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08/10/2011

BACILOS GRAM NEGATIVOS

Fastidiosos

FASTIDIOSOS
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Grupo heterogêneo de bactérias que apresentam como característica
comum exigências especiais de condições de cultivo.

Estas condições variam para cada microrganismo, podendo ser a


necessidade de CO2, crescimento lento com a necessidade de até 30
dias de incubação (Brucella), adição de fatores especiais de
crescimento, etc.

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FASTIDIOSOS
Com base na importância clínica e epidemiológica há dois grupos:
Grupo A: maior interesse clínico e epidemiológico
Grupo B: casos clínicos esporádicos / microbiota oral humana
GRUPO A
Bordetella pertussis /parapertussis (Homem Secreções de vias aéreas -
coqueluche)

Bartonella spp. - Humanos infectados por mordida ou arranhão de gato,


picada de piolho infectado)

Brucella spp. Mamíferos domésticos (Leite e derivados, carne, sangue,


secreções de animais doentes)

Haemophilus spp. Homem (Secreções de vias aéreas)

Legionella spp. Meio ambiente/água Inalação de água contaminada

Pasteurella spp. Animais domésticos/silvestres (Mordidas e secreções).

Haemophilus influenzae
Bacilo Gram negativo, curto, isolado, aos pares e por vezes em
cadeias curtas, responsável por infecções respiratórias.

O gênero Haemophilus é considerado fastidioso, por ser exigente


nutricionalmente.

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Haemophilus influenzae
Diferentes espécies de Haemophilus podem ser encontradas como
flora normal da nasofaringe e orofaringe (50% da população),
geralmente cepas não capsuladas.

Várias são as infecções causadas por H. influenzae, sendo H.


influenzae do tipo B as cepas mais virulentas.

Doenças causadas por cepas não B e não tipáveis:


Maiores de 9 anos
Adultos associados a doença de base predisponente (neoplasia,
AIDS, alcoolismo, DPOC, etc).
Podem ainda causar traqueobronquite e pneumonia, bacteremia,
conjuntivite, otite (segunda causa depois do pneumococo),
sinusite.

Haemophilus influenzae
Cepas do H. influenzae B podem representar colonização:
- Rara nos adultos;
- Cerca de 5% nas crianças.
Doenças causadas pelo H. influenzae B principalmente na
infância:

Meningite,
Epiglotite,
Pericardite,
Pneumonia,
Artrite séptica,
Osteomielite,
Celulite facial.
Mais raramente: peritonite e infecção urinária em crianças
menores que cinco anos.

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Haemophilus influenzae

Material clínico: Sangue, LCR, secreções, etc.

Meio específico: Ágar chocolate de cavalo.

•Ágar Sangue neg


•MacConkey neg

Tempo de incubação: 48-72 h até 7 dias.

Bacilo Gram-negativo Hemólise neg GLI neg


Oxidase + Uréia variável SAC neg
Motilidade neg Indol variável LAC neg
Uréia variável Catalase +

•Verificar hemólise em ágar sangue de cavalo


•GLI = glicose SAC = sacarose LAC = lactose

Haemophilus influenzae

Amostras de H. influenzae dependem de ambos os fatores (X e V)


para seu crescimento (fastidioso):

Fator X (hemina, hematina)

Fator V (NAD coenzima I ou


NADP coenzima II)

Amostras de H. parainfluenzae necessitam do fator V para


crescimento, portanto, só há crescimento bacteriano ao redor das
fitas de papel impregnadas com fator V.

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No ágar com 5% de sangue de carneiro quando aquecido (em torno


de 80°C), ocorre a lise das hemácias com liberação dos fatores X e
V, além da inativação das enzimas hidrolíticas do fator V. Por isso,
o ágar chocolate é o meio preferencial de crescimento para estas
espécies.

Podemos também utilizar métodos bioquímicos para identificação


das espécies, além da biotipagem para as espécies H. influenzae e
H. parainfluenzae e a sorotipagem para espécies capsuladas como
H. influenzae.

