TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO-TC-02094/07
Administração Direta Municipal. Prefeitura de Mãe D'água. Prestação
Publicado no D, O, E, de Contas Anual relativa ao exercício de 2006 - Emissão de
PARECER FAVORÁVEL. Através de Acórdão, em separado,
Em, -P'--4,L1 oY atendimento integral às exigências essenciais da LRF.
Recomendações.
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RELATÓRIO
Tratam os autos do presente processo da análise da Prestação de Contas do Município de Mãe
D'Água/PB, relativa ao exercício financeiro de 2006, de responsabilidade do Prefeito e Ordenador de
Despesas, Sr. Péricles Viana de Oliveira Júnior.
A Divisão de Acompanhamento da Gestão Municipal 1- DIAGM I, com base nos documentos insertos
nos autos, emitiu o relatório inicial de fls. 1423-1432, evidenciando os seguintes aspectos da gestão
municipal:
1. Sobre a gestão orçamentária, destaca-se:
a) o orçamento foi aprovado através da Lei Municipal n." 0291, de 25 de novembro de 2005,
estimando a receita e fixando a despesa em R$ 6.149.172,00, como também autorizando
abertura de créditos adicionais suplementares em 50% da despesa fixada na LOA;
b) durante o exercício, foram abertos e utilizados créditos adicionais no montante de R$
2.169.846,83, todos com as devidas fontes de recursos;
c) a receita orçamentária efetivamente arrecadada no exercício totalizou o valor de R$
5.337.097,11, representado 86,79% da receita prevista no orçamento do valor previsto no
orçamento;
d) a despesa orçamentária realizada atingiu a soma de R$ 5.226.272,70, representando 83,12%
dos valores fixados no orçamento;
e) o somatório da Receita de Impostos e das Transferências - RIT atingiu a soma de R$
3.691.791,85;
h) a Receita Corrente Líquida - RCL alcançou o montante de R$ 4.799.775,34.

2. No tocante aos demonstrativos apresentados:

a) o Balanço Orçamentário apresentou superávit equivalente a 2,08% da receita orçamentária
arrecadada;
b) o Balanço Financeiro registrou um saldo para o exercício seguinte, no valor de R$
507.515,72;
c) o Balanço Patrimonial evidenc;iousuperávit financeiro no valor de R$ 686.533,26;
d) a dívida municipal atingiu, ao final do exercício, a importância de R$ 1.612.335,66,
correspondendo a 30,21% da receita orçamentária total arrecadada.

3. Referente à estrutura da despesa, apresentou a seguinte composição:

a) o município realizou todos os procedimentos licitatórios das despesas sujeitas à licitação;
b) as remunerações dos Vereadores foram analisadas junto com a Prestação de Contas da
Mesa da Câmara Municipal;
c) os gastos com obras e serviços de engenharia, no exercício, totalizaram R$ 635.781,22
correspondendo a 12,17% da Despesa Orçamentária Total (DOTR).

4. Quanto aos gastos condicionados:

a)

b)
a aplicação de recursos do FUNDEF na remuneração e valorização dos profissionais do
magistério (RVM) atingiu o montante de R$ 487.613,74 ou 62,61% das disponibilidades do
FUNDEF (limite mínimo=60%);
a aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino (MDE) alcançou o montante de R.$.
959.187,09 ou 25,98% da RIT (limite mínimo=25%); t~
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c) o Município despendeu com saúde a importância de R$ 598.928,82 ou 16,22% da RIT;- ..
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d) as despesas com pessoal da municipalidade alcançaram o montante de R$ 2.166.243,30 ou

45,13% da RCL (limite máximo=60%);
e) as despesas com pessoal do Poder Executivo alcançaram o montante de R$ 2.023.020,83 ou
42,15% da RCL (limite máximo=54%).

