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PROCESSO TC N.O 02331/07

Objeto: Prestação de Contas Anuais


Relator: Auditor Renato Sérgio Santiago Melo
Responsável: Aluízio Rafael dos Santos

EMENTA: PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL - PRESTAÇÃO DE


CONTAS ANUAIS - PRESIDENTE DE CÂMARA DE VEREADORES -
ORDENADOR DE DESPESAS- CONTAS DE GESTÃO - APRECIAÇÃO
DA MATÉRIA PARA FINS DE JULGAMENTO - ATRIBUIÇÃO DEFINIDA
NO ART. 71, INCISO 11, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA
PARAÍBA, E NO ART. 1°, INCISO I, DA LEI COMPLEMENTAR
ESTADUAL N.o 18/93 - Gastos do Poder Legislativo acima do limite
estabelecido no art. 29-A, inciso I, da Constituição Federal -
Insuficiência financeira para saldar compromissos de curto prazo -
Carência de comprovação de divulgação dos RGFs dos dois
semestres do período - Incompatibilidade entre o valor da despesa
com pessoal informado no RGF do segundo semestre do exercício e
o apurado na prestação de contas - Ausência de equilíbrio entre as
transferências recebidas e as despesas orçamentárias da Edilidade -
Carência de realização de procedimento de licitação para aquisição
de combustíveis - Contratação de profissional para serviço típico da
administração pública sem a realização de concurso público -
Incorreta elaboração de demonstrativos contábeis - Falta de
empenhamento, pagamento e contabilização da maior parte das
obrigações patronais devidas ao INSS - Pagamento de multas e
juros decorrentes do recolhimento em atraso de contribuições
previdenciárias - Não retenção e recolhimento de contribuições para
a Previdência Social incidentes sobre os subsídios dos agentes
políticos, bem como de pagamento dos encargos patronais
correspondentes - Despesa não comprovada com criação e
manutenção de página na Internet - Transgressão a dispositivos de
natureza constitucional, infraconstitucional e regulamentar - Desvio
de finalidade - Conduta ilegítima e antieconômica - Ações e
omissões que geraram prejuízo ao Erário - Necessidade imperiosa
de ressarcimento - Falecimento do gestor responsável - Encargo do
espólio - Impossibilidade de aplicação de penalidade, por força do
disposto no art. 5°, inciso XLV, da Lex Legum - Eivas que
comprometem o equilíbrio das contas, ex vi do disposto no Parecer
Normativo n.° 52/2004. Irregularidade. Imputação de débito.
Fixação de prazo para recolhimento. Recomendações.
Representação.

e discutidos os autos da PRESTAÇÃO DE CONTAS DE GESTÃO


Vistos, relatados
EX-PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE ALGODÃO DE JANDAÍRA/PB, relativas
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N.O 02331/07

exercício financeiro de 2006, SR. ALUíZIO RAFAEL DOS SANTOS, acordam, por unanimidade,
os Conselheiros integrantes do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA, em sessão
plenária realizada nesta data, na conformidade da proposta de decisão do relator a seguir,
em:

1) JULGAR IRREGULARES as referidas contas.

2) IMPUTAR ao espólio do ex-Chefe do Poder Legislativo de Algodão de Jandaíra/PB,


Sr. Aluízio Rafael dos Santos, débito no montante de R$ 4.178,00 (quatro mil, cento e
setenta e oito reais), referentes às despesas não comprovadas com a criação e manutenção
de página na Internet.

3) FIXAR o prazo de 60 (sessenta) dias para recolhimento voluntário do débito imputado aos
cofres públicos municipais, cabendo ao Prefeito Municipal de Algodão de Jandaíra/PB,
Sr. Isac Rodrigo Alves, ou seu substituto legal, no interstício máximo de 30 (trinta) dias após
o término daquele período, velar pelo integral cumprimento da decisão, sob pena de
responsabilidade e intervenção do Ministério Público Estadual, na hipótese de omissão, tal
como previsto no art. 71, § 40, da Constituição do Estado da Paraíba, e na Súmula n.o 40 do
colendo Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba - TJ/PB.

4) ENVIAR recomendações no sentido de que o atual Presidente da referida Edilidade,


Sr. Humberto dos Santos, não repita as irregularidades apontadas no relatório dos peritos da
unidade técnica deste Tribunal e observe, sempre, os preceitos constitucionais, legais e
regulamentares pertinentes.

5) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal, COMUNICAR
à Delegacia da Receita Federal do Brasil, em Campina Grande/PB, acerca da ausência de
retenção e recolhimento de contribuições previdenciárias devidas pelos agentes políticos do
Poder Legislativo de Algodão de Jandaíra/PB ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS,
bem como a respeito da carência de pagamento das obrigações patronais correspondentes,
ambas respeitantes à competência de 2006.

Presente ao julgamento o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas


Publique-se, registre-se e intime-se.
TCE - Plenário Ministro João Agripino

João Pessoa, 13 de maio de 2009


PROCESSOTC N.o 02331/07

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Presente: ' \)
Represen . nte do Ministério Público Especi~
PROCESSOTC N.o 02331/07

Tratam os presentes autos do exame das contas de gestão do ex-Presidente da Câmara


Municipal de Algodão de Jandaíra/PB, relativas ao exercício financeiro de 2006, Sr. Aluízio
Rafael dos Santos, encaminhadas a este ego Tribunal mediante o Ofício n.O 015/2007, fI. 02,
e protocolizadas em 02 de abril de 2007, após a devida postagem no dia 29 de março do
referido ano.

