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Trabalho de Atos dos

Apóstolos
A glossolalia à luz das Escrituras

15/9/2009

Aluno: Marcelo Gomes


Professor: Luciano Gomes

Trabalho de Atos dos Apóstolos - A glossolalia à luz das Escrituras


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O fenômeno glossolalia apresentado em
Atos cap. 2 à luz da Bíblia.

Usaremos para nortear o nosso pequeno trabalho

naturalmente a Bíblia Sagrada tanto na tradução para o

Português quanto o texto original em Grego, também como

o livro: E as línguas, do Profº Anthony Hoekema, que dá um

enfoque especial a este fenômeno tão comum nas igrejas

pentecostais, neo-pentecostais e até católicas carismáticas.

Mas o que podemos analisar em primeira instancia, e isso

como fruto de nossa pesquisa, é o fato de que no texto

original em Grego, o qual é a base para o texto traduzido

que temos hoje nas nossas Bíblias, traz o termo γλωσσαι


(glossai) e suas variantes como a palavra usada para

sustentar que este fenômeno ocorrido por ocasião do dia de

pentecostes.

Este é um problema bastante antigo, que coloca em

posições antagônicas os Calvinistas, que afirmam que os

dons extra-ordinários cessaram, e os Arminianos, que

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fazem da sua doutrina uma verdadeira caça aos

“superdons”.

Nós seguiremos a linha de defesa ao Calvinismo por

entendermos que Biblicamente esta posição teológica a

respeito dos dons espirituais é a mais coerente e com mais

subsídios para a sã pregação da palavra de Deus.

Atos 2 Versus I Coríntios 14

Analisando os textos bíblicos acima citados, vemos que os

termos: γλωσσαι − Atos 2:3; I Cor. 14: 22

γλωσση − I Cor. 14: 2, 4, 13, 14

γλωσσαιζ − Atos 2:4; I Cor. 14:4, 18

γλωσσηζ − I Cor. 14:9

ετερογλωσσαιζ − I Cor. 14: 21


Hora os termos gregos assinalam “língua” (no sentido

físico) assim como em I Cor. 14: 9, hora se referem a

idiomas como observamos em I Cor. 14: 21 (ετερο = hetero

= diferente, γλωσσαιζ = glossais = línguas), esta

passagem do livro de Atos aponta diretamente para o livro

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do Profeta Isaías cáp. 28:11 onde o termo Hebraico para

“outra língua” é Lashōn (idioma, língua ou povo), portanto

nem o profeta Isaías nem o Apóstolo Paulo estavam se

referindo a outro tipo de língua, se não idiomáticas, já que

vemos no cáp. 28 de Isaías o anúncio do castigo de Efraim

e Judá e no vers. 11 a adoção dos gentios (de línguas

estranhas ou diferentes ao Hebraico) como povo de Deus.

Já com relação às colocações de Paulo a igreja de Corinto,

percebemos que existia uma prática de pregação da

palavra em idiomas desconhecidos da maioria dos

presentes tornado a pregação edificante apenas para

aqueles que conheciam o idioma do pregador, por isso

Paulo recomenda que se haja quem fale em “línguas

estranhas” (inferimos pelas razões expostas acima, que

sejam idiomas) este só o faça se houver quem interprete.

Diante do exposto, não temos a menor sombra de dúvida

de que o fenômeno ocorrido em pentecostes que fora

relatado em Atos cap. 2 consiste em uma “convergência”

lingüística, onde a confusão de línguas promovida pelo

Senhor na torre de Babel Gn. 11: 7-9 teve o efeito inverso,

haja vista que o mesmo vocábulo γλωσσαι é usado tanto

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para descrever as línguas “estranhas” do pentecostes

quanto a admoestação de Paulo aos Coríntios.

Eram as línguas de I Cor. 12: 14 as


mesmas “línguas estranhas” de hoje?

As línguas faladas em Corinto eram similares às que

aparecem no livro de Atos? Como já temos visto, a maioria

dos pentecostais parecem tomar a posição de que em

quanto a sua natureza, as línguas faladas em Corinto e as

de Pentecostes eram idênticas, mas diferiam em quanto

aos propósitos para os que foram usadas.

Vejamos o que diz o livro “E as línguas?” de Anthony

Hoekema:

“Ao comparar os relatos de Atos com a discussão do tema


em I Coríntios, fica claro que houve importantes
diferenças entre a glossolalia de Atos e a que se praticava
em Corinto: 1) A glossolalia de Corinto apenas podia ser
compreendida quando se interpretava; no entanto, é claro
que não foi assim nos casos registrados em Atos. 2) O
propósito da glossolalia em Corinto era edificação, seja
para o indivíduo mesmo ou para a congregação (no caso
das línguas serem interpretadas).
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No entanto, o propósito da glossolalia em Atos era a
validação e confirmação do derramamento do Espírito
Santo. 3) A glossolalia registrada em Atos ocorreu em
circunstâncias muito especiais, quando era necessária
uma extensão de Pentecostes. No entanto, não há
indicação de que essas circunstâncias especiais se deram
em Corinto. 4) Em Atos, a glossolalia “parece ter sido uma
experiência inicial irresistível e temporal, mas em Corinto
era um dom contínuo que estava sob o controle de quem
o tinha” (1 Co. 14:27, 28). 5) Em cada caso de glossolalia
registrado em Atos, cada pessoa do grupo afetado falou
em línguas. No entanto, em Corinto nem todos falavam
em línguas (I Co. 12:30).”

