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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N° 02419/07 FI. 1/8

Administração Direta Municipal. Prefeitura Municipal de


São Sebastião de Lagoa de Roça. Prestação de Contas
do Prefeito Ramalho Alves Bezerra. Emissão de
parecer favorável à aprovação das contas, com
recomendações. Emissão, em separado, de Acórdão
declarando o atendimento integral aos preceitos da LRF
e emitindo recomendação.
PARECER PPL TC I'; MOOS

1. RELATÓRIO
Examina-se a prestação de contas, relativa ao exercício financeiro de 2006, do Prefeito do
Município de São Sebastião de Lagoa de Roça, Sr. Ramalho Alves Bezerra.
A Unidade Técnica de Instrução desta Corte, após realização de inspeção in loco e análise da
documentação encaminhada, emitiu o relatório preliminar às fls. 123411245, evidenciando os seguintes
aspectos da gestão:
1. a prestação de contas foi encaminhada ao Tribunal no prazo legal, contendo os
demonstrativos exigidos pela Resolução RN TC 99/97;
2. o Orçamento, Lei nO 296, de 25/11/2005, estimou a receita e fixou a despesa em
R$ 7.354.759,00, e autorizou a abertura de créditos adicionais suplementares até o limite de
70% deste valor;
3. a receita orçamentária arrecadada, subtraindo-se a parcela para formação do FUNDEF,
atingiu R$ 7.595.254,94, correspondentea 103,27%da previsão;
4. a despesa orçamentária realizada, totalizando R$ 7.599.929,48, correspondeu a 103,33% da
fixação;
5. os créditos adicionais foram abertos e utilizados dentro do limite estabelecido em lei;
6. o Balanço Orçamentário apresentou deficit equivalente a 0,06% da receita orçamentária
arrecadada;
7. o Balanço Patrimonial apresentou superavit financeiro no valor de R$ 599.982,66;
8. o Balanço Financeiro apresentou saldo para o exercício seguinte no montante de
R$ 701.314,41, distribuído entre caixa e bancos nas proporções de 0,19% e 99,81%;
9. a dívida municipal, ao final do exercício, importou em R$ 672.759,31, correspondendo a
8,85% da receita orçamentária arrecadada no exercício em análise, sendo constituída
totalmente pela dívida flutuante;
10. os gastos com obras e serviços de engenharia somaram R$ 397.755,87, equivalentes a
5,23% da despesa orçamentária total, sendo, R$ 99.638,86 pro,venientes do govern~
estadual e R$ R$ 298.117,01 com dotações do próprio município;
11. regularidade no pagamento dos subsídios pagos ao Prefeito e ao Vic prefeito;

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A' 12. os gastos com remuneração dos profissionais do m",

constitucional;
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equiv~le~te a 66,67% dos recursos prove' ntes do FUN,D
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N° 02419/07 FI. 2/8

13. as aplicações em manutenção e desenvolvimento do ensino atingiu valor correspondente a


31,34% da receita de impostos, cumprimento as disposições constitucionais;
14. os gastos com Pessoal do Poder Executivo correspondeu a um percentual de 50,10% da
RCl, atendendo os ditames da lRF;
15. o repasse para o Poder legislativo alcançou 7,97% da receita tributária e transferida no
exercício anterior, cumprindo as determinações do art. 29-A, § 2°, incisos I e 111, da
Constituição Federal, e representou 100% do valor fixado no orçamento, cumprindo também
o mandamento constitucional;
16. os relatórios de gestão fiscal e de execução orçamentária referentes a todo o exercício foram
devidamente publicados e encaminhados ao TCE/PB dentro do prazo estabelecido;
17. não há registro de denúncia, em relação ao exercício em análise;
18. as irregularidades anotadas na análise da prestação de contas dizem respeito à:
18.1 - Não comprovação de publicação da lOA;
18.2 - Não realização de audiência pública na fase de elaboração da lOA;
18.3 - Omissão de dívida em demonstrativo contábil;
18.4 - incompatibilidade entre demonstrativos RGF e PCA;
18.5 - despesas sem licitação no montante de R$ 336.856,53;
18.6 - não aplicação dos percentuais mínimos de receita em ações e serviços públicos de
saúde - art. 198 da CF;
18.7 - irregularidade em procedimentos de licitação;
18.8 - despesas insuficientemente comprovadas;
18.9 - diferença financeira nos recursos repassados ao Instituto Próprio de Previdência no
montante de R$ 6.456,86;
18.10 - diferença financeira de repasse ao INSS no valor de R$ 18.693,32.