Os peritos da Divisão de Auditoria da Gestão Municipal IV - DIAGM IV, com base nos
documentos insertos nos autos, emitiram o relatório inicial de fls. 211/219, constatando,
sumariamente, que: a) as contas foram apresentadas ao TCE/PB no prazo legal; b) a Lei
Orçamentária Anual - Lei Municipal n.o 186/2005 - estimou as transferências e fixou as
despesas em R$ 256.425,00; c) a receita orçamentária efetivamente transferida, durante o
exercício, foi da ordem de R$ 264.380,18, correspondendo a 103,10% da previsão originária;
d) a despesa orçamentária do período, atingiu o montante de R$ 291.060,02, representando
113,51 % dos gastos fixados; e) o total da despesa do Poder Legislativo alcançou o
percentual de 8,81% do somatório da receita tributária e das transferências efetivamente
arrecadadas no exercício anterior pela Urbe - R$ 3.304.773,11; f) os gastos com a folha de
pagamento da Câmara Municipal abrangeram a importância de R$ 169.519,85 ou 64,12%
dos recursos transferidos (R$ 264.380,18); g) a receita extra-orçamentária, acumulada no
período, compreendeu o montante de R$ 31.490,49; e h) a despesa extra-orçamentária,
executada durante o exercício, atingiu a soma de R$ 31.478,89.

Quanto à remuneração dos Vereadores, verificaram os técnicos da DIAGM IV que:


a) os Membros do Poder Legislativo da Comuna receberam subsídios de acordo com o
disciplinado no art. 29, inciso VI, inciso "a", da Lei Maior, ou seja, inferiores aos 20% dos
estabelecidos para os Deputados Estaduais; b) os estipêndios mensais dos Edis estiveram
dentro dos limites instituídos na Lei Municipal n.o 163/2004, quais sejam, R$ 4.000,00 para o
Presidente da Câmara e R$ 2.000,00 para os demais integrantes; e c) os vencimentos totais
recebidos no exercício pelos Vereadores, inclusive o do Chefe do Legislativo, alcançaram o
montante de R$ 148.000,00, correspondendo a 3,50% da receita orçamentária efetivamente
arrecadada no exercício pelo Município (R$ 4.230.375,75), abaixo, portanto, do percentual
de 5% fixado no art. 29, inciso VII, da Carta Constitucional.

No tocante aos aspectos relacionados à gestão fiscal, destacaram os analistas da unidade de


instrução que: a) a despesa total com pessoal do Poder Legislativo alcançou a soma de
R$ 205.119,02 ou 4,78% da Receita Corrente Líquida - RCL da Comuna - R$ 4.293.024,24,
cumprindo, por conseguinte, os limites de 6% (máximo) e 5,7% (prudencial), estabelecidos,
respectivamente, nos artigos 20, inciso 111, alínea "a", e 22, parágrafo único, ambos da Lei
Complementar Nacional n.o 101/2000; e b) os Relatórios de Gestão Fiscal - RGFs dos dois
semestres do período foram enviados ao Tribunal dentro do prazo estabelecido na Resolução
Normativa RN - TC - 07/04.

Ao final, os inspetores da Corte apontaram as seguintes irregularidades: a) gastos do Pod


Legislativo em percentual acima da raia estabelecida no art. 29-A, inciso I, da Constitui o
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PROCESSOTC N.o 02331/07

Federal; b) insuficiência financeira para saldar compromissos de curto prazo, na importância


de R$ 26.091,35; c) carência de comprovação de publicação dos Relatórios de Gestão
Fiscal - RGFs dos dois semestres do período; d) incompatibilidade entre dados consignados
no RGF do segundo semestre do exercício e os valores apurados na prestação de contas;
e) déficit orçamentário, na ordem de R$ 26.679,84; f) despesas não licitadas, no montante
de R$ 28.845,80; g) BALANÇOS ORÇAMENTÁRIO, FINANCEIRO e PATRIMONIAL, bem como
DEMONSTRATIVO DA DÍVIDA FLUTUANTE incorretamente elaborados; h) dispêndios não
contabilizados com obrigações patronais, na quantia de R$ 31.326,84; i) gastos com
pagamento de juros e multas devido ao atraso no repasse de contribuições previdenciárias,
no valor de R$ 193,23, devendo ser devolvido aos cofres públicos; j) não retenção e não
recolhimento das contribuições previdenciárias, parte empregado e empregador, incidentes
sobre as remunerações pagas aos Vereadores; e k) pagamento indevido de despesas com
criação e manutenção de uma página na Internet, na soma de R$ 4.178,00, devendo tais
recursos serem restituídos aos cofres municipais.

Após a tentativa de citação do Chefe do Poder Legislativo de Algodão de Jandaíra/PB


durante o exercício finaceiro de 2006, Sr. Aluízio Rafael dos Santos, e a devida citação da
responsável técnica pela contabilidade da referida Edilidade à época, Dra. Bernadete Costa
Rodrigues, fls. 220/225, esta apresentou contestação acerca das falhas contábeis apontadas
na instrução, onde argumentou, em síntese, que: a) as despesas decorrentes das obrigações
patronais incidentes sobre os subsídios dos Vereadores não foram autorizadas nem
tampouco empenhadas; b) o gestor do Legislativo mirim suspendera as contribuições
previdenciárias baseado em decisão do Supremo Tribunal Federal - STF, que declarou a
inconstitucionalidade da sua cobrança sobre a remuneração dos detentores de mandato
eletivo; c) foi cumprido na íntegra tudo o que compete à profissional da contabilidade, que,
em momento algum foi conivente ou ausente quanto às suas responsabilidades; e d) ao
incluir os dispêndios devidos e não empenhados em favor do INSS no total da despesa do
Poder Legislativo, a unidade técnica prejudicou os anexos da prestação de contas e
consequentemente gerou as incompatibilidades mencionadas.

Em seguida, o advogado, Dr. Rodrigo dos Santos Lima, apresentou petição, fls. 233/234,
onde informou que o Sr. Aluízio Rafael dos Santos havia falecido em 20 de fevereiro de
2008, consoante certidão de óbito, fi. 235. Notificado para apresentar o instrumento
procuratório outorgado pelos herdeiros do ex-Presidente da Câmara Municipal de Algodão de
Jandaíra/PB, fls. 236/239, o referido causídico encaminhou nova petição, fi. 240,
comunicando que patrocinava as causas em que o ex-gestor, então falecido, figurava como
parte e não os seus herdeiros, sugerindo que a notificação fosse dirigida a estes,
pessoalmente.

