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MÓDULO XIV
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
Direito Econômico e Financeiro
Direito Eleitoral
Direito Internacional
Direito Previdenciário
Direitos Humanos
Medicina Legal
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MÓDULO XIV
DIREITO ADMINISTRATIVO
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DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVO
1. LICITAÇÕES – RECURSOS
A Lei n. 8.666/93 prevê, no Cap. V – art. 109, três tipos de recursos possíveis no
processo licitatório:
• recurso hierárquico;
• representação;
• pedido de reconsideração.
a) Recurso hierárquico
b) Representação
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DIREITO ADMINISTRATIVO
c) Pedido de reconsideração
Sempre que um recurso for provido, os efeitos serão retroativos, alcançando o ato
desde a sua edição.
2. LICITAÇÕES – CRIMES
competência para tanto. Apenas a União (art. 22, inc. I, da CF) pode legislar em matéria
penal.
O sujeito ativo dos delitos, previstos na Lei de Licitações, será sempre a pessoa
física a quem se atribua a conduta ilícita, podendo ou não manter vínculo com a
Administração (funcional ou contratual). Assim, poderão ser apontados como autores os
particulares que participam do certame; os membros da Comissão de Licitação; a
autoridade administrativa ou qualquer contratado.
Todos os delitos descritos na Lei de Licitação são punidos apenas a título de dolo,
não havendo possibilidade de punição a título de culpa.
3. CONTRATO ADMINISTRATIVO
3.1. Características
Características marcantes dos contratos administrativos são as cláusulas
exorbitantes, que conferem vantagens para a Administração, colocando-a em uma posição
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DIREITO ADMINISTRATIVO
de superioridade em relação ao particular que com ela contratar. Essa regra está disposta no
art. 58 da Lei n. 8.666/93.
• fiscalização da execução;
3.3. Conteúdo
Conforme o art. 55 da Lei, as cláusulas essenciais a qualquer contrato administrativo
são:
• Os casos de rescisão.
As cláusulas são imutáveis, pacta sunt servanda: o pacto deve ser cumprido
conforme o avençado inicialmente. Poderão ocorrer, entretanto, situações que impeçam ou
retardem a normal execução do contrato – teoria da imprevisão, provinda da cláusula
rebus sic stantibus.
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3.5. Encargos
Conforme dispõe o art. 71 da Lei, “o contratado é responsável pelos encargos
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato”. A
Administração Pública não é solidariamente responsável por esses encargos, salvo no que
concerne aos delitos previdenciários, conforme dispõe o § 2.º do art. 71.
3.5.1. Álea
a) Conceito
b) Espécies
3.6. Alteração
De acordo com o exposto, o contrato deve ser cumprido conforme estipulado,
podendo ser alterado, no entanto, para conservação do seu equilíbrio inicial (da equação
econômico-financeira, que é a relação de igualdade entre os encargos do contratado e a
remuneração a que ele faz jus).
3.6.1. Espécies
Conforme disposto no art. 65da Lei n. 8.666/93, a alteração poderá ser unilateral ou
bilateral, mas sempre acompanhada de justificação, em respeito ao princípio da motivação.
A alteração unilateral vem prevista no art. 65, inc. I, da Lei n. 8.666/93, sendo
cláusula exorbitante, fazendo-se necessário combiná-lo com o art. 58:
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DIREITO ADMINISTRATIVO
• Quando houver modificação do projeto para melhor adequação técnica aos seus
objetivos – não se pode mudar o objeto sob pena de burlar a licitação. A
manutenção do objeto é limite para alteração do contrato administrativo.
3.7. Extinção
Extinção do contrato é a cessação do vínculo entre a Administração e o contratado.
Poderá ocorrer de forma normal, pelo cumprimento integral de suas cláusulas ou término
do prazo de duração, ou de forma anormal, pela anulação, que decorre de alguma nulidade
no contrato, ou pela rescisão.
3.7.1. Rescisão
• Administrativa: promovida unilateralmente pelo Poder Público, por razões de
interesse público ou por falta do contratado (art. 78 da Lei n. 8.666/93).
• Consensual ou amigável: levada a efeito por acordo entre as partes, desde que
haja conveniência para a Administração (art. 79 da Lei n. 8.666/93).
• Rescisão judicial: decretada pelo Judiciário por iniciativa do particular, art. 79,
inc. III.
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DIREITO CIVIL
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DIREITO CIVIL
1. PROPRIEDADE
1.1. Conceito
É uma garantia fundamental do homem (artigo 5.º, caput, da Constituição
Federal/88). A lei prevê a inviolabilidade, possuindo a propriedade status de direito
fundamental. É a garantia fundamental do homem, que dá a esse o poder de usar, gozar e
fruir da coisa, tendo poder sobre ela, mas também limitações econômicas e sociais.
1.1.3. Neoliberalismo
A propriedade volta a ser direito privado, porém, desde que seja cumprida a função
suprameta-individual. É uma proteção da coletividade e não do Estado. Surgem os
interesses difusos e coletivos, com o controle desses interesses.
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DIREITO CIVIL
1.2.1. Externa
Na estrutura externa, o sujeito ativo é o dominus (titular), o sujeito passivo são todos
(eficácia erga omnes) e o objeto são todos os bens com apreciação econômica. A relação
jurídica estabelece só o direito do titular, em que sua maior prerrogativa é o direito de
seqüela (artigo 1.228, "caput" do Código Civil). O sujeito passivo tem obrigação de não
interferência.
1.2.2. Interna
A estrutura interna é composta pelos direitos de usar (obter a utilidade da coisa – jus
utendi), fruir (diz respeito aos frutos – jus fruendi) e dispor (alienar, abandonar ou auto-
limitar – jus disponendi).
1.3.1. Absoluta
Visto que é um direito pleno, possuindo uma relação de poder, de usar, fruir e
dispor.
1.3.2. Exclusiva
Visto que somente um indivíduo pode ter as prerrogativas daquela propriedade
(princípio da exclusividade).
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1.3.3. Perpétua
Visto que é transmissível causa mortis. No direito privado, existem duas exceções
ao princípio da perpetuidade:
Observação: Herdeiro aparente é aquele que se apresenta aos olhos de todos como
se herdeiro fosse, no entanto, nunca foi herdeiro legal. Acontece nos casos da indignidade.
1.3.4. Aderente
É a prerrogativa do titular de trazer para si a coisa, independentemente de onde ela
esteja, por meio de ação reivindicatória. Têm-se 3 ações decorrentes dessa ação :
1.3.5. Limitada
Existem dois tipos de limitação:
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DIREITO CIVIL
a) Limitações voluntárias
Podem ser:
• Bem de família (artigo 1.715 e ss. do Código Civil), que poderá ser compulsório
(Lei n. 8009) e voluntário (artigo 1.715 do Código Civil). A vantagem do bem de
família voluntário sobre o compulsório é que, no primeiro, pode-se gravar
qualquer bem como sendo de família.
b) Limitações legais
Podem ser:
O direito hereditário é uma forma de aquisição que somente existe para os bens
imóveis, visto que o sistema brasileiro estabeleceu um critério de imobilidade para os bens
de herança, para que não haja o dissipamento do patrimônio. Então, após a morte do de
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DIREITO CIVIL
cujus, todos os bens, móveis ou imóveis, serão considerados legalmente imóveis, a fim de
que se possa fazer um controle dos bens deixados pelo de cujus.