Em virtude das irregularidades anotadas, o interessado, regularmente notificado, apresentou as


justificativas e documentos de fls. 1250/2278.
A Auditoria, após análise da defesa, fls. 2287/2292, manteve seu entendimento inicial quanto:
• não comprovação da publicação da lOA;
• não realização de audiência pública na fase de elaboração da lOA;
• despesas sem licitação no montante de R$ 19.700,00;
• não aplicação dos percentuais mínimos de receita em ações e serviços públicos d~
saúde (13,18%)- art. 198, CF; I

• irregularidade em procedimentos de licitação;

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-, • diferença financeira nos recursos repassados ao Instituto Próprio de Previdência, no
montante de R$ 6.456,86;

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PROCESSO TC N° 02419/07 FI. 3/8

NÃO COMPROVAÇÃO DA PUBLICAÇÃO DA LOA


Defesa: Enviou cópia do Jornal Mensário Oficial, edição extra, do dia 12/12/2005 para comprovar a
publicação da LOA.
Auditoria: o Mensário Oficial, versos das fls. 1695/1696, não é um jornal, trata-se de um documento
impresso feito no computador, sem a assinatura do Prefeito, não sendo aceito pela auditoria como
prova da publicação da LOA.
NÃO REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA FASE DE ELABORAÇÃO DA LOA
Defesa: informa que enviou cópia autenticada da ata de realização da audiência pública da LOA,
extraída do livro de atas, devidamente autenticada ( doc. 14 - fls. 1849/1878)
Auditoria: Analisando os documentos acostados aos autos pela defesa, às fls. 1849/1878, verificou-se
que não foi enviada a ata de audiência pública da LOA do exercício de 2006 e sim da LOA e LDO de
outros exercícios.
DESPESAS SEM LICITAÇÃO NO MONTANTE DE R$19.700,OO
Defesa: essas despesas referem-se ao fornecimento de refeições caseiras. A ausência da licitação
ocorreu porque na época só existia o Sr. Carlos Alberto Vital Pereira para fornecer refeições caseiras
para o policiamento do destacamento local, daí a impossibilidade de proceder a licitação, pois não
havia sentido contratar fornecedores fora do município.
Auditoria· o fato de existir apenas um fornecedor de refeições caseiras no município, não exime o
gestor da obrigação de realizar processo licitatório, pois, o art. 24 da Lei 8666/93 estabelece que é
dispensável a licitação para outros serviços (que não o de obras) e compras de valor até 10% do limite
previsto no artigo anterior, ou seja, no art. 23, inciso 11, alínea a; cujo valor estabelecido é de
R$ 80.000,00, e 10% deste valor corresponde a R$ 8.000,00 e como o valor pago ao fornecedor foi de
R$ 19.700,00, ultrapassou, portanto, o valor permitido por lei, permanecendo assim esta irregularidade;
NÃO APLICAÇÃO DOS PERCENTUAIS MíNIMOS DE RECEITA EM AÇÕES E SERViÇOS
PÚBLICOS DE SAÚDE (13,18%)-ART.198, CF;
Defesa: a defesa diz que a glosa do valor de R$ 248.041,99, relativa às despesas com transporte de
pessoas carentes para hospitais da região, no valor de R$ 235.601,99 e ajudas financeiras para
tratamento de saúde no montante de R$ 12.440,00, foram incorretamente retirados e junta os
documentos que comprovam o alegado. Para demonstrar que as pessoas foram efetivamente
beneficiadas e que os pagamentos foram realizados, juntou os seguintes documentos: a) cópias dos
contratos de licitação, aonde se observa o modus operandi dos serviços de transportes; b) cópias das
ordens de autorização para as realizações das viagens, onde se vê o nome dos beneficiários; notas de
empenhos com atestado da realização dos serviços assinados pelo Secretário de Saúde, o qual
legaliza a prestação da assistência médica no município; c) no que diz respeito as ajudas financeiras
para tratamento de saúde no montante de R$ 12.440,00, junta também neste ato as declarações dos
beneficiários que asseguram haver recebido os valores que totalizam a quantia acima citada; cópia do
decreto que legaliza a operacionalização de tais despesas. ~
Auditoria: no relatório inicial a auditoria verificou que o total pago na função 10 - saúde, foi de
R$ 1.690.333,55, fls.1.014, aí incluído o valor de R$ 7.550,13, referente à Transferência Patronal para

