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Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da publicação na fonte. CEFET/RN. Biblioteca Sebastião Fernandes

Borges, Jacques Cousteau da Silva


Uma análise do ensino de Física moderna em escolas de ensino
médio na cidade do Natal / Jacques Cousteau da Sila Borges. _Natal,
2007.
71f.

Orientador: Ms Zanoni Tadeu Saraiva dos Santos

1. Monografia – Física Moderna. 2. Monografia – Ensino de física.


3. Monografia – Vestibular. I. Santos, Zanoni Tadeu Saraiva dos. II.
Título.

CEFET/BSF
0

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLOGICA DO RN


DIRETORIA DE ENSINO
DEPARTAMENTO ACADEMICO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
LICENCIATURA PLENA EM FÍSICA

JACQUES COUSTEAU DA SILVA BORGES

Uma análise do Ensino de Física Moderna em escolas de Ensino


Médio na Cidade do Natal

NATAL
2007
1

JACQUES COUSTEAU DA SILVA BORGES

Uma análise do Ensino de Física Moderna em escolas de Ensino


Médio na Cidade do Natal

Monografia apresentada como requisito parcial


e obrigatório para a conclusão do curso de
Licenciatura em Física do Centro Federal de
Educação Tecnológica do Rio Grande do
Norte, sob a Orientação do Professor Msc
Zanoni Tadeu Saraiva dos Santos.

NATAL
2007
2

JACQUES COUSTEAU DA SILVA BORGES

Uma análise do Ensino de Física Moderna em escolas de Ensino


Médio na Cidade do Natal

Monografia apresentada como requisito parcial


e obrigatório para a conclusão do curso de
Licenciatura em Física do Centro Federal de
Educação Tecnológica do Rio Grande do
Norte, sob a Orientação do Professor Msc.
Zanoni Tadeu Saraiva dos Santos.

A Banca Examinadora composta pelos professores abaixo, sob a presidência do


primeiro, submeteu o aluno Jacques Cousteau da Silva Borges à análise da Monografia em
nível de graduação, confirmando aprovação com as assinaturas abaixo expressas:

_______________________________________
Msc. Zanoni Tadeu Saraiva dos Santos
Orientador

_______________________________________
Prof. Dr. Calistrato Soares da Câmara Neto
1º Examinador

_______________________________________
Prof. Drª Andréa Gabriel Francelino Rodrigues
2º Examinadora

NATAL
2007
3

Aos meus pais, “Parceiro e Figura”, que


me deram a oportunidade e o incentivo
necessário para que eu chegasse até aqui, e
condições suficientes para que eu possa
avançar sempre mais.
4

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, Uno e Trino, pois foi Ele que me soprou até aqui,
dando toda a sabedoria e ciência necessária para a conclusão desse trabalho e de tantos outros
que virão de agora e diante, pois: “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os
Escolhidos”.
Agradeço a minha amada Geizy, pois ela é para mim uma pilastra fundamental, que me
serviu de sustento, enxugando as minhas lagrimas, escutando os meus desabafos, suportando
as minhas chatices... Também agradeço a minha Linda por toda força e positividade que me
passou, contribuindo imensamente com esta caminhada. A você, Geizy, meu amoroso muito
Obrigado!
Agradeço a toda a minha família: a meu Pai, a minha Mãe, como também aos meus
irmãos Vitória, Raony e Vida. Pois foi no meu Pai que encontrei a perseverança e experiência,
na minha Mãe a insistência, e nos meus irmãos o companheirismo e amizade. Dons estes que
carregarei sempre comigo. A toda essa Grande Família, só tenho a agradecer!
Também agradeço a meu querido “Chefe”, Zanoni, que me acompanhou e instruiu não
apenas nesse trabalho, mas em toda a minha longa passagem pelo CEFET-RN. Este Físico é
mais que um professor, é um grande Amigo, que guiou os meus primeiros passos no mundo
científico, e que me orientou nas mais diversas situações da vida. A você caro Chefe, meus
agradecimentos!
Aos meus tios “Roldão e Ivanilda” e “Ridon e Andréia”, meus agradecimentos, por
acreditarem em meu potencial e por terem me incentivado e ajudado no que precisei desde os
primeiros degraus no pró-Cefet, ao primeiro título de graduação que se concretiza com este
trabalho. A todos vocês: muito Obrigado!
Por fim, quero agradecer àqueles com quem dividir seminários, provas, preocupações,
como também momentos de muita diversão e alegria. Agradeço a minha turma de Física, pois
com eles aprendi muita coisa, não presente em livros e manuais, além de gerar grandes
amizades: Assisão, Dylon, Pícolo, Tarja, Dabura, Bob, Manteiga, Kiriat, Maumau e Karlyle
Muito Obrigado a todos vocês!!!
5

“A engrenagem da vida não é de grosseira manufatura


humana, mas da mais requintada obra-prima já conseguida pelas leis
quânticas do Senhor”.
Erwin Schöedinger
6

RESUMO

Tendo como ponto de partida uma re-leitura do surgimento e fundamentos da Física Moderna,
e o quanto é importante o ensino desta no ensino médio, esta leitura leva a uma reflexão de
como vêm sendo ministrados os conteúdos de Física Moderna, ou melhor, em que “época” se
encontram as salas de aula do ensino médio. Se os trabalhos de Einstein, Planck, Bohr,
Heisenberg são assuntos estranhos e desconhecidos a um estudante que acaba de terminar o
ensino médio, pode-se dizer então que as aulas de Física se assemelham às aulas de cerca de
cem anos atrás, onde a Física limitava-se à Física Clássica, ou o paradigma Newtoniano. É
verdade que muitas salas de aula ainda vivem nesse paradigma, e outras lutam para sair dele.
Com base nessa situação, a metodologia de trabalho foi elaborada, com a proposta de uma
pesquisa científica, que levantou dados estatísticos sobre a didática e metodologia de ensino
dos professores de Física das escolas que mantém os melhores índices de aproveitamento nos
vestibulares das Universidades públicas na cidade do Natal. É a partir desses dados que se
constata a quase inexistência de conteúdos de Física Moderna na rede pública estadual de
educação, e quando este ramo mais recente e atual da Física é ensinado, lhe é destinada um
tempo muito restrito e ensinada a parte da Física tradicional. Ensinada dessa forma, deixa
muitas vezes de ser interdisciplinar com a própria Física Clássica. Esses fatos são
conseqüências de fatores como o grau e a área de formação dos docentes, o tempo destinado
ao ensino de Moderna, a falta de material didático e/ ou experimental e vários outros, todos
eles levantados e descritos aqui em detalhes. Essa leitura, dirigida a Físicos e Educadores,
proporcionará não apenas uma reflexão a cerca da importância do Ensino da Física Moderna,
mas também a uma análise critica da situação atual do ensino de Física na cidade de Natal,
além da real necessidade da exigência de Física Moderna nos vestibulares.

Palavras-chaves: Física Moderna. Ensino de Física. Vestibular.


7

ABSTRACT

Assuming the importance of Modern Physics as a subject to be studied in high school level,
the present work intends to analyse how this subject has beem presented to students, or in
other words, in what “age” physics is in terms of high school teaching. If the works of
Einstein, Plank and Heisenberg are a strange and unknown subject to students when they
finish high school we can suppose that physics classes at this level are like they were a
hundred years ago, when physics was dominated by Newtonian paradigm. In order to take a
look inside physics classrooms and laboratories, we develop a methodology of work to carry
out a research that collect data about teacher’s methodology at those schools witch have a
greater number of students approved in Universities entrance exams (vestibular) in Natal-RN.
Based on these data we can come to the conclusion that public schools in Natal have no or
little modern Physics in their curricula, and that in private schools, when it is presented to
students, the time provided is too short and though apart of Classical physics historical
background. These facts are consequences of some factors like teachers undergraduate
background, lack of text books and laboratory equipments. This work, directed to teachers
and physicists, will provide more elements for discussion over the importance of modern
physics in high school, and also for a critical analysis of physics teachings in Natal, and the
real need of this subject in Vestibular exams.

Key-board: Modern Physics. Physics teaching. Vestibular. High school. physics.


8

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 Escolas Públicas Classificadas quanto à proporção inscritos/matriculados 23

Gráfico 02 Escolas Públicas Classificadas quanto à proporção inscritos/matriculados 24

Gráfico 03 Escolas Privadas Classificadas quanto a proporção inscritos/matriculados 25

Gráfico 04 Escolas Privadas Classificadas quanto ao número de matriculados 26

Gráfico 05 Classificação das Escolas quanto a públicas ou privadas 30

Gráfico 06 Percentual do grau de Formação dos Docentes Entrevistados 31

Gráfico 07 Dados sobre a Formação dos Docentes Entrevistados 32

Gráfico 08 Relação dos conteúdos de Física Moderna abordados pelos Professores 34

Gráfico 09 Distribuição dos conteúdos de Física Moderna no Ensino Médio 35

Gráfico 10 Material de apoio utilizado pelos professores de Física 36

Gráfico 11 Recursos didáticos utilizados no ensino de Física Moderna 37

Gráfico 12 Pratica experimental nas Escolas entrevistadas 38

Gráfico 13 Satisfação com relação ao tempo destinado a Física Moderna 39

Gráfico 14 Principais dificuldades encontradas pelos alunos segundo os docentes 40

Gráfico 15 Desempenho dos alunos na visão dos Docentes 41

Gráfico 16 Índice da importância dada a Física Moderna pelos docentes 42

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Distribuição das Escolas pela cidade do Natal 28

Figura 02 Região onde se encontram as “principais” Escolas de Natal. 29


9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... .. ..... .. 11

2 FÍSICA MODERNA E ENSINO..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... .. 13

2.1 O SURGIMENTO DA FÍSICA MODERNA................................................................... 13

2.2 A IMPORTÂNCIA DA FÍSICA MODERNA NO ENSINO MÉDIO............................. 14

2.3 ENSINO E VESTIBULAR............................................................................................... 16

2.3.1 Um histórico da Física Moderna nos vestibulares..................................................... 17

3 METODOLOGIA..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ... ..... ... 19

3.1 QUESTIONÁRIO............................................................................................................ 19

3.2 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DAS ESCOLAS................................................................. 20

3.3 ANALISE DOS RESULTADOS...................................................................................... 21

4 RESULTADOS..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... . 22

4.1. SELEÇÃO DAS ESCOLAS............................................................................................ 22

4.1.1 Instituições Públicas de Ensino................................................................................... 22

4.1.2 Instituições Privadas de Ensino................................................................................... 25

4.2.RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO........................................................................... 27

4.2.1.Tipo da Escola.............................................................................................................. 30

4.2.2.Grau de formação e Área de Atuação........................................................................ 31

4.2.3.Conteúdos Abordados em sala de aula....................................................................... 33

4.2.4.Distribuição dos conteúdos......................................................................................... 34

4.2.5.Material de Apoio e recursos didáticos...................................................................... 36

4.2.6Pratica Experimental.................................................................................................... 37

4.2.7.Tempo destinado........................................................................................................... 38

4.2.8.Dificuldades e desempenhos dos alunos..................................................................... 39


10

4.2.9. Avaliação do ensino de Física Moderna................................................................... 41

5 CONCLUSÃO..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... .... ... 43

REFERENCIAS..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... .. 46

APÊNDICE: Questionário sobre a metodologia e didática no Ensino de Física 49


Moderna
ANEXOS..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... .... ..... ..... ... 51
11

1 INTRODUÇÃO

Segundo os russos Miakichev e Bukhovtsev, “A Física permite-nos conhecer as leis


gerais da Natureza que regulam o desenvolvimento dos processos que se verificam, tanto no
Universo circundante como no Universo em geral” (MIAKICHEV, et al, 2006). Assim, é
possível perceber que a Física é uma ciência extremamente importante para o
desenvolvimento da sociedade, principalmente quanto se fala em compreensão dos fenômenos
naturais e do desenvolvimento tecnológico.
A importância da compreensão desses fenômenos é observada já na formação de
crianças entre 10 e 12 anos, onde a Física desempenha um papel fundamental, pois grande
parte dos questionamentos dos alunos sobre o seu dia a dia se discute a partir de conceitos da
Física, sendo necessário, portanto, que os educadores do nível fundamental também dominem
os fundamentos desta ciência. (PAIXÃO, 2006).
Em relação ao ensino de Física no Nível Médio, os parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN) propõem um currículo baseado no domínio de competências básicas e que tenham
vínculo com as diversas situações do cotidiano dos alunos, buscando dar significado ao
conhecimento escolar, mediante a contextualização dos conteúdos trabalhados em sala de aula
(ROMANO, 2004).
Assim, é possível perceber que o conteúdo de Física deve ser algo que possa levar os
alunos o mais próximo possível da realidade do grande sistema dinâmico que é a natureza, e
proporcionar aos alunos um encontro com a tecnologia e com o que há de mais moderno na
ciência. Para isto, a própria Física dita Clássica (situada no paradigma Newtoniana) já não é
mais capaz de explicar todos os fenômenos observáveis assim como as tecnologias atuais,
como os semicondutores (presentes em todos os computadores e equipamentos eletrônicos
modernos) e os fotossensores (atuantes na iluminação de cada poste de rua como também nas
portas automáticas de shopping e supermercados). Porém, os cientistas já perceberam esta
incapacidade da Física Clássica no final do século XIX. E ao que parece pelos resultados
obtidos nesta pesquisa, muitas salas de aula ainda vivem nessa época, sem conhecer nem
ouvir falar da dita Física Moderna, mais presente no nosso dia a dia do que imaginamos.
Para investigar a existência (ou não) dessa inércia de cem anos no ensino de Física em
escolas na cidade de Natal, que possui três instituições públicas de Ensino superior, e que
12

todas elas exigem conhecimentos básicos sobre Física Moderna em seus processos seletivos
(UFRN1, CEFET-RN2, UERN3: Anexo_B), traçamos os objetivos abaixo:

a) Selecionar as principais escolas de Natal, tanto pública como privadas;


b) Coletar dados a respeito do ensino de Física Moderna nessas escolas;
c) Analisar os dados coletados;
d) Traçar o paralelo do ensino de Física Moderna entre escolas públicas e privadas;
e) Mostrar a situação geral do Ensino de Física Moderna nas escolas;
f) Sugerir (ou não) melhorias no sistema de ensino de Física Moderna, a partir dos
resultados da pesquisa.