Ato contínuo, foi juntada aos autos defesa assinada pelo mesmo patrono, Dr. Rodrigo dos
Santos Lima, fls. 246/273, sem apresentação da procuração necessária, em nome do novo
Presidente do Legislativo mirim da Comuna de Algodão de Jandaíra/PB, Sr. José Armando
dos Santos.
PROCESSO TC N.O 02331/07

Processadas as citações dos herdeiros do ex-Presidente da Casa Legislativa, Sr. Aluízio Rafael
dos Santos, fls. 275/280, novamente o advogado, Dr. Rodrigo dos Santos Lima, encaminhou
contestação, fls. 281/297, desta vez em nome da Sra. Vera Lúcia Gonçalves Rafael, viúva do
ex-gestor do Poder Legislativo e representante legal do menor Pedro Henrique Gonçalves
dos Santos. Devidamente notificados para trazerem ao álbum processual o instrumento
procuratório que habilitaria o citado causídico a demandar nos autos, fls. 299/302 e 304/307,
este e a Sra. Vera Lúcia Gonçalves Rafael deixaram o prazo transcorrer sem qualquer
manifestação.

Encaminhados o feito aos especialistas deste Sinédrio de Contas, estes, examinando a única
peça processual de defesa válida nos autos, que foi aquela apresentada pela Contadora da
Edilidade em 2006, Ora. Bernadete Costa Rodrigues, fls. 226/231, emitiram o relatório de
fls. 310/311, onde acataram as alegações da referida profissional, eximindo-a de qualquer
responsabilidade acerca das falhas de natureza contábil, mas mantendo in totum seu
posicionamento exordial relativamente às irregularidades apontadas na inicial, referentes à
gestão do Sr. Aluízio Rafael dos Santos.

Requerido o pronunciamento do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, este,


fazendo remissão a diversos dispositivos legais e a judiciosos ensinamentos doutrinários,
fls. 313/319, opinou pela: a) irregularidade das contas da Câmara Municipal de Algodão de
Jandaíra, referentes ao exercício de 2006; b) aplicação de multa, bem como imputação de
débito, respeitante aos gastos com juros e multas pagos ao INSS CR$ 193,23) e às despesas
não comprovadas com a criação de página na Internet CR$ 4.178,00), ao espólio do
ex-gestor relativos, respectivamente, ao cometimento de infrações às normas legais e aos
danos pecuniários causados ao erário; c) comunicação à Receita Federal do Brasil dos fatos
relacionados às contribuições previdenciárias federais para as providências a seu cargo; e
d) remessa de cópias dos presentes autos à Procuradoria Geral de Justiça para as
providências penais e tributárias que entender cabíveis.

Solicitação de pauta, conforme fls. 320/323 dos autos.

É o relatório.

Inicialmente, é imperioso destacar que, no tocante ao aspecto processual, o advogado,


Dr. Rodrigo dos Santos Lima, interveio diversas vezes no presente processo sem o devido
instrumento de mandato, ora apresentando petições, fls. 233/234 e 240, ora assinando
defesas encaminhadas em nome do Sr. José Armando dos Santos, Presidente da Câmara
Municipal de Algodão de Jandaíra/PB durante o exercício financeiro de 2008, parte ilegítima
no presente processo, fls. 246/273, e da Sra. Vera Lúcia Gonçalves Rafael, viúva e
representante legal do menor Pedro Henrique Gonçalves dos Santos, herdeiro do ex-Chefe
do Poder Legislativo da referida Edilidade, Sr. Aluízio Rafael dos Santos, fls. 281/297.
PROCESSOTC N.o 02331/07

Mesmo devidamente notificados para apresentar a necessária procuração, o referido


patrono, fls. 236/239 e 299/302, assim como a interessada, Sra. Vera Lúcia Gonçalves
Rafael, fls. 304/307, deixaram os prazos transcorrerem in a/bis. Sendo assim, corroborado
pelo entendimento do Ministério Público Especial, fls. 314/315, as peças remetidas pelo
causídico foram consideradas inexistentes, tendo em vista o disposto no art. 37 e parágrafo
único do Código de Processo Civil - CPC c/c o art. 210 do Regimento Interno do TCE/PB,
respectivamente, in verbls:

Art. 37. Sem instrumento de mandato. o advogado não será admitido a


procurar em juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim
de evitar decadência ou prescrição, bem como intervir, no processo, para
praticar atos reputados urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará,
independentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo
de 15 (quinze) dias, prorrogável até outros 15 (quinze), por despacho do
juiz.

Parágrafo único. Os atos. não ratificados no prazo. serão havidos por


inexistentes, respondendo o advogado por despesas e perdas e danos.

Art. 210. Aplicam-se subsidiariamente a este regimento interno as normas


processuais em vigor, no que couber, desde que compatíveis com os
princípios informativos do processo administrativo e com a sua Lei Orgânica.
(destaques ausentes no texto de origem)

No que respeita ao mérito, com pulsando o conjunto probatório encartado nos autos,
constata-se que as contas apresentadas pelo ex-Presidente da Câmara Municipal de Algodão
de Jandaíra/PB, Sr. Aluízio Rafael dos Santos, relativas ao exercício financeiro de 2006,
revelam várias irregularidades remanescentes. Com efeito, eonforme destacado pelos peritos
do Tribunal, f/. 212, os dispêndios do Poder Legislativo da Comuna, R$ 259.733,18,
acrescidos do valor das obrigações patronais do exercício não contabilizadas, R$ 31.326,84,
totalizaram R$ 291.060,02 ou 8,81% do somatório da receita tributária e transferências do
exercício anterior - R$ 3.304.773,11 -, infringindo, portanto, o disposto no art 29-A, inciso I,
da Constituição Federal, verbatim:

Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os


subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá
ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita
tributária e das transferências previstas no § 5Q do art. 153 e nos arts. 158 e
159, efetivamente realizado no exercício anterior:

I - oito por cento para Municípios com população de até cem mil habitantes;
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Seguidamente, restou evidenciada uma insuficiência financeira para saldar compromissos de


curto prazo, da ordem de R$ 26.091,35, fi. 217. Enquanto o saldo financeiro disponível em
31 de dezembro de 2006 era de R$ 5.235,49, fi. 24, os compromissos a pagar de curto prazo
somavam R$ 31.326,84, concernentes a obrigações patronais do período devidas ao
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, não empenhadas nem pagas no exercício de sua
competência, fi. 215.