:::itaiS região
da (R$ 235.601,99, f 10161 jl
finalidade diversa no montante de R$ 248.041,99 relativas a trans es de pessoas carentes para
C~d.ra S7}~o;m~o~ pois f
o IPSM (instituto de previdência própria), conforme documento fls.787; e foram excluídas despesas por
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PROCESSO TC N° 02419/07 FI. 4/8

sustentam apenas num rol de nomes de pessoas que supostamente teriam sido beneficiadas,
fls. 102511076, e ressaltou que as viagens foram pagas independente do número de vezes que foram
realizadas, conforme se verificou por ocasião da diligência in loco, além das ajudas financeiras para
tratamento de saúde no montante de R$12.440,00, fls.1015.
Após análise dos documentos apresentados pela defesa, os quais encontram-se relacionados às fls.
1724/1844, 1886/1937, 1938/2062, 2065/2222 e 2223/2271, restaram comprovadas as ajudas
financeiras para tratamento de saúde no montante de R$ 13.170,00 (fls. 2282/2284), ou seja,
R$ 730,00 além do valor citado inicialmente pela auditoria, e agora, somado ao total da função saúde
que passa para R$ 1.691.063,55. Com relação às despesas com o transporte de pessoas carentes, a
defesa apresentou 10 empenhos (fls. 1886/1937), que são os mesmos obtidos pela auditoria (fls.
1016/1024), nos quais existem apenas as relações citando os nomes das pessoas (nomes citados mais
de três vezes no mesmo mês), com os números dos registros de identidade e endereço, porém não
constam as assinaturas dos beneficiados, nem os dias nos quais as viagens foram realizadas, não
podendo ser consideradas na aplicação em saúde, o valor de R$ 235.601,99. Os contratos firmados
com os prestadores de serviços para o transporte de pessoas carentes encontram-se às fls. 2224/2271.
As relações dos contratos e dos empenhos correspondem as fls. 2285/2286. As aplicações de recursos
de impostos, inclusive os transferidos, em ações e serviços públicos de saúde passaram de
R$ 639.596,72 para R$ 652.766,72, que representa 13,18%.
IRREGULARIDADE EM PROCEDIMENTOS DE LICITAÇÃO
Defesa: Alega que o gestor só tomou conhecimento da irregularidade apontada pela auditoria quando
leu o relatório inicial da prestação de contas, e que só assinou a ordem de serviço adjudicando a
Construtora Mavil Ltda, baseado nas informações de sua assessoria jurídica e no parecer da comissão
de licitação, e porque a empresa ofereceu o melhor preço (R$ 26.969,76). Apesar de ter agido de boa
fé e não ter sido advertido pelo assessor jurídico, o gestor pode afirmar que os serviços foram
efetivamente realizados, com qualidade e que os preços praticados estão em consonância com os
preços na construção civil. Ressalta que os termos de renúncia encaminhados pelos participantes do
certame são concordes com o resultado do processo Iicitatório. Ante este fato só restou ao Prefeito
homologar o certame.
Auditoria: A auditoria apurou que as empresas participantes do convite nO32/2006 que teve como
objeto os serviços de obras e engenharia de esgotamento sanitário em diversas artérias da cidade de
São Sebastião de Lagoa de Roça, contou com as participações das empresas Construtora Mavil Ltda
(vencedora) e da América Construções e Serviços Ltda, possuindo como sócio comum a ambas o Sr.
Francisco de Almeida da Silva. Este fato atenta frontalmente o art 30 da Lei 8666/93, sobretudo os
princípios do sigilo na apresentação das propostas e da igualdade entre os licitantes, configurando
indício de fraude em licitação.
Diante dos argumentos apresentados pela defesa, pode-se concluir que os membros da comissão de
licitação do município não analisam os documentos apresentados pelos participantes do certame, nem
mesmo o assessor jurídico. ~
DIFERENÇA FINANCEIRA NOS RECURSOS REPASSADOS AO INSTITUTO PRÓPRIO DE .
PREVIDÊNCIA, NO MONTANTE DE R$ 6.456.86;
Defesa: concorda com a Auditoria que a diferença no valor de R$ 6.456, de fato aconteceu. Para
suprir a omissão apontada, está juntando, ne te ato, o seguint ocumentos: a) Guia de

