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Processo Te N° 02354/06

Prestação de Contas do Senhor


Jossandro de Araújo Monteiro, Presidente
do Instituto de Previdência de Alagoa Nova -
IPAN, referente ao exercício de 2005.
Irregularidade das contas.Imputação de
débito. Aplicação de multa. Assinação de
prazos. Recomendações.

I ACÓRDÃO APL - TC

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Processo TC N° 02354/06, referente à Prestação


de Contas do Instituto de Previdência de Alagoa Nova (IPAN), exercício de 2005, ACORDAM os
integrantes do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, à unanimidade, em sessão plenária, hoje realizada,
em: a) julgar irregulares as contas do Instituto de Previdência de Alagoa Nova (IPAN), exercício de 2005,
de responsabilidade do Senhor Jossandro Araújo Monteiro, Presidente; b) imputar débito ao gestor, no
valor de R$ 24.441,91, pelo resgate de valores da conta aplicação, sem o respectivo crédito na conta
corrente e sem justificativa para o fato; c) conceder o prazo de 60 (sessenta) dias para o recolhimento
aos cofres do Instituto, devendo-se dar a intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão,
nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição Estadual; d) aplicar multa de R$ 2.805,10 ao gestor nos
termos do que dispõem os incisos II e III do art. 56 da LOTCE; e) assinar ao mesmo o prazo de 15
(quinze) dias para efetuar o seu recolhimento ao Tesouro Estadual, à conta do Fundo de Fiscalização
Orçamentária e Financeira Municipal, cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria Geral do Estado,
em caso do não recolhimento voluntário devendo-se dar a intervenção do Ministério Público, na
hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição Estadual; t) determinar ao
atual gestor, a adoção, no prazo de trinta (30) dias, de medidas visando a cobrança do ISS e INSS não
retidos na fonte referente aos serviços prestados ao Instituto; g) enviar a este Tribunal a comprovação das
providências tomadas, no prazo de quinze contados a partir da data da adoção das medidas; h) assinar
prazo de 60 (sessenta) dias para que o atual gestor do IPAM remeta a este Tribunal, documentos que
comprovem a viabilidade da entidade ou sugiram ao Poder Executivo Municipal a sua extinção; i)
assinar o prazo de 15 (quinze) dias ao gestor para instauração de procedimento administrativo para
apurar a acumulação de cargos do sr. José Ismael Sobrinho, culminando com a obrigação de devolução
aos cofres municipais das parcelas não acumuláveis; j) recomendar, ao atual gestor, a estrita observância
das disposições legais e normativas, especialmente, no que tange ao limite dos gastos administrativos; I)
recomendar ao atual Prefeito a adoção das medidas necessárias a fim de sanear eventuais distorções
ocorridas no que tange aos repasses previdenciários e cuidar para que seja regularizada a situação da dívida
com o Instituto, propondo ao legislativo, alteração na Lei de concessão do parcelamento com vistas a
aplicar o índice de correção justo e assim não prejudicar as receitas da autarquia e, em conseqüência, os
beneficios dos servidores.
Assim decidem tendo em vista as várias irregularidades apuradas pela Auditoria e não elididas pelo
responsável.
É responsabilidade do Gestor, a retenção, na fonte, dos impostos e contribuições incidentes sobre
serviços prestados ao ente público. Todavia, pode ainda a atual administração tomar as medidas necessárias ..... r[
à cobrança do ISS não retido, no sentido de preservar o erário de eventuais prejuízos. Deve o atual gestor, . i I j/
tomar as providências necessárias para cobrar dos contribuintes os tributos não recolhidos no exercicio de ~;". t
2005, conforme levantamento da Auditoria, bem como fazer um melhor acompanhamento dos valore~:~"'_/ 1.
efetivamente devidos pela Prefeitura e pela Câmara de vereadores a título de contribuições previdenciárias.x; .
verificando o valor das folhas de pessoal dos mencionados entes e as aliquotas aplicadas com vistas a evitar f
distorções e acúmulo de débitos previdenciários.
As oscilações no valor dos repasses previdenciários foram justificadas pelo ex-Prefeito, tendo
ocorrido em virtude das datas do pagamento das folhas de pessoal que em alguns meses foram quitadas no
mês subseqüente. Com relação ao repasse a menor por parte da prefeitura, o cálculo efetuado considerou o
valor da folha de pessoal anual, sendo aplicadas aliquotas distintas proporcionais ao número de meses
durante o exercício em virtude de mudança na legislação. tal cálculo não pode prosperar, pois, não leva em
consideração eventuais aumentos salariais ou outras alterações nas remuneração dos servidores. Assim o
procedimento correto seria fazer o cálculo, aplicando a aliquota dos cinco primeiro meses com base no total
da folha de pessoal destes meses e a aliquota dos últimos sete meses com base nas respectivas folhas de
pagamento. Todavia, deve o atual Prefeito tom" '" ~ necessárias a fim do sanear eventuais
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te N° 02354/06