TESTE DO SATELITISMO

Observar o crescimento das colônias de Haemophilus ao redor


das colônias de S. aureus.

A hemólise causada pela colônia estafilocócica em ágar sangue


libera o fator V promovendo assim o crescimento de Haemophilus.

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Haemophilus influenzae
NITROCEFIN = cefalosporina cromogênica
Liberação de um radical cromogênico, que irá ocasionar uma
mudança de cor quando o anel beta-lactâmico é rompido pela ação
da beta-lactamase da bactéria.

Positivo para produção de beta-lactamase = resistência à ampicilina


e amoxicilina (antibióticos beta lactâmicos).

O teste do nitrocefin apresenta resultados fidedignos para detecção


da produção de beta-lactamase em isolados de:
Haemophilus spp.
Neisseria gonorrhoeae
Moraxella catarrhalis
Staphylococcus spp.
Enterococcus spp., etc.

Bordetella pertussis
Os membros do gênero Bordetella são pequeno cocobacilos Gram
negativos no isolamento primário. São considerados fastidiosos.

São aeróbios obrigatórios, imóveis, com crescimento ótimo entre 35 a


37ºC, oxidase positivos e urease negativos.

Não utilizam carboidratos e são inativos na maioria das provas


bioquímicas.

Crescem em ágar Bordet-Gendou e Regan-Lowe (de 2 a 6 dias).

Não crescem em ágar sangue, chocolate e MacConkey.

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Bordetella pertussis
B. pertussis fixa-se ao epitélio das vias
respiratórias superiores.

O material coletado é o aspirado de nasofaringe


(com salina) e Swab de dracon e haste de plástico.

A doença causada por B. pertussis é a coqueluche. Seres humanos


são os únicos hospedeiros e a transmissão ocorre por gotículas de
aerossol de indivíduos com tosse.

O estado gripal inicial evolui para tosse persistente,


acompanhado de vômito e cianose, febre e outras
complicações (hérnia inguinal e prolapso retal).

Tem importância epidemiológica em crianças entre 6 meses a 1 ano


com maior risco de adquirir coqueluche (esquema vacinal
incompleto de 3 doses). É mais frequente em meninas do que
meninos.

O número de casos de coqueluche registrados no País dobrou em relação


ao ano passado - passou de 291 pacientes confirmados para 583.
O aumento de registros da doença serve de alerta para a importância da
vacinação de crianças, que devem receber doses da vacina Tetravalente
(difteria, tétano, coqueluche e meningite) aos dois, quatro e seis meses de
vida, com dois reforços na infância.
Segundo Barbosa, o crescimento de casos ocorre pelo que se chama de
"acúmulo de suscetíveis". A estimativa é de que, a cada ano, cerca de 5%
das crianças não sejam imunizadas - ou por não terem tomado a vacina ou
por algum problema no seu sistema imunológico.
"Há uma preocupação maior com as crianças menores de 2 meses, que
ainda não foram imunizadas, afirma a infectologista Isabella Ballalai,
presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, seção Rio de Janeiro
(SBIm-RJ).
Dados da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo mostram que as
cinco crianças que morreram na cidade, até 17 de agosto, tinham menos de
um ano de idade; e 70% dos casos confirmados da doença eram de bebês
com menos de seis meses (quando as três doses da vacina ainda não foram
ministradas).
"A literatura mostra que de 20 a 25% das tosses com mais de 14 dias são
coqueluche. Mas o médico não pensa nisso. Considera um problema
resolvido e trata como alergia". http://br.noticias.yahoo.com/dobram-casos-
coqueluche-pa%C3%ADs-231500695.html

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BACILOS GRAM NEGATIVOS

Bacilos não fermentadores - BNFs

BACILOS NÃO FERMENTADORES

Biofilme – P. aeruginosa

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A identificação dos BNFs sempre foi um desafio para os laboratórios


de rotina em microbiologia.

