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Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passa na cabeça do autor quando
ele escreve seu texto. É, antes, inferir. Se eu disser: “Levei minha filha caçula ao
parque.”, pode-se inferir que tenho mais de uma filha. Ou seja, inferir é retirar
informações implícitas e explícitas do texto. E será com essas informações que o
candidato irá resolver as questões de interpretação na prova.
Há de se tomar cuidado, entretanto, com o que chamamos de “conhecimento de
mundo”, que nada mais é do que aquilo que todos carregamos conosco, fruto do que
aprendemos na escola, com os amigos, vendo televisão, enfim, vivendo. Isso porque
muitas vezes uma questão leva o candidato a responder não o que está no texto, mas
exatamente aquilo em que ele acredita.
Vamos a um exemplo.
É mundialmente reconhecida a qualidade do champanhe francês. Imaginemos, então,
que em um texto o autor trate do assunto “bebidas finas” e escreva que na região de
Champagne, na França, é produzido um champanhe muito conhecido. Mais tarde, em
uma questão, a banca pergunta qual foi a abordagem do texto em relação ao tema e
coloca, em uma das alternativas, que o autor afirma que o melhor champanhe vendido
no mundo é o da região de Champagne, na França. Se você for um candidato afoito, vai
marcar essa alternativa como correta, certo?, sem parar para pensar que o autor não
havia feito tal afirmação e que, na verdade, o que ele assegurou foi que há um
champanhe que é muito conhecido e que é produzido na França. O fato de
possivelmente ser o melhor do mundo é uma informação que você adquiriu em jornais,
revistas etc. Entendeu a diferença?
Propositadamente, a banca utiliza trechos inteiros idênticos ao texto só para confundir o
candidato, e ao final, coloca uma afirmação falsa. Cuidado com isso!
Contudo, não basta retirar informações de um texto para responder corretamente as
questões. É necessário saber de onde tirá-las. Para tanto, temos que ter conhecimento da
estrutura textual e por quais processos se passa um texto até seu formato final de
dissertação, narração ou descrição.
Como o tipo mais cobrado em provas de concurso é a dissertação, vamos entender como
ela se estrutura e em que ela se baseia.
Quando dissertamos, diz-se que estamos argumentando. Mas argumentando o quê? A
respeito de quê?
Para formular os argumentos, antes necessitamos de uma tese, algo que vamos afirmar
e defender, a respeito de um determinado assunto.
Então, por exemplo, se o assunto é “Aquecimento global” é imperativo apresentar uma
tese baseada nele. Pode-se escrever “O aquecimento global tem sido motivo de
preocupação por parte dos cientistas”, ou “A população deve preocupar-se com o
superaquecimento do planeta” etc. O importante é que na tese esteja claro aquilo que
deverá ser sustentado por meio de argumentos.
O próximo passo é estabelecer quais argumentos poderão ser utilizados para tornar a
afirmação feita na tese cada vez mais sólida.
Apresentados os argumentos, basta concluir a dissertação.
Tudo o que aqui foi exposto é apenas ilustrativo para que se tenha idéia de como um
texto é estruturado e, a partir daí, estudar o texto apresentado e procurar no lugar certo a
resposta para cada questão.
Vejamos:
Normalmente, a tese é explicitada na primeira frase do primeiro parágrafo, coincidindo
com o que chamamos de “tópico frasal”, aquela sentença que usamos para chamar a
atenção em um texto e apresentá-lo de forma clara. Mas ela pode aparecer também na
última frase do primeiro parágrafo.
Disso decorre que sempre que precisar encontrar a tese do texto para responder a
questões sobre o que o autor pensa, por exemplo, deve-se procurá-la no primeiro
parágrafo.
Todavia, se a banca quiser saber em que o autor se fundamentou para fazer tal
afirmação, basta procurar a resposta nos parágrafos em que forem apresentados os
argumentos.
Por exemplo, na última prova do MPU, cargo Analista Processual, da banca Fundação
Carlos Chagas, foi perguntado aos candidatos o que revelava a argumentação do autor.
Dentre as alternativas apresentadas, bastava saber qual era fundamentalmente um
argumento utilizado pelo autor e o que ele demonstrava.
É, portanto, muito importante conhecer a estrutura de um texto para saber trabalhá-lo de
forma a fazer com que ele seja um aliado na conquista de um cargo público.
Classes Gramaticais
Substantivos
Adjetivos
Numerais
Pronomes
Advérbios
Preposições
Conjunções
Interjeições
Verbos
Regência Verbal
1) Classificação:
a) Cardinais - indicadores de contagem, medida
Ex.: dois limões - dez meninos
b) Ordinais - indicadores de ordem de um ser ou evento numa série
Ex.: o primeiro menino - décimo caso
c) Fracionários - indicadores de divisão dos seres
Ex.: meio; terço - comprei a quarta parte
d) Multiplicativos - indicadores de multiplicidade dos seres
Ex.: ganhei prêmio em dobro; triplo
Estudo dos Pronomes
1) Classificação:
a) de lugar - Ex.: perto, longe, aqui, acolá, lá...
b) de tempo - Ex.: ainda, jamais, nunca, sempre...
c) de modo - Ex.: bem, mal, assim, calmamente...
d) de intensidade - Ex.: muito, pouco, grandemente...
e) de negação - Ex.: não, nem...
f) de afirmação - Ex.: sim, certamente...
g) de dúvida - Ex.: talvez, porventura, quiçá...
