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ATLAS GEOGRÁFICOS MUNICIPAIS: O NOVO ATLAS ESCOLAR DO MUNICÍPIO DE

MACAÉ - RJ

Glaucio José Marafon, Miguel Ângelo Ribeiro, João Rua, Aluisio de Araújo da Costa Junior, Andréa
Teixeira Acioli Ferreira, Augusto da Costa Ribeiro Neto, Caio César Andrade Bezerra da Silva, Dayane
Moraes Vidal, Eduardo Araujo de Melo, Ícaro Azevedo, Jurandir Amaro Junior, Leandro Ribeiro
Cordeiro, Renata da Silva Corrêa, Sâmea Silva de Melo Barcelos, Vinicius Neves Vasconcelos
Instituto de Geografia - UERJ

Resumo
O Instituto de Geografia da UERJ, através do NEGEF (Núcleo de Estudos de Geografia Fluminense), ao
longo dos seus dez anos de trajetória desenvolvendo trabalhos sobre o espaço fluminense, acumulando
materiais informativos, objetivando colaborar para a ampliação (qualitativa e quantitativa) do
conhecimento sobre o Estado do Rio de Janeiro. O grupo de alunos e professores responsáveis por estes
estudos, de caracterização do Território Fluminense teve a iniciativa de organizá-los didaticamente, e em
linguagem acessível, sob a forma de Atlas Municipais, a fim de divulgar os conhecimentos apreendidos,
face à ciência do conhecimento territorial do Estado do Rio de Janeiro, mesmo que contemplando o seu
município de estabelecimento.
Essa publicação apresenta aos estudantes das escolas de Macaé um riquíssimo material composto por
textos, fotos, mapas, tabelas e gráficos relacionados ao município onde vivem, possibilitando maior
conhecimento do território municipal, localizando-o em relação ao Estado e referenciando as interações
realizadas com os municípios fluminenses. Este Atlas pretende atuar no processo de construção da
identidade do estudante, além de fornecer aos professores instrumento de trabalho e objeto de estudo em
sala de aula que possibilitem maior entendimento, de forma abrangente e esquematizada, das dinâmicas
(naturais e humanas) presentes no município de Macaé. Seus objetivos são:

1. Apresentar aos estudantes do município de Macaé um conjunto de mapas,


gráficos, textos e fotos, que permita conhecer melhor o seu território municipal;
2. Proporcionar aos professores dos municípios de Macaé um instrumento
que sirva de subsidio e, ainda, facilite sua própria compreensão da realidade vivida por
seus alunos;
3. Fornecer aos interessados um amplo material, visualmente expressivo,
que facilite a aquisição do conhecimento e o entendimento do município.
O Atlas está estruturado em quatro partes, as quais: a primeira, Localização do Município e suas
Características Gerais, aborda os aspectos gerais do município como sua localização, divisão política e
processo de ocupação territorial. A segunda parte, Dinâmica Populacional do Município de Macaé, abarca
as principais características da população como sua distribuição, fluxos e seus principais índices. As
Atividades Econômicas de Macaé, terceira parte do trabalho, destaca as principais atividades econômicas
do município nos setores primário, secundário e terciário. Por fim, A Dinâmica Natural em Macaé,
apresenta os principais elementos morfoclimáticos, hidrográficos, geológicos de Macaé. Sobremaneira, o
Atlas é um valioso instrumento auxiliar para os professores da rede de ensino (pública ou privada) que
poderão utilizá-lo para a realização, ainda mais eficaz, de seu trabalho em sala de aula.
Palavras-chave: Atlas geográfico escolar; Município de Macaé; Rio de Janeiro.

