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Jul/Ago/Setembro - 2008

Atletas Devem Alongar


Antes do Exercício?
Karl B. Fields, MD
Director of Family Medicine Residency e Sports Medicine Fellowship
Moses Cone Health System, Greensboro, NC
Professor e Associate Chairman
University of North Carolina Department of Family Medicine
Craig M. Burnworth, M.D.
Sports Medicine Fellow, Moses Cone Health System, Greensboro, NC
Associate Team Physician, Elon University, Elon, NC
Martha Delaney, M.A.
Administrative Director, Greensboro Area Health Education Center
Research Coordinator, Moses Cone Family Medicine Residency Greensboro, NC

INTRODUÇÃO
PONTOS PRINCIPAIS
Todos os dias, em diferentes locais nos quais se pratica
As tradicionais rotinas de alongamento realizadas durante o aqueci- esportes no mundo todo, atletas preparam-se para com-
mento, antes do exercício podem aumentar a flexibilidade por um curto petir com um ritual familiar de alongar os principais
período de tempo, mas há poucas evidências científicas de que essas grupos musculares requisitados para aquele esporte.
rotinas consigam melhorar o desempenho, diminuir a dor muscular de Essas rotinas de pré-exercícios costumam incorporar
início tardio ou evitar lesões. uma variedade de técnicas de alongamento e exercícios
de aquecimento. Textos de medicina esportiva, artigos
O alongamento regular, por exemplo, 3-5 dias/ semana, isolado do ambien- de periódicos para profissionais de saúde e treinadores,
te de exercício pode ser efetivo para aumentar a flexibilidade e desempenho e publicações leigas promovem o alongamento como
de alguns tipos de exercícios, e isso pode diminuir o risco de lesões, mas fundamental para diminuir o risco às lesões.
é preciso realizar mais estudos para se validar este conceito.
Com tamanha aceitação do alongamento antes do
O alongamento passivo por 15-30s é mais eficiente para aumentar exercício, poderia presumir-se que fortes evidências
a flexibilidade que o alongamento por períodos mais curtos e é tão científicas corroboram sua eficácia para a prevenção da
eficiente quanto o alongamento por períodos mais longos. lesão ou melhora do desempenho. Entretanto, muitas
Aumentar a flexibilidade é importante para atividades como balé, ginástica e publicações científicas questionam a utilização conven-
natação, mas isso pode diminuir a economia de corrida e pode ser inadequado cional do alongamento pré-exercício. Este artigo resume
para o os jogadores de futebol americano e para algumas outras atividades resultados de recentes pesquisas sobre alongamento,
esportivas nas quais a estabilidade das articulações é fundamental. flexibilidade e aquecimento.

O alongamento um pouco antes do exercício pode causar déficit de REVISÃO DE ESTUDOS


força temporário.
Técnica de Alongamento
O risco de lesão aos músculos, tendões e ligamentos parece ser menor Uma grande variedade de tipos de alongamento tem
em atletas que apresentam melhor preparo aeróbico. sido propostos. O alongamento ativo ou dinâmico
propõe que os atletas individualmente façam a con-
Há algumas evidências de que os tradicionais procedimentos de aqueci-
tração de músculos para alongar outros. Sub-tipos
mento que não incluem o alongamento podem melhorar o desempenho
de alongamento ativo incluem estático, isométrico
de alguns tipos de exercícios e diminuir o risco de lesões esportivas.