1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
2
Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte.
3
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte.
13

2 FÍSICA MODERNA E EDUCAÇÃO

2.1 O Surgimento da Física Moderna

A Mecânica Clássica se concretizou com a publicação de “Principia”, de Newton, em


1687. Esta Obra é um dos alicerces de toda a Física “Newtoniana4”. Este Alicerce
permaneceu inabalado por mais de 300 anos. E o que fez estas estruturas mudarem foi a
alteração de um conceito fundamental em Física: O conceito de Tempo. Observe o que diz
Stachel em seu artigo “1905 e tudo mais” a respeito das primeiras “quedas” da Mecânica
Clássica:

A mecânica de Newton parecia, agora, ter respondido com sucesso ao


desafio da óptica e da eletrodinâmica. Mas as sementes de sua queda já
haviam sido plantadas. No decurso de uma de suas demonstrações da
fórmula de Fresnel, Lorentz foi levado a introduzir transformações do tempo
absoluto de Newton para uma nova variável temporal, a qual é diferente para
cada referencial inercial que se move através do éter. Como a relação entre o
tempo absoluto e seu novo tempo variava de lugar para lugar, Lorentz o
chamou de "tempo local" daquele referencial. Lorentz entendeu a
transformação de um tempo absoluto para um local como um artifício
puramente matemático, útil para demonstrar certos resultados físicos.
(STACHEL, 2005, p. 4)

É possível perceber que Lorentz utilizou o “tempo relativo” apenas como um recurso
matemático, assim como Planck definiu a luz como “pacotes de energia” com o intuito de
justificar matematicamente o que era observável nos experimentos. Embora Lorentz e Planck,
mesmo estando corretos em suas deduções, não acreditavam ou aceitavam o que tinham
descoberto, reduzindo a pesquisa a apenas um recurso matemático. Foram esses e alguns
outros pequenos passos indecisos e desesperados que se tornaram fundamentos para o grande
nascimento da nova Física.
O surgimento da Física Moderna ocorreu praticamente entre o final do século XIX e o
início do século XX, e se da a partir de diversos acontecimentos, tais como a formulação, em
1900, da lei de radiação de corpo negro por Planck e a determinação da compatibilidade entre
as leis de movimento e as do eletromagnetismo por Einstein, em 1905, os quais deram origem

4
Os alicerces da Física Clássica, ou Newtoniana, não são apenas os trabalhos desenvolvidos por Newton na
Mecânica, Gravitação e Óptica, mas também as teorias acerca da Termodinâmica e a Teoria Eletromagnética de
Maxwell. Todas esses campos são consideradas partes da “Física Newtoniana” devido ao fato de seu método de
estudo e pesquisa ser baseado no método Newtoniano (ou Cartesiano).
14

a dois novos campos de conhecimento na Física: a Física Quântica e a Física Relativística,


respectivamente. (CASTRO, 2003).
O primeiro campo, o da Relatividade “trouxe, portanto, sérias e profundas
implicações. A fusão do espaço e do tempo (agora relativizado) [...], também incorporou
novos absolutos, como a velocidade da Luz e o ‘intervalo relativístico’” (MARTINS, 1998,
p.103). Foi a grande ousadia de Einstein que fez surgir à idéia da Relatividade. Ousadia por
que ele admitiu que o tempo é relativo, assim como o espaço. Fez outras considerações em
outros trabalhos (cinco artigos no ano de 1905), onde afirmou a natureza corpuscular e
quantizada da luz, entre outros trabalhos. Como ele mesmo disse “Eu não sou nem
especialmente inteligente, nem especialmente dotado. Sou apenas curioso, muito curioso”
(MOREIRA, 2005,p 39). E foi graças a essa curiosidade que se formou a nova teoria da
Mecânica Relativística, que vêm se impor a até então inabalável Mecânica Clássica.
Uma outra mecânica que surgiu com a Física Moderna foi a Mecânica Quântica,
resultado de um grande número de trabalhos, envolvendo diversos cientistas, “[...] dentre os
quais podemos citar: Planck, Bohr, Einstein, Born, Heisenberg, de Broglie, Schöedinger,
Pauli, Dirac, Fermi, entre outros.” (MARTINS, 1998, p.104). A mecânica Quântica vem
travar um outro grande conflito com os físicos da época, pois a Física deixava, em parte, de
ser uma ciência determinística e passava a ser probabilística.
Como se pode perceber. Os conhecimentos e teorias da Física Moderna começam a
atuar onde os da Clássica começam a falhar (inicio do século XX). Por isso, a Física Clássica
cede seu lugar no mundo molecular e atômico a Física Quântica, e para as altas velocidades e
grandes massas como estrelas gigantes e outros corpos, a Mecânica Clássica abre espaço para
atuação da Teoria da Relatividade. Mas até quando?

2.2 A Importância da Física Moderna no Ensino Médio

Infelizmente, a Física ensinada no ensino médio em âmbito Nacional, trata apenas de


conteúdos associados à Física do inicio do século XX. Entretanto, desde o final do século XX
existe um movimento Nacional e internacional para a introdução dos conteúdos de Física
Moderna (ou Contemporânea) no Ensino médio. São muitos os motivos para se inserir esses
conteúdos no Nível Médio. Podemos citar entre eles:

• Despertar a curiosidade dos estudantes e ajudá-los a reconhecer a Física


como um empreendimento humano, e, portanto, mais próxima a eles;
15

• Os estudantes não têm contato com o excitante mundo da pesquisa atual


em Física, pois não vêem nenhuma Física além de 1900. Esta situação é
inaceitável em um século no qual idéias revolucionárias mudaram a
ciência totalmente;
• É do maior interesse atrair jovens para a carreira científica. Serão eles os
futuros pesquisadores e professores de Física.
(OSTERMANN, FERREIRA, CALVACANTI, 1998, p.1)

Os motivos citados anteriormente mostram a importância e a necessidade da inclusão


do ensino de Física Moderna no nível médio. Por isso, dentre esses e outros motivos, o MEC5
passou a exigir os conteúdos de Física Moderna no Ensino Médio a partir de 1999 (DIARIO
DE PERNAMBUCO, 2002).
Infelizmente, muitas escolas ainda não ministram os conteúdos de Física Moderna
pelos mais diferentes motivos, que vão desde as dificuldades dos professores em ministrar
esses assuntos e a própria dificuldades dos alunos em aprendê-los. É o que dizem os autores
abaixo:

[...] Embora o ferramental matemático presente nesses campos (da Física


Moderna), especialmente àquele presente na Relatividade Especial
(trigonometria, equações polinomiais quadráticas etc), possa ser visto como
de fácil compreensão por alunos do ensino médio, a inserção da Física
Moderna nesse nível de ensino tem encontrado algumas dificuldades. Pode-
se justificar isso com a possível dificuldade dos alunos no trato de conceitos
abstratos, ou seja, em trabalhar com conceitos não perceptíveis nas
experiências do cotidiano. Pode-se também justificar tal fato a partir das
próprias dificuldades dos professores dentro desse campo da Física, que
conscientes disso, muitas vezes evitam sua abordagem.
(CASTRO, CORREIA; GONÇALVES, 2003, p.1).

Estes autores ainda levantam um importante questionamento: se os docentes decidem


não avançar, e permanecer trabalhando apenas com os conteúdos da Física Newtoniana, ou
seja, aqueles anteriores a 1900, não significa que a disciplina de Física Está sendo trabalhada
com uma defasagem de um século?
Uma dada passagem do livro A máquina das crianças (PAPERT, 1994), traz uma
história bastante interessante para ilustrar essa idéia. Dois grupos são transportados um século
em direção ao futuro, e se deparam na época atual (século XXI). O primeiro grupo é um grupo
de Médicos. Estes ao observarem uma sala de cirurgia moderna encontraram enormes
diferenças. Instrumentos e equipamentos presentes ali, que jamais um médico de cem anos
atrás poderia manuseá-los de forma adequada, pelos menos não imediatamente. O segundo
grupo é um grupo de professores, que ao se depararem com uma sala de aula “moderna”,

5
Ministério da Educação, Cultura e Desportos.
16

praticamente não encontraram diferença alguma da sala de aula de um século atrás. Trazendo
isto para nossa discussão: Um professor que ensinava Física no ano de 1900, provavelmente
ensinaria Física sem problemas em pleno século XXI. Dessa forma o professor ministraria
apenas os conteúdos da Física Clássica, sem se preocupar com a tecnologia atual que cerca e
invade aos alunos por toda a parte.
A Física é uma ciência experimental e quando trazida para a sala de aula, deve traçar
um paralelo da teoria física com a experiência diária dos alunos. Vale colocar que é proposta
pedagógica dos PCN “aplicar as tecnologias associadas às Ciências Naturais na escola, no
trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida” (MEC, 2000, p 96). E completa
Castro: “[...] Assim, enquanto educadores devemos romper com uma diretriz de conteúdo e
estanque, trazendo cada vez mais para a sala de aula temas modernos, mais próximos da
realidade dos alunos [...]” (CASTRO, CORREIA; GONÇALVES, 2003, p.3).
Sem sombra de duvidas, a inclusão dos conteúdos de Física Moderna é essencial para
proporcionar uma maturidade ao ensino de Física. “[...] Caso contrário, a indagação “há um
século de atraso no ensino de Física!?”Permanecerá por um longo tempo ainda [...]”
(CASTRO, CORREIA; GONÇALVES, 2003, p.3).

2.3 Ensino de Física Moderna e Vestibular

Quando se discute ensino médio (que é a ultima etapa da educação básica),


rapidamente se pensa em vestibular, emprego ou outra forma de ascensão para o estudante
que pretende concluí-lo. Infelizmente, “Costuma-se justificar certa inércia para algumas
mudanças no ensino médio (ou mesmo no fundamental) no fato deste ser, presume-se, voltado
para o vestibular” (LIMA, 2003, p.6).
Geralmente se fala em vestibular como um processo extremamente errado e
excludente, que tira a oportunidade dos menos favorecidos entrarem na universidade. Mas ele
(o vestibular) não possui apenas defeitos, como sugerem muitos autores. Na verdade, mais
excludente que o vestibular é a sociedade. É como diz Cristóvão Buarque em seu livro A
aventura da Universidade: “o que torna a universidade elitista não é o fato de que os pobres
não terão filhos médicos, mas o fato de que os pobres não terão médicos para seus filhos”
(BUARQUE, 1994). Dessa forma, o vestibular se torna apenas um reflexo da sociedade.
Sendo assim, o verdadeiro problema do ingresso justo e igual à Universidade não está no
vestibular, mais sim na educação de nível fundamental.
17

O concurso vestibular é um espelho fiel das distorções e das iniqüidades que


caracterizam a sociedade brasileira. Ele é um instrumento neutro e, sendo
seu objetivo precípuo selecionar os candidatos mais bem preparados para
preencher as poucas vagas oferecidas, não poderia ser outro o resultado [...]
seria um descalabro tentar usar o concurso vestibular como instrumento de
justiça social. Perderiam todos, sem que se pudesse minimamente corrigir as
deformações que marcam os 11 primeiros anos da educação das crianças e
dos adolescentes do país. (PINHO, 2001, p.6)

Pelo que parece, a maioria das escolas passa a incluir os conteúdos de Física Moderna
em seus currículos apenas quando as Universidades locais começam a cobrar tais conteúdos
em seus vestibulares, pressionando assim os seus professores de Física, que muitas vezes
estão inseguros sobre os conteúdos de física moderna, por falta de capacitação e/ou por não
possuírem graduação em Física, dificultando ainda mais a situação. (LIMA, 2003).
Dentro dessa política educacional de “o que o vestibular cobrar na prova, será
ensinado na sala”, levam vantagem às escolas privadas: “[...] a rede privada prepara o aluno
somente para um exame-padrão, o Vestibular.” (NEVES, 2000, p.7).
Desta forma é fácil perceber que existe uma resistência natural na implementação do
ensino de Física Moderna devido à ausência deste no programa de Física do vestibular de
algumas Universidades do país, já que grande parte das escolas, em especial as privadas, só
passam a ministrar os conteúdos com a cobrança no vestibular.

