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cromca

Movimento pela igualdade


Oaniel Sampaio

consagrar a nossa escolha e tornar público o


nosso amor.
Porque acredito no casamento civil, não
posso aceitar que ele seja restrito a pessoas de
ecidi apoiar o sexo diferente. Porque acredito no casamento
Movimento pela Igualdade no acesso ao por amor e não por interesse, rejeito que
casamento civilpara casais do mesmo sexo e duas pessoas do mesmo sexo não o possam
entendi ser útil dar aqui testemunho dos meus concretizar e não encontro nenhum argumento
pontos de vista. Encorajo os leitores desta que me convença do contrário. Se se amam e
crónica a utilizar o meu email abaixo transcrito querem ligar-se entre si e socialmente através do
para expressarem as suas opiniões. Com a compromisso público da sua relação, por que
apresentação pública do movimento, ocorrida razões não o poderão fazer?
no passado domingo, surge a possibilidade de 2) Apoio este movimento porque é chegada
debatermos o tema em liberdade, com respeito a hora de a sociedade portuguesa se juntar à
pelos diversos pontos de vista. luta contra a discriminação de que são alvo as
Eu apoio este movimento por duas razões: pessoas homossexuais. Na infância, porque
1)A primeira relaciona-se com o significado do são às vezes diferentes e não se ajustam aos
casamento na sociedade actual. Muitas pessoas estereótipos educativos que preenchem com
pensaram casar, muitas casaram, algumas não. ideias feitas as cabeças de pais e educadores.
Na adolescência, porque escondem as dúvidas
o casamen- Outras separaram-se e voltaram a casar. Se são
de sexo diferente, foram livres de tomar essas sobre a sua orientação sexual para não serem
vítimas de humilhação, como acontece com
to por decisões, inscritas nas suas biografias e nas
suas circunstâncias. Seja como for, o casamento aqueles que ousam mostrar-se. Nà idade adulta,
amorfoi resiste às mudanças e continua a ser um projecto porque perdem direitos todos os dias, como
uma das de muitos. Porquê? Já não se casa para juntar o acesso ao casamento civilde que hoje falo.
fortunas, contentar as famílias ou esperar que o Navelhice, porque sentem já ser tarde para
grandes nascimento dos filhos forneça mais braços para poder afirmar o que sempre foram obrigados a
conquistas o trabalho familiar. esconder.
do século O casamento por amor foi uma das grandes Dizem-meque o casamento entre um homem e
uma mulher é um dos pilares da civilização:mas
conquistas do século XX.Casa-se na tentativa
xx. Casa-se de conseguir uma nova visão do mundo, pode uma civilizaçãoque se quer digna basear-se
na tenta- desta vez a de duas pessoas. Casar é assim no estigma, na humilhação e na desigualdade?
um movimento a dois, uma construção Afirmam que a causa é fracturante. Como
tiva de conquistada, uma esperança que se quer psiquiatra com cerca de trinta anos de
conseguir partilhar. Quando se casa, unimo-nos à família experiência clínica, conheço a "fractura": está
uma nova do outro, num projecto conjunto que se deseja na interiorização das mensagens negativas
que resista ao tempo e à rotina. Não casamos sobre a homossexualidade, divulgadas por uma
visão do com todas as pessoas que amámos ao longo sociedade que rejeita o que há mais de 50 anos
mundo da vida, se tivermos tido a sorte de ter podido Kinseydemonstrou - as diversas manifestações
conhecer esse amor. Escolhemos uma pessoa do comportamento sexual humano.
(duas? três?) a quem propomos a saída da casa Por estas duas razões estou com este
de família e a quem oferecemos um novo modo movimento. Sei que a igualdade no acesso
de olhar. Quando nos casamos, queremos ao casamento entre pessoas do mesmo sexo
anunciar esse projecto e pretendemos tornar é um passo importante na luta - que se quer
conhecida a nossa escolha. Deixamos de ser permanente - contra a discriminação. .
meninos e ritualizamos a nossa passagem a
adultos. Desejamos então que as duas famílias
partilhem o novo projecto. Podemos enfim d.sampaio@netcabo.pt

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7junho 2009 .
Pública

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