e balístico. O alongamento passivo e a facilitação

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neuromuscular proprioceptiva (FNP) geralmente envolvem um REVISÃO DE ESTUDOS
parceiro que ajude na atividade. Independentemente do tipo de
alongamento usado, parece que ele é mais eficaz para aumentar Alongamento e Melhora da Flexibilidade
a amplitude de movimento quando realizado após o aquecimento O objetivo de todas as técnicas de alongamento é aumentar a
muscular realizado por exercícios preliminares ou aquecimento amplitude de movimento de uma articulação (ou articulações)
passivo, como por exemplo, com bolsas quentes ou ultrasom aumentando a flexibilidade dos grupos musculares próxi-
(Knight e col., 2001). mos da articulação (articulações). (Flexibilidade é o quanto
um músculo consegue ser alongado com uma determinada
Alongamento estático. O alongamento estático é feito de ma- força. Na prática, uma mudança na flexibilidade é medida
neira lenta e sustentada, ou seja, os atletas devem mantê-lo por por mudanças na amplitude de movimento, portanto, os dois
15-60s. Um exemplo é o alongamento dos músculos isquiotibiais termos, flexibilidade e amplitude de movimento, costumam
e das costas fazendo um lento movimento para frente, para tocar ser considerados sinônimos). Por exemplo, aumentando a
e segurar os tornozelos e os pés na posição sentado fazendo uma flexibilidade dos músculos das costas e dos isquiotibiais na
flexão para frente. O alongamento estático é usado pela maioria dos parte posterior das pernas se consegue aumentar a amplitude
atletas e é incluído em muitos treinos antes das competições. de movimento das articulações da coluna para permitir maior
flexão do tronco, ou seja, a capacidade de curvar o tronco
Alongamento isométrico. Atletas que fazem o alongamento para frente. Todos os tipos de alongamentos conseguem me-
isométrico (uma forma de alongamento estático) tentam contrair lhorar a amplitude de movimento ao redor de cada uma das
o músculo enquanto fazem esforço contra uma resistência fixa. principais articulações pelo menos temporariamente, mas não
No exemplo do alongamento estático apresentado no parágrafo há nenhuma clara evidência que uma dessas técnicas ofereça
anterior, se o atleta fosse contrair os músculos isquiobitiais en- mais flexibilidade.
quanto mantivesse o alongamento, algumas das fibras isquiotibiais
em contração estariam mais alongadas enquanto outras tentariam Bandy e col. (1998) mostraram que o alongamento passivo dos
ficar mais curtas. A idéia é que a contração isométrica por alguns isquiotibiais aumentou a flexibilidade do tronco e promoveu um
segundos permitiria aumentar o alongamento estático e assim alongamento ativo, mas isso não ocorreu na articulação do quadril.
alongar ainda mais o músculo. Na revisão feita por Thacker e col. (2004), alguns estudos apon-
taram maior flexibilidade com a FNP comparado a outros tipos
Alongamento balístico. O alongamento balístico envolve o alon- de alongamento, mas os resultados não foram consistentes e as
gamento rápido de músculos, geralmente com movimentos repetitivos técnicas não eram padronizadas.
ou de balanço para tocar os dedos do pé enquanto está em pé com as
pernas em linha reta. Poucos atletas usam o alongamento balístico, mas Roberts e Wilson (1999) apontam que a duração é importante:
a técnica parece favorecer alguns esportes. Relatos de lesão de tecido alongamentos de 15–30s promoveram alongamento muscular
mole durante o alongamento balístico fez com que muitos instrutores tanto quanto alongamentos mais prolongados e foram mais efi-
e terapeutas de condicionamento físico condenassem seu uso. cazes que os esquemas com duração menor que 15s. Entretanto,
também há estudos que utilizaram protocolos de alongamento
Alongamento passivo. Durante o alongamento passivo, uma das balístico, com resultados favoráveis, que incorporam movimen-
técnicas de alongamento assistido, o atleta não contrai ativamente tos curtos, mas repetitivos e rápidos. Por exemplo, Laroche e
os músculos para alongar os antagonistas. Em vez disso, a gravida- Connolly (2006) compararam períodos de 30s de alongamentos
de, uma máquina ou mais tipicamente, um parceiro aplica pressão estáticos dos isquiotibiais com alongamentos balísticos dos mes-
continua para causar um movimento que aos poucos aumenta a mos músculos, repetidos a cada segundo por um total de 30s. Os
amplitude de movimento. O alongamento assistido dos músculos dois protocolos promoveram melhoria semelhante na amplitude
isquiotibiais, enquanto um atleta está sentado com as pernas esti- de movimento (+9,5% vs. +9,3%)
cadas e um parceiro lentamente empurra as costas do atleta, é uma
prática comum e um bom exemplo dessa técnica. A melhora da flexibilidade após uma única sessão de alonga-
mento parece persistir por até 90 min, enquanto os esquemas de
Facilitação neuromuscular proprioceptiva. A facilitação neu- alongamento realizados regularmente, por exemplo, 3–5 dias por
romuscular proprioceptiva (FNP), outra técnica de alongamento semana, pode melhorar a flexibilidade por algumas semanas após
assistido, utiliza um parceiro que resiste à contração dos grupos de sua conclusão (Zebas & Rivera, 1985).