2.3.1 Um histórico da Física Moderna nos vestibulares

Segundo a autora Maria Emília Bezerra (2005, p 27), a primeira universidade pública a
implementar conteúdos de Física Moderna no exame vestibular foi a Universidade Federal do
Rio grande do Sul (UFRGS), no ano de 1970. A segunda universidade foi a federal de Santa
Catarina (UFSC) em 1990, seguida pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN) em 1998. Ainda segundo Bezerra, até 2005, cerca da metade das principais6
universidades públicas do País cobram os conteúdos de Física Moderna, e na medida em que
estes assuntos são inseridos no vestibular, também são inseridos nos programas de física do
nível médio (BEZERRA, 2005, p 26 – 28).
Como vimos, os conteúdos de Física Moderna passam a ser cobrados pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte em 1998, 93 anos após a publicação dos

6
São consideradas principais universidades as que apresentam um grande número de inscritos nos seus
vestibulares.
18

principais trabalhos de Einstein (1905), lembrando que esta foi a terceira Universidade a
implementar tais conteúdos, sendo assim uma das pioneiras no Brasil, a primeira quando se
fala em Norte e Nordeste.
Porém, este conteúdo de Física Moderna que já vem sendo cobrado a alguns anos pela
UFRN está sendo ministrado nas salas de aula de Ensino Médio tanto na rede pública como
na rede privada de Ensino da cidade de Natal? Se estiver sendo ministrado, vem a ser de
extrema importância saber se os conteúdos são passados de forma satisfatória, e se não estão
sendo ministrados, porque não? Afinal, seria justo uma Universidade Pública exigir conteúdos
que não são ministrados em sala de aula? Especialmente se estas salas de aula forem as salas
de aula de escolas públicas?
Para responder essas perguntas e cumprir com os objetivos desse trabalho, é descrito
no próximo capítulo a metodologia de trabalho, seguido dos resultados e conclusões, onde
esses questionamentos serão claramente explicados e justificados.
19

3 METODOLOGIA

Visto que existe uma necessidade de buscar conhecer a situação do ensino de Física
Moderna nas escolas, foi traçado uma metodologia de trabalho para que esta situação possa
ser reconhecida de uma forma prática e dinâmica.
Em primeiro lugar, foi feita a elaboração de um questionário, que foi levado aos
professores de algumas escolas de Natal. O segundo passo foi a definição de quais eram as
escolas que deveriam ser pesquisadas, definindo critérios para selecioná-las, sendo escolhidas
e incluídas na pesquisa sob os mesmos critérios tanto escolas públicas como privadas.
Após obter os resultados do questionário nas escolas, foi feito um levantamento,
realizando a comparação entre os dados gerados nas escolas públicas e os gerados nas escolas
privadas.

3.1 Elaboração do Questionário

O questionário veio a ser o principal instrumento de levantamento de dados de campo


deste trabalho, por isso, a sua elaboração foi feita de forma bastante cautelosa, para que este
pudesse ser capaz de coletar o máximo de informações possíveis de forma rápida, simples e
relevantes para a construção das estatísticas dos profissionais docentes que estão atuando no
ensino (ou não) de Física Moderna.
O questionário possui ao todo treze questões, sendo que as três primeiras questões
fazem o levantamento da formação acadêmica dos profissionais, como o grau de formação
(graduado, especialista, mestre) e a área de formação. Um outro ponto importante é se a
escola é pública ou privada. Na questão seguinte, é feito um levantamento sobre quais
conteúdos de Física Moderna são abordados em sala de aula. Caso o professor não ministre
nenhum assunto de Moderna, ele deveria deixar de responder o campo do questionário
referente a didática e metodologia sobre o ensino de Física Moderna (questões cinco a doze),
partindo assim, para a última questão.
Questões sobre a utilização de material didático e o tempo destinado aos conteúdos de
Moderna, como também o desempenho dos alunos estão colocados entre esses quesitos.
As respostas dessas questões são de extrema importância, pois elas são o suporte para
o levantamento estatístico de dados, e conseqüentemente para as conclusões e possíveis
20

soluções da situação em que se encontra o ensino da Grande Natal quando se fala em Física
Moderna.
O resultado final da aplicação e os resultados, junto com os gráficos serão expressos
mais adiante.

3.2 Critérios de escolha das escolas

As escolas são as regiões de amostragem, onde os dados da pesquisa científica serão


coletados. Por isso a escolha dessas escolas deverá ser a mais criteriosa possível, para que
possa abranger as principais escolas na cidade de Natal.
Porém, o que define que uma escola seja “principal”, ou melhor, relevante e
importante para esse trabalho? Para definir os critérios de seleção das escolas, é necessário
definir primeiro quais são os critérios para definir uma boa escola, como também observar se
é possível ter acesso aos dados de todas as escolas na cidade do Natal. Uma maneira de
classificar as escolas, embora não seja a mais justa, é o desempenho dos alunos das escolas no
processo seletivo do vestibular. Embora todas as Universidades públicas presentes na cidade
do Natal exijam conteúdos de Física Moderna, a única que disponibiliza publicamente os
resultados, por escola, do vestibular é a UFRN. São baseados nesses dados que são
classificadas as escola.
Ao observar como a Comissão Permanente do Vestibular da UFRN (COMPERVE)
classifica as escolas após o processo seletivo do vestibular, vê-se que a lista foi feita
classificando as escolas quanto à taxa de matriculados. Essa taxa de matriculados é a razão do
número de inscritos no vestibular em relação ao número de matriculados. Por exemplo, se
uma escola inscreve 10 alunos, e aprova 6, esta possui um índice de aprovação de 60%, o que
é bem mais que o CEFET-RN, com os seus 37% e 168 aprovados em 2006 (COMPERVE,
2006). A princípio este parece ser um bom critério para definir se uma escola é adequada para
servir de amostragem nessa pesquisa.
Uma outra maneira de classificar as escolas é quanto ao número de alunos
matriculados, sem se preocupar quantos se inscreveram. Analisando as listas da COMPERVE
e as reclassificando quanto ao número de candidatos, observa-se uma constância maior das
escolas em suas posições (estas listas podem ser vistas no Anexo_A). Ou seja, o número bruto
de aprovados oscila menos durante os anos, se comparado à taxa de matriculados.
Enfim, utilizaremos os dois critérios: as escolas que mais aprovam em números
(quantidade de matriculados) e as que mais aprovam proporcionalmente (Taxa de
21

matriculados) alunos na UFRN. Para isso, são analisadas as seis primeiras colocações nos
anos de 2004, 2005 e 2006, para os dois critérios, sendo mostrada uma classificação apenas
para as escolas públicas e outra para as privadas. Já que as primeiras colocações são ocupadas,
com exceção de CEFET-RN, por escolas privadas, sendo que a segunda escola pública só
chega a aparecer após algumas dezenas de instituições privadas.
As escolas que aparecerem pelo menos duas vezes (dois anos) em um mesmo critério,
entraram na lista das escolas selecionadas, e receberão, neste trabalho, o título de escolas
“objeto de estudo”, ou escolas “selecionadas”.

3.3. Análise dos Resultados

Os resultados da aplicação do questionário serão apresentados a partir de gráficos de


dois tipos. Para as questões que aceitem apenas um quesito como respostas, os gráficos serão
do formato “pizza”, expressando os valores percentuais em cada resposta. Já as questões onde
seja possível marcar mais de um item, os gráficos serão plotados em colunas, sendo que o
número de professores/escolas que selecionaram determinado item estará expresso sobre a
coluna.
Alguns itens do questionário conterão três gráficos, ou duas legendas, de forma que
seja possível visualizar os resultados apenas das escolas públicas, apenas das escolas privadas
e um gráfico que englobe todas as escolas pesquisadas. Dessa forma será possível traçar um
paralelo entre as escolas públicas e privadas, além de ter uma noção mais geral de como se
encontra a situação das escolas em Natal.
Cada item, além de apresentar os resultados de forma gráfica, também apresentará
uma discussão dos resultados, e comentários de casos especiais no momento das entrevistas
aos profissionais docentes.
22

4 RESULTADOS

4.1 Escolha das Escolas

As escolas foram escolhidas conforme o critério especificado na metodologia: serão


geradas listas que conterão a classificação das escolas quanto ao número total de matriculados
na UFRN e quanto à taxa de matriculados (Inscritos/matriculados). Nessas listas serão
apresentadas as seis primeiras colocações nos anos de 2004, 2005 e 2006. Sendo separadas
por escolas públicas e privadas.
Utilizando os resultados do seminário de avaliação do processo seletivo de 2005 e
2006 pode-se encontrar a colocação das escolas segundo a COMPERVE. Na pagina 53, do
seminário de avaliação do processo seletivo 2006, encontramos a colocação das escolas no
ano de 2006 e a colocação nos anos de 2004 e 2005 encontra-se na pagina 48 no seminário de
avaliação do processo seletivo de 2005. Ambas as listas de classificação estão presentes nos
anexos.
Existe uma diferença considerável entre as duas listas de classificação. A lista de 2006
inclui todas as escolas do Rio Grande do Norte listadas no manual do candidato, que
inscreveram mais de cinqüenta alunos e que aprovaram pelo menos um candidato.
Já no processo seletivo de 2005, o relatório do seminário de avaliação, lista apenas as
escolas de Natal. Este relatório de avaliação contempla as colocações não apenas do processo
vestibular de 2005, mas também o de 2004.

4.1.1 Instituições Públicas de Ensino

Para encontrar as escolas públicas alocadas nas seis primeiras colocações, foi
necessário observar as escolas presentes nas listas de classificação uma por uma, observando
se ela (a escola) é pública ou privada. Entende-se neste trabalho como escola pública, as
escolas que oferecem ensino gratuito aos jovens e adultos e que são mantidas pelos governos
Municipal, Estadual ou Federal.
A primeira escola pública (primeira colocada) não ofereceu dificuldade alguma para
ser localizada. Esta escola é o Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do
Norte – Unidade Sede, que por sinal ocupa a primeira posição (entre as escolas públicas) nos
23

três anos (2004, 2005 e 2006) e nos dois critérios de classificação. Entre a listagem geral, que
são as escolas públicas mais as escolas privadas, o CEFET-RN oscila entre 1º e 2º colocado.
Percorrendo a lista, e observando a relação escola por escola, encontra-se as outras
cinco escolas que constituirão a nossa lista. Em primeiro lugar classificaremos as escolas
quanto à taxa de matriculados, sendo expresso em cada célula do gráfico nº1, a escola, a taxa
de matriculados e a sua colocação geral (públicas + privadas).

ANO 1º 2º 3º 4º 5º 6º

CEFET Domingos Edgar Felipe Ferreira


Lia Campos
Barbosa Itajubá
Sávio Guerra
2004

36,7% - 1º 5,6% - 37º


17,3% - 13º 9,1% - 27º 8,6% - 28º 6,3% - 36º
CEFET Domingos Walfredo José Padre Floriano
Sávio Fernandes Cavalcante
Gurgel Miguelinho
2005 Machado

34,4% - 2º 13,6% - 27º 11,3% - 32º 10,3% - 36º 10,2% - 37º 10,1 – 38º
CEFET Santos Walfredo Padre Felipe Francisco
Dumont Ivo
Gurgel Miguelinho Guerra
2006

37,3% - 2º 11,8% - 56º 10,7% - 60º 8,8% - 71º 8,6% - 72º 8,3% - 75º
Gráfico 1 – Escolas Públicas Classificadas quanto à proporção inscritos/matriculados
Fonte: Criação do autor, a partir dos seminários de avaliação do Vestibular – UFRN.

As escolas públicas em negrito são as que apareceram pelo menos duas vezes no
Gráfico nº. 1. Como se observa, existem algumas escolas que aparecem apenas uma vez entre
essas seis primeiras colocações e em seguida somem das primeiras posições. Estas escolas
obtiveram apenas um desempenho fora do normal para aquele ano, e por isso não possuem
tradição de grandes aprovações. A escola José Fernandes Machado, por exemplo, apareceu
como quarta no ano de 2005, mas não obteve nenhuma aprovação em 2004, onde contava
com apenas seis inscritos, e em 2006 aparece na colocação de numero 90, com 4,5% de
aprovação. Como se observa esta escola apenas teve um ano especial, que provavelmente,
contou com melhores alunos ou com um incentivo maior por parte da direção da escola.
Já para classificar as escolas quanto ao número de aprovados, transcreveram-se as
listas de classificação (da COMPERVE) para um programa de planilhas eletrônicas, fazendo
assim a reclassificação das escolas (esta lista se encontra nos anexos). Para localizar as
escolas públicas, foram dados os mesmos passos: analisando posição por posição e
24

encontrando as seis primeiras escolas públicas. O gráfico 2 expressa além das escolas, o
número total de matriculados, seguido pela colocação geral da escola nessa segunda lista de
classificação.

ANO 1º 2º 3º 4º 5º 6º

CEFET Felipe Floriano Edgar Winston Atheneu


Guerra Barbosa
Cavalcante Churchill
2004

120 – 1º 6 – 27º 6 – 26º 4 – 34 4 – 33º 3 – 35º


CEFET Floriano Anísio Atheneu Padre Winston
Cavalcante Teixeira Miguelinho Churchill
2005

359 – 1º 47 – 16º 47 – 17º 43 – 18º 40 – 19º 36 – 21º


Winston Floriano Anísio Atheneu Padre
CEFET
Churchill Cavalcante Teixeira Miguelinho
2006

374 – 1º 48 – 15º 41 – 17º 40 – 20º 35 – 28º


35 – 27º
Gráfico 2 – Escolas Públicas Classificadas quanto ao número total de matriculados
Fonte: Criação do autor, a partir dos seminários de avaliação do Vestibular – UFRN.

