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carcerario-e-as-penas-alternativas

O sistema carcerário e as penas


alternativas

Mostra em pequena escala o que as penas alternativas oferecem de


benefícios, que a fazem superar em muito a tradicional pena de
prisão.
23/set/2003

Kelmisson Lima Costa


kelmisson@bol.com.br
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G randes rebeliões de detentos explodindo a curtos espaços de
tempo, interligados à superlotação nos presídios, são alguns dos
mais convincentes argumentos contra o nosso sistema carcerário e
provam a ineficiência das penas privativas de liberdade como única
forma de punir o delinqüente. Além disso, é comprovado
estatisticamente que de cada dez indivíduos que já passaram pelo
cárcere, oito acabam cometendo novos delitos e voltando para lá [1].

Tudo isto tem motivado uma discussão cada vez mais acalorada
acerca das penas alternativas, previstas em nossa legislação penal
como aplicáveis a crimes tidos como de menor potencial ofensivo.
Estas penas, que justamente por serem alternativas não levam o
autor de um crime à prisão, trazem consigo inúmeros benefícios, tais
como a prestação de serviços à comunidade (art. 46 do Código
Penal brasileiro), que possibilita ao infrator a permanência no meio
social, próximo de sua família, ao mesmo tempo evitando que este
mantenha contato direto com todo tipo de marginais, que é o que
aconteceria caso fosse recolhido junto a uma casa penal. Além disso,
é beneficiado o espaço onde o apenado deverá efetuar seus serviços,
em muitos casos até poupando dinheiro aos cofres públicos. Há
ainda outras sanções alternativas sobre as quais não cabe nesta
ocasião estender comentários, mas que certamente têm grande
alcance em punir e reeducar o indivíduo, concomitantemente.

Infelizmente, no entanto, o Poder Judiciário não tem feito pleno uso


desse modelo de sanção penal. Há que se questionar por que. É bem
verdade que não há até este momento toda uma estrutura montada
que permita a utilização sistemática das penas alternativas. Mas é
bem verdade ainda que os juízes, em sua maioria, ao que me parece,
não estão totalmente convencidos da real eficácia da pena
alternativa, e são medrosos de uma possível repercussão popular
desfavorável. Daí a “preferência” pela tradicional pena reclusiva.

Faz-se necessário, portanto, esclarecer e conscientizar a sociedade


como um todo quanto ao papel das penas alternativas. Faz-se
necessário extinguir a idéia solitária de vingança que gira em torno
da pena de prisão, já que há outros objetivos a serem alcançados,
como preparar o indivíduo para o retorno ao convívio social, de
modo a impedir que ele volte a delinqüir.

Por enquanto, o que mais pesa em favor da pena alternativa são os


números. Por exemplo, o índice de reincidência criminal é de apenas
12%, segundo pesquisa realizada pelo ILANUD – Instituto Latino-
Americano de Prevenção ao Delito e Tratamento do Delinqüente
(organismo da ONU) [2], e o seu custo é comparativamente muito
menor em relação à pena de prisão. Para se ter idéia, no estado de
São Paulo, onde há poucos anos implantou um programa de apoio às
penas alternativas, relata-se que o custo mensal de cada preso
dentro da penitenciária era de cerca de R$620,00 (Seiscentos e vinte
reais). Agora, já dentro do novo programa, os que cumprem penas
alternativas custam somente R$48,00 (Quarenta e oito reais)
mensais aos cofres públicos [3]. Como há outros estados brasileiros
com programas similares, concluímos que certamente é porque vem
sendo mais vantajosa a aplicação da pena alternativa em vez da pena
reclusiva.
E ainda há muito que se expor sobre as penas alternativas. Como
mencionamos, só os benefícios trazidos por ela são inúmeros e
poderiam ser amplamente comentados, mas por ora, esperamos que
estas breves considerações ajudem a solidificar e, quem sabe, abrir
novos campos de visão do que representam as penas alternativas e o
que elas podem fazer para melhorar a imagem e sobretudo os
resultados do nosso tão castigado sistema carcerário.

Notas

[1] Cf. PENAS Alternativas no Rio Grande do Sul. Disponível em:


<http://www.ajuris.org.br/mpenasa.htm>. Acesso em:
04/07/2003.

[2] Idem.

[3] Cf. BARELLI, Walter. Penas Alternativas. Disponível em:


<http://www.nossacasa.net/recomeco/0060.htm>. Acesso em:
15/09/2003.

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