músculos alongados por um breve intervalo, depois os músculos
são relaxados enquanto o parceiro passivamente alonga o grupo Efeitos do Alongamento na Força,
de músculos além do normal da amplitude de movimento. Usan- Salto e Economia de Corrida
do novamente o mesmo exemplo do alongamento dos músculos O alongamento aumenta a flexibilidade, mas isso melhora a força?
isquiotibiais, com o atleta deitado de costas, um assistente levanta Provavelmente não. Dois estudos relataram que a força era reduzida
as pernas estendidas do atleta para cima e em direção ao tronco por até 1 h após uma sessão do alongamento (Fowles e col., 2000;
para alongar os isquiotibiais por aproximadamente 20 – 30s. Em Kokkonen e col., 1998). O resultado de um estudo do torque máxi-
seguida, o atleta tenta contrair os isquiotibiais alongados (ou seja, mo durante a extensão concêntrica e isocinética da perna mostrou
tenta abaixar as pernas) por 5-6s enquanto o assistente (ou talvez que após um exercício ativo e três passivos de alongamento, a
uma parede) faz resistência à contração, para inibir o movimento. força diminuiu tanto em velocidades altas e baixas (Cramer e col.,
Os grupos de músculos contraídos são depois relaxados e lenta- 2004). Esses resultados são consistentes com os observados por
mente o assistente alonga os isquiotibiais, provavelmente além do Cornwell e col. (2001), que apontaram redução da capacidade de
alongamento original. Esse processo é repetido por 2-4 vezes. salto vertical após o alongamento passivo dos músculos. “

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Young e Behm (2003) compararam cinco protocolos de “aque- alongamento agudo na velocidade da corrida. Entretanto, parece
cimento” usados antes dos testes de salto. Os protocolos eram que o alongamento regular melhora a força, altura do salto e ve-
1) controle; 2) corrida submáxima de 4 minutos; 3) alongamento locidade da corrida de maneira confiável. Essa noção de que os
estático; 4) corrida e alongamento; e 5) corrida e alongamento, efeitos do alongamento imediatamente após o exercício são um
além de saltos. O desempenho dos 16 participantes foi pior após o pouco diferentes dos efeitos daquele realizado regularmente fora
alongamento estático. O grupo de corrida e alongamento não teve do contexto da prática de exercícios, é surpreendente. Intuitiva-
nenhum resultado melhor que o grupo controle, mas tanto o grupo mente, isso sugere ou que outros tipos, durações ou intensidades
só de corrida quanto o de corrida, alogamento e salto apresentaram do alongamento realizados em dois ambientes ou que os efeitos
valores mais altos na produção de força explosiva. O grupo apenas benéficos do alongamento são anulados pelo exercício subsequente.
de corrida foi claramente superior ao de corrida e alongamento em Mais estudos são necessários para confirmar quaisquer diferenças
quatro das seis variáveis avaliadas (altura no drop jump, altura no nos efeitos do alongamento antes do exercício e do alongamento
salto concêntrico, força concêntrica máxima e taxa do desenvolvi- em contexto não relacionado aos exercícios.
mento de força). Quando os cinco estudos foram analisados juntos,
tanto a corrida quanto os saltos tiveram um efeito positivo na força Alongamento e Dor Muscular de Inicio Tardio
explosiva e desempenho no salto, mas o alongamento estático teve A opinião compartilhada por atletas, técnicos e profissionais de
impacto negativo no desempenho. saúde é que o alongamento antes e/ou após o exercício irá preve-
nir ou minizar as dores musculares que costumam surgir 24–48
Parece que o aumento da flexibilidade é indesejável em alguns h após o exercício. Em 2002, Herbert e Gabriel publicaram uma
esportes. Gleim e col. (1990) relataram uma correlação negativa meta-análise de estudos que mediram o efeito do alongamento,
entre a flexibilidade e economia no caminhar e no jogging em um imediatamente antes ou depois do exercício e as dores musculares.
