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MÓDULO XXIII
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
Direito Econômico e Financeiro
Direito Eleitoral
Direito Internacional
Direito Previdenciário
Direitos Humanos
Medicina Legal
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MÓDULO XXIII
DIREITO ADMINISTRATIVO
Desapropriação
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DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Desapropriação
1. FASES DA DESAPROPRIAÇÃO
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Pode ser realizada pela União, pelos Estados, pelos Municípios, Distrito Federal e
Territórios, bem como, nos termos do artigo 3.º do Decreto-lei n. 3.365/41, pelos
concessionários de serviços públicos, estabelecimentos de caráter público ou que exerçam
funções delegadas de Poder Público, se autorizados por lei ou por contrato. A Companhia
do Metropolitano de São Paulo (Metrô), por exemplo, – concessionária de serviço público
, pode promover desapropriação.
A fase executória pode ser processada tanto por via extrajudicial como por via
judicial.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
1.3. Indenização
A indenização constitui direito de ordem pública.
A indenização deve ser justa, prévia e em dinheiro (artigos 5.º, inciso XXIV, e 182,
§ 3.º, ambos da Constituição Federal), exceto para as hipóteses de imóveis rurais sujeitos à
Reforma Agrária (artigo 184 da Constituição Federal), quando, então, se admite
indenização em título da dívida agrária. Não haverá, contudo, indenização se a
desapropriação for de glebas em que se cultivem ilegalmente plantas psicotrópicas (artigo
243 da Constituição Federal) uma vez que, apesar de denominada pelo texto constitucional
como expropriação, tem natureza jurídica de confisco.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
1.6. Retrocessão
O artigo 519 do Código Civil estabelece que “Se a coisa expropriada para fins de
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se
desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado
direito de preferência, pelo preço atual da coisa”.
R.: O Professor Hely Lopes Meirelles2 entende que “a retrocessão é, pois, uma
obrigação pessoal (não obstante, o STF entendeu que a retrocessão tem a natureza de
direito real) de devolver o bem ao expropriado, e não um instituto invalidatório da
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“O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros” (artigo 520 do Código Civil).
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Direito Administrativo Brasileiro. 26.ª ed. São Paulo: Malheiros, 2001. p. 585.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
1.7. Tredestinação
Tresdestinação (de acordo com a melhor gramática, segundo Hely Lopes Meirelles),
ou tredestinação, é o desvio de finalidade na desapropriação. O bem desapropriado é
empregado com outro fim que não a utilidade pública ou o interesse social.
O Professor Hely Lopes Meirelles3 entende que, “se o Poder Público ou seus
delegados não derem ao bem expropriado sua destinação legal, ficará o ato expropriatório
sujeito a anulação e a retrocessão”. Todavia, se a finalidade diversa da originalmente
estipulada permanecer de acordo com o interesse público, não haverá ilegalidade.
• o pagamento de indenização;
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Op. cit.. p. 584.
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DIREITO CIVIL
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DIREITO CIVIL
DIREITO CIVIL
1. DISPOSIÇÕES TESTAMENTÁRIAS
1.1. Introdução
Abre-se o processo de inventário para se cumprir o testamento.
Testamento cerrado: “ao receber o testamento cerrado, o juiz, após verificar se está intacto,
o abrirá e mandará que o escrivão o leia em presença de quem o entregou” (artigo 1.125 do
Código de Processo Civil).
• reconhecimento de filhos;
• nomeação de tutor;
• criação de fundação;
• deserdação;
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DIREITO CIVIL
• perdoar o indigno;
Nada obsta a que o testador recorra ao testamento apenas para disposições não-
patrimoniais.
Entre todas as regras interpretativas, a mais importante está disposta no artigo 1.899
do Código Civil: “quando a cláusula testamentária for suscetível de interpretações
diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador.”
2. LEGADOS
2.1. Conceito
Legado é uma coisa certa e determinada da herança deixada pelo testador a alguém,
ou seja, o legatário, em testamento ou codicilo. O legatário recebe a título singular.
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DIREITO CIVIL
quando há legado de coisa móvel que se determine pelo gênero ou pela espécie
(artigo 1.915 do Código Civil).
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DIREITO CIVIL
Quanto ao legado, o artigo 1.923 dispõe que “desde a abertura da sucessão, pertence
ao legatário a coisa certa, existente no acervo, salvo se o legado estiver sob condição
suspensiva”.
Conforme ensina o Professor Silvio Rodrigues, “para obter a coisa objeto do legado,
deve o legatário pedi-la ao herdeiro, sendo-lhe mesmo expressamente vedado entrar na
posse da mesma, por sua exclusiva autoridade” (Curso de Direito Civil, Vol. 6).
3. DIREITO DE ACRESCER
O direito de acrescer está disciplinado no Código Civil em seus artigos 1.941 a
1.946.
3.1. Conceito
O direito de acrescer é o direito pelo qual, havendo dois ou mais herdeiros ou
legatários conjuntos sobre o mesmo bem ou bens, e vindo a faltar um deles em razão de
morte (premoriência), renúncia, exclusão por indignidade ou incapacidade, não-verificação
da condição sob a qual foi instituído, a sua parte acresce a do(s) outro(s) herdeiro(s)
conjunto(s), salvo se houver substituto para o herdeiro que faltou, ou se o testador, ao fazer
a nomeação conjunta, tinha especificado o quinhão de cada um, sendo a quota vaga do
contemplado que vier a faltar devolvida aos herdeiros legítimos do testador, conforme
especifica o artigo 1.944 do Código Civil.
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DIREITO CIVIL
3.2. Requisitos
Para que ocorra o direito de acrescer é necessário:
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DIREITO COMERCIAL
Contratos Mercantis
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DIREITO COM ERCIAL
DIREITO COMERCIAL
Contratos Mercantis
1. CONTRATOS DE DISTRIBUIÇÃO
Os contratos chamados contratos de distribuição são aqueles que têm por objetivo o
escoamento de mercadorias. Na prática, os contratos de distribuição ocorrem quando
determinado comerciante, visando ampliar, manter ou criar um mercado para distribuição
(escoamento) de suas mercadorias, e não interessado ou estando impossibilitado de fazê-lo
diretamente, contrata terceiros para colaborar no escoamento dessas mercadorias. Os
principais exemplos de contratos de distribuição são:
• representação comercial;
• franquia;
• concessão mercantil.
A lei apresenta regras que se assemelham às leis laborais; porém, três fatores
diferenciam a relação de representação comercial da relação de trabalho:
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DIREITO COM ERCIAL
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DIREITO COM ERCIAL
Pode o contrato prever quaisquer outras cláusulas, desde que não defesas por lei.
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DIREITO COM ERCIAL
A rescisão sem justa causa pode se dar tanto em relação a um contrato por prazo
determinado quanto a um contrato por prazo indeterminado. A indenização sempre será
devida, porém irá variar de acordo com o tipo de contrato celebrado:
Exemplo:
A rescisão ocorreu no 10.º mês, portanto restavam oito meses para o término do
contrato; para o cálculo da indenização utiliza-se a metade deles, ou seja, quatro meses.
Além do pagamento dessa indenização, na hipótese de rescisão sem justa causa ,da
decisão, deverá o representado notificar o representante com 30 dias de antecedência; caso
não o faça, deverá pagar mais uma indenização – equivalente a 1/3 (um terço) das
comissões pagas nos três meses anteriores.
força maior – mas, nesse caso, o representado não pode alegar dificuldades
financeiras.
• força maior.
1.1.5. Sub-representação
Nos contratos de representação admite-se a chamada sub-representação, pela qual o
representante subcontrata outrem para a prestação dos serviços de mediação em favor do
representado. O contrato, porém, pode vedar a sub-representação. Se não constar nada a
respeito no contrato, ela é admitida.
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DIREITO COM ERCIAL
O comissário, como regra, não assume riscos. Nesse contrato, porém, é possível a
cláusula del credere e, nesse caso, o comissário age em nome próprio, mas assumindo
também os riscos do negócio.
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DIREITO COM ERCIAL
b) Obrigações do franqueador
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Os Princípios Constitucionais Tributários
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DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO CONSTITUCIONAL
1. INTRODUÇÃO
O artigo 145 explicita a possibilidade de criação pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal e pelos Municípios das três espécies de tributos reconhecidas pela doutrina
clássica: os impostos, as taxas e as contribuições de melhorias. Contudo, diante do exposto
nos artigos 148 e 149 (inseridos no capítulo do Sistema Tributário Nacional), inúmeros
autores sustentam que as contribuições sociais e os empréstimos compulsórios também são
espécies do gênero tributo.
Nenhum tributo será instituído, nem aumentado, a não ser por lei. O Código
Tributário Nacional normalmente utiliza a palavra lei em seu sentido restrito, como sendo a
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DIREITO CONSTITUCIONAL
norma geral e abstrata editada pelo ente político competente, observado o processo exigido
na Constituição Federal. A expressão “legislação tributária”, por sua vez, compreende as
leis, os decretos e outros atos normativos (artigo 96 do Código Tributário Nacional).
O decreto, espécie mais comum dos atos normativos, costuma ser definido como o
ato administrativo de competência exclusiva do chefe do Poder Executivo (federal,
estadual ou municipal), destinado a dar eficácia a situações gerais ou especiais previstas de
forma explícita ou implícita na lei. Não tem força, portanto, para criar direitos ou extinguir
obrigações, ou seja: no que for além da lei, não obriga; no que for contra a lei, não
prevalece.
fontes já previstas no artigo 195 da Constituição Federal por simples lei ordinária e,
conseqüentemente, por medida provisória.
A lei que institui contribuição social com base no § 4.º do artigo 195 da Constituição
(sobre outras fontes que não as expressamente previstas na Constituição Federal) tem de
ser de natureza complementar, conforme consta da parte final do parágrafo (que remete ao
artigo 154, inciso I, da Constituição Federal) e já foi decidido na Ação Direta de
Inconstitucionalidade n. 1.103. Luciano Amaro5 e Paulo de Barros Carvalho6, com base no
artigo 146, inciso III, da Constituição, entendem exigível lei complementar para a
instituição de qualquer contribuição social.
5. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Pelo princípio da anualidade, que não mais existe no Direito brasileiro, a cobrança
dos tributos depende de autorização orçamentária anual do Poder Legislativo.
O artigo 141, § 34, segunda parte, da Constituição Federal de 1946, consignava que
nenhum tributo “será cobrado em cada exercício financeiro sem prévia autorização
orçamentária, ressalvada, porém, a tarifa aduaneira e o imposto lançado por motivo de
guerra”. A previsão orçamentária era renovável anualmente.
O Supremo Tribunal Federal tem decidido que a revogação da isenção tem eficácia
imediata, vale dizer, verificada a revogação da isenção, o tributo pode ser cobrado no curso
do mesmo exercício financeiro, sem ofensa ao princípio da anterioridade (RTJ 107/430 e
Súmula 615/STF), ressalvadas a hipótese do inciso III do artigo 104 do Código Tributário
Nacional (Imposto sobre o Patrimônio e a Renda) e do artigo 178 do Código Tributário
Nacional (isenção com prazo certo ou sob condição onerosa).
