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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

Lei de Interceptação Telefônica


Lei 9.296, de 24 de julho de 1996

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal

1. INVIOLABILIDADE DO SIGILO DAS COMUNICAÇÕES (ART. 5º, XII, CF)

1.1. Comunicações que podem sofrer violação

a) comunicação por carta e telegráfica: Capez afirma que, como nenhuma liberdade individual
é absoluta, é possível a interceptação destes meios de comunicação, desde que observados os
requisitos constitucionais e legais, e sempre que estiver sendo usados para práticas ilícitas. Nesse
sentido, há decisão do STF (HC 70.814-5) admitindo a interceptação pela administração
penitenciária, com fundamento em razões de ordem pública (v. art. 41, § único LEP).

b) comunicações telefônicas: a L 9.296/96 se refere à comunicação telefônica e à telemática,


bem como à transmissão de dados. Capez e Damásio entendem ser constitucional a lei nessa parte,
porque quando a CF se refere à comunicação telefônica, estendem-se a qualquer forma de
comunicação que empregue a via telefônica como meio, ainda que haja transmissão de dados.

1.2. Interceptação telefônica, telemática e de transmissão de dados.

Muito utilizada hoje em dia pelas polícias judiciárias, a interceptação de comunicações


telefônicas, telemática e de transmissão de dados está prevista na Lei 9.296, de 24 de julho de
1996. Deveria ser exceção, porém com a falta de recursos humanos e materiais tem se tornado uma
praxe. O que deveria ser tratada como medida extrema foi banalizada pelo aparelho policial e pelo
Ministério Público, desde que preenchidos os requisitos legais.

A interceptação telefônica se dá quando uma pessoa legalmente autorizada intercepta uma


chamada telefônica, sem ou com o conhecimento de um dos interlocutores, e grava uma duplicata
de chamada efetuada ou a encaminha a um órgão de segurança pública para que o faça. Ou seja, é
a intervenção e gravação da comunicação mediante ordem judicial prévia por uma terceira pessoa,
além dos interlocutores. Conforme disposto no artigo 1º da Lei 9.296, in verbis:

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em


investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de
ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em
sistemas de informática e telemática.

Há que se observar as seguintes distinções:

a) interceptação em sentido estrito [grampo]: captação da conversa por um terceiro sem o


conhecimento dos interlocutores. Era ilícita até a edição da L 9.296/96, passou a ser lícita desde que
observadas as disposições legais;
b) escuta telefônica: captação da conversa com o consentimento de apenas um dos
interlocutores (ex: muito usado em investigação de seqüestro).
Ambas estão sujeitas às disposições da L 9.296/961.
c) gravação ambiental: captação da conversa entre dois ou mais interlocutores, por um
terceiro que esteja no mesmo local ou ambiente. Se a conversa não era reservada, nem proibida a
captação por meio de gravador, a prova é admitida, caso contrário, não. Se é o próprio interlocutor
quem grava a conversa, não existirá a figura do terceiro e, portanto, não se pode falar em
interceptação.
A interceptação ambiental feita pelo aparelho policial, somente é lícita quando se tratar de
organizações criminosas. Sempre sendo necessária e prévia ordem judicial. É muito utilizada pela
seção de operações da Inteligência policial, conforme o art. 2º da Lei 9.034/95, in verbis:

Art. 2º Em qualquer fase de persecução criminal são permitidos, sem prejuízo dos já previstos em
Lei, os seguintes procedimentos de investigação e formação de provas:
IV — a captação e a interceptação ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos ou acústicos, e o
seu registro e análise, mediante circunstanciada autorização judicial;