grupo de 38 mulheres e 62 homens com idade entre 20-62 anos, Identificaram cinco estudos de qualidade suficiente para serem
que foram divididos em três grupos referentes à flexibilidade — avaliados. Esses estudos analisaram o retardo da instalação da dor
mais flexível, flexibilidade normal e menos flexível — em 11 muscular 24, 48 e 72 h após o exercício. De modo geral, o alonga-
medidas de amplitude de movimento. Para o grupo menos flexível, mento não teve nenhum efeito significativo na dor muscular.
a economia na caminhada e no jogging foi melhor que no grupo
nomal e significativamente melhor que no grupo dos mais flexíveis. Confirmando esses resultados preliminares, LaRoche e Connolly
Em estudo semelhante, Craib e col. (1996) avaliaram corredores (2006) estudaram indivíduos que fizeram o alongamento passivo
do sexo masculino pertencentes ao grupo de sub-elite e aqueles ou balístico dos músculos isquiotibiais por quatro semanas e não
menos flexíveis também costumavam apresentar melhor economia detectaram nenhum efeito na instalação tardia da dor muscular
de corrida. Da mesma maneira, quando Jones (2002) estudou um após exercícios excêntricos. De maneira semelhante, Dawson e col.
grupo de corredores de elite internacional em um teste de sentar (2005) estudaram jogadores australianos de futebol americano e não
e alcançar (TSA), ele relacionou a flexibilidade à economia de observaram nenhum efeito do alongamento imediatamente após um
corrida, sendo que a menor flexibilidade foi associada com melhor jogo na dor muscular, flexibilidade, potência de sprint no ciclismo
economia. Enquanto esses estudos se concentraram no correr e ou na capacidade de saltar verticalmente avaliada 48 h depois.
caminhar, para alguns movimentos de luta, futebol americano,
boxe e outros esportes nos quais a estabilidade da articulação é Em vez de estudarem o alongamento antes de exercícios que in-
importante, também é razoável presumir que seria contra-indicado duzem a dor muscular, Reisman e col. (2005) testaram os efeitos
o aumento da flexibilidade nas articulações críticas. Se o alonga- do alongamento passivo em músculos flexores do cotovelo que já
mento realmente diminui a força máxima disponível para o salto e estavam doloridos na dor subsequente. Observaram que a sensação
diminui a economia de corrida, não seria lógico realizar protocolos de dor após cinco extensões passivas dos flexores do cotovelo di-
de alongamento antes de esportes de salto ou de corrida. minuiram. Os autores levantam a hipótese de que o alongamento
permitiria que atletas com dor muscular treinassem além do que
Entretanto, os estudos que apontavam a associação negativa entre o conseguiriam sem o alongamento.
alongamento e força e entre flexibilidade e economia do movimento
apresentaram algumas limitações. Além disso, outros estudos não Alongamento e Prevenção de Lesões
conseguiram mostrar a associação do alongamento com a queda na O amplo uso do alongamento e as diversas recomendações para
força de maneira consistente (Laroche & Connolly) ou da relação usá-lo para evitar lesões sugere que deve haver muitos estudos
da falta de flexibilidade com melhor economia de corrida (Nelson e de alta qualidade sobre o alongamento e prevenção de lesões na
col., 2001). Portanto, é prematuro recomendar que atletas de salto literatura. Por outro lado, podemos considerar algumas das prin-
e corrida nunca façam alongamento antes do exercício. cipais dificuldades para realizar um estudo definitivo sobre este
assunto: 1) distribuir aleatoriamente um grande número de atletas
Shrier (2004a) sugeriu precaução antes de apresentar amplas com características físicas semelhantes em vários esportes para
conclusões sobre os efeitos do alongamento no desempenho. Em que sigam protocolos de alongamento ou de não-alongamento,
sua revisão da literatura, ele observou diferenças nos efeitos de 2) a duração do experimento para incluir um número suficiente
dois diferentes tipos de alongamento — alongamento agudo, um de meses para acumular um número adequado de relatos de le-
pouco antes de um ciclo de exercícios e o alongamento regular, são, 3) supervisão rigorosa e controle de protocolos diários de
realizado por uma série de dias ou semanas fora do contexto de alongamento e programas de exercícios, e 4) controle rigoroso e
exercícios. Ele não detectou nenhum benefício do alongamento relato confiável das lesões. Portanto, não deve ser surpreendente