Como é possível perceber, o número de escolas em negrito aumentou sensivelmente.


Esse dado mostra que estes escolas possuem uma tradição de aprovação, pois adotando o
critério de números de aprovados, essas escolas se repetem entre estas seis primeiras
colocações. Pelo que parece, classificar as escolas quanto ao número total de matriculados no
vestibular torna menos oscilante as primeiras colocações das escolas públicas.
As escolas Padre Miguelinho e CEFET-RN aparecem nos dois gráficos. Isto sugere
que entre as escolas públicas, estas devem ter um ensino diferenciado. Isso foi analisado no
momento da aplicação do questionário.
Entre as escolas públicas presentes no grafico acima, além do CEFET-RN, se repete
nos três anos o Floriano Cavalcante, o Atheneu, o Winston Churchill e se considerarmos a
sétima colocação de 2004, o Anísio Teixeira. Ou seja, estas escolas dominam as primeiras
colocações em termos de alunos ingressos na UFRN.
Em fim, as escolas que foram analisadas são as que estão em negrito nos dois gráficos
acima, desse modo, pode-se se utilizar os dois critérios, envolvendo as escolas que
matriculam proporcionalmente mais e as que matriculam quantitativamente mais alunos na
25

UFRN, além de abranger um bom número de escolas. Seguem então as escolas públicas
selecionadas de natal:

• Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte


• Colégio Estadual do Atheneu Norte Riograndense
• Escola Estadual Desembargador Floriano Cavalcante
• Escola Estadual Domingos Sávio
• Escola Estadual Felipe Guerra
• Escola Estadual Monsenhor Walfredo Gurgel
• Escola Estadual Padre Miguelinho
• Escola Estadual Professor Anísio Teixeira
• Escola Estadual Winston Churchill

Temos assim, nove escolas públicas a serem visitadas, e analisadas a partir da


aplicação do questionário junto aos seus profissionais em ensino de Física.

4.1.2 Instituições Privadas de Ensino

O passo seguinte foi a seleção das escolas privadas. A seleção se deu de forma mais
simples que as da escola pública, pois, como já foi dito, com exceção do CEFET-RN, as
primeiras colocações são ocupadas pelas escolas privadas.
Por isso, para gerar os gráficos com as classificações, basta excluir o CEFET-RN, que
temos a listagem das seis primeiras escolas privadas.
De forma análoga ao CEFET-RN, a escola CEI (Centro de Educação Integrada),
domina as primeiras posições em ambas as listagens, com exceção do ano de 2005,
classificado por número de alunos matriculados (gráfico 4).
Segue-se o gráfico 3, que é semelhante ao gráfico 1, contendo em cada célula a escola,
a taxa de matriculados e a colocação geral da escola para aquele ano.

ANO 1º 2º 3º 4º 5º 6º

CEI Henrique CDF – Salesiano Maria GEO Stúdio


Castriciano Prudente Auxiliadora
2004
26

35,2% – 2º 34,1% - 3º 32,3º - 4º 27,0% - 5º 26,0% - 6º 21,4% - 7º

CEI Henrique GEO Stúdio Salesiano CDF – Maria


Castriciano Prudente Auxiliadora
2005

35,2% – 1º 32,7% - 3º 30,0% - 4º 29,3% - 5º 29,1% - 6º 26,8% - 7º


CEI GEO Stúdio Henrique Facex Maria
Salesiano
Castriciano Auxiliadora
2006

40,1% – 1º 25,2% - 10º


34,7% - 4º 38,6% - 7º 27,8 – 8º 26,4% - 9º
Gráfico 3 – Escolas Privadas Classificadas quanto a proporção inscritos/matriculados
Fonte: Criação do autor, a partir dos seminários de avaliação do Vestibular – UFRN.

Como se pode observar acima, os primeiros lugares são literalmente dominados por
algumas escolas. A maioria delas se repete nos três anos. A única a aparecer de forma Isolada
foi a FACEX, em sublinhado. Logo, das escolas acima ela será a única a não ser analisada.
Como se vê, estas escolas possuem uma tradição de aprovação no processo seletivo de
vestibular da UFRN, se isso caracteriza ou não uma boa qualidade de ensino, a análise dos
resultados dirá mais adiante.
Resta saber se quando as escolas forem classificadas quanto ao número de alunos
matriculados, estas escolas voltarão a aparecer. É o que se vê no gráfico 4, que apresenta o
número total de matriculados e a colocação quanto a este número para cada escola:

ANO 1º 2º 3º 4º 5º 6º

CEI Salesiano Marista Neves CAP –


Henrique
Castriciano Prudente
2004

81 – 2º 76 – 3º 59 – 4º 51 – 5º 49 – 6º 42 – 7º
Salesiano Neves CAP – CEI Marista CDF –
Prudente Centro
2005

187 – 2º 144 – 3º 128 – 5º 112 – 6º 111 – 7º


133 – 4º
CEI Salesiano Neves Contemporâ- Marista CAP –
neo
2006 Prudente

168 – 2º 166 – 3º 137 – 4º 121 – 6º 108 – 7º


122 – 5º
Gráfico 4 – Escolas Privadas Classificadas quanto ao número de matriculados
Fonte: Criação do autor, a partir dos seminários de avaliação do Vestibular – UFRN.
27

Quando as Escolas são classificados quanto ao seu número de alunos matriculados nos
cursos da UFRN, vemos que as Escolas CEI e Salesiano estão presentes em ambos os
gráficos, e em todos os três anos. É provável que essas escolas possuam um ensino
diferenciado, tal como o CEFET-RN e o Padre Miguelinho, no caso das escolas Públicas.
Observando o ultimo gráfico, estão excluídas da seleção, as escolas: Contemporâneo,
CDF – Centro e Henrique Castriciano. Entretanto, a Escola Henrique Castriciano se faz
presente em todos os anos no gráfico 3. Então, de todas as Escolas presentes nos gráficos de
número 3 e 4, estão fora da pesquisa, Além o Contemporâneo e do CDF – Centro, a FACEX.
Dessa forma, finalizou-se a seleção das escolas de Natal, com a construção da lista
abaixo, que possui as escolas privadas que serão consideradas nessa pesquisa.

• Centro Educacional Integrado


• CAP – Prudente
• CDF – Prudente
• GEO Stúdio
• Henrique Castriciano
• Instituto Maria Auxliadora
• Marista
• Colégio Nossa Senhora das Neves
• Salesiano

Por coincidência, o número de escolas privadas selecionadas foi igual ao número de


escolas públicas. Assim têm-se ao todo dezoito escolas. São nessas dezoito escolas que serão
levados os questionários, buscando fazer o levantamento estatístico dos dados da forma mais
confiável possível, e traçando assim o paralelo entre as escolas públicas e privadas quanto ao
ensino de Física Moderna.

4.2 Resultados do questionário

O questionário foi levado às escolas selecionadas, no período de 01 de novembro a 25


de novembro de 2006, sendo respondido por um dos professores de Física de cada
28

estabelecimento. A distribuição das escolas pela cidade de Natal esta mostrada no mapa da
figura 1, a seguir, segundo escolas públicas e privadas.

Fig. 1: Distribuição das Escolas pela cidade do Natal

Os pontos pretos são as escolas públicas presentes em nossa lista e os pontos azuis são
as escolas privadas. Como se pode observar existe uma concentração dessas escolas em uma
pequena região da cidade de Natal (Figura 2). A grande região amarela é a cidade de Natal, e
o quadrado em destaque é a aproximadamente a região expressa com detalhes na figura 1.
Para uma cidade que abrange toda a legenda amarela da figura 2, essa região de concentração
das escolas é muito pequena.
29

Fig. 2: Região onde se encontram as “principais” Escolas de Natal.

Além da própria concentração das 18 escolas levadas em conta nesse trabalho, vemos
mais duas outras “sub-concentrações”: uma de escolas públicas e outra de escolas privadas.
Como é possível ver, existe um aglomerado de pontos pretos na região do centro da cidade,
no bairro de “Cidade Alta”. Estas escolas são as públicas que alcançaram as melhores
colocações, com exceção do CEFET-RN. O aglomerado azul que é constituído por seis
escolas abrange uma área maior, porém, em meio às essas escolas ditas importantes existem
dezenas de outras escolas privadas de porte consideráveis, e menores, que não foram
consideradas nessa pesquisa.
A maior parte dos professores de Física atuantes nessas escolas foram entrevistados,
por mim, nas próprias escolas. Alguns outros foram entrevistados a partir de terceiros ou em
outros ambientes fora das escolas em questão.
A maioria das escolas privadas foram hostis com a pesquisa cientifica, impondo
dificuldades e questionamentos para a aplicação do questionário junto aos professores de
Física. Em uma das escolas privadas não foi possível aplicar o questionário e nem entrar em
contato com algum professor. A coordenação pedagógica proibiu o meu acesso às salas de
aulas e de professores e prometeram que elas mesmas (as pedagogas responsáveis) entrariam
em contato com os professores de Física, aplicariam o questionário e em seguida entrariam
em contato comigo para ir até a escola coletar o questionário. Até a data de fechamento dessa
pesquisa de campo (25 de novembro de 2006) este contato não ocorreu.
As escolas públicas, pelo contrario, foram bem receptivas à pesquisa, atenderam-me
muito bem, incluindo os professores.
30

Dessa forma, somam-se 17 escolas onde os professores responderam o questionário


sobre a didática e a prática de ensino de Física Moderna. Os resultados de cada item do
questionário estão detalhados no capítulo seguinte.

4.2.1. Tipo da Escola

Como já foi dito anteriormente, o relatório foi levada a dezessete escolas. Oito dessas
são privadas e nove são públicas, como se pode observar no gráfico a seguir (gráfico 05):

Classificação da Escola

47%

53%

Pública Privada

Gráfico 5: Classificação das Escolas quanto a públicas ou privadas


Fonte: criação do autor, a partir dos resultados do questionário.

Esses resultados são importantes, pois temos números equilibrados de escolas públicas
e privadas, e dessa forma é possível visualizar melhor o impacto das escolas públicas (ou
privadas) no resultado geral.
Alguns dos resultados expressos nos tópicos seguintes trazem os resultados das
escolas públicas e das escolas privadas de forma separada, como também trazem um gráfico
global, envolvendo todas as escolas pesquisadas. O fato de haver essa quase simetria de
escolas públicas e privadas faz com que seja melhor observável o impacto que os resultados
das escolas públicas ou privadas geram nos resultados globais
Infelizmente, o mesmo impacto não pode ser visto nos resultados do vestibular, pois o
número de aprovados no processo seletivo não representa os mesmos valores percentuais na
maioria dos cursos, que são quase que totalmente dominados por alunos de escolas privadas
(como Medicina, Direito) e outros por alunos de escolas públicas (Cursos de Licenciaturas),
(COMPERVE, 2006).
31

4.2.2 Grau de formação e Área de Atuação

As questões de número um e dois do questionário vêm levantar dados quanto à


formação dos profissionais que atuam no Ensino de Física. As alternativas em grau de
formação vão de graduando a mestre, e nas de área de atuação estavam presente à formação
em Física, em Matemática (já que muitos professores de Física são, na realidade, formados
em matemática (LIMA, 2003)), em algum outro curso da área tecnológica e também se o
docente possui formação em outra área.
Observando os gráficos de n.º 6 e 7, podemos constatar alguns dados importantes e até
mesmo interessantes.
Nenhum profissional entrevistado respondeu ao questionário alegando que seu grau de
formação é de Mestre. Isso mostra que a maioria dos profissionais que estão atuando no
ensino médio ainda se encontram em uma formação básica, limitada aos conhecimentos
adquiridos em nível de graduação. A titulação mestre ainda é parcialmente empregada, pois,
no momento da entrevista, vários docentes justificaram estarem no curso de mestrado, e um
no doutorado. Em termo de pós-graduação, as escolas privadas possuem um número maior de
especialista.

Grau de Formação

Graduando 18% 0%
24%

Graduado

Especialista

Mestre 58%

Públicas Privadas
0%
8% 0%
33% 0%
40%

60%
59%

Gráfico 06: Percentual do grau de Formação dos Docentes Entrevistados


Fonte: criação do autor, a partir dos resultados do questionário.
32

Um outro ponto importante: O grau de instrução graduando está presente apenas nas
escolas públicas. È a condição de Estagiário. Muitas das escolas públicas estão sem
professores de Física em seu quadro permanente. Assim, para que os alunos tenham aula e
Física, a Secretaria de Educação realiza contratos temporários de estagiários para atuarem,
como professores e muitas vezes estes estagiários não chegam nem a serem alunos dos cursos
de física. E, quando chegam, se deparam logo coma a inexperiência. Ensinar Física Moderna
nessas circunstâncias se torna bastante difícil, já que os alunos-professores não possuem
(ainda) condições para cobrir a física clássica, quanto mais a moderna, que geralmente é vista
no fim dos cursos de graduação.
Por fim, como se pode ver, a proporção de graduados é basicamente a mesma para
ambas as escolas (59% para as Públicas e 60% para as privadas). Esses profissionais se
formaram basicamente na mesma instituição, logo, possuem iguais condições de trabalharem
bem os conteúdos da Física Clássica e ainda sim, a Física Moderna, abrangendo dessa forma a
Física e suas aplicações tecnológicas como um todo.
Com relação à área de formação dos docentes, é possível notar no gráfico 7 que a
maior parte dos profissionais entrevistados possuem formação em Física.

