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VIEIRA, Alberto (1998):

"A Cultura da vinha na Madeira séculos


XVII-XVII",

in Os Vinhos Licorosos e a História, Funchal, CEHA,


pp.99-120,

COMO REFERENCIAR ESTE TEXTO:

VIEIRA, Alberto (1998): "A Cultura da vinha na Madeira séculos XVII-XVII", in Os Vinhos
Licorosos e a História, Funchal, CEHA, pp.99-120, Funchal, CEHA-Biblioteca Digital, disponível em:
http://www.madeira-edu.pt/Portals/31/CEHA/bdigital/avieira/1998-vinhaevinho-XVIIeXVIII.pdf, data da
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A V I M A E O VINHO NA MADEIRA
NOS SECULOS XVII- XVIII

O madeirense desde o último quartel do sCcuIo XVI fez mudar os canaviais por
vinhedos, os quais alastraram a todas as terras cultivadas, devorando a floresta a sul
e a norte. Nesta authtica "febre viticola" esqueceram-se, por vezes, que deviam
semear cereais e plantar árvores de fruto. O vinho era a iinica fonte de sustento pois
com ele adquiria-se o alimento necesshio, trazido pelas embarcaçhs americanas,
ou a indumentária e manufacturas europeias, nomeadamente inglesas, tudo trocado
por pipas de vinho. Viveu a Madeira, desde o s&culoXVII a princípios do XEX,
embalada pela opul&ncia derivada do com&rciodo vinho e, com U o avultados
proventos, o madeirense copiou o luxo exuberante do meio aristocrático londrino.
A presença da vinha na Madeira, que surge com os primeiros colonos, era
inevitiivel no mundo cristão. O ritual religioso fez do pão e do vinho os dois ele-
mentos substanciais da sua prática, fazendo-os simbolos da essbncia da vida
humana e de Cristo. Por isso eles avançaram conjuntamente com a Cristandade.
Esta realidade revolucionou os hhbitos alimentares do Ocidente cristão, a partir do
séc. Vii. Deste modo em meados do seculo XV, com o processo de ocupaç80 e
aproveitamento da ilha, 6 dada como certa a introduç%ode cepas vindas do reino e
mais tarde a celebre malvasia do Meditedneo. Num lapso de tempo a paisagem da
ilha transformou-se: das escarpas brotaram as culturas e o denso arvoredo foi cor-
tado para consbvir habitações e erguer latadas.
A vinha conquistou o solo ilhtu em todas as direcções, tomando-se o vinho um
produto importante na actividade agricola. Jh em 1455 Cadarnosto ficara deslurn-
brado com o que viu na hrea viticola do Funchal; «.,.tem vinhos, mesmo muitlssi-
mo bons, se considerar que a ilha habitada h&pouco tempo. SiÍo em tanta quanti-
dade, que chegam para os da ilha e se exportam muitos deles>>'.
O vinho na Madeira do sdc. XV apresentava-sejá com um produto competitivo
do trigo e do açucar, com grande peso na economia local, sendo desde o inicio um
potencial produto do mercado externo da ilha. Os testemunhos abonatórios da
importhcia no comkrcio externo são miiitiplos. Assim, por exemplo, Shakespeare
não se faz rogado na insistente alus8o nalgumas das suas peças de teatro que o imor-
talimam'.
Os trigais e canaviais deram lugar às latadas e tialseiras e a vinha tornou-se na
cultura exclusiva do colono madeirense, h qual abibuiu todo o engenho e arte. Tudo
isto projectou o vinho pm o primeiro lugar na actividade econbmica da ilha, man-
tenbse por mais de três sdculos. O ilheu, desde o iiltirno quartel do sdc. XVI,apos-
tou em exclusivo na cultura da vinha, tirando dela o n e c h o para o seu sustento
d i o e. igualmente, para manter uma vida de luxo, sumptuosos pa18cios e igrejas.
Este processo d patente na Histdria e seus testemunhos presenciais. Se em 1547
Hans Standen refere que a economia da ilha se define pelo binbmio vinhdaçúcar,
j B em 1578 Duarte Lopes colocava o vinho em primeiro lugar nas exportações e em
1669 o cdnsul francês afimiava que o vinho era o prindpl negócio da i h . Toda a
documentação dos séculos. XVIIIIXIX t unhirne em considemr o vinho como a
principal e total riqueia da ilha, a única moeda de troca. A Madeira não tinha com
que acenar aos navios que por aí passavam, ou a demandavam, senão o copo de
vinho. Tudo isto fez aumentar a dependemia da economia madeirense.
A segunda metade do século XVi, e de modo especial as três iiltimas décadas, é
o momento de afirmação da cultura da vinha. O mercado adquire importancia
enquanto os canaviais deixam de ser rentheis. São iniimetas os registos que con-
firmam esta situação. Assim em 1571' Jorge Vaz de Chara de Lobos decidiu-se
mudar o seu chão das laranjeiras para malvasia "para dar mais proveito". IA em
15874a terra de João Gonçalves, em Santo Antbnio, que havia sido de vinha estava
com canavial de soca de um ano. Na verdade, a União IMrica veio a alterar a
geografia do mercado açucareiro e a Madeira viu de novo a possibilidade de expor-
tar nesta cultura. Todavia nem sempre foi assim o motivo de mudança na lavoura.
Assim em plena euforia de cultura açucareira no stculo XVII, Rafael Catanho
Vivaldo de Ponta de Sol lastimava a sua sorte "porque as t e m eram de canas he
as ditas canas se não quiseram daf5. Outro factor que condicionou as culturas
prende-se com as pragas. Nos inicios do skulo XVII o bicho atacou a cana. Martim
Afonso reclamavam em 1612 de sua sorte, pois a sua fazenda de fora dos Ratos não
era de grande proveito. O vinho em pouco tempo torna-se em vinagre, as canas
estão atacadas pelo bicho, por isso "não entendem o que poder$o vir a dar mas tam-
b&n que j B a n d d o de canas e por o bicho dar nelas as d e i x a estar devolutas e
as p h h m m de vinha há poucos anos por não darem canas por o bicho tudo levar
a eitoWjh para Manuel da Gram' os seus dois serrados eram quase improdutivos
pelos "ares e maldade da prbpria sem", a alforra e a falta de hgua, n3o dando assim
para adentro As despesas da capla a que estavam vinculados.
Esta reatidade 6 evidenciada em 1698 com uma sentença em favor dos Cdnegos
da Sé do Funchal, sobre 20 pipas de vinho nas freguesias de S. Pedro e Nossa
Senhora do Calhau. Na altura da concessão da congrua o vinho era do norte da iIha,
por o não haver em suficiente quantidade nas freguesias do Funchal. A razão disso
é clara: "segundo que naquele tempo estava em seu vigor a lavoura das canas de
assucar, a quoal oje se acha quazi extinta e em lugar das canas de assucar se aplan-
tarão muitas vinhas no termo desta cidade que dam vinho bastante para os
menistros eclesiasticos...'"
A afirmação de viticultura madeirense é retratada de forma evidente pelos
estrangeiros, nomeadamente ingleses, que escalam a ilha na segunda metade do
século XVII. Em 1646 Cristopher Jeafferson refere que a produção rondaria as
25.000 pipas. Já John Ovington estima a produção anual em 1689 de 20.000 pipas.
Aliás, este último traça-nos o quadro completo do mercado do vinho madeirense no
final do século XVII:
"Num cálculo modesto, a produção anual de vinho pode ser calculada em vinte
mil pipas, sendo este número totalmente gasto. Pensa-se que oito mil serão bebidas
na ilha, três ou quatro dispendidas no tratamento ou melhoramento e o resto expor-
tado principalmente para as Índias ocidentais, espedalmente Barbados, onde tem
mais aceitação que os outros vinhos europeus""

A CULTURA DA VINHA NA MADEIRA. SÉCULOS XVI E XVIII

Não é fácil esclarecer a forma como se lançou e fortaleceu a cultura da vinha na


Madeira. Não existem dados concludentes que permitam avaliar a forma como isso
se fazia. No sentido de esclarecer esta realidade, nomeadamente do investimento
que isso implicou, reuniram-se os dados avulsos que foi possível coligir'o.
Alguns dados disponibilizados pela documentação permitem evidenciar essa
paulatina afirmação da vinha na economia familiar e da ilha. Note-se, por exemplo,
que no caso dos conventos o seu peso é evidente como o confirmam as terras de
vinha foreiras ao Convento de Santa Clara.