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Curso de Direito Tributário. 14.ª ed. São Paulo: Saraiva. p. 125.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Os fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que houver instituído
ou aumentado os tributos (estabelecida a hipótese de incidência) não acarretam obrigações.
A lei nova não se aplica aos fatos geradores já consumados (artigo 105 do Código
Tributário Nacional).
Pode ocorrer, no entanto, que o fato gerador tenha se iniciado, mas não esteja
consumado, se aceita a teoria do fato gerador complexivo, continuado.
Embora renomados tributaristas sustentem que o Imposto de Renda (IR) deve ser
regulado por lei em vigor e publicada antes do início do ano-base, fundado na Constituição
Federal de 1967, o Supremo Tribunal Federal sumulou entendimento contrário. Para a
Corte, o fato gerador do imposto de renda se completa em 31/12, e, assim, a lei publicada
até tal data aplica-se a todo o período. O entendimento é prejudicial ao princípio da
segurança de relações jurídicas (artigo 116, inciso II, do Código Tributário Nacional).
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Curso de Direito Tributário.10a ed. São Paulo: Malheiros.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
remissão (perdão total ou parcial de uma dívida), podem ser retroativas (artigo 106 do
Código Tributário Nacional).
O que se quer vedar é o tributo que tenha como hipótese de incidência o tráfego
intermunicipal ou interestadual de pessoas ou bens, o ir e vir dentro de território nacional.
público e a extensão quanto às autarquias e fundações, naquilo que está vinculado às suas
atividades essenciais, está prevista no § 2.º do artigo 150 da Constituição Federal).
Não estão imunes as atividades prestadas pela pessoa jurídica de direito público em
que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário. Em regra, basta
haver a exigência da contraprestação para que a atividade seja considerada de natureza
econômica e exclua a imunidade.
A 1.a Turma do Supremo Tribunal Federal já deliberou que a renda dos imóveis
locados, desde que utilizada para a realização das atividades essenciais da entidade
religiosa, também desfruta da imunidade (RE n. 144.900, j. de 22.4.1997).
leciona Paulo de Barros Carvalho, a lei que prevê tais requisitos é de natureza
complementar (artigo 146, inciso II, da Constituição Federal).
O artigo 14 do Código Tributário Nacional traça linhas básicas do conceito, “não ter
finalidade lucrativa”, e demonstra que a regra constitucional é de eficácia contida
(restringível). Assim, é possível a exigência de requerimento do interessado à autoridade
administrativa, que reconhecerá ou não a imunidade (julgamento objetivo e que admite
discussão judicial).
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Há quem defenda, com razão, que a imunidade deve abranger outros veículos de
idéia que não o papel, como os disquetes, os compact discs (cds) e as fitas de vídeo de
conteúdo didático (Embargos Infringentes n. 28.579-5, 8.ª Câmara de Direito Público do
Tribunal de Justiça de São Paulo, rel. Paulo Travain, j. de 1.9.1999, Juis Saraiva). A
questão, porém, ainda não foi pacificada e muitos entendem que a imunidade só protege o
livro impresso.
A imunidade quanto aos impostos não exclui obrigações acessórias (§ 1.º do artigo
9.º do Código Tributário Nacional), como prestar informações ao Fisco, descontar como
fonte os impostos devidos por terceiros e repassá-los aos cofres públicos.
É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo território nacional
ou que implique distinção ou preferência em relação ao Estado, ao Distrito Federal ou aos
Municípios, em detrimento de outro.
O inciso III do artigo 151 impede que a União institua isenções de tributos da
competência dos Estados-membros, do Distrito Federal ou dos Municípios, explicitando o
princípio de que o poder de isentar é decorrente do poder de tributar. Na Constituição
Federal anterior havia regra expressa autorizando a União, mediante lei complementar, de
isentar os contribuintes estaduais e municipais. A regra, porém, não impede que a União
conceda moratória (prorrogação, parcelada ou não) quanto aos tributos de competência dos
Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios, desde que simultaneamente
também conceda moratória em relação aos tributos de competência federal e às obrigações
de direito privado (artigo 152, inciso I, alínea “b”, do Código Tributário Nacional).
Observe-se, ainda, a exceção prevista no artigo 155, § 2.º, inciso XII, alínea “e”, da
Constituição Federal, que prevê a possibilidade de lei complementar federal conceder
isenção de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para produtos
destinados à exportação (Lei Complementar n. 87/96 - Lei Kandir).
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DIREITO CONSTITUCIONAL
O responsável, por sua vez, sem ter relação direta com o fato gerador, por imposição
de lei, tem o dever de pagar o tributo. A entidade pagadora dos salários ou produtos é
obrigada a reter na fonte o Imposto de Renda incidente sobre os valores pagos.
Na hipótese do § 7.º do artigo 150 da Constituição Federal, o fato gerador ainda não
ocorreu e ainda assim há a responsabilidade do sujeito passivo pelo recolhimento do
imposto ou contribuição. Por isso, a denominação fato gerador presumido, a exemplo do
que se verifica na comercialização de combustíveis (a refinaria desde logo recolhe o ICMS
devido por todos os envolvidos na cadeia de consumo, inclusive o posto que atende ao
consumidor final).
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Execução – Liquidação
1. ATOS DE ACERTAMENTO
• a parte requer;
• o juiz opta pelos cálculos que achar corretos, sem necessidade de vista à parte
adversa;
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
5. CITAÇÃO
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
• O executado não paga nem garante a execução. Segue-se a penhora dos bens,
tantos quantos bastem para cobrir a condenação, acrescida de juros e correção
monetária, custas, emolumentos, honorários e demais despesas.
6. PENHORA
Ao devedor incumbe o ato de nomear bens à penhora, mas o rol não vincula o juiz,
que poderá substituir o bem.
Caso o devedor não nomeie bens, o juiz determinará ao oficial de justiça que os
penhore.
7. EMBARGOS
O conteúdo dos embargos à execução encontra seu respaldo legal no art. 884, § 1.º,
da Consolidação das Leis do Trabalho. Entendemos aplicável ao processo do trabalho o art.
741, inc. I, do Código de Processo Civil.
Da decisão dos embargos à execução e da impugnação dos cálculos (que pode ser
feita tanto pelo exeqüente quanto pelo executado) cabe agravo de petição.
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MÓDULO XII
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
1. FUNDAMENTOS
O estudo da Lei Antitruste, do direito da concorrência, não pode ter início sem a
apresentação da livre iniciativa como fundamento da República Federativa do Brasil e da
Ordem Econômica.
2. HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO
A história e o desenvolvimento da legislação da defesa da concorrência no Brasil é
revelado pela história das constituições econômicas brasileiras, donde extraem-se três
fases:
• 1.ª fase: marcada pelas constituições de 1824 e 1891, com a teoria econômica do
liberalismo, na qual se observa a plenitude do direito de propriedade e, como
conseqüência, o princípio da plena liberdade de iniciativa e de mercado, sendo
que, nesse período, não surgiu nenhuma legislação de regulação do mercado e de
defesa da concorrência.
• 2.ª fase: marcada pelas constituições de 1934 e 1937, das quais se extrai a
definição de que a ordem econômica deve ser organizada pelo Estado. Trata-se
do período em que surgiu o primeiro texto legal antitruste – Decreto-lei n. 869,
de 1938 , que acabou não sendo utilizado. Nesse período surgiu também o
segundo texto, Decreto-lei n. 7.666/45, conhecido como Lei Malaia, que vigorou
por apenas três meses, mas que, na verdade, teve a habilidade de semear muitos
dos dispositivos atualmente vigentes.
• 3.ª fase: marcada pela Constituição Federal de 1946, vem até os dias atuais;
nela foram condensados os pensamentos da Lei Malaia. Trata-se do período no
qual apareceram a Lei n. 4.137/62 e inúmeros outros textos legislativos
contraditórios entre si, até, enfim, surgir a vigente Lei n. 8.884/94.
3. CARACTERÍSTICAS
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
4. INTEGRAÇÃO
Muitos são os elementos constantes nos artigos 20, 21 e 54 da Lei n. 8.884/94 que
devem ser analisados para o julgamento do ato infracional, ou para a verificação da
possível autorização, ou não, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do ato
de concentração.
• Horizontalmente: ocorre entre empresas que concorrem entre si, num mesmo
estágio ou nível de produção.
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
concentração do poder econômico (ou poder de mercado) pode ser alcançada pelo
crescimento interno da empresa, e isso é legítimo, nos termos do artigo 20, § 1.º, da Lei.
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Por outro lado, os parâmetros das Guidelines não podem ser simplesmente
transpostos para a economia brasileira, em virtude do diferencial entre a economia
americana e a economia brasileira.
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
• individualmente, as firmas não podem obter ou elevar seu poder de mercado por
meio de ação unilateral, a menos que prefiram substituir lucros por posição de
mercado, o que não é crível, ao menos, racionalmente.
Outra escola desenvolvida nos anos 70 foi a da Economia dos Custos de Transação,
a qual defende que o fato de muitos dos arranjos institucionais, que a teoria econômica não
pode explicar como modelo de concorrência perfeita, na verdade, podem traduzir o esforço
para realizar economias de custos de transação. Essa linha de análise revela as eficiências
envolvidas nos atos de concentração.
No final dos anos 70 e início dos anos 80, surgiu a Teoria dos Mercados
Contestáveis, a qual prega que qualquer configuração de mercados contestáveis é capaz de
apresentar os resultados eficientes da concorrência perfeita.
A mais recente discussão teórica é a que se tem chamado Nova Economia Industrial,
de acordo com a qual a estrutura industrial não é necessariamente um determinante
exógeno da conduta e do desempenho, e pode ser manipulada estrategicamente pela
empresa. Assim, defende-se que as condutas adotadas pelas empresas podem gerar
alterações na estrutura do mercado, ou seja, nessa análise são usados modelos da Teoria
dos Jogos (que mostram interações, estratégias entre empresas em mercados oligopolistas).
A tônica da análise dos atos de concentração empresarial aqui no Brasil, como nos
Estados Unidos e na Europa, parte da abordagem estrutura-conduta-desempenho,
incorporando as principais contribuições fornecidas pelas outras escolas (eficiência, da
Escola de Chicago; características transacionais, da Escola dos Custos de Transação;
concorrência potencial, da Teoria dos Mercados Contestáveis; e natureza estratégica das
decisões empresariais, sugerida pela Nova Economia Industrial).
O termo “eficiências” é utilizado pela Lei n. 8.884/94 por reiteradas vezes, porque
as leis de defesa da concorrência partem do princípio de que ela tende a maximizar o
desempenho econômico do mercado, tornando-o mais eficiente, com a produção, a preços
reduzidos, de grandes quantidades e variedades de mercadorias, aptas para suprir a
demanda dos consumidores, possibilitando ainda, a eles, a livre escolha.
