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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02803/06

Prefeitura Municipal de
Pirplrituba: Prestação de Contas
do exercício de 2005. Emissão de
Parecer Contrário. Imputação de
débito. Aplicação de multa.

ACÓRDÃO APL - TC } 4 3 12008

Vistos, relatados e discutidos, os presentes autos do Processo TC N° 02803/06


referentes à Prestação de Contas da Senhora Josivalda Matias de Sousa, Prefeita do
Município de Pirpirituba, relativa ao exercício de 2005, ACORDAM os integrantes do
Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, por unanimidade, na sessão plenária realizada
hoje, em: a) imputar débito à Prefeita no valor total de R$ 41.004,13, por gastos
excessivos com combustíveis; b) conceder o prazo de 60 dias para o recolhimento aos
cofres do Município, devendo-se dar a intervenção do Ministério Público, na hipótese
de omissão, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição Estadual; c) aplicar à Gestora
a multa de R$ 2.805,10, nos termos do que dispõem os incisos I e II do art. 56 da
LüTCE; d) assinar à mesma o prazo de 60 (sessenta) dias para efetuar o recolhimento
ao Tesouro Estadual da multa acima aplicada, à conta do Fundo de Fiscalização
Orçamentária e Financeira Municipal, cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria
Geral do Estado, em caso do não recolhimento voluntário, devendo-se dar a intervenção
do Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da
Constituição Estadual; e) emitir Parecer declarando o atendimento às exigências da
LRF, por parte do Poder Executivo do Município de Pirpirituba no que se refere a: 1)
gastos com pessoal; 2) montante da dívida consolidada, 3) envio e publicação dos
demonstrativos fiscais; 4) despesas com serviços de terceiros; 5) utilização dos créditos
adicionais; 6) arrecadação de receitas tributárias; 7) suficiência financeira para saldar
compromisso de curto prazo; 8) aplicações constitucionais mínimas e o não
atendimento no que tange ao repasse de recursos ao Poder Legislativo; g) recomendar
à gestora a observância das normas legais, adotando medidas com vistas a não cometer
as falhas verificadas no presente processo, especialmente no que tange à movimentação
financeira da conta do FUNDEF e mantendo a estrita observância aos preceitos
constitucionais, legais e normativos, em especial, a legislação referente à Previdência
Social, o parecer PN- TC-52/2004 e as Leis 4.320/64 e 101/00, com vistas à não
repetição das falhas cometidas.

Assim decidem, tendo em vista irregularidades detectadas pela Auditoria e não


elididas durante a instrução do processo.

A falha relativa à utilização de créditos adicionais sem fonte de recursos, pode


ser relevada, pois não foi verificado a abertura dos créditos sem autorização legislativa.
T~BUNALDECONTASDOESTADO

Processo Te nO 02803/06

A ultrapassagem do limite prudencial de gastos com pessoal, não configura em


si propriamente uma irregularidade. A própria Auditoria informou que, no exercício
seguinte, os gastos atingiram o percentual de 43,36% da RCL, bem abaixo do limite
legal.
A própria interessada reconhece que repassou recursos à Câmara Municipal em
valores superiores aos permitidos legalmente, e alega apenas que houve erro de cálculo
por parte da contadoria.

Deve a gestora adotar medidas que visem a evitar as inconsistências


apresentadas em decreto de abertura de crédito, anulação de reserva de contingência e
dados relativos à dívida, contribuindo, desta forma, para uma maior transparência da
gestão e conseqüentemente, melhor controle.

A Auditoria considerou como gastos do magistério os valores despendidos com


os professores pagos através das contas correntes do FUNDEF e da FOLPAG,
desconsiderando os valores pagos através da conta poupança, cuja origem dos recursos
também era do FUNDEF, conforme comprovado através do SAGRES. Além disso,
considerou as despesas relativas a folhas de pagamento, pelos valores líquidos e não
pelo bruto; ou seja, os descontos de INSS, IRPF e outros, mesmo tendo sido
despendidos pela Prefeitura, não foram considerados pelo órgão instrutor. Assim, o total
de gastos do FUNDEF com o magistério, segundo o sistema SAGRES, foi de
R$ 540.223,80, correspondendo a 60,49% dos recursos do fundo, inclusive as
aplicações.

Cabem recomendações à gestora no sentido de evitar a movimentação de


recursos do FUNDEF através de outras contas, evitando assim, dúvidas relativas a
aplicação dos recursos como ocorreu no presente processo. Todavia, no caso, segundo o
órgão técnico, os recursos retornaram à conta do Fundo no próprio exercício.

o Município reteve R$ 83.331,72 dos servidores vinculados ao regime próprio


de previdência, repassando apenas R$ 7.666,47, ou seja, apenas 9,19% do devido.
Alegou a interessada que o tesouro municipal efetua o pagamento de alguns
aposentados, compensando, desta forma a ausência do repasse ao Instituto. Entretanto,
não comprovou tais argumentos. Também com relação ao pessoal do PSF, não houve o
devido recolhimento ao INSS das contribuições devidas pelo empregado e empregador.