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PROCESSO TC N° 02419/07 FI. 5/8

recolhimento no valor de R$ 6.456,86; b) cópia do cheque nO 851141 - Banco do Brasil; c)


comprovante do depósito na conta do IPSM (N° 10.123-0 - doc. 09)
Auditoria: Os documentos enviados pela defesa (fls. 1692/1694) comprovam o repasse ao IPSM no
valor de R$ 6.456,86, porém, este repasse só ocorreu agora no exercício de 2008, quando deveria ser
pago dentro do exercício de 2006.
DIFERENÇA FINANCEIRA DE REPASSE AO INSS, NO VALOR DE R$ 4.719,69.
Defesa: Diz que após análise do demonstrativo de apuração dos repasses ao INSS, verificou-se que
faltaram algumas guias de recolhimento realizados pelo executivo no montante de R$ 13.973,63, pagos
em 2006 e R$ 4.719,69, pagos no exercício de 2007, conforme documentos anexados aos autos (fls.
1697/1721).
Auditoria: após análise das provas apresentadas pela defesa, ficaram comprovados os recolhimentos
ocorridos no exercício de 2006 que não haviam sido apresentados à auditoria durante a inspeção, no
total de R$ 13.973,63. Embora o restante dos recolhimentos de competência de 2006 tenha ocorrido
em 2007, a irregularidade com relação ao exercício de 2006 permanece, em função dos recolhimentos
não terem ocorrido dentro do exercício. A diferença diminuiu de R$ 18.693,22 para R$ 4.719,69.
O processo foi encaminhado ao MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TRIBUNAL, que. através
do Parecer nO1230/2008, da lavra da Procuradora Geral, Ana Terêsa Nóbrega, entendeu, em resumo:
Em relação à ausência de comprovação de publicação da LOA, entende esta
Procuradora que os documentos de fls. 1695/v e 1696/v são bastante para sanar a falha
apontada.
Quanto à não realização de audiência pública na fase de elaboração da LOA
verifica-se que a impropriedade merece relevação, máxime em razão da inocorrência de
danos concretos ao erário. Contudo, a situação detectada enseja as devidas recomendações
ao Administrador Público.
No que diz respeito às despesas sem licitação (R$ 19.700,00) vê-se que os
dispêndios concerniram ao fornecimento de refeições, sendo razoável a argumentação
defensiva neste ponto (fls. 1251). Ademais, as contratações efetuadas foram revertidas em
prol do Poder Público, inexistindo indícios de desvios de recursos financeiros. Portanto, este
Órgão entende que a falha pode ser relevada, com as recomendações cabíveis.
No tocante à não aplicação dos percentuais mínimos de receita em ações e
serviços públicos de saúde (13,18%) tem-se que devem ser incluídos no cômputo as
despesas referentes ao serviço de transporte de pessoas carentes para os hospitais da
região (R$ 235.601,99), acarretando o atendimento ao piso mínimo previsto no Texto
Constitucional (15%). Os documentos produzidos nos autos, fls. 1025/1076, comprovam a
efetiva ocorrência de gastos inerentes à promoção da saúde pública. Dessa forma, a eiva
reúne condições de ser afastada.
Respeitante a impropriedade relativa à ocorrência de irregularidade em ~
procedimento licitatório, na ótica ministerial, foi elidida. Nesta questão, as justificativas \.\
apresentadas pela Autoridade Responsável, no sentido de que não houve má-fé e que os
serviços contratados foram efetivamente realizados, são suficientes para afugentar a mácula.
Pertinente às irregularidades correspondentes às d' renças financeiras nos
recursos repassados ao instituto p rio de vidênci (I SM), o ontante de R$ 6.456,8
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e ao INSS (18.693,32) podem ser afastadas diante dos documentos fls. 1692/1694 e fls.
1721.
Diante do exposto, a Procuradoria pugna para que esta Egrégia Corte:
1. emita parecer favorável à aprovação das contas da Prefeitura Municipal de São
Sebastião de Lagoa de Roça, exercício de 2006;
2. declare o atendimento integral aos preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal;
3. recomende ao Chefe do Executivo Municipal no sentido de evitar toda e qualquer ação
administrativa que venham macular as contas de gestão.
É o relatório, informando que foram expedidas as notificações de estilo.

