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do Tribunal Pleno

PROCESSO TC 2.574/07

Prestação de Contas do ex-Prefeito Municipal de


Serra Branca, Senhor Luiz José Mamede de Lima,
relativa ao exercício financeira de 2006 - Parecer
contrário - Atendimento parcial aos dispositivos da
LRF - Imputação de débito - Aplicação de multa -
Devolução ao Instituto Próprio de Previdência

PARECER PPL TC N° ,:5~ /09


o Processo TC 2.574/07 trata da Prestação de Contas apresentada pelo
ex-Prefeito do Município de Serra Branca, Sr. Luiz José Mamede de Lima,
relativa ao exercício financeiro de 2006.

CONSIDERANDO que a douta Auditoria, após realizar inspeção "in loco"


naquele município e analisar reiteradamente a documentação constante nos
presentes autos, inclusive os esclarecimentos apresentados em oportunidades
diversas pela supracitada autoridade, constatou a ocorrência das seguintes
irregularidades:

1) Não comprovação de publicação dos REO referentes ao 10 e 20


semestres;
2) Gastos em excesso com combustíveis no montante de R$ 121.399,89;
3) Balanço Patrimonial e Demonstrativo da Dívida Fundada incorretamente
elaborados;
4) Balanço Financeiro e Orçamentário com informações divergentes do
SAGRES;
5) Demonstrativos contábeis não consolidados;
6) Demonstrativo da dívida flutuante incorretamente elaborado;
7) Despesas sem o devido processo licitatório, no montante de R$
524.150,25;
8) Aplicações em MDE de 20,96% das receitas de impostos e
transferências, aquém do mínimo constitucionalmente exigido;
9) Aplicação em Ações e Serviços Públicos de Saúde correspondendo a
~~i'~i~~ dos recursos de impostos e transferências, abaixo do mínimo (Jí
10)Contribuição patronal ao Regime Próprio de Previdência, recolhida a '~,,\/, \
menor em R$ 154.432,13, tendo em vista que, do total devido de R$, .» / h,/ \
434.390,34, somente foi recolhido o valor de R$ 279.958,21; (,,) \
11)Despesas com obrigações patronais recolhidas a menor ao INSS, o //,
valor de R$ 50.286,43, uma vez que do total devido de R$ 228.991,7 __ ~
apenas foi recolhido o valor de R$ 178.705,30; [,1;1 l

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC 2.574/07

12)00 total de R$ 564.574,10 de contribuições devidas ao INSS, parte dos


servidores, apenas foi efetivamente recolhido o montante de R$
494.086,96, restando como não comprovado o valor de R$ 70.487,14;
13) Contabilização a menor, no valor de R$ 50.129,01, referente a
retenções previdenciárias dos servidores, devidas ao Instituto Próprio de
Previdência.

CONSIDERANDO que o Ministério Público Especial, em parecer


conclusivo, pugnou, em síntese, pela:

a. Declaração de atendimento parcial aos preceitos da LRF;


b. Emissão de Parecer contrário à aprovação das contas anuais de
responsabilidade do Sr. Luiz José Mamede de Lima, ex-Prefeito
Municipal de Serra Branca, relativas ao exercício de 2006;
c. Irregularidade dos gastos excessivos com combustível, no valor de
R$ 121.399,89, e das despesas não comprovadas com contribuições ao
INSS, no valor de R$ 70.487,14, com imputação de débito ao gestor, em
razão dos danos ao Erário;
d. Regularidade com ressalvas das despesas sem licitação, no montante de
R$ 524.150,25, sem imputação de débito, em face da falta de indicação
de danos materiais ao Erário;
e. Regularidade das demais despesas ordenadas;
f. Aplicação de multa ao gestor pelas irregularidades apuradas e danos ao
Erário, com fundamento na CF, art. 71, VII e LCE 18/93, arts. 55 e 56, 11;
g. Assinação de prazo para o restabelecimento da legalidade quanto às
contribuições previdenciárias devidas ao RPPS;
h. Representação ao órgão Previdenciário do fato relacionado ás
contribuições previdenciárias devidas ao INSS;
i. Recomendação de diligências no sentido de prevenir a repetição das
falhas acusadas no exercício de 2006.