TERRAS DE VINHA FOREIRAS DO CONVENTO DE SANTA CLARA -1644

NOME. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .LOCAL . . . . .FORO


Afonso Aires 1 700
António Correia. . . . . . . . . . . . . . .Funchal 1 000
António Gonçalves. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 000
António Gonçalves. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 800
Apolónia de Sousa .Caniço 1 200
Baltasar Gonçalves. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 000
Baltasar Sequeira .Sto. António ?
Maria Carvalho Valdavesso 1 200
Cristóvão Moniz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 800
Diogode Omelas . . . . . . . . .1 000
Domingosde Andrade 2 000

101
Domingos Rodriguez 3 000
Domingos Vieira Coelho. . . . . . . .S. Gonçalo. . . .3 000
Francisco Noronha Henriques . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 500
Gaspar Costa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1 400
Heitor Nunes Berenguer . . . . . . . . .Calheta . . . . . . .5 000
Isabel Atouguia . . . . . . . . . . . . . . . .RaBrava. . . . . .1 000
Jerónimo Teixeira . . . . . . . . . . . . . .Gaula .300
João Escórcio Vasconcelos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 000
João Omelas Abreu 1 100
Lourenço Matos Coutinho .Funchal .30 000
Manuel da Silva. . . . . . . . . . . . . . .C. Lobos. . . . .2 000
Manuel Gonçalves Brandão .RaBrava. . . . . .1 400
Manuel Vieira Toscano .., .700
Pedro Gonçalvez Sidrão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1 000
Pero Catanho 3 500
Rafael Estêvão Florença . . . .. Calheta . . .3 000
Roberto Vilovit . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1 650
Fonte: ANTT, Convento de Santa Clara, n° 18.

Os conventos do Funchal, nomeadamente o de Santa Clara e da Encamação


surgem como grandes detentores de bens fundiários em toda a ilha. Os dotes das
noviças, as doações particulares alimentaram ao longo dos anos esse património. Os
dados acima evidenciam essa realidade e outro documento que faz a relação das
adegas do convento toma-a evidente. Assim, em 166711o convento tinha adega em
Santo António, Câmara de Lobos, Estreito, Campanário, Ribeira Brava e S. Vicente
com um total de 104 tonéis.

LOCAL.. .1688 .1691 1692 .1708.1750.1752 .1753 1754 .1755 1757 . .1763
C. Lobos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4 1
Santa Cruz. . . . . . . . . . . . . . 8. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .4
Ra Brava. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1
Porto Novo. 1 . 2. 3 2. 3. . . . .. 1 1 ..."

No caso do Convento da Encamação o número de foros em vinho é mais reduzi-


do, quando comparado com os demais produtos ou com o de Santa Claral2
A partir de um levantamento feito nos testamentos dos séculos XVII e XVIII,
disponíveis no Arquivo Regional da Madeira é possível saber qual o investimento
indispensável para a cultura da vinha e a forma de sua articulação com o sistema
fundiário.
Na Madeira é necessário distinguir em muitos dos casos um sistema de dupla pro-
priedade, conhecido como contrato de colonia. No caso da cultura da vinha, ela
expressava-se da seguinte forma. O proprietário pleno que apenas era possuidor do

102
espaço e o colono que era proprietkio das benfeitorias nectssMas ao aparecimento
dos vinhedos, isto 6, paredes, pks de vinha, latadas, loja e lagar, Deste modo t pos-
sível saber o valor destas ÚItimas benfeitorias por este simples facto. Nos testamentos
em seus inventsrios estabeleceu-se o seu justo valor para os Iegitimos herdeiros. O
colono recebia muitas vezes a terra baldia e ficava com o encargo de erguer paredes,
plantar as videiras, constíuir as latadas e o lagar, a troco de metade do mosto saido h
bica do lagar. O senhor apenas se limitava a assistir h vindima e partilha do mosto.
Em muitos casos nem sequer estava presente nem se fazia representar por feitor,
ficando o colono com o encargo de o conduzir As suas lojas do centro da freguesia ou
no FunchaI. Deste modo todos apresentam-se com lagar, sendo este de acordo com as
suas possibilidades. Assim, temos as lagariças de pedra, o lagar de pedra o cocho e o
fuso. Estes lagares e a casa implicam para a maioria um avultado investimento.
Partindo desta realidade podemos afirmar que todo a investimento necessário a
cultura de vinha era da responsabilidade do colono. Era ele quem atribuía a mais-
valia ao terreno mercê das benfeitorias que aí era obrigado a fazer para que as cul-
turas medrassem. Daqui resultarh uma situaçiio de duplo favorecimento do proprie-
thio. Por um lado retirava o seu rendimento sem qualquer investimento e, por
outro, vinculava o colono A sua propriedade atravds de um contrato regido pelo
direito consuetudinário. O sucesso desta instituição, conhecida como contrato de
colonia deva% estar precisamente nesta teia de relaçbes e interdependbncias.
Este investimento inicial, assumido pelo colono em terras de senhorio era eleva-
do, podendo ullrapassar os quinhentos mil reis, distribuídos entre as paredes de
retençao das terras, as parreiras, a latada e corredor de canas e vimes e o lagar com
sua casa ou palheiro. De um modo geral o valor mais elevado incidia sobre o le-
vantamento de paredes e das parreiras. A casa e o lagar sb adquirem outro valor
quando são em simultaneo morada do colono e portanto a construção 6 mais cuida-
da. Deste modo esta benfeitoria poderia quedar-se por apenas 800 r&, como é o
caso do lagar de Manuel Gonçalves em Campanário, ou ultrapassa os trezentos mil
reis, como sucedeu com a casa e lagar que Domingos da Silva Pinto havia cons-
truido na Eazenda de Francisco Figueira no Estreito de Câmara de Lobos. Note-se
que neste caso estaremos perante um lagar de grandes dimensíks, tendo em conta
estes cultos de trabalho com o pedreiro e carpinteiro e o valor assinalado para as
parreiras plantadas que era de 372.580 dis".
A avalia* do lagar era feita tendo em conta a sua capacidade, a forma de cons-
truçgo, a disponibilidade de apetrechos e a cobertura que o protegia. A presença de
utensílios, como a tina, funil 6 rara e mais difTcil 6 ainda encontrar a referência ao
vasilhame, o que poder8 ser indício de que o mosto seguia directamente para o
Funchal.
As despesas de construção do lagar eram elevadas. Assim no Iagar que constru-
iu Domingos da Silva Ponte no Estreito de C h a r a de Lobos, o serviço de pedreiro
e carpintaria foi avaliado em 305$700 reis". A valorização dos diversos compo-
nentes do lagar surge com Paula de Aguiar da Tabua. No seu inventhrio declara a
madeira do lagar em rocha e tina por 10$900 reis, a pedra de empesar em 5$000
&i$, carpintaria do lagar (fusoe toda a madeira) 12S400, palha e cmas da cobertu-
ra 600 rkis. O senhorio havia comparticipado com 5$000 das paredes, pedra de
empesar e 5$000 do fuso".
Em 1664 Manuel Moniz refere no inventário da sua fazenda na Ribeira Seca
cinco tontis, avaliados em 5 000 réis. Jh em 1752 Romão Figueira declara para
inventário dois barris e dois funis de ceIha no valor de I 000 reis'".
Na cerca do convento de Encarnaç$ioestava tarnbem uma latada com vinho. As
contas do convento do sbculo XVII s b reveladoras das despesas da sua
manutenção. Assim os tamões para a latada custaram 300 réis, enquanto os sete
homens que podaram a vinha receberam 350 réis e o homem que andou quatro dias
na vindima recebeu 200 réis.I1
O maior investimento por parte do v iticultor/colono estava no arranjo das terras,
no plantio, enxertia e cuidados a ter com a vinha. Temos informação sobre o valor
dos bacelos e dos enxertos. Em 1592 os bacelos eram avaliados em 6 rdis cada, situ-
ação que se mantém em 1742, uma vez que um milheiro equivalia a 6 000 rdisi8,Os
enxertos referidos para o stculo XVIII, são avaliados em 50 rkis por pé19.
Quanto A extensão de vinhedos t de salientar alguns casos pelo número signi-
ficativo de milhoiros de parreiras dadas a inventhio. Assim,em 1748 Antónia de
Freitas, casada com João Rodriguez Mazag%otem em S. Martinho terras de ben-
feitorias do capitão Francisco da Cunha com 43 600 parreim. Este é o-maiorinves-
timento vislvel do colono. A despesa em Iatada 6 reduzida, o que deverá ser prova
do uso da vinha de pé''. Diferente t todavia o caso de Maria Pereira no Campanário
que para 24 232 parreiras viu-se obrigada a investir 45 000 reis na construção de
latadas a que se soma mais 65 000 reis de paredes2'.Note-se ainda que esta última
despesa dependerá do local onde assentar8 o terreno. Todavia, o facto mais signi-
ficativo prende-se com a realizaçiío destes investimentos nos seculo XVII e XVIII.
Esta situação era reveladora, sem dhvida, que ainda nesta tpoca se procurava
cbnquistar o terreno baldio para a vinha. A afirmação da vinha foi assim resultado
de uma usurpação do terreno ocupado com os canaviais abandonados, mas acima
de tudo pela conquista dos baldios situados em zonas com condições apropriadas a
esta cuItura.
Acresce ainda o facto de os dados disponíveis serem reveladores de uma aposta
preferencial nesta cultura e do seu indeldvel crescimento a partir da segunda metade
do sdculo XVII. Era a vinha que valorizava o espaço agrlcola e todas as tarefas e
benfeitorias que conduzissem h sua afirmação eram por consequencia tamb6m valo-
rizadas. Daí que n%oseja estranho nestes inventários uma assldua referencia A vinha
e as benfeitorias correlativas.