Por conseguinte, considerando ser 2006 o último ano do mandato do então Vereador Aluízio
Rafael dos Santos como Chefe do Poder Legislativo da Urbe, tem-se caracterizada flagrante
transgressão ao estabelecido no art. 42 da reverenciada Lei Complementar Nacional
°
n. 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal -, verbo ad verbum:

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos
últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigações de
despesas que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que
tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente
disponibilidade de caixa para este efeito.

Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão


considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do
exercício.

É importante frisar que a supracitada mácula, de tão grave, constitui crime contra as
finanças públicas previsto no art. 359-C, do Código Penal brasileiro (Decreto-lei n.O 2.848, de
07 de dezembro de 1940), incluído pela Lei Nacional n.o 10.028, de 19 de outubro de 2000,
ipsis litteris:

Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos


quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não
possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser
paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de
disponibilidade de caixa:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

No que concerne à transparência da gestão, os técnicos deste Pretório de Contas


assinalaram a carência de comprovação de publicação e/ou divulgação dos Relatórios de
Gestão Fiscal - RGFs, referentes aos dois semestres do exercício sub judice, fls. 216/217, o
que denota ardente infração aos preceitos estabelecidos nos arts. 48 e 55, § 20, da já
mencionada Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, verbis:
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02331/07

Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal. aos quais será
dada ampla divulgacão, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os
planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de
contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
destes documentos.

...
( )

Art. 55. (omissis)

§ 10 (...)

§ 2Q O relatório será publicado até trinta dias após o encerramento do


período a que corresponder, com amplo acesso ao público, inclusive por
meio eletrônico. (grifos nossos)

É preciso ressaltar que a comprovação da publicação dos RGFs deve ser enviada a esta
Corte, dentro de prazo estabelecido, segundo determinação contida na Resolução Normativa
RN - TC - 07/04, em seu art. 18, § 10, senão vejamos:

Art. 18 - (omissis)

§ 10 - Cópia do RGF, acompanhada da respectiva comprovação de


publicação, deverá ser encaminhada ao Tribunal pelo Secretário das
Finanças,no caso do Poder Executivo do Estado, pelos Prefeitos, em relação
ao Poder Executivo dos Municípios e pelos titulares do Poder Legislativo do
Estado e dos Municípios, do Poder Judiciário, do Ministério Público e do
Tribunal de Contas do Estado, até o quinto dia útil do segundo mês
subseqüente ao de referência. (grifamos)

Já o art. 5°, inciso I, e §§ 1° e 2°, da lei que dispõe, dentre outras, acerca das infrações
contra as normas de finanças públicas - Lei Nacional n.o 10.028, de 19 de outubro de
2000 -, determina que a não divulgação do relatório de gestão fiscal, nos prazos e condições
estabelecidos, também constitui violação administrativa, processada e julgada pelo Tribunal
de Contas, sendo passível de punição com multa pessoal de 30% (trinta por cento) dos
vencimentos anuais ao agente que lhe der causa, verbum pro verbo:

Art. 5Q Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas:

I - deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de


Contas o relatório de gestão fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em
lei;
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

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11 - ( ... )

§ 10 A infração prevista neste artigo é punida com multa de trinta por cento
dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento
da multa de sua responsabilidadepessoal.

§ 20 A infração a que se refere este artigo será processada e julgada pelo


Tribunal de Contas a que competir a fiscalização contábil, financeira e
orçamentária da pessoajurídica de direito público envolvida.

Entretanto, apesar do disciplinado na citada norma, bem como no Parecer Normativo


PN - TC - 12/2006, onde o Tribunal havia decidido exercer a competência que lhe fora
atribuída a partir do exercício financeiro de 2006, esta Corte, em decisões recentes, tem
deliberado pela não imposição daquela penalidade, haja vista a necessidade de uniformizar o
seu entendimento acerca da matéria.

Especificamente em relação ao Relatório de Gestão Fiscal - RGF do segundo semestre do


período, foi observado pelos analistas da unidade de instrução que os dados nele constantes
apresentaram imperfeições técnicas, notadamente no que respeita à despesa com pessoal,
fi. 216. Em verdade, ao valor registrado no referido relatório, R$ 173.792,18, devem ser
acrescidas as obrigações patronais devidas no período que não foram empenhadas,
contabilizadas e pagas, R$ 31.326,84. Assim, enquanto os gastos com pessoal do Poder
Legislativo totalizaram, na realidade, R$ 205.119,02 ou 4,78% da Receita Corrente
Líquida - RCL do exercício, R$ 4.293.024,24, a importância registrada no RGF do 20
semestre foi de apenas R$ 173.792,18 ou 4,05% da RCL.

Tal discrepância, além de demonstrar um certo desprezo da autoridade responsável aos


preceitos estabelecidos na lei instituidora de normas gerais de direto financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal - Lei Nacional n.o 4.320/64 -, prejudica a transparência das contas públicas
pretendida com o advento da LRF, onde o RGFfigura como instrumento dessa transparência,
conforme preceituam o seu art. 48, mencionado alhures, e o seu art. 10, § 10, in verbis:

Art. 10. (omissis)

§ 10 A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e


transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de
afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de
resultados entre receitas e despesase a obediência a limites e condições no
que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da
seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de
crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e
inscriçãoem Restosa Pagar. (grifo inexistente no original)
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

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Do exame realizado pelos inspetores desta Corte, fls. 211/212, estes assinalaram um déficit
real na execução orçamentária, no montante de R$ 26.679,84, haja vista a necessidade de
levar em consideração os encargos patronais relativos à competência de 2006, na
importância de R$ 31.326,84, não registrados no período devido. Logo, ficou claro o
inadimplemento da principal finalidade pretendida pelo legislador ordinário, através da
inserção no ordenamento jurídico tupiniquim da festejada LRF, qual seja, a implementação
de um eficiente planejamento por parte dos gestores públicos, com vistas à obtenção do
equilíbrio das contas por eles administradas, consoante estabelece o seu art. 1°, § 1°,
transcrito anteriormente.