O rol do artigo 1.245 do Código Civil, que trata das formas de aquisição de bem
imóvel, é taxativo: há somente 4 formas de aquisição de bem imóvel. A aquisição de bem
imóvel pode ser classificada quanto ao modo e quanto ao título.
1.4.2. Transcrição
Regulada nos artigos 197 e seguintes da Lei n. 6.015/73, é uma forma derivada de
aquisição da propriedade imobiliária, formal, por meio da publicidade do contrato
translativo junto ao Registro de Imóveis. O princípio da publicidade estabelece uma
presunção absoluta: “o ato passa a ser de conhecimento geral, não havendo possibilidade
de alegação em contrário”.
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DIREITO CIVIL
4.º) Na fase da prenotação têm-se três atitudes que poderão ser tomadas pelo oficial:
• poderá registrar;
1.4.3. Acessão
É a incorporação a um objeto principal de tudo quanto se lhe adere em volume ou
em valor (exemplo: construir uma casa em terreno vazio). Compõe a espécie do gênero
acessórios da coisa. São três os acessórios da coisa: acessão, frutos e benfeitorias.
a) Quanto à origem
b) Quanto ao objeto
• Ilhas: o Código de Águas dispõe que as ilhas podem ser bens públicos ou bens
particulares, dependendo da natureza da água (ilha em água pública é bem
público; ilha em água particular é bem particular). A incorporação de ilha
particular ocorre na proporção da testada do imóvel ribeirinho, através de uma
linha perpendicular até o meio do álveo.
1.5. Usucapião
É uma forma originária de aquisição da propriedade móvel ou imóvel por meio do
exercício da posse, em obediência aos pressupostos legais.
a) Usucapião imóvel
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b) Usucapião móvel
A área do imóvel urbano, para ser objeto desse usucapião, deverá possuir até 250m 2.
Caso o imóvel possua mais de 250m2, deve-se adotar o usucapião legal– aguardar o tempo
previsto na lei para após, se for o caso, usucapir. Para todas as modalidades de usucapião, a
posse deve, obrigatoriamente, ser justa (não violenta, não clandestina e não precária).
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DIREITO CIVIL
• Res habilis (coisa): todos os bens poderão ser usucapidos, salvo aqueles que o
sistema legal veda expressamente. Não podem ser usucapidos: bens públicos,
fora do comércio, servidões não aparentes ou descontínuas, áreas de proteção
difusa ou coletiva e toda área que decorre de posse precária (suspensão ou
interrupção do prazo prescricional – relação contratual).
• Titulus (justo título): é o documento, o contrato translativo que, por vício formal,
não gera registro. No usucapião extraordinário, há uma presunção absoluta de
existir o justo título (artigo 1.238 do Código Civil). Essa presunção absoluta
decorre do prazo de 15 anos na posse do imóvel. No usucapião ordinário, há um
ônus do autor, havendo necessidade da juntada do justo título na petição inicial,
não existindo a presunção.
• Possessio (posse): essa relação possessória, para gerar o usucapião, deve ser
sempre justa (não violenta, não clandestina e não precária), devendo convalescer
com mais um ano e um dia e sem interrupção. Nesse caso, cabe o acessio
temporis, ou seja, pode haver a soma do tempo de posse dos antecessores.
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DIREITO CIVIL
2. RELAÇÃO DE VIZINHANÇA
• árvores limítrofes;
• passagem forçada.
É então uma obrigação que acompanha a pessoa somente enquanto essa está na
propriedade da coisa (exemplos: obrigação de silêncio, despesas de condomínio). A
obrigação não recai sobre a pessoa,mas sim sobre a coisa. A obrigação propter rem nasce
de norma legal, nunca podendo nascer da vontade das partes. Não cabe, portanto, aplicação
de analogia.
O ato praticado pelo titular pode ser lícito ou ilícito. Se é um exercício ilícito, ele
não precisará da tutela da actio damni infecti, visto que tem sua própria responsabilidade
no artigo 186 do Código Civil (ação ou omissão, nexo de causalidade, dano e culpa), que é
a tutela genérica, não havendo necessidade de uma tutela especial. O exercício se dá em
duas ordens: regular e irregular.
2.3.1. Regras
• As raízes e ramos que ultrapassam a linha divisória podem ser cortadas
(exercício direto de direitos). É a auto-tutela do proprietário.
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DIREITO CIVIL
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DIREITO COMERCIAL
Concordata
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DIREITO COMERCIAL
DIREITO COMERCIAL
Concordata
1. CONCEITO
2. OBJETIVO
3. ESPÉCIES DE CONCORDATA
3.1. Preventiva
Ocorre quando o objetivo for o de impedir a declaração de falência.
3.2. Suspensiva
Ocorre quando o objetivo for o de suspender os efeitos da falência já declarada.
4. PAGAMENTO DA CONCORDATA
• as sociedades seguradoras;
O concordatário continua com a posse e administração dos seus bens, que serão
fiscalizados pelo comissário. Não poderá, porém:
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DIREITO COMERCIAL
• o comerciante com título protestado, cuja falência foi requerida antes dos 30 dias
do vencimento, tem direito à concordata suspensiva.
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DIREITO COMERCIAL
As condições “a” e “b”, acima tratadas, não precisam ser atendidas pelo comerciante
individual cujo passivo quirografário seja inferior a 100 vezes o salário-mínimo vigente
(art. 141, caput, “i”, LF).
c) Não ter sido condenado, o requerente, pela prática dos crimes do art. 140, inc.
III, da Lei de Falência. São crimes falimentares e contra o patrimônio.
O Supremo já definiu que a inexistência de dívida fiscal não é uma condição para a
concessão da concordata, mas tão-somente uma condição para o cumprimento do favor
legal.
9. RECURSO
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Separação dos Poderes
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DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO CONSTITUCIONAL
1. PODER LEGISLATIVO
O número de deputados federais (hoje são 513) deve ser proporcional à população
de cada Estado-membro, nos termos da Lei Complementar n. 78/93, que dispõe sobre o
tema. Nenhum Estado-membro pode ter menos de 8 deputados federais e o Estado mais
populoso (atualmente é São Paulo) “será representado” por 70 deputados federais.
A idade mínima para ser eleito senador é de 35 anos; para deputado estadual ou
federal é de 21 anos; e para vereador é de 18 anos.
1.2. As Deliberações
Para que a sessão de votação seja instalada, é necessária a presença da maioria dos
membros da casa (quórum de maioria absoluta para a instalação).