CONSIDERANDO que, no entendimento do Relator, a não comprovação r


da publicação dos REü, referentes ao 1° e 2° semestres, enseja a declaração I,'
de atendimento parcial pelo ex-Gestor Municipal às exigências da LRF; ( II

CONSIDERANDO entender o Relator que as deficiências apontadas e~/


registros e demonstrativos contábeis não comprometeram a análise das cont s //
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prestadas, podendo ser relevadas, sem prejuízo, das devidas recomendaçõ
à atual Administração Municipal; <; "~ (/;~L 6')" ,

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC 2.574/07

CONSIDERANDO que, de acordo com o Relator, as despesas sem


licitação (R$ 524.150,25) tiveram como objeto transporte de estudantes,
aquisição de medicamentos e de gêneros alimentícios, aquisição de peças
automotivas, aquisição de botijões de gás e prestação de serviços médicos e
de natureza técnica.

CONSIDERANDO que, segundo o Relator, não há nos autos indícios de


ter a referida falha causado prejuízo ao Erário;

CONSIDERANDO que, consoante o Relator, também não há nos autos


qualquer indicação relativa à falta de entrega ou prestação dos serviços
adquiridos ou contratados;

CONSIDERANDO que, em razão desses fatos, o Relator entende poder


ser relevada a falha relacionada à ausência de licitação, sem prejuízo das
devidas recomendações à atual Administração Municipal no sentido da estrita
observância às disposições da Lei Federal n?8.666/93;

CONSIDERANDO que, segundo o Relator, a falha atinente à


contabilização a menor das retenções previdenciárias dos servidores (R$
50.129,01) foi elidida através da documentação apresentada pela defesa,
comprovando o recebimento pelo Instituto Próprio de Previdência, durante o
exercício de 2007, das contribuições incidentes sobre folhas de pagamento do
exercício de 2006 e somente quitadas no exercício seguinte;

CONSIDERANDO que, no entendimento do Relator, quanto às


contribuições patronais do Regime Próprio de Previdência recolhidas a
menor, deve ser assinado prazo à Administração Municipal para efetuar o
recolhimento em falta;

CONSIDERANDO que, segundo o Relator, em relação às


obrigações previdenciárias patronais do INSS recolhidas a menor, deve \
ser comunicado o fato à Receita Federal do Brasil; (

CONSIDERANDO que, quanto à não comprovação do recolhimento de


contribuições previdenciárias retidas dos servidores e devidas ao INSS (R$
70.487,14), o Relator entende inexistir a irregularidade em comento, porquanto

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a douta Auditoria, ao aferir esse montante, baseou-se no total das folhas dE
pagamento dos meses de novembro e dezembro, as quais não foram pag
em suas totalidade; (,;11/
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3
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC 2.574/07

CONSIDERANDO que, de acordo com o Relator, o Órgão Técnico


desta Casa para aferir o montante das despesas em excesso com
combustível (R$ 121.399,89) comparou os relatórios de consumo dos
veículos da edilidade constantes no Sistema SAGRES, consoante
indicado na Resolução Normativa Te 05/2005, com o volume de
combustível adquirido de acordo com as Notas Fiscais apresentadas;

CONSIDERANDO que, conforme informação do Relator, a douta


Auditoria, no intuito de complementar as informações do SAGRES,
porquanto não constavam daquele sistema os dados referentes aos
meses de janeiro a março, utilizou a média de abril a dezembro para aplicá-Ia
como parâmetro de consumo para aqueles outros meses;

CONSIDERANDO que, no entendimento do relator, não podem ser


aceitas como comprovante dos gastos com combustíveis as "notas de
abastecimento" apresentadas pela defesa;

CONSIDERANDO que, segundo o Relator, utilizando como parâmetro


apenas o efetivo consumo de combustíveis informados pela Edilidade referente
ao período de Abril a Dezembro de 2006 e comparado-o com as notas fiscais
do mesmo período, o excesso de combustíveis importa em apenas R$
63.939,39;

CONSIDERANDO que, no entendimento do Relator, deve esse valor ser


restituído pelo ex-Gestor aos cofres municipais;

