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COMUNIDADES VIRTUAIS
A EVOLUÇÃO
Conceitos Fundamentais da
COMUNIDADE DE PRÀTICA
Paulo Ribeiro | nº 355308010
Tecnologias de
Informação e E-business
2008/09
Universidade Católica Portuguesa – Núcleo Regional do Porto
MSc. em Gestão de Serviços
Índice:
1. Introdução....................................................................................................................3
10. Conclusão................................................................................................................ 27
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Disciplina: Tecnologias de Informação e E-Business
Universidade Católica Portuguesa – Núcleo Regional do Porto
MSc. em Gestão de Serviços
1. Introdução
A evolução rápida das sociedades mostra que de facto o limite é algo impensável pois
cada vez mais o homem torna-se dependente da evolução, mais propriamente da
tecnologia.
A revolução tecnológica faz hoje parte do nosso dia-a-dia, porque esta apesar de estar
sempre a evoluir o homem tem a necessidade de acompanhar essa evolução.
Com este relatório explorativo do tema das comunidades e redes sociais podemos
perceber sobretudo a sua evolução e a sua potencialidade em concreto das
comunidades virtuais de prática.
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Uma comunidade tem como objectivo principal segundo (Baumann, 2003,p.59), “uma
obrigação fraterna de partilha entre os seus membros, independente do talento ou
importância deles.” Ainda para aqueles que seguem o individualismo ao qual Baumann
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“Não ter comunidade significa não ter protecção; alcançar a comunidade, se isto
ocorrer, poderá em breve significar perder a liberdade”, (Baumann, 2003, p.10).
Já para Barry Wellmen e Stephen Berkowitz (1988), tentaram analisar com mais
complexidade afirmando que todos nós estamos relacionados e ligados por redes,
tendo por meios comunidades pessoais. Esta visão segue na sequência das amostras
das sociedades pré industriais e industriais, onde ai já se praticava conceitos
comunitários tradicionais, como solidariedade, partilhas entre vizinhos, padres que
ainda hoje se verificam só que me determinadas comunidades actuais com recursos
diferentes e estruturas distintas sendo estas mais associadas a redes sociais.
As redes sociais foram descritas por muitos autores como uma mudança apenas de
perspectiva do conceito de comunidade, onde autores definem quase da mesma
maneira como “Capacidade de interacção dos indivíduos”, definição já associada a um
conceito empírico dos anos 90 O Capital Social. Conceito este que veio trazer analises
diversificadas para a sociedade, onde observou-se uma atenção maior em diferentes
valores de diferentes importâncias dominadas principalmente por conceitos
económicos, onde Fukuyama (1996) e Granovetter (2000) fazem critica a economistas
caracterizando-os por uma natureza humana egoísta, e que afirma ainda que os
economistas neo-clássicos postulam os seres humanos essencialmente racionais, mais
egoístas que procuram maximizar seu bem estar material (Fukuyama,1996,p.33).
Estas visões destes autores das ciências sócias leva-nos a pensar que de facto é muito
mais complexo o sentido de comunidade, e que não será muito simples estabelecer
uma relação forte entre indivíduos onde tem interesses diferentes, valores distintos,
níveis de confiança diferentes.
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Refere ainda este autor que as comunidades virtuais são importantes para partilha do
conhecimento quando abordamos áreas mais profissionais, e que de facto tem razão,
cada vez mais observa-se ao surgimento de comunidades virtuais com intuito de
partilhar conhecimento quer seja no seio de uma empresa, quer no meio educacional,
sempre com um objectivo partilhar e recorrer ao conhecimento de uma forma rápida,
credível e fiável.
Segundo Pierre Lévy (2002) as comunidades virtuais são definidas como pontos fortes
colectivos onde a participação nestas aumenta a formação e a inteligência de quem as
usa, pois são meios de troca de conhecimentos e informação interactiva, comunidade
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virtual é “uma rede de pessoas interessadas pelos mesmos temas, é não só mais
eficiente do que qualquer mecanismo de busca”.
Podemos verificar uma grande evolução das comunidades virtuais em todo mundo,
podendo estas alcançar uma globalização excessiva, por isso é que muitos autores
defendem alguns cuidados que deveremos manter a quando da criação e manutenção
de uma comunidade virtual, como por exemplo a estrutura, os parâmetros, as
hierarquias, ou seja, pontos importantes que deveram ser analisados para a criação de
uma comunidade.