distorções ocorridas. Deve também o atual gestor municipal cuidar para que seja regularizada a situação do
dívida com o Instituto, propondo ao legislativo, alteração na Lei de concessão do parcelamento com vistas
a aplicar o índice de correção justo e assim não prejudicar as receitas da autarquia e, em conseqüência, os
beneficios dos servidores.
As incorreções em demonstrativos inicialmente verificadas pela Auditoria, no tocante à receita
extra-orçamentária, foram devidamente corrigidas pelo setor contábil do Instituto e os novos anexos foram
enviados juntamente com a defesa, sanando a irregularidade. Todavia, ainda restou sem solução a falha
relativa ao Balanço Patrimonial, cujas as medidas saneadoras devem ser providenciadas.
Está demonstrada a realização de despesa sem comprovação. Durante o período de dezembro de
2004 a maio de 2005 foram efetuados resgates da conta de aplicação para a conta corrente e os valores
creditados não corresponderam aos valores resgatados. Assim, o saldo bancário escriturado apresentava
diferença em relação ao constante nos extratos, pois, a contabilidade era realizada pelo valor do resgate
solicitado. Desta forma, o setor contábil optou por empenhar a diferença, considerando-a como despesa e
assim fechar a contabilidade. Tal procedimento não é o correto, pois, os lançamentos dos saldos deveriam
ter sido efetuados com base nos créditos contidos nos extratos bancários da conta corrente e não com base
nos resgates supostamente efetuados na conta de aplicação. Por outro lado, houve o prejuízo financeiro, no
exercício, no montante de R$ 24.441,91, vez que de acordo com os documentos anexados os valores
baixados da conta aplicação foram superiores àqueles creditados na conta corrente, não havendo indicação
da reaplicação desta diferença.
O Instituto gastou quase o dobro do permitido legalmente com despesas administrativas durante o
exercício e não foi comprovada a alegação de que houve a exoneração dos diretores com vistas ao retomo
das despesas ao patamar legal.
Conforme se pode colher do sítio eletrônico do Ministério da Previdência Social, o Instituto não
conseguiu, durante o exercício de 2005, o Certificado de Regularidade Previdenciária, somente obtendo o
documento a partir de outubro de 2007.
O pagamento abaixo do salário mínimo ao Sr. José Ismael Sobrinho está comprovado. A alegação
do gestor de que se trata de gratificação pela emissão de alguns pareceres jurídicos e por isso houve redução
no pagamento, não podem prosperar, vez que não foi demonstrada a redução de jornada de trabalho. Além
disso, não há nos autos qualquer previsão legal para o pagamento da citada gratificação. Por outro lado,
restou caracterizada a acumulação de remuneração em cargos públicos, tendo em vista que o citado Senhor
ocupa o cargo remunerado de Procurador Geral do Município de Alagoa Nova, situação que deve ser
investigada no prazo acima fixado.

Publique-se e cumpra-se.,
TC - Plenário Min. João Agripino, em ir
Conselheiro ANT' IN' INIZFILHO
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I J'I.;~ocuradora Geral
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te N° 02354/06

RELATÓRIO

Tratam os presentes autos do Processo TC N° 02354/06, referente à Prestação de Contas do Instituto


de Previdência de Alagoa Nova (IPAN), exercício de 2005, de responsabilidade do Senhor Jossandro
Araújo Monteiro.

A Auditoria deste Tribunal, ao analisar a matéria, destacou as seguintes irregularidades:

De responsabilidade do então Gestor do Instituto (Sr. Jossandro Araújo Monteiro - 2005)