Neste ponto, cabe salientar, por oportuno, que a não contabilização de contribuições
previdenciárias patronais devidas no exercício de sua competência, na quantia de
R$ 31.326,84, resultou, também, na incorreção dos demonstrativos contábeis que compõem
a prestação de contas sub studio (BALANÇO ORÇAMENTÁRIO, BALANÇO FINANCEIRO,
BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DA DÍVIDA FLUTUANTE), que deixaram de
refletir a realidade orçamentária, financeira e patrimonial do Poder Legislativo Municipal.
Essa omissão termina por prejudicar a análise dos especialistas deste Sinédrio de Contas e
compromete sobremaneira a confiabilidade dos registros contábeis da Câmara Municipal de
Algodão de Jandaíra/PB.

Isto é, a profissional responsável pela contabilidade da Edilidade não registrou as


informações de acordo com o previsto nos artigos 83 a 106, da já citada Lei Nacional
°
n. 4.320/64, como também elaborou os supracitados demonstrativos sem observar os
princípios contábeis fundamentais previstos nos artigos 2° e 3°, da Resolução do Conselho
Federal de Contabilidade n.o 750, de 29 de dezembro de 1993, devidamente publicada no
Diário Oficial da União - DOU de 31 de dezembro do mesmo ano, verbatim:

Art. 2° - Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a


essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade,
consoante o entendimento predominante nos universos científico e
profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido
mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades.

Art. 3° - São Princípios Fundamentais de Contabilidade:

I) o da ENTIDADE;
11) o da CONTINUIDADE;
11I) o da OPORTUNIDADE;
IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;
VI) o da COMPETÊNCIA e
VII) o da PRUDÊNCIA.
PROCESSO TC N.O 02331/07

Todavia, a Contadora da Câmara à época, Dra. Bernadete Costa Rodrigues, justificou em sua
defesa, fls. 227/288, que a decisão de suspender o pagamento das contribuições
previdenciárias, notadamente aquelas incidentes sobre os subsídios dos Vereadores, partiu
do gestor do Parlamento Mirim, baseado em decisão do Supremo Tribunal Federal - STF que
havia declarado a inconstitucionalidade das contribuições dos agentes políticos. Portanto, em
consonância com o entendimento exposto pelos peritos do Tribunal, fls. 310/311, uma vez
que a profissional não dispunha de competência para emissão dos empenhos, esta somente
atribuída ao ordenador de despesas, ela não poderia contabilizar o dispêndio
correspondente, o que a exime de qualquer responsabilidade sobre as falhas contábeis
apontadas na inicial. Entretanto, as eivas permanecem em relação à gestão do Sr. Aluízio
Rafael dos Santos.

Em referência ao tema licitação, os técnicos deste Pretório de Contas entenderam como


despesas não licitadas a importância de R$ 28.845,80, fI. 212, sendo R$ 20.445,80 relativos
à aquisição de combustíveis ao POSTO DANIEL LTDA. e R$ 8.400,00 respeitantes aos
serviços de assessoria jurídica pagos ao DR. RODRIGO DOS SANTOS LIMA, fls. 58/59.

Contudo, não obstante o posicionamento dos analistas da unidade de instrução bem como
as últimas decisões desta ego Corte acerca da admissibilidade da utilização de procedimento
de inexigibilidade de licitação para a contratação de assessoria jurídica, guardo reservas em
relação a esse entendimento por considerar que tais despesas não se coadunam com aquela
hipótese, tendo em vista não se tratar de atividades extraordinárias que necessitam de
profissionais altamente habilitados na respectiva área, sendo, portanto, atividades rotineiras
da Casa Legislativa.

In casu, o ex-gestor, Sr. Aluízio Rafael dos Santos, deveria ter realizado o devido concurso
público para a contratação do referido profissional. Neste sentido, cumpre assinalar que a
ausência do certame público para seleção de servidores afronta os princípios constitucionais
da impessoalidade, da moralidade administrativa e da necessidade de concurso público,
devidamente estabelecidos no caput e no inciso 11, do art. 37, da Carta Magna,
verbo ad verbum:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte:

I -(omissis)

11 - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação


prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com
a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração; (destaques ausentes no texto de origem)
PROCESSOTC N.o 02331/07

Abordando o tema em disceptação, o insigne Procurador do Ministério Público de Contas,


Dr. Marcílio Toscano Franca Filho, nos autos do Processo TC n.O 02791/03, epilogou de
forma bastante clara uma das facetas dessa espécie de procedimento adotado por grande
parte dos gestores municipais, ipsis litteris:

Não bastassem tais argumentos, o expediente reiterado de certos


advogados e contadores perceberem verdadeiros "salários" mensais da
Administração Pública,travestidos em "contratos por notória especialização",
em razão de serviços jurídicos e contábeis genéricos, constitui burla ao
imperativo constitucional do concurso público. Muito fácil ser profissional
"liberal" às custas do erário público. Não descabe lembrar que o concurso
público constitui meritório instrumento de índole democrática que visa
apurar aptidões na seleção de candidatos a cargos públicos, garantindo
impessoalidade e competência. JOÃO MONTEIRO lembrara, em outras
palavras, que só menosprezamos concursos aqueles que lhes não sentiram
as glórias ou não lhes absorveram as dificuldades. (nossos grifos)

Comungando com o supracitado entendimento, reportamo-nos, desta feita, à jurisprudência


do respeitável Supremo Tribunal Federal- STF, verbis:

AÇÃO POPULAR- PROCEDÊNCIA - PRESSUPOSTOS. Na maioria das vezes,


a lesividade ao erário público decorre da própria ilegalidade do ato
praticado. Assim o é quando dá-se a contratação, por município, de serviços
que poderiam ser prestados por servidores, sem a feitura de licitação e sem
que o ato tenha sido precedido da necessária justificativa. (STF - 2a
Turma - REnO160.381jSP, ReI. Ministro Marco Aurélio, Diário da Justiça, 12
ago. 1994, p. 20.052)

Assim sendo, tem-se que as despesas não licitadas perfazem, em verdade, um total de
R$ 20.445,80, referentes unicamente às aquisições de combustíveis ao POSTO DANIEL
LTDA. Com efeito, é importante ressaltar que a licitação é meio formalmente vinculado que
proporciona à Administração Pública melhores vantagens nos contratos e oferece aos
administrados a oportunidade de participar dos negócios públicos. Quando não realizada,
representa séria ameaça aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência, bem como da própria probidade administrativa.