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DIREITO CONSTITUCIONAL
As mesas diretoras são escolhidas nas sessões preparatórias de 1.º de fevereiro, com
mandato de 2 anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente
subseqüente da mesma legislatura.
O voto dos parlamentares pode ser ostensivo (nas espécies simbólico ou nominal)
ou secreto, nos termos da Constituição Federal e dos Regimentos Internos.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
O partido que não atinge o quociente eleitoral não elege nenhum deputado ou
vereador (salvo se nenhum partido atingir esse quociente, quando, então, as vagas serão
preenchidas pelos candidatos mais votados, independentemente dos partidos).
As sobras também serão destinadas aos partidos que obtiverem as maiores médias.
Essa técnica da maior média determina que os votos do partido ou coligação sejam
divididos pelo número de cadeiras por ele conquistadas mais um, obtendo-se assim a média
de cada um dos concorrentes e o número final de cadeiras a que cada partido ou coligação
terá direito.
Obtido esse número final de cadeiras, estarão eleitos os candidatos mais votados de
cada partido ou coligação, em número capaz de preencher as vagas destinadas à
agremiação.
Exemplo: Município no qual sejam apurados dez mil votos válidos (votos dados
para as legendas e para os candidatos) e que tenha dez cadeiras de vereador a preencher. O
quociente eleitoral é 1.000, ou seja, 10.000 votos divididos por dez cadeiras a preencher. O
partido A e seus candidatos somam 5.500 votos. Dividindo-se esse número pelo quociente
eleitoral (5.500 : 1.000 = 5,5), desde logo, o partido A terá 5 cadeiras. A coligação B/C e
seus candidatos somam 3.800 votos, garantindo, desde logo, 3 cadeiras (3.800 : 1.000 =
3,8). O partido D e seus candidatos somam 700 votos e, assim, não atingem o quociente
eleitoral (1.000). Com isso, o partido D não elege nenhum candidato.
Por ora, foram preenchidas oito vagas e restam duas. As sobras (duas cadeiras) serão
divididas da seguinte forma: divide-se o número de votos do partido A (5.500) pelo número
de cadeiras por ele obtido (5) + 1, ou seja, 5.500 : 6, atingindo-se a média 916. Divide-se o
número de votos da coligação B/C (3.800) pelo número de cadeiras por ela obtido (3) + 1,
ou seja, 3.800 : 4, atingindo-se a média 950. A maior média foi obtida pela coligação B/C
que, assim, ganha mais uma cadeira (a 4.ª).
Resta, porém, a 10.ª cadeira. Os cálculos são repetidos, agora considerando a nova
cadeira obtida pela coligação B/C, nos seguintes termos: divide-se o número de votos do
partido A (5.500) pelo número de cadeiras por ele obtido (5) + 1, ou seja, 5.500: 6,
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DIREITO CONSTITUCIONAL
atingindo-se a média 916. Divide-se o número de votos da coligação B/C (3.800) pelo
número de cadeiras por ela obtido (agora, 4) + 1, ou seja, 3.800 : 5, atingindo-se a média
760. A maior média foi obtida pelo partido A que, assim, ganha mais uma cadeira (a 6.ª).
Nas eleições proporcionais, somente após a apuração dos números finais de cada
partido ou coligação é que interessará a ordem interna de votação individual, ou seja, o
número de votos que cada candidato obteve. Os lugares, que cada partido ou coligação
obtiver, serão distribuídos aos seus candidatos mais votados (os 6 mais votados do partido
A e os 4 mais votados da coligação B/C ganharão uma cadeira).
1.4. As Comissões
Além dos plenários, o Legislativo (Congresso Nacional, Câmara dos Deputados,
Senado Federal, Assembléias Legislativas e Câmaras de Vereadores) atua por meio de
comissões – grupos menores de parlamentares que deliberam, de forma transitória ou
permanente, sobre determinados assuntos.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
A Lei Complementar n. 105/01, que dispõe sobre sigilo bancário, revogou o artigo
38 da Lei n. 4.595/94, autorizando que o Poder Legislativo Federal e as CPIs,
fundamentadamente, tenham acesso direto (sem ordem judicial) a informações e
documentos sigilosos das instituições financeiras. As requisições devem ser aprovadas
previamente pelo plenário da Câmara, do Senado ou da respectiva Comissão Parlamentar
de Inquérito, por maioria absoluta.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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Código de Processo Penal Anotado. 12.ª ed. São Paulo: Saraiva. p. 20
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DIREITO CONSTITUCIONAL
divinos e, por isso, infalíveis, as bases constitucionais das diversas sociedades passaram a
sujeitar todas as pessoas, públicas ou privadas, ao império das leis. A partir de então,
também o Estado passou a ser sujeito passivo de pleitos indenizatórios em razão de abusos
de seus agentes. É princípio elementar de nossa Constituição Federal, consagrado dentre os
direitos fundamentais, que nenhuma lesão ou ameaça de lesão a direito pode ser subtraída
da apreciação do Poder Judiciário (inciso XXXV do artigo 5.º da Constituição Federal).
O dano indenizável é aquele certo, material ou moral, que supera as pequenas lesões
decorrentes do convívio social (respirar alguma poeira momentaneamente gerada por obra
pública, desviar o caminho em razão de bloqueios transitórios de trânsito etc.).
Eventual abuso por parte dos parlamentares (por exemplo: desnecessária violação
do sigilo que envolve determinadas investigações, ofensa gratuita etc.) acarreta ação de
regresso do Estado, parecendo oportuno destacar que a doutrina e a jurisprudência
2
Curso de Direito Administrativo. 11.ª ed. São Paulo: Malheiros, 1999. p.687
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DIREITO CONSTITUCIONAL
prevalentes não admitem a denunciação da lide ao servidor, na ação movida pelo particular
contra a União.
Não subsiste a imunidade processual (formal), pela qual a denúncia criminal contra
deputados e senadores somente podia ser recebida após prévia licença da maioria dos
membros da sua casa parlamentar.
Podem ter licença não remunerada de 120 dias, por sessão legislativa, para tratar de
assuntos particulares.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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DIREITO CONSTITUCIONAL
etc.). Impede o inquérito policial e a ação penal (sobre o tema, ver DAMÁSIO DE JESUS –
comentários ao artigo 61)3.
Por crime comum, o vereador é julgado pelo juiz de primeiro grau, porém, a
Constituição de seu Estado pode lhe atribuir a prerrogativa de ser julgado pelo Tribunal de
Justiça (artigo 125, § 1.º, da Constituição Federal). Por infração político-administrativa
(crime próprio de responsabilidade), o vereador é julgado pela respectiva Câmara
Municipal.
3
Op. cit. Código de Processo Penal Anotado.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
auditores que atuam junto ao Tribunal de Contas da União, conforme lista tríplice
elaborada pelo próprio TCU. Os outros 6 ministros são escolhidos pelo Congresso
Nacional.