Info 529 STF Escuta Ambiental e Exploração de Local: Escritório de Advogado e Período Noturno
– 4 - Prosseguindo, rejeitou-se a preliminar de ilicitude da prova de escuta ambiental, por ausência de
procedimento previsto em lei. Sustentava a defesa que a Lei 9.034/95 não teria traçado normas
procedimentais para a execução da escuta ambiental, razão pela qual a medida não poderia ser
adotada no curso das investigações. Entendeu-se não proceder a alegação, tendo vista que a Lei
10.217/2001 deu nova redação aos artigos 1º e 2º da Lei 9.034/95, definindo e regulando meios de
prova e procedimentos investigatórios que versem sobre ilícitos decorrentes de ações praticadas por
quadrilha ou bando ou organizações ou associações criminosas de qualquer tipo. Salientou-se o
disposto nesse art. 2º, na redação dada pela Lei 10.217/2001 (“Em qualquer fase de persecução
criminal são permitidos, sem prejuízo dos já previstos em lei, os seguintes procedimentos de
investigação e formação de provas: ... IV - a captação e a interceptação ambiental de sinais
eletromagnéticos, óticos ou acústicos, e o seu registro e análise, mediante circunstanciada autorização
judicial;”), e concluiu-se pela licitude da escuta realizada, já que para obtenção de dados por meio
dessas formas excepcionais seria apenas necessária circunstanciada autorização judicial, o que se dera
no caso. Asseverou-se, ademais, que a escuta ambiental não se sujeita, por motivos óbvios, aos
mesmos limites de busca domiciliar, sob pena de frustração da medida, e que, não havendo disposição
legal que imponha disciplina diversa, basta a sua legalidade a circunstanciada autorização judicial. Inq
2424/RJ, rel. Min. Cezar Peluso, 19 e 20.11.2008. (Inq-2424)

Portanto, não desconfigura a interceptação o fato de um dos interlocutores saber que a


conversa está sendo interceptada. Não se confunde com “gravação clandestina”, que é quando a
gravação é feita por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro. A gravação clandestina
não é ilícita, mas pode sê-lo se for confidencial e se for divulgada sem justa causa, nos termos do
artigo 153 do Código Penal, in verbis:

Divulgação de segredo
Art. 153 — Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de
correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir
dano a outrem:
Pena — detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº.
9.983, de 2000)
§ 1º — A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em Lei,
contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública: (Incluído
pela Lei nº. 9.983, de 2000)
Pena — detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº. 9.983, de 2000)

1
Ver HC 23891 do STJ
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será incondicionada.
(Incluído pela Lei nº. 9.983, de 2000)

- Dados armazenados em computador: os dados armazenados ou estanques, dispostos


em memória de microcomputador, no disco rígido, cartões de memória (“pen drive”), em disquete, só
podem ser apreendidos mediante o devido processo legal, o que pressupõe ordem judicial prévia e
fundamentada, em decorrência da proteção do artigo 5º, X, da Constituição.

- Sigilo profissional: no que diz respeito aos advogados, é absoluto o sigilo da conversa
entre o advogado e seu cliente. Tendo somente em nosso entendimento uma exceção, que é
quando se tem provas cabais de que o advogado faz parte da organização criminosa.

- Observações:

- quebra de sigilo telefônico não se confunde com interceptação telefônica. Os registros de


ligações já efetuadas são documentos como outros quaisquer, não necessitando de procedimento
especial para serem requisitados pelo juiz;

- quebra de sigilo bancário e fiscal (LC 105/2001): pode ser determinada pelo judiciário, pelo
legislativo, pela autoridade administrativa do Banco Central e agentes de fiscalização de quaisquer
das esferas federativas. No que toca ao MP, este não pode determina-la a não ser que a investigação
tenha por finalidade a apuração de dano ao erário, conforme já decidiu o STF. Pelas CPI’s também é
admitida (v. art. 58, §3º, CF, L 1.597/52 e L 10.001/00). O STF já decidiu que o TCU não pode
determinar a quebra do sigilo bancário de dados constantes do Banco Central do Brasil (MS
22801/DF, rel. Min. Menezes Direito, 17.12.2007, Info 493-08).

2. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA

2.1. Hipótese de não cabimento

A lei não tem um rol taxativo de crimes, mas sim hipóteses de exclusão, não sendo admitidas
interceptações quando de acordo com os incisos do artigo 2 da Lei 9.296, in verbis:

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das
seguintes hipóteses:
I — não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II — a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III — o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da
investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade
manifesta, devidamente justificada.

Logo, para ser indeferida, basta haver uma das hipóteses legais e não um somatório das três
como erroneamente alguns defendem, justamente por ser uma medida de exceção.

