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Buda não estava tentando ser como algum outro; ele não
estava pedindo para ser um buda. Ele simplesmente estava
tentando entender a sua própria miséria – e quanto mais
compreensão despertava nele, mais a miséria desaparecia.
Então, um dia, ele veio a entender que o desejo é veneno. Se
você desejou, você caiu vítima: agora não há possibilidade de
você estar feliz. Você só pode ter esperança – esperança e
frustração; então, mais esperança e mais frustração. Esse será
seu círculo. E quando você fica mais frustrado, você espera
mais, porque esse é o único consolo. Você continua se
movendo no futuro, porque, no presente, você sempre teve
frustração – e a frustração está chegando por causa de seu
passado.
Mas nenhum buda pode lhe dar seus olhos. E é bom que eles
não possam ser dados a você; do contrário, você
permaneceria sempre uma fraude, eternamente. Então, você
nunca se tornaria autêntico. É bom sofrer, porque somente
através do sofrimento você se tornará autêntico e real.
Naropa diz que se você puder estar alerta, cada desejo o leva
para o nirvana. E esse é o sentido, porque se você está alerta,
você sabe que todo desejo é miséria. E quando você
esquadrinhou cada canto e esquina do desejo, de repente você
pára. Nessa parada, o acontecimento; e ele sempre esteve
presente. Esse acontecimento sempre está esperando por
você, esperando para encontrá-lo no presente. Mas você
nunca está no presente, você está sempre sonhando. A
realidade o sustenta: por causa do real você está vivo, por
causa do real você existe. Mas você continua se movendo no
irreal. O irreal é muito hipnótico.