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CHIMENTI, Ricardo Cunha, et all. Lei de Execução Fiscal Comentada e Anotada 3.ª ed. São Paulo: RT, 2000. p. 49-
50.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Em São Paulo, o julgamento das contas do governador é feito pela maioria absoluta
dos membros da Assembléia Legislativa (artigo 10, § 1.º, da Constituição Estadual).
Pela alínea “g” do inciso I do artigo 1.º da Lei Complementar n. 64/90 (Lei Federal
das Inelegibilidades), aquele que tiver suas contas rejeitadas por irregularidade insanável e
por decisão irrecorrível de órgão competente, fica inelegível pelos 5 anos seguintes à data
da decisão, salvo se a questão houver sido ou estiver sendo submetida à apreciação do
Poder Judiciário.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Conforme leciona HUGO NIGRO MAZZILLI , “os membros do Ministério Público junto
aos Tribunais de Contas têm atuação restrita a esses tribunais, dando pareceres e atuando
como custos legis nos procedimentos e processos respectivos. Caso se apure a existência
de ilícito penal ou civil, devem as peças ser remetidas aos membros do Ministério Público
que tenham atribuições perante os juízes e tribunais judiciários, para a promoção da ação
civil ou penal competente”.5
Em São Paulo, vige o artigo 120 da Lei Complementar Estadual n. 734/93 que,
fundado nos artigos 31, § 2.º, e 94, inciso VI, ambos da Constituição Estadual, atribuiu aos
Procuradores de Justiça do Ministério Público Estadual comum a prerrogativa de atuar
junto ao Tribunal de Contas do Estado e ao Tribunal de Contas do Município. A norma,
porém, é questionável, já que há decisão (liminar) do Supremo Tribunal Federal no sentido
de que no âmbito estadual devem ser observadas as regras do artigo 75 da Constituição
Federal (ADIn. n. 892-7/RS e 1545-1/SE).
5
Introdução ao Ministério Público. 3.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2000. p. 69
15
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
1. PODER JUDICIÁRIO
Por ser o Brasil um país continental, seu Judiciário possui uma organização
complexa, com ramos federais e locais,.
A distribuição da justiça é feita pela Justiça Federal (juízes e TRFs), Justiça Eleitoral
(juízes eleitorais, TREs e TSE), Justiça Militar (juízes militares/auditorias, TMs e STM),
Justiça do Trabalho (juízes do trabalho, TRTs e TST), Justiça dos Estados (juízes de direito
e TJs) e Justiça dos Territórios e do Distrito Federal.
2. JUDICIÁRIO TRABALHISTA
A partir daí, a Justiça do Trabalho passou a ser monocrática na 1.ª Instância – Varas
do Trabalho –, composta apenas e tão-somente do juiz togado, que presta concurso de
provas e títulos.
A base para a existência das Varas é caracterizada por um território com mais de 24
mil empregados ou com ajuizamento, no último triênio, de média igual ou superior a pelo
menos 240 reclamações anuais.
Nos centros urbanos onde já existem Varas, outras somente serão criadas quando a
respectiva unidade exceder, seguidamente, 1.500 reclamações por ano.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
como juiz substituto, auxiliando juízes titulares. A promoção para juiz titular corre pelo
critério de antigüidade ou merecimento.
Existem 24 TRTs:
15.ª Região – São Paulo (exceção à Comarca da 2.ª Região, sede em Campinas);
Os juízes de carreira, como foi explicado, chegam aos tribunais por meio de
promoção, e os juízes do quinto constitucional (não fazem concurso) por intermédio de
listas tríplices do MP do Trabalho e da OAB (art. 94 da CF).
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DIREITO PENAL
Dos Crimes Contra a Pessoa
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DIREITO PENAL
DIREITO PENAL
Observações:
• Equimose: É a mancha roxa que fica na pele (rompimento dos vasos sangüíneos
sob a pele). Constitui lesão.
1
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DIREITO PENAL
1.3. Consumação
No momento da ofensa à integridade física ou à saúde.
1.4. Tentativa
É possível. A tentativa de lesão corporal difere da contravenção de vias de fato
(artigo 21 da Lei de Contravenções Penais), pois, na contravenção o agente não tem
intenção de lesionar a vítima (exemplo: empurrão). Se o agente emprega violência
ultrajante, com intenção de humilhar a vítima, estamos diante do crime de injúria real
(artigo 140, § 2.º, do Código Penal).
Se o agente agride sem a intenção de lesionar, mas lesiona, ocorre a lesão corporal
culposa, que afasta as vias de fato.
No silêncio da lei a respeito do resultado violência, conclui-se que a lesão leve fica
absorvida (exemplo: roubo, extorsão, estupro, atentado violento ao pudor, crime de tortura
etc.). Se, no entanto, a lei expressamente ressalvar a aplicação autônoma do resultado da
violência, o agente responderá pelos dois crimes, sendo somadas as penas (exemplo:
injúria real, constrangimento ilegal, dano qualificado, rapto, exercício arbitrário das
próprias razões, resistência etc.).
Outra regra trazida pela Lei n. 9.099/95: para o oferecimento da denúncia não é
necessário um exame de corpo de delito, basta um boletim de ocorrência ou ficha médica.
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DIREITO PENAL
O perito deve dizer claramente em que consistiu o perigo de vida (exemplo: houve
perigo de vida porque a vítima perdeu muito sangue etc.), e o Promotor de Justiça deve
transcrever na denúncia.
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DIREITO PENAL
• por mutilação: ocorre pela própria ação lesiva; é o corte de uma parte do corpo
da vítima (extirpação do braço, da perna, da mão etc.);
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DIREITO PENAL
Observações:
• Com relação aos sentidos: há alguns sentidos captados por órgãos duplos (visão
e audição). A provocação de cegueira, ainda que completa, em um só olho,
constitui apenas debilidade permanente. O mesmo ocorre com a audição.
• Deve ser permanente, isto é, não se reverte com o passar do tempo. Se a vítima
se submeter a uma cirurgia plástica e houver a correção, desclassifica-se o
delito. Se a cirurgia plástica for possível, mas a vítima não a fizer, persiste o
crime, pois a vítima não está obrigada a fazer a cirurgia. Se a deformidade
surgiu de um erro médico, há dois crimes (lesão dolosa em relação ao primeiro e
lesão culposa em relação ao médico).
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DIREITO PENAL
É necessário que o agente saiba que a mulher está grávida. Isso para evitar a
chamada responsabilidade objetiva (artigo 19 do Código Penal).
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DIREITO PENAL
• quando as lesões forem recíprocas (sem que um dos agentes tenha agido em
legítima defesa).
No Código de Trânsito Brasileiro (artigo 303), porém, a lesão corporal culposa, com
o agente na direção de veículo automotor, recebe pena de detenção de 6 (seis) meses a 2
(dois) anos e suspensão da habilitação.
A composição quanto aos danos civis extingue a punibilidade, tanto da lesão culposa
do Código Penal quanto do Código de Trânsito Brasileiro. Exige-se representação, porque
a ação penal é pública condicionada. Na lesão culposa, não há figura autônoma decorrente
da gravidade da lesão cujo grau (leve, grave ou gravíssimo) é irrelevante para caracterizar
lesão corporal culposa, afetando apenas a tipificação da pena em concreto.