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Com aparecimento da World Wide Web o mundo começou a conhecer novas maneiras
de interagir em diferentes sociedades, culturas e religiões proferindo informação em
todas as direcções sem quaisquer preconceitos mas sim só com um objectivo estar
constantemente actualizado com informação credível. A comunicação via WWW
tornava-se mais flexível começando a mostrar resultados em termos de tempo e
custos.
Segundo Rheingold (1993) autor de uma obra pioneira nesta área Virtual Communities,
e especialista em rede de comutadores começavam a surgir novas comunidades,
colocando as pessoas a interagir mais facilmente on-line partilhando valores e
interesses comuns. Para Rheingold a comunidade virtual “é geralmente entendida
como uma rede electrónica autodefinida de comunicação interactiva, organizada em
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Porém estas mesmas comunidades virtuais vieram trazer uma nova forma de
sociabilizar podendo nós entrar em redes sociais que se calhar numa comunidade real
seria mais complicado.
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facto estávamos perante uma nova forma de sociabilizar para cibernautas e até que
ponto podemos comparar com uma comunidade real.
Contudo, parece-me conveniente manter a diferença entre real e virtual, onde o real
existe de facto e o virtual existe mas só na prática e como todos os nossos
procedimentos são práticos devemos olhar mais atentamente a esta capacidade de
comunicação virtual, porque de facto tudo isto vai de encontro ao pensamento
humano, isto é o real pode perfeitamente ser percebido virtualmente.
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5. Comunidade Virtual
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A era da comunidade virtual pode ser encarada como uma ponte para a sociedade da
informação ligando a sociedade e o conhecimento, não só pela capacidade de
relacionar indivíduos mas também como poder suportar diversas áreas da sociedade.
Hoje em dia podemos observar a criação de milhares de comunidades online,
defendendo cada uma propósitos diferentes, com objectivos comuns e pois com
certeza será essa a chave para o sucesso.
Existem aspectos ater em conta quando pretendemos criar uma comunidade virtual
aspectos estes que não se distanciam das comunidades físicas, como por exemplo: a
comunicação clara, de fácil compreensão, aceitavelmente social e com um design
atractivo, sem esquecer a importância das políticas internas que deveram ser sempre
salvaguardadas.
Existem diversas opiniões em torno das comunidades virtuais, pessoas que defendem
que estas servem para ajudar o próximo e poder ser ajudado, estas podem demonstrar
ambiente de conspiração, comportamentos inadequados, invasão da privacidade,
entre muitas opiniões, aspectos estes que de facto também podemos observar nas
comunidades físicas.
Para melhor esclarecer para que servem as comunidades virtuais será melhor perceber
em que é que estas consistem.
Pessoas
Propósitos ou objectivos comuns
Regras
Tecnologias de suporte
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Regras, aqui poderá existir uma preocupação cuidada pois estamos a falar em leis,
rituais, protocolos, meios que possibilitem as pessoas de entender como é conduzida a
comunidade.
Estas definições puderam servir de suporte à criação de uma comunidade seja ela em
ambientes físicos ou virtuais. Não devendo nunca ignorar os cuidados que devemos ter
quando tentamos relacionar pessoas, seja em tipo de ambiente for. Podemos ainda
deste contexto olhar para os diversos tipos de interacções sociais, que muitos
sociólogos investigam.
Não vai à muito tempo onde, observava-se a uma interacção das pessoa, em palcos
diferentes aos aqui abordados como por exemplo os cafés onde os jovens, adultos,
profissionais ou estudantes comunicavam e trocavam conhecimentos discutiam
assuntos de interesses comuns, abordavam ideia, temas, livros, ou seja encontravam-
se para interagir socialmente, com a oportunidade de estar juntos para assim
satisfazer as necessidades de cada um, ou até mesmo de um determinado grupo,
protegendo, partilhando e valorizando assim o capital intelectual de cada um. Com o
avançar dos tempos, e da tecnologia esses tipos de comunicações começam a
desaparecer e a darem lugar a diferentes maneira de comunicar entre comunidades.
Como podemos observar, hoje em dia são criadas comunidades virtuais de todo o
género para todo o tipo de necessidades, isto deve-se principalmente ao nosso instinto
de tentar combater as nossas dificuldades procurando recursos que consigam encaixar
e satisfazer-nos.
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O Interesse
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O Relacionamento
Fantasia e Entretenimento
Transacção
Estas necessidades associadas às comunidades virtuais fazem todo sentido mas para
tal acontecer é necessários a existência de interacção, comunicação, regras, leis,
hierarquias, mais propriamente organização interna, para de facto surtir efeito e ser
explorado todo o valor das dimensões das comunidades virtuais.