O MERCADO DO VINHO NO S ~ ~ U LXVII


O

0 s mercados para o vinho Madeira diversificaram-se ao longo dos tempos. E, de


todos, apenas o britânico manteve a fidelidade ao nosso vinho. Este pais foi um dos
primeiros a apreciar o vinho da ilha, documentando-se, desde o século XV, o
comércio do vinho da Madeira.
O vinho da ilha cedo ganhou fama em toda a Europa Ocidental, que se expandiu
rapidamente de viva-voz pelos seus apreciadores. Já em meados do século XV o
genov&s Cadamosto refere que os vinhos da ilha "são em tanta quantidade, que
chegam para os da ilha e se exportam muitos deles". Em pleno século XVI Giulio
Landi (1530) refere que os madeirenses não costumavam beber vinho, "vendem-no
a mercadores, que o levam para a Península Ibérica e para outros paises setentrio-
nais". Jh finais desta centúria Gaspar Frutuoso d i conta que "o vinho malvasia 6 o
melhor que se acha no Universo e leva-se para a india e para muitas partes do
mundo (...)".
O malvasia madeirense ganhou fama de imediato granjeando apreciadores na
Europa e nos espaços que foram sendo revelados por estes a partir do século XV. A
primeira referência h saída de vinho é de 1508 quando Diogo de Azarnbuja con-
duziu vinte e uma pipas de vinho para a praça de Safim21.Mas é na Europa que neste
momento o vinho da Madeira tem o seu mercado.
Os brithicos são os mais assíduos apreciadores que o teriam descoberto a partir
do sdculo XV.Shakespeare nas suas peças insiste na sua presença nas tabernas e
mesa da aristocracia2'. Todavia a referência mais antiga A sua exportaçiio 6 para
Rouen e Orleans em 1532".
A partir do sdculo XVI expande-se ao mercado colonial europeu. Nas colbnias
europeias afirmam-se como um novo e prometedor mercado para o vinho. Em
África ou no Brasil encontram tambkm um destino preferencial. Em 1589" Simão
Pires levou doze pipas de vinho para Cabo Verde, aval iadas em 140.000 reais. Para
estas ilhas seguiram mais cinquenta pipas por ordem de Vicente Gomes.
Cedo o vinho Madeira ganhou fama pela sua capacidade de adaptação ao calor
t6rrido dos tr6picos. Na verdade, t no Novo Mundo que o vinho de Madeira adquire
um estatuto especial no Novo Mundo. 6 servido il mesa das autoridades e grandes
laiifbndi8rios, como no acto litúrgico que dB expressgo h prhtica religiosa dos
Crisaos. Era vinho de mesa e de missa. E nas colbnias criadas pelos ingleses na
America no decurso da segunda metade do século XVII que encontr8mos um dos
primeiros e melhores mercados do vinho Madeira.
O Brasil partilha estas exportaçües sendo então o principal destino nacional do
nosso vinho. As mais antigas referéncias da presença do vinho Madeira no Brasil
datam da segunda metade do sdculo XVI.Em 1572" rumaram para ai 36 pipas de
vinho branco, a que se juntaram em 159717outras 98 para o Espírito Santo e Rio de
Janeiro, para serem trocadas por açúcar. Abriu-se assim esta rota do vinho Madeira
que continuar8 na centúria seguinte merc€ das facilidades concedidas aos navios de
frete do Brasil e a possibilidade da ilha ai intervir com o envio de duas embarcações
directas.
O vinho tem lugar de destaque na mesa do senhor de engenho como sucede em
1626 no de Sergipe do Conde que recebeu duas pipas28.Para o período de 1638 a
1655 o Brasil, através da Baía, Pernambuco e Rio de Janeiro, recebeu 6.602 pipas
de vinho de Madeira. Já no ultimo quartel do século é evidente a afirmação do mer-
cado brasileiro.

Destino . .. .1687 .1688 .1689 .1690 .1691 .1692 .1693 .1694 .1695 .TOTAL
Pernambuco . . . . . .310 . .380 . .135 . .480 . .400 . .400 . .370 . . .2475
Baia . . . . . . . . . . . .505 . .605 . .855 .1010. .200 . .982 . .900 . .. ..- . .117 .. .5174
Angola. . . . . . . . .208 ..438 ..450 ..425 ..382 ..212 .. .2115
Cabo Verde. . . . . . .25 ..190 ..112 .. ..327
Rio de Janeiro. . . .200 . .240 . .487 . .500 . .250 . .120 . .390 .. .82 . . .2269

Fonte: ANTT, PJRFF, n°.373.