2. PROPOSTA DE DECISÃO DO RELATOR

As irregularidades remanescentes dizem respeito à não comprovação de publicação da LOA;


não realização de audiência pública na fase de elaboração da LOA; despesas sem licitação no
montante de R$ 19.700,00 relativas a aquisição de refeições; não aplicação dos percentuais mínimos
de receita em ações e serviços públicos de saúde (13,18%); irregularidades em procedimentos
licitatórios; contribuições devidas e não repassadas ao Instituto próprio de previdência, no montante de
R$ 6.456,86; contribuições devidas ao INSS e não repassadas no total de R$ 4.719,69.

Em relação à não comprovação de publicação da LOA, os documentos acostados às fls. 1695v e


1696v podem ser aceitos como comprovação de sua publicação, sanando a falha apontada.

o Relator entende que não enseja a emissão de parecer contrário, mas recomendações às
restrições remanescentes relativas à não realização de audiência pública na fase de elaboração da
LOA e falhas em procedimentos licitatórios.

Tocante às despesas efetuadas sem licitação ainda permaneceu irregular, a juízo da auditoria, a
aquisição de refeições para o policiamento do destacamento local (R$ 19.700,00), que segundo o
defendente só havia um fornecedor no município, impossibilitando, assim, a realização de licitação.
Ademais, as despesas foram realizadas ao longo de todo o exercício e em valores que estavam
dispensados do procedimento Iicitatório.

Quanto a irregularidade atinente à não aplicação dos percentuais mínimos de receita em ações e
serviços públicos de saúde (13,18%), acompanho o parecer do Órgão Ministerial, que entendeu que as
despesas com transporte de pessoas carentes para hospitais em diversos municípios do Estado e
também na capital de Pernambuco, podem ser computadas no cálculo das despesas com saúde,
porquanto os documentos acostados aos autos comprovam sua efetiva realização. Além do mais, não
foi contestado pela Auditoria a inclusão de tais despesas nas aplicações em saúde. A exclusão, por
parte da Auditoria, ocorreu apenas por entender o Órgão Técnico que as despesas não estavam
devidamente comprovadas. Logo, incluídas as despesas com transporte de pessoas carentes para
tratamento de saúde, o percentual aplicado passa a ser de 7,94%, dendo, assim, as
determinações contidas no art. 198 da CF. J/'!-/
\.
gmbc ~'
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Respeitante à diferença financeira nos recursos repassados ao Instituto Próprio de Previdência,


no valor de R$ 6.456,86 e ao INSS, no valor de R$ 4.719,69 - o defendente comprova com documentos
(fls. 1692/1694) que já foi devidamente recolhida ditas diferenças, cabendo recomendação ao gestor no
sentido de evitar a repetição da falha apontada.

Ante o exposto, o Relator propõe ao Tribunal de Contas do Estado da Paraíba que:

I. emita parecer favorável à aprovação da prestação de contas sob exame, com as ressalvas
contidas no art. 124 do Regimento Interno;
11. declare integralmente atendidos os preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal;
111.recomende ao gestor no sentido de observar os comandos legais norteadores da
Administração Pública, evitando a repetição das falhas acusadas no exercício de 2006.

3. DECISÃO DO TRIBUNAL PLENO


Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC nO02419/07; e

CONSIDERANDO que a declaração de atendimento integral aos preceitos da LRF e a


recomendação constituem objeto de Acórdão a ser emitido em separado;

CONSIDERANDO o parecer do Ministério Público junto ao TCE, a proposta de decisão do


Relator e o mais que dos autos consta;

Os MEMBROS do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAíBA (TCE-PB), por


unanimidade, na sessão plenária realizada nesta data, decidem:

EMITIR PARECER FAVORÁVEL À APROVAÇÃO DA PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAIS DO


MUNiCípIO de São Sebastião de Lagoa de Roça, relativa ao exercício de 2006, de responsabilidade
do Prefeito Ramalho Alves Bezerra, com as ressalvas contidas no parágrafo único do art. 124 do
Regimento Interno do TCE, e recomendações de observância dos comandos legais norteadores da
Administração Pública, evitando a repetição das falhas acusadas no exercício de 2006.

Publique-se.

Sala das Sessões do TCE-PB - Plenário Ministro João Agripino.

João Pessoa, 26 de novembro de 2008.

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PROCESSO TC N° 02419/07 FI. 8/8

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