Português, Matemática, História, etc. Freqüentavam suas escolas e cursinhos a fim de se preparar para um exaustivo exame no final do ano, chamado vestibular. Para atingir o objetivo almejado, decoravam fórmulas monstruosas, elementos da tabela periódica, datas importantes a partir da Grécia Antiga, sabiam constelações e blocos econômicos, e principalmente, liam obras canônicas e quase incompreensíveis como ‘’Os Sertões’’. Até que um dia, no ano de 2009, o vestibular mudou. Após o MEC (Ministério da Educação) bombardear vestibulandos e universidades federais de todo o país com a mudança, iniciou-se uma discussão fervorosa acerca da suspensão dos antigos exames. Mesmo que as universidades federais tenham certa autonomia em relação aos seus vestibulares - com a finalidade de classificar candidatos aptos ao nível acadêmico de seus cursos – a partir de 2009 o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio instaurado em 1997 que caiu na banalidade uma vez que serviria mais como um indicador para constatar em que pé anda a situação de aprendizagem no ensino médio) é quem vai decidir quem em qual federal entram esses estudantes., uma vez que o exame pode distribuir os vestibulandos no país. Espalhar estudantes pelo território nacional geraria complicações: muitos candidatos não têm condições de arcar com uma inscrição para o exame vestibular, muito menos de se manter em outro município. Não é interessante para o governo federal ou Ministério da Educação disponibilizar mais bolsas-permanências (auxílio financeiro cedido ao aluno que provém baixa renda) para que o estudante continue fazendo o curso. Seria de melhor restringir as vagas às universidades onde o estudante reside. Outro quesito importante é que o Enem colocaria os alunos em uma concorrência nacional tornando ainda mais difícil pleitear uma vaga. Entretanto, se o MEC adotar a idéia do georreferenciamento, a nova admissão será muito bem vinda, uma vez que a nova avaliação proposta parece distinta do exame tradicional e poderia medir o conhecimento dos futuros universitários de uma forma menos injusta do que o vestibular, pois o antigo formato é uma concepção de depósito, uma visão bancária da educação: quem consegue decorar mais e acumular maior número de conceitos ganha a vaga, em contrapartida, o Enem exige um raciocínio mais elaborado, mais atenção inferência na leitura, além da redação, cuja média nacional é lastimável. Outra proposta do MEC é reformar o Ensino Médio, mas com toda esta especulação, os reitores ainda discutem qual será o melhor método de aplicação em relação provas. A Universidade Federal do Paraná, por exemplo, ainda não aderiu ao processo. O que pode realmente ser afirmado em meio à enxurrada de novidades relativas ao novo processo universitário é que 2009 é ano do adeus. É o adeus ao antigo currículo e o despertar de uma nova fase (que seja próspera) na educação brasileira.