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Atitudes ecológicas em 99
Vejamos.
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Bem, nenhum fato pode garantir de antemão a qualidade, por assim dizer,
de minhas reflexões, mas se houver alguma qualidade, ela somente
poderá ser avaliada e reconhecida se vier ao mundo. Enquanto
pensamento, a idéia mais original, revolucionária ou útil não passa de ser
o que é: um pensamento. Ela é inacessível, desconhecida e, portanto, não
existe para o mundo exterior. É preciso que ela, a idéia, seja verbalizada,
escrita, publicada, para que seja possível de ser avaliada. Não posso ser
julgado, como filósofo, sem antes expor minhas idéias.
A mente é uma tela volátil. Pensamos o tempo todo, mas nem tudo se
afixa em nossa memória. Imagine que, durante um sonho, seja lhe dito o
segredo de algo realmente raro, como um mapa de um tesouro muito
valioso, cuja posse depende apenas de localizá-lo. O mapa que vemos no
sonho é real, claro e perfeito, mas é complexo. Ao acordar, sei que o
sonho é um sonho, mas, por que não registrar o mapa complexo em uma
folha de papel real? Nunca se sabe...
Idéias são, sob certos aspectos, como esses mapas do tesouro. Elas, como
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É verdade que nem sempre podemos testar nossas idéias, assim como
não podemos procurar por nossos tesouros revelados em nossos sonhos.
O mundo real possui tesouros reais, que sabemos onde estão, mas não
somos capazes de alcançá-los, assim como temos idéias maravilhosas,
porém impraticáveis. Mas não podemos perder o mapa. Um dia, quando a
tecnologia permitir, vasculharemos o fundo dos mares em busca de
galeões repletos de ouro e prata. Um dia, quando for possível, teremos a
fusão a frio, colônias lunares e a volta no tempo. Boas idéias e bons
sonhos não podem ser esquecidos. Eles valem por si sós como promessas
futuras. Eles nos desafiam a tentar. Eles são, por si sós, tesouros valiosos.
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vai bem? Como pode ir bem? Como não temos problemas? É óbvio,
evidente que temos problemas. Todos sabem disso. As crianças sabem, os
idosos sabem, a população urbana sabe e a população rural também.
Como todos sabem disso? Como uma percepção pode vir a ser tão
universal e unânime? Problemas ecológicos parecem tão certos quanto o
Sol que brilha no céu: todos vêem, todos sentem, todos confirmam, e
doido é aquele que os nega. Eu os nego? Não, claro que não. Eu os vejo
com meus próprios olhos. Como negá-los?
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nossos hábitos de consumo nocivos. Temos que fazer algo e esse algo
significa, obviamente, sacrifícios. Tal como na religião, na teologia
ecológica não há espaço para a salvação sem sacrifícios. Por questão de
justiça a culpa maior deve recair sobre outros, sejam esses outros os
governos, as empresas ou o Diabo, mas nós temos que, pessoalmente,
fazer a nossa parte. E aceitamos essa culpa como um fato consumado,
embora que nem sempre tomemos atitudes específicas necessariamente
em função dessa culpa, mesmo porque, por vezes sequer sabemos de que
maneira estamos contribuindo para o barco afundar. Não fui eu quem
começou a afundar o barco, mas tenho que pegar meu balde e fazer a
minha parte, senão, afundo junto. Dizem que o simples fato de eu estar
no barco já me faz culpado de ele estar indo a pique. Fico imaginando
como isso é possível, e se seria o caso de meu próprio peso estar
ajudando a afundar um barco sobrecarregado. Pode ser este o caso, mas
no fundo, não consigo ver a conexão entre simplesmente existir
inocentemente e ser culpado pelo fim do mundo, mas ainda assim aceito
de bom grado a culpa por existir, a minha parcela de culpa,
democraticamente distribuída, e tento, com o meu pequeno balde, ajudar
a salvar o navio. Esse é o senso comum, mas, por que eu aceito calado a
minha parcela democrática de culpa?
Em geral, porque não quero ser visto como o egoísta, o vilão. Sei que, no
final, se o barco afundar, os culpados pagarão o preço do fracasso, e sei
que todos pagarão, porque todos são culpados, bastando que existam,
mas sei também que os egoístas levarão uma punição maior, porque o
barco poderia ter sido salvo se esses mesmos egoístas tivessem ajudado.
Não quero ser um oportunista. Mas como podemos ser oportunistas se, ao
sermos egoístas e não ajudando, pereceremos juntos com os demais?
Qual o ganho do egoísmo, se o egoísta também morre no final? Morrer
descansado? Então, que descanse para sempre.
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É que o desastre não é para hoje, nem para amanhã. É para depois de
amanhã, ou, com sorte, para a semana que vem. Mas, na semana que
vem, não estarei mais no barco, espero.
Mas não há como sair do barco. O barco é a Terra, a própria Terra, e não
há como fugir. E mesmo que o desastre seja daqui a cem anos, e não
estejamos mais aqui, é errado deixar que nossos filhos e netos paguem o
preço de nossa negligência. E mesmo que não tenhamos filhos e netos, é
ainda mais errado que os filhos e netos de outros, que lutaram pela
salvação do mundo, paguem o preço da minha negligência solitária.
Enfim, mesmo que eu, um vilão, deseje ardentemente o caos final, não é
fácil admitir meus intentos publicamente a uma futura avó, admitindo a
ela que desejo o caos para seus netos e bisnetos vindouros. É possível ser
egoísta e mesmo vilão, mas não publicamente. Há limites para o egoísmo
e a humanidade não admite egoístas impunes quando o assunto é
Ecologia. O preço é alto demais para se admitir traidores. Assim, somos
coagidos a fazer algo pela causa, somos socialmente forçados a tomar
nosso balde e, pelo menos, fingir que fazemos nossa parte, embora, no
fundo, possamos estar adorando a chegada caótica do final inevitável.
Muitos não a leram, muitos leram, mas não fizeram a lista de boas ações.
Muitos fizeram a lista, mas não a seguiram completamente. Muitos
seguiram a lista e pararam por aí. E muitos ainda cumpriram a lista e
foram adiante. O profissional anônimo foi, então, relativamente bem
sucedido em seu intuito.
Mas, o que ele fez, afinal? Por que ele não se limitou a fazer a parte dele?
Ele, na verdade, fez mais. Ele não nos mostra que está fazendo a sua
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Agimos? Raramente.
Certo. Faça a sua parte, mas saiba que a sua parte se subdivide em duas
outras partes: agir e informar. Aja e informe. Era essa a tarefa dos
discípulos no início do cristianismo: pregar boas novas. E funcionou. A
idéia é: aja, e depois propague a ação por meio da informação.
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Óbvio, parece, que o simples agir não é suficiente. Que adiantaria nosso
profissional anônimo ser ecologicamente correto, ele, e somente ele, em
um mundo repleto de ignorantes de seus deveres ecológicos?
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