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Em razão disso, a Lei brasileira não constitui, em geral, obstáculo para a maioria das
integrações – mesmo que elas falseiem a concorrência –, já que adota o sistema da
concorrência-meio, mas desde que os agentes demonstrem de forma clara e convincente
que, mediante a integração, poderão alcançar a eficiência.
As eficiências, reconhecidas pela Lei brasileira, mas não limitadas a essas, incluem:
• o aumento da produtividade;
• as barreiras à entrada;
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
entre si, em determinada área, em razão da sua substitutibilidade naquela área. Sua
definição se faz necessária, in casu, tanto em termos geográficos quanto em relação ao
serviço.”
• atos que elevem o poder de mercado, mas que são mais do que compensados por
outros ganhos, devem ser aprovados;
A Lei n. 8.884/94 traz também duas novas figuras ao mundo jurídico, quais sejam: o
compromisso de desempenho e o compromisso de cessação.
Mas o compromisso de desempenho não pode ser visto como um substituto para a
desaprovação do ato de concentração. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica,
ao observar que o ato de concentração, não deve ser aprovado, já que não apresenta
aspectos de eficiência para compensar o prejuízo colacionado ao mercado concorrencial,
não pode impor uma série de metas a serem perseguidas pelas empresas. Se assim agisse,
estaria atribuindo ao Estado a possibilidade de planejar a atividade econômica privada,
esbarrando em sérios óbices constitucionais.
Nesse contexto, causa perplexidade o § 1.º do artigo 58 que determina dever ser
levado em conta, na definição do compromisso de desempenho, o grau de exposição do
setor à competição internacional e às alterações do nível de emprego pois, muitas vezes, a
verificação das alterações do nível de emprego (ou seja, o balanço social do ato de
concentração) pode ser incompatível com a diminuição de custos e com o aumento da
produtividade e do desenvolvimento tecnológico, eficiências essas expressamente previstas
na Lei Antitruste como motivadoras da aprovação do ato de concentração de empresas.
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DIREITO ELEITORAL
O Processo Penal Eleitoral
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DIREITO ELEITORAL
DIREITO ELEITORAL
1. A POLÍTICA ELEITORAL
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DIREITO ELEITORAL
De acordo com o inciso LIX do artigo 5.º da Constituição Federal, será admitida
ação penal privada nos crimes de ação penal pública, se esta não for intentada no prazo
legal.
O Supremo Tribunal Federal já decidiu que cabe a ação penal privada subsidiária da
pública caso o Ministério Público só se pronuncie pelo arquivamento após o prazo legal
(RT 575/478 e 647/345).
4. O FORO COMPETENTE
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO ELEITORAL
Pelas novas regras, ao receber a denúncia contra deputado ou senador, por crime
ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal (ou o Tribunal de Justiça no caso
de deputado estadual) dará ciência à casa legislativa a que pertence o parlamentar, que, por
iniciativa de partido político nela representado (não necessariamente o partido do
parlamentar) e pelo voto (ostensivo e não mais secreto) da maioria absoluta dos seus
membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
Ao Tribunal Regional Eleitoral foi atribuída competência originária para julgar habeas
corpus, matéria eleitoral, impetrado contra ato de juiz ou promotor eleitoral.
No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos crimes comuns que lhe forem
conexos, assim como nos recursos e na execução, que lhes digam respeito, aplicar-se-á,
como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal (artigo 364 do
Constituição Estadual).
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MÓDULO XII
DIREITO INTERNACIONAL
Jurisdição no Mercosul - Competência da Justiça
Brasileira/Cooperação Judiciária Internacional -
Provas - Outras Figuras Jurídicas
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DIREITO INTERNACIONAL
DIREITO INTERNACIONAL
2. COMPETÊNCIA RELATIVA
O Poder Judiciário brasileiro tem competência relativa no que tange aos litígios
internacionais, ou seja, admite ser a autoridade judiciária de outro país igualmente
competente (artigo 12 da Lei Introdução ao Código Civil e artigo 88 do Código de
Processo Civil).
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO INTERNACIONAL
3. COMPETÊNCIA EXCLUSIVA
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO INTERNACIONAL
Além desses tratados existem muitos outros, tornando o mundo judiciário bem mais
complexo, o que concretiza a idéia de que, em matéria de Direito Internacional, o mundo é,
na verdade, um extenso e intrincado território.
Cabe aqui recordar e citar três figuras importantes para o Direito Internacional
Privado, quais sejam: imunidade de jurisdição do Estado, imunidade diplomática e
imunidade consular. Essas figuras, por certo, influenciam na condução de eventuais
processos.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO INTERNACIONAL
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Quem desfruta da imunidade diplomática (desta prerrogativa) é o Chefe de Governo Estrangeiro (ou
Chefe de Estado), sua família e membros de sua comitiva; Embaixador e sua família; funcionários
estrangeiros do corpo diplomático e sua família; funcionários das organizações internacionais (ONU, OEA
etc.) quando em serviço. Atenção: a imunidade diplomática do Cônsul dependerá dos termos do Tratado.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO INTERNACIONAL
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MÓDULO XXIII
DIREITO PENAL
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
DIREITO PENAL
DIREITO PENAL
P.: Um policial prende alguém, e um amigo deste investe contra o policial para
tentar impedir a prisão. Esse terceiro pratica crime de resistência?
R.: Sim, pois o tipo não exige que aquele que vai sofrer o ato é que pratique a
resistência.
O funcionário tem de ser competente, ou seja, ter entre suas atribuições a atribuição
de praticar o ato.
P.: Se dois policiais vão prender alguém e são recebidos a tiro, quantos crimes de
resistência foram praticados?
R.: Apenas um crime, pois a oposição à execução do ato é um crime só, não
importando o número de funcionários.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
DIREITO PENAL
O tipo não exige grave ameaça; basta a ameaça, ou seja, a promessa de mal.
Resistência passiva não é crime de resistência, porque não há violência e nem grave
ameaça. Exemplos: deitar-se no chão para não ser preso, segurar-se em um poste, fugir
correndo.
A resistência deve servir para impedir o ato. Se o mesmo já foi praticado, não se
pode falar em resistência, podendo esta ocorrer, no máximo, contemporânea ao ato.
Ato legal: o ato a ser cumprido deve ser legal quanto ao conteúdo e à forma. Se o ato
for ilegal não se pode falar em crime de resistência.
R.: Sim. Não é possível discutir se é justo ou injusto; apenas é preciso observar se o
ato é legal ou não.
R.: A embriaguez não afasta o dolo. Alguns autores sustentam que a embriaguez
afasta a intenção de impedir o ato, porque o bêbado não tem noção dessa finalidade
especial.
1.6. Consumação
O crime de resistência consuma-se no momento em que a pessoa opõe-se, com
violência ou ameaça. Trata-se, portanto, de crime formal – caput.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
DIREITO PENAL
O concurso é material.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
DIREITO PENAL
Para que o crime se configure, é necessário que o destinatário tenha o dever jurídico
de cumprir a ordem. Obs.: não há crime se a recusa ocorre por motivo de força maior.
2.5. Consumação
O crime de desobediência consuma-se com a realização da conduta, que pode ser
omissiva ou comissiva.
2.6. Tentativa
Em regra, a tentativa é admitida apenas quando a conduta é comissiva.
A jurisprudência tem entendido que quando um fato que poderia caracterizar crime
de desobediência tem sanção civil ou administrativa – e essa não estabelece cumulação
com pena criminal – ele não é considerado crime.
R.: Segundo a doutrina dominante sim, pois nenhuma função pública autoriza
ofender; a ofensa não faz parte do exercício funcional. Quando o funcionário público
ofende, não age como funcionário público, mas sim como um particular.
R.: Sim. A Constituição Federal confere imunidade ao advogado nos crimes contra a
honra (art. 133 da CF). O Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil ampliou essa
imunidade incluindo o desacato, que é um crime contra a Administração Pública; mas o
Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional essa ampliação.
O desacato pode ser praticado de qualquer forma (palavras, gestos), exceto por
carta, pois é exigida a presença do funcionário. O crime deve atingir a função que ele
exerce e não sua pessoa.
Estar presente não significa estar cara a cara, mas sim que o funcionário tem de
perceber a conduta.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
DIREITO PENAL
A carta pressupõe ausência. Por carta pode existir crime contra a honra.
Se o funcionário não se sentir ofendido, ainda assim haverá crime. O sujeito passivo
é a Administração.
Obs.: dizer que todo funcionário público é vagabundo não é desacato por ser uma
afirmação genérica.
3.5. Consumação
O crime consuma-se no momento da ofensa, da conduta.
3.6. Tentativa
Não é possível, pois para que o delito se configure é necessária a presença da vítima.
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DIREITO PENAL
Esse crime configura um caso de exceção à teoria monista, segundo a qual todos os
que contribuírem para um crime responderão por esse mesmo crime.
As condutas podem ser praticadas por qualquer modo (palavra, gesto, escrito,
intermediário).
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
DIREITO PENAL
Vantagem indevida:
Ato de ofício:
Alguém pode oferecer dinheiro para que o funcionário realize suas funções; mesmo
assim, haverá crime.
P.: O funcionário vai praticar um ato ilegal contra a pessoa e esta, para não sofrer
o ato, oferece dinheiro para o funcionário. Ela pratica crime?
R.: Não há crime. A pessoa está se defendendo da ilegalidade; ela não teve
iniciativa, apenas se defendeu.
4.6. Consumação
Ocorre no momento do oferecimento, da promessa. Não importa se o funcionário irá
fazer ou não. O crime é formal, não precisa do resultado para consumar-se.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
DIREITO PENAL
4.7. Tentativa
A tentativa é possível apenas na forma escrita (ex.: carta que se extravia antes de
chegar ao conhecimento do funcionário).
Pode ser praticado por qualquer meio, pois é um crime de forma livre.
Indireta: quando o agente faz com que a notícia chegue à autoridade por qualquer
meio (telefonema anônimo, carta anônima, encenação por exemplo, colocar um
objeto na bolsa de alguém).
R.: Não. É possível que a polícia inicie uma investigação antes mesmo de instaurar
um inquérito policial.
Contra alguém: o crime de denunciação caluniosa exige que a imputação seja feita
contra alguém, ou seja, contra pessoa determinada.
Comunicação falsa de crime: a pessoa inventa um crime, mas não faz imputação a
ninguém. Ex.: homem que cortou o próprio braço para receber o seguro e disse que foi
vítima de roubo.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
DIREITO PENAL
P.: Se uma pessoa fizer a imputação pensando que “fulano” é inocente e depois se
descobre que ele é culpado, há o crime de denunciação caluniosa?
R.: Prevalece o entendimento de que não há crime porque essa conduta estaria
dentro da autodefesa.
5.6. Consumação
Consuma-se o delito quando iniciada a investigação ou o processo. Não basta a
notícia.
5.7. Tentativa
É possível. Ex.: “A” narra o fato, mas, por circunstâncias alheias à sua vontade, o
processo não é instaurado.