CONSIDERANDO que, de acordo com o Relator, por força da Resolução


Normativa 13/99 deste Tribunal, não podem ser incluídos nos gastos com \
manutenção e desenvolvimento do ensino e com ações e serviços públicos de y
saúde o montante inscrito em "Restos a Pagar";
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CONSIDERANDO que, consoante o Relator, também não devem : i
ser incluídas nessas despesas os gastos com parcelamento de débitos "( \
anteriores junto à SAELPA e ao INSS, porquanto não há nos autos provy.. ->+.: 'tA--
de essas despesas estarem relacionadas com a Educação e a Saúde; J 0\ il=
CONSIDERANDO que, segundo o Relator, as aplicações em MDE e
Saúde situaram-se abaixo do mínimo constitucionalmente exigido,

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contrariando o contido no Parecer Normativo 5.2/20~ desta Casa;

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC 2.574/07

CONSIDERANDO o Relatório e o Voto do Relator, o pronunciamento do


Órgão de Instrução, o Parecer escrito e oral do Ministério Público junto a esta
Corte e o mais que dos autos consta;

DECIDEM os Conselheiros do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA


PARAIBA, na sessão realizada nesta data, por unanimidade de votos:

1. Emitir Parecer Contrário à aprovação das Contas apresentadas


pelo Sr. Luiz José Mamede de Lima, ex-Prefeito do Município de
Serra Branca, relativas ao exercício financeiro de 2006;

2. Emitir Acórdão, em separado:

a) Declarando o atendimento parcial às exlqências da Lei de


Responsabilidade Fiscal, pelo Chefe do Poder Executivo do
Município de Serra Branca, durante o exercício financeiro de
2006;
b) Imputando ao Sr. Luiz José Mamede de Lima, ex-Prefeito do
Município de Serra Branca, débito no valor de R$ $ 63.939,39,
em razão de gastos em excesso com combustível;
c) Assinando ao senhor supracitado o prazo de 60 (sessenta) dias para
demonstrar a este Tribunal o recolhimento do débito acima
mencionado com recursos próprios aos cofres públicos municipais,
sob pena de cobrança executiva a ser ajuizada pela Administração
Municipal até o 30° (trigésimo) dia após o vencimento daquele prazo,
sob pena de responsabilidade do Gestor do Município, servindo o
presente acórdão como título executivo. No caso de omissão daquela
autoridade, deverá agir o Ministério Publico, nos termos do artigo 71,
parágrafos 3° e 4° da Constituição Estadual;
d) Aplicando multa pessoal ao Gestor anteriormente mencionado,
no valor de R$ 2.805,10, nos termos do que dispõe o artigo 56,
inciso 11, da Lei Orgânica deste Tribunal;
e) Assinando ao senhor acima identificado o prazo de 30 (trinta) dias ~
para comprovar a esta Corte de Contas o recolhimento da milt . J: -,
aplicada ao tesouro Estadual à conta do Fundo de Fiscaliza o )00' .r
Orçamentária e Financeira Municipal, informando-lhe ainda que, / .:
não efetue o recolhimento voluntário, cabe ação a ser impetrada éÍa
Procuradoria Geral do Estado, devendo-se dar a intervenção do
Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, no termos do §

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC 2.574/07

f) Assinando o prazo de 60 (sessenta) dias à Administração


Municipal de Serra Branca para transferir o montante de
R$ 154.432,13 ao Instituto de Previdência Própria de Serra
Branca, restabelecendo a legalidade quanto às contribuições
previdenciárias devidas;
g) Determinando que se represente ao INSS acerca da omissão
detectada nas presentes contas, relativa ao repasse a menor
das contribuições previdenciárias devidas, relativamente à parte
patronal e dos servidores municipais;
h) Determinando que se remeta cópia dos presentes autos à
Procuradoria de Justiça do Estado, para que, diante dos indícios
da prática de atos de improbidade administrativa, possa tomar
as providências inerentes à sua competência;
i) Recomendando à Administração Municipal de Serra Branca para
que guarde estrita observância às aplicações mínimas em MDE
e em ações e serviços públicos de saúde, aos termos da
Constituição Federal, da Lei de Responsabilidade Fiscal, da Lei
8.666/93, da Lei 4.320/64 e das normas emanadas por esta
Casa, bem como organizar e manter a Contabilidade do
Município em consonância com os princípios e regras contábeis
pertinentes, sob pena de desaprovação de contas futuras e
outras cominações legais, inclusive multa.

