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XIV Latin Ibero-American Congress on Operations Research (CLAIO 2008) – Book of Extended Abstracts

ELEMENTOS PARA INTEROPERABILIDADE NA AVALIAÇAO DE


DESEMPENHO – Redução do gap educacional no Brasil
Leonardo Ensslin*, William Barbosa Vianna† e Edilson Giffhorn*
*Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
Florianópolis, Brasil
e-mail: leonardoensslin@terra.com.br

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
Florianópolis, Brasil
e-mail: wpwilliam@hotmail.com

*Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),


Florianópolis, Brasil
e-mail: edilson.giffhorn@gmail.com

1 INTRODUÇÃO
Esse artigo, de natureza teórica, aborda o papel da engenharia de produção através da avaliação de
desempenho na redução do gap educacional na América Latina, ilustrando através do estudo de
caso da situação brasileira. Os governos não possuem capacidade para, sem parcerias e alianças
reduzir os problemas educacionais de forma a favorecer o crescimento econômico e social. Os
instrumentos e sistemas de avaliação de desempenho, embora muitos e variados, não favorecem a
interação entre entes do Primeiro Setor e do Terceiro Setor, com seus objetivos e cultura próprios e
particularidades organizacionais, dificultando uma mensuração dos resultados efetivos. O estudo
irá identificar quais são elementos que esses instrumentos e sistemas de avaliação de desempenho
devem possuir ou desenvolver para favorecer essa interação e promover a interoperabilidade entre
sistemas do Primeiro e do Terceiro Setor.

2 CONTEÚDO
O gap educacional no Brasil, ou seja, a distância entre as exigências do crescimento econômico e o
nível educacional da populaçao , apresenta-se crítico. Via de regra essa é também a situaçao da
América Latina. A primeira pesquisa sobre demanda e perfil dos trabalhadores formais do país, do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2007), identifica que do total de 9,1 milhões de
trabalhadores desempregados no país, 1,7 milhão, ou apenas 18,3%, são profissionais qualificados,
com experiência profissional e escolaridade. A pesquisa identifica ainda que no ano de 2007, tem-
se como expectativa a geração de 1, 592 milhão de novos empregos com carteira assinada no
Brasil. Em contrapartida, a quantidade de trabalhadores qualificados e com experiência profissional
disponíveis deve-se situar em 1, 676 milhão em todo o país.
Nas Regiões Norte, Sul e Centro-Oeste, o IPEA (2007) se estima que há falta de trabalhadores
qualificados, sendo que o perfil de trabalhador mais procurado pelas empresas é: homem, não
negro, na faixa de 31 a 37 anos, com pelo menos o ensino médio, qualificado para a área industrial
e de atendimento público.
Embora tenha a 14ª maior economia do mundo, a qualidade do ensino do Brasil está entre as piores
do mundo, se comparada tanto às próprias condições internas, quanto às de outros países, em
diversos tipos de pesquisas e análises nacionais e internacionais, realizados por organismos tais
como IBGE (2007), INEP (2007), IPEA (2007), OCDE (2007) e UNESCO (2007).
Atualmente, dos 4 milhões de estudantes que ingressam no ensino básico, em todo o Brasil, apenas
3 milhões iniciam o ensino médio. Segundo as estatísticas do MEC (2005), o país deveria ter 12
milhões de alunos no ensino médio, mas tem apenas 9 milhões, apesar do aumento no número de
First A. Author, Second B. Author and Third C. Coauthor.

