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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02219/06

Prefeitura Municipal Pedras de


Fogo. Prestação de Contas do
exercício de 2005. Emissão de
parecer contrário à aprovação das
contas.

PARECER PPL - TC .J<112008

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Processo TC N° 02219/06 referente


à Prestação de Contas da Senhora Maria Clarice Ribeiro Borba, Prefeita do Município de
Pedras de Fogo, relativa ao exercício de 2005, DECIDEM os integrantes do Tribunal de
Contas do Estado da Paraíba, por unanimidade, em sessão plenária realizada hoje, emitir
Parecer contrário à aprovação das contas daquela autoridade, encaminhando-o à
consideração da Egrégia Câmara de Vereadores do Município.
Assim fazem tendo em vista a aplicação em remuneração dos profissionais do
magistério, cujo percentual ficou em 59,45% e a realização de despesas sem a necessária
precedência de processo licitatório.
Os gastos com pessoal do Poder Executivo ultrapassaram em apenas 0,27% o limite
legal. Não obstante o órgão técnico tenha apontado a ausência de indicação de medidas
adotadas em função ultrapassagem de que trata o art. 55 da LRF, a defendente informou a
recondução do percentual no quadrimestre seguinte, conforme dados constantes do SAGRES,
referentes ao exercício de 2006.

A incompatibilidade entre o RGF e a PCA se restringiu à diferença de 0,65% entre o


total de despesas com pessoal informado em ambos os instrumentos, não tendo acarretado
maiores prejuízos à análise pelo órgão técnico.

A deficiência de aplicação em remuneração dos profissionais do magistério


permaneceu, mesmo com a defesa apresentada; o percentual ficou em 59,45%, abaixo do
mínimo, que é de 60%.

Em relação à licitação, os valores individuais das despesas com a confecção de


materiais gráficos não superaram o limite de dispensa. No caso da despesa para realização do
concurso público, o órgão técnico considerou como não licitados gastos no total de R$
21.250,00, tendo em vista entender que o total licitado foi de R$ 51.150,00 e o valor pago foi
de R$ 72.400,00. Consultando o processo licitatório, vê-se que o valor de R$ 51.150,00
refere-se ao mínimo a ser pago, e que o valor do contrato dependeria do número de inscritos
no concurso. Ou seja, o valor pago foi proporcional ao número de inscritos conforme previu a
licitação.

Foram feitas várias aquisições de gêneros alimentícios à firma Comercial Itambé, que
somaram R$ 425.013,95, tendo sido apresentado processo licitatório no valor de
R$ 294.565,44, ou seja, permaneceram sem licitação, aquisições no total de R$ 130.448,51,

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02219/06

no montante de R$ 91.349,82 junto a BR - Sul - Ltda, através de uma licitação na modalidade


convite e uma dispensa de licitação, que juntas somaram R$ 48.159,40, restando não licitadas
despesas no valor de R$ 43.190,42.

Da mesma forma foram adquiridos medicamentos no total de R$ 113.652,72 junto a


LAGEAN Comércio e Representação Ltda, sendo licitadas despesas no valor de R$ 77.393,70,
ficando R$ 36.259,02 sem licitação. Saliente-se que, além disso, foi realizada licitação junto a
citada firma, também para aquisição de medicamentos no valor de R$ 28.554,61, tendo sido o
procedimento considerado irregular pelo Tribunal através do Acórdão AC2 TC 456/07, tendo
em vista a falta de comprovação da situação de emergência alegada.

Quanto às aquisições de medicamento à Farmácia Central, a interessada apresentou o


processo licitatório, que segundo o órgão técnico deve ser desconsiderado, em virtude de
algumas falhas detectadas. Todavia, o Relator não vê motivos suficientes para considerar a
despesa como não licitadas, tendo em vista que as falhas verificadas terem sido de ordem
formal.

Assim, permaneceu sem licitações despesas no montante de R$ 238.452,56


correspondente a 1,02% da Despesa Orçamentária Total.