agudo na produção de força isométrica, torque isocinético ou altura que Herbert e Gabriel (2002) encontraram apenas dois estudos
do salto e estudos mostram resultados mistos sobre os efeitos do que se qualificavam a um critério padrão sobre a qualidade

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metodológica. Esses dois estudos, ambos de Pope e col. (1998, quaisquer efeitos prejudiciais. Os potenciais fatores de confusão
2000), foram feitos com recrutas do sexo masculino das forças ar- deste estudo incluem a variabilidade dos esquemas específicos
madas. Os 1284 indivíduos que participaram dos grupos de alonga- usados, os diferentes esportes incluídos e a heterogenicidade dos
mento tiveram 181 lesões contra 200 lesões entre os 1346 soldados participantes. Faigenbaum e col. (2005) estudaram o aquecimento
nos grupos controle, sem diferença estatisticamente significativa. dinâmico versus alongamento estático em diferentes faixas etárias
É interessante que Pope e col. (2000) observaram que apesar de e variedade de atletas. Quando comparado ao alongamento estáti-
parecer que o alongamento não teve nenhum efeito aparente no co, tanto o aquecimento dinâmico quanto o aquecimento dinâmico
risco de lesão, provou-se que o nível de preparo aeróbico era um mais drop jumps melhoraram o desempenho de crianças para salto
fator poderoso e consistente do risco da lesão, tanto que o menos vertical jump e shuttle runs. O desempenho de salto à distância
preparado aerobicamente apresentava um risco 14 vezes maior de também melhorou no grupo que fez o aquecimento dinâmico
ter uma lesão que aqueles com melhor preparo. que incluiu os drop jumps. De maneira semelhante, protocolos
dinâmicos com ou sem alongamento promoveram um melhor
Thacker e col. (2004) fizeram uma ampla pesquisa na literatura desempenho da atividade anaeróbica em um grupo de atletas da
sobre o alongamento para prevenção de lesões, incluindo artigos escola secundária que realizam exercícios de força, principalmen-
publicados até 2002. Usando uma ferramenta diferente de avaliação te do sexo masculino que seguiram protocolos de alongamento
de qualidade que o empregado por Herbert e Gabriel, eles avaliaram estático (Faigenbaum e col., 2006a). Os autores concluíram que
361 artigos e encontraram apenas seis com qualidade suficiente o exercício dinâmico pré-evento ou exercícios dinâmicos mais
para serem analisados. Os participantes de quatro desses estudos alongamento estático, e não só o alongamento estático, deveria
eram recrutas militares em treinamento básico, enquanto que os ser incorporado em esquemas de aquecimento.
outros dois eram de jogadores de futebol americano. Dos seis
estudos, três estudos randomizados não conseguiram demonstrar O grupo de Faigenbaum (2006b) também realizou um estudo com
a redução de lesões como efeito do programa supervisionado de atletas da escola secundária do sexo feminino para testar os efeitos
alongamento. Os outros três estudos coorte sugeriram fraca evi- agudos de quatro protocolos de aquecimento no desempenho. Após
dência do benefício do alongamento, mas a metodologia desses 5 min de jogging, os participantes fizeram parte de um dos cinco
estudos foi considerada pior. Thacker e col. (2004) concluíram que grupos: A) cinco alongamentos estáticos, cada um realizado por
não havia evidências convincentes para continuar ou interromper duas vezes e por 30s, B) nove exercícios dinâmicos de intensi-
o alongamento de rotina antes dos exercícios. dade moderada a alta, C) os mesmos nove exercícios dinâmicos
realizados com roupa que pesava 2% da massa corporal e D) os
As conclusões de Thacker foram baseadas nas revisões feitas por mesmos nove exercícios dinâmicos realizados com roupa que
Gleim & McHugh, 1997; Hart, 2005; Park & Chou, 2006; Shrier, pesa 6% da massa corporal. O desempenho no salto vertical foi
1999, 2000, 2004a; Yeung & Yeung, 2001, e Witvrouw e col., 2004. significativamente maior após o tratamento B (41,3 ± 5,4 cm) e C
Mas em uma carta ao editor, Shrier (2004b) alertava que os efeitos (42,1 ± 5,2 cm) comparado a A (37,1 ± 5,1 cm), e o desempenho
de uma sessão aguda de alongamento antes do exercício podem do salto à distância foi significativamente melhor após C (180,5 ±
ter o efeito oposto do alongamento realizado regularmente fora do 20,3 cm) comparado a A (160,4 ± 20,8 cm).