Presente ao julgamento a Exma. Senhora Procuradora Geral.

Publique-se, registre-se, cumpra-se.

Te - PLENÁRIO MINISTRO JOÃO AGRIPINO


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João Pessoa, " J de de 2009

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FERNANDO RODRIGUES CATÃO FÁBIO TÚLlO FILGUEIRAS NOGUEIRA


Conselheiro Conselheiro

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AN~0NI CLÁUDIO SILVA SA TOS
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7
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCEssore 02574/07.

Sr. Presidente, Srs. Conselheiros, douta Procuradora Geral, Srs. Auditores.

o Processo em pauta trata da Prestação de Contas apresentada


pelo ex-Prefeito do Município de SERRA BRANCA, Sr. Luiz José Mamede
de Lima, relativa ao exercício financeiro de 2006.

A Auditoria desta Corte ao analisar os documentos constantes na


PCA, bem como a documentação colhida em inspeção "in loco" no Município,
realizada no período de 10 a 14 de março de 2008, evidenciou, em relatório
inicial de fls. 934/945, as observações a seguir resumidas:

1. A Prestação de Contas foi encaminhada ao Tribunal no prazo legal.


2. O Orçamento para o exercício, aprovado por Lei Municipal, estimou a
Receita e fixou a Despesa em R$ 8.993.880,00, bem como autorizou a
abertura de créditos adicionais equivalentes a 2% da despesa fixada.
3. No decorrer do exercício foi autorizada a abertura de créditos adicionais no
montante de R$ 4.135.898,00, sendo R$ 2.248.470,00 suplementares,
R$ 681.738,00 especiais e R$ 1.205.690,00 extraordinários.
4. A Receita Orçamentária Total Arrecadada somou R$ 7.848.786,23 para
uma Despesa Orçamentária Realizada de R$ 6.765.000,54, gerando, na
execução orçamentária, um superávit correspondente a 13,81 % da receita
orçamentária arrecadada.
5. O Balanço Financeiro registrou um saldo para o exercício seguinte de
R$ 201.565,71, sendo 99,65 % deste valor registrado em "Bancos".
6. O Balanço Patrimonial apresentou déficit no valor de R$ 1.007.589,34;
7. A Dívida Municipal registrada ao final do exercício, equivalente a 8,05 % da
receita orçamentária total arrecadada, importou em R$ 626.255,88, em sua
totalidade representada por Dívida Flutuante.
8. Os gastos com obras e serviços de engenharia totalizaram R$ 170.638,99,
correspondendo a 2,52 %da Despesa Orçamentária Total.
9. Houve regularidade no pagamento da remuneração do Prefeito e do Vice-
Prefeito.
10. Aplicação de 64,63 % dos recursos do FUNDEF em remuneração e
valorização do Magistério, atendendo ao disposto na legislação aplicável.

Processo TC 2574/07 - PCA PM Serra Branca, exercício 2 06. 1/?


11. Gastos com pessoal, correspondendo a 47,62 % e 43,91 % da Receita
Corrente Líquida, obedecendo aos limites de 60% e 54%, respectivamente,
estabelecidos nos artigos 19 e 20 da LRF.
12. Os RGF do exercício foram encaminhados ao Tribunal dentro dos prazos
legais, devidamente instruídos e comprovadas as suas publicações.
13. O Município possui Regime Próprio de Previdência.
14. Não há registro de denúncias sobre irregularidades ocorridas no exercício
de 2006.

Em razão das irregularidades inicialmente apontadas, o ex-Prefeito


foi notificado e apresentou, através de seu patrono, a defesa de fls. 951/1099.

Quando da análise da defesa apresentada (fls. 1116/1124), a


Auditoria identificou uma irregularidade não apontada em seu Relatório Inicial,
fato este que motivou o Relator a realizar nova notificação ao ex-Gestor (fls.
1125).