R.: Sim. Ex.: indivíduo noticiou o delito, o Boletim de Ocorrência foi lavrado, mas,
depois, arrependeu-se e contou a verdade antes que a investigação fosse iniciada – é
arrependimento eficaz.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
DIREITO PENAL
O crime é de forma livre, podendo ser cometido por escrito, verbalmente, por
interposta pessoa etc.
6.6. Consumação
Com o início da investigação.
6.7. Tentativa
É possível. Pode não ocorrer a atuação da autoridade por circunstâncias alheias à
vontade do agente.
P.: Se uma pessoa narra falsamente um crime para esconder um crime que praticou
por qual crime responde?
P.: Se a pessoa comunica falsamente um crime para conseguir realizar outro crime,
por exemplo, falsa comunicação e estelionato, pelo que responde?
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DIREITO PENAL
concurso material.
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MÓDULO XII
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Crimes Previdenciários
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Crimes Previdenciários
1. INTRODUÇÃO
Código Penal
Artigo Infração
168-A Apropriação indébita
Com a vigência da Lei n. 9.983/2000 teria havido abolitio criminis em relação aos
comportamentos cometidos na vigência da Lei n. 8.212/91? Entendemos que não. A nova
1
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Quadro comparativo
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“No caso dos crimes caracterizados nas alíneas 'd', 'e', e 'f' deste artigo, a pena será aquela estabelecida no art. 5.º da
Lei n. 7.492, de 16 de junho de 1986, aplicando-se à espécie as disposições constantes dos arts. 26, 27, 30, 31 e 33 do
citado diploma legal”.
12
GOMES, Luiz Flávio. Crimes Previdenciários. São Paulo: RT, 2001. p. 18.
2
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
3. FIGURAS PENAIS
Segundo Luiz Flávio Gomes, o crime ora estudado é material, pois se consuma
quando resulta efetivamente afetada a função arrecadadora da Previdência Social, isto é, a
consumação ocorre quando expira o prazo legal para recolher ou repassar a contribuição
devida, ciente o agente de que poderia fazê-lo (animus rem sibi habendi). O que se quer
deixar claro é que a apropriação indébita previdenciária não se configura com o mero não-
pagamento. É preciso demonstrar que o sujeito ativo agiu em desacordo com a norma legal
ou convencional, quando lhe era perfeitamente possível observá-las.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
a) Sujeito ativo
Segundo Damásio de Jesus, o crime é próprio, ou seja, trata-se de pessoa que tem o
dever legal de repassar à Previdência Social a contribuição recolhida dos contribuintes.
b) Sujeito passivo
c) Qualificação doutrinária
O crime é doloso.
d) Penas
13
HUNGRIA, Nélson. Comentários ao Código Penal. 1.ª ed. Rio de Janeiro: Revista Forense, 1955. vol. VII, p. 131.
14
GOMES, Luiz Flávio. Op. cit. p. 31.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
f) Extinção da punibilidade
Observa-se que o § 2.º do artigo 168-A é mais severo que o art.igo 34 da Lei n.
9.249/95. Nos termos do novo dispositivo, para que haja extinção da punibilidade é
necessário que o pagamento do que é devido à Previdência Social aconteça até o início da
ação fiscal, o que ocorre normalmente antes do recebimento da denúncia. Logo, o § 2.º do
artigo 168-A antecipa o momento para o pagamento. Sendo norma mais severa, não
retroage para atingir os comportamentos praticados até 14.10. 2000.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Nos termos do § 3.º do artigo 168-A, é facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou
aplicar somente a pena de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que
tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento
da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou o valor das contribuições
devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela Previdência
Social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções
fiscais.
A análise do caso concreto levará o juiz a decidir se aplica o perdão judicial ou,
exclusivamente, a multa. O benefício do perdão é evidentemente mais benéfico, porquanto
a sentença que o concede é meramente declaratória (Súmula n. 18 do STJ), não gerando,
inclusive, os efeitos da reincidência (art. 120 do CP). A imposição da pena pecuniária
pressupõe a prolação de uma sentença condenatória e que gerará a reincidência (art. 63 do
CP).
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Exclusão da tipicidade, ante a aplicação Perdão judicial ou multa (art. 168, § 3.º,
do princípio da insignificância inc. II)
(1) Medida Provisória n. 2.176/79, artigo 20.
(2) Memo n. INSS/PG/36/98: valor mínimo para ajuizamento de execuções fiscais.
Aplica-se o artigo 65, inciso III, "b", do Código Penal, isto é, o pagamento das
contribuições, inclusive acessórios, à Previdência Social,viabiliza, exclusivamente, uma
atenuação de pena.
j) Penas alternativas
Desde que não seja possível substituir a pena privativa de liberdade e, não sendo a
sanção superior a dois anos, presentes os demais requisitos legais (art. 77, incs. I e II, do
CP), fará jus o condenado ao sursis.
3.2. Estelionato
Artigo 171 do Código Penal: “Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou
qualquer outro meio fraudulento:
(...)
Trata-se de crime comum, porquanto pode ser praticado por qualquer pessoa.
Quanto ao sujeito passivo, exige-se que seja determinado. No estudo ora realizado, a
vítima é a Previdência Social.
No que diz respeito à causa de aumento prevista no § 3.º do artigo 171 do Código
Penal, lembramos que são entidades de direito público, além da União, dos Estados, dos
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
(...)
§ 4.º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3.º,
nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho
ou de prestação de serviços.”
O delito é formal, sendo suas condutas comissivas. Basta a inserção dos dados falsos
(§ 3.º), sem que se exija qualquer resultado ulterior. A tentativa é possível nas hipóteses do
§ 3.º. No § 4.º, no entanto, tratando-se de crime omissivo próprio, a tentativa é
inadmissível.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
A falsificação deve ser apta a iludir, caso contrário tratar-se-á de crime impossível
por ineficácia absoluta do meio (art. 17 do CP).
I – vetado;
§ 3.º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não
ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de
um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa.
§ 4.º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e
nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da Previdência Social.”
O artigo 337-A é norma especial em relação aos crimes contra a ordem tributária
definidos na Lei n. 8.137/90, devendo, portanto, sobre estes prevalecer.
Exige-se o dolo. Não há figura culposa prevista no artigo 337-A do Código Penal.
A leitura atenta do artigo 337-A do Código Penal e a sua comparação com a causa
extintiva de punibilidade prevista no § 2.º do artigo 168 do Código Penal (apropriação
indébita previdenciária) leva-nos a afirmar que, para que se aplique o § 1.º do artigo 337-A
do Código Penal, não é exigível o pagamento das contribuições e seus acessórios.
Exclusão da tipicidade, ante a aplicação Perdão judicial ou multa (art. 168, § 3.º,
do princípio da insignificância inc. II)
(1) Medida Provisória n. 2.176/79, artigo 20.
(2) Memo n. INSS/PG/36/98: valor mínimo para ajuizamento de execuções fiscais.
c) Redução da pena
Como o artigo 337-A do Código Penal não trata do assunto, devemos aplicar a norma geral
prevista no artigo 34 da Lei n. 9.249/95. Assim, se o agente não se utilizou do previsto no §
1.º do artigo 337-A, ou seja, se antes do início da ação fiscal não declarou e não confessou
as contribuições devidas à Previdência Social, poderá pagá-las antes do recebimento da
denúncia: “Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei n. 8.137, de 27 de
dezembro de 1990, e na Lei n. 4.729, de 14 de julho de 1965, quando o agente promover o
pagamento do tributo ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do recebimento da
denúncia”.
Ressaltamos, mais uma vez, que o Supremo Tribunal Federal, por seu Plenário,
exige o pagamento integral do tributo antes do recebimento da denúncia. Aliás, a
orientação do Supremo Tribunal Federal está em consonância com o disposto na Lei n.
9.964/2000, que dispõe sobre o Programa de Recuperação Fiscal (Refis). Pois bem,
preceitua o § 3.º do artigo 15 da Lei n. 9.964/2000: “Extingue-se a punibilidade dos crimes
referidos neste artigo quando a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o
pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e contribuições sociais, inclusive
acessórios, que tiverem sido objeto de concessão de parcelamento antes do recebimento da
denúncia criminal” (o grifo é nosso). Como se vê, só o cumprimento integral do acordo
viabiliza a extinção da punibilidade. O Superior Tribunal de Justiça, ao contrário, tem
precedentes admitindo o parcelamento como forma de “promoção” do pagamento. A
posição do Superior Tribunal de Justiça, com a devida vênia, é um estímulo à fraude.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Cuida-se de nova figura típica, inserida no Código Penal pela Lei n. 9.983/2000,
tendo entrado em vigor em 15.10.2000 (vacatio legis de 90 dias, contados da data de
publicação: 17.7. 2000).
Trata-se de outro delito introduzido no Código Penal pela Lei n. 9.983/2000. Tendo
entrado em vigor em 15.10.2000, é inaplicável a fatos cometidos anteriormente.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
O crime também é próprio, pois só pode ser praticado por funcionário público no
exercício de suas funções. Cuida-se, tal como no caso do artigo 313-A, de delito funcional
típico. Quanto ao sujeito passivo, figura o Estado.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Procedimentos Especiais
1. AÇÃO MONITÓRIA
A ação monitória é opção do credor, ou seja, o credor pode valer-se das ações
tradicionais, pelo procedimento comum.
A vantagem da ação monitória é que, se o réu não opuser resistência, chega-se mais
rapidamente à formação do título executivo.
O réu pode:
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Portanto:
O réu é citado para se defender por meio de embargos. Porém, há uma dúvida quanto
à natureza desses embargos. Existe uma discussão para se saber se os embargos têm
natureza de ação autônoma ou de contestação.
Para o Prof. Marcus Vinícius Rios Gonçalves15: “Parece-nos, no entanto, que não há
razão para considerar os embargos como ação autônoma. Na verdade, eles constituem mera
defesa do devedor, de natureza jurídica idêntica a uma verdadeira contestação”.
Embora a lei não diga, ao determinar a expedição do mandado, o juiz deve também
mandar citar o réu.
2. ALIENAÇÕES JUDICIAIS
15
GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Procedimentos Especiais. São Paulo: Saraiva,1999. p.163.
(Sinopses Jurídicas):
2
_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O artigo 1.113 do Código de Processo Civil estabelece que “nos casos expressos em
lei e sempre que os bens depositados judicialmente forem de fácil deterioração, estiverem
avariados ou exigirem grandes despesas para a sua guarda, o juiz, de ofício ou a
requerimento do depositário ou de qualquer das partes, mandará aliená-los em leilão.”
Quando a alienação for requerida por uma das partes, o juiz ouvirá sempre a outra
antes de decidir.
2.3. Avaliação
O juiz deverá nomear um perito para proceder à avaliação dos bens a serem
alienados, salvo se os bens já tiverem sido avaliados antes e não sofreram alteração em seu
preço.
O artigo 1.115 do Código de Processo Civil deixa claro que o bem será vendido pelo
preço alcançado, ainda que seja inferior ao valor da avaliação.
O escopo da avaliação é possibilitar que o interessado não perca o objeto por preço
vil.