2.2. Requisitos legais para a concessão de quebra de sigilo telefônico:


a) ordem do juiz competente da ação principal: Capez afirma que a lei pretendeu falar em
juízo, daí porque é admitido os juízos que oficiem na DIPO, mas há controvérsias sobre o tema (em
sentido contrário Damásio de Jesus, afirmando tratar-se de competência funcional).

b) indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal (fumus boni iuris): não se
exige prova plena.

c) infração punida com reclusão: Capez critica essa disposição, citando como exemplo o crime
de ameaça, caso em que, a solução seria conceder a quebra para investigar não a ameaça, mas o
crime mais grave (ex. homicídio, se a ameaça for de morte);

d) que não exista outro meio de produzir a prova ou que seja de extrema dificuldade de
produção (periculum in mora): isto é, poderá ser deferida se demonstrado o perigo de perder a prova
sem a interceptação.

e) que tenha por finalidade instruir investigação policial ou processo criminal. Não pode ser
usada no cível ou ação civil pública;

Eficácia objetiva da autorização:

Capez entende que a ordem de quebra do sigilo vale não apenas para o crime objeto do
pedido, mas também para quaisquer outros que vierem a ser desvendados no curso da comunicação,
pois a autoridade não poderia adivinhar tudo o que está pode descobrir. A descoberta vale como fonte
de prova (noticia criminis) a partir dela podendo surgir nova investigação. Não obstante, Luiz F
Gomes e a jurisprudência entendem que é válida a prova se descobre “fato delitivo conexo com o
investigado”, ainda que punido com detenção, pressupondo, contudo, o concurso de crimes.
Mas Capez, citando julgado do STJ, ainda fala que pode ser admitida a degravação como
prova emprestada noutro processo, desde que se trate do mesmo acusado (ex: esposa vítima de
tentativa de homicídio pelo marido, pode utilizar a prova para instruir a separação judicial). LFG não
admite essa prova emprestada.

2.2. Procedimento para a interceptação

a) Oportunidade: investigação criminal ou instrução processual.

b) Pedido: cfe arts. 3º e 4º:

Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício 2
ou a requerimento:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual
penal.

Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua


realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados.
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que
estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será
condicionada à sua redução a termo.
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.

A vítima, na ação penal privada, também poderá requere-la.

2
Há críticas sobre a possibilidade de decretação de ofício, pois se teria criado a figura do “juiz inquisitor”.
c) Sujeito passivo da medida cautelar: é o interlocutor e não o titular formal ou legal de direito
de uso, daí a possibilidade de interceptação telefônica em linha pública, aberta ao público ou de
entidade pública.

d) Decisão judicial: “art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a
forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de 15 dias, renovável por igual tempo uma
vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova”.

O STF já decidiu que o prazo pode ser prorrogado por mais de uma vez, bastando que se
demonstre a indispensabilidade da renovação:

Info 529 - Interceptação Telefônica: Fundamentação, Prorrogação e Subsidiariedade - 3


Em seguida, também por votação majoritária, o Tribunal afastou as alegações de ilicitude da prova de
interceptação telefônica por falta de fundamentação, inviabilidade da prorrogação e violação da regra da
subsidiariedade da prova. Afirmou-se que as decisões estariam devidamente fundamentadas nos termos do art.
93, IX, da CF c/c os artigos 4º e 5º da Lei 9.296/96, e que as interceptações telefônicas foram medidas
necessárias e absolutamente imprescindíveis às investigações. Registrou-se que, a cada 15 dias, o relator
analisava novamente a conveniência de se mantê-las, tendo, por diversas vezes, excluído linhas, incluído
terminais, alterado o foco da investigação, no sentido de corresponder às sugestões e aos requerimentos da
autoridade policial e do Procurador-Geral da República, o qual se reportava, a cada novo pedido, aos relatórios
da inteligência policial. Considerou-se, também, a orientação fixada pelo Supremo no julgamento o HC
83515/RS (DJU de 4.3.2005), no sentido de ser lícita a prorrogação do prazo para interceptação telefônica,
ainda que de modo sucessivo, quando o fato seja complexo e o imponha a sua investigação, o que sucedera na
espécie. Frisou-se que o prazo máximo de 30 dias para a manutenção da interceptação da comunicação não
pode ser injustificadamente alargado, mas pode o magistrado, com outro motivo, e diversa motivação,
determinar nova interceptação do mesmo telefone. Repeliu-se, ainda, a assertiva de ofensa ao princípio do juiz
natural, por ter o relator determinado, durante o recesso, que as interceptações até então autorizadas não
fossem interrompidas, visto que o recesso forense não lhe tiraria a qualidade, a função, nem a competência de
relator do caso, pois o Presidente do Tribunal funciona apenas quando o relator não se encontra e, no caso, o
relator se encontrava presente. Não se vislumbrou, ademais, na determinação das interceptações, ofensa ao
art. 2º, II, da Lei 9.296/96, ao fundamento de que todas as medidas tomadas para apuração dos fatos narrados
na denúncia foram sancionadas pela subsidiariedade desse meio para obtenção de prova, sendo óbvio que o
envolvimento de magistrados, membros de tribunais, um deles, de Tribunal Superior, implicava a necessidade
de se apurar os fatos com rigor perceptivo, de modo que a singularidade e a especificidade da situação
demandava um meio excepcional de prova. Enfatizou-se que, sem essas provas, sem indícios mais
consistentes, sempre se poderia argüir que se imputava aos ora acusados a mera prática do chamado crime de
hermenêutica. Vencido o Min. Marco Aurélio que acolhia a preliminar por entender estar-se diante de prova
ilícita, porque extrapolado o prazo de 15 dias, prorrogável por igual prazo, previsto no art. 5º da Lei 9.296/96.
Inq 2424/RJ, rel. Min. Cezar Peluso, 19 e 20.11.2008. (Inq-2424)

