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MÓDULO DE DIREITO DO TRABALHO

Prof.: Otávio Calvet


Data: 02/09/2008

Material disponibilizado pelo Professor:

RENÚNCIA E TRANSAÇÃO NO DIREITO DO TRABALHO

1. Princípio da indisponibilidade ou da irrenunciabilidade.

2. Distinção entre renúncia e transação.

2.1) Renúncia: forma de extinção de direitos quanto ao sujeito; é ato unilateral


pelo qual o titular de um direito dele se despoja, sem transferi-lo a outrem.

- produz a perda absoluta do direito pela manifestação de vontade

- pode visar quaisquer direitos que protegem interesses privados

- não cabem nos direitos personalíssimos e os de ordem pública

- diferente abandono: não há manifestação de vontade

2.2) Transação: concessões recíprocas para evitar ou para extinguir litígios, sendo
o objeto uma coisa duvidosa.

- pressupões incerteza

- é bilateral

- diferenças para composição: as partes não querem fazer concessões, mas


apenas constatar a existência, a natureza ou os limites de um direito ou de
uma situação jurídica que se apresenta subjetiva ou objetivamente incerta
(ex: função não pactuada no contrato de trabalho – art. 456, p.u. CLT)

- transação = conciliação? Questão de a conciliação ser em juízo.

2.3) Requisitos para validade da renúncia e da transação:

a) Observar a natureza do direito

b) Capacidade do agente

c) Livre manifestação de vontade

d) Forma (se estabelecida em lei)

e) Ato explícito, de interpretação restritiva.

3. Renúncia e transação no direito do trabalho

. Deve-se observar a natureza do direito objeto da renúncia ou da transação: se


o objeto em questão decorre de norma imperativa ou de norma dispositiva
. Na relação de emprego: art. 444 CLT

As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das


partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao
trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das

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autoridades competentes.

. SK: base jurídica primária; base jurídica secundária.

. OC: - base jurídica primária – normas imperativas impositivas e complementares


- base jurídica secundária – normas previstas em acordos coletivos,
convenções coletivas e sentenças normativas.
- base jurídica terciária – direitos pactuados contratualmente

. Conclusão:

a) Não cabe renúncia ou transação dos direitos previstos na base jurídica


primária: incidência do art. 9° CLT – indisponibilidade absoluta

Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar,


impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.

Ex: gozo de férias

b) No campo individual não cabe renúncia ou transação dos direitos previstos na


base jurídica secundária: incidência do art. 444 da CLT e 9° CLT

- alteração em tais direitos somente por via da negociação coletiva

Ex: recebimento de cesta básica prevista em norma coletiva

c) A renúncia e a transação dos direitos pactuados contratualmente somente se


darão se o empregado no sofrer prejuízo direto ou indireto – indisponibilidade
relativa: incidência do art. 468 CLT.

Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas


condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta
ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula
infringente desta garantia.

- Assim, mesmo na seara contratual é muito estreito o campo para


utilização da renúncia e da transação no Direito do Trabalho.
- Justifica-se a renúncia quando há excepcional interesse obreiro, ainda
que pareça que tal ato importou em prejuízo ao empregado. Ex: cláusula
prevendo promoção por antiguidade; renúncia do empregado pelo fato de que tal
promoção acarretaria mudança no dia-a-dia do trabalhador que não lhe interessa.
- A transação deve pressupor sempre objeto duvidoso – caberia quando a
interpretação de uma cláusula contratual escrita causa dúvida, ou quando um
direito pactuado verbalmente é objeto de controvérsia. Ex: cláusula prevendo
pagamento de 14° salário quando o lucro da empresa for maior que 10%; mas há
dúvida se tal lucro se refere ao líquido ou ao bruto – caberia uma transação para
resolver tal situação.

4. Momento da renúncia ou transação no direito do trabalho

4.1) antes da admissão – inválida – se ainda não foi celebrado o contrato, a pessoa
não possui o direito.

4.2) na vigência do contrato

4.3) após a extinção – amplia-se a possibilidade?