contexto da prática de exercícios. Ele citou alguns estudos com
alongamento regular que sugerem um efeito positivo na prevenção Não se observou nenhuma diferença significativa entre as situações
da lesão. Também, tanto Gleim & McHugh quanto Witvrouw e de jogar uma bola medicinal estando sentado ou num sprint de
col. sugeriram que as diferentes atividades esportivas podem se 10 metros. Os autores concluíram que o aquecimento dinâmico
beneficiar dos diferentes níveis de flexibilidade da articulação e realizado com um colete que pesava 2% do peso corporal pode ser o
que essas diferentes demandas podem explicar a falta de consenso protocolo de aquecimento mais eficaz para melhorar o desempenho
na literatura, na qual a maior parte dos artigos não mostra esses no salto de atletas do sexo feminino de escolas secundárias.
diferentes tipos de atividades.
RESUMO E DISCUSSÃO
Aquecimento como Fator de Confusão
em Estudos sobre o Alongamento Está claro que as rotinas de alongamento realizadas antes do exercício
As diferentes atividades de aquecimento não costumam ser fatores podem aumentar a flexibilidade por até 90 min, mas há poucas evi-
controlados nos estudos sobre o alongamento. Portanto, é possível dências científicas para sugerir que tais rotinas consigam melhorar o
que em alguns estudos, o efeito positivo do alongamento tenha sido desempenho nos exercícios, reduzir a dor muscular de início tardio ou
na verdade o exercício aeróbico, drills ou exercícios específicos evitar lesões. Ainda não há confirmação se o alongamento realizado
daquele esporte durante o aquecimento e não o alongamento, o regularmente fora do contexto de exercícios seja eficaz para melhorar
responsável pelo benefício. Fradkin e col. (2006) revisaram os o desempenho de alguns exercícios ou diminuir o risco da lesão.
estudos randomizados controlados para avaliar as atuais evidências
sobre o aquecimento na prevenção das lesões. Analisando cinco Apesar de aumentar a amplitude de movimentos das articulações,
estudos de alta qualidade, encontraram seu benefício em três o alongamento um pouco antes do exercício pode causar deficits
estudos com atletas adolescentes que fazem parte de equipes de temporários de força. Dados epidemiológicos indicam que o risco da
futebol americano e de handebol, mas sem nenhum benefício em lesão aos músculos, tendões e ligamentos está mais ligado à condição
dois estudos sobre lesões nas extremidades inferiores em corredores aeróbica deficiente do atleta e não à flexibilidade insuficiente.
recreacionais ou recrutas militares.
Como as evidências científicas são fracas para corroborar o benefício
De modo geral, observaram que o peso das evidências era do alongamento pré-exercício, por que é que textos de medicina
favorável ao aquecimento para diminuir o risco da lesão, sem esportiva, especialistas médicos, fisiologistas, treinadores, personal

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trainers e técnicos continuam a recomendar esta prática? Herbert e rotina global de aquecimento, enquanto outros indivíduos que já
Gabriel (2002) estimaram que mesmo na melhor situação possível, tem uma excelente amplitude de movimento se concentrariam em
o atleta médio precisaria alongar antes da atividade por 23 anos para integrar a força, salto ou outras atividades no aquecimento.
evitar uma única lesão. Além disso, apesar de a ciência ser a maneira
mais objetiva para descobrir a verdade, ela não é a única maneira. Ingraham (2003) sugeriu que a maior parte dos técnicos, trei-
Muitos especialistas em saúde e esportes tiveram experiências clíni- nadores atléticos e especialistas da medicina esportiva parecem
cas e práticas positivas com o alongamento e há milhares de relatos automaticamente presumir que quando um atleta estira um mús-
de lesões que aconteceram em raras ocasiões quando atletas que culo, ele teria que aumentar a flexibilidade para evitar lesões no
nunca tinham tido lesões deixaram de realizar o alongamento antes futuro. Ela especula que seria mais importante que esses atletas
do exercício. Há também críticas válidas sobre os dados científicos. melhorem sua condição física. Certamente, a correlação da condi-
Estudos sobre o alongamento avaliaram diferentes tipos, durações e ção aeróbica deficiente com aumento do risco da lesão parece ser
frequências de alongamento em número limitado de atletas e apenas muito maior que aquelas observadas com a falta de flexibilidade
em alguns poucos esportes. Por exemplo, muitos dos dados negativos (Herbert & Gabriel, 2002).
