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1. RELATÓRIO
Examina-se a prestação de contas, relativa ao exercício financeiro de 2006, do Prefeito do
Município de São Sebastião de Lagoa de Roça, Sr. Ramalho Alves Bezerra.
A Unidade Técnica de Instrução desta Corte, após realização de inspeção in loco e análise da
documentação encaminhada, emitiu o relatório preliminar às fls. 123411245, evidenciando os seguintes
aspectos da gestão:
1. a prestação de contas foi encaminhada ao Tribunal no prazo legal, contendo os
demonstrativos exigidos pela Resolução RN TC 99/97;
2. o Orçamento, Lei nO 296, de 25/11/2005, estimou a receita e fixou a despesa em
R$ 7.354.759,00, e autorizou a abertura de créditos adicionais suplementares até o limite de
70% deste valor;
3. a receita orçamentária arrecadada, subtraindo-se a parcela para formação do FUNDEF,
atingiu R$ 7.595.254,94, correspondentea 103,27%da previsão;
4. a despesa orçamentária realizada, totalizando R$ 7.599.929,48, correspondeu a 103,33% da
fixação;
5. os créditos adicionais foram abertos e utilizados dentro do limite estabelecido em lei;
6. o Balanço Orçamentário apresentou deficit equivalente a 0,06% da receita orçamentária
arrecadada;
7. o Balanço Patrimonial apresentou superavit financeiro no valor de R$ 599.982,66;
8. o Balanço Financeiro apresentou saldo para o exercício seguinte no montante de
R$ 701.314,41, distribuído entre caixa e bancos nas proporções de 0,19% e 99,81%;
9. a dívida municipal, ao final do exercício, importou em R$ 672.759,31, correspondendo a
8,85% da receita orçamentária arrecadada no exercício em análise, sendo constituída
totalmente pela dívida flutuante;
10. os gastos com obras e serviços de engenharia somaram R$ 397.755,87, equivalentes a
5,23% da despesa orçamentária total, sendo, R$ 99.638,86 pro,venientes do govern~
estadual e R$ R$ 298.117,01 com dotações do próprio município;
11. regularidade no pagamento dos subsídios pagos ao Prefeito e ao Vic prefeito;
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A' 12. os gastos com remuneração dos profissionais do m",
constitucional;
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montante de R$ 6.456,86;
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da (R$ 235.601,99, f 10161 jl
finalidade diversa no montante de R$ 248.041,99 relativas a trans es de pessoas carentes para
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o IPSM (instituto de previdência própria), conforme documento fls.787; e foram excluídas despesas por
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sustentam apenas num rol de nomes de pessoas que supostamente teriam sido beneficiadas,
fls. 102511076, e ressaltou que as viagens foram pagas independente do número de vezes que foram
realizadas, conforme se verificou por ocasião da diligência in loco, além das ajudas financeiras para
tratamento de saúde no montante de R$12.440,00, fls.1015.
Após análise dos documentos apresentados pela defesa, os quais encontram-se relacionados às fls.
1724/1844, 1886/1937, 1938/2062, 2065/2222 e 2223/2271, restaram comprovadas as ajudas
financeiras para tratamento de saúde no montante de R$ 13.170,00 (fls. 2282/2284), ou seja,
R$ 730,00 além do valor citado inicialmente pela auditoria, e agora, somado ao total da função saúde
que passa para R$ 1.691.063,55. Com relação às despesas com o transporte de pessoas carentes, a
defesa apresentou 10 empenhos (fls. 1886/1937), que são os mesmos obtidos pela auditoria (fls.
1016/1024), nos quais existem apenas as relações citando os nomes das pessoas (nomes citados mais
de três vezes no mesmo mês), com os números dos registros de identidade e endereço, porém não
constam as assinaturas dos beneficiados, nem os dias nos quais as viagens foram realizadas, não
podendo ser consideradas na aplicação em saúde, o valor de R$ 235.601,99. Os contratos firmados
com os prestadores de serviços para o transporte de pessoas carentes encontram-se às fls. 2224/2271.
As relações dos contratos e dos empenhos correspondem as fls. 2285/2286. As aplicações de recursos
de impostos, inclusive os transferidos, em ações e serviços públicos de saúde passaram de
R$ 639.596,72 para R$ 652.766,72, que representa 13,18%.