1. Ausência de envio ao Chefe do Poder Executivo solicitando brevidade na edição da Lei alterando as
alíquotas previdenciárias, a fim de adequar-se às Leis Federais n" 9.717/98 e 10.887/04;
2. Contabilização das receitas de contribuições (patronais e servidores) sem identificação dos entes de
origem: se Prefeitura ou Câmara;
3. Anexo 10 (e todos que demonstrem receitas orçamentárias) incorretamente elaborado, devido ao
registro de uma receita extra-orçamentária;
4. Não recolhimento de ISS e INSS sobre as despesas pagas com Serviços de Terceiros;
5. Despesas não comprovadas, relativas à NE 061 (31/05/05), no valor de R$ 25.713,67;
6. Aumento salarial, sem justificativa, no cargo de Diretor Presidente do Instituto;
7. Acréscimo de 1/3 de férias, sem justificativa, nos meses de março, abril e julho na remuneração da
Diretora do Depto. de Serviços Gerais, Sra. Edileuza Matias de Oliveira;
8. Cálculo incorreto no pagamento de 1/3 de férias na remuneração do Diretor Administrativo-
Financeiro, Sr. Arquimedes Pereira Alves;
9. Pagamento de salário abaixo do mínimo ao Sr. José Ismael Sobrinho, no cargo de Assessor Jurídico;
10. Divergências entre valores resgatados na conta investimento e os creditados em conta corrente,
totalizando uma diferença de R$ 24.441,91 não creditada;
11. Balanço Patrimonial elaborado incorretamente em função de registros de obrigações (débitos de
tesouraria) já pagas (PCA/2005), sendo mantidas na PCA/2006;
12. Não anexado à PCA o Relatório das Atividades Desenvolvidas em 2005, onde deveria constar a
situação técnico-operacional do Instituto, descumprindo o Art. 2°, § 1° da Resolução TC n? 07/97;
13. Despesas administrativas no percentual de 3,51% acima do limite de 2,0% do valor base
estabelecido pela Portaria MPAS n° 4.992/99;
14. Plano de Avaliação Atuarial anexado, falho no tocante à falta de indicação do índice percentual de
contribuição previdenciária a ser adotado, de modo a manter em equilíbrio as contas do Instituto;
15. Falta de controle (demonstrativo) no cálculo das contribuições previdenciárias repassadas pela
Prefeitura ao IPAN, considerando-se a folha no valor de R$ 3.205.821,74 e a atualização das
alíquotas;
16. Instituto em situação irregular com relação a vários critérios avaliados pelo MPS. O último CRP
(Certificado de Regularidade Previdenciária) foi emitido em 27/04/2005 com validade até
26/06/2005.

De responsabilidade do Chefe do Poder Executivo (Luciano Francisco de Oliveira)

1. Não adequação, com maior brevidade, da Lei Previdenciária Municipal (Lei 149/2005 de
07/06/2005), às exigências impostas pela legislação Previdenciária Federal, no tocante às alíquotas
dos servidores e empregador que, por força do § 6°, Art. 195, CF, passaram a ser exigidos a partir de
setembro/2005;
2. Divergência entre valores de repasse ao Instituto, registrados no Sagres (R$ 455.095,16) e no Anexo
10 da PCA do Instituto (R$ 456.767,53);
3. Não regularidade (oscilações) no valor dos repasses mensais efetuados ao Instituto;
4. Valores das parcelas da dívida previdenciária em valores iguais, sem qualquer índice de correção,
tendo sido fixadas em UFIR's. Parte da dívida fixada em parcelas de 556,45 UFIR's está sendo
paga em parcelas de R$ 556,45 e não R$ 593,73 que é o valor correspondente as UFIR's r
consideradas; .•
5. Diferença de R$ 120.280,38, a menos, no repasse das contribuições previdenciárias da Prefeitura ao
IPAN, quando aplicadas as alíquotas de 16% entre os meses de janeiro a agosto e, 22% de setem
a dezembro, sobre a folha dos efetivos informada em R$ 3.205.821,74.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te N° 02354/06

Notificados, os interessados apresentaram defesas e documentos de fls. 237/332 e de fls. 386/428.


Ao analisar a defesa o órgão técnico considerou sanadas as falhas relativas a não adequação da
legislação municipal à Lei Federal, divergência entre os valores de contribuições repassadas, contabilização
das receitas, ausência do relatório de atividades, falha no plano atuarial, aumento salarial sem justificativa,
acréscimo de 1/3 de férias e cálculo incorreto de 113de férias.
Restaram, portanto, de acordo com o órgão técnico, as seguintes irregularidades:

De responsabilidade do Chefe do Poder Executivo (Luciano Francisco de Oliveira)

1. Não regularidade (oscilações) no valor dos repasses mensais efetuados ao Instituto;


2. Valores das parcelas da dívida previdenciária em valores iguaís, sem qualquer índice de correção, tendo
sido fixadas em UFIR's. Parte da dívida fixada em parcelas de 556,45 UFIR's está sendo paga em
parcelas de R$ 556,45 e não R$ 593,73 que é o valor correspondente as UFIR's consideradas;
3. Diferença de R$ 120.280,38, a menos, no repasse das contribuições previdenciárias da prefeitura ao
IPAN, quando aplicadas as alíquotas de 16% entre os meses de janeiro a agosto e, 22% de setembro a
dezembro, sobre a folha dos efetivos informada em R$ 3.205.821,74.