É evidente que o evento relatado em Atos 2, teve por

finalidade a confirmação da promessa feita pelo próprio

Jesus de que Ele enviaria o Espírito Santo para que assim os

Cristãos pudessem continuar na obra e perseverarem na fé.

Não vemos a necessidade desta confirmação para igreja de

Corinto, já que o Evangelho estava sendo plenamente

difundido pelos Apóstolos e também pelos que se tornaram

Cristãos e defendiam a causa.

O que observamos é que não há a menor indicação de que

o dom de línguas esteja associado com a plenitude do

Espírito Santo, certamente não em grau maior que os

demais dons. Seu único propósito é a edificação do que

fala, e quando se une à interpretação, a edificação dos que

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ouvem, diferentemente de hoje, onde se “prega” que o dom

de “línguas” evidência a plenitude do Espírito Santo.

Testemunhos históricos.

• Testemunho Montanista

Muitas vezes os escritores pentecostais se referem ao

movimento montanista (Séc. II) como o “embrião” do seu

próprio movimento, e se expressam da seguinte forma a

respeito dele:

“Uma seita da igreja antiga que pode se classificada de


pentecostal é a que foi fundada por Montano da Frigia,
que defendia uma estrita disciplina eclesiástica e cria que
a igreja receberia um novo batismo pentecostal”

O mesmo autor cita Eusébio, o historiador da igreja do

Século IV, para assinalar que Montano “foi arrebatado em

espírito, e introduziu-se numa espécie de frenesi e êxtase

irregular, delirando, falando e proferindo coisas estranhas”.

Duas companheiras de Montano, Priscila e Maximila,

também falaram “numa espécie de extático frenesi”.

Todavia, se for o movimento montanista for à referência

“doutrinária” para sustentar a atualidade dos dons,


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devemos salientar que este “esteio” é totalmente “podre”,

haja vista que foram considerados heréticos os

ensinamentos de Montano, e sua posição era que havia

chegado a Era do Espírito, e que o Espírito agora falava por

meio de Montano. Ele recebia novas revelações que

suplementavam e aumentavam a Bíblia.

Considerando que então se iniciara a era final, Montano e

seus associados

conclamaram as pessoas para se reunirem em Pepuza,

Frigia, para esperar o fim do mundo.

Montano e seus seguidores foram excluídos da Igreja

porque se julgou que a pretensão dele de haver recebido

revelações superiores à Bíblia era contrária à finalidade da

Escritura. Portanto, ainda que não se possa negar que entre

os montanistas ocorreu o falar em línguas, o fato de ter

ocorrido entre os membros deste grupo não é propriamente

uma grande recomendação.

• Testemunho de Ireneu (aproximadamente 130 -

200 d.C.)

A passagem que mais apóia a idéia da continuidade da

glossolalia na igreja primitiva encontra-se em Contra as


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heresias V, 6,1 que diz:

“Por esta razão, o Apóstolo declara: “Falamos sabedoria


entre perfeitos”, denominando “perfeitos” a quem tem
recebido o Espírito de Deus, e que por meio do Espírito de
Deus falam em todos os idiomas, como ele mesmo
falava. De igual maneira, nós também ouvimos de muitos
irmãos na igreja que possuem dons proféticos, e que por
meio do Espírito falam toda classe de línguas, e trazem à
luz coisas que estão escondidas dos homens, e declaram
os mistérios de Deus para o beneficio geral, aos quais
também o Apóstolo denomina “espirituais”, sendo
espirituais porque participam do Espírito, e não porque
tenham sido despojados de sua carne e se tenham
convertido em seres puramente espirituais.”

A tradução do grego para o inglês põe Himself (Ele

mesmo), com maiúscula, o que é obviamente um erro, pois

a referência é a Paulo e não ao Espírito, e também, segundo

P. Feine e G. B. Cutten a palavra traduzida por “toda classe

de” é um termo obscuro (a palavra grega dada por Eusébio

é (paritodapais), não é certeza que Ireneu esteja falando de

idiomas estrangeiros ou de expressões extáticas que não

fossem idiomas específicos conhecidos.

Também consideramos o fato de que Ireneu quando fala em

“dons extraordinários do Espírito inclui: Exorcismo, a

previsão do futuro, visões,

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profecias, curas e até a ressurreição de mortos, portanto

esta lista não inclui “falar em línguas”, caso houvesse,

certamente figuraria entre os “dons de cura e profecias”.

• Tertuliano (aproximadamente 160 - 220 d.C.)

Faz em seu livro “Contra Marcíon” um desafio ao próprio

Marcíon para que ele apresente dons em seu grupo,

semelhantes aqueles que estavam sendo apresentados

pelo grupo que próprio Tertuliano liderava.