A maioria não realiza provas de identificação, ou o faz de maneira


elementar em virtude de:

Pouca incidência em amostras ambulatoriais


Complexidade na identificação
Elevado custo dos esquemas completos de identificação

A caracterização deste grupo de bactérias é de grande importância


nos casos de infecção hospitalar.

BACILOS NÃO FERMENTADORES


Os bacilos Gram negativos não fermentadores (BNFs) são
caracterizados por:

 Serem microrganismos aeróbios estritos


 Não esporulados
 Incapazes de utilizar carboidratos como fonte de energia através
de fermentação, degradando-os pela via oxidativa.

Indícios que um MO desconhecido é um BNF:

Ausência de fermentação da glicose (NÃO FERMENTADORES)


Reação Citrocromo- oxidase POSITIVO
Pouco ou ausência de crescimento em ágar MacConkey

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BACILOS NÃO FERMENTADORES


O número de BNFs conhecidos é muito grande. Foram selecionadas
aquelas consideradas na atualidade de maior importância clínica (*) e as
demais para diagnóstico diferencial entre si.

BNFs de importância clínica:

􀂃 Acinetobacter spp.*  Alcaligenes spp.*


􀂃 Achromobacter spp. Bordetella bronchiseptica.
􀂃 Burkholderia cepacia * Chryseobacterium (Flavobacterium) spp.*
􀂃 Methylobacterium spp. Moraxella spp.*
􀂃 Pseudomonas aeruginosa * Pseudomonas fluorescens
􀂃 Pseudomonas luteola Pseudomonas oryzihabitans
􀂃 Pseudomanas putida Pseudomonas stutzeri
􀂃 Pseudomanas pseudomallei * Roseomonas spp.
􀂃 Stenotrophomonas spp.* Shewanella spp.
􀂃 Sphingobacterium spp. Sphingomonas paucimobilis

CONSIDERAÇÕES PARA BNFs

Ausência da fermentação da glicose: Os ácidos produzidos pelos


BNF são mais fracos do os produzidos pelos fermentadores.

Existem outros bacilos G (-) oxidase + que não são BNFs:


Pasteurella spp., Aeromonas spp.; Plesiomonas spp., Vibrio etc.

Ausência ou pouco crescimento em ágar MacConkey. Bacilos Gram


negativos que crescem em ágar sangue mas exibe pouco ou
nenhum crescimento em ágar MacConkey devem ser considerados
BNFs. Isso não é regra, pois bacilos G - exigentes também não o
fazem.

Motilidade
Um meio ágar semi-sólido pode não ser apropriado para BNFs (só
crescem na superfície do ágar). Deve-se efetuar uma semeadura por
punção nos 4 mm superiores com leitura dentro de 4 a 6 horas
(25C).

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CONSIDERAÇÕES PARA BNFs

Pigmento
Os BNFs produzem alguns pigmentos, os quais são úteis na
identificação de uma espécie.

Hidrólise da uréia
Muitos BNFs necessitam de meios enriquecidos para seu
crescimento, por isso utiliza-se a uréia de Christensen em superfície
inclinada, com inóculo denso. Pode levar de 4 a 48 horas para
ocorrer reação.

Hidrólise da esculina
Utilizada para diferenciar algumas Pseudomonas de pigmento
amarelo. Recomenda-se meio esculina sem bile (inibição de
algumas espécies de BNFs).

Indol
Para BNFs de reação fraca é necessário um meio enriquecido
(triptofano ou BHI).

BACILOS NÃO FERMENTADORES


Baixa incidência em hospitais (comparada a outros agentes
etiológicos), mas apresentam resistência elevada a vários
antibióticos e são capazes de causar infecções graves.

Estas bactérias colonizam e causam infecções, em especial, em


pacientes graves oriundos de UTI e submetidos à procedimentos
invasivos, sendo importante classificá-los até o nível de gênero e
espécie.

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BNFs - Acinetobacter spp.


