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Desnudando Darwin: ciência ou ideologia Ou: A relação incestuosa

da mídia brasileira com a Nomenklatura científica

Por: Enézio E. de Almeida Filho

"Se se pudesse demonstrar a existência de algum órgão complexo que não


pudesse de maneira alguma ser formado através de modificações ligeiras,
sucessivas e numerosas, minha teoria ruiria inteiramente por terra". Charles
Darwin, in A origem das Espécies, p. 161

"É absolutamente seguro dizer que, se você encontrar alguém que afirme não
acreditar na evolução, esta pessoa é ignorante, imbecil ou insana (ou maligna,
mas eu prefiro não considerá-la assim)" - Richard Dawkins, eminente zoólogo,
cientista, autor e professor da Oxford University

Teoria da Evolução... por que questionar esta teoria científica? Ela não é um dos
modelos científicos de maior aceitação entre biólogos e demais cientistas? Todos
os leigos, apesar de a maioria desconhecê-la completamente, "confiam" nela.
Por que então questionar na mídia o lugar de honra que lhe foi concedido pela
Academia? "Todos os biólogos e cientistas aceitam a teoria da evolução", "Não
há crise no neodarwinismo" é o que é propalado com destaque pelos cientistas.
Mas será que é assim mesmo?

Há mais de 30 anos (isso mesmo - mais de 30 anos!) o paradigma


neodarwinista (ou teoria sintética - combinação do Darwinismo clássico com a
genética mendeliana) vem apresentando dificuldades teórico-empíricas
discutidas intramuros, publicamente em alguns jornais e revistas especializados
bem como em livros. O interessante é que os autores são todos cientistas
evolucionistas de renome internacional.

Mas o mais interessante mesmo é a postura da mídia brasileira em relação a tão


importante fato: silêncio total!

O que está ocorrendo com o neodarwinismo é o que Thomas S. Khun


brilhantemente apontou no seu A estrutura das revoluções científicas(1998,
São Paulo, Perspectiva): quando existem anomalias que a teoria não previu e às
quais não consegue mais responder, o paradigma entra em crise, teorias ad hoc
são criadas pelos cientistas na tentativa da manutenção/salvação do modelo
científico. Quando isso não ocorre, um novo paradigma científico se faz
necessário. Kuhn, contudo, não estipulou quantos anos de anomalias não-
resolvidas seriam necessários para o surgimento de um novo modelo científico...

Os paradigmas em física são mais rapidamente modificados. Por quê? Será que
os físicos sabem de ‘algo mais’ para o qual não há saída, a não ser a humilde
resposta sobre as origens do Universo "Não sabemos"? A ciência não é
omnicompetente...

Ao longo desses mais de 30 anos, o que se questiona pelo rigor do método


científico é: qual mecanismo teria ocasionado, ao longo do tempo (bilhões de
anos), o processo evolutivo da origem da vida - Elementos químicos adequados
+ forças naturais + tempo (bilhões de anos) + acaso (seleção natural + mutações
genéticas). A abiogênese [teoria da geração espontânea], sem nenhum respaldo
do método científico (Redi e Pasteur há muito inviabilizaram esta hipótese), é
aceita como tendo produzido o primeiro ser vivo simples de uma base não-viva
que se transformou num ser vivo mais complexo. É engraçado e até irônico: um
sapo ser beijado por uma princesa e transformado em príncipe é história da
carochinha. Agora, um suposto ser unicelular (inobservado) ao longo de bilhões
de anos se transformar em Australopithecus e depois em Charles Darwin
(inobservado), isso sim, é considerado ciência!

Ironia à parte, alô Popper, alô Kuhn, alô Feyerebend, anunciaram o fim da
Ciência. Precisamos de vocês, câmbio... cambrio... cambriano... O Big Bang da
Vida - o tendão de Aquiles das teorias da evolução!!!

Não há medição científica confiável além de 1 milhão de anos (Dr. Carl Swisher
e Dr. Garniss Curtis, do Institute of Human Origins, Berkeley, especialistas em
geocronologia, Time, March 4, 1994, pp. 33 e 33). Cheiro de metafísica...