e) Intervenção do MP: não é obrigatória antes do deferimento do pedido, mas o juiz pode optar
por ouvi-lo.

f) Defesa e segredo de justiça: o deferimento é concedido inaldita altera pars, pois se a parte
tomasse conhecimento da medida antes de sua efetivação, nenhuma utilidade teria a interceptação.
Por isso, cfe art. 8º, vige o segredo de justiça absoluto até que sejam realizadas as diligencias;
somente após a obtenção da prova (encerramento da captação da informação) é que as partes
poderão ter acesso ao conteúdo da interceptação (publicidade interna restrita). A defesa, por sua vez,
será oportunizada somente na instrução criminal. Ver Súmula Vinculante nº 14.

g) Recurso do indeferimento do pedido: há duas posições: a) cabe mandado de segurança:


Ada P.G, Capez e Luiz F.G.; b) cabe apelação: Damásio.

h) Execução das diligências:


Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação,
dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.
§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será
determinada a sua transcrição.
§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação ao juiz,
acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas.
§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8°, ciente o Ministério
Público.

Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá
requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público.

Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos


apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo
das diligências, gravações e transcrições respectivas.
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do relatório da
autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na
conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do
Código de Processo Penal. [no caso da L 9099 o apensamento deverá ocorrer antes da audiência única
do procedimento sumaríssimo].

Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o
inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da
parte interessada.
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada
a presença do acusado ou de seu representante legal.

3. CRIME PREVISTO NO ART. 10

3.1. Conceito e objeto jurídico

Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou


telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados
em lei.
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Protege-se a liberdade de comunicação.

3.2. Elementos objetivos do tipo

Dois são os núcleos:

- Realizar interceptação, ou seja, grampo, sem autorização judicial ou com objetivos não
autorizados em lei (elementos normativos do tipo).
- Quebrar segredo de justiça: revelar a outrem o conteúdo do procedimento de interceptação.

3.3. Sujeitos
a)Ativo: 1ª parte é crime comum; 2ª parte é crime próprio, só pode ser praticado por juiz,
promotor, delegado ou aquele que legitimamente esteja autorizado a participar do procedimento de
interceptação telefônica (LFG e Vicente G.F.).3

b)Passivo: 1ª parte pessoas que tem a conversa captada; 2ª parte, o Estado.

3.4. Elemento subjetivo

É o dolo, consistente na vontade livre e consciente de realizar a interceptação ou quebrar


segredo de justiça.

Não há previsão de modalidade culposa.

3.5. Consumação e tentativa

Consuma-se no momento em que:

1ª parte: o interceptador toma conhecimento da comunicação alheia, ainda que parcial;


2ª parte: o agente revela o conteúdo ou a existência de ordem judicial à terceiros.

A tentativa é admissível.

3.6. Ação penal

É pública incondicionada.

3
Obs: se a pessoa que quebrou o segredo da Justiça não tinha participação no procedimento, responderá pelo
crime do art. 151, §1º, II, CP (constitui crime de violação de correspondência: “II - quem indevidamente divulga,
transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou
conversação telefônica entre outras pessoas”).

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