1- Localização do município e suas características gerais


O município de Macaé, apesar dos desmembramentos de antigos distritos, permanece como um
dos mais extensos municípios do Estado do Rio de Janeiro, com 1.206.000 km².
Ao se estudar a Geografia de um município é necessário levar-se em conta as diversas
possibilidades daquele espaço ao longo do tempo. O resultado das práticas espaciais e das localizações
relativas a outros pontos do espaço, com os quais se estabelecem múltiplas relações, caracterizam a
ciência geográfica.
As práticas espaciais que caracterizam uma sociedade ou um grupo social em um dado lugar são
muito marcadas pela relação entre localização e distância e são reveladas pelas ações humanas que
organizam e produzem o espaço em seus aspectos materiais e imateriais.
A localização, um dos princípios clássicos da Geografia, define a importância de uma dada
parcela do espaço – em nosso caso, o município de Macaé – em relação a outras parcelas/outros
municípios e estados.
Onde se localiza? Esta questão significa uma dupla idéia: primeiro alguém localiza algo; depois
esse alguém se localiza. Ambas as idéias de localização mostram que ela é sempre relativa, isto é, depende
das relações com outros elementos externos ao objeto, ao espaço ou pessoa que se localiza ou é localizada.
A distância, sempre relativa, também interfere na localização. Macaé encontra-se muito mais
“perto” do Rio de Janeiro nos dias atuais, do que em décadas ou séculos passados, embora a distância
física seja a mesma. Isso ocorre graças aos avanços tecnológicos.
A melhoria das redes de interligação rodoviária, aeroviária, telefônica e telemática “encurtam” as
distâncias e “aproximam” as localidades em conexão. A intensificação dos fluxos de pessoas,
mercadorias, capitais e informações torna as localizações e a posição dos lugares cada vez mais próximas,
criando cidades complementares, como são os casos de Macaé e Campos dos Goytacazes que
compartilham, em alguns aspectos, respectivamente, as funções inerentes à qualidade de centro local e
regional que representam o norte fluminense.
Internamente, no município de Macaé, temos exemplos de distâncias e localizações
completamente distintas por causa da história das práticas espaciais que têm se desenvolvido, há muito
tempo, nas diversas partes do município. Sana e Glicério encontram-se praticamente na mesma distância
(física) da sede municipal e situam-se, ambas as redes distritais, na encosta da Serra do Mar (localmente
chamada de Serra de Macaé). Glicério, entretanto tem ligação direta com a sede municipal, através das
rodovias BR 168 e RJ 162, tornando-se, portanto, mais “perto”; Sana, por seu lado, liga-se à cidade de
Macaé, ficando assim mais “distante” da sede. Esses aspectos (distância, acessibilidade e localização)
tornam-se elementos fundamentais para a construção da identidade territorial de todos os macaenses, para
quem o mapa do município deve tornar-se um símbolo identitário desde cedo.

1.1 - Processo de ocupação territorial do município de Macaé

A ocupação da área do atual município de Macaé remonta ao início do século XVII, tendo o seu
núcleo inicial progredido com o apoio da economia canavieira, em torno da antiga Fazenda dos Jesuítas de
Macaé (1630), constituída de engenho, colégio e capela situada no Morro de Santana.
O desenvolvimento da localidade motivou sua elevação à categoria de vila em 1813, sob o nome
de São João de Macaé e, também, o seu desmembramento dos atuais municípios de Cabo Frio e Campos
dos Goytacazes. No período colonial a vila evoluiu rapidamente, favorecida pela posição geográfica de
maior acessibilidade ao Norte Fluminense, passando à categoria de cidade em 1846.
No período republicano, a cidade foi mantida como sede do município de Macaé, embora tivesse
sofrido várias modificações em sua malha distrital. A ultima modificação ocorrida foi em 1999 quando
Frade passou de aglomerado urbano a distrito do município de Macaé. Antes, em 1990, já havia ocorrido o
desmembramento de Quissamã, o qual, atualmente, apresenta-se como um município da Região Norte
Fluminense.
O açúcar e o café, historicamente, tornaram-se a principal atividade econômica de Macaé, além de
impulsionadores do crescimento demográfico nos séculos XVIII e XIX. No século XIX, foi construído um
importante sistema viário. Com a chegada da linha férrea, o porto de Macaé perdeu a sua importância e a
cidade entrou em declínio, permanecendo assim até meados do século XX, especificamente até o ano de
1974. A descoberta de petróleo, nesse ano, no litoral do Rio de Janeiro, propiciou grandes mudanças
estruturais na economia de alguns municípios litorâneos do Norte do Estado, a exemplo de Macaé
(território onde se instalou a Petrobrás), assim, alavancando e diversificando outros setores de sua
economia, além de vivenciar um acelerado crescimento demográfico, desenvolvendo novas práticas
espaciais.