Não são 30 dias de debates. São 38 anos. Jornalistas científicos deveriam


considerar o questionamento levantado por G. A. Kerkut (evolucionista) em
relação à evidência inadequada de sete importantes inferências evolucionistas
[Teoria Geral da Evolução]:

1. Coisas não-vivas deram origem a organismos vivos;

2. A abiogênese ocorreu uma vez;

3. Os vírus, bactérias, plantas e animais são todos inter-relacionados;

4. Os protozoários deram origem aos metazoários;

5. Vários filos de invertebrados são inter-relacionados;

6. Os invertebrados deram origem aos vertebrados; e

7. Peixes, répteis, aves e mamíferos tiveram origem ancestral comum.


inImplications of Evolution, New York, Pergamon, 1960, pp. 150-157.

Até hoje, nenhum cientista evolucionista solucionou estas dificuldades teórico-


empíricas. Percebe-se, contudo, no que é veiculado nas reportagens científicas
uma certa preocupação quanto ao tempos verbais: todos no condicional. Isso é
bom porque não atribui como "fato" determinadas descobertas. Contudo, não é
salientado para os leitores quais aspectos da teoria neodarwinista estariam
sendo corroborados/questionados.

Por que essa omissão? O que se vê no jornalismo científico, supostamente


objetivo, é um jornalismo ideologicamente naturalista mascarado de jornalismo
científico. Pseudo-jornalismo científico a ser desmascarado. Com muito rigor
científico.

Ciência fundamentalista
Onde é que fica a visão kuhniana em toda esta história? As anomalias existem, o
modelo teórico não consegue mais respondê-las, a teoria entrou em crise, há
debates intramuros, foram criadas teorias ad hoc (será que diferem do Deus das
lacunas? - parece que não) para salvar/manter o paradigma. Estamos vivendo a
transitoriedade crítica do neodarwinismo. Há outras propostas, como o
Planejamento Inteligente (Michael J. Behe - A caixa preta de Darwin, Rio de
Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1997), mas a Nomenklatura acadêmica nem sequer
deseja ouvir o pleito dos inovadores.

Estranho paradoxo esse, mas o grande empecilho para o livre e pleno


desenvolvimento da ciência são os cientistas fundamentalistas. Galileu Galilei
foi condenado pela Igreja, mas com o aval do conhecimento científico da
Academia que, unanimemente, acreditava ser a Terra o centro do Universo... Já
acreditaram também que a Terra era quadrada. E cientistas de renome
internacional daquela época. Não muito diferente dos renomados cientistas
modernos. Os cientistas não são tão assépticos quanto seus aventais... Pasteur
que o diga!

Nas reportagens científicas, não há uma distinção no termo teoria da evolução:


Teoria Especial da Evolução (Dobzhansky) - microevoluções ocorrem intra-
espécies e são observadas e empiricamente comprovadas; Teoria Geral da
Evolução (Goldschmidt) - macro-evoluções ocorrendo inter-espécies, eventos
inusitados, inobservados, ocorridos uma vez em passado mui distante, não têm
como ser comprovados empiricamente. Por que essa distinção precípua não é
feita? A Teoria Geral da Evolução é apresentada como se fosse fato inconteste.

Toda idéia ou teoria científica deve ser debatida para o bem da ciência. Esta é a
máxima propalada pelos cientistas, mas pouco seguida por eles mesmos.
Especialmente a Teoria da Evolução. Por quê? Porque ela permeia toda a nossa
Weltanschauung cultural atual. Por que o neodarwinismo não pode ser
submetido ao rigor do método científico? Por que não o debate público de suas
teorias? O modelo neodarwinista deve ser trazido para este debate racional,
porque como teoria não pode arrogar o status de "fato" acima de quaisquer
suspeitas em contrário. Se não, temos aqui o exemplo ímpar de theoria
perennis. Não fazer isso é condenar o mundo a um poço profundo de ignorância
intelectual. Se o paradigma científico estiver errado, quais foram/são/serão as
conseqüências para as pesquisas biológicas???

O método científico (Gewandsznajder, Fernando. O que é o método científico?


