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Centro Histórico de Santos

Redescobrindo o Centro

A partir dos anos 90, Santos assume sua vocação turística e volta-se para seu
maior atrativo: o Centro, com sua riqueza histórica e arquitetônica e o patrimônio
turístico que ele representa. Hoje, inúmeras intervenções já estão concluídas: a
restauração de palácios, como a Bolsa Oficial de Café e da Banca Italiana di
Desconto, além de obras em andamento ou ainda no projeto. Entre as obras em
andamento, podemos destacar a revitalização do Largo Marquês de Monte Alegre, onde
a restauração e reforma da Estação do Valongo dará lugar ao Museu de Transporte e
à sede da Secretaria de Turismo de Santos. Outra grande intervenção que deverá
chamar a atenção de santistas e turistas para o Centro é o novo bonde turístico,
que agora corta ruas históricas com trilhos e fatos da Santos antiga. Acompanhe a
seguir os acontecimentos que marcaram a formação do Centro Histórico.

O princípio: 1540 – 1545

Surge o povoado santista, quando o Sr. Luiz de Góes e sua esposa Catarina mudam-se
para Enguaguaçu e constroem uma pequena capela sobre o Outeiro de Santa Catarina
(1). No mesmo ano, o fidalgo português Brás Cubas chega à região e instala uma
fazenda na Ilha Pequena (atual Barnabé). Em 1541, ele muda-se para Enguaguaçu,
onde constrói sua casa junto ao Outeiro e, no mesmo ano, transfere para ali o
porto da Vila de São Vicente. O Enguaguaçu, privilegiado por sua localização
geográfica, passa a denominar-se Porto, por ser parte integrante (e porto) da Vila
de São Vicente (2). Em 1543, é fundada a Santa Casa de Misericórdia de Todos os
Santos, a primeira do Brasil, cuja construção iniciou-se no ano de 1542 (3). Com o
aumento do comércio e um surto de crescimento, Brás Cubas concede foro de Vila ao
pequeno povoado, passando este a denominar-se Santos.
O que ver:
1. Outeiro de Santa Catarina: local de origem do povoado de Santos e fundação da
vila.
2. Cais do Valongo/Armazém 07: local exato do primeiro trapiche santista.
3. Praça da República: onde localizava-se a primeira Santa Casa.

Aspectos Urbanos: 1540 – 1545

No tempo de Brás Cubas, grande parte do Centro Histórico era utilizada para a
atividade pastoril que abastecia os curtumes localizados junto ao Morro do
Pacheco, instalações consideradas como as primeiras indústrias da cidade. Após a
fundação da Vila, são construídos a primeira Câmara e Cadeia e o Pelourinho,
principal instrumento de pena judicial (1). Na Vila, as propriedades eram
demarcadas por cruzes. Ainda hoje existe no Centro uma preciosa relíquia desses
tempos: um cruzeiro de granito que demarcava o início da antiga Rua da Cruz, atual
Itororó (2).
O que ver:
1. Praça da República: ali existiu a primeira Câmara e Cadeia e o Pelourinho.
2. Igreja do Carmo: cruz de granito que demarcava o início da Rua da Cruz.

Chegada dos religiosos: 1546 - 1763

Em 1546 são inaugurados a Câmara e Cadeia e o antigo Pelourinho (1). A Igreja da


Graça é inaugurada em 1570 (2). Em 1603, por ordem do Governador da Capitania, é
construída a Capela de Nossa Senhora do Monte Serrat sobre o Morro do Vigia (3).
Santos é atacada por piratas em 1615 e a população refugia-se no Monte Serrat. O
desabamento do Morro sobre os piratas consagra a santa como a padroeira da cidade.
Em 1640, chegam a Santos os frades franciscanos, que fundam um convento (4). Dez
anos depois, em 1650, são os beneditinos que fundam o Mosteiro de São Bento (5). É
inaugurada a Igreja de Nossa Senhora do Carmo em 1752, consagrada por prestar
serviços essenciais à comunidade (6).
O que ver:
1. Pça da República: sede da primeira Câmara e Cadeia e do Pelourinho.
2. Ruas do Comércio com José Ricardo: local da antiga Igreja da Graça.
3. Monte Serrat: abrigou a população quando dos ataques de piratas.
4. Igreja de Santo Antônio do Valongo: fazia parte do antigo Convento de São
Francisco.
5. Museu de Arte Sacra: antigo mosteiro de São Bento.
6. Igreja do Carmo: sede da Venerável Ordem Terceira do Carmo.