1.2 - Onde está Macaé?

Geograficamente, o município de Macaé (Mapa 1) faz divisa com os municípios de Quissamã,


Carapebus, Conceição de Macabu, ao Norte; Rio das Ostras e Casimiro de Abreu, ao Sul; Trajano de
Moraes e Nova Friburgo, a Oeste; e com o Oceano Atlântico, a Leste. A sua sede distrital, ou seja, a
cidade de Macaé está localizada a uma latitude de 22º37'08" e longitude de 41º78'69".

Possuía no ano 2000, segundo o Censo Demográfico do IBGE, 132.461 residentes, distribuídos
em 1.206.000 km² de área territorial, que se constituía de área predominantemente rural (1.139,1 km²). Do
total de habitantes, 126.007 ocupavam o espaço urbano compondo uma taxa de urbanização de 95,1%,
superior àquela existente no início da década de 1990, de 91,4%. Este processo é resultado do maior
adensamento populacional na área urbana litorânea. Porém, tal passagem de um município de caráter rural
para urbano é conseqüência do período de 1960/70, ainda mais intensificado com a instalação da Petrobrás
em território macaense. O município cresceu, nos últimos 30 anos, três vezes mais que o Estado do Rio de
Janeiro (3,9% contra 1,3%).

Mapa 1 - A localização do município de


Macaé no estado do Rio de Janeiro

Fonte: CIDE, 2007; Org.: NEGEF, 2007


O município de Macaé, oriundo do conjunto territorial de interseção Campo dos
Goytacazes/Cabo Frio, somente logrou tal divisão político-administrativa no século XIX, mais
especificamente, no ano de 1814.
Sua primeira perda territorial remonta, ainda, a este mesmo século com a emancipação
alcançada por Casimiro de Abreu, elevado ao nível de município no ano de 1859, há mais de um
século atrás. A atual configuração de Macaé é atribuída às emancipações dos atuais municípios
de Quissamã e Carapebus, ocorridas no final do sèculo XX, nos anos de 1990 e 1997,
respectivamente.
Foi ainda no século XX que o município de Macaé definiu a sua atual configuração
territorial, expressa pela conjuntura composta por seis distritos: Macaé, Glicério, Sana,
Cachoeiros de Macaé, Córrego do Ouro e Frade. Este último anteriormente era aglomerado
humano pertencente ao distrito de Glicério, sendo posteriormente elevado à condição de distrito.
Porém, até a confecção deste Atlas, ainda não havia uma delimitação para o distrito, como pode
ser visto no Mapa 2.

Mapa 2 – Divisão distrital de Macaé

Fonte: Prefeitura de Macaé/Secplan, 2004; Organização: NEGEF 2008


2- Dinâmica populacional do município de Macaé

Estudar a população de um local coloca-nos frente a desafios didáticos importantes. Os


aspectos demográficos mais destacados costumam ser: o crescimento vegetativo da população, a
estrutura da população (idade, sexo –número de homens e de mulheres- urbanização) e as
migrações (movimentos de entrada e saída de pessoas). Às resultantes dessas variações
denomina-se de crescimento demográfico ou populacional.
Não devemos, entretanto, permanecer apenas na abordagem quantitativa, meramente
estatística. É necessário construirmos uma análise qualitativa em que, aqueles números ou
índices, ganhem vida e passamos assim falar de pessoas no espaço e não de números.
Qual é a importância de se apresentar uma maior dinâmica demográfica, com maior
crescimento? É população jovem? Mais homens do que mulheres? Casais jovens? E os idosos? E
as características culturais de quem chega e de quem vive no local?
Esses aspectos têm de ser levados em conta para o estabelecimento de políticas
habitacionais, de saúde, de transportes, de incentivo à cultura etc.
Ao fazermos essa análise integradora dos três aspectos clássicos dos estudos de
população, estaremos possibilitando as relações com os aspectos econômicos, políticos, culturais,
que marcam o espaço geográfico.