Area de Formação
Física
6%
Matemática 0%
6%
Outro curso da Área
Tecnológica,

curso de um outra
Área, 88%

Pública Privada
0%
11%
0% 0%
11% 0%

78% 100%
Gráfico 07: Dados sobre a Formação dos Docentes Entrevistados
Fonte: criação do autor, a partir dos resultados do questionário.
33

O fato de termos 88% dos profissionais com formação em Física é um ponto positivo
que encontramos nesta pesquisa, já que um profissional de uma outra área não cursou as
disciplinas mínimas necessárias para adquirir um conhecimento razoável sobre a Física
Moderna a ponto de ensinar isso para os alunos de uma forma clara e correta. Vale a pena
perceber que nas escolas privadas têm-se apenas profissionais que possuem formação em
Física.
No caso as Escolas públicas, temos a ocorrência de 11% de professores com formação
em matemática e outros 11% que formados em algum outro curso de uma outra área. Esses
11% equivalem a um dos entrevistados. O que possui formação em Matemática é especialista.
Sua especialização o capacita para ensino de Física. Até então, nada agravante. O problema e
que o profissional que graduado “em um curso de uma outra área” é formado em Agronomia.
Se é possível ver isso entre as escolas públicas pesquisadas, que são as que mais aprovam no
vestibular da UFRN, não seria surpresa encontrar docentes que nem mesmos sejam formados,
lecionando pelo Rio Grande do Norte a fora. Se a cinemática fica prejudicada nesse contexto,
o que dizer da relatividade ou do principio da incerteza?

4.2.3 Conteúdos Abordados em sala de aula

É importante destacar que, a questão de número quatro aplicado no questionário é a


mais importante desse trabalho, pois ela vem nos trazer algumas respostas sobre quais os
conteúdos de Física Moderna são abordados (ou não) nas salas de aula dessas escolas
selecionadas.
Essa questão é um divisor de águas no questionário, já que, caso o professor responda
a questão afirmando que não ministra nenhum conteúdo de Física Moderna, ele deverá deixar
o campo das questões cinco a doze em branco do questionário e chegar à última questão (a de
nº 13), já que as outras questões são referentes à didática e metodologia no ensino de Física
Moderna. Como se vê nas colunas do gráfico 08, temos aqui uma divergência enorme quando
em ensino de Física Moderna. O número acima das colunas indica o número de professores
que afirmaram ensinar o conteúdo expresso abaixo das colunas.
34

Conteudos Abordados em Sala de Aula

8 8 8 8 8 8 8 8

1 1 1 1 1 1 1
0

Nebhum
Teoria de

Modelo de

onda partícula
Relatividade

Radioatividade
Principio da
Fotoelétrico
Planck

Incerteza
Dualidade
Bohr
Efeito

Pública
Privada
Gráfico 08: Relação dos conteúdos de Física Moderna abordados pelos Professores
Fonte: criação do autor, a partir dos resultados do questionário.

Todos os professores das escolas privadas afirmaram ensinar os conteúdos de Física


Moderna. Interessante que destacaram também ensinar todos os conteúdos agrupados no
questionário. Os números oito acima das colunas vermelhas são as oito escolas privadas que
tiveram seus docentes entrevistados.
Já o número oito acima da coluna azul, são oito das nove escolas públicas vistas, que
afirmaram não ensinar nenhum conteúdo de Física Moderna. Quando questionados sob o
porque de não ensinar Física Moderna, os docentes da rede pública de ensino deram os mais
diferentes motivos, como também sugeriram diversas soluções. Os motivos vão deste a falta
de estrutura das escolas, passando pelo desinteresse dos alunos e chegando a falta do livro
didático esperado pelo programa federal de livros didáticos para as escolas públicas. Estes
comentários “extra-questionário” serão levados em conta nas conclusões desse trabalho.
O número um acima das pequenas colunas azuis é o número um do CEFET-RN, única
escola pública, dentre as entrevistada, que ministra os conteúdos de Física Moderna para os
seus alunos. Devido a esses fatos, a análise os resultados de agora em diante leve em conta
apenas as oito escolas privadas entrevistadas mais o CEFET-RN, não fazendo mais distinção
entre públicas e privadas, exceto se for necessário citar o CEFET-RN em particular.

4.2.4 Distribuição dos conteúdos

Constatamos que nove escolas ministram os conteúdos de Física Moderna. Não apenas
abordam os conteúdos como, dizem, ensinam TODOS os conteúdos de Física Moderna
presente no questionário. Resta agora analisar como estão sendo trabalhados esses conteúdos.
35

Nesse primeiro ponto a respeito da didática, vemos como estão distribuídos os


conteúdos de Física Moderna durante o Ensino Médio. O questionário apresenta três
possibilidades: Diluída durante todo o ensino médio, diluída durante o terceiro ano do ensino
médio ou se é dada tudo em um único momento, como um conteúdo “pós-física” ou “extra”.
Os resultados estão expressos no gráfico 09.

Distribuição dos Conteúdos

11%
33%
Diluída no
Ensino Meio
Diluída no 3º
Ano
56%
Concentrada

Gráfico 09: Distribuição dos conteúdos de Física Moderna no Ensino Médio


Fonte: criação do autor, a partir dos resultados do questionário.

A maior parte dos professores das escolas (privadas) ministra os conteúdos de


Moderna no terceiro ano do nível médio. Isto se deve ao fato de o terceiro ano ser dado como
se fosse “um cursinho pré-vestibular”, revisando todos os conteúdos do ensino médio. É
comum os alunos terem dois ou três professores diferentes de Física. Em algumas escolas
existe uma aula e física moderna no horário semanal. Na maior parte dos casos o professor
responsável por ensinar eletromagnetismo é o que ensina Física Moderna. Algumas outras
escolas (33%) a Física Moderna é dada toda de uma vez em um período a parte. Ensinada
dessa forma, parece que Moderna é uma Física sem nexo nenhum com a Física Clássica, algo
extra, ou algo “depois da Física’normal’”.
A única escola que trabalha os conteúdos de Física Moderna diluídos em todo o ensino
médio (11%) é o CEFET-RN. Por exemplo: o professor ensina mecânica relativística no
primeiro ano, em conjunto com a mecânica clássica. Noções de quântica são trabalhadas
quando se fala em ótica, luz e cores.
36

4.2.5 Material de Apoio e recursos didáticos

Os entrevistados também foram questionados a respeito dos recursos didáticos que


utilizam nas aulas de Física Moderna, tais como livros e apostilas que usam para se basear ou
disponibilizar para os alunos. Com relação ao material de apoio, vemos as opções e respostas
no gráfico 10.

Livro didático Material de apoio

Apostila Própria
8
7
Apostila de
Terceiros
Material da
Internet
Nenhum
0 0 0

Gráfico 10: Material de apoio utilizado pelos professores de Física


Fonte: criação do autor, a partir dos resultados do questionário.

Como é observável, nenhum dos professores optou pelas opções “apostila de


terceiros” e “material da internet”. As escolas optaram por livro didático ou apostila própria, e
em alguns casos, ambos. Quando questionados sobre qual livro, a grande maioria respondeu
usar o livro do “Alberto Gaspar”. Chega a ser interessante que, entre as nove escolas que
ensinam Física Moderna, oito professores dizem utilizar apostilas próprias.
Vários outros recursos além dos livros e apostilas podem ser empregados no ensino de
Física. Dentre os principais recursos, listamos alguns no questionário levado aos professores.
Esses recursos, se bem trabalhados, facilitam na aprendizagem dos conteúdos de Moderna,
que geralmente são bastante abstratos e distantes do mundo dos alunos.
37

Retroprojetor Recursos didáticos

imagens em 9
Vídeos
7
programa de
computador 5 5
software
2
Quadro e giz

Gráfico 11: Recursos didáticos utilizados no ensino de Física Moderna


Fonte: criação do autor, a partir dos resultados do questionário.

No gráfico n.º11 vemos que o bom e velho “quadro e giz” está presente na didática de
todos os professores. Imagens em vídeos são comuns na grande maioria dos profissionais. È
bom notar que o vídeo está sendo mais empregado que o retroprojetor e que o computador,
que possuem colunas da mesma altura. Dois professores assinalaram a opção software.
Quando questionado qual software foi empregado, os professores não souberam especificar
qual software usavam.
Analisando então os gráficos e n.º10 e 11, vemos que esta havendo condições mais
que suficiente para que os conteúdos de Moderna sejam passados e forma clara e objetiva. Só
não é possível saber se tais recursos estão sendo bem ou mal empregados (ou se são realmente
empregados).

4.2.6 Prática Experimental

A Física Contemporânea lida com corpos com velocidades muito altas (relatividade
especial), com um mundo muito pequeno (Mecânica Quântica) e com o muito grande
(relatividade geral). É de se esperar que levar para a sala de aula ou laboratório práticas
experimentais dos fenômenos presentes na Moderna sejam um tanto trabalhoso ou
impraticável. Porém, as aplicações práticas da Física Moderna estão presentes por toda a
parte. Demonstrar e explicar tais aplicações em laboratório contribui para se ter uma prática
experimental.
38

Pratica experimental

33%

67%

Sim Não

Gráfico 12: Pratica experimental nas Escolas entrevistadas


Fonte: criação do autor, a partir dos resultados do questionário.

Das nove escolas entrevistadas apenas três (33% - gráfico 12) alegaram ministrar os
conteúdos de Física Moderna utilizando experimentos. Duas delas são privadas. Os
professores são os mesmo dois que responderam utilizar softwares sobre Física Moderna.
Todos os três professores responderam utilizar experimentos sobre efeito fotoelétrico. O
terceiro professor é professor o CEFET-RN, que além do efeito fotoelétrico também trabalha
experimentos sobre o modelo e Bohr e o átomo e hidrogênio.
Porém, a maior parte dos percentuais da “pizza” do gráfico n.º 08 esta dividida para a
resposta não. Os que responderam “sim”, tiveram a criatividade e o empenho em demonstrar
experimentalmente o efeito fotoelétrico, que por sinal não é tão complicado assim. Essa falta
de praticidade dificuldade na aprendizagem dos conteúdos de Moderna.

4.2.7 Tempo destinado

Nas escolas públicas, muitos professores disseram que não ministravam os conteúdos
de Física Moderna porque o tempo destinado à disciplina de Física nas Escolas públicas é
muito reduzido, assim, muitas vezes não há tempo nem mesmo de concluir os conteúdos
básicos da Física, como as Leis fundamentais da Mecânica, Termodinâmica ou
Eletromagnetismo. São comuns histórias de professores que passaram metade do ano letivo
em apenas um conteúdo da Física.
Em função desta realidade foi importante questionar quanto tempo é destinado aos
conteúdos de Física Moderna nas Escolas. As resposta foram as mais variadas possíveis,
variando de duas semanas de aulas a um bimestre inteiro, se consideramos que o conteúdo foi
compactado em um único momento. Em média, temos um tempo destinado de
39

aproximadamente 15 horas/aulas, ou cinco semanas de aula. Para um conteúdo tão vasto e de


uma complexidade razoável. Esse tempo é muito curto.
A pergunta seguinte vem questionar se o tempo destinado é satisfatório. A resposta foi
unânime, como está expresso no gráfico de n.º 13.
Nenhum dos professores está satisfeito com o tempo destinado a Física Moderna.
Todos admitiram que é necessário mais tempo para uma melhor abordagem dos conteúdos,
algo em torno de um bimestre inteiro.

Satisfação com relação ao tempo


0%
0%

100%

Não razoável Sim

Gráfico 13: Satisfação com relação ao tempo destinado a Física Moderna


Fonte: criação do autor, a partir dos resultados do questionário.

Percebemos que os professores responderam que os conteúdos de Física moderna são


ministrados em torno de um bimestre, sugeriram um o tempo de um bimestre e meio (um
trimestre, para algumas escolas) ou até mesmo um semestre de Física Moderna.
Isso evidencia que os professores preferem, em média, o dobro do tempo destinado
atualmente a Moderna. Será então, que os professores estão ministrando apenas metade dos
conteúdos? Esta falta de tempo pode prejudicar imensamente os conteúdos, que acabam sendo
transmitidos de forma rápida e com escassez de detalhes.

4.2.8 Dificuldades e desempenhos dos alunos

Até então analisamos a didática e metodologia básica dos docentes em Física das
escolas selecionadas em Natal. Já discutimos na introdução o quanto é importante o ensino de
Física Moderna no ensino médio. Mas devemos lembrar que a construção do conhecimento
pelos alunos é o objetivo principal do processo ensino-aprendizagem. Com base nisso,
perguntamos aos docentes quais as principais dificuldades encontradas pelos alunos quando se
40

fala em Física Moderna, como também o desempenho dos alunos nos sistemas avaliativos dos
professores (provas, trabalhos, seminários). Dando uma olhada no gráfico de n.º 14 vemos
quais são, segundo os docentes, as dificuldades mais freqüentes dos alunos.