Como qualquer leilão, deverá haver publicidade precedente à alienação. Devem ser
expedidos, portanto, editais de forma similar aos editais de execução.
3
_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
2.5. Observações
Quando a alienação for de coisa comum, será preferido, em igualdade de condições,
o condômino ao estranho; entre os condôminos, o que tiver benfeitorias de maior valor; e,
se não houver benfeitorias, o condômino proprietário do maior quinhão.
Dispõe o artigo 1.119 que “verificada a alienação de coisa comum sem observância
das preferências legais, o condômino prejudicado poderá requerer, antes da assinatura da
carta, o depósito do preço e adjudicação da coisa.”
3. SEPARAÇÃO CONSENSUAL
3.1. Introdução
A separação configura um dos meios de dissolução da sociedade conjugal. Apesar
de não romper o vínculo matrimonial, ela faz cessar o complexo de direitos e obrigações
inerente à vida comum dos cônjuges.
3.2. Procedimento
O foro competente para apreciar o pedido é o do domicílio do casal. Compete ao
juiz apenas a homologação da manifestação de vontade dos interessados – administração
pública de interesses de privados.
A petição inicial será assinada por ambos os cônjuges na presença do juiz (art. 34, §
4.º, da LD), ou as assinaturas serão reconhecidas por tabelião. Caso algum deles não saiba
assinar, é lícito que outrem assine a rogo.
Nada precisa estar mencionado sobre os motivos da separação, já que o juiz só está
preocupado com os efeitos desta.
4
_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O cônjuge, que estiver usando o nome do outro, tem a opção de manter ou retirá-lo,
já que a separação é consensual e não se discute culpa, fator que poderia ensejar a perda do
nome.
Conforme determina o artigo 34, § 2.º, da Lei do Divórcio, o juiz não é obrigado a
homologar a separação se verificar que o acordo não atende a interesses de um dos
cônjuges ou da prole.
Quando o juiz verifica que a petição está em ordem e que a vontade dos cônjuges é
inequívoca, determina que se lavre o termo de separação consensual, podendo, ainda,
alterar algumas cláusulas com a anuência das partes.
Lavrado o termo, deve o Ministério Público ser ouvido, no prazo de cinco dias,
homologando o juiz, logo a seguir, a separação e determinando que se averbe no Registro
Civil e no Registro de Imóveis. Na prática, o órgão do Ministério Público se manifesta
antes de o juiz ouvir o casal, agilizando o procedimento.
Caso qualquer dos cônjuges não tenha certeza de que quer se separar, compete ao
juiz redesignar a audiência, dando de 15 a 30 dias para as partes refletirem. Caso não
ocorra a ratificação, o processo será arquivado.
4. TESTAMENTOS E CODICILOS
4.1. Introdução
O Código Civil ao regular os testamentos apresenta uma classificação trifásica. De
um lado, temos os testamentos ordinários, que são os testamentos públicos, particulares e
cerrados. Do outro lado, temos os testamentos especiais, que são os testamentos marítimo e
militar. Por fim, temos o codicilo que remanesce numa categoria autônoma.
4.2. Objeto
O grande objetivo desse procedimento de jurisdição voluntária é o exame das
solenidades exigíveis para a validade formal do testamento. O objeto não é a análise do
conteúdo do testamento, muito menos a interpretação das suas cláusulas.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O testamento particular tem o procedimento mais completo, já que, por não ter tido
a participação do Estado, precisa, além da aferição de seus requisitos formais, de sua
confirmação. Deve ser elaborada uma petição inicial pelo herdeiro, pelo legatário ou pelo
testamenteiro, requerendo a publicação em juízo do testamento, inquirindo-se as
testemunhas que ouviram a leitura do mesmo e o assinaram. A petição deve estar instruída
com a cédula do testamento particular. Serão intimados para a inquirição aqueles a quem
caberia a sucessão legítima, o testamenteiro, os herdeiros e os legatários que não tiverem
requerido a publicação e o Ministério Público. O juiz deve, ainda, designar uma audiência,
devendo ouvir pelo menos três das referidas testemunhas. Estas devem confirmar que o
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
testador era capaz, que conheciam o teor do testamento e que todas as assinaturas eram
verdadeiras. O interessado pode argüir vício em cinco dias.
5. HERANÇA JACENTE
5.1. Introdução
Conforme menciona o artigo 1.819 do Código Civil: “Falecendo alguém sem deixar
testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de
arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao
sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância”.
5.2. Procedimento
O procedimento tem início com a arrecadação. O juiz da Comarca em que o falecido
tinha domicílio, de ofício ou a pedido de qualquer interessado ou do Ministério Público,
determinará a arrecadação sem perda de tempo de todos os bens que componham a herança
jacente, nomeando o curador. O próprio juiz, acompanhado do escrivão e do curador,
deverá ir à residência do falecido. O juiz determinará ao escrivão que arrole os bens.
Deverá haver uma descrição minuciosa por meio de auto circunstanciado. Após, o juiz
nomeará um depositário para, mediante compromisso, permanecer com os bens
encontrados. O promotor de justiça e o representante da Fazenda Pública também
acompanharão o procedimento.
Caso não seja possível a arrecadação no mesmo dia, o juiz determinará que se
aponham selos nos bens, que serão levantados à medida que a arrecadação se proceda.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Caso o juiz não possa proceder à diligência, determinará que a autoridade policial
proceda à arrecadação e ao arrolamento dos bens, assistida por duas testemunhas. Caso
existam bens em outra comarca serão arrecadados por carta precatória.
Encerrada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, por três vezes, com
intervalo de 30 dias, para que os sucessores venham habilitar-se, no prazo de seis meses,
contados da primeira publicação. Caso se apresente algum sucessor, será convertida a
arrecadação em inventário.
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MÓDULO XXIII
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Recursos
1. RECURSOS
1.1. Introdução
Recurso é a providência legal imposta ao juiz ou concedida à parte interessada,
consistente em um meio de se obter nova apreciação da decisão ou situação processual,
com o fim de corrigi-la, modificá-la ou confirmá-la. Trata-se do meio pelo qual se obtém o
reexame de uma decisão.
1.2. Características
O recurso é meio voluntário; é extensão do direito de ação. O Poder Judiciário só
atua se provocado. Ao prolatar a sentença, o órgão jurisdicional entrega a prestação
tornando-se inerte. Logo, para que volte a apreciar a questão, deve ser provocado
novamente com a interposição de um recurso. A inércia da jurisdição é a garantia da
imparcialidade.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
• indeferimento in limine da revisão pelo relator que dará recurso para as câmaras
reunidas ou para o tribunal (artigo 625, § 3.º, do Código de Processo Penal);
O recurso necessário não pode ser considerado recurso, pois o juiz, que tem o
dever de recorrer de ofício, não haveria de ficar inconformado com sua própria decisão,
mas, ao contrário, desejar o seu improvimento pelo tribunal. O recurso sempre resulta de
um inconformismo, caso contrário, não seria considerado recurso. Não há necessidade de
fundamentação.
Ressalte-se que tribunais do Rio Grande do Sul e Minas Gerais vêm entendendo
que o artigo 129, inciso I, da Constituição Federal revogou o recurso ex officio, pois se a
ação penal pública é privativa do Ministério Público, não cabe ao juiz praticar qualquer ato
de parte, sob pena de perder a imparcialidade e de quebrar o princípio da inércia
jurisdicional.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
a) Cabimento
b) Adequação
Não basta que o recurso esteja previsto em lei; é necessário que seja adequado à
decisão que se deseja impugnar. Esse pressuposto confere lógica ao sistema recursal.
Resposta: O recurso, ainda que inadequado, pode ser recebido e conhecido pelo
princípio da fungibilidade. É exceção ao princípio da adequação (artigo 579 do Código de
Processo Penal). Assim, a interposição equivocada de um recurso pelo outro não impede o
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
seu conhecimento, desde que oferecido dentro do prazo correto e contanto que não haja
má-fé do recorrente.
c) Regularidade formal
O Código de Processo Penal estabelece a forma segundo a qual o recurso deve ser
interposto (artigo 578 do Código de Processo Penal). São formalidades legais para o
recurso ser recebido. A apelação, o recurso em sentido estrito e o protesto por novo júri
podem ser interpostos por petição ou termos nos autos. Os demais recursos devem ser
interpostos por petição. Outra formalidade essencial é a motivação (razões), sem a qual se
opera nulidade. A acusação deve apresentar as razões em virtude do princípio da
indisponibilidade (artigo 576). Quanto à defesa, o não oferecimento de razões importaria
em prejuízo à ampla defesa. Por isso, a apresentação tardia das razões importa em mera
irregularidade. Essa regra tem uma exceção: o protesto por novo júri dispensa razões, ou
seja, basta a simples interposição.
*0
d) Tempestividade
O recurso deve ser interposto no prazo legal. Os prazos começam a correr a partir do
primeiro dia útil após a intimação, e, conforme prevê a Súmula n. 310 do Supremo
Tribunal Federal: “quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com
efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira
imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que
se seguir”.
O termo “a quo” dos recursos, de acordo com o artigo 798, § 5.º, é o primeiro dia
útil subseqüente à intimação pessoal do defensor dativo e do representante do Ministério
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Público. No caso dos defensores constituídos, o prazo flui a partir do primeiro dia útil
seguinte à sua intimação pelo Diário Oficial (artigo 370, § 2.º, do Código de Processo
Penal). Se a decisão tiver sido proferida na presença das partes, o prazo contar-se-á do
primeiro dia útil seguinte à audiência em que for proferida a decisão. No caso de carta
precatória, o prazo é contado a partir da juntada da carta aos autos do processo.
• Não recolhimento à prisão nos casos previstos em lei (artigo 594 e artigo 408, §
2.º, ambos do Código de Processo Penal).
não torna sem efeito a deserção. Lembramos, por fim, que no Estado de São
Paulo a Lei Estadual n. 4.952/85 aboliu a taxa judiciária nas causas criminais de
qualquer espécie.
a) Legitimidade
b) Interesse jurídico
Resposta: Há divergência: José Frederico Marques entende que não, por falta de
sucumbência. O Supremo Tribunal Federal, entretanto, já decidiu diversas vezes que o
parquet pode recorrer da sentença condenatória, na qualidade de custos legis. Correta esta
posição, contudo, se o promotor pede a condenação e o juiz, acolhendo integralmente esse
pedido, condena o réu, faltaria sucumbência, e, por conseguinte, interesse para o recurso
em favor do condenado. Assim, o Ministério Público não pode recorrer se o seu pedido
formulado nas alegações finais – condenação ou absolvição – tiver sido integralmente
acolhido pelo juiz na sentença.