Tocante ao combustível, não houve nenhum questionamento da despesa no processo


da prestação de contas. Tal questionamento surgiu no exame do Processo TC n" 4081/05, fls.
1083/1150, relativo à tomada de preço n" 008/2005. A licitação e o contrato foram julgados
regulares, conforme Acórdão AC2 TC 117/07, no entanto, ficou determinado a remessa dos
autos à Auditoria para apurar possível excesso de gasto com combustível. Atendendo a
determinação, o órgão técnico, em relatório de fls. 1177/1178, apontou excesso de gasto,
incluindo lubrificantes, no total de R$ 66.076,22. Os parâmetros utilizados pela Auditoria não
foram justificados, ficando a juízo do ACP que produziu o relatório. A defesa apresentou
cópia de Termos de Inspeção de Veículos do TCE com informação de todos os veículos do
município, contendo dados relativos a consumo diário, dias de utilização, quilometragem
diária, secretaria em que se encontra alocado etc. Tais termos foram decorrentes de inspeção
realizada em 2007, para instrução da prestação de contas de 2006. As informações prestadas
foram aceitas pela Auditoria naquela prestação de contas, a exceção apenas quanto ao
consumo diário dos veículos alocados no Gabinete do Prefeito e na Secretaria das Finanças.
Por outro lado, se formos considerar a média diária do excesso, por veículo, o valor seria de
R$ 11,91 (considerando-se 22 dias úteis). Assim, o Relator não vislumbra o excesso apontado
pela Auditoria. É de se registrar que no exercício de 2006, já apreciado pel?i Tribunal Pleno,
não houve qualquer imputação débito quanto às despesas com combustível. li
Publique-se, registre-se e cumpra-se.' l0 .:» \

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Processo Te n° 02219/06

TC - PLENÁRIO JOÃO AGRIPIN

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Conselheiro Antô o Diniz Filho Conselheiro Fábio Túlio Filgueiras Nogueira

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Relator Procuradora Geral
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02219/06

RELATÓRIO

Os presentes autos tratam da Prestação de Contas Anual da Senhora Maria Clarice


Ribeiro Borba, Prefeita do Município de Pedras de Fogo, relativa ao exercício de 2005.

Do exame preliminar, procedido pelo órgão de instrução, destacaram-se os seguintes


aspectos:
1. o orçamento para o exercício foi aprovado pelo Legislativo Municipal, através da Lei
n" 769, de 1° de dezembro de 2004, estimando a receita em R$ 17.613.782,00 e
fixando a despesa em igual valor, bem como autorizando a abertura de créditos
suplementares no percentual de 100% da despesa fixada;
2. a Receita Orçamentária Total Arrecadada foi 18,15% superior à Receita Orçamentária
Total Prevista;
3. a Despesa Orçamentária Realizada foi 19,84% superior à efetivada no exercício
anterior;
4. aplicação de 26,66% da receita de impostos e transferências na Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino;
5. aplicação de 19,84% da receita de impostos e transferências nas Ações e Serviços
Púbicos de Saúde;
6. gastos com pessoal correspondendo a 57,23% da RCL, em consonância com o limite
definido no art. 19 da LRF;
7. gastos com pessoal do Poder Executivo atingiram 54,27% da RCL e ausência de
indicação de medidas em virtude da ultrapassagem de que trata o art. 55 da LRF;
8. repasse para o Poder Legislativo atendendo ao que dispõe o inciso I, do § 2°, art. 29-A,
da Constituição Federal;
9. houve receita de alienação de ativos, totalizando R$ 19.050,00, valor que não foi
aplicado no período;
10. incompatibilidade de informações entre o RGF e a PCA;
11. despesas não licitadas totalizando R$ 411.401,12, representando 2,08% da despesa
orçamentária realizada no exercício;
12. a remuneração dos profissionais do magistério efetivamente realizada pelo Município
foi da ordem de R$ 3.050.781,94, correspondendo a 59,45% da cota-parte do exercício
mais rendimentos, não atingindo à aplicação mínima de 60%.