Em vez de descontar contribuição previdenciária dos servidores do PSF, o


Município descontou ISS daqueles profissionais. Tal irregularidade não se enquadra
dentre àquelas que levam o Tribunal à emissão de parecer contrário à aprovação das
contas, pois, não existe o vínculo administrativo entre empregado e empregador.
Todavia, deve o gestor adotar providências junto ao Instituto de Previdência, com vistas
a regularizar a situação. No que concerne ao ISS retido indevidamente, o Relator
entende que os prestadores que se sentirem prejudicados podem recorrer ao próprio
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Processo Te nO 02803/06

município ou à justiça, devendo, no entanto, a administração evitar a repetição do


acontecido.

Quanto às licitações, o Relator tem as seguintes observações a fazer: em relação


ao Senhor Armando Rodrigues de Oliveira, contratado para realização de eventos,
foram feitos dois contratos: o primeiro realizado em abril de 2005, no valor de
R$ 6.300,00, não atingiu o limite de exigência para licitação; o segundo, realizado em
novembro, no valor de R$ 19.000,00, foi devidamente licitado, conforme dito pela
Auditoria. A mesma situação ocorreu na aquisição de medicamentos feito à JOSMED.
No mês de setembro foram realizadas aquisições no montante de R$ 5.873,50, abaixo
do valor necessário à licitação; e em dezembro foi efetuada uma compra ao referido
fornecedor, no valor de R$ 14.365,00, sendo devidamente licitada. Também em relação
às aquisições feitas à Fabiana Mendes Lins - ME, houve licitação para as compras no
total de R$ 22.853,00, o restante das aquisições, no montante de R$ 5.717,88, foram
feitas ao longo do exercício, não havendo necessidade de processo licitatório.

No tocante as despesas com combustíveis e lubrificantes está comprovada a


licitação no montante de R$ 193.350,00, tendo sido realizadas, no entanto, despesas no
valor total de R$ 221.048,15, ao mesmo fornecedor, ficando, portanto, sem licitação o
valor de R$ 27.698,15. A defendente informou que houve um termo aditivo no valor de
R$ 28.600,00, todavia não fez a comprovação. Por ter adquirido o combustível ao
mesmo fornecedor, e sendo possível, pela Lei 8666/93, o acréscimo no contrato em até
25% do valor inicial pactuado, o Relator entende que a falha pode ser relevada.

Já em relação às aquisições de medicamentos feitas à firma Cirúrgica Nossa


Senhora da Luz, houve licitação para despesas no total de R$ 68.902,34, no entanto,
despesas no total de R$ 31.182,05 estavam descoberta de licitação. Considerando-se o
valor envolvido, que representa 0,60% da despesa realizada da Prefeitura, e sendo a
única despesa descoberta de tal procedimento, o Relator entende que a falha pode ser
relevada, sobretudo porque não houve indicação de dano ao erário.

Com relação às demais despesas não licitadas (aquisições de material de


construção, aquisição de pneus, gêneros alimentícios e material de limpeza), o Relator
entende que, por se tratarem de gastos realizados durante todo o exercício, cujos valores
mensais não ultrapassaram o limite de dispensa, não está evidente a necessidade de
processo licitatório.

No que diz respeito aos combustíveis, para calcular os gastos, a Auditoria tomou
como base declarações fornecidas pelos próprios condutores dos veículos, nas quais
informaram o consumo médio, distância diária percorrida e quantidade de dias
trabalhados durante um mês, conforme documentos de fls. 1542/1577. Em sua defesa, a
interessada apresentou uma planilha, elaborada pelo chefe do setor de transporte, com
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valores diferentes daqueles apresentados ao órgão técnico, contudo, sem embasar em


documentos.

Registre-se que a Auditoria acatou as alegações de que era fornecido óleo diesel
a alguns ônibus alugados pela prefeitura, tendo em vista que foram encaminhados os
contratos, prevendo que o abastecimento seria de responsabilidade da Prefeitura.
Todavia, não aceitou, o órgão de instrução, o fornecimento de combustíveis a veículos
dos Secretários Municipais, pois não há comprovação de que os veículos estavam a
serviço da prefeitura. Assim deve ser imputado débito à gestora no valor de
R$ 41.004,13.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.

Te - PLENÁRIO JOÃO AGRIPINO, em 19 de março de

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sti ~o ~va Santos
Relator

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. Ana erêsa Nóbrega
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Procuradora Geral

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