sobre o alongamento estavam relacionados aos atletas de corridas
de longa distância, um esporte no qual a economia de corrida parece Maiores estudos clínicos randomizados e controlados, incluindo
melhorar com a redução, e não com o aumento da flexibilidade. Se ambos os sexos, vários esportes e tempo adequado de acom-
o alongamento talvez não seja útil para corredores de endurance, a panhamento ajudariam a esclarecer o papel do alongamento.
mesma premissa seria aplicada aos atletas que correm com barreira, Estudos adicionais deveriam analisar o momento ideal para o
ginastas ou dançarinos, todos que tradicionalmente se beneficiam alongamento, assim como a padronização da sua qualidade e
com a flexibilidade? Finalmente, como descrito anteriormente, é duração. O alongamento excêntrico, o aquecimento e o con-
extremamente difícil, se não impossível, realizar um estudo sem dicionamento aeróbico, estavam presentes em estudos sobre
falhas sobre o efeito do alongamento no risco da lesão. os efeitos do alongamento no risco da lesão como fatores que
tendem a diminuir esse risco. Apenas quando os estudos apre-
Como parece que o alongamento atinge o objetivo de aumentar a sentarem controle adequado dessas variáveis será esclarecida
flexibilidade ao redor das articulações, talvez o insucesso aparente a contribuição específica do alongamento na prevenção da le-
do alongamento para evitar lesões ocorra porque ele não é feito são. Até que dados científicos mais fortes sejam apresentados,
no momento adequado antes do exercício ou o alongamento não aqueles que atuam em medicina esportiva e técnicos deveriam
é necessário para todos os atletas. Talvez os atletas devam ser oferecer conselhos cautelosos para os atletas. Uma abordagem
avaliados individualmente para melhor entender como utilizar seu prática seria enfatizar a condição física aeróbica e o aqueci-
tempo de preparo antes do exercício. Atletas inflexíveis podem mento e permitir que o atleta, individualmente, tome a decisão
ser incentivados a incorporar um pouco do alongamento em uma de incluir ou não o alongamento nesse esquema.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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O Gatorade Sports Science Institute (GSSI) *Informativo periódico.


é uma instituição sem fins lucrativos, Revisão: Flávia Meyer – CRM 13248
fundada em 1998, com o objetivo principal de Tradutora com especialização na área medica:
compartilhar informações e expandir os conhe- Cecília Tsukamoto
cimentos relacionados às Ciências do Esporte. Para mais informações, visite o site do
* Este material foi traduzido e adaptado do GSSI Brasil: www.gssi.com.br
original em inglês SSE 104.

© 2006 Gatorade Sports Science Institute


Este artigo somente poderá ser reproduzido para propósitos educacionais sem fins lucrativos
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Jul/Ago/Setembro - 2008

Você Deveria Alongar


Antes do Exercício?
Infelizmente não há nenhuma resposta simples para essa pergunta. Portanto, se você sentir que o alongamento ajuda o seu desempenho
O que podemos dizer é que não há nenhuma evidência científica esportivo global, considere a implementação do seu programa de
sólida de que o alongamento, principalmente aquele realizado um alongamento após e não antes de seu evento.
pouco antes do exercício, tenha quaisquer benefícios. Mas também
podemos dizer que não há nenhuma evidência sólida de que o aloga- Dicas de Alongamento
mento vá causar danos. Além disso, há uma longa tradição médica • Se você optar por fazer o alongamento, aqueça seus músculos
e de técnicos que recomendam o alongamento antes do exercício, primeiramente com atividades aeróbicas tais como jogging, nata-
que não deve ser ignorado. Portanto, os atletas que querem evitar ção, ciclismo e calistênicos. Músculos aquecidos podem ser mais
a lesão podem ou não beneficiar-se do alongamento como compo- facilmente alongados, com menor probabilidade de apresentarem
nente chave do aquecimento antes do exercício. uma lesão. Muitos especialistas recomendam o alongamento
depois da prática esportiva e não antes.