IRREGULARIDADE EM PROCEDIMENTOS DE LICITAÇÃO
Defesa: Alega que o gestor só tomou conhecimento da irregularidade apontada pela auditoria quando
leu o relatório inicial da prestação de contas, e que só assinou a ordem de serviço adjudicando a
Construtora Mavil Ltda, baseado nas informações de sua assessoria jurídica e no parecer da comissão
de licitação, e porque a empresa ofereceu o melhor preço (R$ 26.969,76). Apesar de ter agido de boa
fé e não ter sido advertido pelo assessor jurídico, o gestor pode afirmar que os serviços foram
efetivamente realizados, com qualidade e que os preços praticados estão em consonância com os
preços na construção civil. Ressalta que os termos de renúncia encaminhados pelos participantes do
certame são concordes com o resultado do processo Iicitatório. Ante este fato só restou ao Prefeito
homologar o certame.
Auditoria: A auditoria apurou que as empresas participantes do convite nO32/2006 que teve como
objeto os serviços de obras e engenharia de esgotamento sanitário em diversas artérias da cidade de
São Sebastião de Lagoa de Roça, contou com as participações das empresas Construtora Mavil Ltda
(vencedora) e da América Construções e Serviços Ltda, possuindo como sócio comum a ambas o Sr.
Francisco de Almeida da Silva. Este fato atenta frontalmente o art 30 da Lei 8666/93, sobretudo os
princípios do sigilo na apresentação das propostas e da igualdade entre os licitantes, configurando
indício de fraude em licitação.
Diante dos argumentos apresentados pela defesa, pode-se concluir que os membros da comissão de
licitação do município não analisam os documentos apresentados pelos participantes do certame, nem
mesmo o assessor jurídico. ~
DIFERENÇA FINANCEIRA NOS RECURSOS REPASSADOS AO INSTITUTO PRÓPRIO DE .
PREVIDÊNCIA, NO MONTANTE DE R$ 6.456.86;
Defesa: concorda com a Auditoria que a diferença no valor de R$ 6.456, de fato aconteceu. Para
suprir a omissão apontada, está juntando, ne te ato, o seguint ocumentos: a) Guia de
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e ao INSS (18.693,32) podem ser afastadas diante dos documentos fls. 1692/1694 e fls.
1721.
Diante do exposto, a Procuradoria pugna para que esta Egrégia Corte:
1. emita parecer favorável à aprovação das contas da Prefeitura Municipal de São
Sebastião de Lagoa de Roça, exercício de 2006;
2. declare o atendimento integral aos preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal;
3. recomende ao Chefe do Executivo Municipal no sentido de evitar toda e qualquer ação
administrativa que venham macular as contas de gestão.
É o relatório, informando que foram expedidas as notificações de estilo.
o Relator entende que não enseja a emissão de parecer contrário, mas recomendações às
restrições remanescentes relativas à não realização de audiência pública na fase de elaboração da
LOA e falhas em procedimentos licitatórios.
Tocante às despesas efetuadas sem licitação ainda permaneceu irregular, a juízo da auditoria, a
aquisição de refeições para o policiamento do destacamento local (R$ 19.700,00), que segundo o
defendente só havia um fornecedor no município, impossibilitando, assim, a realização de licitação.
Ademais, as despesas foram realizadas ao longo de todo o exercício e em valores que estavam
dispensados do procedimento Iicitatório.
Quanto a irregularidade atinente à não aplicação dos percentuais mínimos de receita em ações e
serviços públicos de saúde (13,18%), acompanho o parecer do Órgão Ministerial, que entendeu que as
despesas com transporte de pessoas carentes para hospitais em diversos municípios do Estado e
também na capital de Pernambuco, podem ser computadas no cálculo das despesas com saúde,
porquanto os documentos acostados aos autos comprovam sua efetiva realização. Além do mais, não
foi contestado pela Auditoria a inclusão de tais despesas nas aplicações em saúde. A exclusão, por
parte da Auditoria, ocorreu apenas por entender o Órgão Técnico que as despesas não estavam
devidamente comprovadas. Logo, incluídas as despesas com transporte de pessoas carentes para
tratamento de saúde, o percentual aplicado passa a ser de 7,94%, dendo, assim, as
determinações contidas no art. 198 da CF. J/'!-/
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I. emita parecer favorável à aprovação da prestação de contas sob exame, com as ressalvas
contidas no art. 124 do Regimento Interno;
11. declare integralmente atendidos os preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal;
111.recomende ao gestor no sentido de observar os comandos legais norteadores da
Administração Pública, evitando a repetição das falhas acusadas no exercício de 2006.
Publique-se.
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