0 évaluation0% ont trouvé ce document utile (0 vote)
72 vues0 page
O documento discute o uso de antecedentes criminais no processo penal. Apesar de os antecedentes poderem funcionar como indícios, eles não são suficientes por si só para condenar alguém. O documento também menciona debates sobre a divisão do processo penal em fases de julgamento e aplicação da pena.
O documento discute o uso de antecedentes criminais no processo penal. Apesar de os antecedentes poderem funcionar como indícios, eles não são suficientes por si só para condenar alguém. O documento também menciona debates sobre a divisão do processo penal em fases de julgamento e aplicação da pena.
Droits d'auteur :
Attribution Non-Commercial (BY-NC)
Formats disponibles
Téléchargez comme PDF, TXT ou lisez en ligne sur Scribd
O documento discute o uso de antecedentes criminais no processo penal. Apesar de os antecedentes poderem funcionar como indícios, eles não são suficientes por si só para condenar alguém. O documento também menciona debates sobre a divisão do processo penal em fases de julgamento e aplicação da pena.
Droits d'auteur :
Attribution Non-Commercial (BY-NC)
Formats disponibles
Téléchargez comme PDF, TXT ou lisez en ligne sur Scribd
Sabe-se a importncia excepcional que apresenta, no processo, a personalidade do acusado. Na justia criminal no se julga uma relao jurdica, mas, sim, o homem a quem se atribui a prtica de crime. Por isso mesmo, os juzes so levados a atribuir grande relevncia aos antecedentes, neles fazendo repousar, comumente, a sua convico.
inegvel que os antecedentes podem funcionar como fonte de convencimento, constituindo o que os clssicos da prova chama de indcios de personalidade (ELLERO, Della crtica criminale, 1875, 147; MALATESTA, A lgica das provas em matria criminal, 1960, I, 251; GORPHE, Lapprciation des preuves en justice, 1947, 287; MITTERMAIER, Tratado de la prueba en matria criminal, 1929, 313).
Por isso mesmo, entendem que o processo penal no pode dispensar a informao sobre os antecedentes. Assim, GIANTURCO, La prova indiziaria, 1958, 100: Invero incontestabile che, sovente, proprio nei precedenti si trovano i meno fallaci indizi di colpevolezza, si che interdirne la conoscenza, come avviene secondo il sistema anglo-americano, sarebbe come volgere le spalle alla realt. Veja-se tambm CAPALOZZA, Precedenti penali e convincimento del giudice, in Giust. Pen., 1950, III, col. 315/316.
Quando se trata de causa em que a prova substancialmente indiciria, a personalidade do acusado passa, sem dvida, ao primeiro plano. J o observava, com preciso, FERRI, numa de suas defesas (Difese Penali, 1923, I, 522).
A matria tem dado lugar a amplos debates, nos ltimos tempos, por fora da influncia exercida pelo sistema anglo-americano, notadamente a diviso do processo penal em duas fases (a do julgamento e a da aplicao da pena). Em tal sistema, os antecedentes criminais do acusado somente so conhecidos aps a condenao. Veja-se, sobre o assunto, J. A. COUTTS, Lintrt gneral et lintrt de laccus ou cours du procs penal, Revue Sc. Crim. Droit Pnal Compar, 1965, 3, 629.
Por ocasio do X Congresso Internacional de Direito Penal, realizado em Roma, em 1960, no qual se examinou o tema da diviso do processo penal em duas fases (com largos e infrutferos debates), decidiu-se, afinal, que, em caso de efetuar- se tal diviso, o juiz deveria limitar-se, na primeira fase, a verificar a existncia do fato delituoso e a culpabilidade do agente, ou seja, do crime em seus elementos objetivos e subjetivos. E que no se deveria, na primeira fase, empreender o exame da personalidade do acusado, antes de decidir sobre sua culpabilidade (exceo feita a casos especiais em que pode haver inimputabilidade por doena mental, etc.). Decidiu-se ainda que, na medida do possvel, as informaes obtidas aos fins de escolha da sano penal e relativas s circunstncias pessoais do acusado, no deveriam ser reveladas sequer ao juiz antes da verificao do delito e da autoria. Essa seo do Congresso foi presidida pelo prof. LOUIS SCHWARTZ, tendo prevalecido a orientao do direito anglo-americano (cf. Revue Internationale de Droit Pnal, 1970, 1/2, 10).
Parece-nos, no entanto, difcil prescindir dos antecedentes criminais, como elemento indicirio, de conformidade com a velha tradio do direito continental. Coisa diversa o exame de periculosidade, que envolve certos direitos a serem respeitados, antes que se declare o ru culpado. Nesse ponto, o acordo mais fcil. Veja-se o trabalho de COHN, Les droits de l accus dans la procdure pnale en Israel, Revue Internationale de Droit Pnale, 1966, 1/2, 188.
certo, porm, que os meros antecedentes criminais desabonadores no bastam para condenar. Nesse sentido j decidiu o STF. Nesse sentido, tambm, o TA do antigo Estado da Guanabara, por sua 1. Cmara, na AC 2.800, relator o ilustre Juiz OCTAVIO PINTO: No bastam os pssimos antecedentes do agente para ser o mesmo condenado (DO de 09.11.70, p. 18.248).
------------------------- * Texto integral e original do verbete n. 17, da obra Jurisprudncia Criminal, 4. ed., Forense, Rio de Janeiro/RJ, 1982, p. 21-22.