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DIREITO PENAL
Expor alguém a perigo significa criar ou colocar a vítima em uma situação de perigo
de dano. Trata-se de crime de ação livre, que admite qualquer forma de execução: “fechar”
veículo, abalroar o veículo da vítima, desferir golpe com instrumento contundente próximo
à vítima etc.
O crime em análise pode também ser cometido por omissões como, por exemplo, o
caso de patrão que não fornece aparelhos de proteção a seus funcionários, desde que disso
resulte situação concreta de perigo, já que o não cumprimento das normas de segurança,
visto por si só, caracteriza contravenção penal do artigo 19 da Lei n. 8.213/91 (legislação
referente a benefícios previdenciários e acidentários).
2.6. Pena
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DIREITO PENAL
Até pouco tempo, o agente que efetuasse disparo de arma de fogo próximo à vítima,
na via pública, respondia pelo crime em estudo; caso efetuasse o disparo para cima, sem
expor pessoa determinada a perigo, responderia apenas pela contravenção penal do artigo
28 da Lei de Contravenções Penais. Atualmente, entretanto, a solução não pode ser mais a
mesma, já que houve alteração na legislação, com o advento da Lei do “Porte de Arma”
(Lei n. 9.437/97) que, em seu artigo 10, § 1.º, inciso III, tipificou como crime a conduta de
“disparar arma de fogo ou acionar munição em local habitado ou em suas adjacências, em
via pública ou em direção a ela, desde que o fato não constitua crime mais grave”. Nesse
último caso, de crime mais grave, a pena é de detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa,
afastando-se a aplicação do artigo 132 do Código Penal. Dessa forma, as hipóteses
passaram a ser as seguintes:
É evidente também que, qualquer que seja o modo de execução, deixa de haver o
crime de “perigo para a vida ou saúde de outrem” quando a vítima é atingida e sofre lesões
graves ou morre. Nesses casos, o agente responderá por lesões corporais ou homicídio,
doloso (dolo eventual) ou culposo, dependendo da hipótese.
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DIREITO PENAL
2.9. Consumação
No momento da produção efetiva do perigo.
2.10. Tentativa
É possível.
2.11. Concurso
Por se tratar de crime subsidiário, entende-se aplicável o concurso formal. Assim,
ainda que com uma só conduta o agente exponha várias pessoas a uma situação de risco,
haverá crime único.
O artigo 137, caput, trata da rixa simples – “participar de rixa, salvo para separar os
contendores” – cuja pena é de detenção de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou multa.
A rixa é uma luta envolvendo pelo menos 3 pessoas e que se caracteriza pelo
tumulto, pela confusão, de tal forma que não se consegue distinguir a conduta de cada
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DIREITO PENAL
Cada envolvido visa atingir qualquer um dos demais e todos agem ao mesmo tempo,
por isso, são todos autores e vítimas do mesmo crime (não há dois grupos distintos).
3.1. Núcleo
Participar é tomar parte efetiva na troca de agressões.
Não confundir:
3.2. Consumação
O crime se consuma quando 3 pessoas, ou mais, começam a lutar. A doutrina
entende que não há tentativa, trata o delito como instantâneo: ou a briga se inicia e
consuma a rixa, ou há indiferente penal. O Prof. DAMÁSIO, entretanto, tem opinião
divergente, entendendo necessária a classificação da rixa:
• rixa ex proposito: há uma combinação de hora e local por parte dos envolvidos,
hipótese em que seria possível a tentativa, no caso de a polícia impedir o início
da briga.
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DIREITO PENAL
Não é necessário falar em legítima defesa para aquele que entra na luta querendo
separar os demais, pois o próprio artigo 137 do Código Penal exclui o delito nesse caso.
É possível alegar a legítima defesa para crime mais grave que possa ocorrer durante
a rixa, mas quanto ao crime de rixa, esse já estará consumado.
Exemplo: os rixadores lutam sem arma; no meio da confusão, um deles saca uma
faca em legítima defesa e um outro utiliza um revólver para contê-lo; esse último não
responderá pelo homicídio ou pelas lesões que causar (porque acobertado pela justificante),
porém será responsabilizado por rixa qualificada, assim como os demais contendores.
A rixa é qualificada para todos, até mesmo para quem não tenha dado causa ao
resultado lesão grave ou morte. Basta participar da rixa que resulte em morte ou lesão
corporal grave para responder pela forma qualificada. É uma hipótese de responsabilidade
objetiva. A própria vítima das lesões graves responde por rixa qualificada. Se for
identificado o causador direto da morte ou da lesão, os participantes da rixa respondem por
rixa qualificada e o causador da morte ou lesão responde por homicídio ou lesão corporal
em concurso material com o crime de rixa qualificada (ver exposição de motivos do
Código Penal para o crime de rixa). Há posição no sentido de o agente responder pelo
homicídio (ou lesão) em concurso material com o crime de rixa simples.
A ocorrência de mais de uma morte não altera a característica: trata-se de uma única
rixa qualificada.
Mesmo a pessoa que entra na rixa e dela se afasta antes do resultado agravador,
responde por rixa qualificada, pois com seu comportamento anterior estimulou a troca de
lesões que acabou levando à morte ou lesão corporal grave. Responde por rixa simples a
pessoa que entra na rixa após a consumação da morte ou da lesão grave.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Processo de Execução
1.1. Introdução
Após a reforma processual de 1994, as obrigações de fazer e não fazer ganharam
grande flexibilidade e eficiência, pois a tutela da obrigação de fazer e não fazer, do artigo
461, do Código de Processo Civil, se tornou bastante ampla. Diz o referido artigo: "Na
ação que tem por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz
concederá a tutela específica da obrigação, ou, se procedente o pedido, determinará
providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento".
Portanto, a obrigação de fazer e não fazer não precisa acontecer só no processo de
execução, pode ter lugar já no processo de conhecimento, exatamente para, numa ótica
moderna, gerar efetividade processual.
Nem precisaríamos ressaltar que a obrigação de fazer e não fazer envolve toda
atividade ou abstenção de atividade que implique conduta de um sujeito de direito. Por
óbvio, existem algumas tutelas mandamentais mais eficazes, como o habeas corpus, os
interditos em geral e o próprio mandado de segurança, que escapam à ótica do artigo 632
do Código de Processo Civil.
A citação deve ser feita por meio de mandado e não pode acontecer via correio com
"AR". Por exceção, é possível que seja feita por edital ou por hora certa.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Algumas vias podem ocorrer pela postura adotada pelo executado. Em primeiro
lugar, pode o executado atender ao mandado, fazer ou deixar de fazer o que lhe for
determinado, pagar custas, despesas e honorários e gerar a extinção do processo, com a
satisfação integral das obrigações. Caso, simplesmente honre o disposto em mandado, mas
não pague as verbas de sucumbência, será processado nos próprios autos por quantia certa.
