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Soma - [Do gr. sôma. ‘corpo’.] 1 Conjunto de tecidos do corpo vivo que mantém e transmite o
germe, elemento de perpetuação da espécie. 2 O organismo considerado como expressão
material, em oposição às funções psíquicas.
Etno - [Do gr. éthnos, Raça, nação, povo]. Elemento de composição em palavras como etnologia,
etnogenia
Sociedade - Conjunto de pessoas que vivem em certa faixa de tempo e de espaço, seguindo
normas comuns, e que são unidas pelo sentimento de consciência do grupo.
Sociabilidade - [Do lat. sociabile, ‘que pode ser unido’] Qualidade de sociável. Tendência para a
vida em sociedade; socialidade
Sociologia - A sociologia é o estudo dos processos pelos quais indivíduos humanos, fisicamente
separados no espaço, do ponto de vista biológico, combinam-se para formar unidades maiores
(grupos sociais) capazes de ações em conjunto.
“A sociologia, como ciência que estuda a organização e a evolução da sociedade, surgiu
na França do séc. XIX, reagindo contra as doutrinas e os efeitos da Revolução Francesa, que tinha
destruído as organizações sociais não-estatais, transformando a sociedade em soma de
indivíduos. Explica-se assim a tendência anti-revolucionária no pensamento de Auguste Comte,
que é o verdadeiro fundador da sociologia, criador do próprio termo. Nos países anglo-saxônicos,
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onde o Estado liberal não atingira tão fortemente as possibilidades organizatórias da sociedade, a
sociologia informou-se por espírito liberal-progressista (Mill, Spencer), adotando parcialmente as
doutrinas do darwinismo. O estudo verdadeiramente científico dos fatos sociais começa na França
com Durkheim e sua escola (Mauss, Halbwachs). [Entre os conceitos estudados por Durkheim
podemos citar o conceito de fato social, o de fato social total, o de solidariedade orgânica e o de
solidariedade mecânica]. Houve, paralelamente, tentativas de transformar a sociologia em ciência
matematicamente exata e, pela extração de leis gerais, torná-la aplicável à interpretação da história
e previsão do futuro (Pareto), tendência que chegou a confundir a sociologia com a ciência da
história, invocando-se Vico como precursor (Croce, Spengler, Tonybee etc). Uma das possíveis
tendências contrárias a esse movimento foi a sociologia de Max Weber, que, procedendo pela
compreensão dos fenômenos do passado, formula tipos ideais, usando-os como critérios da
realidade social; outra tendência contrária ao cientificismo limita a sociologia a elaboração de um
sistema de relações formais (Wiese, Talcott Parsons), abstraindo deliberadamente dos fatos de
poder e conflito. A influência desse formalismo explica, em parte, a aversão, durante muito tempo,
dos marxistas contra qualquer sociologia, aversão que foi superada por pensadores como Gramsci
e Wright Mills”. (Enciclopédia Delta Larousse)
Raça - [Do it. Razza] Conjunto de indivíduos cujos caracteres somáticos, tais como a cor da pele, a
conformação do crânio e do rosto, o tipo de cabelo, etc, são semelhantes e se transmitem por
hereditariedade, embora variem de indivíduo para indivíduo. (Dicionário Aurélio).
A noção de “raça” como um tipo acabado está totalmente superada, de modo que é um
absurdo pretender tirar do conceito qualquer implicação de caráter sócio-cultural como se fazia
antigamente (Da Matta).
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Antropologia (Antropologia Geral) - Ciência social que tem por objeto o estudo e a classificação
dos caracteres físicos dos grupos humanos, assim como, também, de sua linguagem, produção
material e sistemas de organização social, compreendendo que a cultura humana forma-se dentro
de um ritmo dialético com a natureza, através de respostas específicas de cada sociedade a
estímulos universais.
“A Antropologia compreende que foi respondendo à natureza que o homem modificou-se e
assim inventou um plano onde pode simultaneamente reformular-se, reformulando a própria
natureza. Neste nível, estamos na região das regras culturais, quando nós temos uma resposta e
também um reflexo dessa resposta no sujeito. Assim, se a temperatura da Terra mudou, os
homens inventaram cobertas e abrigos. Mas, isso não é tudo, porque tais cobertas e abrigos
variam. Não porque existisse alguma razão interna, mas porque a resposta foi pensada em termos
de regras, como algo externo e percebido como tal. Apenas podemos dizer que o homem deverá
responder, mas não podemos prever efetivamente como será essa resposta. O homem, assim, é o
único animal que fala de sua fala, que pensa o seu pensamento, que responde a sua própria
resposta, que reflete o seu próprio reflexo e que é capaz de se diferenciar mesmo quando está se
adaptando a causas e estímulos comuns”.
Esta Antropologia abandona a perspectiva evolucionista, do final do séc. XIX e início do
séc. XX, muito simplificadora, segundo a qual a existência social foi realizada em etapas: primeiro
o físico , depois o social; primeiro o grito, depois a fala; primeiro o indivíduo, depois o grupo. Para a
Antropologia contemporânea a plasticidade humana é que permite descobrir sua variabilidade, já
que ela apenas indica o caminho de alguma reação, mas não pode determinar com precisão a
resposta. De fato, neste sentido, o homem é realmente livre. (Da Matta. Relativizando, 1981)
Subdivisões: Antropologia Biológica, Antropologia Cultural (ou Social), Arqueologia,
Lingüística e Etnologia
Antropologia Biológica - Outrora, no século XIX, era definida como Antropologia Física,
restringindo-se a medições de crânios e esqueletos, muitas vezes com a intenção de estabelecer
sinais que pudessem servir como diferenciadores das “raças” humanas. “Hoje, o especialista em
Antropologia Biológica dedica-se à análise das diferenciações humanas utilizando esquemas
estatísticos, dando muito mais atenção ao estudo das sociedades de primatas superiores (como os
babuínos e gorilas), à especulação sobre a evolução biológica do homem em geral – apreciando,
por exemplo, a evolução do cérebro ou do aparato nervoso e ósseo utilizado e mobilizado para
andar; ou está dedicado ao entendimento dos mecanismos e combinações genéticas fundamentais
que permitam explicar diferenciações de populações e não de raças”. (Da Matta. Relativizando,
1981)