2) Classificando-os, os advérbios interrogativos podem ser:
a) de lugar - Ex.: onde, aonde, de onde...
b) de causa - Ex.: por que, por qual motivo...
c) de modo - Ex.: como, de que forma...
d) de tempo - Ex.: quando...
e) de intensidade - Ex.: quanto...
3) Locuções Adverbiais - são as que correspondem a um advérbio:
Ex.: de repente, com certeza, à noite, às claras, às ocultas, por aqui...
1) Quanto a flexão, os advérbios só são variáveis em grau, admitindo somente:
a) grau comparativo - igualdade, superioridade, inferioridade
b) superlativo absoluto - sintético, analítico
c) diminutivo
Estudo das Preposições
1) Classificação:
a) essencial - quando funcionar como preposição; são essenciais, as preposições:
b) acidental - quando funcionar como, ou que pode exercer, outra função; são
acidentais, as preposições:
1) Classificação:
1- Coordenativas:
a) aditivas
b) adversativas
c) alternativas
d) conclusivas
e) explicativas
2- Subordinativas:
a) causais
b) concessivas
c) condicionais
d) conformativas
e) comparativas
f) consecutivas
g) finais
h) temporais
i) proporcionais
j) integrantes
2) Locuções Conjuntivas - eqüivalendo a uma conjunção:
Exemplos:
3) Funções:
1- Conjunções Coordenativas - as que servem para ligar orações do mesmo valor
sintático, dando-lhes idéia de coordenação, isto é, da mesma natureza e função.
2- Conjunções Subordinativas - as que servem para ligar orações dando-lhes idéia de
subordinação, isto é, de dependência.
Daí teremos que:
a) a conjunção coordenativa aditiva serve para ligar orações sem alterar-lhes a idéia
particular
b) a conjunção coordenativa adversativa serve para exprimir sentimentos ou
pensamentos opostos
c) a conjunção coordenativa alternativa serve para ligar orações cujos pensamentos se
excluem
d) a conjunção coordenativa conclusiva serve para indicar uma conclusão da oração
anterior
e) a conjunção coordenativa explicativa serve para desenvolver ou exprimir orações de
que se aproximam
f) a conjunção coordenativa subordinativa integrante serve para iniciar uma oração que
exerce a função de um substantivo
g) a conjunção subordinativa casual serve para exprimir a causa, motivo, do pensamento
expresso pela oração a que se liga
h) a conjunção subordinativa comparativa serve para exprimir idéia de comparação
entre dois elementos
i) a conjunção subordinativa concessiva serve para exprimir idéia de concessão,
permissão, consentimento ou hipótese ao modificar a outra oração anterior
j) a conjunção subordinativa condicional serve para exprimir a condição de pensamento
expresso
k) a conjunção subordinativa consecutiva serve para exprimir idéia de conseqüência
l) a conjunção subordinada final serve para exprimir circunstancia de fim
m) a conjunção subordinada temporal serve para exprimir idéia de tempo
n) a conjunção subordinada proporcional serve para indicar aumento ou diminuição que
se faz paralelamente, no mesmo sentido ou em sentido contrário
o) a conjunção subordinativa conformativa serve para exprimir idéia de conformidade
Colocação pronominal
É a parte da gramática que trata da correta colocação dos pronomes oblíquos átonos na frase.
Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente seguida,
algumas normas devem ser observadas sobretudo na linguagem escrita.
Existe uma ordem de prioridade na colocação pronominal: 1º tente fazer próclise, depois
mesóclise e e em último caso ênclise.
Próclise: É a colocação pronominal antes do verbo.A próclise é usada:
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo.
São elas:
a) Palavra de sentido negativo: não, nunca, ninguém, jamais, etc.Ex.: Não se esqueça de mim.
4) Orações que exprimem desejo (orações optativas). Ex.: Que Deus o ajude.
O pronome poderá vir proclítico quando o infinitivo estiver precedido de preposição ou palavra
atrativa.
Ex.: É preciso encontrar um meio de não o magoar./ É preciso encontrar um meio de não
magoá-lo.
Colocação pronominal nas locuções verbais
1) Quando o verbo principal for constituído por um particípio
a) O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar. Ex.: Haviam-me convidado para a festa.
b) Se, antes do locução verbal, houver palavra atrativa, o pronome oblíquo ficará antes do verbo
auxiliar. Ex.: Não me haviam convidado para a festa.
Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, ocorrerá a mesóclise,
desde que não haja antes dele palavra atrativa.
Ex.: Haver-me-iam convidado para a festa.
2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um gerúndio:
a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou depois do
verbo principal.
Ex.: Devo esclarecer-lhe o ocorrido/ Devo-lhe esclarecer o ocorrido.
Estavam chamando-me pelo alto-falante./ Estavam-me chamando pelo alto-falante.
b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois
do verbo principal.
Ex.: Não posso esclarecer-lhe o ocorrido./ Não lhe posso esclarecer o ocorrido.
Não estavam chamando-me./ Não me estavam chamando.
Observações importantes
Emprego de o, a, os, as
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral os pronomes o,a,os,as não se alteram. Ex.:
Chame-o agora. Deixei-a mais tranqüila.
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las.
Ex.: (Encontrar)Encontrá-lo é o meu maior sonho. (Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe, õe,), os pronomes o, a, os, as
alteram-se para no, na, nos, nas.
Ex.: Chamem-no agora. Põe-na sobre a mesa.
4) As formas combinadas dos pronomes oblíquos mo, to, lho, no-lo, vo-lo, formas em desuso,
podem ocorrer em próclise, ênclise ou mesóclise. Ex.: Ele mo deu. (Ele me deu o livro)