Após a apresentação da nova defesa (fls. 1130/1531), os autos


retornaram à Auditoria que, em relatório de fls.1568/1574, entendeu
persistirem as seguintes irregularidades:

a) Não comprovação de publicação dos REO referentes ao 10 e 20


semestres;
b) Gastos em excesso com combustíveis no montante de R$
121.399,89;
c) Balanço Patrimonial e Demonstrativo da Dívida Fundada
incorretamente elaborados;
d) Balanço Financeiro e Orçamentário com informações divergentes
do SAGRES;
e) Demonstrativos contábeis não consolidados;
f) Demonstrativo da dívida flutuante incorretamente elaborado;
g) Despesas sem o devido processo licitatório, no montante
remanescente de R$ 524.150,25;
h) Aplicações em MDE de 20,96% das receitas de impostos e
transferências, aquém do mínimo constitucionalmente exigido;
i) Aplicação em Ações e Serviços Públicos de Saúde
correspondendo a 11,22% dos recursos de impostos e
transferências, abaixo do mínimo exigido;
j) Contribuição patronal ao Regime Próprio de Previdência, recolhida
a menor em R$ 154.432,13, tendo em vista que, do total devido de
R$ 434.390,34, somente foi recolhido o valor de R$ 279.958,21;
k) Despesas com obrigações patronais recolhidas a menor ao INSS,
no valor de R$ 50.286,43, uma vez que do total devido de R$
228.991,73, apenas foi recolhido o valor de R$ 178.705,30;

t 2/1
Processo TC 2574/07 - PCA PM Serra Branca, exercício 2006.
I) Do total de R$ 564.574,10 de contribuições devidas ao INSS, parte
dos servidores, apenas foi efetivamente recolhido o montante de
R$ 494.086,96, restando como não comprovado o recolhimento no
valor de R$ 70.487,14;
m) E, finalmente, contabilização a menor, no valor de R$ 50.129,01,
referente a retenções previdenciárias dos servidores, devidas ao
Instituto Próprio de Previdência.

Instado a se pronunciar, o Órgão Ministerial junto a esta Corte, em


parecer de fls. 1575/1587, após tecer comentários acerca das irregularidades
constantes nos autos, opinou no sentido de que este Tribunal:

1. Declare o atendimento parcial dos requisitos da gestão fiscal


responsável, previstos na LC 101/00;
2. Emita Parecer contrário à aprovação das contas anuais de
responsabilidade do Sr. Luiz José Mamede de Lima, ex-Prefeito
Municipal de Serra Branca, relativas ao exercício de 2006;
3. Julgue irregulares os gastos excessivos com combustível, no
valor de R$ 121.399,89, e as despesas não comprovadas com
contribuições ao INSS, no valor de R$ 70.487,14, com imputação
de débito ao gestor, em razão dos danos ao erário;
4. Julgue regulares com ressalvas as despesas sem licitação, no
montante de R$ 524.150,25, sem imputação de débito, em face
da falta de indicação de danos materiais ao erário;
5. Julgue regulares as demais despesas ordenadas;
6. Aplique multa contra o gestor pelas irregularidades apuradas e
danos ao erário, com fundamento na CF, art. 71, VII e LCE 18/93,
art. 56, 11;
7. Assine prazo para o restabelecimento da legalidade quanto às
contribuições previdenciárias devidas ao Regime Próprio de
Previdência;
8. Represente ao órgão Previdenciário o fato relacionado ás
contribuições previdenciárias devidas ao INSS;
9. Recomende diligências no sentido de prevenir a repetição das
falhas acusadas no exercício de 2006.

o Processo foi agendado na pauta de julgamento da sessão do dia


12 de novembro de 2008, sendo adiada sua apreciação para sessão seguinte,
em virtude do pedido do patrono do interessado, que comprovou a
impossibilidade de comparecer àquela sessão.

Na sessão plenária do dia 19 de novembro de 2008, o Patrono do


interessado, em sustentação oral de defesa, apresentou nova documentação
(fls. 1630/2925), a qual foi acatada pelo Tribunal Pleno, motivando a remessa
dos autos à auditoria, a fim de que fosse realizada uma nova análise.

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Processo TC 2574/07 - PCA PM Serra Branca, exercíci~ 2006. 3 ih
Após analisar a documentação acostada pela defesa, o Órgão
Técnico de Instrução desse Tribunal elaborou o Relatório de fls. 2927/2938,
no qual concluiu remanescerem todas as irregularidades anteriormente
apontadas.

Os autos foram encaminhados ao Ministério Público Especial que,


em parecer da lavra do Procurador André Carlo Torres Pontes, ratificou o
entendimento emitido anteriormente às fls. 1575/1587 dos autos.