Pode o executado interpor embargos à execução no prazo de dez dias da juntada aos autos
do mandado de citação. Isso gera a suspensão da execução até a decisão em primeiro grau
de jurisdição. Aqui também não incide a multa. Uma vez julgados os embargos, se não
acolhidos, o feito volta a tramitar normalmente. Pode acontecer, ainda, de o executado não
cumprir nada e não embargar. Haverá incidência de multa diária, salvo na hipótese de a
obrigação se tornar impossível ou a ordem se tornar ilíquida. O desfazimento do ato pode
se dar pelo próprio exeqüente, e as custas correrem por conta do executado, incidindo as
regras de execução da obrigação de fazer. Caso a obrigação seja personalíssima, com a
incidência de multa diária, ocorre a conversão em perdas e danos e em execução por
quantia certa.
coisa julgada quanto à multa diária, pois seria o instrumento da jurisdição, mesmo que
componha o pedido do autor.
Apesar de boa parte dos autores entender que o juiz só tem o poder para diminuir a
multa, entendemos que ele é livre para majorá-la, já que, como mencionamos acima, é um
instrumento da jurisdição. Aliás, se o juiz pode estabelecê-la, por que não pode majorá-la?
Importante também ressaltarmos que o juiz deve ser claro quando vier a fixar a
multa, estabelecendo liquidez e certeza da mesma, dentro de um critério de razoabilidade,
não só em relação ao quantum, mas em relação ao início de sua incidência, sempre
considerando caso a caso. O juiz pode até mesmo alterar a multa no próprio trâmite do
processo de execução, por um mero incidente de execução a requerimento do executado,
ou de ofício.
Há quem entenda que a tutela é constitutiva, pois cria um novo estado jurídico. Não
é condenatória porque não há prestação para o réu, sendo que esse apenas suporta os
efeitos da sentença. No nosso entender é melhor considerar uma tutela autônoma, não
constitutiva, porque a parte pode fazer com que a medida perca seu objeto com a prática de
ato jurídico antes do trânsito em julgado da sentença.
2.1. Introdução
A tutela das obrigações de fazer e não fazer não é uma das espécies do processo de
execução. É uma figura híbrida, já que tem elementos do processo de conhecimento e
elementos do processo de execução. Temos atos executivos e atos mandamentais.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
É bom também ressaltarmos que a tutela específica poderá sempre ser convertida
em perdas e danos, a fim de gerar exeqüibilidade (art. 461, § 1.º).
Tudo, portanto, implica em ordem para o demandado, que deve fazer ou não fazer
algo, concernente ao "bem da vida" que se pleiteia. O mandamento aqui é diferente do
preceito executivo. Lá, o executado é citado para satisfazer a execução, sob pena de perdas
e danos ou de realização por terceiros. Ocorre uma sub-rogação por parte do Estado, na
constituição do "bem da vida" que se requer. Aqui, o que visamos é o resultado – que só
em hipóteses excepcionais será convertido em perdas e danos. O órgão jurisdicional tem
amplos poderes para a concepção da tutela específica, mediante conduta do próprio
demandado, sob pena de desobediência. Pode haver até prisão penal, em flagrante, do réu
desobediente. Não é prisão civil.
Tudo isso visa induzir o réu a cumprir a ordem, não havendo nenhum caráter sub-
rogatório. O quantum será fixado livremente pelo juiz, que deve levar em consideração a
suficiência e compatibilidade, sendo passível de reexame em agravo de instrumento. Sendo
fixado na sentença, só poderá ser revisto na apelação. O juiz pode modificar a multa,
aumentando-a ou diminuindo-a.
A multa é exigível com a preclusão da decisão que a estabeleceu, isto é, com a não
interposição de agravo ou de apelação. Alguns autores entendem que incide e é exigível a
partir da decisão, não ficando mais sujeita a recurso.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
3.1. Introdução
A tutela dos artigos 621 e ss. do Código de Processo Civil é enorme, pois abrange
todas as relações pessoais (entre comprador e devedor) e outras reais (propriedade e
direitos reais sobre coisas alheias).
Alguns processualistas entendem que nas relações reais o próprio processo gera
efetividade, pois dispensa a execução. Outros falam até que há uma incompatibilidade na
execução autônoma. Entendem que uma reivindicatória ou imissiva é executiva lato sensu.
A citação deve ocorrer por mandado, por hora certa ou por edital.
Uma vez citado, o executado pode entregar a coisa; o credor é ouvido, lavra-se o
termo e extingue-se a execução, com sentença. Caso haja perdas e danos ou outra
sucumbência, prossegue-se a execução por quantia certa. Se ilíquidas as perdas e danos,
devem ser primeiro liquidadas.
Pode ainda o executado não depositar nem entregar no prazo. Expede-se, por
conseguinte, mandado de imissão ou apreensão, dependendo da mobilidade da coisa.
Poderá haver concomitantemente uma execução por quantia certa. Após juntado o
mandado cumprido, o executado poderá embargar a execução.
Pode acontecer que a coisa litigiosa tenha sido alienada, então, conforme o artigo
626, o mandado recairá contra o terceiro adquirente, que somente será ouvido depois de
depositá-la. Pouco importa se a alienação aconteceu antes ou depois de instaurada a
execução. O terceiro passa a ser responsável e não se torna parte, pois não é o executado.
Tanto que o seu instrumento é o embargo de terceiro.
O devedor será então citado para, em 10 dias entregar a coisa, se lhe couber a
escolha; se couber ao exequente, esse a determinará na inicial. Caso o credor individualize
a coisa, em sendo prerrogativa do executado, o juiz desconsiderará e citará o executado
para que entregue a coisa que lhe aprouver. Caso o credor não individualize, transfere o
benefício ao executado. Feita a escolha, cabe a impugnação em 48 horas que, para o
executado, flui da juntada do mandado de citação aos autos ou termo certo da citação por
edital. Para o exeqüente, as 48 horas fluirão quando seu advogado for intimado da entrega
da coisa. Se houver impugnação, o juiz decide, podendo nomear perito. A decisão é
agravável.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
1. DA PRISÃO
1.1. Conceito
Prisão consiste na privação da liberdade de locomoção, mediante clausura,
decretada por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, ou
decorrente de flagrante delito. Conforme o artigo 5.º, inciso LXI, da Constituição Federal,
ninguém será preso senão em flagrante delito, ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei.
A prisão será efetuada sem o respectivo mandado somente nos seguintes casos:
• prisão em flagrante;
• transgressão militar;
• recaptura do evadido.
O Código Eleitoral prevê que, 5 dias antes e 48h depois do dia da eleição, não
podem ser cumpridos mandados judiciais de prisão processual. Tal disposição visa
assegurar o exercício do direito político. Podem, entretanto, ser efetuadas as prisões em
flagrante e as decorrentes de sentença penal condenatória com trânsito em julgado.