Aspectos Urbanos: 1546 - 1763

Com a produção de cana-de-açúcar no Nordeste, Santos entra em um longo processo de


estagnação, e só volta a crescer com a fundação da Vila de São Paulo de
Piratininga e o início das bandeiras. Com o desenvolvimento das relações
comerciais com São Paulo, surge um novo bairro, próximo ao início do Caminho do
Mar, denominado Valongo. Neste bairro se instalam as primeiras hospedarias e é
onde o porto se desenvolve. Por estar distante do núcleo já existente, o Largo da
Matriz com seus edifícios públicos (junto ao Outeiro de Santa Catarina), surge
entre os dois núcleos um caminho, mais tarde denominado Rua Direita, que veio a
tornar-se, já no final desse período, a mais importante Rua de Santos - a XV de
Novembro.
O que ver:
1. Rua XV de Novembro: antiga Rua Direita.

De Vila à Cidade: 1763 - 1867

Na passagem do século XVII para o XVIII, Santos tornava-se uma cidade


comercialmente próspera. Em 1763 nascia, em um casarão da Rua Direita (1), José
Bonifácio de Andrada e Silva, figura histórica que articulou a independência do
Brasil. Em setembro de 1822, D.Pedro I vem a Santos inspecionar tropas e
fortificações. No retorno, em 7 de setembro, declara a Independência do Brasil,
próximo à antiga localidade do Ipiranga. No dia 26 de janeiro de 1839, a Vila de
Santos é elevada à categoria de Cidade em ato comemorado na antiga Câmara e Cadeia
(2). A Inauguração da ferrovia São Paulo Railway (3) em 1867, construída para
escoar a produção de café do interior para o porto, coloca Santos em um novo ciclo
de sua história.
O que ver:
1. Câmara Municipal, antigo local onde existiu a residência de José Bonifácio.
2. Cadeia Velha: abrigou por alguns anos a Câmara Municipal.
2. Estação do Valongo: inaugurada em 1867, marca o início do ciclo cafeeiro
santista.

Aspectos Urbanos: 1763 – 1867

Em 1765, Santos possuía uma população fixa de 1.625 habitantes e 13 vias públicas.
Cortando a Vila, havia três ribeiros — São Bento, Itororó e São Jerônimo, que
nasciam nos morros e desaguavam no porto, atravessando a zona rural e urbana. A
cidade crescia, agora junto à Rua Direita, eixo entre o Valongo e o Largo da
Matriz. Nesse período, é construída uma nova alfândega (1) próxima ao Valongo,
novas igrejas, como a da Misericórdia (2), e uma nova Câmara e Cadeia (3). A Santa
Casa é transferida para o pé do Morro de São Bento. A água da cidade já provinha
da Fonte do Itororó (4), anos depois imortalizada em uma marchinha carnavalesca.
O que ver:
1. Cais do Valongo/Armazém 2: local onde existiu a segunda Alfândega.
2. Praça Mauá: localização exata da Igreja da Misericórdia.
3. Praça dos Andradas: Cadeia Velha
4. Fonte do Itororó: resquícios da fonte no sopé do Monte Serrat.

Café e Progresso: 1867-1929

Com a chegada da Ferrovia e do café, a cidade passou a crescer em proporção nunca


vista. Em 1882 era inaugurado o Theatro Guarany (1), que sediou inúmeros
espetáculos pró-abolicionimo e republicanos. Neste mesmo período, o governo
imperial abre concorrência e Cândido Gafrée e Eduardo Guinle (2) iniciam a
construção do primeiro trecho de cais organizado do país (3). Em 1894 é promulgada
pela Câmara a primeira constituição municipal do país (4). A Bolsa Oficial de Café
(5) é inaugurada em 1922, tornando-se, pela sua imponência, símbolo da riqueza
cafeeira. Um dos primeiros e luxuosos cassinos da cidade é inaugurado em 1924 (6).
Em 1929, o "crash" na Bolsa de Nova York leva à falência inúmeros empresários da
cidade. Toneladas de café são queimadas no porto por falta de compradores.
O que ver:
1. Theatro Guarany: principal palco dos movimentos abolicionista e republicano.
2. Monumento aos Guinle, na Praça Barão do Rio Branco.
3. Cais do Valongo, armazéns 1 e 2.
4. Casarões do Valongo: antiga Câmara, local da primeira constituição.
5. Bolsa Oficial do Café: marco da riqueza cafeeira.
6. Cassino Monte Serrat: arquitetura e sistema funicular preservados.