“Que Márcíon então mostre como dons de seu deus,
alguns profetas que não falem por sentido humano, mas
com o Espírito de Deus, que predizem o futuro, e
manifestem os segredos do coração; que mostre um
salmo, uma visão, uma oração apenas que seja pelo
Espírito, num êxtase, isto é, num arrebatamento
(amentía), quem quer que haja experimentado uma
interpretação de línguas; mostre-me também, que
alguma mulher de língua jactanciosa de sua comunidade
que profetize alguma dentre essas suas irmãs
especialmente santas. Pois agora, todos estes sinais (de
dons espirituais) se produzem em meu partido sem
nenhuma dificuldade.”

Devemos ao analisar a citação acima, ter em mente que no

tempo que Tertuliano escreveu “Contra Marcíon” era

montanista e já vimos que o montanismo não serve de

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modo algum como parâmetro de vida espiritual em

comparação com nenhum outro grupo, pois sua prática foi

considerada herética pela própria igreja.

Em toda a passagem nada se diz da glossolália, ainda que

se mencione a interpretação de línguas. Menciona-se o falar

em êxtase, falar num arrebatamento (amentia) sugere que

a mente consciente não tem o controle, mas não se afirma

especificamente que isso incluía o falar numa língua

desconhecida (Alguém poderia falar em êxtase num idioma

conhecido) diz Anthony Hoekema.

• Crisóstomo (aproximadamente 345 - 405 d.C.)

Pai da Igreja do séc. IV, Crisóstomo dá claro testemunho de

que não havia manifestação de glossolalia na igreja

primitiva ao comentar a discussão de Paulo sobre o falar em

línguas em 1 Coríntios 12 e 14, diz:


“Tudo isso é muito obscuro, mas a obscuridade produz-se
da nossa ignorância dos fatos que se referem à sua
cessação, que havendo ocorrido então, agora já não mais
sucedem”.

• Santo Agostinho (354 - 430 d.C.)

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Vejamos o que diz Agostinho sobre a glossolalia na igreja no

seu tempo. (vide a Sexta Homilia Sobre I João escrita pelo

próprio Agostinho).
“Nos primeiros tempos, o Espírito Santo caiu sobre os que
creram e eles falaram em línguas “segundo o Espírito os
concedia que falassem”. Eram sinais adaptados para seu
tempo. Porque correspondeu àquela demonstração do
Espírito em todas as línguas para assinalar que o
evangelho de Deus seria transmitido por meio de todas as
línguas, por toda a terra. Aquilo foi feito como uma
demonstração ou sinal, e passou. Na imposição de mãos
para que as pessoas recebam o Espírito Santo, devemos
agora esperar que falem em línguas? Ou quando pomos
as mãos sobre os infantes (os neófitos ou novos
convertidos), espera-se que alguns de vós venhais a falar
em línguas; e acerca do não falar em línguas, espera-se
que haja alguém tão insensato para dizer que alguém não
tem recebido o Espírito Santo, pois que se o tivesse
recebido haveria de ter falado em línguas como era
naqueles tempos?”

Outras manifestações ao longo da


história.

1. A Igreja Católica Apostólica - Uma manifestação

mais extensa de glossolalia apareceu no Século XIX na

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chamada Igreja Católica Apostólica fundada por

Edward Irving (1792-1834).

2. Entre os Quakers (tremedores)

3. Os primeiros mórmons (o artigo 7 dos artigos de fé

dos mórmons inclui o dom de línguas para os

mórmons).

4. Houve manifestação de línguas entre alguns dos

convertidos de Whitefield e Wesley, e que houve

glossolália no grande avivamento dos Estados Unidos

e nos avivamentos da Escócia e País de Gales.

Conclusão.

Diante do exposto, concluídos que a manifestação da

glossolalia:

1º: Foi um evento pontual que serviu para testificar a

promessa do derramamento do Espírito Santo.

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2º: Não consistiu em um evento que os participantes

falaram línguas angelicais ou divinas, e sim línguas

idiomáticas conforme já expusemos.

3º: Ao longo da história da igreja, vários grupos se

apresentaram como “super-espírituais” alegando que a

evidência que comprovava que eles tinham tal poder era a

operação de maravilhas, mas estes movimentos na maioria

não deixavam claro que a glossolalia parecia com as

manifestações que vemos hoje.

Por tais, e tantas outras conclusões, afirmamos

CATEGÓRICAMENTE que este evento citado em Atos 2 não

se reproduz nos dias de hoje, e os que afirmam o contrário,

discorrem em um erro grave na interpretação das Sagradas

Escrituras ferindo a verdadeira doutrina de Cristo, e

alimentando a prática anti-Bíblica da moderna glossolalia.

Sem.: Marcelo Gomes da Silva

Bibliografia.

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HOEKEMA, Anthony. E as línguas? (What about Tongues

Speaking?).

NESTLE-ALAND, Nuovum Testamentum Greace, 27º edição,

Groβdruck, Alemanha, 1993.

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