São Paulo, Pioneira, 1989) ainda é o parâmetro aceito pela Academia para a
aceitação de quaisquer teorias científicas. O neodarwinismo passaria pelo rigor
do método científico? Parece que não. Por que este modelo teórico não é
considerado pelos jornalistas científicos por este critério aceito pela própria
ciência? É o medo de Darwin ser encontrado nu? De o neodarwinismo ser
encontrado em falta como teoria científica? O que há por trás das reações
emotivas de cientistas fundamentalistas/ultra-darwinistas como Richard
Dawkins, Daniel Dennett e outros? Os limites da seleção natural não seriam
uma razão muito forte para se considerar novas teorias (Stephen C. Meyer,
filósofo em ciências, Cambridge University)? Qual a razão desse silêncio
tumular da mídia sobre tão importante assunto?
Destruindo ídolos
Esse "silêncio" da mídia em torno das dificuldades teórico-empíricas do
neodarwinismo é devido ao fato de Darwin ser um ícone científico. Ídolo. É, mas
todo ídolo está destinado à destruição. Marx e Freud, como ídolos científicos já
foram. Quem será o Finéias de Darwin? Nietzsche disse, em algum livro,
"Derrubar ídolos - isso sim, já faz parte de meu ofício". Esse espírito nitzscheano
está em falta no jornalismo brasileiro. Teoria Especial da Evolução - Darwin tem
toda a razão. Teoria Geral da Evolução - Darwin não tem razão nenhuma, está
nu e há algo de podre na Nomenklatura científica em não querer divulgar isso
para os estudantes e o público leitor não-especializado.

Quando Karl Popper concluiu em 1976 que "o darwinismo não é uma teoria
científica testável, mas um programa de pesquisa metafísica" [Unended quest:
an intellectual autobiography, La Salle, IL, Open Court, p. 168], qual foi a
reação da Nomenklatura científica? Lidar com a proposição popperiana,
demonstrar o contrário ou negar-lhe cidadania no reino científico por não
"rezar" pelo cânon vigente? Não lidaram com a proposição popperiana e quase
lhe cassaram a cidadania no reino científico - este, por razões pragmáticas de
sobrevivência na Academia, abjurou de muitas de suas teses céticas em relação à
ciência biológica. Patrulhamento ideológico. Verdadeira Inquisição. Sem
fogueiras... Tratamento diferente do dispensado a Galileu? Não!

Logo em seguida, Collin Patterson, paleontólogo, evolucionista, do Museu de


História Natural de Londres, no dia 5 de novembro de 1981, no Museu
Americano de História Natural, diante de uma platéia formada por cientistas
americanos, todos evolucionistas, perguntou:

"Vocês podem me dizer alguma coisa sobre evolução, qualquer coisa que seja
verdade?"

A platéia ficou muda. São passados 17 anos e a pergunta de Patterson continua


sem resposta. Nem Nobel em Biologia, até hoje, respondeu à sua pergunta...
Collin Patterson, pressionado pela Nomenklatura científica, também cedeu um
pouco nas suas críticas ao neodarwinismo e tentou, mais tarde, explicar o
inexplicável de sua famosa pergunta. Por quê? Medo de perder a reputação
acadêmica e o cargo no Museu de História Natural em Londres. Diferente de
Galileu, que ousou ir contra a Academia do seu tempo...

Em 1985, Michael Denton, Senior Research Fellow, especialista em Genética


Humana, da Universidade Otago, Nova Zelândia, escreveu o livro Evolution: a
theory in crisis [inédito em português] apresentando suas objeções ao
neodarwinismo: há muitos órgãos altamente complexos, bem como sistemas e
estruturas que não podem ser concebidos como tendo surgido em termos de
acumulação gradual de mutações ao acaso, ao longo dos anos. Como era de se
esperar, a Nomenklatura reagiu e continua reagindo às objeções do Dr. Denton.
Este, contudo, vem resistindo aos ataques pessoais desfechados. Escreveu outro
livro:Nature’s destiny - how the laws of biology reveal purpose in the Universe
[também inédito em português].

Phillip E. Johnson, professor de Direito na Universidade da Califórnia,


Berkeley, em 1993 escreveu um livro - Darwin on trial [a ser publicado no
Brasil em meados de 1999]. Por esse e por outros livros publicados, como
Defeating Darwinism by opening minds, Objections sustained eReason in the
balance, o Dr. Johnson vem sofrendo ataques virulentos da Nomenklatura
científica, porque ele não dispõe de formação científica afim. Acabaram de
negar o direito a Darwin de escrever o seu A origem das espécies (que lida com
tudo, menos com as origens das espécies... Leia e comprove): estudou Teologia
em Cambridge e foi naturalista muito mais por hobby do que por formação
acadêmica...