Aspectos Urbanos: 1867-1929

Em 1870, a população já era estimada em 10.000 habitantes. A cidade cresceu e a


área rural entre os morros e o porto deu lugar a ruas e quadras. O progresso
transformou Santos. A antiga Matriz (1), o Convento Franciscano (2), as Igrejas da
Graça (3) e da Misericórdia (4) e inúmeros casarões do período colonial foram
demolidos. Das 11 igrejas existentes restaram apenas 5. A região manguenosa da
praia do Valongo é aterrada, dando origem ao Largo Marquês de Monte Alegre, com a
nova sede da Câmara (5) e a nova Estação de Trem (6). Instalam-se na cidade
consulados, correios e telégrafos e inúmeras casas bancárias. Surgem as Praças
Mauá e dos Andradas. O desenvolvimento também leva a população a habitar áreas
mais distantes, como os bairros da orla.
O que ver:
1. Praça Antônio Telles: local da antiga Matriz.
2 e 6. Estação do Valongo, local do antigo Convento Franciscano.
3. Rua do Comércio, esquina com Rua José Ricardo.
4. Praça Mauá: sede da antiga Igreja da Misericórdia.
5. Casarões do Valongo, antiga Câmara e Prefeitura Municipal.

Transformação e Estagnação: 1929-1967

Após a craque de 1929, a economia começou a se recuperar. Em 1933, resultado da


política intervencionista de Getúlio Vargas foi criado o Depto. Nacional de Café e
a Bolsa foi fechada por tempo indeterminado. Em 1940, o jogo é proibido e o
Cassino Monte Serrat é fechado. A Bolsa é reaberta em 1942, funcionando como Bolsa
de Mercadorias e Futuro e centralizando operações de mercadorias em geral, mas já
registra sinais de decadência. Em 1952 é criado o Instituto Brasileiro de Café e,
em 1962, surge o café solúvel. O café perde força e o Centro entra em profundo
processo de estagnação.
Decadência e Preservação: 1967 - 1995

Santos sofre intervenção federal em 1968. Minas Gerais passa a oferecer incentivos
fiscais que atraem para lá a armazenagem do grão de café e inúmeros escritórios de
corretagem pedem concordata em Santos. Armazéns espalhados pelo Centro e Paquetá
fecham suas portas. O comércio sofre. Os Bancos S. Magalhães e Faro, os únicos
genuinamente santistas, são liquidados. Em 1980, o porto é reestatizado e entra em
processo de estagnação. Aumenta a fuga de carga para outros portos devido ao alto
custo das operações portuárias em Santos. Em 1988, a cidade retoma sua autonomia
administrativa. Em 1995, a Reforma do Outeiro de Santa Catarina marca o início de
revitalização do Centro.

Revitalização 1995-2000

As primeiras iniciativas do poder público para a recuperação do Centro ocorrem em


1989 e 1991, com a criação de incentivos fiscais e isenção de impostos para
imóveis restaurados e preservados. Mais tarde, o projeto "Cores da Cidade" dá nova
cara ao Centro, a Bolsa do Café é restaurada e é fundado o Museu dos Cafés
Brasileiros.
Num processo de reconscientização, o Centro passa a ser chamado Centro Histórico.
Inicia-se o Movimento Centro Vivo, reunindo empresários interessados na sua
revitalização. Em 1999, o novo plano diretor do Município contempla o Centro
Histórico com o Potencial de Crédito Construtivo, mecanismo de compensação pelo
não aproveitamento do terreno de imóveis históricos, que contribui profundamente
para a valorização do patrimônio arquitetônico do Centro. Em 2000, a inauguração
da linha do bonde turístico consolida o processo e o Centro Histórico passa a ser
roteiro obrigatório do desenvolvimento da cidade.

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