2. APELAÇÃO
2.1. Conceito
Apelação é o recurso interposto da sentença definitiva ou com força de definitiva,
para a segunda instância, com o fim de que se proceda ao reexame da matéria, com a
conseqüente modificação parcial ou total da decisão.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
2.2. Classificação
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
2.3.2. Decisões proferidas pelo júri (artigo 593, inciso III, §§ 1.º a 3.º, do
Código de Processo Penal)
Nas decisões proferidas pelo júri, a apelação é cabível se prevista em uma das
hipóteses do inciso III do artigo 593 do Código de Processo Penal:
• Extensivo: todos os recursos nos processos penais têm esse efeito (artigo 580 do
Código de Processo Penal). A decisão proferida no recurso interposto por um co-
réu beneficia os demais que não recorreram, salvo se o recurso for fundado em
motivos de ordem pessoal.
A apelação é interposta por termo ou petição, no juízo que proferiu a decisão. Ele
fará o exame do preenchimento dos pressupostos recursais. Se o juiz denegar a apelação ou
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
a julgar deserta, caberá recurso em sentido estrito (artigo 581, inciso XV, do Código de
Processo Penal).
Interposta a apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de oito dias
cada um para oferecer razões (exceto nos processos de contravenção em que o prazo será
de três dias).
Se a ação penal for movida pelo ofendido, o Ministério Público oferecerá suas
razões, em seguida, pelo prazo de três dias.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Estaduais e Distritais
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DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO TRIBUTÁRIO
1.1. Competência
Compete aos Estados e ao Distrito Federal (artigo 155, inciso I, da Constituição
Federal) a instituição desses impostos.
1.2. Função
A função do imposto sobre heranças e doações é fiscal; tem como finalidade gerar
recursos financeiros para os Estados e para o Distrito Federal.
1.3. Incidência
O imposto incidirá sobre a transmissão de qualquer bem ou direito havido:
• por doação.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
bem incorpóreo em geral, inclusive título e crédito que o represente, qualquer direito ou
ação que tenha de ser exercido, e direitos autorais.
1.5. Alíquota
O cálculo do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou
Direitos será efetuado mediante a aplicação dos percentuais sobre a correspondente parcela
do valor da base de cálculo convertida em Unidades Fiscais do Estado de São Paulo, na
seguinte progressão: até 12.000 (doze mil) Unidades Fiscais do Estado de São Paulo, 2,5%
; acima desse limite, 4%.
1.6. Lançamento
O lançamento é feito, em princípio, por declaração, pois o contribuinte oferece ao
Fisco os elementos necessários ao respectivo cálculo, para, posteriormente à sua
homologação, efetuar o pagamento do respectivo tributo.
2.1. Legislação
O imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação
de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, e de comunicação, ainda que as
operações e as prestações se iniciem no exterior (ICMS), está disciplinado:
2.3. Competência
competência privativa dos Estados e do Distrito Federal (artigo 155, inciso II, da
Constituição Federal);
• a operação a que se refere a lei é mercantil, isto é, deve ser regida pelo Direito
Comercial, tendo por finalidade o lucro e por objeto uma mercadoria;
• entende-se por mercadoria o bem móvel, que tenha por finalidade a venda ou
revenda, de modo que os bens destinados ao consumo ou ao ativo fixo não são
considerados mercadorias (exceção encontra-se no artigo 155, § 2.º, inciso IX,
alínea “a”, da Constituição Federal);
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DIREITO TRIBUTÁRIO
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
DIREITO TRIBUTÁRIO
2.6. Lançamento
O lançamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços realiza-se por
homologação, cada contribuinte registra suas operações, escritura seus livros de entradas e
de saídas e de apuração de impostos, recolhendo o montante respectivo em cada mês,
independentemente de exame de seus cálculos pela autoridade administrativa.
2.7. Imunidades
A Constituição Federal (artigo 155, § 2.º, inciso X) exclui a incidência de Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços em certos casos, como o de operações que
destinem ao exterior produtos industrializados, sobre o ouro etc. As situações nela
descritas, portanto, ficam fora do alcance da regra jurídica da tributação.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
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MÓDULO XII
DIREITOS HUMANOS
Lei n. 7.210/84 (Lei de Execução Penal):
Título II: Do Condenado e do Internado
Título IV: Dos Estabelecimentos Penais
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__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITOS HUMANOS
DIREITOS HUMANOS
INTRODUÇÃO
Como já destacamos, a Lei de Execução Penal regula a execução das penas e das
medidas de segurança; todavia, tem duas finalidades essenciais, ou seja, as penas e
medidas de segurança visam realizar a proteção dos bens jurídicos e a reincorporação do
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__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITOS HUMANOS
condenado à sociedade. Nesse sentido o artigo 1.º da Lei n. 7.210/84: “A execução penal
tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar
condições para a harmônica integração social do condenado e do internado”.
Na mesma linha, ainda, encontramos duas regras que integram as Regras Mínimas
da Organização das Nações Unidas (ONU) para Tratamento dos Reclusos:
“n. 58. O fim e a justificação de uma pena de prisão ou de uma medida semelhante
que priva de liberdade é, em última instância, proteger a sociedade contra o crime. Esse
fim só pode ser atingido se o tempo de prisão for usado para assegurar, tanto quanto
possível, que, depois do seu regresso à sociedade, o criminoso não tem apenas a vontade,
mas está apto a seguir um modo de vida de acordo com a lei e a sustentar-se a si próprio”.
“n. 4. O pessoal encarregado dos cárceres cumprirá com suas obrigações quanto à
custódia dos reclusos e à proteção da sociedade contra o delito, de conformidade com os
demais objetivos sociais do Estado e com sua responsabilidade fundamental de promover o
bem-estar e o desenvolvimento de todos os membros da sociedade”.
2
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITOS HUMANOS
“n. 5. Com exceção das limitações que sejam evidentemente necessárias pelo fato
do encarceramento, todos os reclusos gozam dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais consagradas na Declaração Universal dos Direitos Humanos e, quando o
Estado de que se trate seja parte, no Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais e no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e seu Protocolo Facultativo,
assim como dos demais direitos estipulados em outros instrumentos das Nações Unidas”.
DO CONDENADO E DO INTERNADO
3.1. Da Classificação
A primeira providência para a correta execução penal, e que vem ao encontro das
finalidades da pena, é a classificação do condenado. Encontramos no artigo 5.º da Lei de
Execução Penal:
3.2. Da Assistência
O artigo 10 da Lei de Execução Penal dispõe:
I - material;
II - à saúde;
III - jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa”.
Essas regras têm raízes no artigo XXV da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, onde encontramos: “Toda pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para
lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação,
ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica ...”. Também tem correspondência com
algumas das Regras Mínimas da Organização das Nações Unidas para Tratamento dos
Reclusos:
“n. 19. A todos os presos, de acordo com padrões locais ou nacionais, será fornecido
um leito próprio e roupa de cama suficiente e própria, que estará limpa quando lhes for
entregue, mantida em bom estado de conservação, e mudada com freqüência suficiente que
garanta a sua limpeza”.
Impende lembrar, neste ponto, que um dos direitos do preso, constante do artigo 41,
inciso I, da Lei de Execução Penal, é “alimentação suficiente e vestuário” e que, no inciso
VII do mesmo dispositivo consta também, como direito, a assistência material.
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DIREITOS HUMANOS
“n. 9. Os reclusos terão acesso aos serviços de saúde de que disponha o país, sem
discriminação por sua condição jurídica”.
Dentre as regras mínimas existentes para esse tópico (em meio às inúmeras
existentes nas Regras Mínimas da ONU para Tratamento dos Reclusos), podemos destacar
três:
“n. 22.1. Cada estabelecimento prisional terá à sua disposição os serviços de pelo
menos um médico qualificado, que deverá ter alguns conhecimentos de psiquiatria. Os
serviços médicos deverão ser organizados em estreita ligação com a administração geral de
saúde da comunidade ou nação. Deverão incluir um serviço de psiquiatria para o
diagnóstico e, em casos específicos, o tratamento de estados de anomalia”.
“n. 22.2. Os presos doentes que necessitem de tratamento especializado deverão ser
transferidos para estabelecimentos especializados ou para hospitais civis. Quando existam
facilidades hospitalares num estabelecimento prisional, o respectivo equipamento, o
mobiliário e os produtos farmacêuticos serão adequados para o tratamento médico dos
presos doentes, e deverá haver pessoal devidamente qualificado”.
6
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITOS HUMANOS
“n. 22.3. Cada preso poderá servir-se dos serviços de um dentista qualificado”.
Cumpre lembrar, neste ponto, que a Lei de Execução Penal, no seu artigo 43, prevê
o direito de o preso ter médico particular, de sua confiança:
“Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos
financeiros para constituir advogado.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica nos
estabelecimentos penais”.
O emérito Professor Manoel Pedro Pimentel, lembrado por Julio Fabbrini Mirabete,
escreveu que os três pilares básicos da disciplina em uma penitenciária são as visitas, a
alimentação e a assistência jurídica. Todavia, acrescenta: “Destas três exigências,
comumente encarecidas pelos sentenciados, a mais importante, parece-nos, é a assistência
judiciária. Nenhum preso se conforma com o fato de estar preso e, mesmo quando
18
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Apud VALDES, Carlos Garcia. Op. cit. p. 70.
7
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITOS HUMANOS
conformado esteja, anseia pela liberdade. Por isso, a falta de perspectiva de liberdade ou a
sufocante sensação de indefinida duração da pena são motivos de inquietação, de
intranqüilidade, que sempre se refletem, de algum modo, na disciplina. É importante que o
preso sinta ao seu alcance a possibilidade de lançar mão das medidas judiciais capazes de
corrigir eventual excesso de pena, ou que possa abreviar os dias de prisão. Para isso, deve o
Estado – tendo em vista que a maior parte da população carcerária não dispõe de recursos
para contratar advogados – propiciar a defesa dos presos”.19
No artigo 14.3 do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos consta que a
pessoa acusada de infração penal terá garantia “A estar presente no processo e a defender-
se a si própria ou a ter a assistência de um defensor de sua escolha; se não tiver defensor, a
ser informada do seu direito de ter um e, sempre que o interesse da justiça o exigir, a ser-
lhe atribuído um defensor oficioso, a título gratuito no caso de não ter meios para o
remunerar”.
"(...)
Tal direito também consta das Regras Mínimas da Organização das Nações Unidas
para Tratamento dos Reclusos:
“n. 93. Para efeitos de defesa, o preso não julgado será autorizado a requerer
assistência legal grátis, onde tal assistência exista, e a receber visitas do seu conselheiro
jurídico com vista à sua defesa, bem como a preparar e entregar-lhe instruções
confidenciais. Para esses efeitos ser-lhe-á dado, se assim o desejar, material de escrita. As
conferências entre o preso e o seu conselheiro jurídico podem ser objeto de vigilância de
um polícia ou de um funcionário do estabelecimento, mas de tal modo que não sejam
ouvidas”.
19
Idem.Apud PIMENTEL, Manoel Pedro. Prisões Fechadas e Prisões Abertas. São Paulo, 1978. p. 188. (Série Estudos
Penitenciários).
8
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DIREITOS HUMANOS
Art. 18. O ensino de primeiro grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar
da unidade federativa.
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades
públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.