2.1 - Estudando a população macaense

Para entendermos o processo de formação do povo macaense faz-se necessário examinar


o choque de culturas gerado a partir da ocupação européia no Norte Fluminense. Conflitos foram
gerados através do convívio dos diversos atores formadores do povo macaense. O choque entre o
colonizador europeu e o nativo (índio Goitacá do Norte do Rio de Janeiro), a maneira específica
que os “piratas” franceses se estabeleceram e foram expulsos da região e a forma de adaptação do
escravo africano no local. Tais interações constituem pontos fundamentais para a compreensão da
questão “o que é ser macaense”.
Surge o macaense a partir de etnias e culturas diversas, à medida que os colonizadores
europeus e nativos vão deixando seus costumes originais para integrarem um novo contexto,
fortemente marcado pela miscigenação.
Percebemos, assim, a grande importância do estudo dos fluxos populacionais e seus
impactos, desde o século XVI à atualidade, para a compreensão de nossas origens e de nossa
identidade. Nesta perspectiva é possível observar diversos momentos da dinâmica populacional
do município de Macaé.
No período colonial a vila evoluiu rapidamente, favorecida pela posição geográfica de
maior acessibilidade ao Norte Fluminense, passando rapidamente à categoria de cidade. Nas
últimas décadas com a descoberta de petróleo, em 1974, e em seguida a chegada da Petrobrás e
de outras empresas que oferecem os mais variados serviços, visto que há um intenso processo de
terceirização das atividades econômicas, ocorre um substancial aumento dos fluxos populacionais
em direção à Macaé. O que demonstra a forte relação entre a dinâmica populacional e os aspectos
econômicos do município.
Muito tempo após ter superado um período de convivência, geralmente conflituosa, entre
o colonizador branco, o nativo Goitacá e o africano, o atual município de Macaé vive hoje um
período de relações entre indivíduos de origens bem mais próximos, construindo um convívio
bem menos instável. Os atuais protagonistas são o macaense local, ou seja, originário do próprio
município, o turista e o trabalhador do setor petrolífero ou de outras empresas que vêm das mais
diversas cidades, unidades federativas, ou mesmo, de outros países, devido à escassez de mão-de-
obra qualificada. São principalmente esses grupos que, em intensa relação, constitui os
macaenses.

2.2 - População absoluta

Conforme o Censo Demográfico do IBGE em 2006, Macaé totalizou 160.726 residentes*


e ocupa o segundo lugar em número de habitantes entre os municípios da região norte do estado
do Rio de Janeiro. Em relação a 1970, a população de Macaé triplicou de tamanho. No gráfico a
seguir (gráfico 1), podemos observar o crescimento da população de Macaé a partir da década de
1940. Através do gráfico fica claro o vertiginoso crescimento da população desde a década de
1970, estritamente ligado à descoberta de petróleo na Bacia de Campos e a instalação da sede da
Petrobrás no território de Macaé.
Gráfico 1 - Evolução da População de Macaé 1940 – 2006

Fonte: IBGE, Organização NEGEF 2007.

*Estimativas das populações residentes, em 01.07.2006/Fonte: IBGE/DPE/COPIS.