Acresce ainda o consumo do vinho Madeira no abastecimento às armadas da


Índia. Em 1651 o Provedor da Fazenda no Funchal, Francisco de Andrade, provi-
denciou o envio de 400 pipas de vinho para Lisboa com essa finalidade29.
O vinho da Madeira tinha no mercado colonial britânico um destino privilegia-
do. AAmérica do Norte surge desde a década de quarenta do século XVII como um
dos principais destinos. Em 1645 o vinho da ilha vende-se já em Boston, chegando
a Nova York em 1687. Todavia é no século XVIII que se consolida este e os demais
mercados do mundo colonial inglês.
O século XVII é definitivamente o momento de consolidação do mercado do
vinho da Madeira, o que contribuiu para a sua rápida conquista do espaço agrícola
em toda a ilha. Os tratados luso-britânicos, a definição de Madeira como uma escala
segura e privilegiada para os veleiros ingleses ditaram esse promissor destino do
vinho da Madeira. O vinho da ilha sai dos horizontes do mundo português e alarga
o seu mercado ao ascendente mundo colonial britânico.
O vinho Madeira 'cedo adquiriu fama junto dos seus apreciadores e atribuiu
proveito aos madeirenses. Por outro lado este era dos poucos vinhos, que ao
sujeitarem-se às constantes mudanças de temperatura, não se deteriorava. Em 1687
Hans Sloane afirmava que o vinho da Ilha era "exportado em grandes quantidades
para as plantações das Índias Ocidentais e, ultimamente para o Ocidente, pois não
há nenhuma espécie de vinho que se mantenha tão bem em climas quentes"30.Era
ainda muito apreciado em Angola3',como na Mina. Neste último destino o capitão-
mor ditava em 1634 o veredicto: os vinhos que V. M. mandou com o cabo Thomé
Matozo, se mudarão em chegando a esta costa, de maneira que nem os gregos os
gastarãosenãoa meyotostão [Oo.] PeloqueV.M. devemandarque não venhãovi-
nhos para esta praça, salvo da ilha da Madeira, porque doutra parte fazem o mesmo
que fizerão estes"32.Note-se ainda que em 1663 Eduard Barlow conduziu 500 pipas
ao Rio de Janeiro, porque este era o melhor vinho a conduzir aos locais quentes.
Para Angola sabe-se que em 166533seguiram 3 pipas de vinho para que os
Carmelitas Descalços se pudessem servir dele para as missas. Situação semelhante

106
A que jB worria nos Açores onde Gaspar Frutuoso o considera vinho de missa.
A partir das cartas de Diogo Fernandes BrancoY,que compreendem os anos de
1649 a 1652, é possivel ter uma ideia da evolução do mercado.

..
Destino .Pipas de Vinho
Angola . . . . . . . . . . . .I368
Barbados ........... - 21
Brasil . . . . . . . . . . . . .,133
Cabo Verde ......... - 2 5
Lisboa . . . . . . . . . . . . 108
.
Londres . . . . . . . . . . ..232
Outros ............ .I452
Total ............ .3339

Uma vez que o principal empenho deste mercado madeirense estava no tráfico
negreiro que ligava a costa oriental africana e o Brasil, temos em Angola o princi-
pal destino destes vinhos, que aí se trocava por escravos para depois na volta con-
duzir ao Brasil donde os trocaria por açúcar com retomo ao Funchal. Era o ver-
dadeiro circuito de triangulaçiío que tinha o epicentro na Madeira.
Jh a correspondtncia particular de Williarn Bolton", um mercador ingI&sestabe-
lecido no Funchal, para o período de 1695 a 1700 reveIa-nos outra realidade que
acabou por vingar no mercado do vinho, isto é, as Antilhas. Senão, veja-se o Brasil
será por todo o s8culo XVII o principal mercado do vinho da ilha. A apeencia dos
madeirenses em conseguir chegar a este mercado, n%o obstante as limitações
impostas pelo monopblio da coroa, levou a que se abrisse uma oportunidade com a
licença dada a duas embarcações por ano. O açúcar transaccionava-se em paralelo
e troca com o vinho. O principal destino era o Rio de Janeiro, Baia e Pernambuco.
A presença de William Bolton na Madeira enquadra-se na nova conjuntura,
favodvel ao assentamento inglés na ilha. Os diversos tratados de amizade entre
Portugal e a Inglaterra propiciaram esta presença que se torna necessária pela
necessidade de provimento do mercado colonial e est8 facilitada pelos actos de
navegação iniciados em 1651 com Cromwell.
A política mercantilista inglesa havia estabelecido que t d o o movimento para os
portos das colhias británicas deveria ser feito por barcos com pavilhão ingIts,
sendo a partida e regresso de Londres. Todavia a ordenança de 1663 estabelecia
uma excepçgo lo ilhas da Madeira e Açores que ficaram com o exclusivo do fome-
cimento de vinho, via directa.
Williarn Bolton é o primeiro mercador inglbs que se enquadra neste espírito e
cuja actividade comercial pode ser acompanhada atraves das cartas que nos deixou.
As coldnias inglesas das Antilhas e Amkrica do Norte são o seu objectivo e o vinho
o principal negbcio.
As Antilhas (Curaçau, Barbados, Antigua, Nevis, Jamaica, Bermudas) surgem
com uma posiç4lo destacada.

Destino .... .Pipas Vinho ....... .%


Antilhas . . . . . . . . . .5005
. ....... .46
Brasil . . . . . . . . . . .,2200 ....... .20
Amdrica Norte ..... . I 140 . . . . . . .-11
África ............. i0 . . . . . . . . . -
jndia ............. 120 .........1
Europa . . . . . . . . . ..2361 . . . . . . ..22
Total ........... .I0836 . . . . . . . . . .

Reunidos todos estes dados avulsos conclui-se pela seguinte distribuiçiío do


vinho Madeira no decurso do stculo XVII.
Ainda para a segunda metade do sdculo temos dados seguros sobre a exportação.

Destina ...... .1623-50 ...... .


.I651-65 .1687-1695
Angola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..313 ..... .1.762
Africi
Mina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .I O0 . . . . . . . . -
Caboverde . . . . . . - . . . . . . . . . . ..6 . . . . . ..327
Ilhas
Açores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 5 3
Baia .......... .2.579 ......... ,100 . . . . ..5.529
Pernambuco . . . . . . . - . . . . . . . . ..I80 . . . . . -2.475
Brasil
Porto Seguro . . . . . . . . - . . . . . . . . ..236 .........-
Rio Janeiro ..... .1.820 . . . . . . . . . . . - . . . . .5.029 .
Estes dados s%areveladares da consolidação do mais destacado mercado do
vinho, que foi as Antiihas e a Amdricrt do Norte. As exportações para este último
destino ter-se-ão iniciado na dkcada de quarenta deste século dezassete. A primeira
referhcia reporta-se a um navio inglês que aportou A Nova Inglaterra em IWI com
vinho de Madeira. Por outro lado sabe-se que a Madeira funcionava com escala re-
gular na rota de África para o tráfico negreiro, onde carregavam vinho36.
A afirmação do vinho com um importante produto nas trocas externas da ilha sb
foi possivel mediante a conjugação de vários factores. Ao nivel interno a crise do
mercado açucareiro projectou a vinha para uma posição de destaque, enquanto
externamente as mudanças e a nova configuração dos poderes projectaram um
papel cimeiro aos ingleses. A isto acresce um necessário investimento para que o
mercado se consolidasse. O madeirense investiu todas as suas sinergias na cons-
trução das benfeitorias necessárias A expansao da cultura, enquanto o inglh orien-
tou o seu investimento para a consolidação do mercado dentro do seu mundo colo-
niai. Foi esta conjugação de vectores que permitiu a rhpida ascensão da cultura e
comdrcio do vinho da Madeira a partir da segunda metade do stculo XVII.

O MERCADO DO VINHO NO SÉCULO XVIII

A politica meratilista inglesahavia estabelecido que todo o movimento para os


portos das coldnias brit8nicas deveria ser feito por barcos com pavilhão ingl&s,
sendo a partida e regresso de Londres. Todavia a ordenança de 1663 estabelecia
uma e x c e ~ ã oAs ilhas da Madeira e Açores que ficaram com o exclusivo do fornec-
imento de vinho, por via directa.
WilIiam Boiton d o primeiro mercador inglês que se enquadra neste espirito e
cuja actividade comercial pode ser acompanhada atravds das cartas que nos deixou.
As col6nias inglesas das Antilhas e América do Norte s%oo seu objectivo e o vinho
o principal negkio.