O presente processo retornou a pauta de julgamento na sessão


plenária do último dia 15 deste mês, quando o Relator solicitou o adiamento
de sua apreciação para a presente sessão, sendo, naquela oportunidade,
renovadas as notificações aos interessados.

É o Relatório.

Em 29/abril/2009.

/ AíV1)
sé Marques Mariz
~ Cons. Relator

Gab.JMM/NCB/FCP

Processo TC 2574/07 - PCA PM Serra Branca, exercício 2006. 4/9


PROCESSO TC02574/07.
~
I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

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Observa-se que, conclusos os presentes autos, restaram ainda


algumas irregularidades, sobre as quais passo a tecer as seguintes
considerações:

• No tocante à Gestão Fiscal, a não comprovação da publicação dos REa,


referentes ao 1° e 2° semestres, enseja a declaração de atendimento parcial pelo
ex-Gestor Municipal às exigências da LRF;

• Quanto às deficiências apontadas em registros e demonstrativos contábeis, o


Relator entende que tais falhas não comprometeram a análise das contas
prestadas, podendo, desta forma, ser relevadas, sem prejuízo, entretanto, das
devidas recomendações à atual Administração Municipal no sentido de evitá-Ias.

• Quanto às despesas sem licitação, no montante remanescente de R$ 524.150,25,


observa-se que os gastos foram realizados com transporte de estudantes,
aquisição de medicamentos e de gêneros alimentícios, aquisição de peças
automotivas, aquisição de botijões de gás, além da prestação de serviços médicos
e de natureza técnica. a Relator entende que a falha pode ser relevada, uma vez
que não há indícios nos autos de que a não realização dos procedimentos
licitatórios tenha causado prejuízo ao Erário Municipal, bem como de que os bens
e serviços adquiridos não tenham sido entregues ou prestados; cabendo, contudo,
recomendações à atual Administração Municipal no sentido da estrita observância
às disposições da Lei Federal nO8.666/93 .

• No que concerne à falha relativa a contabilização a menor, no valor de R$


50.129,01, referente às retenções previdenciárias dos servidores, devidas ao
Instituto Próprio de Previdência, observa-se, compulsando-se os autos, que a
defesa comprovou o recebimento no exercicio de 2007, por parte do Instituto
Próprio de Previdência, de contribuições incidentes sobre folhas de pagamento do
exercício de 2006 e somente quitadas no exercício seguinte, o que, no
entendimento do relator, e/ide a falha inicialmente apontada .

• Quanto às contribuições patronais ao Regime Próprio de Previdência, recolhidas a


menor em relação ao montante devido, cabe assinação de prazo à Administração
Municipal para que a Edilidade proceda ao recolhimento em falta, sob pena de
responsabilidade. r
Processo TC 2574/07 - PCA PM Serra Branca, exercício 2006. 5/ tj
• No tocante às obrigações previdenciárias patronais devidas ao INSS e recolhidas a
menor, cabe comunicação à Receita Federal do Brasil para as providências de sua
competência .

• Quanto à suposta não comprovação referente às contribuições previdenciárias


retidas dos servidores e devidas ao INSS, no montante de R$ 70.487,14, data
vênia o posicionamento do Órgão Auditor e do Órgão Ministerial, que opinaram
inclusive pela imputação deste valor ao ex-Prefeito, o Relator entende que a
irregularidade não existe, tendo em vista que a Auditoria procedeu aos seus
cálculos com base nas folhas de pagamento devidas do exercício de 2006. No
entanto, com base nas informações constantes do SAGRES, como por exemplo,
para a folha de pagamento do mês de novembro de 2006, do montante devido de
R$ 225.389,01, relativa ao Pessoal Efetivo e ao Pessoal Comissionado, constante
às fls. 923/924 dos autos, somente foi pago o valor de R$ 67.148,95. Para a folha
de pagamento do mês de dezembro de 2006, também referente ao Pessoal Efetivo
e ao Pessoal Comissionado, às fls. 926/927 dos autos, do montante devido de R$
223.959,84, somente foi pago o valor de R$ 131.105,86. Portanto, se as folhas de
pagamento dos meses de novembro e de dezembro de 2006 não foram pagas em
sua totalidade, conforme demonstra o SAGRES, não há que se falar em retenções
totais de contribuições previdenciárias dos servidores, muito menos de
recolhimentos não comprovados. Se há irregularidade neste caso, refere-se à falta
de empenhamento do total das folhas de pagamentos de pessoal, referentes aos
meses de novembro e dezembro de 2006, com a conseqüente inscrição da parte
não paga em "Restos a Pagar", contrariando, assim, dispositivo da Lei Federal
4.320/64. Neste aspecto, não houve, por parte da Auditoria, qualquer menção a
esta irregularidade .