5. Problemas específicos do direito do trabalho

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5.1) não confundir renúncia ou transação com quitação das verbas rescisórias

- regra geral não há que se falar nem em renúncia nem em transação por
ocasião do pagamento das verbas rescisórias, cabendo ao empregador
efetuar o pagamento dentro do prazo das verbas que são devidas.

- em DT: art. 477, § 2° CLT.

O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que seja a causa


ou forma de dissolução do contrato, deve ter especificada a natureza de
cada parcela paga ao empregado e discriminado o seu valor, sendo válida
a quitação, apenas, relativamente às mesmas parcelas.

.Quitação: vem do latim quietare, que significa acalmar, deixar


tranqüilo. É direito do devedor, receber a quitação do credor
quando efetua o pagamento, regra geral por instrumento particular.

. Mas o credor pode demonstrar que apesar de ter passado a


quitação, não recebeu o devido pagamento

- O Enunciado 330 TST trata de efeito de quitação:

a) Verbas devem estar discriminadas e com o valor correspondente


b) Empregado pode fazer ressalva
c) Quitação somente ao que está expresso no termo de rescisão
d) Parcelas não previstas no termo não são quitadas e podem, no futuro,
gerar diferenças nas próprias verbas rescisórias já quitadas
e) Parcelas contratuais podem ser pagas no termo de rescisão, com
discriminação do valor e do período a que se referem.

- Assim, quando o empregador paga as verbas rescisórias, deve pagar o


valor exato devido. Se pagar valor menor, não se pode dar efeito de
quitação pelo empregado pelo fato de não se admitir renúncia ou transação
prejudicial no direito do trabalho. Lembrar: a quitação é passada para que
o devedor possa comprovar que se desincumbiu do pagamento. Se o
recibo passado ao devedor demonstra valor inferior ao devido, obviamente
o credor terá direito a receber a diferença resultante, pois não pode ser
efetuada renúncia ou transação tácita.

- Portanto, caberia transação apenas se houvesse dúvida quanto à forma de


extinção do contrato, aí sim podendo se falar em concessões recíprocas:

Ex: empregado e empregador cometeram algum tipo de falta na época da


extinção do contrato – na dúvida caberia uma transação

5.2) Conciliação judicial

- Doutrina clássica costuma falar que a presença do juiz legitima mais o


campo para transação, tendo em vista a tutela estatal para o empregado.

- Discordo: o juiz não pode chancelar transações ou renúncias que se


afastem do padrão acima mencionado.

- O que pode ocorrer em juízo é a dúvida sobre a existência de


determinado direito. Por exemplo: o empregado postula férias dizendo que não as
gozou; o empregador traz documento comprovando a concessão das férias e
cartões de ponto assinados pelo empregado onde há registro de ausência do
empregado por motivo de férias; o empregado impugna os documentos dizendo

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que seu conteúdo é falso; cabe ao empregado efetuar tal prova; a prova que ele
possui é apenas testemunhal e presta um depoimento dúbio; existe uma dúvida
acerca de se o empregado gozou ou não das férias – as partes resolvem fazer
acordo com concessões recíprocas

- Deve-se notar que não se renunciou ou transacionou o gozo de férias no


contrato de trabalho, mas havia dúvida quanto ao fato do empregado possuir ou
não direito às férias que alega não ter gozado

5.3) PDV – OJ 270 SDI-I TST – art. 843 CC


5.4) acordo realizado nas comissões de conciliação prévia

- explicar o que é CCP – art. 625- A e sgs. da CLT

- mesmo limites dos acordos judiciais

- problema: efeito do acordo – art. 625-E, parágrafo único: eficácia


liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas.

. Somente pode se transacionar nos limites já estudados, sendo nula


qualquer renúncia ou transação que exceder tais limites.

. Eficácia liberatória geral quanto ao objeto da transação, pois não se


admite transação tácita.

. Ressalva diz respeito aos direitos que são objeto da transação: se não
houver, aplicação a eficácia liberatória; se tiver, não se aplica.

5.5) Qualquer transação extrajudicial – mesmo limites e efeitos

6. Efeitos da violação

- base jurídica primária – nulidade com afastamento do ato e incidência das


Normas

- base jurídica secundária – idem

- base jurídica terciária – anulabilidade, com efeito, de nulidade.

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