Curaçau . . . . . . . .550 ............ 520


Babados ...... .2.260 ........... -5.055
Jamaica ......... .660 ........... .8.033
Martinica .......... - ............. I70
Montsmat ......... - ............-320
Nevis .......... .225 ............ .I60
St. Thomas ........ .- ............. .60
St. Christophus .... .- ............ .I50
América Norte ... .Boçton ......... . I 80 ............ -190
Carolina .......... .-. . . . . . . . . . . . ..I00
N.York . . . . . . . . ..62O . . . . . . . . . . . ..600
N. Inglaterra ..... .300 ............ -300
........... .- ............ .I00
Virginia
..... -40 ............... -
Rhode Island
Brasil ......................... -2.200 ........... -4.450
fndia ............................120 . . . . . . . . . . .,330
.
Batavia ............................. ..............60
Europa ......... .Inglaterra ..... -2261 ............... -
Irlanda ......... -100 ...............-
África .......... .Guiné ........... .10 ...............-

6 no século XVIII qde se consolida a prefedncia pelo vinho madeirense no


mundo colonial inglês. -$Madeira tornou-se uma referência obrigatbria. O seu
vinho e as castas que o originavam foram motivo de admiração. A malvasia foi lev-
ada em 1736 pelo Dr.Williarn Houston para Charleston, enquanto em 1773 Joseph
Aleston fez ai chegar novas castas com igual sucesso. Aljb, a segunda metade do
sdculo é o momento de plena afirmação do vinho madeirense nestas paragens. O
facto de alguns dos heróis do movimento pró-independenciados EUA fez com que
o vinho Madeira ficasse a simbolizar a libertação. O "tea party" que esteve na
origem disso esth ligado k Madeira. A defesa da entrada livre de mercadorias, con-
tra o pagamento dos direitos de entrada teve o seu primeiro incidente em 1768 com
100 pipas de vinho trazidas da Madeira para Boston por John Hancock. Acresce
ainda que o acto de declaração da independência dos EUA a 4 de Julho de 1776 foi
brindado com um cfilice de Madeira. Por outro lado os seus presidentes não se fize-
ram rogados e contam-se entre os mais devotos apreciadores: Benjamim Franklin,
George Washington, John Adams e Thomas Jefferson integram-se neste grupo.
Assim F. Tay10P7afirmava que "A ilha da Madeira 6 conhecida pelos Americanos
principal mente devido aos seus vinhos; e em anos anteriores, pelas quantidades de
cereais que eram importados dos Estados Unidos para a ilha. Nos últimos anos, o
nQmerode embarcações aqui chegadas, vindas dos Estados Unidos, diminuiu, emb-
ora ainda seja matéria de algum interesse para o nosso comércio".
A evolução do mercado madeirense do vinho adequa-se A conjuntura político e
econdmica europeia e colonial. Neste contexto para além da necessidade de assi-
nalar os apontamentos europeus ou americanos torna-se imprescindível entender
qual foi a posição assumida pela Madeira no mundo colonial britânico. A Madeira
será assim no decurso dos séculos XVIII e XIX a escala necessárias de apoio à sua
navegação no Atlantico, at&que em meados da centúria oitocentista a abertura do
canal do Suez veio retirar-lhe parte significativa deste protagonismo.
O facto de a ilha se situar no meio do Atlântico acarretou inúmeras vantagens.
Por um lado transformou-se em porto de escala fundamental do tráfico ocezinico.
Por outro ficou à margem dos conflitos que assolaram a Europa, como sejam a
Guerra de SucessPio da Áustria (1740-1748), a Guerra dos Sete Anos, a Revoluç%o
Francesa (1789) e o consequente Bloqueio Continental (1806). Apenas a Guerra de
Independência dos EUA (1776-90) teve reflexos inevitáveis na Madeira uma vez
que a instabilidade atingiu um dos melhores mercados do vinho Madeira e a con-
vulsão se orienta contra aqueles agentes que o dominavam. 0 s reflexos foram
inevithveis para a economia e sociedade madeirense. Esta situação reveladora da
extrema fragilidade da economia madeirense, assente desde muito cedo na domi-
nância de apenas um produto de exportação. Em 1777 o vinho é considerado a
grande riqueza da ilha, mas mesmo assim as 112 mil pipas não fazem "o equilíbrio
vantajoso A terra, por depender esta da introdução de tudo quanto necessita para a
sua subsistencia indispensável e por isso excede a exportação".
O sistema de troca desigual 6 referido por GeorgeThomas Staunton '8". ., A ou-
tras pessoas, normalmente não habituadas aos meandros do negócio, um preço
superior d sempre pedido. Ao vinho velho é feito um acréscimo de cinco xelins ou
mais por pipa, por cada ano que t conservado, o que equivale h quantidade perdida
se derramado, & evaporaç%oe aos juros do capital que permanece n8o empregue. O
TERRAS DE VINHA: EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO. SÉCULOS XVII- XVIII
DATA. . . . . . .PROPRIETÁRIO .COLONO .LOCAL . .LAGAR E CASA. .VINHAS . .PAREDES.LATADA TOTAL
1650-Set-05. .ManuelHomemSousa . .AntónioVaz. . . . . . . .S.Martinho ? ? .80.500 rs
1664-?-? .Manuel Moniz .. .. .. .Funchal... .. . .12.000 ? ? 562.000
1669-Jul-31 . .Brás FemandesAguiar . .GonçaloFernandes . .Campanário ? ? ... """" .26.000
. . . . . . . . . . . .Convento Sta Clara. . . . .GonçaloMendes. . . .Campanário ? ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26.260
1673-Jan-13 . .MariaAssunção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Funchal ? ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .900.000
1690-Fev-1O. .MariaAbreu .Campanário ... .8.000 . ... . .. .. .. .. . ... . ..
1692-0ut-18 . .Robert Vilovit .Funchal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10.900 . . . . .32.740 . . . . . . . . . . . . . . . .
1700-?-?. . . . .ManuelCorreiada Silva .ManuelGomes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1.800 . . . . .1.300 . . . . .27.000 .59.600
1704-?-?... . João GonçalvesTeixeira .S.António ? ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .140.000
1717-Jul-02 ..? """""""""""""""""" .S. Martinho ? .24.000
1718-?-? .. . . .Maria Mendes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Campanário . . . . . . . . .2.000 .453.000
Jul-30 .AntónioPinto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Campanário . . . . . . . .25.500 ? ? .104.000
1720-0ut-30 . .FranciscoFernandes c. Lobos.. ? ? ? ? .69.700
Jul-16 .MarianaGraviel .R. Brava. . . . . . . . . . .1.400 ? ? ? 128.400
?-?- ... . .ManuelGonçalves.... . . .. .Campanário .. . .15.000. .. .. . . . ..
1723-Jan-03. .ManuelGomesGarcês .S.António. . . . . . . . .11.000. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1726-Nov-14.ConventoStaClara .MateusdeAbreu ... .Campanário ? ? """""""""" .98.510
. . . . . . . . . . . DiogoFernandes . . . . . . .Mateus de Abreu ... .Campanário ? .165.000
1728-Ago-19 .AntónioBrito .ManuelAbreu .Tabua """"'" .27.230 .7.000................
1730-?-? .. . . José Gomes Jardim. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .S. Martinho . . . . . . . . .3.500 . . . .75.000 . . . . .61.600 . . . . . . . . . . . . . . . .
1731-Fev-06 . .ManuelGomes .Campanário .3.000... .33.180 .68.200................
1732-?-? ? AntónioJoana Tabua 1.500 25.315 2.710 1.840 .31.365
1732-Nov-21 .FranciscoHomem
. . . . . . . . . . . . d'EI-Rei .PedradaCruz. . . . . .c. Lobos. . . . . . . . . . .2.600 . . . .19.000 . . . . .55.000 '" .4.000 .80.600
--
- 1733-0ut-20. .FranciscoXavierde Baiona """"""'" José Gonçalves. . .R.Brava. . . . .1.000. . . . .27.270.. .62.270. . . . . . .
.-
.-
N .
1735-Jan-1I . .Manuel Pereira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Tabua .3.200 . . . .12.575 . . . . .63.000 .. .27.300 106.075
. . . . . . . . . . . .ManuelPereira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Tabua .12.000 . . . .19.200 . . . . . .3.300 . . . . . . . . . . . . . . . .
1736-Fev-15 . José FerreiraMesquita. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Funchal .. . . . . . . . . . .9.500 ... .39665 . . . . .99.000 .. .10.000 158.165