Abrindo a caixa preta


Mas eis que surgiu Michael J. Behe, bioquímico, professor-assistente na Lehigh
University, Pensilvânia, com a tese do Planejamento Inteligente e da
Complexidade Irredutível bem delineados no seu livro - A caixa preta de
Darwin [Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1997]. Como era de se esperar, a
Nomenklatura foi visceralmente contra. No neodarwinismo todos têm que ser
como soldadinhos de chumbo: idênticos e uniformes. Qualquer "diversidade" é
heresia. Mas entre os evolucionistas houve quem destacasse a proposição de
Behe como uma que não pode deixar de ser examinada. Cum granum salis.
Foram poucos os da Academia. Assim como com Galileu...

Há outros nesse crescente movimento do planejamento inteligente. Todos


cientistas, biólogos, bioquímicos e filósofos de ciência de peso como Charles
Thaxton, David Berlinski, Walter Bradley, William A. Dembski, Stephen C.
Meyer, Jonatham Wells. Todos questionando a validade científica do paradigma
neodarwinista em muitos aspectos.

Há mais de 10 anos (isso mesmo - há mais de 10 anos) venho salientando isso a


diretores de redação/editores de Ciência dos maiores veículos de comunicação
do Brasil: Veja, Folha de S. Paulo, e recentemente,Superinteressante, Globo
Ciência (hoje Galileu) e Época.

A resposta que obtive, até de ombudsman (Caio Túlio Costa et al.) é que iriam
conferir se as minhas colocações realmente procediam. Ou então a resposta
automática de Veja: agradecemos o seu interesse, blá, blá, blá... Dificilmente
lidaram com os aspectos científicos salientados. A resposta mais precisa que
obtive foi do diretor de Redação de Veja: não avaliamos o valor científico da
pesquisa/achado, somente informamos. Numa reportagem seguinte, Veja se
contradisse. Seus repórteres seguiram ‘cegamente’ os enunciados
neodarwinistas...

O jornalismo científico tem relevância científica? Tem, porque é o jornalista


quem difunde idéias e teorias científicas para os leigos. O jornalismo científico
tem relevância social? Tem, porque é um dos elos que mostram a Academia
como ela é à sociedade. Infelizmente, ao difundir idéias e teorias científicas, o
jornalismo científico brasileiro não tem provocado o debate, não tem "ouvido o
outro lado". É preciso levantar o porquê de os cientistas evolucionistas não
quererem o debate público dessas anomalias. Uma pista - os que praticam
ciência normal se sentem ameaçados nos seus postos e pesquisas se passarem a
questionar o modelo científico mais aceito pela Nomenklatura científica de fim
de século: bolsas de estudos, fundos para pesquisas, reputação acadêmica,
projeção na comunidade internacional, medo de ser tachado de louco,
ignorante, crente do geocentrismo e outros epítetos desvairados usado pelos
"sóbrios e elegantes senhores da Academia"... O debate em jornalismo científico
deve ser a norma, e não a exceção. Scientia qua Scientia [Wissenschaft] pelo
rigor cético do método científico. Nada mais, nada menos.

Quanto à sua relevância social, o jornalismo científico precisa mostrar um outro


ângulo desconhecido da Nomenklatura: o conceito popular da ‘integridade
intelectual’ dos cientistas, e de que a ciência atualmente praticada é feita
totalmente despojada de ideologia ou isenta de um particular Weltanschauung.

O jornalismo científico perdeu uma boa oportunidade de mostrar que é um


jornalismo investigativo quando, ao longo de mais de 10 anos recebendo dados
sobre o assunto, deixou de tornar conhecidas do público as muitas anomalias do
neodarwinismo. Isso, mais por um posicionamento ideológico atrelado à
Nomenklatura do que por amor à "verdade científica". Um novo paradigma
científico em Biologia está sofrendo as dores de parto, mas a KGB científica
através de seus agentes deseja abortá-lo. Mas são muitos os biólogos,
bioquímicos e cientistas evolucionistas que desejam ver este filho nascer. Vade
retro Herodes(Dawkins, Dennett et al.)!

