos celulares que foram fagocitados pelos linfócitos.
Quando passa pelo intestino a corrente linfática absorve os nutrientes lipossolúveis da digestão: ácidos
graxos e vitaminas A, D, E, K. A fração hidrossolúvel já digerida e absorvida é transportada pela corrente
sangüínea: monossacarídios, aminoácidos, sais, vitaminas do complexo B e vitamina C.
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TECIDO MUSCULAR
● Origem: mesodérmica
● Caracterizado por apresentar células (ou fibras) alongadas com capacidade de contração e distensão,
proporcionando os movimentos corporais.
● Tipos: liso, estriado e cardíaco.
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Diâmetro: 7µm
Tamanho (valores médios) 30µm Centímetros 15µm 100µm
Comprimento: 100µm
Estrias transversais Não há Há Há
Muitos periféricos
Núcleo 1 central 1 central
(sincício)
Discos intercalares Não há Não há Há
Contração Lenta, involuntária Rápida, voluntária Rápida, involuntária
Formam pacotes
Formam camadas bem definidos, os Formam as paredes do
Apresentação
envolvendo órgãos. músculos coração (miocárdio)
esqueléticos
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A contração Muscular
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A energia é inicialmente fornecida pela glicose e armazenada na forma de ATP e como fosfocreatina.
Uma teoria simplificada admite que, ao receber um estímulo nervoso, a fibra muscular mostra, em
seqüência, os seguintes e ventos:
1. O retículo sarcoplasmático e o sistema T liberam íons Ca++ e Mg++ para o citoplasma.
2. Em presença desses dois íons, a miosina adquire uma propriedade ATP ásica, isto é, desdobra o
ATP liberando a energia de um radical fosfato:
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TECIDO NERVOSO
● Origem: ectodérmica.
● Ocorrência: forma o sistema nervoso que, juntamente com o sistema endócrino, comanda e regula
todas as funções orgânicas (metabolismo).
● Principais elementos constituintes: neurônios e células da neuróglia.
O corpo celular apresenta um núcleo esférico, com nucléolo bem evidente;grande quantidade de
mitocôndrias; complexo de Golgi perinuclear; retículo endoplasmático desenvolvido; substância basófila
(substância de Nissl), que se apresenta distribuída no citoplasma e também no interior dos dendritos, mas
não aparece no axônio; corresponde ao retículo endoplasmático rugoso. O citoplasma apresenta
microtúbulos e um conjunto de neurofibrilas (neurofilamentos) dispostas em várias direções, que se
estendem pelo axônio e dendritos.
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São freqüentes, dispersos pelo citoplasma, lisossomos e inclusões (glicogênio e lipídios). Nos neurônios
velhos podem aparecer um pigmento marrom, a lipofucsina, que indica o desgaste da célula.
Os dendritos em geral apresentam grande ramificação ou arborização (dendron = árvore), estabelecendo
numerosas conexões com outras células. Eles não são protegidos por bainhas, como os axônios.
O axônio é um fino filamento que pode ter mais de um metro de comprimento.Há invertebrados, como
as lulas (moluscos), com axônios gigantes, cuja espessura é 1 mm. Graças a eles, tornou-se mais fácil o
estudo da fisiologia dos neurônios.
O axônio pode ter um ramo em ângulo de 90o, o colateral. Neste e na sua região terminal aparecem
muitas ramificações que conectam o neurônio a outras células, constituindo as sinapses. Estas podem ser:
neurônio - neurônio, neurônio - músculo (placa motora) ou neurônio - glândula.
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A neuróglia
Além de neurônios, há no tecido nervoso um conjunto de células de diferentes formas e funções. São as
células da glia ou neuróglia. São menores que os neurônios, porém muito mais numerosas, aparecendo
tanto na substância branca quanto na cinzenta. Exercem sustentação e fabricam mielina, além de
participarem da fagocitose no tecido nervoso e colaborarem na manutenção do metabolismo dos
neurônios.
As principais células da glia são os astrócitos, as micróglias e os oligodendrócitos (oligodendróglias).
Astrócitos são células bastante ramificadas e de núcleo grande e ovalado. Dão suporte e fornecem
alimento para a vasta rede de neurônios. Os astrócitos protoplasmáticos e os astrócitos fibrosos
apresentam muitas de suas ramificações terminando sob a forma de pequenas placas, que assentam na
parede de vasos sangüíneos. Ocorrendo destruição do tecido nervoso, o espaço resultante é preenchido
por astrócitos fibrosos que terminam a cicatrização.
As micróglias possuem células de origem mesodermal, correspondendo a histiócitos do sistema nervoso,
responsáveis pela fagocitose de detritos e restos celulares. São células pequenas, que apresentam muitas
ramificações protoplasmáticas.
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Os oligodendrócitos são células também pequenas, com poucas e curtas ramificações. Daí o nome:
oligo = pouco; dendron = ramificação; cito = célula. Sua função é equivalente às células de Schwann,
formando bainhas que protegem os axônios de neurônios do encéfalo e da medula espinhal.
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Nas células com fibras mielinizadas a transmissão do impulso nervoso só apresenta inversão de
polaridade nas regiões dos nódulos de Ranvier. Como a “onda salta” de um nódulo para outro essa é
uma condução saltatória, apresentando grande aumento de velocidade (quase 100 m/s), quando
comparada com as fibras amielinizadas.
ATENÇÃO!!!
Fibras, no sistema nervoso, são as ramificações das células, em geral nos axônios isolados ou formando
feixes (nos nervos). Conseqüentemente, são diferentes da fibra muscular (que é a célula muscular) e das
fibras protéicas do tecido conjuntivo.
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Os dendritos são, em geral, as estruturas responsáveis pela recepção dos impulsos nervosos, sendo que a
condução desses impulsos, é, quase sempre, função do axônio. Os neurônios conectam-se entre si e aos
órgãos através de um tipo especial de junção, denominada sinapse.
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A sinapse funciona, como uma espécie de relé ou “válvula”, que se fecha, uma vez transmitido o impulso
nervoso. Constatou-se que, embora esse acontecimento seja muito rápido, a sinapse retarda a condução
do impulso em mínimas frações de segundo. As placas motoras (junções neuromusculares) são também
sinapses que tornam possível a efetivação da contração da fibra muscular. Muitas drogas podem
bloquear a passagem do impulso ao nível das sinapses, como é o caso dos anestésicos.
Os neurônios e, portanto, suas sinapses, podem diferir quanto ao tipo de neurotransmissor. Fala-se em
sinapses colinérgicas ou adrenérgicas quando os neurotransmissores são, respectivamente, a acetilcolina
e a noradrenalina.