Epidemiologia

· São cocobacilos Gram negativos, não fermentadores, imóveis,


oxidase negativos.
· São amplamente distribuídos pela natureza
· Estão no ambiente do hospedeiro: reservatório de água, alimentos,
flores cortadas, pias, sanitários, equipamentos respiratórios
(umidade) e de diálise e até em desinfetantes. Pode estar presente
nas mãos de profissionais da saúde e colonizando a pele de
pacientes.
· Algumas espécies são patogênicas, mas isso ocorre em condições
de oportunidade.
· Não persistem como flora normal, a não ser em indivíduos
hospitalizados, causando bacteremias e infecções respiratórias.

BNFs - Acinetobacter spp.

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BNFs- Pseudomonas aeruginosa


O representante mais importante dos BNFs é a Pseudomonas
aeruginosa (mais de 70% das infecções se dão por bactérias
aeróbias estritas).

Na maioria da vezes ela não causa doença em indivíduos normais,


embora tenha muitos fatores de virulência.

Tal bactéria é ubíqua, ou seja, cresce em vários lugares e é


oportunista (não faz parte da flora normal residente).

Sua simples presença não tem significado pois várias vezes não
causa doença.

Trypic Soy Agar (TSA) Pseudomonas Isolation Agar.

BNF- Pseudomonas aeruginosa


Pseudomonas aeruginosa é encontrada na natureza (solo, água,
plantas e animais). A identificação de P. aeruginosa ocorre por
produção de piocianina e fluoresceína. A temperatura de crescimento
ideal é 37°C, mas pode crescer até 42°C.

Pseudomonas aeruginosa causa infecção do trato urinário,


respiratório, dermatites, bacteremia, infecção de articulações e
ossos, gastrointestinais, infecções em pacientes com queimaduras,
cancer e AIDS (imunossuprimidos).

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BNF- Pseudomonas aeruginosa


O isolamento da bactéria encontra-se em ambiente hospitalar (é um
patógeno nosocomial).

A infecção é um sério problema em pacientes hospitalizados como


câncer, fibrose cística e queimaduras. Portanto, está relacionada a
condições de oportunidade (oportunista) quando há queda do
sistema imunitário:
·Infecções pulmonares (fibrose cística-imunodeficiência com
produção de muco leva à maior susceptibilidade da mucosa à
infecção)
· Infecções primárias de pele (queimaduras)
· Infecções de ouvido
· Infecções oculares
· Endocardite

Requisitos mínimos para a identificação definitiva de P. aeruginosa

Bacilo Gram negativo


Motilidade positiva
Oxidase-positiva
Odor típico de fruta (uva ou milho)
OF-GLI oxidativo
Indol negativo
Morfologia = colônias grandes, brilho metálico, mucóides,
rugosas, pigmentadas (piocianinas, fluoresceína) e beta-hemolítico
em ágar sangue.
Ágar cetrimide: Sua coloração é âmbar claro e na presença da
bactéria torna-se azul ou azul-esverdeado.

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Cocos Gram-negativos

Infecções causadas por Neisseria

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As espécies de Neisseria tem como característica morfológica


serem diplococos Gram negativos mais achatadas nas laterais,
dando a forma de rins ou dois grãos de feijão unidos por uma
ponte.

Todas as neisserias são oxidase positivas e catalase positivas,


exceto Neisseria elongata e Kingella denitrificans.

Infecções Causadas por Neisseria

A Neisseria meningitidis (meningococos) é uma bactéria tipo


diplococo Gram-negativo cujo hospedeiro natural é o ser
humano.

Os meningococos podem causar meningite, infecção do sangue


e outras infecções graves em crianças e adultos.

A Neisseria gonorrhoeae causa a blenorragia (gonorréia), uma


doença sexualmente transmissível que pode infectar a uretra, a
vagina e o ânus e que pode se disseminar até as articulações.

Muitas outras espécies de Neisseria normalmente habitam a


garganta, a boca, a vagina e o intestino, mas elas raramente
causam doença.

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Neisseria gonorrhoeae

É sempre considerada patogênica, de transmissão sexual ou pelo


parto e indicativa de tratamento.