• Ao apontar gastos excessivos com combustíveis, no valor de R$ 121.399,89, a


Auditoria desta Corte tomou por base o comparativo entre as informações de
consumo de cada veículo da frota municipal, exigidas pela Resolução Normativa
TC OS/2005 e disponibilizadas no SAGRES, e o volume de combustíveis
adquiridos segundo as Notas Fiscais correspondentes.

A defesa em sua argumentação diz que o excesso apontado nos cálculos da


Auditoria se deu em razão de que, no exercício de 2006, foram faturadas despesas
com combustíveis relativas ao exercício de 2005, referentes a 11.121 litros de
gasolina e 4.864 litros de óleo diesel, fazendo prova do alegado com a
apresentação de "notas de abastecimento", fornecidas pelos Postos de
Combustíveis, datadas do exercício de 2005.

A Auditoria deste Tribunal não acatou a documentação apresentada por entender


que tais documentos não tem natureza fiscal e não podem, assim, substituir as
notas fiscais que serviram de base para os cálculos.

Ademais, segundo a Auditoria, caso aceitasse a alegação da defesa de não


empenhamento e não faturamento das despesas alegadas com combustíveis no
próprio exercício de 2005, tal fato constituiria uma irregularidade fiscal cometida
pelos Postos de Combustíveis, uma vez que venderam em um exercício e emitiram
as notas fiscais no ano seguinte, além do que o art. 60 da Lei N° 4.320/64 veda a
realização de despesas sem o prévio empenho.

Processo TC 2574/07 - PCA PM Serra Bra a, exercício 2006. 6/1"


o Relator, compulsando a documentação apresentada pela defesa, observou que
as notas de abastecimento apresentadas referem-se a todo o exercício de 2005,
ou seja, de janeiro a dezembro daquele ano, e estão sem os valores monetários
correspondentes ao consumo.

Entretanto, como a Resolução Normativa TC OS/2005 somente vigorou


efetivamente a partir de Abril de 2006, o Órgão Técnico de Instrução utilizou-se da
média de abril a dezembro/2006 para aplicá-Ia como parâmetro de consumo para o
primeiro trimestre daquele exercício - Janeiro a Março/2006.

Como o Relator tem feito em outras apreciações de Contas Municipais, determinou


a Assessoria Técnica do Gabinete para que procedesse ao cálculo utilizando como
parâmetro apenas o efetivo consumo de combustíveis informado pela Edilidade,
referente ao período de Abril a Dezembro de 2006, comparado-o com as notas
fiscais do mesmo período, tendo o excesso de combustíveis, inicialmente apontado
em R$ 121.399,89 diminuido para R$ 63.939,39, valor este que deve ser restituído
pelo ex-Gestor aos cofres municipais .

• Quanto à aplicação a menor em MDE e Ações e Serviços de Saúde no exercício


de 2006, a defesa solicitou a inclusão de todo o montante inscrito em "Restos a
Pagar", no valor de R$ 82.126,56, pago no primeiro trimestre do exercício de 2007,
uma vez que a Auditoria somente considerou o valor correspondente às
disponibilidades financeiras existentes em 31 de dezembro de 2006, no valor de
R$ 4.596,19. O defendente solicitou ainda a inclusão para o cômputo dos
respectivos índices, das despesas correspondentes aos parcelamentos de débitos
de gestões anteriores com a SAELPA e com o INSS, calculadas
proporcionalmente às Secretarias Municipais de Educação e da Saúde.

O Órgão Técnico desta Corte não acatou tais argumentos, tendo em vista que,
com relação aos Restos a Pagar, a legislação pertinente disciplina o acatamento
dos Restos a Pagar, pagos até o final do 1° trimestre do exercício seguinte, até o
montante das disponibilidades financeiras existentes ao final do exercício anterior.