A interessada foi notificada na forma regimental e apresentou defesa, conforme


documentos de fls. 727/1064. Ao analisar os argumentos da defendente, o órgão técnico
permaneceu com o entendimento inicial com exceção da irregularidade relativa às despesas
não licitadas, cujo valor foi reduzido para R$ 321.434,05, assim distribuídas:
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02219/06

Objeto Fornecedor Valor-R$


Aquisição de gêneros alimentícios e mat. de Comercialltambé 130.448,51
limpeza
Confecção de materiais gráficos IGLY - Janine do Egito 41.682,50
Almeida
Realização de concurso público ACAPLAN 21.250,00
Gêneros alimentícios e mat. Limpeza Distribuidora BR - Sul- Ltda 43.190,42
Aquisição de medicamentos LAGEAN 36.259,02
Aquisição de medicamentos Farmácia central 20.048,99
Aquisição de medicamentos LAGEAN 28.554,61
TOTAL 321.434,05

Instado a se pronunciar, o Ministério Público Especial, em Parecer da lavra da


Procuradora Sheyla Barreto Braga de Queiroz, após discorrer sobre as normas que regulam a
matéria, opina pelo(a):

a. emissão de parecer contrário à aprovação e irregularidade das contas;


b. declaração de atendimento parcial aos requisitos da LRF;
c. cominação de multa pessoal à ex-gestora;
d. recomendações ao atual gestor;
e. remessa de cópias dos autos ao Ministério Público Comum, para fins de análise
dos indícios de cometimento de crime licitatório e de atos de improbidade
administrativa pela então prefeita.

Em cumprimento ao Acórdão AC2- TC-117 /2007, que determinou a apuração de


possível excesso de gastos com combustíveis no exercício, foram anexados aos presentes, os
autos o Processo TC n° 04081/05, que trata da Tomada de Preços n? 08/05, cujo objeto foi a
aquisição de combustíveis e lubrificantes, e deu origem ao Contrato n° 37/05, firmado com a
empresa "Ribeiro da Costa e Cia. Ltda.". Através de complemento de instrução, a Auditoria
analisou a matéria e concluiu que, no período de seis meses de vigência contratual, houve um
excesso de gastos da ordem de R$ 66.076,22. A interessada apresentou defesa sobre o item às
fls. 118511245, tendo o órgão técnico mantido o valor excessivo apurado, em face da ausência
de argumentação e documentação plausíveis.

Concluindo, remanesceram as seguintes irregularidades:

1. gastos com pessoal do Poder Executivo alcançando 54,27% da RCL, descumprindo


limite legal, e ausência de indicação de medidas em virtude da ultrapassagem de que
trata o art. 55 da LRF;
2. incompatibilidade entre o RGF e a PCA;
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Processo Te n° 02219/06

3. despesas não licitadas totalizando R$ 321.434,05, representando 2,08% da despesa


orçamentária;
4. remuneração total dos profissionais do magistério inferior à aplicação mínima de 60%
(59,45%);
5. excesso de gastos com combustíveis e lubrificantes da ordem de R$ 66.076,22.

Instado novamente a se pronunciar, o Ministério Público Especial, em cota da lavra da


Procuradora Sheyla Barreto Braga de Queiroz, manteve o parecer anteriormente emitido,
acrescentando o que segue:

f. imputação de débito por excesso de gastos com combustíveis e lubrificantes no


valor de R$ 66.076,22 à ex-prefeita;
g. representação ao Ministério Público Comum quanto à conduta apurada.

É o Relatório.

BSTITUTO ANTÔNIO ç;?UDIO SILVA SANTOS


Relator
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02219/06

VOTO

Os gastos com pessoal do Poder Executivo ultrapassaram em apenas 0,27% o limite


legal. Não obstante o órgão técnico tenha apontado a ausência de indicação de medidas
adotadas em função ultrapassagem de que trata o art. 55 da LRF, a defendente informou a
recondução do percentual no quadrimestre seguinte, conforme dados constantes do SAGRES,
referentes ao exercício de 2006.

A incompatibilidade entre o RGF e a PCA se restringiu à diferença de 0,65% entre o


total de despesas com pessoal informado em ambos os instrumentos, não tendo acarretado
maiores prejuízos à análise pelo órgão técnico.

A deficiência de aplicação em remuneração dos profissionais do magistério


permaneceu, mesmo com a defesa apresentada; o percentual ficou em 59,45%, abaixo do
mínimo, que é de 60%.

Em relação à licitação, os valores individuais das despesas com a confecção de


materiais gráficos não superaram o limite de dispensa. No caso da despesa para realização do
concurso público, o órgão técnico considerou como não licitados gastos no total de R$
21.250,00, tendo em vista entender que o total licitado foi de R$ 51.150,00 e o valor pago foi
de R$ 72.400,00. Consultando o processo licitatório, vê-se que o valor de R$ 51.150,00
refere-se ao mínimo a ser pago, e que o valor do contrato dependeria do número de inscritos
no concurso. Ou seja, o valor pago foi proporcional ao número de inscritos conforme previu a
licitação.