HOMEM-causa uretrite, sendo até 50% assintomática e está


relacionada a complicações como epididimite, prostatite e estenose
uretral.

MULHER- corrimento vaginal, endocervicite, uretrite, abscessos e


doença inflamatória pélvica. Pode ser isolada também na mucosa oral
e anal.

RÉCEM-NASCIDOS- conjuntivite
denominada Oftalmia neonatorum.

Neisseria gonorrhoeae

DOENÇA SISTÊMICA DISSEMINADA - 1 a 3% dos pacientes


infectados, principalmente em assintomáticos e caracterizada por
febre, tremores, lesões cutâneas, artrite de extremidades. Pode
ocorrer meningite e endocardite.

As lesões cutâneas são do tipo máculo-pustulares ou hemorrágicas,


com centro de necrose.

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ISOLAMENTO Neisseria gonorrhoeae

Material clínico para isolamento (escolha depende dos sintomas):

Uretral
Endocervical (sexualmente ativas/ vaginal em meninas)
Retal (secreção, não fezes)
Orofaringe
Conjuntiva
Glândula de Bartholin
Trompas
Endométrio
Líquido sinovial
Lesões de pele
Sangue

Neisseria gonorrhoeae - Recomenda-se:

Utilizar swab com algodão atóxico ou swab de Rayon ou Dacron.

Semear o mais rápido possível nos meios sólidos, e usar placas


aquecidas préviamente em estufa.

Urina pode ser utilizada, após centrifugação rápida e semeadura do


sedimento.

Em meio seletivo, deve-se, no entanto, preferir outros materiais com


maior chance de isolamento.

Usar frascos de hemocultura sem o anticoagulante SPS que é inibidor


para as N. gonorrhoeae (Ex: Caldo BHI com 1% de gelatina).

Em lesões de pele preferir a biópsia que o swab.

Incubar em jarra com umidade e vela.

Sempre realizar bacterioscopia pelo Gram.

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Neisseria meningitidis

Pode causar meningite, infecção sistêmica grave com coagulação


intravascular disseminada (CIVD) e elevada mortalidade, podendo
causar em associação outras infecções (conjuntivite, artrite, sinusite
e pneumonia).

Em mucosas pode ser isolada em portadores sãos em 5 a 15 % dos


indivíduos e por períodos de semanas a meses.

A transmissão se faz por vias aéreas.

Neisseria meningitidis

Materiais clínicos para isolamento, de acordo com aspectos clínicos:

LCR

Sangue (usar frascos de hemocultura sem SPS como


anticoagulante)

Aspirado de petéquias

Sufusões hemorrágicas ou biópsias

Liquído sinovial

Swab de conjuntiva

Aspirado traqueal, ou transtraqueal ou escarro

Swab de nasofaringe (preferível a swab de orofaringe)

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As diferentes espécies de Neisserias são analisadas juntamente


com as bactérias abaixo listadas, devido as características
morfológicas de serem cocos ou cocóides ao Gram e pela
possibilidade de haver confusão na sua identificação:

Moraxella catarrhalis
Moraxella spp.
Acinetobacter spp.
Kingella spp.
Alcaligenes spp.

Quanto a sua importância clínica, a maioria das Neisserias é


comensal vivendo em mucosas de humanos e animais.

Moraxella (Branhamella) catarrhalis

CRIANÇAS E ADULTOS JOVENS- Potencial patógeno de vias


aéreas.

Causa com maior freqüência otite, sinusite e pneumonia. Mais


raramente pode causar endocardite e meningite.

IDOSOS- após o Haemophylus influenzae e o Pneumococo, constitui


a terceira causa de pneumonia em pacientes com doença pulmonar
obstrutiva crônica.

ADULTOS- raramente é isolada em pacientes assintomáticos.

Cerca de 80% das cepas são produtoras de beta-lactamase, e são


detectadas através do teste do Nitrocefin (cefalosporina
cromogênica).

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Moraxella (Branhamella) catarrhalis

Material clínico

Otite média: Timpanocentese (secreção colhida com swab).