Principais Dificuldadades
Falta de interesse

7
Dificuldade em
relação ao
conteúdo
Ausência de
material Didático

Material prático
3
insuficiente 2 2 2
Falta de tempo

Gráfico 14: Principais dificuldades encontradas pelos alunos segundo os docentes


Fonte: criação do autor, a partir dos resultados do questionário.

Como é visível, dos nove profissionais que responderam ao questionário, sete


admitiram que a principal dificuldade é a falta de tempo. Este fator esta atrelado à própria
insatisfação com relação ao tempo demonstrada de forma unânime pelos docentes. Com
conteúdos visto de forma “relâmpago” e geralmente as vésperas dos vestibulares, os alunos
encontram enormes dificuldades de assimilarem os ensinamentos da Física Contemporânea.
Um outro fator apontado é a dificuldade em relação ao conteúdo. Os docentes
afirmaram que é um tanto complicado trabalhar com assuntos abstratos e diferentes da
“normalidade” observada no cotidiano.
Os outros pontos mencionados cada um por duas escolas são de caráter estrutural,
depende das condições da própria instituição, exceto é claro, quando se fala de falta de
interesse por partes dos alunos. Creio que a questão “interesse” esta diretamente atrelada à
forma como o conteúdo é apresentado pelos professores, já que, enquanto alguns afirmavam
desinteresse por parte dos alunos, outros diziam que o que não falta é interesse nos conteúdos
de Física Moderna.
Sabendo essas dificuldades dos alunos, podemos pensar como isso reflete em seu
desempenho nas atividades avaliativas dos professores. O gráfico n.º 15 demonstra como é
avaliado o desempenho dos alunos, na visão dos docentes.
41

Desempenho dos alunos


0%
0%
22%

78%
Péssimo Ruim Bom Ótimo

Gráfico 15: Desempenho dos alunos na visão dos Docentes


Fonte: criação do autor, a partir dos resultados do questionário.

Para os professores, os alunos não possuem um desempenho que seja considerado


ruim, como também não possuem um desempenho que seja considerado ótimo. A grande
maioria dos professores julgou o desempenho como bom. A pequena parcela que julgou como
ruim (dois professores) foram os docentes que avaliaram a falta de interesse como uma das
dificuldades enfrentadas pelos alunos. Como se pode observar, uma coisa esta diretamente
atrelada à outra. Como já foi mencionado, o interesse dos alunos esta diretamente relacionado
à forma como o conteúdo é passado pelo professor. Se estes docentes não mantém interesse
nos alunos, é bem provável que os avalie mal, julgando-os como “alunos ruins”.

4.2.9 Avaliação do ensino de Física Moderna

Para finalizar esta discussão acerca dos resultados do questionário, vamos apontar
como os professores avaliam a importância do ensino de Físicas Moderna no ensino médio.
Esta é a última questão do questionário, e foi respondida tanto por professores das escolas
públicas como das escolas privadas. Observamos o resultado dessa questão no gráfico n.º 16,
onde encontramos as respostas para as escolas públicas e privadas.
42

apenas um Avaliação do Ensino de Física Moderna


conteúdo a mais

É um conteúdo 12%
invariante
0%
É apenas 6%
interessante
12%

É importante
apenas para o
vestibular. 70%
É importante

Públicas Privadas

0%
11% 0% 13% 0%

22% 13%

0%
67%
74%

Gráfico 16: Índice da importância dada a Física Moderna pelos docentes


Fonte: criação do autor, a partir dos resultados do questionário.

Em ambos os casos, a grande maioria dos professores respondeu que o ensino de


Física Moderna é importante devido às aplicações diárias que o conteúdo proporciona. Porém,
muitos professores afirmaram esta respondendo assim porque era a opinião deles, se
estivessem respondendo “em nome da escola”, iriam responder que é importante apenas para
o vestibular, pois é assim que as “patentes superiores” das escolas privadas pensam.
Felizmente nenhum professor respondeu que a Física Moderna é um conteúdo
invariante, (sem importância, não importa se é ou não ensinado) nas salas de aula, embora
alguns achem que o conteúdo é apenas interessante para ser dados aos alunos, ou que é apenas
um conteúdo a mais a ser ensinado.
Então, se os professores conseguirem passar aos alunos, essa sua opinião que a “Física
Moderna é importante porque possui inúmeras aplicações práticas”, unida ao conhecimento
de mundo dos alunos e as novas concepções do conhecimento Físico, podemos dizer que os
conteúdos estão sendo passados com o enfoque satisfatório.
Encerramos então a análise dos resultados do questionário, que é o principal meio de
levantamento de dados desse trabalho cientifico.
43

5 CONCLUSÃO

Após analise dos dados do questionário, é possível perceber que, para um Estado que
está entre os primeiros do país (e primeiro do Norte-Nordeste) a exigir conteúdos de Física
Moderna no vestibular, têm-se um ensino deficiente desse conteúdo. Vimos que A
Universidade Federal do Rio Grande do Norte cobra os conteúdos de Moderna desde 1998
(BEZERRA, 2005), ou seja, a Física Moderna já “bate” nas portas das escolas para ser
ensinada a quase oito anos, e mesmo assim, muitas escolas ainda não ministram ou ministram
mal os conteúdos desenvolvidos na Física a cerca de um século atrás.
Creio que o resultado mais divergente dessa situação é o fato das escolas públicas
Estaduais esvaziarem-se da responsabilidade em ministrarem os assuntos de Física Moderna,
lembrando que vários professores da rede pública também afirmaram ter dificuldades em
atingir os conteúdos do eletromagnetismo, encerrando o ensino médio com conceitos de
resistência em série e paralelo. Dessa forma, as escolas públicas estaduais regressam não
apenas um século no conhecimento científico indo parar bem antes das equações de Maxwell
e das experiências de Orested.
Como uma Universidade Pública, a exemplo das que temos presentes na cidade de
Natal, podem cobrar conteúdos (como a Física Contemporânea) que não são passados para os
alunos das escolas públicas? Já as particulares, pelo contrário, trabalham em função do
vestibular, e como esse passou a cobrar Física Moderna, as escolas passaram a tentar ensinar
Física Moderna. Nos primeiros anos de Moderna no vestibular, era comum os alunos
afirmarem que olhavam para a questão e não faziam nem idéia do que era aquilo. Com o
tempo, o programa da UFRN para física se tornou bastante extenso. Para cobrir todo o
programa a Universidade insere questões de moderna que estão atrelados a outros
conhecimentos Físicos, o que piora ainda mais a situação para as escolas, principalmente por
que a maioria ver os conteúdos da moderna de forma separada e distinta da clássica.
Diante dos resultados expressos pela pesquisa, é possível concluir que uma das escolas
que melhor trabalha Física Moderna é o Centro Federal de Educação Tecnológica do RN,
sendo a única instituição pública que ministra tais conteúdos. Vamos tomar esta instituição
como exemplo comparativo para demonstrar como pode ser ensinada a Física Moderna nas
escolas.
Primeiro, o CEFET-RN é a instituição que possui a melhor qualificação de
professores. Como vimos na pesquisa, as escolas públicas contam, ainda, com um número
44

grande de estagiários e profissionais que nem mesmo são formados em Física. Isso prejudica e
muito o Ensino, além de temos percentual elevado de professores apenas com graduação nas
escolas privadas.
Segundo os dados analisados, o CEFET consegue abordadar todos os conteúdos da
Física Moderna. Já as outras Escolas Públicas não abordam nenhum assunto da Física
Moderna. As escolas privadas pesquisadas também enfatizam todos os conteúdos. O que na
nossa visão é uma boa situação.
O CEFET é o único que trabalha a física moderna diluída nos anos do Ensino Médio,
dessa forma, os alunos conseguem perceber melhor as relação que existem entre a Moderna e
a Clássica e perceber que a moderna não é algo a parte. As escolas privadas, quando não vêm
os conteúdos concentrados no fim do terceiro ano, trazem como uma aula separada durante
todo o terceiro. Assim, se passa a imagem que a física Moderna é outra física, que nada tem a
ver com a Newtoniana.
A pratica experimental, por mais simples e elementar que seja se faz presente apenas
no CEFET-RN e em outras duas escolas privadas. O experimento, ou qualquer aplicação
prática é fundamental para o entendimento dos estudantes.
Vimos aqui que o tempo destinado é insuficiente, já que todos os professores alegaram
isso. Para assuntos um tanto complexos e bem diferente do mundo observável a ”olhos nus”,
aulas relâmpagos ou “aulões” de Física Moderna não são a solução. Este e outros fatores,
torna o ensino de Moderna nas escolas privadas apenas uma complementação para passar no
vestibular. Se alguma Universidade pública de Natal cobra-se conteúdos de “eletrodinâmica
quântica”, veríamos no outro dia dezenas de escolas alegando ensinar tais conteúdos.
Assim, para uma melhoria no ensino de Física Moderna é necessário haver uma
reformulação no currículo de Física das Escolas, para poder incrementar a Moderna em todos
os anos do ensino médio, excluindo o enfoque de vestibular existente no terceiro ano, e
lembrar de procurar dedicar mais tempo a esse tipo de conteúdo. Uma qualificação vem a ser
necessária para muitos professores que se encontram inseguros para aplicar tais assuntos na
sala de aula.
Com relação às escolas públicas, alguns professores afirmaram que a situação
melhoraria coma chegada do livro didático para as escolas públicas, programa financiado pelo
governo Federal. Resta saber se quando tal livro chegar, este conterá Física Moderna em seu
currículo. Na verdade, para ensinar física moderna nas escolas públicas não há necessidade de
um livro didático, embora, é claro, este ajude bastante. O CEFET-RN apresenta um ótimo
desempenho no processo seletivo do vestibular, mesmo sem adotar nenhum livro. Queremos
45

dizer que não é nenhuma missão impossível, mas é muito mais uma questão de sair do
comodismo e enfrentar novos desafios.
Afinal, chega a ser extremamente difícil ter que encerrar este trabalho mostrando a
antítese do Rio Grande do Norte, terceiro estado do país a ter uma Universidade Pública que
exige como pré-requisito ao seu acesso determinados conteúdos, como é o caso da Física
Moderna (constatado neste estudo), que não são contemplados na maioria das instituições
públicas de ensino, locais onde povoam maior parte da população carente, que não possui
recursos financeiros suficientes para custear as mensalidades de alto custo cobradas pelas
instituições privadas de ensino no estado.
46

REFERÊNCIAS

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UNESP; Paz e Terra, 1994.

BEZERRA, Maria Emília Barreto, Um breve Histórico da Introdução da Física Moderna


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2005.

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1789, 2003.

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_______, Seminário de avaliação do processo seletivo de 2005, UFRN, Disponível em:


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_______, Manual do candidato – processo seletivo 2007, UFRN, Disponível em:


http://www.comperve.ufrn.br/conteudo/psanteriores/ps2007/documentos/ManualPS2007.pdf
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agosto de 2002, Disponível em: http://www.pernanbuco.com/diario/2002/08/22/urbana13
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Epistemológicas, Dissertação de Mestrado; Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998
47

MÁXIMO, Antônio; ALVARENGA, Beatriz. Física. São Paulo: Scipione, 1997. p.14-15.

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PAIXÃO, Maria de Fátima. Física na formação de professores do ensino básico: estratégia


centrada na interpretação de fenômenos do dia a dia. Disponível em:
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PAPERT, S. A maquina das crianças. Rio Grande do Sul: Artes Médicas, 1994.

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STACHEL, John. 1905 e tudo o mais. Revista Brasileira de Ensino de Física vol. 27, n. 1,
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STUDART, Nelson, Einstein e o Ano Mundial da Física, Revista Brasileira de Ensino de


Física, vol. 27, n. 1, p. 1 – 4, 2005, disponível através de: www.sbfsica.org.br.
49

APÊNDICE

Questionário sobre a metodologia e didática no Ensino de Física Moderna:

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLOGICA DO RIO GRANDE DO NORTE


DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
LICENCIATURA PLENA EM FÍSICA

QUESTIONÁRIO AOS PROFESSORES


SOBRE O ENSINO DE FÍSICA MODERNA NO NIVEL MEDIO

01.Qual o seu grau de Formação?

( ) Graduando
( ) Graduado
( ) Especialista
( ) Mestre

02. Qual sua área de Formação Acadêmica?

( ) Física
( ) Matemática
( ) Outro curso da Área Tecnológica, Qual:__________________
( ) curso de um outra Área, Qual:__________________

03. A escola que você Leciona é: ( ) Pública ( ) Privada

04.Quais os conteúdos de Física Moderna abordados em sala de aula?

( ) Relatividade
( ) Teoria de Planck da Radiação
( ) Efeito Fotoelétrico
( ) Modelo de Bohr e átomo de hidrogênio
( ) Complementaridade de Bohr (Dualidade onda partícula)
( ) Principio da Incerteza de Heisenberg
( ) Radioatividade
( ) Não abordo nenhum conteúdo. (Passe para o item 13)

05.Se utiliza Material de apoio, Qual?

( ) Livro didático Qual? _______________________________


( ) Apostila Própria
( ) Apostila de Terceiros
( ) Material da Internet

06.Como são distribuídos os conteúdos de Física Moderna no Ensino Médio?