De responsabilidade do então Gestor do Instituto (Sr. Jossandro Araújo Monteiro - 2005)

1. Anexo 10 (e todos que demonstram receitas orçamentárias) incorretamente elaborado, devido ao registro
de uma receita extra-orçamentária;
2. Não recolhimento de ISS e INSS sobre as despesas pagas com serviços de terceiros;
3. Despesas não comprovadas, relativas à NE 061 (31/05/05), no valor de R$ 25.713,67;
4. Pagamento de salário abaixo do mínimo ao Sr. José Ismael Sobrinho, no cargo de assessor jurídico;
5. Divergências entre valores resgatados na conta investimento e os creditados em conta corrente,
totalizando uma diferença de R$ 24.441,91 não creditada;
6. Balanço patrimonial elaborado incorretamente em função de registros de obrigações (débitos de
tesouraria) já pagas (PCA/2005), sendo mantidas na PCA/2006;
7. Despesas administrativas no percentual de 3,51% acima do limite de 2% do valor base estabelecido pela
Portaria MPAS n° 4.992/99;
8. Falta de controle (demonstrativo) no cálculo das contribuições previdenciárias repassadas pela Prefeitura
ao IPAN, considerando-se a folha no valor de R$ 3.205.821,74 e a atualização das alíquotas;
9. Instituto sem CRP no exercício de 2005 e em situação irregular com relação aos critérios "Demonstrativo
de Resultados da Avaliação Atuarial - DRAA" e "Demonstrativo dos Investimentos e Disponibilidades
Financeiras - encaminhamento à SPS, avaliados pelo MPS.

Instada a se pronunciar sobre a matéria, a Procuradoria, em parecer da lavra do Procurador André


Carlo Torres Pontes, após discorrer sobre a matéria, opinou pela irregularidade das contas, imputação de
débito ao senhor Jossandro Araújo Monteiro com aplicação de multa e assinação de prazo ao Poder
executivo e à gestão do Instituto para que comprovem os requisitos de funcionamento do sistema
previdenciário ou procedam a sua extinção.
TRIBUNAL DE CONTAS DO EST AOO