Em geral revela flora contaminante, exceto se rompimento
espontâneo muito recente e sem uso prévio de antimicrobianos.

Sinusite: Aspirado de seios da face comprometidos.

Infecções do trato respiratório inferior/pneumonia:


Escarro, aspirado traqueal, transtraqueal podem ser úteis ou BAL,
quando indicado e comparados com bacterioscopia.

BACTERIOSCOPIA E IDENTIFICAÇÃO
A partir das amostras genitais, LCR, biópsia, etc., deve-se sempre
reservar material para a bacterioscopia, fazendo o esfregaço no
momento da coleta, ou colhendo dois swabs, ou material suficiente
para a semeadura e bacterioscopia.

Quando o swab é único, no caso das Neisserias dá-se preferência à


semeadura imediata e posteriormente fazer um esfregaço do
sedimento.

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BACTERIOSCOPIA E IDENTIFICAÇÃO

Relatar a bacterioscopia de modo a quantificar no material analisado


a presença ou ausência de diplococos Gram negativos com
características de Neisserias em:
- raros (+)
- poucos (++)
- moderados (+++)
-muitos (++++)

Descrever se os microrganismos são extra-celulares ou intra-


celulares e quantidade de neutrófilos e de células epiteliais.

BACTERIOLOGIA

A identificação de N. meningitidis e N. gonorrhoeae pode ser feita


em dois níveis: presuntivo e confirmatório.

Em serviços de Saúde Pública onde a prevalência de DSTs e


gonorréia é significativa, para o diagnóstico utiliza-se aspectos
clínicos e bacterioscopia positiva (Diplococos Gram negativos
intra-celulares) em pacientes de risco.

Na ocorrência de surtos de meningite meningocócica, o


diagnóstico presuntivo para fins de tratamento, também pode
basear-se na clínica e na bacterioscopia do LCR ou de lesões
(petéquias e púrpuras).

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TRANSPORTE E SEMEADURA DO MATERIAL

O ideal é semear imediatamente após a coleta em meio sólido, levar


para a estufa 36oC em jarra com vela ou com gerador de CO2 e
umidade.

O uso de meios de transporte como Stuart ou Amies deve ser


considerada uma alternativa de risco.

Para M. catarrhalis, os meios de transporte são adequados.

ÁGAR THAYER-MARTIN CHOCOLATE

É um meio rico e superior a outros meios de cultivo, pois contém


antibióticos que inibem o crescimento de Neisserias saprófitas e
outras bactérias (inibem enterobactérias, Gram positivos e fungos).

Usado para o isolamento seletivo de Neisseria gonorrhoeae e


Neisseria meningitidis, pois contém suplementos para suportar
crescimento.

Fazer o teste de oxidase das colônias sugestivas.

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NEISSERIA GONORRHOEAE

É sensível a variações de temperatura acima de 37oC ou abaixo de


35oC, de modo que a amostra não pode ser refrigerada.

Possível obter crescimento de algumas cepas em ágar sangue.

Recomenda-se ágar chocolate enriquecido com suplemento com l-


cisteína, NAD e vitaminas. Não crescem em ágar sangue.

Secreção retal, swab de orofaringe ou outros materiais (mais


contaminados), semear em meio seletivo como Thayer Martin
modificado (TMM) ou meio New York City (NYC).

Neisseria meningitidis

É um pouco mais tolerante a variações de temperatura, mas


recomenda-se para transporte ambientes com CO2.

Cresce bem em ágar sangue, mas por precaução, deve-se semear


também em ágar chocolate.

Materiais com maior flora contaminante ou menor expectativa de


isolamento, semear, além do meio rico, em meio seletivo como
Thayer Martin modificado (TMM) ou meio New York City (NYC).

Incubar em jarra com umidade (bola de algodão e água estéril) e CO2


(jarra com vela ou gerador de CO2).

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IDENTIFICAÇÃO EM CULTURA
As N. gonorrhoeae crescem em ágar chocolate formando colônias
pequenas, sendo em geral menores que as de neisserias saprófitas.
A cor pode variar de cinza a amarelo.