O jornalismo científico, ao cobrir idéias e teorias sobre a origem da vida, tem


que ter interesse em formular perguntas - O que somos? De onde viemos? Ex-
nihilo pode criar alguma coisa? A ciência tem competência nessa área ou ao
formular essas teorias não está substituindo os "mitos religiosos" por "contos de
fadas para adultos"? O Zeitgeist influenciaria aWeltanschauung dos que fazem
ciência? Seriam os cientistas "objetivos", "neutros", dignos de confiança nas
suas pesquisas? O que dizer das muitas fraudes ocorridas e que ainda ocorrem
nos meios científicos?

Um mito refinado
À primeira vista estas perguntas podem parecer pueris, mas são fundamentais.
São fundamentais porque as teorias científicas que temos sobre a origem do
universo e da vida não diferem dos mitos religiosos: são inobserváveis e há um
quê de onipotência naturalista. Quando Darwin elaborou sua teoria, ele o fez
com velados interesses filosóficos naturalistas de sua época. Um mito refinado e
bem apoiado até por um Zeitgeist onde impera o naturalismo filosófico
travestido de ciência.

O jornalismo científico precisa informar ao público leitor que, ao contrário do


que é veiculado na mídia, Galileu-herético enfrentou maior oposição dos
luminares/pares da Academia de então. A mesma coisa Darwin. Não há mais
como esconder a falência do paradigma neodarwinista - Empirica empirice
tratanda! Em ciência, paradigma morto, paradigma posto. Apesar de posar
como "ortodoxia científica", o neodarwinismo já morreu. Que venha o novo
paradigma - Planejamento inteligente!

Há, pelo menos, cinco crises dentro do atual modelo. Mesmo as teoriasad hoc
criadas não conseguiram salvar a teoria, antes, trouxeram mais problemas:

1. Não-substanciação de um mecanismo darwinista de evolução;


2. Falha total dos estudos sobre a origem da vida em produzir um modelo
teórico que funcione;

3. Inabilidade do mecanismo evolucionista em explicar a origem das adaptações


complexas;

4. Falência da hipótese do ‘relojoeiro cego’ (Dawkins);

5. A evidência biológica de que a regra na Natureza é a estabilidade morfológica


ao longo do tempo, e não mudança constante.

Se alguém percorrer as páginas de nossas revistas e jornais, apesar da ressalva


feita por alguns jornalistas científicos de que as teorias científicas são construtos
próximos da verdade, a evolução das espécies - em nível macro - é mencionada
como se tivesse ocorrido. Empiricamente a verdade é outra... O registro fóssil
diz não desde o tempo de Darwin. A biologia molecular também. A bioquímica
idem. Alguns jornalistas tiveram acesso ao questionamento de abalizados
cientistas evolucionistas. Outros não. Dos que sabiam, por que não lidaram com
aquelas dificuldades teórico-empíricas? Desonestidade jornalística ou a
presença de "camisa de força" nas redações imposta pelo Zeitgeist e pela
Nomenklatura científica?

Depois do aqui exposto, alguns órgãos da mídia brasileira vão ter que lidar com
as seguintes perguntas e hipóteses: Por que as dificuldades teórico-empíricas do
neodarwinismo não são apresentadas ao público leitor? (PC) Em torno dessa, as
seguintes perguntas foram concebidas: havia conhecimento da parte dos
jornalistas científicos das "anomalias" não respondidas pelo neodarwinismo
como paradigma científico? (P1) Se havia conhecimento, por que não considerar
a proposição de Kuhn (A estrutura das revoluções científicas, especialmente o
cap. 8) de uma crise paradigmática demandando o surgimento de um novo
paradigma? (P2) Qual o lugar específico da "filosofia naturalista" da parte dos
jornalistas na manutenção de um modelo científico que, apesar de ser
considerado "o mais confiável" entre os cientistas, sugere ser mais metafísica do
que propriamente ciência? (P3) Por que os jornalistas científicos não fazem
distinção entre Teoria Especial da Evolução (micro-evoluções, intra-espécies,
empiricamente comprovadas) e a Teoria Geral da Evolução (macro-evoluções,
inter-espécies, empiricamente não-comprovadas) se esta distinção é precípua
para a compreensão de todo o referencial teórico evolutivo? (P4) Por que os
editores de Ciência não salientaram estas "anomalias" para seus jornalistas
quando da elaboração de reportagens sobre o tema? (P5)

