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e xi s t e n c i a i s
bruno nobru
(jun-out, 07)
prelúdio
matar pernilongos
destruir os que me destroem
os que me picam
os que querem me sugar
roupas passeiam nas ruas
a aposta é um risco
a vida,
a gente acaba tendo que ir vivendo
pra sacar qual é a dela
ando me desconhecendo
e me reconhecendo
- em mutação -
mas ainda carrego
alguns "eus" que habitaram em mim
minha poesia é anti-poética
anti-rima e anti-ética
anti todas essas tralhas
que algus fizeram pra ganhar dinheiro da gente
- falando nisso,
você já se tocou hoje?
tantos outros
que atrapalham...
se eles fossem eu
tudo estaria ótimo
passa o tempo
muda a rota
vai o momento
seca o rio
bela palavra
abraço interno
inteiro
- indivíduo –
ser tão desapropriado de si
tal como o país desligado
de sua cultura e história
lançado a dester-se
objetivo do mercado
criar seres sem sentido de vida
para que a venda de produtos e mão-de-obras
possa guiá-los para onde for
esse processo
torna-se desapropriação em massa
trechos paisagísticos 1
a escrita é o pai
o relógio é o corte
o escrever o ente
a caneta o refém
eis o homem,
que cede aos seus "semelhantes"
e a si mesmo também
que possui fraquezas
que o desapropria
chego em casa
tiro a roupa,
fico de cueca e essa pança boba
e o resto do que ficou por lá
trechos paisagísticos 2
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*escrito em março de 2007
hoje já é dia 28
avisa o celular
se deixar de lado?
destrua os automóveis
antes que eles te matem num acidente
desligue sua tv
antes que ela desligue você
R.: lendo
ℵ
arte é risco
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