No que diz respeito ao acatamento de parcelamentos com a SAELPA e o INSS, a


Auditoria entendeu que tais pagamentos com dívidas não constituem aplicação em
Educação e Saúde, além do mais, não foram apresentadas provas que
comprovem que as referidas dívidas estejam relacionados com a Educação e a
Saúde.

Quanto ao cômputo dos Restos a Pagar que ultrapassaram as disponibilidades


financeiras e que foram efetivamente pagos no 1° trimestre do exercício seguinte,
não computados pela Auditoria para efeitos das aplicações em MDE e Saúde do
exercício, o Relator acompanha o entendimento do Órgão Técnico, tendo em vista
que a Resolução Normativa deste Tribunal de nO 13/99, em pleno vigor, respalda
este entendimento.

o Relator acompanha, ainda, o posicionamento do Órgão de Instrução no tocante


ao não acatamento de parcelamentos das dívidas com a SAELPA e com o INSS
para fins do cômputo das despesas com o MDE e a Saúde, em virtude da falta de
provas materiais que justificassem estas inclusões.

Processo TC 2574/07 - PCA PM Serra Branca, ~o 2006. 7/ q


~
Desta forma, restaram comprovadas, nos presentes autos, que as aplicações em
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (20,96%) e em Ações e Serviços de
Saúde (11,22%) situaram-se abaixo dos limites constitucionalmente exigidos,
maculando assim as contas ora em exame, nos termos do Parecer Normativo
52/2004 desta Casa.

Feitas estas considerações, o Relator, acompanhando


parcialmente o entendimento do Órgão Ministerial, vota no sentido de que
este Tribunal:

1) Emita Parecer Contrário à aprovação das Contas apresentadas


pelo Sr. Luiz José Mamede de Lima, ex-Prefeito do Município de
Serra Branca, relativas ao exercício financeiro de 2006;

2) Emita Acórdão, em separado, declarando o atendimento parcial às


exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal, relativamente ao
exercício de 2006;

3) Impute ao Sr. Luiz José Mamede de Lima para que proceda, no


prazo de 60 (sessenta) dias, a devolução aos cofres municipais da
importância de R$ 63.939,39, relativos aos gastos excessivos com
aquisição de combustíveis;

4) Aplique multa pessoal ao ex-Gestor anteriormente mencionado, no


valor de R$ 2.805,10, nos termos do que dispõe o artigo 56, inciso 11,
da Lei Orgânica deste Tribunal, assinando-lhe o prazo de 30 (trinta)
dias para o recolhimento voluntário à conta do Fundo de
Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal;

5) Assine o prazo de 60 (sessenta) dias para que, caso ainda persista,


seja efetuado o repasse do valor de R$ 154.432,13 ao Instituto de
Previdência Próprio do Município de Serra Branca, restabelecendo a
legalidade quanto às contribuições previdenciárias devidas;

6) Represente ao INSS acerca da omissão detectada nas presentes


contas, relativa ao repasse a menor das contribuições
previdenciárias devidas, relativamente à parte patronal e dos
servidores municipais;

7) Remeta cópia dos presentes autos à Procuradoria de Justiça do


Estado, para que, diante de possíveis indícios da prática de atos de
improbidade administrativa, possa aquele Órgão tomar as
providências inerentes à sua competência;

r
Processo TC 2574/07 - PCA PM Serra Branca, exercício 2006. 8 /1
8) E, finalmente, recomende à atual Administração do Município de
Serra Branca no sentido de guardar estrita observância às
aplicações mínimas em MDE e SAÚDE, aos termos da Constituição
Federal, da Lei Responsabilidade Fiscal, da Lei 8.666/93, da Lei
4.320/64 e das normas emanadas por esta Casa, bem como
organizar e manter a Contabilidade do Município em consonância
com os princípios e regras contábeis pertinentes, sob pena de
desaprovação de contas futuras e outras cominações legais,
inclusive multa.

É o Voto.
.
Em 29/abriI/2009.
c-« pU/l/
osé Marques Mariz
~ Cons. Relator

Gab.JMM/NCB/FCP

Processo TC 2574/07 - PCA PM Serra Branca, exercício 2006. 9/ q

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