Mai-20 .Maria Femandes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .S.António . . . . . . . . . .8.500 . . . .86.528 . . . . .14.500 .. .43.000 152.528
Ago-06 . . . . . .ManuelVogadoLomelinoMaria Omelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12.000 . . . .22.500 ..........................
Out-05 .FranciscoLuis Vasconcelos. . . . . . . . . . . . . . . . .Manuel Pires. . . . . . . . . . . . . . . . .9.000 . . . . .62.500 . .125.000 . . . . . . .
.. .. .. .. .. ..
1738-Jul-15 . .Bemardo Gouveia .., . .S. Água .3.000... .38.620 .10.500 ... .1.200 .53.320
Jul-16 .CatarinaAbreu .Campanário .4.000... .41.500 ... .1I0.500 .. ..............
1739-Fev-20 . .Pedroda Câmara. . . . . . .Maria Rosa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .500 . . . .77.000 . . . .275.000 . . . . . . . . . . . . . . . .
Nov-07 . . . . . .FranciscoLuís Vasconcelos. . . . . . . . . . . . . . . . .Marianade FreitasS.Martinho . . . .5.000 . . . . .51.100 . .116.000 . .7.000
179.100 . . . . . .
1740-Nov-25 .Gaspar Pereira. . . . . . . . .Manuel Gomes. . . . .E.C.Lobos . . . . . . . . .31.000 . . . .22.800 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .173.070
1741-Jun-21 . .ManuelFemandes . . . . . . . . . . :. . . . . . . . . . . . .Campanário .800 . . . .25.000 . . . .120.000 .,. .4.000 157.000
1742-7-7 .AntónioCorrea HenriquesPedroGonçalves. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9.000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .113.500
. . . . . . . . . . . .AntónioCorrea HenriquesPedroGonçalves. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212.870
Nov-ll João Henriques .E.C.Lobos . . .. .10.000... .85.350. .. .140.100 .. .16.000 251.350
Dez-ll .FranciscoFigueira. . . . . Domingos da Silva Pinto. . . . . . . . . . . .E.C.Lobos . . .305.700 . . . .372.580 . . . . . . . . . . . . . . . .
.. .. .. .. .. ..
Dez-12 .DomingasAscenção .. . ... ., .. .. . .22.000.. .. .2.250 .400 .850 .22.500
1743-0ut-21 . .ConventoEncamação .. .Maria Gomes. . . . . . .Tabua .2.500 . . . .11.746 . . . . .99.500 .. .12.500 125.746
. . . . . . . . . . . .AntónioBrito .Maria Gomes. . . . . . .Tabua .19.000 . . . .28.500 . . . . .87.000 ... .5.400 139.900
1744-7-7 .lnácio B. Silva. . . . . . . . .AntónioFigueira. . . .S. Martinho . . . . . . . .40.000 . . .119.250 . . . . .35.650 ... .3.000 197.900
Jul-27 ... . . . Jerónimo Roiz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Campanário. . . . . . . . .2.000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1745-7-7 .MariaGomes .S. Martinho .6.500... .70.800 .74.500 .. .12.000 163.800
1746-0ut-18 . .AntónioRodrigues .Campanário ... .4.000... .20.255 ... .. .6.800 .. .10.500 .40.755
Nov-W . . . . . J m a Duark ........................... .Campanhrio ........-9.000 ... h7.000 ....................469.700
Nov-29 ..... .João Bentecor da C b w a Madalena Gmçdva .Campadrio ........15.000 .. .71.3500 ....135.000 .. .33.000 254.350
1747-Fev-20. .Martinho de Freiias .......................S. Martio ........S.000 ... .15.050 ....................17 1.000
Dez-06 ......JosefaA. Correia .......Pedra Roiz Silveira . .Cam@fio .......-12.000 ... .22.680 ...................,111.180
1748-?-? .....Manuel Roiz %usa .......................T& ............12.000 ....I5.000 ..........................
Age24 ......Timóteo ............................... .Tabus ........... .2.500 .....7.000 ..........................
Out-02 ......Maria Pereira ........................... .CampanBno . . . . . . . . S.650 ... .3 1.680 .... .65.OM) .. .45.000 147.330
Out-17 ..... .Lourenço da Cunha .... .Antbnia Freitas .... .S.Martinho . . . . . . . . .9.000 . . .172.000 ....166.000 .. .10.000 357.000
Out-22 ..... .Maria de Ascengo .......................Campanha ....... .12.000 . . . .24.600 ..........................
1750-Set-06 . .Jod Agostinho . . . . . . . .Maria Mendes ......Campanhrio . . . . . . . . .2.000 . . . -28.050 ...,130.000 .. .IO.OM) 188.050
........... António S.B.Henriques . .Maria Mendes ..... .Campanário .........2.000 . . . .18.000 .... .50.000 ................
175 I-Nov-17 .Vimtina Mendes ........................Faia1 ................. .? ....... ? .................... .14.COO
1752-?-? .... .Rornão Figueira .......................................... -63.000. . . -60.000 ..........................
1753-0ut-25 . .Leandro de Vasconcelos .Francisca Rodrigues .Campanário ........-3.000 ... .QS.MX) ... .197.200 ................
1762-Ago-25 .Leandro de brito Oliveira ..................Tabua ............-2000. . . .13.100 ....I 15.000 .. .15.000 145.100
1767-Set-1l ...................... .PaulaAguiar .......Tabua ............28.900 ....................................
1782-Mai-14. .Francisco Betencor
............Henriques ............JosefaMana .......S.Roque .......... .4.000 ....36.200. . . .235.500 .. .42.000 316.700
preço mtdio de qualquer qualidade de vinho era pouco mais ou menos catorze
libras, o que reduz o valor total de exportações muito abaixo de duzentos mil libras,
parte do qual serve para pagar produtos manufacturados da Grã-Bretanha, farinha e
peixe salgado da Amdrica e milho das ilhas Ocidentais que pertencem, do mesmo
modo que a Madeira, h Coroa de Portugal.
Não 6 raro os comerciantes da Madeira comprarem mercadorias inglesas, com
uma taxa de vinte e cinco por cento de lucro sobre o preço original, indicado na fac-
tura dos produtos. Na realidade, a factura 6,algumas vezes, alterada na passagem
entre a Inglatem e a Madeiia e preços superiores são acrescentados como se
tivessem sido pagos, na origem, por cada artigo. Esta prática ilegal 6 tão divulgada
que d dado o nome de "facturas de hgua salgada" a esses prqos alterados. No
entanto, os consumidores são os únicos prejudicados, uma vez que o comerciante
madeirense faz geralmente o mesmo aumento proporcional, para aIdm do que paga,
As mercadorias que tem para vender."
Os comerciantes Briiânicos controlam, para seu interesse, os cultivadores de
vinha, fornecendo-lhes de antemão tudo o que eles necessitam, nos intervalos da
vindima e nas estações mais baixas. Os seus negócios com os habitantes portugue-
sw do Funchal também devem ser intensos; exceptuando este facto, parecem não
existir muitas relações sociais entre eles."
Os dados dispwiveis sobre a exportação do vinho Madeira, ainda que por vezes
avulsos, evidenciam uma tendencia para a subida a partir de 1ó40 que si3 serfi inver-
tida, passado mais de um século, em 1814. O perlodo de 1794 a 1801, se excluirmos
o ano de 1798, pauta-se por uma alta das exportações de vinho. Isto demonstra que
a conjuntura de finais do skculo XVIII e principias do seguinte foi favordvel ao
comércio do vinho Madeira. Esta situa* 6 descrita de forma paradigmhtica pelo
Conde de Canavial": "Estamos em fins do s6culo XVIII.
A expomçáo dos vinhos da Madeira tem augmentado muito, principalmente
para a Inglaterra, porque, em razão da guerra, lhe estão fechados os portos da
Europa.As reservas de vinhos em boas condições de embarque estão esgotadas. O
systema do canteiro não 6 processo applicavel a um largo e impaciente consumo
com a perspectiva de grandes lucros."
O grande mercado do vinho da Madeira estava nas colónias inglesas da America
e índia. A Madeira estava na rota dos grandes comboios da fndia e das Antilhas.
Note-se, par exemplo, que o de 1788 com 70 navios carregou 2.000 pipas, e outro
em 1799 com 69 navios levou 3.041 pipas.
De acordo com os registos de exportação para os anos de 1789 a 1796 pudemos
definir quatro importantes mercadosm:
1,America do Norte: Boston, FiladClfia, Virginia, Tem-Nova, N. York,
Charlston e Baltimore.
2.Antilhas: Jamaica, Barbados, Martinica, Sta.Cniz, St. Eustachio, St. Vicente.
3.0riente: fndia (Bengala, Bombaim), China.
4.Europa: Pomigal (Lisboa, Porto e Setiitial), Gibraltar, Granada, Marselha,
Londres.