Nesse diapasão, traz-se à baila pronunciamento da ilustre representante do


Parquet especializado, Dra. Sheyla Barreto Braga de Queiroz, nos autos do Processo TC
n.o 04981/00, senão vejamos:

A licitação é, antes de tudo, um escudo da moralidade e da étic


administrativa, pois, como certame promovido pelas entid
PROCESSOTC N.o 02331/07

governamentais a fim de escolher a proposta mais vantajosa às


converuenoas públicas, procura proteger o Tesouro, evitando
favorecimentos condenáveis, combatendo o jogo de interesses escusos,
impedindo o enriquecimento ilícito custeado com o dinheiro do erário,
repelindo a promiscuidade administrativa e racionalizando os gastos e
investimentos dos recursos do Poder Público.

Merece ênfase, pois, que a não realização do mencionado procedimento Iicitatório exigível
vai, desde a origem, de encontro ao preconizado na Constituição de República Federativa do
Brasil, especialmente o disciplinado no art. 37, inciso XXI, verbum pro verbo:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderesda


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios da legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte:

1-(...)

XXI - ressalvados os casos especificados na legislacão. as obras. serviços.


compras e alienacões serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigação de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações. (grifamos)

Saliente-se que as hipóteses infraconstitucionais de dispensa e inexigibilidade de licitação


estão claramente disciplinadas na Lei Nacional n. o 8.666/93. Logo, é necessário comentar
que a não realização do certame, exceto nos restritos casos prenunciados na dita norma, é
algo que, de tão grave, consiste em crime previsto no art. 89, da própria Lei de Licitações e
Contratos Administrativos, in verbis.

Art. 89 - Dispensarou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei,


ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à
inexigibilidade:

Pena- detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo Único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo


comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade,
beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato
com o Poder Público.
TRIBUNALDE CONTASDO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02331/07

Ademais, consoante previsto no art. 10, inciso VIII, da lei que dispõe sobre as sanções
aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato,
cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional - Lei
Nacional n.o 8.429, de 2 de junho de 1992 -, a dispensa indevida do procedimento de
licitação consiste em ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário,
verbatim:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao


erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens
ou haveres das entidades referidas no art. 10 desta lei, e notadamente:

1-( ...)

VIII - frustrar a licitude de processo Iicitatório ou dispensá-lo


indevidamente; (destaque ausente no texto de origem)

Em harmonia com esse entendimento, reportamo-nos, desta feita, à manifestação do


eminente Procurador do Ministério Públicojunto ao Tribunal de Contas, Dr. Marcílio Toscano
FrancaFilho, nos autos do ProcessoTC n.o 04588/97, verbo ad verbum:

Cumpre recordar que a licitação é procedimento vinculado, formalmente


ligado à lei (Lei 8.666/93), não comportando discricionariedades em sua
realizaçãoou dispensa.A não realizaçãode procedimento Iicitatório, fora das
hipóteses legalmente previstas, constitui grave infração à norma legal,
podendo dar ensejo até mesmo à conduta tipificada como crime. (grifamos)

Igualmente inserida no grupo das irregularidades constatadas na instrução do feito


encontra-se a ausência de retenção e recolhimento das contribuições previdenciárias
incidentes sobre os subsídios pagos aos agentes políticos do Poder Legislativo de Algodão de
Jandaíra/PB, bem como de pagamento da parcela patronal correspondente, fi. 218.
Tal procedimento afronta o preconizado no art. 195, inciso 11, da Carta Constitucional,
c/c o estabelecido no art. 12, inciso I, alínea "j", da Lei Nacional n.O 8.212/91 - Lei de
Custeio da Previdência Social -, na sua atual redação dada pela Lei Nacional n.o 10.887, de
18 de junho de 2004, ipsis /itteris.

Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes


pessoasfísicas:

I - como empregado:

a) (...)
PROCESSOTC N.o 02331/07

j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que


não vinculado a regime próprio de previdência social; (grifos nossos)

A referida mácula pode, inclusive, ser enquadrada como ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da administração pública, segundo dispõe o art. 11, inciso I,
da já mencionada lei que trata das sanções aplicáveis aos agentes públicos - Lei Nacional
n.O 8.429, de 02 de junho de 1992 -, verbis.

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os


princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os
deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às
instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso


daquele previsto, na regra de competência; (grifos inexistentes no original)

Particularmente em respeito às obrigações patronais devidas pelo Poder Legislativo de


Algodão de Jandaíra/PB em 2006, observa-se que o gasto total empenhado no elemento de
despesa 11 - VENCIMENTOS E VANTAGENS FIXAS somou, no exercício em tela,
R$ 169.519,85, fi. 12, sendo R$ 148.000,00 referentes à folha de pagamento dos
Vereadores, fls. 69/75, e o restante correspondente aos demais servidores, todos vinculados
ao Regime Geral de Previdência Social - RGPS, fls. 185/196.

Portanto, o valor das obrigações patronais cujo pagamento foi registrado no período
sub examine, R$ 4.272,33, fi. 12, ficou bem aquém do montante efetivamente devido ao
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, R$ 35.599,17, que corresponde a 21% dos
salários pagos (R$ 169.519,85), conforme disposto no art. 195, inciso I, alínea "a", da Lei
Maior, c/c o art. 22, incisos I e Il, alínea "a", da Lei Nacional n.O 8.212/91 (Lei de Custeio da
Previdência Social), respectivamente, senão vejamos:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da


lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou


creditados. a qualquer título. à pessoa física que lhe preste serviços. mesmo
sem vínculo empregatício;
PROCESSO TC N.O 02331/07

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,


além do disposto no art. 23, é de:

I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou


creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou
sentença normativa.