1.2. Espécies
As espécies de prisão são:
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
− prisão em flagrante;
− prisão preventiva;
− prisão temporária;
• Prisão Civil: a Constituição Federal não permite a prisão civil por dívida, salvo a
do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
alimentícia e a do depositário infiel, conforme artigo 5.º, inciso LXVII, da
Constituição Federal.
Conforme dispõe esse diploma, a autoridade judicial que ordenar a prisão expedirá o
respectivo mandado, que será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade competente.
Além de designar pelo nome ou sinais característicos a pessoa a ser presa, o mandado
mencionará a infração penal que motivou a prisão, declarará o valor da fiança, se
afiançável o delito, e será dirigido a quem tenha qualidade para executá-lo. O mandado
será apresentado em duplicata, e o preso passará recibo em uma das vias.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
O artigo 295 do Código de Processo Penal relaciona aqueles que têm direito à prisão
especial. Além desses, há outros previstos em leis especiais também.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Nos crimes de ação penal privada é possível a prisão em flagrante, desde que o
ofendido autorize a lavratura do auto ou a ratifique no prazo da entrega da nota de culpa,
ou seja, no prazo de 24 horas.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
• Diplomatas estrangeiros.
• deputados estaduais;
• magistrados;
Se o fato foi praticado contra autoridade ou em sua presença, ela própria, desde que
investida de suas funções, poderá lavrar o auto.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
O auto de prisão em flagrante deverá ser lavrado em 24 horas, pois esse é o prazo
que a autoridade tem para entregar ao preso a nota de culpa.
Nota de culpa é o instrumento que informa ao preso os motivos da prisão. Deve ser
assinada pela autoridade, e conter o motivo da prisão, o nome do condutor e o nome das
testemunhas. Sua finalidade é comunicar ao preso o motivo da prisão, bem como a
identidade de quem o prendeu, fornecendo-lhe um breve relato do fato criminoso de que é
acusado. A falta da nota de culpa também acarreta o relaxamento da prisão. O preso deve
passar recibo à autoridade e caso ele não saiba, não possa, ou não queira assinar, duas
testemunhas assinarão o recibo.
• No prazo de 24 horas da prisão, deve ser entregue ao preso a nota de culpa, que
é o instrumento que informa ao preso os motivos da prisão.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
A prisão preventiva não pode ser decretada nas infrações penais em que o réu se
livra solto.
− prova da materialidade; e
− indícios de autoria.
− Garantia da Ordem Econômica (GOE): Foi introduzida pela lei antitruste (Lei
n. 8.884/94), visando coibir graves crimes contra a ordem econômica, ordem
tributária e o sistema financeiro.
• Condições de admissibilidade:
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
• Não pode ser decretada de ofício, mas somente por requerimento do Ministério
Público ou representação da autoridade policial.
• Tem prazo determinado. Esgotado o prazo, o acusado deve ser solto. Em regra,
o prazo é de 5 dias, prorrogáveis por mais 5 em caso de extrema e comprovada
necessidade. Nos crimes hediondos e assemelhados (Lei n. 8.072/90), o prazo é
de 30 dias prorrogáveis. Apesar de ter prazo predeterminado, pode ser revogada
antes disso.
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:”
− extorsão;
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
− estupro;
− genocídio;
− homicídio doloso;
− quadrilha ou bando;
− roubo;
− rapto violento;
− tráfico de drogas.
O rol do artigo 1.º, inciso III, da Lei n. 7.960/89 é taxativo, mas não se esgota ali; a
Lei n. 8.072/90 o complementa.
• Uma primeira corrente, sustentada pelo Prof. TOURINHO, afirma que os requisitos
são alternativos.
• Uma segunda, sustentada pelo Prof. SCARANCE, estabelece que os requisitos são
cumulativos e que todos devem estar presentes para que seja decretada a
temporária. Inviabiliza, na prática, a aplicação da lei.
• Uma terceira corrente, sustentada pelo Prof. VICENTE GRECO FILHO, entende que
os requisitos são alternativos, porém, o juiz só poderá decretar a prisão
temporária se presentes os fundamentos da preventiva (GOP, GOE, GALP,
CIC).
requisito do artigo 1.º, incisos I ou II, da Lei n. 7.960/89; e o fumus boni iuris é
o requisito do artigo 1.º, inciso III, da Lei 7.960/89. O juiz, portanto, no caso
concreto, vai decretar a temporária se estiverem presentes:
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MÓDULO XIV
DIREITO TRIBUTÁRIO
Extinção do Crédito Tributário
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DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO TRIBUTÁRIO
• pagamento;
• compensação;
• transação;
• remissão;
• prescrição e decadência;
• confusão;
1.1. Pagamento
É o cumprimento do objeto da prestação tributária. É um fenômeno jurídico e não só
tributário. Pode ser considerado quanto:
•Ao modo: os tributos são pagos em moeda ou equivalente (cheque, títulos da dívida
pública resgatáveis, selo ou papel selado ou estampilha). Quando pago em cheque,
dá-se ao contribuinte uma quitação provisória, que se tornará definitiva após a
devida compensação.
O artigo 166 do Código Tributário Nacional dispõe sobre a repetição nas hipóteses
de tributos indiretos: “A restituição de tributos que comportem, por sua natureza,
transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver
assumido referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por esse
expressamente autorizado a recebê-la.”
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DIREITO TRIBUTÁRIO
1.2. Remissão
Remissão significa perdão. Remição significa pagamento.
Remissão é o perdão legal do débito tributário, que pode ser total ou parcial.
Somente a lei pode perdoar o débito tributário (lei remissiva), vedada a remissão por
decretos, portarias ou qualquer outro ato que não seja lei propriamente dita (princípio da
legalidade e princípio da indisponibilidade do interesse público). Referida lei deve ser
específica da pessoa política tributante (artigo 150, § 6.º, da Constituição Federal/88).
1.3. Compensação
É o encontro de contas do Fisco e do contribuinte, sempre que forem credor e
devedor um do outro. Existem duas modalidades de compensação em matéria civil: a legal
e a consensual. Em matéria tributária, entretanto, somente é admitida a compensação legal.
•As partes devem ser as mesmas (mesma Fazenda Pública, federal, estadual ou
municipal, e mesmo contribuinte). O contribuinte não pode utilizar um crédito
federal, por exemplo, para compensar um crédito estadual.
•Os créditos devem estar liquidados, é necessário que se saiba exatamente quanto há
de ser pago.
•A existência de uma lei autorizando a medida: cada pessoa política deve legislar a
respeito. A União obedece à Lei n. 8.383/91; o seu artigo 66 permite a compensação
de tributos federais, indevidos ou recolhidos a maior, com outros da mesma espécie.