Para tal será abordado no ponto seguinte como poderá ser organizada uma
comunidade, e até que ponto é necessário haver organização num local onde a
participação de cada um poderá transmitir valor para a comunidade virtual.
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Actividades
Niveis de
Valor
participações
Diálogo Ambiente
aberto Atractivo
Depois de verificarmos que de facto existe mais complexidade dentro de qualquer uma
comunidade do que aquilo que imagina-mos, isso leva-nos a consultar especialistas e
estudiosos nesta área, para de facto compreendermos o porquê de tanta
complexidade de uma coisa que observamos ter uma dimensão extrema.
Este autor alerta-nos ainda para as várias dimensões das comunidades de prática que à
semelhança de outro tipo de comunidades envolvem três tipos de dimensões que são
apresentadas na seguinte figura:
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Estas três dimensões pode-se observar que se apresentam inter-relacionadas, dai ter-
mos o cuidado de as não dividir mas sim provocar a interacção destas.
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Como Wenger refere, estas dimensões apresenta-se nas comunidades de prática, onde
tem mais dominância, e que de facto são a força impulsionadora a seguir para
desenvolver uma comunidade de prática. Porém possamos verificar que este tipo de
conceitos, transmitem significados para outro tipo de comunidade não só comunidade
virtuais mas também como reais.
Como sabemos qualquer tipo de comunidade, seja ela real ou virtual, necessita de uma
organização, organização essa que passa por estabelecer e reunir diversas ferramentas
que permitem criar uma comunidade dinâmica e com vantagens acentuadas.
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Este ponto poderá ser um dos mais complexos quando abordamos a áreas como
ambientes sociais como é o caso das comunidades, no entanto as comunidades de
prática não são excepção, como tal existe a necessidade de associar responsabilidades
a tarefas entre os diferentes papéis existentes dentro de uma comunidade.
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Instigadores
Líderes Moderadores
Interactivistas
Este tipo de hierarquia quase informal, pode-se verificar que reme-te a um tipo de
interacção com poucas barreiras, apesar de haver a necessidade de criar uma
estrutura organizacional em torno da comunidade, dos papéis e também perante os
membros. Este tipo de estrutura organizacional ou hierarquia só poderá surtir efeito se
houver por parte de todos os responsáveis com papeis definidos cooperam entre si,
agindo na melhora constante da comunidade para com isso atrair mais e mais
membros e aumentar a informação e o conhecimento. Os líderes tem essa função de
estruturar e organizar as tarefas, pois estes têm um papel mais abrangente e global,
podendo estes definir regras, ritmos, leis, com objectivos que vão de encontro às
necessidades da comunidade. Mais ligado à animação da comunidade é importante
contar com o papel dos inter-activistas, melhorando o ambiente interactivo. Por outro
lado encontram-se os instigadores, estes têm a função de controlar as participações,
promovendo e acrescentando temas que motivem discussão, para com isso aumentar
a participação de todos. Podemos encontrar com um papel importante os
moderadores, papel este determinante para a gestão de conteúdo de blogues, fórum,
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Podemos visualizar as seguintes imagens para ter-mos a mínima noção, por onde pode
começar uma pesquisa e que sabemos que nunca terá fim.
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10. Conclusão
A implementação de uma comunidade virtual de prática nos dias de hoje é uma prática
constante, como podemos observar a sua complexidade não está associada às diversas
ferramentas disponíveis a todos internautas, estas são de fácil uso, as barreiras destas
são aniquiladas pela nossa motivação em comunicarmos em sociedade virtual, ou seja,
a necessidade de projectar algo do mundo real para o mundo virtual, dando assim
continuidade à nossa necessidade de satisfação no mundo virtual, quer seja em grupos
escolares, em empresas, entre profissionais, amigos ou até mesmo partilha de
emoções.
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11. Bibliografia
Costa, Rogério da. Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades
pessoais, inteligência colectiva. São Paulo: Interface - Comunicação, Saúde, Eduçação,
Agosto 2005.
Freire, Isa Maria. Janelas da Cultura Local - Abrindo Oportunidades para inclusão
digital em comunidades. Projecto, Rio de Janeiro: Ministério da Ciência e Tecnologia,
Junho 2004.
III, Arthur Armstrong and John Hagel. REAL PROFITS FROM VIRTUAL COMMUNITIES.
New York: The McKinsey Quarterly , 1995.
III, John Harrel, e Arthur G. Armstrong. Net Gain - expanding markets through virtual
communities. Harvard Business School Press, 1997.
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Preece, Jenny. Online Communities. New York: John Wiley & Sons, Inc, 2000.
www.insna.org. http://www.insna.org/.
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