II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da


Lei n.O 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do
grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas,
no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:

a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o


risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; (nossos grifos)

Ou seja, deixaram de ser empenhadas, contabilizadas e comprovadamente pagas despesas


com contribuições previdenciárias patronais em favor do INSS, na quantia de R$ 31.326,84,
o que representa 88% do montante efetivamente devido pelo Parlamento Municipal, relativo
à competência de 2006, R$ 35.599,17. É imperioso frisar, neste ponto, que as
irregularidades respeitantes às contribuições previdenciárias, a cargo do empregado e do
empregador, representam séria ameaça ao equilíbrio financeiro e atuarial que deve perdurar
nos sistemas previdenciários, com vistas a resguardar o direito dos segurados em receber
seus benefícios no futuro.

No que se refere ao pagamento de multas e juros, no valor de R$ 193,23, decorrentes do


recolhimento intempestivo de contribuições previdenciárias ao INSS, fls. 88 e 197/210,
constata-se certa desídia do gestor em efetuar os pagamentos nos prazos legalmente
estabelecidos, demonstrando descontrole acerca das atividades administrativas
desenvolvidas na Casa Legislativa. Porém, inexiste, neste caso, comprovação de dolo, fato
que enseja o envio de recomendações ao atual Presidente da Câmara Municipal,
Sr. Humberto dos Santos, para que cumpra tempestivamente os compromissos assumidos,
evitando, assim, a incidência de multas e/ou juros quando da quitação regular das
obrigações.

Por último, em termos de dispêndios não comprovados, tem-se no elenco das eivas
constantes no relatório inicial a despesa com criação e manutenção de uma página na
Internet, no total de R$ 4.178,00, paga ao SR. CÍCERO GONÇALVES JÚNIOR, fi. 86, que, no _
caso, revela flagrante desrespeito aos princípios básicos da pública administração, haja vi a -',
que não constam nos autos os elementos que justificam a realização de seus obíet 5" J;:<S1,
J:i§
~
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N.O 02331/07

Concorde entendimento uníssono da doutrina e jurisprudência pertinentes, a carência de


documentos que comprovem a despesa pública consiste em fato suficiente à imputação do
débito, além das demais penalidades aplicáveis à espécie.

O artigo 70, parágrafo único, da Lex Legum, dispõe que a obrigação de prestar contas
abrange toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde,
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União, os Estados
ou os Municípios respondam, ou que, em nome destes entes, assuma obrigações de
natureza pecuniária.

Importa notar que imperativa é não só a prestação de contas, mas também a sua completa
e regular prestação, já que a ausência ou a imprecisão de documentos que inviabilizem ou
tornem embaraçoso o seu exame é tão grave quanto a omissão do próprio dever de
prestá-Ias, sendo de bom alvitre comunicar que a simples indicação, em extratos, notas de
empenho, notas fiscais ou recibos, do fim a que se destina o dispêndio não é suficiente para
comprová-lo, regularizá-lo ou legitimá-lo.

Nesse contexto, merece transcrição o disposto no artigo 113, da Lei de Licitações e


Contratos Administrativos - Lei Nacional n.o 8.666/93 -, que estabelece a necessidade do
administrador público comprovar a legalidade, a regularidade e a execução da despesa,
verbum pro verbo:

Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais


instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas
competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos
interessados da Administração responsáveis pela demonstração da
legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da
Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.
(destaques ausentes no texto de origem)

Da mesma forma, dignos de referência são os ensinamentos dos festejados doutrinadores


J. Teixeira Machado Júnior e Heraldo da Costa Reis, in Lei 4.320 Comentada, 28 ed, Rio de
Janeiro: IBAM, 1997, p. 125, in verbis.

Os comprovantes da entrega do bem ou da prestação do serviço não


devem, pois, limitar-se a dizer que foi fornecido o material, foi prestado o
serviço, mas referir-se à realidade de um e de outro, segundo as
especificaçõesconstantes do contrato, ajuste ou acordo, ou da própria lei
que determina a despesa.

Além do mais, os princípios da legalidade, da moralidade e da publicidade administrativ s,'~"


estabelecidos no artigo 37, caput, da Lei Maior, demandam, além da comprova ão da -': ...
.-.\~
~\) \
,.\)
TRIBUNALDECONTASDO ESTADO

PROCESSO TC N.O 02331/07

despesa, a efetiva divulgação de todos os atos e fatos relacionados à gestão pública.


Portanto, cabe ao ordenador de despesas, e não ao órgão responsável pela fiscalização,
provar que não é responsável pelas infrações, que lhe são imputadas, das leis e
regulamentos na aplicação do dinheiro público, consoante entendimento do ego Supremo
Tribunal Federal- STF, verbatim:

MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA O TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO.


CONTAS JULGADAS IRREGULARES. APLICAÇÃO DA MULTA PREVISTA NO
ARTIGO 53 DO DECRETO-LEI 199/67. A MULTA PREVISTA NO ARTIGO 53
DO DECRETO-LEI 199/67 NÃO TEM NATUREZA DE SANÇÃO DISCIPLINAR.
IMPROCEDÊNCIA DAS ALEGAÇÕES RELATIVAS A CERCEAMENTO DE
DEFESA. EM DIREITO FINANCEIRO, CABE AO ORDENADOR DE DESPESAS
PROVAR OUE NÃO É RESPONSÁVEL PELAS INFRACÕES, OUE LHE SÃO
IMPUTADAS, DAS LEIS E REGULAMENTOS NA APLICAÇÃO DO DINHEIRO
PÚBLICO. COINCIDÊNCIA, AO CONTRÁRIO DO QUE FOI ALEGADO, ENTRE
A ACUSAÇÃO E A CONDENAÇÃO, NO TOCANTE À IRREGULARIDADE DA
LICITAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA INDEFERIDO. (STF - Pleno - MS
20.335/DF, ReI. Ministro Moreira Alves, Diário da Justiça, 25 fev. 1983, p, 8)
(grifo nosso)

Visando aclarar o tema em disceptação, vejamos parte do voto do ilustre Ministro Moreira
Alves, relator do supracitado Mandadode Segurança, verbo ad verbum:

Vê-se, pois, que em tema de Direito Financeiro, mais particularmente, em


tema de controle da aplicação dos dinheiros públicos, a responsabilidade do
Ordenador de Despesas pelas irregularidades apuradas se presume, até
prova em contrário, por ele subministrada.