A hipótese central que sugiro para responder à pergunta central (PC) é a


seguinte: as dificuldades teórico-empíricas do neodarwinismo não foram
salientadas ao público-leitor por causa da Weltanschauung totalmente
influenciada pelo naturalismo filosófico mascarado de ciência, conscientemente
por parte de alguns jornalistas e inconscientemente da parte de outros. (HC) As
demais hipóteses oferecidas às demais perguntas são estas: Conforme
correspondência desse autor com algumas editorias de Ciência, já havia
conhecimento dessas anomalias, outras desconheciam-nas completamente.
Desonestidade jornalística das que sabiam e falta de atualização científica de
outras. (H1)
Kuhn preconiza que há relutância da parte dos que praticam Ciência Normal em
aceitar uma mudança paradigmática, partindo para ou esperando a criação de
teorias ad hoc visando salvar o antigo modelo científico. Isso também se aplica
aos que praticam Jornalismo Normal. (H2) A "filosofia naturalista" ocupa,
consciente ou inconscientemente, o "topos epistemológico" não somente no
Zeitgeist e Weltanschauung dos cientistas, mas dos jornalistas científicos
também, sem nenhum questionamento desse posicionamento através do
método científico. (H3) Esta distinção não é feita porque alguns jornalistas
científicos não conhecem devidamente a Teoria da Evolução para fazer aos
leitores este tipo de diferenciação teórica. (H4) As editorias de Ciências não
salientaram estas "anomalias" teórico-empíricas do paradigma neodarwinista,
pelo seu "reducionismo epistemológico" totalmente embasado na "filosofia
naturalista", em vez de seguir o rigor do método científico para a Teoria Geral
da Evolução. (H5)

Ouvir o "outro lado"


A editoria de Ciência que publicar um sólido texto sobre as dificuldades teórico-
empíricas do neodarwinismo terá que, para "ouvir o outro lado", salientar os
seguintes pontos essenciais: Ciência e Método Científico; Darwinismo: Ciência
ou Filosofia (Fatos ou Fé); Origem da Vida; a Seleção Natural; o Registro Fóssil;
a Explosão Cambriana e a Origem do Filo; Macro-evolução; Estase; Mutações;
Homologia.

Existem artigos e livros de cientistas evolucionistas lidando com estes aspectos.


Por que não "reduplicá-los"? Haveria um "filtro ideológico" sobre o que deve ser
publicado ou não? Fique aqui registrado um primeiro passo da Folha de S.
Paulo/Caderno Mais, que publicou reportagem, embora limitada, sobre as
dificuldades desse modelo científico.

Este artigo é uma modificação de um projeto de trabalho apresentado no dia


16/11/98 à Coordenação de Pós-Graduação em Educação - Mestrado em
Ciências, na Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), sobre a total
omissão nos livros-textos de Biologia de 2° grau dessas anomalias. Projeto
rejeitado sem direito a apelação... Apliquei-o ao jornalismo científico porque foi
nas correspondências enviadas às editorias de Ciências que a idéia surgiu, de
verificar se os mais iluminados estariam lidando com o tema. Ledo engano.

O jornalismo científico, pro bonum publico, deve se conscientizar de que o


jornalismo nessa área é um apontar de horizontes. Educação, como pensar
criticamente, e não a presente situação fossilizada pelo dogma mitológico do
neodarwinismo - ideologia, no que se deve pensar (somente o que pontifica a
Nomenklatura acadêmica). Não fazer isso é condenar toda uma geração de
estudantes e leitores não-especializados a um profundo poço de ignorância
científica e ser, em alguns casos, jornalisticamente desonesto!

Darwin morreu...Viva Darwin!!!

Esperando contra a esperança o surgimento de um novo paradigma em


Biologia!
(1) James A. Shapiro, James Shreeve, Robert Shapiro e outros cientistas que o
espaço não me permite citar.

FONTE:

http://pos-darwinista.blogspot.com/2006/01/crtica-nebulosa-ou-devastadora-ao.html

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/ofjor/ofc201298.htm

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