A Fazenda Pública entende que tributo da mesma espécie significa o mesmo tributo
de mesma classificação fiscal (por exemplo: IR somente poderá ser compensado por
IR). A doutrina, entretanto, entende que tributo pode ser compensado por tributo do
mesmo tipo, não o mesmo tributo, taxa por taxa e contribuição de melhoria por
contribuição de melhoria. A jurisprudência tem decidido em favor da doutrina.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
1.4. Transação
Transação é um acordo celebrado, com base em lei, entre o Fisco e o contribuinte,
que faz desaparecer a obrigação tributária, mediante concessões recíprocas, conforme o
disposto no artigo 171 do Código Tributário Nacional: “A lei pode facultar, nas condições
que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que,
mediante concessões mútuas, importe em terminação de litígio e conseqüente extinção do
crédito tributário”. É causa extintiva da obrigação tributária, muito rara.
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MÓDULO XIV
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
III – deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do
acidente;
São crimes especiais em relação aos definidos nos artigos 121, § 3.º, e 129, § 6.º, do
Código Penal, deles se destacando por serem cometidos na direção de veículo automotor.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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Sistema ou mecanismo destinado ao deslocamento do veículo.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A tentativa, por sua vez, é impossível nos crimes culposos. Como ensina ANÍBAL
BRUNO, “... falta-lhes o dolo e sem o dolo a tentativa não se constitui. Nem há neles alguma
coisa que na realidade se possa chamar começo de execução. O crime culposo não tem
existência real fora do resultado”7.
1.12. Competência
Fixar-se-á em função do local onde houve o comportamento culposo que infringiu o
dever de cuidado objetivo necessário (Superior Tribunal de Justiça, RT 574/357 e 667/338).
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
III – Deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima
do acidente. Frisamos que a presente causa de aumento destina-se ao condutor responsável
pela morte ou pelas lesões corporais decorrentes do acidente de trânsito. Se a vítima for
socorrida por terceiros, suprindo a omissão do responsável pelo acidente, entendemos que
haverá o aumento da pena, diante do descumprimento do dever de solidariedade. Esse
entendimento encontra-se em simetria ao disposto no parágrafo único do artigo 304. Sobre
o assunto, ver comentários do item 2.5. deste módulo.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
2. OMISSÃO DE SOCORRO
Penas: detenção de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento
de crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo, ainda que a sua omissão
seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com
ferimentos leves.”
Não obstante a clareza do dispositivo, sua aplicação deve ser ponderada. No caso
de socorro por terceiros, o disposto no parágrafo contraria a orientação surgida à luz do
artigo 135 do Código Penal, ou seja, por se tratar de uma obrigação penal solidária, o
cumprimento do dever por uma das pessoas afasta a obrigação das outras. Assim, segundo
orientação de DAMÁSIO DE JESUS, a solução adotada pelo Código de Trânsito Brasileiro
fundamenta-se nas características do delito em questão. A omissão de socorro é crime
instantâneo, de modo que a prestação de socorro posterior à omissão do agente encontra o
delito já consumado.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL
Sentença
JOAQUIM TUCANO, já qualificado nos autos, foi denunciado pela Justiça Pública
como incurso nas sanções do art. 214, c. c. o art. 224, "a", art. 69 (três vezes), todos do CP,
c. c. o art. 1.º, inc. VI, da Lei n. 8.072/90, porque no dia 21.9.1999, por volta das 7:30
horas, defronte à Escola Municipal do Jardim Paraisópolis, situada na Rua 14, n. 400, no
Município de Jundiapeba, nesta Comarca, mediante violência presumida, constrangeu
L.A.N.G., de nove anos, C.A.N., de 10 anos, e D.D.E., de doze anos, a permitir que com
elas praticasse atos libidinosos diversos da conjunção carnal.
Consta dos autos que o acusado dirigiu-se até o portão de entrada da escola, onde
deparou-se com as vítimas, ocasião em que agarrou L., tentando beijá-la na boca e
passando a mão por suas nádegas e seios, mesmo diante da resistência dela. Em seguida,
constrangeu C. e D. a permitir que ele as beijasse na boca, passando a mão nos seios,
nádegas e órgão genital delas, mesmo diante da resistência das mesmas, que tentavam se
desvencilhar do acusado. A Guarda Municipal foi acionada e prendeu o acusado em
flagrante delito no interior da Escola.
SENTENCIE.
OBSERVAÇÕES:
1
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PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL
Nome
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PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL
3
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4
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5
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6
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PRÁTICA DE PROCESSO PENAL
1
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Nome
2
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3
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PRÁTICA DE PROCESSO PENAL
4
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5
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6
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PRÁTICA DE PROCESSO PENAL
7
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MÓDULO XIV
EXERCÍCIOS
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ADMINISTRATIVO
1
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2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CIVIL
2. Quais as teorias que tratam da posse? Qual a adotada pelo Código Civil?
1
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5. O que é um próprio incluso e quais as condições para que o mesmo obtenha uma
passagem?
2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO COMERCIAL
1
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2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CONSTITUCIONAL
3. O que a Constituição Federal quer dizer com “comoção grave” quandose refere ao
Estado de Sítio?
1
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2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
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4. Conceitue jurisdição.
2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
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2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ELEITORAL
1
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5. Qual o critério adotado para apuração dos eleitos nas eleições proporcionais?
2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO INTERNACIONAL
1
_________________________________________________________________________MÓDULO XIV
4. Por que alguns doutrinadores dizem que o Direito Internacional Privado não é privado
nem internacional?
2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PENAL
1. Qual a diferença entre as condutas induzir, instigar e auxiliar, previstas no art. 122 do
CP?
1
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2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
1
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2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1. O que é depósito e quais são os depositários, quando o credor não concorda que seja o
devedor?
1
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2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
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2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO TRIBUTÁRIO
1
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2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITOS HUMANOS
1
_________________________________________________________________________MÓDULO XIV
2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
2. O simples fato de entregar o veículo à pessoa não habilitada, já tipifica o crime do art.
310 do CTB?
1
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4. Quais são os requisitos para a configuração do crime previsto no art. 309 do Código de
Trânsito Brasileiro?
5. Quem é o sujeito ativo do crime de omissão de socorro, definido no art. 304 do Código
de Trânsito Brasileiro?
2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
MEDICINA LEGAL
3. Quais as razões para não ocorrer a ruptura do hímen após a conjunção carnal?
1
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2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
2. Qual é a natureza das medidas impostas aos responsáveis no art. 129 do Estatuto da
Criança e do Adolescente? Quem deve aplicá-las?
1
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ATENÇÃO
2
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GABARITO
Exercícios Objetivos - Módulo XIII
CURSO ANUAL – OPÇÃO 3
1 2 3 4 5
D. Administrativo A D B A A
D. Civil D C A B A
D. Comercial B B A E D
D. Constitucional D A A C A
D. do Trabalho C B B A D
D. Econ. e Financeiro B E A C B
D. Eleitoral B C A D A
D. Internacional B A D C C
D. Penal D A D B B
D. Previdenciário D D B A C
D. Proc. Civil C C B A D
D. Proc. Penal A E B E E
D. Tributário B B B B B
D. Humanos D C C B A
Leg. Penal Esp. D B C B D
Medicina Legal D B B D A
Tutela A C B D C