A afirmação do impetrante de que constitui heresia jurídica presumir-se a


culpa do Ordenador de despesas pelas irregularidades de que se cogita, não
procede portanto, parecendo decorrer, quiçá, do desconhecimento das
normas de Direito Financeiro que regem a espécie. (grifamos)

Já o eminente Ministro Marco Aurélio, relator na Segunda Turma do STF do Recurso


Extraordinário n.o 160.381/SP, publicado no Diário da Justiça de 12 de agosto de 1994,
página n.O 20.052, destaca, em seu voto, o seguinte entendimento: "O agente público não
só tem que ser honesto e probo, mas tem que mostrar que possui tal qualidade. Como a
mulher de César."

Feitas essas colocações, merece destaque o fato de que, dentre outras irregularidades e
ilegalidades, quatro das máculas remanescentes nos presentes autos são suficientes para o
julgamento irregular da prestação de contas sub judice, conforme determinam os itens" "
"2.5", "2.10" e "2.12, c/c o item "6" do parecer que uniformiza a interpretação e a e,
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02331/07

pelo Tribunal, de alguns aspectos inerentes às Prestações de Contas dos Poderes Municipais
(Parecer Normativo PN - TC - 52/2004), senão vejamos:

2. Constituirá motivo de emissão, pelo Tribunal, de PARECER CONTRÁRIO à


aprovação de contas de Prefeitos Municipais, independente de imputação de
débito ou multa, se couber, a ocorrência de uma ou mais das irregularidades
a seguir enumeradas:

2.1. ( ...)

2.5. não retenção e/ou não recolhimento das contribuições previdenciárias


aos órgãos competentes (INSS ou órgão do regime próprio de previdência,
conforme o caso), devidas por empregado e empregador. incidentes sobre
remuneracões pagas pelo Município;

( ) ...
2.10. não realização de procedimentos licitatórios quando legalmente
exigidos;

2.12. não publicação e não encaminhamento ao Tribunal dos Relatórios


Resumidos de Execução Orçamentária (REO) e dos Relatórios de Gestão
Fiscal (RGF). nos termos da legislação vigente;

( ...)
6. O Tribunal julgará irregulares as Prestações de Contas de Mesas de
Câmaras de Vereadores que incidam nas situações previstas no item 2, no
que couber, realizem pagamentos de despesas não previstas em lei,
inclusive remuneração em excesso e ajudas de custos indevidas aos edis ou
descumprimento dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e de decisões
deste Tribunal. (grifos inexistentes no original)

Diante das transgressões a disposições normativas do direito objetivo pátrio, decorrentes da


conduta implementada pelo ex-Chefe do Poder Legislativo da Comuna de Algodão de
Jnadaíra/PB, Sr. Aluízio Rafael dos Santos, durante o exercício financeiro de 2006, resta
configurada a necessidade imperiosa de aplicação da multa de até R$ 2.805,10 - valor
atualizado pela Portaria n. o 039/06 do TCE/PB -, prevista no art. 56, incisos 11 e 111, da Lei
Orgânica do TCE/PB - Lei Complementar Estadual n.O 18/93, verbum pro verbo:

Art. 56 - O Tribunal pode também aplicar multa de até Cr$ 50.000.000,00


(cinqüenta milhões de cruzeiros) aos responsáveis por:

I- (omissis)
PROCESSOTC N.o 02331/07

II - infração grave a norma legal ou regulamentar de natureza contábil,


financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;

III - ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustificado


dano ao Erário;

Entretanto, o falecimento do gestor responsável, Sr. Aluízio Rafael dos Santos, em 20 de


fevereiro de 2008, conforme certidão de óbito, fi. 235, impossibilita a aplicação da
penalidade aos seus sucessores, em face do caráter personalíssimo de que se reveste a
supracitada coima, conforme dispõe o art. 5°, inciso XLV, da Constituição Federal, in verbls:

Art. 5° - (omissis)

1-(...)

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a


obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o
limite do valor do patrimônio transferido;

Ex positis, proponho que o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba:

1) Com fundamento no art. 71, inciso lI, da Constituição Estadual, e no art. 1°, inciso I, da
Lei Complementar Estadual n.o 18/93, JULGUE IRREGULARES as contas do ex-Presidente da
Câmara Municipal de Algodão de Jandaíra/PB, durante o exercício financeiro de 2006,
Sr. Aluízio Rafael dos Santos.

2) IMPUTE ao espólio do ex-Chefe do Poder Legislativo de Algodão de Jandaíra/PB,


Sr. Aluízio Rafael dos Santos, débito no montante de R$ 4.178,00 (quatro mil, cento e
setenta e oito reais), referentes às despesas não comprovadas com a criação e manutenção
de página na Internet.

3) FIXE o prazo de 60 (sessenta) dias para recolhimento voluntário do débito imputado aos
cofres públicos municipais, cabendo ao Prefeito Municipal de Algodão de Jandaíra/PB,
Sr. Isac Rodrigo Alves, ou seu substituto legal, no interstício máximo de 30 (trinta) dias após
o término daquele período, velar pelo integral cumprimento da decisão, sob pena de
responsabilidade e intervenção do Ministério Público Estadual, na hipótese de omissão, tal
como previsto no art. 71, § 4°, da Constituição do Estado da Paraíba, e na Súmula n.o 40,
do colendo Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba - TJ/PB.

4) ENVIE recomendações no sentido de que o atual Presidente da referida Edilidade,


Sr. Humberto dos Santos, não repita as irregularidades apontadas no relatório dos peritos
PROCESSOTC N.o 02331/07

unidade técnica deste Tribunal e observe, sempre, os preceitos constitucionais, legais e


regulamentares pertinentes.

5) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal,
COMUNIQUE à Delegacia da Receita Federal do Brasil, em Campina Grande/PB, acerca da
ausência de retenção e recolhimento de contribuições previdenciárias devidas pelos agentes
políticos do Poder Legislativo de Algodão de Jandaíra/PB ao Instituto Nacional do Seguro
Social - INSS, be orno a respeito da carência de pagamento das obrigações patronais
correspondente , amba~speitantes à competência de 2006.

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