Processo Te N° 02354/06

VOTO

As oscilações no valor dos repasses previdenciários foram justificadas pelo ex-Prefeito, tendo
ocorrido em virtude das datas do pagamento das folhas de pessoal que em alguns meses foram quitadas no
mês subseqüente. Com relação ao repasse a menor por parte da prefeitura, o cálculo efetuado considerou o
valor da folha de pessoal anual, sendo aplicadas alíquotas distintas proporcionais ao número de meses
durante o exercício em virtude de mudança na legislação. Tal cálculo não pode prosperar, pois, não leva em
consideração eventuais aumentos salariais ou outras alterações nas remunerações dos servidores. Assim, o
procedimento correto seria fazer o cálculo, aplicando a alíquota dos cinco primeiro meses com base no total
da folha de pessoal destes meses e a alíquota dos últimos sete meses com base nas respectivas folhas de
pagamento. Todavia, deve o atual Prefeito tomar as medidas necessárias a fim de sanear eventuais
distorções ocorridas. Deve também o atual gestor municipal cuidar para que seja regularizada a situação da
dívida com o Instituto, propondo ao legislativo, alteração na Lei de concessão do parcelamento com vistas
a aplicar o índice de correção justo e assim não prejudicar as receitas da autarquia e, em conseqüência, os
beneficios dos servidores.
As incorreções em demonstrativos, inicialmente, verificadas pela Auditoria, no tocante à receita
extra-orçamentária, foram devidamente corrigidas pelo setor contábil do Instituto e os novos anexos foram
enviados juntamente com a defesa, sanando a irregularidade. Todavia, ainda restou sem solução a falha
relativa ao Balanço Patrimonial, cujas medidas saneadoras devem ser providenciadas.
Deve o atual gestor, tomar as providências necessárias para cobrar dos contribuintes os tributos não
recolhidos no exercício de 2005, conforme levantamento da Auditoria, bem como fazer um maior
acompanhamento dos valores efetivamente devidos pela Prefeitura e pela Câmara de vereadores a título de
contribuições previdenciárias, verificando o valor das folhas de pessoal dos mencionado entes e as alíquotas
aplicadas com vistas a evitar distorções e acúmulo de débitos previdenciários.
Na realidade foi realizada despesa sem comprovação. Durante o período de dezembro de 2004 a
maio de 2005 foram efetuados resgates da conta de aplicação para a conta corrente e os valores creditados
não corresponderam aos valores resgatados. Assim, o saldo bancário escriturado apresentava diferença em
relação ao constante nos extratos, pois, a contabilidade era realizada pelo valor do resgate solicitado. Desta
forma, o setor contábil optou por empenhar a diferença, considerando-a como despesa e assim fechar a
contabilidade. Tal procedimento não é o correto, pois, os lançamentos dos saldos deveriam ter sido
efetuados com base nos créditos contidos nos extratos bancários da conta corrente e não com base nos
resgates supostamente efetuados na conta de aplicação. Por outro lado, houve o prejuízo financeiro, no
exercício, no montante de R$ 24.441,91, vez que de acordo com os documentos anexados os valores
baixados da conta aplicação foram superiores àqueles creditados na conta corrente, não havendo indicação
da reaplicação desta diferença.
O Instituto gastou quase o dobro do permitido legalmente com despesas administrativas durante o
exercício e não foi comprovada a alegação de que houve a exoneração dos diretores com vistas ao retomo
das despesas ao patamar legal.
Conforme se pode colher do sítio do Ministério da Previdência Social, o Instituto não conseguiu,
durante o exercício de 2005, o Certificado de Regularidade Previdenciária, somente obtendo o documento a (I
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O pagamento abaixo do salário mínimo ao Sr. José Ismael Sobrinho está comprovado. A alegação//
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restou caracterizada a acumulação de remuneração em cargos públicos, tendo em vista que o citado Senhor
ocupa o cargo remunerado de Procurador Geral do Município de Alagoa Nova.
Ante o exposto, VOTO no sentido que o Tribunal: a) julgue irregulares as contas do Instituto de
Previdência de Alagoa Nova (IPAN), exercício de 2005, de responsabilidade do Senhor Jossandro Araújo
Monteiro, Presidente; b) impute débito ao gestor, no valor de R$ 24.441,91, pelo resgate de valores da
conta aplicação, sem o respectivo crédito na conta corrente e sem justificativa para o fato; c) conceda o
prazo de 60 (sessenta) dias para o recolhimento aos cofres do Instituto, devendo-se dar a intervenção
do Ministério Público, na hipótese de omissão, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição Estadual;
d) aplique a multa de R$ 2.805,10 ao gestor nos termos do que dispõe os incisos 11 e III do art. 56 da
LOTCE; e) assine ao mesmo o prazo de 15 (quinze) dias para efetuar o seu recolhimento ao Tesouro
Estadual, à conta do Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, cabendo ação a ser
impetrada pela Procuradoria Geral do Estado, em caso do não recolhimento voluntário, devendo-se dar
a intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da
Constituição Estadual; 1) determine ao atual gestor, a adoção, no prazo de trinta (30) dias, de medidas
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te N° 02354/06

visando a cobrança do ISS e INSS não retidos na fonte referente aos serviços prestados ao Instituto; g)
envie a este Tribunal a comprovação das providências tomadas, no prazo de quinze contados a partir da
data da adoção das medidas; h) assine prazo de 60 (sessenta) dias para que o atual gestor do IPAM
remeta a este Tribunal, documentos que comprovem a viabilidade da entidade ou sugiram ao Poder
Executivo Municipal a sua extinção; i) assine o prazo de 15 (quinze) dias ao gestor para instauração de
procedimento administrativo para apurar a acumulação de cargos do sr. José Ismael Sobrinho,
culminando com a obrigação de devolução aos cofres municipais de parcelas não acumuláveis; j)
recomende, ao atual gestor, a estrita observância das disposições legais e normativas, especialmente, no
que tange ao limite dos gastos administrativos; I) recomende ao atual Prefeito tomar as medidas necessárias
a fim de sanear eventuais distorções ocorridas no que tange aos repasses previdenciários e cuidar para que
seja regularizada a situação da dívida com o Instituto, propondo ao legislativo, alteração na Lei de
concessão do parcelamento com vistas a aplicar o índice de correção justo e assim não prejudicar as
receitas da autarquia e, em conseqüência, os beneficios jíes 'servidores.
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