2.3 - Distribuição da população

A análise comparativa entre o número de habitantes da área rural e da área urbana revela
como o crescimento da população urbana ocorreu de forma mais acentuada a partir da década de
60 (vide gráfico 2). Como resultado, observa-se um maior adensamento populacional na área
urbana litorânea. A taxa de urbanização acumulada é de 95,1% e indica que o município cresceu,
sendo que, em 1980 era de 82,5%, o que indica o crescimento de atividades econômicas ligadas à
área urbana (no caso de Macaé ligadas à indústria do petróleo e ao setor de serviços). Os índices
anuais de crescimento demográfico são de 3,9% (Macaé) contra 1,3% (Estado do Rio de Janeiro).
Gráfico 2 – Crescimento total da população rural e urbana de Macaé 1940 – 2000

Fonte:IBGE, Censo Demográfico 2000.Organização NEGEF 2008

No que tange a densidade demográfica, o Mapa 3 indica que a maior densidade está no
distrito sede: o de Macaé, que possui cerca de 347,9 habitantes por Km2, ou seja, uma densidade
demográfica muito superior à dos outros distritos. Fato justificado por esse distrito concentrar
maior parte de infra-estrutura urbana, indústria, comércio e serviços do município, como
mencionado anteriormente.
Mapa 3 - A densidade demográfica por distritos de Macaé

Fonte: Prefeitura de Macaé/Secplan, 2004; Organização: NEGEF

Com tudo supracitado percebemos que apesar da predominância do espaço rural no


território municipal (92,9% da área total), há um maior adensamento populacional nas áreas
urbanas devido ao crescimento vegetativo e à chegada de imigrantes. Estes, ao longo do tempo,
vêm criando pressões por residências e novos postos de trabalho. Com a descoberta do petróleo
na Bacia de Campos na década de 70, Macaé tornou-se um pólo de atração para a população
circunvizinha e de outros municípios do Estado do Rio de Janeiro, que chegou para trabalhar e
fixar residência.
3 - As atividades econômicas em Macaé

O espaço geográfico pode ser considerado como o local onde os seres humanos vivem e
produzem constantes modificações. O espaço, ocupado e organizado pelas sociedades humanas,
torna-se, desta forma, o resultado da ação humana ininterrupta sobre a natureza explorada.
De acordo com essa perspectiva, a natureza é considerada a fonte necessária para a
sobrevivência do homem sobre a Terra. Ela é submetida à ação das sociedades ao longo dos
séculos, sofre modificações, torna-se modificada, humanizada ou segunda natureza.
A construção do espaço geográfico é um processo histórico e contínuo, em que o ser
humano tem um papel modificador, desestruturante, por um lado, e, ao mesmo tempo, assume o
papel de organizador desse espaço. Há aproximadamente 10 ou 15 mil anos, a humanidade
aprendeu, com as suas técnicas rudimentares, a domesticar animais e a utilizar o solo para a
agricultura. Contudo, foi a partir do século XVIII que a ação do homem sobre a natureza ganhou
um teor comercial e organizado de forma a estruturar o que chamamos de economia capitalista,
baseada na propriedade privada, no trabalho assalariado, no uso do dinheiro como capital, entre
outras características. Com o desenvolvimento das técnicas agrícolas, da revolução das máquinas
e da lógica capitalista, surge o processo que resultou em uma crescente industrialização e em uma
urbanização desenfreada.
Desde modo, a ação do homem sobre a natureza é tradicionalmente dividida de acordo
com as formas produtivas, ou seja, classificada em três grandes setores de atividade econômica.
Mesmo que as atividades econômicas tenham se tornado mais interligadas e complexas, tornando
difícil manter esse esquema de três setores, ainda o utilizamos por ser de uso comum na
sociedade contemporânea. Assim, são analisados os setores tradicionais da economia: Primário,
Secundário e Terciário.
3.1 - Os setores Primário, Secundário e Terciário no município de Macaé

Conforme indicado pela Fundação CIDE, o município de Macaé participa com 1,49 %
do PIB estadual e com 51,10% do PIB da região Norte Fluminense. Analisando a divisão através
dos setores da economia, podemos observar a pouca expressão do setor primário na estrutura
produtiva macaense em comparação aos outros setores da economia. Entretanto, pode-se destacar
o cultivo da banana e a pecuária extensiva de corte, caracterizadas por um trabalho executado nas
áreas rurais do município, especificamente onde se inicia a elevação de altitude em direção à
região serrana.