( ) Diluída durante todo o Ensino Meio


( ) Diluída durante todo o 3º Ano do Nível Médio
( ) Concentrada (tudo em um único momento, bimestre)

07.Quanto tempo é destinado ao Ensino de Física Moderna?


50

08.O tempo destinado é satisfatório?

( ) Não, seria melhor mais tempo. Quanto?____________________ .


( ) O tempo destinado é razoável.
( ) Sim, o tempo para Física Moderna é suficiente.

09.Se utiliza recursos didáticos, Quais? Especificar.

( ) Retroprojetor ___________________
( ) Exposição de imagens em Vídeos ___________________
( ) Apresentação em programa de computador ___________________
( ) Utilização de software ___________________
( ) Quadro e giz ___________________

10.Existe Pratica Experimental de Física Moderna na escola?

( ) Não.
( ) Sim. Quais os conteúdos trabalhados em laboratório?

( ) Relatividade
( ) Teoria e Planck da Radiação
( ) Efeito Fotoelétrico
( ) Modelo de Bohr e átomo de hidrogênio
( ) Complementaridade de Bohr
( ) Principio da Incerteza de Heisenberg
( ) Radioatividade

11.Como é avaliado o desempenho dos alunos?

( ) Péssimo: Não gostam da disciplina e não apresentam o mínimo de interesse


( ) Ruim: Tentam aprender, mas o rendimento é baixo e não há esforço.
( ) Bom: Tentam aprender e possuem interesse pelo assunto, porém, baixo rendimento.
( ) Ótimo: Absorvem bem o assunto e apresentam interesse pela disciplina

12.Quais as principais dificuldades encontradas pelos alunos?

( ) Falta de interesse
( ) Dificuldade em relação ao conteúdo
( ) Ausência de material Didático
( ) Material prático (de laboratório) insuficiente
( ) Falta de tempo para Estudos e aprimoramentos

13.Como você avalia o ensino de física moderna no ensino médio.

( ) É apenas um conteúdo a mais a ser ensinado.


( ) É um conteúdo invariante, não trazendo nenhuma diferença ao Ensino.
( ) É apenas interessante, complementando a Física Clássica Ensinada.
( ) É importante apenas para o vestibular.
( ) É importante, devido as aplicações diárias que o conteúdo proporciona.
51

ANEXO

Anexo – A: Diferentes Listas de Classificação das Escolas de Natal.

Lista 01 Colocação das Escolas quanto à taxa de matriculados no ano de 2006

Lista 02 Colocação das Escolas quanto ao número de matriculados no ano de 2006

Lista 03 Colocação das Escolas quanto à taxa de matriculados no ano de 2005

Lista 04 Colocação das Escolas quanto ao número de matriculados no ano de 2005

Lista 05 Colocação das Escolas quanto à taxa de matriculados no ano de 2004

Lista 06 Colocação das Escolas quanto ao número de matriculados no ano de 2004

Lista 01

Colocação das Escolas Quanto à taxa de matriculados no ano de 2006

Escola
Candidatos Matriculados Taxa_Mat Ranking
CEI 419 168 40,1% 1
CEFET 1002 374 37,3% 2
Centro Educacional Maristella 119 43 36,1% 3
GEO Stúdio 150 52 34,7% 4
Educandário Jesus Menino 78 24 30,8% 5
Santo Agostinho 98 29 29,6% 6
Henrique Castriciano 322 92 28,6% 7
FACEX 223 62 27,8% 8
Maria Auxiliadora 288 76 26,4% 9
Salesiano 659 166 25,2% 10
Neves 560 137 24,5% 11
Contemporâneo 507 122 24,1% 12
Universidade da Criança e do Adolescente 140 33 23,6% 13
Instituto Reis Magos 123 29 23,6% 14
Centro Fed. de Educação Tecnológica do RN 85 20 23,5% 15
Marista 516 121 23,4% 16
Colégio Batista Bereiano 86 20 23,3% 17
Impacto Colégio e Curso 127 28 22,0% 18
Instituto Brasil 93 20 21,5% 19
Escola Cooperativa de Parelhas 56 12 21,4% 20
Mundial Colégio e Curso 75 16 21,3% 21
Mundial Colégio e Curso 75 16 21,3% 22
Centro Ed. Libânia Medeiros 63 13 20,6% 23
52

Sagrada Família 207 42 20,3% 24


Colégio Diocesano Seridoense 188 38 20,2% 25
Colégio Camilo Toscano 70 14 20,0% 26
CAP I -Prudente 542 108 19,9% 27
Escola Doméstica 82 16 19,5% 28
Hipócrates - Zona Norte 211 41 19,4% 29
Centro Educ. Integrado do Seridó 69 13 18,8% 30
Inst. Educ. de Sta. Cruz 95 17 17,9% 31
Hipócrates - Zona Sul 231 41 17,7% 32
Expansivo 102 18 17,6% 33
Piaget Colégio e Curso 74 13 17,6% 34
Centro Educ. Felinto Elísio 209 36 17,2% 35
E.E. Capitão-Mor Galvão 53 9 17,0% 36
Colégio Imaculada Conceição 218 36 16,5% 37
Ferro Cardoso 141 23 16,3% 38
E.E. Manoel Luís de Maria 81 13 16,0% 39
Educandário Santa Terezinha 78 12 15,4% 40
Colégio Encanto 124 19 15,3% 41
E.E. Prof. Francisco de Assis. D. Ribeiro 131 19 14,5% 42
CDF - Roberto Freire 365 52 14,2% 43
CDF - Prudente 193 27 14,0% 44
CPU 58 8 13,8% 45
Esc. Mun. Yaya Paiva 51 7 13,7% 46
Colégio Criativo Cooperativista 60 8 13,3% 47
CDF - Centro 694 92 13,3% 48
Escola Agrícola de Jundiaí 151 20 13,2% 49
Colégio GEO Mossoró 192 25 13,0% 50
E.E. Profa. Calpúrnia C. Amorim 280 36 12,9% 51
Hipócrates - Centro 307 39 12,7% 52
E.E. Mons. Amâncio Ramalho 228 29 12,7% 53
Colégio N. Sra. dos Prazeres 63 8 12,7% 54
Objetivo Potiguar 101 12 11,9% 55
E.E. Santos Dumont 220 26 11,8% 56
Colégio Mileniun 51 6 11,8% 57
Líder Colégio e Curso 311 36 11,6% 58
E.E. Prof. Antonio Aladim de Araújo 61 7 11,5% 59
Walfredo Gurgel 103 11 10,7% 60
Berilo Wanderley 191 19 9,9% 61
Esc. Mater Christi 61 6 9,8% 62
Colégio Diocesano Sta. Luzia 72 7 9,7% 63
Colégio e Curso Evolução 62 6 9,7% 64
Luís Antônio 62 6 9,7% 65
E.E. Tristão de Barros 64 6 9,4% 66
E.E. Prof. Eliah M. do Rego 54 5 9,3% 67
Fundação BRADESCO 170 15 8,8% 68
53

Instituto Vivaldo Pereira 160 14 8,8% 69


Complexo Educac. Santo André 80 7 8,8% 70
Padre Miguelinho 398 35 8,8% 71
Felipe Guerra 198 17 8,6% 72
Centro Educ. José Augusto 332 28 8,4% 73
E.E. Joaquim J. de Medeiros 72 6 8,3% 74
Francisco Ivo 339 28 8,3% 75
Floriano Cavalcanti 501 41 8,2% 76
Anísio Teixeira 497 40 8,0% 77
Outra Pública em Natal 190 15 7,9% 78
E.E. Profa. Iracema B. de Araújo 92 7 7,6% 79
Winston Churchill 657 48 7,3% 80
E.E. Tem. José Bernardo 112 8 7,1% 81
Sistema - Colégio e Curso 56 4 7,1% 82
Varela Barca 134 9 6,7% 83
CADE 328 22 6,7% 84
Atheneu 543 35 6,4% 85
Edgar Barbosa 237 14 5,9% 86
E.E. Dr. Severiano 71 4 5,6% 87
Ana Júlia de C. Mousinho 78 4 5,1% 88
E.E. Newman Queiroz 65 3 4,6% 89
José Fernandes Machado 67 3 4,5% 90
E.E. Juarez Rabelo 70 3 4,3% 91
E.E. Mons. Paiva 72 3 4,2% 92
E.E. Raimundo S. Costa 73 3 4,1% 93
Mascarenhas Homem 75 3 4,0% 94
Amphilóquio Câmara 81 3 3,7% 95
Escola Profa. Maria Ocila Bezerril 54 2 3,7% 96
Centro Supletivo Lia Campos 60 2 3,3% 97
E.E. Interventor Ubaldo B. Melo 121 4 3,3% 98
E.E. .Aristófanes Fernandes 52 1 1,9% 99
E.E. Presidente Roosevelt 97 1 1,0% 100
Total 26671 3817 14,3%

Lista 02

Colocação das Escolas quanto ao número de matriculados no ano de 2006

Matriculados
Escola Candidatos Taxa_Mat. Ranking
CEFET 1002 374 37,3% 1
CEI 419 168 40,1% 2
Salesiano 659 166 25,2% 3
Neves 560 137 24,5% 4
Contemporâneo 507 122 24,1% 5
54

Marista 516 121 23,4% 6


CAP I -Prudente 542 108 19,9% 7
CDF - Centro 694 92 13,3% 8
Henrique Castriciano 322 92 28,6% 9
Maria Auxiliadora 288 76 26,4% 10
FACEX 223 62 27,8% 11
CDF - Roberto Freire 365 52 14,2% 12
GEO Stúdio 150 52 34,7% 13
Winston Churchill 657 48 7,3% 14
Centro Educacional Maristella 119 43 36,1% 15
Sagrada Família 207 42 20,3% 16
Floriano Cavalcanti 501 41 8,2% 17
Hipócrates - Zona Sul 231 41 17,7% 18
Hipócrates - Zona Norte 211 41 19,4% 19
Anísio Teixeira 497 40 8,0% 20
Hipócrates - Centro 307 39 12,7% 21
Colégio Diocesano Seridoense 188 38 20,2% 22
Líder Colégio e Curso 311 36 11,6% 23
E.E. Profa. Calpúrnia C. Amorim 280 36 12,9% 24
Colégio Imaculada Conceição 218 36 16,5% 25
Centro Educ. Felinto Elísio 209 36 17,2% 26
Atheneu 543 35 6,4% 27
Padre Miguelinho 398 35 8,8% 28
Universidade da Criança e do Adolescente 140 33 23,6% 29
E.E. Mons. Amâncio Ramalho 228 29 12,7% 30
Instituto Reis Magos 123 29 23,6% 31
Santo Agostinho 98 29 29,6% 32
Francisco Ivo 339 28 8,3% 33
Centro Educ. José Augusto 332 28 8,4% 34
Impacto Colégio e Curso 127 28 22,0% 35
CDF - Prudente 193 27 14,0% 36
E.E. Santos Dumont 220 26 11,8% 37
Colégio GEO Mossoró 192 25 13,0% 38
Educandário Jesus Menino 78 24 30,8% 39
Ferro Cardoso 141 23 16,3% 40
CADE 328 22 6,7% 41
Escola Agrícola de Jundiaí 151 20 13,2% 42
Instituto Brasil 93 20 21,5% 43
Colégio Batista Bereiano 86 20 23,3% 44
Centro Fed. de Educação Tecnológica do RN 85 20 23,5% 45
Berilo Wanderley 191 19 9,9% 46
E.E. Prof. Francisco de Assis. D. Ribeiro 131 19 14,5% 47
Colégio Encanto 124 19 15,3% 48
Expansivo 102 18 17,6% 49
Felipe Guerra 198 17 8,6% 50
55

Inst. Educ. de Sta. Cruz 95 17 17,9% 51


Escola Doméstica 82 16 19,5% 52
Mundial Colégio e Curso 75 16 21,3% 53
Mundial Colégio e Curso 75 16 21,3% 54
Outra Pública em Natal 190 15 7,9% 55
Fundação BRADESCO 170 15 8,8% 56
Edgar Barbosa 237 14 5,9% 57
Instituto Vivaldo Pereira 160 14 8,8% 58
Colégio Camilo Toscano 70 14 20,0% 59
E.E. Manoel Luís de Maria 81 13 16,0% 60
Piaget Colégio e Curso 74 13 17,6% 61
Centro Educ. Integrado do Seridó 69 13 18,8% 62
Centro Ed. Libânia Medeiros 63 13 20,6% 63
Objetivo Potiguar 101 12 11,9% 64
Educandário Santa Terezinha 78 12 15,4% 65
Escola Cooperativa de Parelhas 56 12 21,4% 66
Walfredo Gurgel 103 11 10,7% 67
Varela Barca 134 9 6,7% 68
E.E. Capitão-Mor Galvão 53 9 17,0% 69
E.E. Tem. José Bernardo 112 8 7,1% 70
Colégio N. Sra. dos Prazeres 63 8 12,7% 71
Colégio Criativo Cooperativista 60 8 13,3% 72
CPU 58 8 13,8% 73
E.E. Profa. Iracema B. de Araújo 92 7 7,6% 74
Complexo Educac. Santo André 80 7 8,8% 75
Colégio Diocesano Sta. Luzia 72 7 9,7% 76
E.E. Prof. Antonio Aladim de Araújo 61 7 11,5% 77
Esc. Mun. Yaya Paiva 51 7 13,7% 78
E.E. Joaquim J. de Medeiros 72 6 8,3% 79
E.E. Tristão de Barros 64 6 9,4% 80
Luís Antônio 62 6 9,7% 81
Colégio e Curso Evolução 62 6 9,7% 82
Esc. Mater Christi 61 6 9,8% 83
Colégio Mileniun 51 6 11,8% 84
E.E. Prof. Eliah M. do Rego 54 5 9,3% 85
E.E. Interventor Ubaldo B. Melo 121 4 3,3% 86
Ana Júlia de C. Mousinho 78 4 5,1% 87
E.E. Dr. Severiano 71 4 5,6% 88
Sistema - Colégio e Curso 56 4 7,1% 89
Amphilóquio Câmara 81 3 3,7% 90
Mascarenhas Homem 75 3 4,0% 91
E.E. Raimundo S. Costa 73 3 4,1% 92
E.E. Mons. Paiva 72 3 4,2% 93
E.E. Juarez Rabelo 70 3 4,3% 94
José Fernandes Machado 67 3 4,5% 95
56

