Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Abstract: The paper shows that the self-referential cycle of Luhmann’s legal system
avoids the paradox of its self-foundation by using mechanisms to cease this non-ending
tautological relation. The existing symmetry between the elements of the system is
relativized by internal and external assymmetries. Luhmann, therefore, uses the
environment (Umwelt) as the system’s main fundament, which guides its autopoiesis
and consequent evolution within society. The concept of evolution, however, simply
means the transformation of the improbable into probable, existing away from any kind
of teleological or evolutionary conceptions.
1. Introdução
*
Aluno da Graduação em Direito na Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Bolsista do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
63
Revista dos Estudantes da Faculdade de Direito da UFC (on-line). a. 1, v. 1, fev./abr. 2007.
64
Revista dos Estudantes da Faculdade de Direito da UFC (on-line). a. 1, v. 1, fev./abr. 2007.
1
O Direito heteronomizado significa um direito (sistema) colonizado (determinado) por outras forças
sociais vigentes, ou mesmo por outras estruturas sociais autopoiéticas da sociedade, como a política, a
religião, a economia, etc. Desse modo, seu ciclo auto-referencial de utilização de critérios próprios é
interrompido e determinado por forças externas e, conseqüentemente, prejudiciais ao sistema.
2
Processos autopoiéticos são recursivos, i.e., estruturados simetricamente – e este é um aspecto dessa
abordagem teórica que tem implicações significantes para a teoria jurídica. A qualidade normativa de
cada elemento é adquirida através da qualidade normativa de outros elementos, aos quais a mesma regra
se aplica. Não pode, portanto, haver qualquer hierarquia normativa. Em termos de normatividade, uma
simetria rígida existe inclusive entre a lei e a decisão judicial. [Tradução Livre]
65
Revista dos Estudantes da Faculdade de Direito da UFC (on-line). a. 1, v. 1, fev./abr. 2007.
[...] there are also asymmetries in the legal system. No system can get by
without them, for this would mean existing as pure tautology in total
indeterminability. However, all asymmetries must be introduced into the
legal system via cognitive orientations, and they thus articulate willingness to
learn 4.
3
Tal distinção expressa nas categorias interna e externa, não é visualizada objetivamente pela teoria
luhmanniana. A separação entre tais assimetrias aparece como facilitação para o entendimento da
conclusão do trabalho, a ser exposta posteriormente.
4
Há também assimetrias no sistema jurídico. Nenhum sistema pode livrar-se delas, pois isso significaria
existir como tautologia pura e em total “indeterminabilidade”. Contudo, todas as assimetrias precisam ser
introduzidas dentro do sistema jurídico através de orientações cognitivas, articulando disposição para
aprendizado. [Tradução Livre].
5
Ross bem explicita, inclusive, que a moral é um fenômeno individual (2003:90). Luhmann também a
observa como um subsistema social não autopoiético, onde o seu código se reproduz, de forma difusa e
fragmentada, na sociedade. Para tal fundamentação, vide Luhmann, 1993.
66
Revista dos Estudantes da Faculdade de Direito da UFC (on-line). a. 1, v. 1, fev./abr. 2007.
6
Por complexidade se entende o conjunto de todos os eventos (Ereignisse, Events) possíveis. Designa-se
assim, portanto, o campo ilimitado dos “mundos possíveis”. Tomada desta forma, a complexidade alude,
por um lado, a um mundo de possibilidades que não é um mundo real, visto que a igualdade radical de
tais possibilidades, tanto quanto possível, não se rompe até que alguma forma de preferência permita a
decantação de um desses mundos possíveis como mundo real. Com a complexidade reduzida, começa a
existir a sociedade (Amado, 2004:301-302). A partir da redução da complexidade é que Luhmann
observa as condições para o surgimento dos sistemas sociais. A complexidade interna deve então ser vista
como aquela situada dentro dos limites do sistema.
7
O conceito de abertura cognitiva pressupõe o fechamento operacional do Direito. Só impondo os seus
limites frente ao ambiente é que o sistema pode observar os “dados” do meio e absorvê-los a partir de sua
perspectiva construtivista. Cada sistema abarca seu meio mediante um retículo (Raster) de admissão
seletiva de informação.
67
Revista dos Estudantes da Faculdade de Direito da UFC (on-line). a. 1, v. 1, fev./abr. 2007.
68
Revista dos Estudantes da Faculdade de Direito da UFC (on-line). a. 1, v. 1, fev./abr. 2007.
69
Revista dos Estudantes da Faculdade de Direito da UFC (on-line). a. 1, v. 1, fev./abr. 2007.
4. Referências
KELSEN, H. Teoria Pura do Direito. Tradução de João Baptista Machado. São Paulo:
Martins Fontes, 2003.
LUHMANN, Niklas. The Unity of The Legal System. IN: G. Teubner (ed.),
Autopoietic Law: A New Approach to Law and Society, p.12-35. Berlim: De Gruyter,
1988.
_______. Social Systems. Translated by John Bednardz Jr. With Dirk Baeker.
California: Stanford University Press, 2005.
_______. Entre Têmis e Leviatã: uma relação difícil. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
8
Luhmann atenta para a mudança de paradigma no capítulo inicial (System and Function): systems must
be oriented by their environment not just ocasionally and adaptively, but structuraly, and they cannot exist
without an enviornment (2005:16).
70