Exportação do vinho de 1780-1799

Destino. . . . . . . . . . . . .Pipas de vinho


Africa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1757
Asia """""""""'" .58673
América do Norte. . . . . . . . . . . .44484
América do Sul. . . . . . . . . . . . . . .1440
Antilhas. . . . . . . . . . . . . . . . . . .103703

É evidente a afirmação do mercado das Caraíbas, dominado pelas colónias ingle-


sas, com especial destaque para Jamaica e Barbados'l. A perda do mercado ameri-
cano a norte em favor da Ásia deve-se a dois factores. Primeiro a guerra provoca-
da pela independência dos Estados Unidos da América do Norte provocou uma situ-
ação de embargo por parte dos ingleses, que se reflectiu numa quebra das expor-
tações. Note-se que nos anos de 1780 a 1783 não há registo de saídas para aí. Por
outro lado o alvará de 8 de Janeiro de 1783 veio a permitir uma abertura ao comér-
cio com Goa e Macau, uma vez que as naus da rota da Índia estão autorizadas a
escalar o Funchal para negociar vinho.
. Tenha-se ainda em consideração que o mercado americano a norte estava já
consolidado no período que antecedeu a independência. Assim, no período que
decorre de 1754 a 1766, os dados registados à entrada, revelam uma supremacia da
Madeira no fornecimento de vinho a Nova York e Charleston'2.

115
PARREIRAS E ENXERTOS

DATA i
proprittlrio Colono ih a l ?arrcirar ! ~ n x t r t o s ~ Totat
1692-0ut-18f.RobertVílovit .. ....i.. . . . . . . . . . . . . j.Funchd ...i...1.650f........ f .I 0.900
172%-Ago-19.-I Ant6nio Brito . .:.ManuelAbreu ...~abua ....i... 4.446 i. . . . . . . . j .27.230
1730-Mai*? i.J& Gomes Jardim ..j . . . . . . . . . . . . . .i.S. Mmtinho j . .I 5.000j ........ i .75.000
1731-Fw-06I.Manuet Gomes . . . . .i. . . . . . . . . . . . . . f.Campan&rio 1 . . h636 1 ........i 25.315
1732-?-?. . . .I.? . . . . . . . . . . . . . . . .i.AntbnioJoma .f.Tabua .... .i... .a171. . . . . . . . i 25.315
1732-Nov-21! . ~ m i s oHomem o i
..........i. d'El-Rei . . . . . . . . . . f.Pedmdacruz .f.C.b s . .I.. .3.800i........ I.I9.000
1733-0ut-20i.~wnciscoXavier I i
........... dcBaiona ........ f.J&Gonçdves :.R.Brava . .i. . 6.454: . . . . . ...i.27.270
1735-Jan-I1.i.~amie1pereira .....I. . . . . . . . . . . . . . i.Tabua . . . . 1 . . .2.537 ........I. I 2.575
1736-Fev-I5!.José Ferreira ~ e s q u i 4Funchal ......i.7.933 . . . . .i . . . . . . . i . . . 39.665; . . . . . .
Maio.20 . . . .;.ME&Femmdes ...i ............. . . . . . . . . . . j . .18.1761........i .S6.528
Ag046 .....I
.MamitlVogado 1
......... .i.Lom~~irso
......... i . ~ a r i ~rnelas
a . i. . . . . .' -.i.: 4.500!.i .......j .U.500
Out-O5 . . . . . i.Fc~nciscoLuís !:
i
......... .i. VammmIos .......!.Manuel Pires . . i ........... i ..12.500 1 ........ i .62.500
1738-Jul-15 .i.BcrnsrdoGwveia . .i............. .i. S.Agua . . .i. . .1.171 i. . . . . . . . i . I 5.820
Jul-16......i.Catuina Abrcu . . . . . 1. ............. / . ~ a r n ~ a n & ii o. . .8.300 i . . . . . . . . j .41.500
1739-Fw-20i.riedmdaChara .... i.Maria-a . . .i.......... i . .15.400 i. ........ .77.000
Nova7 .....I . F r m h Luis .....!.Mariana i !
. . . . . . . . . . !.vascwictios ...... .f. d c F ~ h.....f. S. M r d m f .. .9.MH)i ...... . . i .S 1.100
1740-Nov-2Si . ~ a s ~ pereira ar .....i.ManuelGomes .i.E.C.Lobm . i . . .4.800 I ........ i .22.800
1741-Jun-21 .!.Manuel F m d e s . .!.............i.Campanário i .. .5.000/........ i .22.800
1742. NOY-11 f.J& h p e s . .j.. . . . . . . . . . . . .!.E.~ . h b o s.i. .20.140i.. ....200i .R 5.300
b l 2 . . . . .i Domingm Ascen~go.i.............E 1.840 . . . . . i ....... i . . . .2.250;
1743-0ut-21 f :~omcnio
.i i
......... .Encarn@ ....... i . ~ a r i acomes .. f.~abua. . . . . . .2.348 f ........ .11.746 i
1744-7-? ....i.InBcio B. Silva ..... i.António i i
..........i................. .i.Figueira . . . . .i.S. Martinho . .26.700 i........ j119.250
Jul-27 ...... i.Jerónimo R o i .....i. . . . . . . . . . . . . . i.Campankio i. . . . . . . . I . . . . . . . . . . . . . .
1745-?-?. . . .;.Maria Gomes . . . . . .i. . . . . . . . . . . . .i.S. Martinho i . .2 1.320 ........i .70.800
174-t-I8 I.Antbnio Rodrigues . .i. . . . . . . . . . . . . i.~ampmkioi . . .7.510 i . . . . . . . . .20.255
N o v a . . . . .i Joana D um ...... .i. ............~.Campan+i ..13.4001........i71.3500
Nw-29 .....I' i.J& Bcntccor ...... i . ~ a d a l m a i
. . . . . . . . . .i. da câmara ....... .:.Gonçalves .... i.Campanhio .. 14270f ....... .%4.350
1747-Fw-20 i.~artinhode~reitas. .I.S. Martinho ...i.
15.050 . . . .h ...... . i ..171.000!.. . . . .
k 4 6 . . . . . jJosef.A.Correii ...i. PadroRoiz i !
.......... C .................. ;.Silveira . . . . . . ;.~am~mârio i
. . .4.586i.. . . . . . . .22.680
1748-?-?. . . .I Manuel Roiz . . . . . .f . . . . . . . . . . . . . . i.Tabua . . . . i . . .3.000f ........ . I 5.000
Ago-24.... .I
j:~im&m ......... . . . . . . . . . . . . . i.~abua .... I . . .1.800i........ i. .7.000
uIt-I2.... . ! . M a Paeim .....
.i.............ECampanti i ..24 .232 i ........i147.330
m - 1 7 . . . . . j.Loupenp0 ! ! i
I
......... .i.da Cunha . . . . . . . . . !.Anthii Freitas ;.S. Martinha . .43.600 i ....... .i172.000
Out-22 .....~ . ~ a r i a d e ~ s c t n. .çj.h. . . . . . . . . . . . . j.Campantioi.. .9.180 i.. . . . . 12i .24.600
175OSet06 .!.JoseAgostinho .....!.Maria Mendes .j.Campmtioi . . I 2.010 i ........i .28.050
1752-7-? ....i.Romh Figueira ....j .............. j ..........i...2 1800 I ........I.60.000
i 753Qut-25 !.Leandro .......... i.Francisca i I i
. . . . . . . . . . j.& ikcmcelos . . . . .i.Rodngues .... $ampantio i....... .i...... 12: . . .600
1762--2s f.lcandmde Brito 1
......... .i.Oliveira ..........i.............. j.Tabua ....j ... 2.620 j ........i .I3.100
1782-Mai-14!.FranciscoBetencor f
. . . . . . . . . . j.Henriques . . . . . . . . . i.Josefa Maria . .i.S. Roque .. i, ...3.368 f . . . . . . . . f .36.200
Preço dos artefactos e utensllios

