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A importância da T.I.

para as organizações de
Saúde

Marcos de Camargo Fantinati


Gestor Hospitalar e
Profissional de TI
mfantinati@gmail.com

Vivemos uma era de profundas transformações geradas, em grande parte,


pelos impressionantes avanços tecnológicos dos últimos tempos. Ter renovadas
tecnologias à nossa disposição e poder realizar mais, com menos esforço, não
deveria representar uma ameaça. No entanto, os resultados práticos nas
organizações de saúde, sejam públicas ou privadas, não acompanharam o
mesmo ritmo dos demais setores empresariais, mesmo sabendo que estas
organizações possuem estruturas complexas e difíceis de serem administradas.

Ainda encontramos nessas organizações de ilhas de informação que se


interligam entre si, ponto a ponto, a inexistência de sistemas ou a falta de
integração entre os sistemas existentes, onde proliferam diferentes aplicações, e
existe também uma incompatibilidade de dados. Paralelamente, há pouca
disciplina na introdução de dados nos sistemas de informação, o que não permite
gerar informação, havendo também alguns problemas em termos da segurança
dos dados.

Apesar do Brasil ter a quarta maior base de hospitais e a segunda de


hospitais privadas em todo o mundo. No total, são cerca de 6,5 mil unidades,
segundo dados da Organização Pan-americana de Saúde, cerca de 62% dos
hospitais brasileiros não estão informatizados e 33% têm um nível mínimo de
informatização. Apenas 5% possuem um nível de informatização satisfatório.
Este quadro demonstra que há uma grande oportunidade para empresas e
profissionais de TI, pois esses números mostram a existência de um mercado
inteiro para desbravar, indicando a necessidade de reavaliar a atuação da área
de TI nestas organizações.
Pode -se citar inúmeras vantagens na informatização de instituições de
saúde, talvez a mais importante delas seja a mudança de mentalidade e de
hábitos nos funcionários, gerentes e colaboradores da instituição, na medida em
que incorporam o computador em suas tarefas diárias.

O acesso à informação passa a fazer parte de suas atividades. A


mudança e a melhoria da estruturação organizacional se faz sentir, bem como
um acréscimo significativo da qualidade e da rapidez na obtenção da informação.
Há a descoberta de dados e fatos novos e os controles passam a ser mais
eficientes, pois a análise dos fatos pode ser feita logo após a sua ocorrência. Os
dados errôneos por digitação incorreta passam a ser insignificante e as respostas
tornam-se imediatas.

A execução de tarefas repetitivas é facilitada e amplia-se a possibilidade


de utilização dos dados de pacientes em pesquisas. O custo de expansão das
informações torna-se significativamente menor e abre-se a possibilidade de
auditoria nos dados, já que é possível identificar quem foi o responsável pelo seu
armazenamento.

A informatização exige estrutura organizacional bem definida e por vezes


obriga mudanças. O custo é bastante alto e, não raras vezes, o custo real final
ultrapassa do custo inicial previsto, e o retorno financeiro real é incerto. Também
o tempo para se obter os resultados pode ser maior que o desejado, pode haver
conflitos entre o pessoal de informática e os outros funcionários da instituição.

A adoção de sistemas informatizados muitas vezes dificulta as iniciativas e


as improvisações que permitem conviver com deficiências, mas a informatização
é inevitável e a sua implementação permitirá um melhoramento qualitativo e uma
melhora da performance da empresa hospitalar, a qual passa a dispor de
informações rápidas e precisas, podendo inclusive crescer de modo racional e
equilibrado com mecanismos seguros de controle.

Numa entidade, quando planejada e organizada com a orientação de


sistemas, é possível aproveitar as tecnologias administrativas, entre elas os
métodos quantitativos, os computadores, a ciência da informação e a ciência da
conduta. Isso significa, que não se dá demasiada importância à estrutura
tradicional ou relações de autoridade; enfatiza-se o fluxo da informação, a energia,
materiais e conduta. Com isso é possível solucionar problemas levando-se em
conta o todo e não as partes.

Na seqüência dessas idéias, contamos com a cibernética que é a ciência


que estuda a captação, a conservação, transformação e utilização de dados, e por
meio de computadores, ajuda a administrar qualquer organismo: um exército, uma
escola, um hospital, etc., o que significa a inseparável unidade do sistema
administrativo e do sistema de informação. Este leva à informática, técnica que,
recorrendo a computadores, trata automática e racionalmente os dados (matéria-
prima) considerando-os como base de conhecimentos, comunicações e tomadas
de decisões.

Os propósitos básicos da informática na administração da saúde são:


facilitar ao administrador a informação que necessita para desempenhar suas
funções e ajudar os encarregados do planejamento a prever as demandas e
recursos dos serviços.

Os computadores sistematizam a informação, automatizando os dados,


isto é, armazenam dados, os ordenam, os reproduzem e fazem cálculos, com
grande velocidade, o que permite fazer estudos mais eficazes e úteis.

Para ultimar, procuramos mostrar que grande parte das organizações de


saúde não fazem nenhum tipo de planejamento de sistemas de informação. A
razão para tal é que infra-estrutura de informática e os sistemas utilizados por
estas organizações são ainda bastante restritos, e que nas organizações de saude
onde a tecnologia já alcançou certa importância estratégica já realizam
planejamento, ainda que não seja um plano de longo prazo. O plano está
engajado ao plano de negócios do hospital, a diretoria participa da elaboração do
plano e há um gerente de informática encarregado pelo planejamento e
implementação dos sistemas de informação.

O processo de informatização da saúde está em transição. Não se pode


ainda prever a resultante pois só agora as dificuldades começam a ser superadas.
Contudo o processo é bilateralmente dinâmico, pois tanto a tecnologia quanto o
conhecimento médico estão em evolução. Os sistemas de informação hospitalar
têm mudado de sistemas de contas a pagar e cobranças de pacientes para
sistemas clínico-administrativos que executam, entre outros serviços, o
gerenciamento da farmácia, dos laboratórios e da admissão de pacientes.

Pode-se estimar as facilidades geradas: dados de pacientes, novos


conhecimentos, trabalhos simultâneos em vários pontos do globo, tudo pode se
tornar mais ágil. Além disso, debates online, videoconferências; a interatividade
que se torna possível cria novos horizontes. Dentre as várias aplicações da
Informática em Saúde, a Internet ocupa lugar de destaque, representando um
importante recurso de aprendizado e atualização.

A democratização dessas informações para a comunidade não acadêmica


possibilita ao paciente abandonar sua postura passiva, indagando e contestando a
conduta médica, ainda que muitas vezes sem critério. Não obstante, a
implementação informática nestas organizações, exigirá mudança, uma ruptura do
equilíbrio organizacional entre pessoas, estrutura, tarefas e tecnologia, e obrigará
a organização a adotar estratégias de uma mudança social planejada.

Portanto, dado o grande peso com que as dimensões sociais e


comportamentais interferem na implementação da informática nessas
organizações, pelas mudanças que provoca, também é importante identificar
atitudes, valores e opiniões face à Tecnologia da Informação.

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