Setor primário: aquele que está diretamente ligado à natureza e à produção de matérias-
primas. Nesse setor, podemos incluir atividades como: agricultura (Figura 1), extração
mineral, criação de animais, pesca etc.

Figura 1: Plantações de milho e coco


Fonte: negef (2006)

No setor secundário, ressalta-se a presença da Petrobrás no município. Tal presença


ocasionou a vinda de inúmeras outras indústrias, associadas à extração de petróleo, como a
indústria de máquinas, equipamentos e de metalurgia.
Setor secundário: o que está ligado à transformação e ao beneficiamento da matéria-prima
(Figura 2), abrangendo as atividades industriais. As transformações das matérias-primas
eram feitas artesanalmente, entretanto, com a Revolução Industrial, esse setor passou a se
destacar nas sociedades. Após a introdução das máquinas na indústria, a produção tornou-se
maior e mais avançada e os produtos passaram a ser mais aprimorados e, consequentemente,
mais desejados para o consumo. A Revolução Industrial representou, para as indústrias, uma
passagem da técnica para a tecnologia. O setor secundário é o que mais tem modificado o
espaço geográfico ao longo dos últimos séculos.

Figura 2: Plataforma de extração de petróleo localizada em Macaé


Fonte: http://saiu.com.br/plataformas-e-navios-da-petrobras

No setor terciário, observa-se uma participação expressiva do comércio e dos serviços na


economia macaense. Isso se justifica devido à necessidade de empresas de apoio à extração do
petróleo, as quais se expandiram junto com o incremento populacional do município.
Setor terciário: este, apesar de ser o terceiro setor da economia, surgiu na antigüidade junto
às primeiras cidades das antigas civilizações. É o setor que tem como atividades o comércio
(Figuras 3 e 4) e a prestação de serviços (comércio, escolas, hospitais, agências bancárias,
serviços financeiros, transportes, atividades turísticas etc). O setor terciário, atualmente, é o
setor que mais cresce no mundo, em especial, nos países desenvolvidos, além de ser o que
mais emprega em todo mundo. É muito diversificado sendo subdividido em comércios e
serviços.

Figura 3: Prédio comercial


Fonte: www.viagem10.com.br Figura 4: Crescimento do setor de serviços
Fonte: www.viagem10.com.br

Fotos que mostram o crescimento do setor de serviços, o principal setor econômico de


Macaé. Alguns restaurantes e um shopping, revelando a crescente quantidade de
estabelecimentos comerciais que preenchem a necessidade da população macaense. O setor
terciário em Macaé ocupa espacialmente os principais logradouros do Distrito-Sede, a cidade de
Macaé.
4 - A dinâmica natural em Macaé

Ao falar de dinâmica natural, pretende-se demonstrar as múltiplas interações que se


manifestam entre os elementos que compõem a base material da produção do espaço geográfico:
Geologia, Relevo, Hidrografia, Clima, Vegetação e Solos. Aqui, se explicitam apenas as
interações mais marcantes.
Não se pode compreender o relevo sem percebê-lo como resultado de uma estrutura
geológica que fornece a base - rochas - para a ação dos chamados agentes externos,
principalmente aqueles ligados ao clima e à hidrografia. Na figura abaixo (figura 5), tem-se um
exemplo do relevo encontrado em Macaé.

Como você pode notar, esta foto


exemplifica os níveis do relevo
encontrados no município de Macaé.
Seguindo uma linha do interior ao litoral,
o relevo torna-se menos inclinado e
perde altitude até alcançar as áreas mais
baixas próximas à costa.