Data Artefactos ou utensillos Preço em réis


1664 . . . .Tonel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1000
..
1720 ... .Tonel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1800.
Podão ...........................100
Enxada .........................120
Fusode lagar ....................8500
1740 ... .Tonel ..........................1500
Quartola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .290.
Funil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .200
.
1752 . . . .P o d h . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .267
.
NOTAS

1. Antbnlo Aragáo, A Madeira vista por Estrangeiros, Funchal, 1981, p.37


2. Confrwite-se nota 21
3. JRC., fl. 499vWQW,testamento de 30 de Maio de 1571.
4. MLedebrdi do Funchal, L@711, fls. 141~4-142vQ, trespasse de 20 Dezembro.
5. JRC, 42742W,30 de Junho de 1808.
6. JRC, R i . 254-258iP, 3 de Fevereiro de 1612.
7. JRC, R. 155-175e 31 de Maiode 1616.
8. ANiT, PJRFF, nQ.960,fls. 120-124vP
9. Anthlo Aragão, A Wdeira ilista por estrangeims, Funchal, f 981., p. 198.
10. Os dados foram compilados aquando da Investigação sobre Os Escravos no
Arqtdpékp de Maddiri (pubi. Em 1992). Veja-se o que ai se diz sobre as fontes.
11. W ,Sanfti Ciara, m a ~ o 2, 10 de Maio de 1667.
12. A resbauta@o e o Convento de Santa Clara, Funchal, 1940, pp. 45-47; Maria Eduarda
Gomes, O Cwivento da E n m ç # o do Funchal, Funchal, 1995.
13. ARM, Capelas, Inventário, &. 19, nn 459.11 Dezembro 1742.
14. ARM, Capelas. I m M o 19, nP459, ll.Dez.1742.
15. ARM, Capelas. lmnt%rio. nq 18-429.11 Setembro de 1767.
f 6. ARM, Capelas, &. 36, IP 052, Lx. 20, nQ518.
17. ANTi, Cwivenlo da Cnçamação, livro 15, fl. 14W-147vP; nQ16, R. 1 9 9
t8. ARM, CeipeJsas, &. 7, nD159; &. 17, nq 398.
79. ARM, Capdas &. 30 nu 3Q8.
20. ARM, Capelas, &.36, nQ968.
21. ARM, CepsIbi6, cxi. 27, nQ738.
22. M,CC, II, maço 15, d. 44,25 de Agosto de 1508.
23. Shakespare faz constantes referências ao vinho das ilhas. nomeadamente a rnaivasia.
Primeiro na peça Ricardo 111 dB conta do afogamento consentido do Duque de Clarence
em 1478 numa pipa de rnalvasia, que muitos referem ser da Madeira. JA noutra peça
HenrQt~IV o obeso Falstaff di vender a alma por uma perna de capa0 e e taça de
Madeira.
24. Michef Mollat, Le Comnem marflkne nomiand, p. 121
25. ARM. JRC, R. 381-385vP.
28. DOMImentos para a Histdria do Açúcar. Engenho Sergipe do conde. L i m de
Contsss(1622-7653),Rio de Janelro, Vd. 111(1963), pp. I 6 6
27. ARM, Uwo de hlolas de J d o Ta-, 1597, fls. 31P-32P.
28. Documentos para a Hístófia do Aç1Zcar. Engenho Sergipe do Conde. Liwo de
Conm(1622-1659), Rio de Janeiro, voIl(1 B S ) , pp. a0
29. ANTT, PJRFF, nq96
30. Antónlo AragBo, ob. dt, p. 159.
31. W Y D s de vol. XVII, 69-70.
32. Mr#iumen& MissMria Airicana, Lisboa, lQ60,n? 74. p. 306-308, 10.10.1634.
33. ANiT, PJRFF, n? mh,fls. 4 2 W - 4 2 8 , l Q de Fevereiro de 1665.
34. Veja-rie Aberto Weira. O Piibliro e o Prlvado na Hlstdrla da Madeira, Vd. I. Funehal, 1996.
35. Veja-se AnMnlo Amgfio, ob. cit., 227-393. Cf Jos6 M. de Azevedo e SIM, 'Navegação e
o cornbrcio vistos do Funcfial nos finais do século XVII", in Acm do 111 Col@uio
Intemadonal de HkWtia da Madaire, Funchal, 19g3,325-344.
38. Cf. Bemard Wlyn, TAe New Engbndrnerchantsin the seventh century,Cambridge, 1979,
83-85.
37. Rtch W. Taylor The flag shlp: or a voyage around the woild, N.Y., 1840, pp.306
38. G e o r g e - T h m Staunton, An AuihnIlc A m n t of an embassy from aie king of great
BrlIa67 to ale enpem ofChin~(. ..), Londres, vol.1, 1797, pp.69-71.
39. Os três systemas de trabmento dos vinhos da Madeira. Pelo Conde Canavial, Funchal,
1900.
40. Estudo já feito por Maria de Lourdes de Frei- Ferraz, Dinamismo sócio-económicodo
Funchal na segunda metade do s k . XVIII, Lisboa, 1994.
41. Aqui entenda-se para o k u l o XVII as ilhas de Barbados(l627), St Chrlstopher(l624),
Montserrat(l630). Jamaica(l655), Nevis(1628), Antigua(l630). No s6culo XVIII deverá
juntar-se: S. Vtcente(1763), Granada(1763-1783), Tobago-(i 763-1815), Dominica(l763-
1783). Cf. Rlchard Dun, Sugarandslaves ...,N. York, 1973.
42. A Gulmerá Ravlna, "Las Islas de1 vlno(Madelra, Azores y Canarias) y Ia America Inglesa
durante el siglo XVIII", In Cdóqulo Internacionalde Históriada Madeira, FunchaI, f 989, pp.
900-934. Cf. Ainda Jorge M a n s Ribeiro, 'Alguns aspectos do combrcio da Madelra com
a AmBrlca do Norte na segunda metade do sdculo XVIII", 111 Col6quio Intemaclonal de
História da Madeira, Funchal, 1993, pp. 389-401.

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