As colônias de N. meningitidis A e C capsuladas apresentam


mucóides.
Deve-se sempre colher
material para cultura,
possibilitando a confirmação e
monitoramento da resistência
destas bactérias.

Moraxella (Branhamella) catarrhalis


Tolera temperatura ambiente e cresce bem em ágar sangue.

Material estéril ou com pouca microbiota (LCR, sinovial, sangue,


biópsia, conjuntiva, nasofaringe).

Pode usar meio não seletivo

A colônia da M. catarrhalis é de cor cinza róseo-acinzentado, sendo


comumente friável, saindo inteira quando removida com a alça
bacteriológica.

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DIFERENCIAÇÃO EM ÁGAR CHOCOLATE

Um recurso prático para evitar erros de identificação de


Acinetobacter spp. e Kingella spp. como Neisserias é:

-Semear o agente suspeito em ágar chocolate.

-Colocar um disco de penicilina de 10 UI.

-Após 24h fazer um Gram das colônias que crescerem próximas a


zona de inibição.

-Se permanecerem cocóides = Neisseria (confirma-se o isolamento)

-Caso tenham adquirido a forma de bacilos longos, o isolado não é


de Neisseria.

Diagnóstico diferencial entre Neisserias e outros cocobacilos Gram


negativos

Morfol OXI CAT OF CTA DNAse AS MOT


Bactéria Gli Gli
Neisseria diplococo + + não cresce + neg + neg
meningitidis
Neisseria diplococo + + não cresce + neg neg neg
gonorrhoeae
Neisseria Diplococo/ + variável variável Variáve neg + neg
spp. bacilo (oxidativo) l

Moraxella diplococo + + inerte neg + + neg


catharralis

OXI = oxidase CAT=catalase OFGli=OF Glicose CTAGli= utilização da glicose em base


ágar cistina tripticase AS = crescimento em Ágar Sangue MOT = motilidade

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Como as Neisserias utilizam carboidratos por via oxidativa (não


fermentativa), a base Ágar Cistina Tripticase (CTA) adicionada de 1%
de cada um dos açúcares e com indicador vermelho de fenol tem
sido utilizado.

Glicose
Maltose
Lactose
Sacarose
Frutose.

Provas de rotina para diferenciar Neisserias patogênicas


Bactéria AC 22oC A. Nut. DNAse GLI MAL LAC SAC FRU
35oC

N. gonorrhoeae Neg Neg Neg + Neg Neg Neg Neg


N. meningitidis Neg variável Neg + + Neg Neg Neg
Outras neisserias + + Neg variável variável variável variável variável
M. catharralis + + + Neg Neg Neg Neg Neg
Kingella spp. variável + Neg + Neg Neg Neg Neg

AC = crescimento em ágar chocolate a 22oC


A. Nut. = crescimento em ágar nutriente a 35oC

+ GLI = glicose +
N. gonorrhoeae - N. meningitidis
MAL = maltose +
LAC = lactose
SAC = sacarose
FRU = frutose

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. Identificação de Neisseria meningitidis : Utilização de carboidratos

Neisseria meningitidis produz ácidos da oxidação da glucose e


maltose, mas não de sucrose ou lactose.

O ácido altera o indicador de pH (fenol) de vermelho para amarelo .

Controle
Glucose Maltose Lactose Sucrose Butirato
Microrganismo Negativo
(poço C) (poço D) (poço E) (poço F) (poço H)
(poço A)
- + - - - -
N. gonorrhoeae vermelho amarelo vermelho vermelho vermelho branco

- + + - - -
N. meningitidis vermelho amarelo amarelo vermelho vermelho branco

- - - - - +
M. catarrhalis vermelho vermelho vermelho vermelho vermelho azul

N. gonorrhoeae N. meningitidis Moraxella catarrhalis

N. sicca

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CarboFerm™ Neisseria Kit (Cat. no. Z98).

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