Figura 5: Níveis do relevo em Macaé


Fonte: Campo NEGEF – 02/12/2004

A hidrografia é muito influenciada pelo relevo (rios de planalto/ rios de planície), pelo
clima (maior ou menor precipitação e umidade) e pela vegetação (formação e preservação dos
mananciais). No mapa 4, pode ser visualizada a bacia hidrográfica do Rio Macaé.
MAPA 4 – Bacia Hidrográfica do Rio Macaé

Fonte: CIDE, 2007; Adaptado: NEGEF, 2008

O clima - um dos mais importantes elementos da dinâmica natural – sofre influência do


relevo (altitude, barreira aos ventos), da vegetação (evapotranspiração) e da hidrografia (rede de
drenagem e evaporação).
A vegetação, por sua vez, é influenciada pelo clima (áreas mais ou menos úmidas –
florestas ou outras formações vegetais), pelo relevo (vegetação de altitude ou de áreas baixas),
pela hidrografia (matas-galeria) e pelos solos (mais ou menos propícios à sustentação de uma
vegetação mais densa ou menos densa).
Os solos, por fim, são influenciados pelo tipo de rochas (geologia), pela forma como são
decompostas (clima e hidrografia) e pela vegetação (maior ou menor teor de matéria orgânica). A
figura 6 ilustra como ocorre a formação dos solos.

Seres vivos animais e vegetais, como insetos, minhocas, plantas e o homem


ajudam na mistura do material decomposto da rocha com a matéria orgânica
(restos de vegetais e de animais mortos), formando o solo.

Exposição à água, aos ventos, ao Desintegração e decomposição


calor e ao frio. da rocha.

Figura 6: Como se formam os solos


Org.: NEGEF, 2007

Assim, sem levarmos em conta as múltiplas interações que marcam a dinâmica natural,
realizaríamos um estudo descritivo, parcial e antidinâmico.
Separamos os elementos componentes daquilo que alguns denominam “quadro natural”
somente para efeitos de exposição. Aconselhamos que todos sejam trabalhados em conjunto, para
que os alunos compreendam o movimento do ambiente natural, assim como devem entender o
movimento do ambiente social – duas dinâmicas que interagem formando o espaço geográfico.
É preciso compreender que, ao se alterar um componente da natureza ou da sociedade,
modifica-se o conjunto da dinâmica natural ou da dinâmica social e, também, altera-se a
totalidade, que é o espaço geográfico e os movimentos que o animam.
4.1 - Macaé e sua paisagem

A abordagem da dinâmica natural em suas múltiplas interações não diz respeito apenas
aos processos que se relacionam com os elementos físicos que a compõem. Mais que isso, a
evolução destes processos somada ao próprio movimento da sociedade macaense sobre esta base
material constituem a paisagem de Macaé.
Assim, as interações que se manifestam entre o clima, a geologia, o relevo, o solo, a
vegetação e a hidrografia influenciam e são também influenciadas pela dinâmica social, seja
através da economia com a extração do petróleo, por exemplo, seja através do movimento da
população.
A paisagem de Macaé, bem como os elementos que lhe dão forma e conteúdo, é
dinâmica e reflete os movimentos dos ambientes natural e social a ela relacionados.

Considerações finais

Cada capítulo tenta abordar a temática respectiva (1-Localização e características gerais;


2-População; 3-Economia; 4-Dinâmica natural) de uma maneira simples e capaz de retratar, ainda
que de forma incompleta, a complexidade presente no real. A divisão dos capítulos é apenas
didática, visto que se busca uma análise dinâmica e interativa dos fenômenos e dos processos
percebidos a partir do instrumental fornecido pela Geografia, possibilitando, assim, que os
alunos-bolsistas utilizem o conhecimento adquirido de forma contínua.
Dessa forma, o Atlas cumpre o papel importantíssimo na formação dos alunos de
graduação à medida que é feita a transposição didática dos conhecimentos adquiridos na
academia na confecção de tabelas, gráficos, mapas e dos textos pertinentes aos conteúdos do
Atlas. É mister ressaltar a comunicação feita entre a pesquisa acadêmica e as instituições de
ensino básico, em que os conteúdos da Geografia são trabalhados a partir da escala local,
contribuindo para a melhor assimilação dos mesmos, bem como na construção da identidade
local.
Referencias:

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