9
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DIREITOS HUMANOS
Portanto, a educação é um direito previsto para todas as pessoas, não podendo estar
excluído o preso, embora sua condição. Essa recomendação é retratada nos Princípios
Básicos para o Tratamento dos Reclusos, da Organização das Nações Unidas:
A educação dos presos também consta das Regras Mínimas da Organização das
Nações Unidas para Tratamento dos Reclusos:
“n. 77.2 Tanto quanto for possível, a educação dos presos estará integrada no
sistema educacional do país, para que depois da sua libertação possam continuar, sem
dificuldades, a sua educação”.
“Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e
prepará-los para o retorno à liberdade.
10
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DIREITOS HUMANOS
concepção penitenciária moderna, corresponde ao Serviço Social uma das tarefas mais
importantes dentro do processo de reinserção social do condenado ou internado, pois ao
assistente social compete acompanhar o delinqüente durante todo o período de
recolhimento, investigar sua vida com vistas na redação dos relatórios sobre os problemas
do preso, promover a orientação do assistido na fase final do cumprimento da pena etc.,
tudo para colaborar e consolidar os vínculos familiares e auxiliar na resolução dos
problemas que dificultam a reafirmação do liberado ou egresso em sua própria identidade.
Seu método básico consiste no estudo do indivíduo, do grupo ou da comunidade, em seus
elementos essenciais, bem como na interpretação e diagnóstico das necessidades e
potencialidades do assistido, para ajudá-lo a desenvolver o próprio senso de
responsabilidade e a ter condições pessoais para o ajustamento ou reajustamento social”.20
“Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e
aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços organizados no
estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa.
20
Apud VALDES, Carlos Garcia. Op. cit. p. 78.
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__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITOS HUMANOS
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias.
Esse direito também está estampado nas Regras Mínimas da Organização das
Nações Unidas para Tratamento dos Reclusos:
“n. 6.2 Por outro lado, é necessário respeitar as crenças religiosas e os preceitos
morais do grupo a que pertença o preso”.
“Art. 2.º. Impõe-se o respeito às crenças religiosas, aos cultos e aos preceitos morais
do preso.
(...)
Art. 43. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será permitida ao preso, bem
como a participação nos serviços organizados no estabelecimento prisional.
13
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DIREITOS HUMANOS
Em relação ao egresso, a assistência a que tem direito está disposta no artigo 25:
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única
vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção do
emprego”.
“n. 64. O dever da sociedade para com o condenado não termina ao ser ele posto em
liberdade. Portanto, seria preciso poder contar com órgãos oficiais ou privados capazes de
levar ao condenado que recupera a liberdade uma eficaz ajuda pós-penitenciária, que vise
diminuir os preconceitos contra ele e contribua para a sua reinserção na comunidade”.
“n. 79. Será prestada atenção especial à manutenção e melhoramento das relações
entre o preso e a sua família, que se mostrem de maior vantagem para ambos”.
Cabe aqui referir o disposto no artigo 27 da Lei de Execução Penal, que prescreve:
“O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de trabalho”.
mais abrangente, ou seja, não só aquele vinculado ao sistema penitenciário, mas toda a
estrutura de assistência social do Estado colocada à disposição da sociedade em geral”.
Complementa, considerando: “Trata-se de importante e significativo trabalho contra a
reincidência criminal, a atenção socioeducativa dispensada ao ex-preso e a sua família,
devendo ser efetuado convênio entre o Ministério do Trabalho e o sistema penitenciário,
através do SENAC, SENAI etc.”.21
O artigo 78 da Lei de Execução Penal dispõe que cabe aos patronatos públicos ou
particulares o serviço de assistência ao egresso. Nas Regras Mínimas da Organização das
Nações Unidas para o Tratamento dos Reclusos encontramos regramento a respeito:
3.3. Do Trabalho
Por último, e não menos importante, devemos destacar o trabalho do condenado –
outro elemento valioso em sua recuperação.
21
Op. cit. p. 63.
15
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITOS HUMANOS
§ 2.º. O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do
Trabalho”.
Julio Fabbrini Mirabete, a respeito do tema, diz: “O trabalho prisional não constitui,
portanto, per si, uma agravação da pena, nem deve ser doloroso e mortificante, mas um
mecanismo de complemento do processo de reinserção social para prover a readaptação do
preso, prepará-lo para uma profissão, inculcar-lhe hábitos de trabalho e evitar a ociosidade.
Exalta-se seu papel de fator ressocializador, afirmando-se serem notórios os benefícios que
da atividade laborativa decorrem para a conservação da personalidade do delinqüente ...”.22
Encerrando esse tópico, a respeito do condenado, ênfase deve ser dada aos artigos
39 e 41 da Lei de Execução Penal. O primeiro dispositivo elenca os deveres do condenado
e o artigo 41 relaciona os direitos do preso, numerando-os, e nele se verifica que o preso
mantém todos os seus direitos, exceção feita, como já assinalamos, aos direitos afastados,
necessariamente, em razão da sua condição.
Quanto aos estabelecimentos em si, destaque para o artigo 85, no qual está
recomendado que “O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua
estrutura e finalidade”, e para o artigo 83, caput, onde encontramos: “O estabelecimento
penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências com áreas e serviços
destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva”.
23
MAIA NETO, Cândido Furtado.Op. cit. p. 135.
17
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITOS HUMANOS
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Pena – prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa, se o fato não
constituir crime."
Trata-se do emprego de violência real contra outrem, sem que da ação advenha lesão
corporal. A violência moral não configura a infração penal em destaque, podendo
caracterizar o delito de ameaça ou um crime contra a honra, por exemplo.
Como se nota, a qualificação das vias de fato como contravenção visa proteger a
incolumidade física da pessoa humana, sendo essa a objetividade jurídica do tipo penal ora
examinado.
Trata-se de uma contravenção comum, ou seja, pode ser praticada por qualquer
pessoa.
A tentativa, nos termos do artigo 4.º da Lei das Contravenções Penais, é impunível.
absorvida quando for meio para a prática de crimes (estupro, atentado violento ao pudor,
roubo, extorsão etc.).
A ação pode ser praticada por qualquer pessoa. Não se exige, pois, nenhuma
qualidade especial do sujeito ativo.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
1.º 01 a 04 Avestruz
2.º 05 a 08 Águia
3.º 09 a 12 Burro
4.º 13 a 16 Borboleta
5.º 17 a 20 Cachorro
6.º 21 a 24 Cabra
7.º 25 a 28 Carneiro
8.º 29 a 32 Camelo
9.º 33 a 36 Cobra
10.º 37 a 40 Coelho
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
11.º 41 a 44 Cavalo
12.º 45 a 48 Elefante
13.º 49 a 52 Galo
14.º 53 a 56 Gato
15.º 57 a 60 Jacaré
16.º 61 a 64 Leão
17.º 65 a 68 Macaco
18.º 69 a 72 Porco
19.º 73 a 76 Pavão
20.º 77 a 80 Peru
21.º 81 a 84 Touro
22.º 85 a 88 Tigre
23.º 89 a 92 Urso
24.º 93 a 96 Veado
25.º 97 a 00 Vaca
Frisamos, desde logo, que para se punir o cambista não é necessário identificar o
apostador ou o banqueiro. Nesses termos a Súmula n. 51 do Superior Tribunal de Justiça
(1992): “A punição do intermediador, no jogo do bicho, independe da identificação do
apostador ou do banqueiro”. Também não é imprescindível que ele seja surpreendido
colhendo apostas, bastando a apreensão de material do jogo em seu poder.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Exige-se o dolo como elemento subjetivo do tipo. Não se exige a habitualidade para
a configuração da contravenção do jogo do bicho.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XXIII
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Pena – Multa."
Quer o sujeito ativo, quer o passivo, podem ser qualquer pessoa. Frise-se que o
homem também pode ser vítima da contravenção.
A contravenção ora estudada deve ser cometida em local público (aquele que se
presta ao acesso livre do povo, sem distinção ou formalidade) ou acessível ao público. Em
local privado poderá caracterizar-se o artigo 65 da Lei das Contravenções Penais.
O pudor, elemento normativo do tipo, deve ser apreciado em relação à moral média.
É sinônimo de decência. Deve, pois, corresponder a um sentimento médio de
suscetibilidade ou moralidade, que são variáveis no tempo e no espaço. Pudor, segundo
Nélson Hungria, é o sentimento de timidez ou de vergonha de que se sente possuída a
pessoa normal diante de certos fatos ou atos que ferem a decência. Ensina Damásio E. de
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Jesusque a existência da ofensa ao pudor não está afeta à exclusiva apreciação subjetiva da
vítima, uma vez que a conduta atenta contra os bons costumes.
Quadro comparativo
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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MÓDULO XII
MEDICINA LEGAL
Medicina Forense Aplicada ao Código Civil
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MEDICINA LEGAL
MEDICINA LEGAL
1. INTRODUÇÃO
O estudo da Medicina Forense, aplicada ao Código Civil, objetiva reiterar itens
importantes do conteúdo programático do curso normal, visando questões formuladas nas
provas de Direito Penal, Direito Civil e Direito Processual Penal, nos concursos do
Ministério Público, Magistratura e outros, que envolvem conceitos ou conhecimentos
médicos.
2. PONTOS RELEVANTES
Diferenciar e caracterizar os desvios de gênero, ou seja, transexualismo pessoas que
apresentam fenótipo sexual definido, mas psicologicamente pertencem a outro sexo, com
comportamento desse e rejeição ao primeiro, buscando obsessivamente a “correção”
morfológica (Maranhão) , de intersexualismo pessoas que apresentam alterações
genitais e/ou extra-genitais, de difícil diagnóstico, denominadas hermafroditas.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XII
MEDICINA LEGAL
Outro ponto importante, que não deve ser esquecido, é conhecer as provas de vida-
uterina – um movimento respiratório, ou um batimento cardíaco ou umbilical, ou um
movimento muscular esquelético (critérios da Organização Mundial da Saúde). Entre os
critérios, o mais importante é o movimento respiratório, único que pode ser determinado
em perícia após a morte, pelas docimásias de Galeno e Breslau e pelas condições
histológicas. O aluno não deve deixar de rever as apostilas de Sexologia para
complementação.
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MÓDULO XII
PORTUGUÊS
Padronização
Má Formação ou Uso Impróprio
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PORTUGUÊS
PORTUGUÊS
Padronização
1. PADRONIZAÇÃO
CORREÇÃO: usa-se, nos numerais, um ponto para separa o milhar da centena: Lei 8.971.
A única exceção é a data que indica os anos: 1987, 1988, 1999, 2000, etc.
CORREÇÃO: quando a lei é determinada, é normal vir com letra maiúscula: Lei 8.071.