Um fator que claramente diminui o risco de lesão é manter uma boa
condição cardiovascular (aeróbica) durante todo o treinamento, fora da • Alongamentos lentos mantidos por 15 a 30s e repetidos por até
temporada e enquanto estiver se recuperando de uma lesão. A prática três vezes em cada grupo muscular oferece tanto benefício quanto
mais valiosa do aquecimento inclui atividades como corrida leve, nata- qualquer outro esquema de alongamento. Se tiver um parceiro
ção, ciclismo, drills específicos, salto, drills de tiro ao alvo, etc. Esse tipo para ajudá-lo com o alongamento, tenha cuidado para que esse
de aquecimento fará com que você esteja pronto para jogar ou praticar não o empurre com muita força, causando uma lesão relacionada
com menor risco de distender um músculo ou apresentar outra lesão. ao alongamento. Evite alongamentos balísticos ou de movimentos
repetitivos que podem causar lesões musculares.
A DECISÃO É SUA!
• Como estudos científicos não provam claramente que há be-
Você deve incorporar o alongamento na sua rotina padrão de aque- nefícios com o alongamento, procure seguir diferentes rotinas
cimento? Lógico, se praticar algum esporte no qual a flexibilidade de aquecimento para determinar qual delas lhe deixa mais bem
é uma vantagem, como ginástica, corrida com barreira, mergulho, preparado para participar de treinos e competições.
dança, é preciso garantir uma excelente amplitude de movimento
ao redor de suas articulações. Particularmente, se você souber que • Antes de voltar a participar de treinos ou competições muito
não é flexível, considere incluir o alongamento desde que integrado fortes após uma lesão, consulte seu treinador, um personal trainer,
a um programa que também inclua a atividade aeróbica como parte um médico especialista em medicina esportiva ou um técnico
do aquecimento. Na verdade, o alongamento deve ser sempre feito com bastante conhecimento para garantir que você tenha força
após um período de exercícios aeróbicos quando seus músculos já adequada no membro(s) que sofreu uma lesão. É particularmen-
estiverem aquecidos, pois é mais fácil alongá-los e o efeito do alon- te importante ter força na fase excêntrica de movimentos (por
gamento durará mais que quando alongados sem estarem aquecidos. exemplo, abaixar um peso, descer escadas, pular de pontos altos,
Se você já tiver excelente flexibilidade, seria melhor usar seu tempo etc). Também é importante que você tenha força normal de seus
antes do exercício aumentando as atividades aeróbicas ou específicas músculos do tronco e abdominais (força central) e ter recupera-
daquele esporte em seus procedimentos de aquecimento. do sua sensação normal de equilíbrio e agilidade. Esses fatores
claramente diminuem o risco de apresentar nova lesão.
Mais que o alongamento antes do exercício, pense em fazer o alon-
gamento após o exercício ou em casa, fora do contexto esportivo
ou fora do ambiente de treino. A ciência indica que é mais prová- OUTRAS FONTES DE INFORMAÇÃO
vel que você se beneficie com este tipo de alongamento realizado Herbert, R.D., e M. Gabriel (2002). Effects of stretching before e after exercising on
regularmente, talvez 3–5 dias por semana.
muscle soreness e risk of injury: a systematic review. Br. Med J. 325:468–470.
Shrier, I. (1999). Stretching before exercise does not reduce the risk of local muscle injury:
a critical review of the clinical e basic science literature. Clin. J. Sport Med. 9:221–227.
Se você pratica um esporte que exija saltos, levantamentos, arremes- Shrier, I. (2004). Does stretching improve performance? A systematic e critical
sos ou outros tipos de força de explosão, saiba que o alongamento review of the literature. Clin. J. Sport Med 14(5):267–273.
um pouco antes do exercício pode causar uma redução temporária Thacker, S.B., J. Gilchrist, D.F. Stroup, e D. Kimsey, Jr. (2004). The impact of stre-
na força e provavelmente deve ser evitado antes da competição . tching on sports injury risk: a systematic review of the literature. Med. Sci. Sports
Exerc. 36(3):371–378
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