Foram feitas várias aquisições de gêneros alimentícios à firma Comercial Itambé, que
somaram R$ 425.013,95, tendo sido apresentado processo licitatório no valor de
R$ 294.565,44, ou seja, permaneceram sem licitação, aquisições no total de R$ 130.448,51,
sem que a interessada justificasse a omissão. Também foram adquiridos gêneros alimentícios
no montante de R$ 91.349,82 junto a BR - Sul- Ltda, através de uma licitação na modalidade
convite e uma dispensa de licitação, que juntas somaram R$ 48.159,40, restando não licitadas
despesas no valor de R$ 43.190,42.

Da mesma forma foram adquiridos medicamentos no total de R$ 113.652,72 junto a


LAGEAN Comércio e Representação Ltda, sendo licitadas despesas no valor de R$ 77.393,70,
ficando R$ 36.259,02 sem licitação. Saliente-se que, além disso, foi realizada licitação junto a
citada firma, também para aquisição de medicamentos no valor de R$ 28.554,61, tendo sido o
procedimento considerado irregular pelo Tribunal através do Acórdão AC2 TC 456/07, tendo
em vista a falta de comprovação da situação de emergência alegada.

Quanto às aquisições de medicamento à Farmácia Central, a interessada apresentou o


processo licitatório, que segundo o órgão técnico deve ser desconsiderado, em virtude de
algumas falhas detectadas. Todavia, o Relator não vê motivos suficientes para considerar a
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02219/06

despesa como não licitadas, tendo em vista que as falhas verificadas terem sido de ordem
formal.

Assim, permaneceu sem licitações despesas no montante de R$ 238.452,56


correspondente a 1,02% da Despesa Orçamentária Total.

Tocante ao combustível, não houve nenhum questionamento da despesa no processo


da prestação de contas. Tal questionamento surgiu no exame do Processo TC n° 4081/05, fls.
1083/1150, relativo à tomada de preço n° 00812005. A licitação e o contrato foram julgados
regulares, conforme Acórdão AC2 TC 117/07, no entanto, ficou determinado a remessa dos
autos à Auditoria para apurar possível excesso de gasto com combustível. Atendendo a
determinação, o órgão técnico, em relatório de fls. 1177/1178, apontou excesso de gasto,
incluindo lubrificantes, no total de R$ 66.076,22. Os parâmetros utilizados pela Auditoria não
foram justificados, ficando a juízo do ACP que produziu o relatório. A defesa apresentou
cópia de Termos de Inspeção de Veículos do TCE com informação de todos os veículos do
município, contendo dados relativos a consumo diário, dias de utilização, quilometragem
diária, secretaria em que se encontra alocado etc. Tais termos foram decorrentes de inspeção
realizada em 2007, para instrução da prestação de contas de 2006. As informações prestadas
foram aceitas pela Auditoria naquela prestação de contas, a exceção apenas quanto ao
consumo diário dos veículos alocados no Gabinete do Prefeito e na Secretaria das Finanças.
Por outro lado, se formos considerar a média diária do excesso, por veículo, o valor seria de
R$ 11,91 (considerando-se 22 dias úteis). Assim, o Relator não vislumbra o excesso apontado
pela Auditoria. É de se registrar que no exercício de 2006, já apreciado pelo Tribunal Pleno,
não houve qualquer imputação débito quanto às despesas com combustível.

Ante o exposto, o Relator vota pela emissão de parecer contrário à aprovação da


presente prestação de contas, exercício financeiro de 2005, de responsabilidade da Senhora
Maria Clarice Ribeiro Borba, em decorrência das seguintes irregularidades remanescentes:
aplicação em remuneração dos profissionais do magistério, cujo percentual ficou em 59,45%,
abaixo do mínimo, que é de 60%, e pela falta de licitação para despesas no total de
R$ 238.452,56, com aplicação de multa pessoal à gestora, no valor de R$ 2.805,10, em
virtude das falhas e irregularidades remanescente, com as recomendações de praxe. Vota,
ainda, pela declaração de atendimento parcial as exigências da LRF, em decorrência da
incompatibilidade entre o RGF e a PCA em relação à despesa com pessoal.

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