E.E. Newman Queiroz 65 3 4,6% 96


Centro Supletivo Lia Campos 60 2 3,3% 97
Escola Profa. Maria Ocila Bezerril 54 2 3,7% 98
E.E. Presidente Roosevelt 97 1 1,0% 99
E.E. .Aristófanes Fernandes 52 1 1,9% 100
Total 26671 3817 14,3%

Lista 03

Colocação das Escolas quanto à taxa de matriculados no ano de 2005

Rank.
Escolas em Natal
Candidatos Matriculado Taxa Matric. Matric.
CEI 364 128 35,20% 1
CEFET 1043 359 34,40% 2
Henrique Castriciano 281 92 32,70% 3
GEO Stúdio 170 51 30,00% 4
Salesiano 638 187 29,30% 5
CDF – Prudente 196 57 29,10% 6
Maria Auxiliadora 276 74 26,80% 7
Neves 570 144 25,30% 8
Escola Doméstica 93 23 24,70% 9
Executivo (FACEX) 201 49 24,40% 10
Centro Educacional Maristella 128 31 24,20% 11
Instituto Reis Magos 107 24 22,40% 12
Marista 507 112 22,10% 13
Hipócrates – Zona Sul 281 60 21,40% 14
Impacto 132 27 20,50% 15
CAP I – Prudente 665 133 20,00% 16
Contemporâneo 459 87 19,00% 17
Objetivo 109 19 17,40% 18
Colégio Batista Bereiano 61 10 16,40% 19
Sagrada Família 206 32 15,50% 20
Hipócrates – Zona Norte 228 35 15,40% 21
COC – Natal 52 8 15,40% 22
Santo Agostinho 98 15 15,30% 23
Ferro Cardoso -Centro 134 19 14,20% 24
CDF – Centro 785 111 14,10% 25
Colégio Imaculada Conceição 250 34 13,60% 26
Domingos Sávio 103 14 13,60% 27
Hipócrates – Centro 373 50 13,40% 28
Instituto Brasil 86 11 12,80% 29
Colégio Criativo 60 7 11,70% 30
Expansivo 130 15 11,50% 31
Walfredo Gurgel 97 11 11,30% 32
Líder Colégio e Curso 310 34 11,00% 33
57

CDF – Roberto Freire 385 40 10,40% 34


Colégio Encanto 115 12 10,40% 35
José Fernandes Machado 58 6 10,30% 36
Padre Miguelinho 391 40 10,20% 37
Floriano Cavalcanti 467 47 10,10% 38
Edgar Barbosa 276 27 9,80% 39
Ferreira Itajubá 55 5 9,10% 40
Berilo Wanderley 160 14 8,80% 41
Amphilóquio Câmara 106 9 8,50% 42
Fundação BRADESCO 131 11 8,40% 43
Anísio Teixeira 564 47 8,30% 44
Felipe Guerra 210 17 8,10% 45
Atheneu 554 43 7,80% 46
Francisco Ivo 317 24 7,60% 47
CADE 309 20 6,50% 48
Varela Barca 138 9 6,50% 49
Winston Churchill 618 36 5,80% 50
Luís Antônio 74 4 5,40% 51
Centro Supletivo Lia Campos 61 3 4,90% 52
Ulisses de Góis 52 2 3,80% 53
TOTAL 14234 2479 - -

Lista 04

Colocação das Escolas quanto ao número de matriculados no ano de 2005


Rank.
Escolas em Natal
Candidatos Matriculados Taxa Matric. Matric.
CEFET 1043 359 34,40% 1
Salesiano 638 187 29,30% 2
Neves 570 144 25,30% 3
CAP I – Prudente 665 133 20,00% 4
CEI 364 128 35,20% 5
Marista 507 112 22,10% 6
CDF – Centro 785 111 14,10% 7
Henrique Castriciano 281 92 32,70% 8
Contemporâneo 459 87 19,00% 9
Maria Auxiliadora 276 74 26,80% 10
Hipócrates – Zona Sul 281 60 21,40% 11
CDF – Prudente 196 57 29,10% 12
GEO Stúdio 170 51 30,00% 13
Hipócrates – Centro 373 50 13,40% 14
Executivo (FACEX) 201 49 24,40% 15
Anísio Teixeira 564 47 8,30% 16
Floriano Cavalcanti 467 47 10,10% 17
Atheneu 554 43 7,80% 18
Padre Miguelinho 391 40 10,20% 19
CDF – Roberto Freire 385 40 10,40% 20
58

Winston Churchill 618 36 5,80% 21


Hipócrates – Zona Norte 228 35 15,40% 22
Líder Colégio e Curso 310 34 11,00% 23
Colégio Imaculada Conceição 250 34 13,60% 24
Sagrada Família 206 32 15,50% 25
Centro Educacional Maristella 128 31 24,20% 26
Edgar Barbosa 276 27 9,80% 27
Impacto 132 27 20,50% 28
Francisco Ivo 317 24 7,60% 29
Instituto Reis Magos 107 24 22,40% 30
Escola Doméstica 93 23 24,70% 31
CADE 309 20 6,50% 32
Ferro Cardoso -Centro 134 19 14,20% 33
Objetivo 109 19 17,40% 34
Felipe Guerra 210 17 8,10% 35
Expansivo 130 15 11,50% 36
Santo Agostinho 98 15 15,30% 37
Berilo Wanderley 160 14 8,80% 38
Domingos Sávio 103 14 13,60% 39
Colégio Encanto 115 12 10,40% 40
Fundação BRADESCO 131 11 8,40% 41
Walfredo Gurgel 97 11 11,30% 42
Instituto Brasil 86 11 12,80% 43
Colégio Batista Bereiano 61 10 16,40% 44
Varela Barca 138 9 6,50% 45
Amphilóquio Câmara 106 9 8,50% 46
COC – Natal 52 8 15,40% 47
Colégio Criativo 60 7 11,70% 48
José Fernandes Machado 58 6 10,30% 49
Ferreira Itajubá 55 5 9,10% 50
Luís Antônio 74 4 5,40% 51
Centro Supletivo Lia Campos 61 3 4,90% 52
Ulisses de Góis 52 2 3,80% 53
TOTAL 14234 2479 - -

Lista 05

Colocação das Escolas quanto a taxa de matriculados no ano de 2004


Escolas em Natal
Candidatos Matriculado Taxa_Mat. Rank.
CEFET 327 120 36,7% 1
CEI 230 81 35,2% 2
Henrique Castriciano 173 59 34,1% 3
CDF – Prudente 96 31 32,3% 4
Salesiano 281 76 27,0% 5
Maria Auxiliadora 127 33 26,0% 6
GEO Stúdio 70 15 21,4% 7
59

Marista 238 51 21,4% 8


Centro Educacional Maristella 67 14 20,9% 9
Neves 243 49 20,2% 10
Executivo (FACEX) 97 19 19,6% 11
Escola Doméstica 46 9 19,6% 12
Domingos Sávio 17 3 17,6% 13
CAP I – Prudente 251 42 16,7% 14
Contemporâneo 228 38 16,7% 15
Instituto Reis Magos 57 9 15,8% 16
Berilo Wanderley 35 5 14,3% 17
Hipócrates – Zona Norte 106 15 14,2% 18
Santo Agostinho 50 7 14,0% 19
Colégio Criativo 15 2 13,3% 20
Impacto 61 8 13,1% 21
Colégio Encanto 46 6 13,0% 22
Hipócrates – Zona Sul 100 13 13,0% 23
Instituto Brasil 39 5 12,8% 24
COC – Natal 29 3 10,3% 25
Hipócrates – Centro 109 11 10,1% 26
Edgar Barbosa 44 4 9,1% 27
Felipe Guerra 70 6 8,6% 28
CDF – Centro 329 28 8,5% 29
Colégio Batista Bereiano 24 2 8,3% 30
Ferro Cardoso -Centro 36 3 8,3% 31
Líder Colégio e Curso 132 11 8,3% 32
Colégio Imaculada Conceição 110 9 8,2% 33
Sagrada Família 65 5 7,7% 34
Objetivo 30 2 6,7% 35
Ferreira Itajubá 16 1 6,3% 36
Centro Supletivo Lia Campos 18 1 5,6% 37
CDF – Roberto Freire 186 9 4,8% 38
Floriano Cavalcanti 124 6 4,8% 39
Winston Churchill 90 4 4,4% 40
Varela Barca 25 1 4,0% 41
Anísio Teixeira 83 3 3,6% 42
CADE 117 4 3,4% 43
Padre Miguelinho 59 2 3,4% 44
Francisco Ivo 66 2 3,0% 45
Atheneu 107 3 2,8% 46
Fundação BRADESCO 49 1 2,0% 47
Expansivo 22 0 0,0% 48
Walfredo Gurgel 22 0 0,0% 49
José Fernandes Machado 6 0 0,0% 50
Amphilóquio Câmara 13 0 0,0% 51
Luís Antônio 21 0 0,0% 52
Ulisses de Góis 14 0 0,0% 53
TOTAL 5016 831 - -
60

Lista 06

Colocação das Escolas quanto ao número de matriculados no ano de 2004


Rank.
Escolas em Natal
Candidatos Matriculado Taxa_Mat. Matric.2004
CEFET 327 120 36,7% 1
CEI 230 81 35,2% 2
Salesiano 281 76 27,0% 3
Henrique Castriciano 173 59 34,1% 4
Marista 238 51 21,4% 5
Neves 243 49 20,2% 6
CAP I – Prudente 251 42 16,7% 7
Contemporâneo 228 38 16,7% 8
Maria Auxiliadora 127 33 26,0% 9
CDF – Prudente 96 31 32,3% 10
CDF – Centro 329 28 8,5% 11
Executivo (FACEX) 97 19 19,6% 12
Hipócrates – Zona Norte 106 15 14,2% 13
GEO Stúdio 70 15 21,4% 14
Centro Educacional Maristella 67 14 20,9% 15
Hipócrates – Zona Sul 100 13 13,0% 16
Líder Colégio e Curso 132 11 8,3% 17
Hipócrates – Centro 109 11 10,1% 18
CDF – Roberto Freire 186 9 4,8% 19
Colégio Imaculada Conceição 110 9 8,2% 20
Instituto Reis Magos 57 9 15,8% 21
Escola Doméstica 46 9 19,6% 22
Impacto 61 8 13,1% 23
Santo Agostinho 50 7 14,0% 24
Floriano Cavalcanti 124 6 4,8% 25
Felipe Guerra 70 6 8,6% 26
Colégio Encanto 46 6 13,0% 27
Sagrada Família 65 5 7,7% 28
Instituto Brasil 39 5 12,8% 29
Berilo Wanderley 35 5 14,3% 30
CADE 117 4 3,4% 31
Winston Churchill 90 4 4,4% 32
Edgar Barbosa 44 4 9,1% 33
Atheneu 107 3 2,8% 34
Anísio Teixeira 83 3 3,6% 35
Ferro Cardoso -Centro 36 3 8,3% 36
COC – Natal 29 3 10,3% 37
Domingos Sávio 17 3 17,6% 38
Francisco Ivo 66 2 3,0% 39
Padre Miguelinho 59 2 3,4% 40
Objetivo 30 2 6,7% 41
Colégio Batista Bereiano 24 2 8,3% 42
61

Colégio Criativo 15 2 13,3% 43


Fundação BRADESCO 49 1 2,0% 44
Varela Barca 25 1 4,0% 45
Centro Supletivo Lia Campos 18 1 5,6% 46
Ferreira Itajubá 16 1 6,3% 47
Ulisses de Góis 14 0 0,0% 48
Luís Antônio 21 0 0,0% 49
Amphilóquio Câmara 13 0 0,0% 50
José Fernandes Machado 6 0 0,0% 51
Walfredo Gurgel 22 0 0,0% 52
Expansivo 22 0 0,0% 53
TOTAL 5016 831 - -
62

Anexo – B: Programa da disciplina Física dos processos seletivos das Universidades


Públicas presentes na cidade de Natal.

• Programa de Física, UFRN: Pagina 69


• Programa de Física, CEFET-RN: Pagina 74
• Programa de Física, UERN: Pagina 76
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