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Os Bakongo em Angola

Os Bakongo ocupam o Noroeste do País, entre o mar e o rio Kuango,


nomeadamente as Províncias de Cabinda, Zaire e Uige. Porém, convém
realçar que a área Bakongo se estende para além das fronteiras geográfico
administrativas do País. Foi no território Bakongo que, no Século XV, os
Portugueses encontraram o reino do Kongo, com a capital em “S. Salvador”
(Mbanza Kongo). Os Bakongo são tradicionalmente agricultores. Porém entre
eles, alguns mostram-se com grande apetência para o negócio (comércio),
outros para a confecção de mabelas (tecido de ráfia) em tear e outros ainda
foram exímios mestres na manufactura de tecidos acetinados e aveludados,
ornados e policrómicos. A arte Kongo expressa-se de uma forma realista e
de geometrização. A sua escultura é muito marcada por figuras femininas,
robustas e sensualizadas.
Os Bakongo são propensos a um misticismo particular, à criação de
instituições de carácter religioso e secreto, tendência que se expandiu até
aos nossos dias em associações do tipo profético – messiânico. Grande
parte desse repositório material, ligado aos nossos antepassados, encontra-
se nos museus nomeadamente no Museu de Antropologia (Luanda), do
Dundo (Lunda-Norte) e de Cabinda. Infelizmente o Museu do Kongo (Uíge)
foi destruído pela guerra que assolou o País, e as peças aí existentes foram
destruídas ou roubadas. Vamos iniciar uma passagem pelo vasto património
Bakongo, iniciando pelo Museu de Cabinda, criado em 18 de Maio de 1986.
Arte Bakongo que pode ser observada no Museu de Cabinda:

Ngontche – Dupla cineta; instrumento de comunicação utilizado até hoje


em toda a Província, nos apelos autorizados pelo soba.

Mpuntchi – Marfim trabalhado; instrumento musical utilizado nas exibições


dos Bakama. A sua presença é também indispensável nas manifestações de
Mpuela Mpolo e Nzimbo.

Mfunga– Objecto de madeira com um rabo de pacaça na sua extremidade,


utilizado pelo Ntomo Nsi (Sacerdote Tradicional) para evocar os ancestrais,
solicitando a fertilidade, a felicidade, etc.

Nkissi Mbau– Estatueta de madeira com cravos diversos a toda a volta;


utilizada pelos kimbandeiros na vingança de alguns conflitos sociais.

Nzumgo Mbumba – Objecto de barro com uma corrente de ferro à volta


onde se prende os cadeados para travar o progresso deste ou daquele em
diversos níveis.
Tampas proverbiais feitas de madeiras. Elas falam. São de uma rica e
longa leitura:

O elefante só vive na mata onde houver fartura. – Uma mulher só


permanece fiel ao marido, quando tudo estiver a caminhar normalmente.

Ao limpar uma lavra, devemos faze-lo com muito cuidado antes que
arranquemos a planta fértil, ao invés da nociva. – O provérbio chama a
atenção para vários aspectos como, por exemplo, que os polígamos devem
acompanhar com muito cuidado o comportamento de ambas cônjuges antes
de mandar embora a que melhor se comporta.

Antes de abrir o caranguejo, temos que preparar o acompanhamento. – O


provérbio chama a atenção aos jovens, para que se preparem antes de
namorar; ter casa, mobília etc. Não se faz a filha dos outros sofrer.

Lubongo Lufula – Tecido de ráfia feito no Reino do Kongo, utilizado nesta


região;. Serviu de moeda no passado, por isso se chama Lubongo.

Kimpaka – Máscara de madeira, forrada com chapa de bronze e arames.


Era utilizada por emissários dos chefes indicados para exercer uma
actividade num dos outros Reinos.

Nkissi Ylandilia – Estatueta de madeira com diversos cravos à volta,


empunhando uma espada, tem a mesma função que Nkissi Mbau.
: Mémorias de Angola

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