matrículas. Esse gap se refere à evasão, tratada na literatura especializada como subproduto da
reprovação.
A taxa de analfabetismo brasileira que continua figurando entre as piores do continente. Segundo
números divulgados em setembro de 2007 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), de 1996 a 2006, a taxa oficial de analfabetismo no Brasil, entre maiores de dez anos, caiu
de 13,7% para 9,6%, o que não é suficiente para tirar o país do penúltimo lugar no ranking de
alfabetização da América do Sul.
Proporcionalmente, o número de brasileiros que não sabem ler nem escrever é inferior apenas ao da
Bolívia, onde a taxa de analfabetismo era de 11,7% em 2005. Cerca de 9,8% dos brasileiros com
mais de dez anos, segundo o IBGE, são analfabetos, cerca de 8 milhões de pessoas em 2005.
Essa questao não se restringe mais apenas à responsabilidade do estado, que não tem condicóes de,
sozinho, reduzir as discrepâncias educacionais. O desenvolvimento econômico e tecnológico que as
sociedades modernas vêm atingindo após longos séculos de estagnação e precariedade, revelam a
falta de preparação do Estado (primeiro setor) em relação às exigências em diversas áreas e
demandas de conhecimento, especificamente as ligadas à educação, apontando para a necessidade
de se criar formas de cooperação e interação cada vez maiores deste setor com o mercado (segundo
setor) e a sociedade civil organizada (terceiro setor), para obter resultados e posicionamento
competitivo no novo cenário internacional.
A reorientação gerencial da reforma administrativa brasileira de 1995 buscou reorganizar a atuação
estatal em eixos diferentes. Ela procurou ordenar os setores públicos em setores estatais e não-
estatais. E prosseguiu com a continuidade na privatização de empresas estatais, combinada com a
"publicização" de serviços sociais prestados pelo Estado, entre eles a educação. A “publicização”
seria a formação de novos tipos de instituições: as Organizações Sociais (OS) e as Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). São, então, pessoas jurídicas de direito privado que,
contudo, mantêm laços com o Poder Público que são estabelecidos no Contrato de Gestão e através
de parcerias com organizaçoes do Segundo e Terceiro Setor.
A Avaliação de Desempenho tanto dos produtos educacionais oriundos exclusivamente do Estado
quanto aqueles oriundos de interações com o terceiro setor, aumentam a transparência e a
responsabilização do poder público e vem se constituindo em eixo estratégico capaz de melhorar o
desempenho e permitir tanto à sociedade, quanto ao próprio governo e a seus órgãos de controle, a
aferição a respeito da consecução dos objetivos e metas; bem como oferecer a agencias
financiadoras e investidores, a possibilidade de tomada de decisão acerca do objeto educacional.
A adoção de melhores práticas de avaliação de desempenho utilizadas no setor privado empresarial,
em geral as mais desenvolvidas teórica e praticamente, pode não ser o mais adequado nem para o
Primeiro, nem para o Terceiro Setor, cujas particularidades e contextos devem ser respeitados, não
podendo esas práticas serem meramente copiadas.
Pergunta-se: quais os elementos devem conter instrumentos e sistemas de avaliaçao de
desempenho de forma que favoreçam a interoperabilidade?
Interoperabilidade aqui considerada é a capacidade de um sistema de avaliaçào de desempenho de
se comunicar de forma interativa, o mais padronizada possivel, com outro sistema, semelhante ou
não, num ambiente comum de operações, conforme figura 1.
Para Ensslin et al (2007) o maior potencial do uso de modelos de avaliação de desempenho está em
sua capacidade de comunicar, dar transparência, fundamentar, alinhar, mas principalmente em
construir entendimento sobre aquilo que se está avaliando. E esse potencial é congruente com
objetivo de buscar abordagens que favoreçam a interoperabilidade.

3. RESULTADOS

A avaliaçao de desempenho, necessita ter em conta algumas condições que são identificadas a
seguir como necessárias para que se atinja o objetivo proposto de se comunicar de forma interativa,
o mais padronizada possivel, entre sistemas, semelhante ou não, num ambiente comum de
operações entre Primeiro e Terceiro Setor. Sao elas:
First A. Author, Second B. Author and Third C. Coauthor.

- possuir linguagem, terminologia ou formas de representação do conhecimento que


possibilitem a comunicação entre os entes envolvidos nas iniciativas educacionais;
- possibilitar a contextualização a partir da análise das peculiaridades do objeto e de seu
contexto de avaliação;
- utilizar medidas que possibilitem a avaliação de produtos específicos, tangíveis e
intangíveis em escalas nominais, ordinais e cardinais, não-ambíguas;
- promover o entendimento compartilhado acerca de resultados;
- favorecer um framework unificado para resolver os problemas de comunicação,
interoperabilidade, integração de sistemas das organizações governamentais e não-governamentais;
- possuir comprometimento epistemológico mínimo e preliminar, permitindo validação
científica e legitimação, caracterizados pela coerência de convicções apriorísticas que concedam
congruência aos procedimentos e escolhas metodológicas feitas ao longo do processo de Avaliação
de Desempenho.

3. REFERÊNCIAS

CEPAL-UNESCO. Educación y conocimiento: Eje de la transformación produtiva con equidad.


Santiago de Chile, CEPAL/UNESCO, 1992.
ENSSLIN, L.; ENSSLIN, S.R.; DUTRA, A.; PETRI, S.M. Identificando e analisando problemas de
performance: o uso da avaliação de desempenho (Feedback, Coaching e Counseling) para melhorar
a produtividade dos empregados. (Apostila da disciplina EPS 7007 – Avaliação de Desempenho; 1º
semestre, 2007; Florianópolis – UFSC, 2007).
INEP. Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais. Mapa do Analfabetismo no Brasil, 2001 e
2003. Disponível em < http://www.inep.gov.br > Acesso em18 jan. 2008.
IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Demanda e perfil dos trabalhadores formais no
Brasil em 2007. Brasília, 2007.
OCDE. Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Educação num Olhar
2007. Relatório, 2007.
ROY, B. ROY, B. Decision science or decision-aid science? EJOR , n. 66, p. 184-203, 1993.
_____.Multicriteria Methodology for Decision Aiding. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers,
1996.

Figura 1: Interoperabilidade da Avaliaçao de Desempenho


Fonte: autores

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