No exercício em análise, foram apresentados ao Tribunal de Contas os REO referentes aos 6 (seis)
bimestres, devidamente publicados, obedecendo ao art. 165, § 3°, da Constituição Federal, c/c art. 52
caput da LRF.
Foram apresentados a esta Corte os RGF referentes aos 2 (dois) semestres devidamente publicados,
obedecendo ao contido no artigo 55, § 2° da Lei Complementar n0101/00.
Tendo em vista que o Órgão de Instrução apontou irregularidades em seu relatório inicial, e
atendendo aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, o Relator determinou a
notificação do sro Péricles Viana de Oliveira Júnior, atual gestor do município, tendo este vindo aos
autos e apresentado documentos e esclarecimentos às fls. 1437-1485, devidamente examinados pela
Auditoria (fls. 1487-1488), concluindo pela permanência da seguinte irregularidade:

Gestão Geral:
1. Não-repasse ao INSS dos encargos referente a obrigações patronais no valor de R$
89.119,46, com a inclusão do referido débito em acordo de parcelamento.
Chamado a se manifestar, o Ministério Público emitiu o Parecer n° 1116/08 (fls. 1489-1492), da lavra
do Ilustre Procurador-Geral em exercício André Carlo Torres Pontes, destacando, sobre os valores
não repassados ao INSS:
" ... Outrossim, o referido débito é objeto de parcelamento, conforme assegura a Certidão positiva
com efeitos de negativa emitida em nome do Municfpio de Mãe D'Agua (fi. 1485)."
Ao final, pugnou o Órgão Ministerial no sentido de que esta Egrégia Corte:
a) DECLARE atendimento integral dos requisitos de gestão fiscal responsável, previstos na LC
101/2000;
b) EMITA PARECER sugerindo à Câmara Municipal de Mãe D'Agua a APROVAÇAo das contas
de gestão geral relativas ao exercício de 2006;
c) JULGUE REGULARES as despesas ordenadas;
d) RECOMENDE diligências no sentido de prevenir a repetição da falha acusada no exercício
de 2006.

O Relator fez incluir o feito na pauta desta sessão, dispensando as notificações de praxe.

VOTO DO RELATOR
Após a instrução a cargo do Órgão Auditor, permaneceu apenas uma irregularidade: não-repasse ao
INSS dos encargos referente a obrigações patronais no valor de R$ 89.119,46, com a inclusão do
referido débito em acordo de parcelamento.
Segundo levantamento da Auditoria com relação às obrigações patronais, deveria ter sido repassado
ao INSS o valor total de R$ 424.834,37, de acordo com os valores gastos com pessoal no município,
todavia foram repassados R$ 316.708,87, deixando de ser recolhido o valor de R$ 108.125,50.
Quando da apresentação de defesa, o interessado comprovou que foi recolhido em janeiro de 2007 o
valor de R$ 19.006,34, esclarecendo ainda que o restante no valor de R$ 89.119,46 foi incluído no
acordo de parcelamento assinado em 28/01/2008.
Com efeito, constata-se que os valores recolhidos representam 79,02% do total e que, de fato, o que
se deixou de recolher no exercício foi apenas 20,98%, valor este já parcelado no início do exercício
de 2008.
Em consonância com o posicionamento do Órgão Ministerial, verifico que a falha se restringe ao valor
não recolhido no exercício, porém já regularizado através de parcelamento junto ao INSS em janeiro
de 2008, podendo ser relevada.
Diante destas considerações, voto, acompanhando o parecer emitido pelo Ministério Público junto a
este Tribunal:
1. pelo atendimento integral às exigências essenciais da LRF; i)
2. pela emissão de Parecer Favorável à aprovação das Contas do Prefeito do Município de ~
Mae D'Agua, S" Pérícles Viana de Oliveira Júnior, referente :;;;~rcicio ~ ~ ~)
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3. pela recomendação ao atual gestor do município para realizar diligências no sentido de

prevenir a repetição da falha acusada no exercício de 2006.

DECISÃO DO TRIBUNAL PLENO DO TCE • PB

Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO -TC-02094/07, os Membros do TRIBUNAL DE
CONTAS DO ESTADO DA PARAIBA (TCE-Pb), à unanimidade, com impedimento declarado do
Conselheiro Antônio Nominando Diniz Filho, na sessão realizada nesta data, decidem EMITIR E
ENCAMINHAR ao julgamento da Egrégia Càmara Municipal de Mãe D'Água, este PARECER
FAVORÁVEL à aprovação da Prestação de Contas do Prefeito Municipal de Mãe D'Água, SI'"
Péricles Viana de Oliveira Júnior, relativa ao exercício de 2006.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.

TCE-Plenário Ministro João Agripino

João Pessoa, Mbflo

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Conselheiro Fábio Túlio Filgueiras No ueira Conselheiro José Marques Mariz

Relator ;'

Cons. Subst. osca~ntiagO Melo

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rocuradora Geral do Ministério Público junto ao TC Pb