CORREÇÃO: a ligação lógica é entre o artigo e a Constituição; o que aparece entre eles
vem entre vírgulas:
Obs.: Em um texto formal (provas e documentos), são evitáveis abreviações que não
possuem domínio social. Torna-se mais adequado por extenso: Código Penal, Constituição
Federal.
e) FALHA: p/ c/ q.
f) FALHA: consequências
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XII
PORTUGUÊS
CORREÇÃO: O numeral “zero” exige a concordância singular: da zero hora às sete, das
duas à zero hora, zero grau.
a) FALHA: a nível de
CORREÇÃO: evite essa expressão, pois ela tem recebido uma rejeição social, já que cria
um tom pomposo e vazio. Substitua por em âmbito, quanto a, em relação a, etc. Às vezes,
é tão dispensável que sua falta nem é sentida:
evite: Francisco Xavier viu o fato, porém o mesmo não quis testemunhar.
use: Francisco Xavier viu o fato, porém ele não quis testemunhar.
d) FALHA: primeiramente
CORREÇÃO: em orações de sentido negativo, não use qualquer. Substitua por nenhum
ou palavra de valor negativo equivalente.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XII
PORTUGUÊS
use: Não houve nenhuma falha no processo. (ou) Não houve falha alguma no processo.
CORREÇÃO: o prefixo anti e sobre só recebem hífen diante de palavras iniciadas por H,
R e S. Dessa forma, devem ser grafadas sem traço as palavras antijurídico e sobrejornada.
CORREÇÃO: havendo palavra atrativa, usa-se o pronome átono próximo a ela: o que se
depreende, o qual se manteve, o que se determina.
CORREÇÃO: a regência do verbo preferir é preferir algo a outra coisa: O agente prefere
correr o risco de produzir o resultado a parar de praticar a conduta.
CORREÇÃO: sempre virá com hífen: tão-somente. Usa-se tal expressão para enfatizar o
advérbio somente.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XII
PORTUGUÊS
o núcleo do sujeito não vem casado com preposição. Em nossos códigos, há alguns
exemplos:
(Código de Processo Civil) art. 881 - “...e a proibição de o réu falar nos autos...”;
(Código de Processo Penal) art. 570 - “...desde que o interessado compareça, antes de o ato
consumar-se,...”.
Obs.: Não se deve, porém, criar uma situação homogênea, pois, se não existir a função de
sujeito, faz-se obrigatoriamente a combinação: “Todos sabem os seus direitos, apesar dos
deveres, apesar deles”.
destacam-se, portanto, duas espécies de dolo (duas espécies de dolo são destacadas)
p) FALHA: juri
CORREÇÃO: a palavra onde só serve para se referir à idéia de lugar. Nesse caso, ficaria
melhor:
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XII
PORTUGUÊS
CORREÇÃO: a expressão “a principio” só deve ser usada com o sentido de “no início,
inicialmente, no princípio” . Com a idéia de hipótese, em tese, o correto é em princípio.
x) FALHA: inobstante
CORREÇÃO: apesar do uso muito comum, é palavra discriminada por alguns gramáticos.
Para questões divergentes, adote a forma que não cabe correção: não obstante.
CORREÇÃO: a palavra “não” passa a prefixo (e sempre com hífen) quando acompanha
os nomes (adjetivos e substantivos) e tem o mesmo valor de negação que o prefixo “-in”: o
não-cumprimento; o não-pagamento. Isso deixa de ocorrer com os particípios: caso não
analisado, objeto não vendido.
Na imprensa
A leitura de um texto jurídico mal escrito pode ser tão entendiante para o
profissional do Direito quanto excitante é a leitura de um a obra de José Saramago para o
apreciador da Língua Portuguesa. Mais grave do que o tédio do leitor é a falta de
comunicação decorrente do Português ruim. Frase comum de se ouvir: “Advogado escreve
difícil”. Não faltam profissionais da advocacia que se orgulham disso. Estão enganados e,
pelo bem da profissão, talvez devessem repensar tal postura e envidar esforços para uma
comunicação eficaz em seus textos e petições – seja o destinatário final um cliente, um
desembargador, um ministro do supremo ou o público em geral.
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_______________________________________________________________________ MÓDULO XII
PORTUGUÊS
Não se fala aqui, em deixar de lado as questões complexas. Defende-se, isso sim, a
abordagem de quaisquer temas, complexos ou não, por meio de uma estrutura de texto e
redação simples, clara e de fácil entendimento. A palavra-chave é simplicidade e não
simplismo. Por sua natureza científica, o texto jurídico, não raro, envolve complexidades.
Porém, não há de se confundir complexidade com complicação. É natural que não se
espere de um advogado um estilo como o de Saramago. No outro extremo, todavia, não se
pode admitir um texto jurídico que imponha ao leitor malabarismos.
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MÓDULO XII
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TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
1. NOÇÕES GERAIS
Até 1988, o objeto tutelado era tão só o enriquecimento ilícito do agente público (as
Constituições de 1946 e 1967 só se preocupavam em reprimir o enriquecimento ilícito do
agente público). Depois de 1988, passou a ser a probidade administrativa.
O ato de improbidade quase sempre decorre de ato discricionário que pode ser
analisado pelo Poder Judiciário (art. 5.º, inc. XXXV, da CF).
1
______________________________________________________________________ MÓDULO XII
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
2. SUJEITO PASSIVO
Pode ser sujeito passivo qualquer pessoa jurídica da Administração Pública direta ou
indireta, ou de direito privado de que participe o Poder Público em seu patrimônio ou
receita anual.
Assim dispõe o art. 1.º da LIA – pessoas jurídicas que podem ser lesadas:
3. ATOS DE IMPROBIDADE
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______________________________________________________________________ MÓDULO XII
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
I - receber;
II- perceber;
III- aceitar;
IV- utilizar;
V- usar;
VI- adquirir;
VII- incorporar
Todas as hipóteses também ensejam ação penal, ou seja, dão ensejo ao ilícito penal
(concussão, corrupção passiva, peculato e crime de responsabilidade fiscal, às vezes).
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______________________________________________________________________ MÓDULO XII
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
O MP entende que não há inversão do ônus da prova devido ao caput dispor “em
razão do exercício do cargo, emprego ou função”.
Chega-se ao conceito de patrimônio público pela junção do art. 1.º, § 1.º, da Lei n.
4.717/65 (Lei de Ação Popular) e ainda, art. 1.º, par. ún., da Lei n. 8.429/92.
Na lesão culposa, temos que aplicar o princípio da razoabilidade. Ex.: motorista bate
carro oficial. Há lesão ao erário, mas não há ato de improbidade.
IV – subfaturamento;
V – superfaturamento;
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______________________________________________________________________ MÓDULO XII
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
I – Praticar ato visando fim proibido em lei (desvio de finalidade). O ato em si não
é ilegal, a finalidade é. O princípio da razoabilidade deve ser sempre observado;
III – Quebra de sigilo profissional. Revelar fato ou circunstância que deva manter
em segredo. A pessoa deve ter sabido do fato em razão da função. A regra é a
publicidade, os atos são públicos. O sigilo é possível, mas é exceção. Obs.: A
promotoria é obrigada a fornecer certidões, quando não forem sigilosas;
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______________________________________________________________________ MÓDULO XII
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
O art. 37, § 4.º, da CF trata das sanções aplicáveis aos agentes por ato de
improbidade:
• multa civil;
Qualquer ato enseja a suspensão dos direitos políticos, a perda da função, a multa
civil ou a proibição de contratar e receber benefícios
As sanções da LIA têm a natureza civil e decorrem de ação civil (não penal), mas
sem prejuízo da sanção penal cabível.
O STJ já decidiu que as sanções têm natureza penal (posição minoritária), mas há
várias decisões do STJ em sentido contrário.
Todos os agentes públicos e particulares que concorram para a prática do ato estão
sujeitos a essas sanções.
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______________________________________________________________________ MÓDULO XII
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
R.: São alternativas (posição majoritária) e não cumulativas. O Juiz pode aplicar
uma em detrimento da outra. Na fixação de pena, o Juiz leva em conta a extensão do dano
e o proveito material do agente.
4.2. Multa
O valor da multa variará:
5. LEGITIMADOS
• MP;
Diz a lei que quando o ato causar lesão ou quando importar enriquecimento ilícito,
caberá à autoridade administrativa representar ao MP para decretação da indisponibilidade
dos bens (art. 7.º).
O MP ou a pessoa jurídica lesada tem legitimidade para requerer seqüestro dos bens
do agente ou, ainda, o bloqueio e exame de contas.
6. OBSERVAÇÕES
MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ADMINISTRATIVO
1
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
2
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CIVIL
1
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
2
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO COMERCIAL
d) Caso não haja cláusula no contrato prevendo que sempre haverá o pagamento das
comissões, esta não será devida em caso de insolvência do comprador.
2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CONSTITUCIONAL
c) III, II, I.
d) II, III, I.
2
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
2
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
3
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ELEITORAL
2. Analise as afirmativas:
I. Não havendo pena expressamente prevista, aplicam-se os prazos mínimos previstos
no artigo 284 do Código Eleitoral.
II. Em crimes contra a honra, praticados em propaganda eleitoral, admite-se a
assistência do particular especialmente prejudicado.
III. Recebida a denúncia, o acusado é citado para contestar em dez dias.
a) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
b) As afirmativas I e III estão incorretas.
c) Todas as afirmativas estão corretas.
d) Somente a afirmativa III está incorreta.
3. É incorreto afirmar:
a) O prazo para oferecimento da denúncia por crimes eleitorais é de dez dias para réu
solto, e de cinco dias para réu preso.
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b) Admite-se ação penal privada nos crimes de ação penal pública, se esta não for
proposta no prazo legal.
c) O prazo para apresentação da queixa subsidiária é de seis meses, contados do término
para oferecimento da denúncia.
d) A denúncia ou queixa subsidiária referente a crime eleitoral será dirigida ao juiz
eleitoral do lugar do crime.
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________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO INTERNACIONAL
1
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2
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PENAL
1
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
5. Analise as afirmativas:
I. O crime de desacato não necessita de testemunha, bastando a palavra do funcionário
público.
II. O crime tem de atingir a função que o funcionário público exerce, e não a sua
pessoa.
III. A tentativa é admissível na forma de carta.
Assinale a alternativa correta:
Apenas as alternativas I e II estão corretas.
Apenas a alternativa III está correta.
Todas as alternativas estão corretas.
Somente a alternativa II está correta.
2
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
1
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
2
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
2
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
2
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO TRIBUTÁRIO
1
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
3
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITOS HUMANOS
1
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
2
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
3
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
2
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
MEDICINA LEGAL
a) I – e; II – d; III – a; IV – c; V – b;
b) I – c; II – e; III – a; IV – d; V – b;
c) I – b; II – c; III – a; IV – d; V – e;
d) I – e; II – d; III – b; IV – c; V – a.
2
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
2. Das sanções abaixo elencadas, não se aplica para o autor do tipo previsto no artigo
9º - enriquecimento ilícito:
a) suspensão dos direitos políticos de 8 (oito) a 10 (dez) anos.
b) perda da função pública.
c) proibição de contratar com o Poder Público, ainda que por intermédio de pessoa jurídica
pelo prazo de 05 (cinco) anos.
d) perda dos bens acrescido ilicitamente.
1
________________________________________________________________________MÓDULO XXIII